Design/Ciência/Informação - Esdi - UERJ
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tem crescido chegando a sete variáveis: além do texto e da ilustração estática temos os<br />
recursos da animação para visualizar processos, do som, da música, da fala e da interação.<br />
O design de informação que lida com as complexas variáveis poderia se tornar uma<br />
disciplina decisiva pelo controle da chamada explosão de informação e contribuir na gestão<br />
da informação. Pode converter-se em uma disciplina de considerável relevância social,<br />
substituindo o <strong>Design</strong> Gráfico que tem sido superado pelo desenvolvimento tecnológico.<br />
Uma comunicação efetiva depende da utilização de recursos que estejam ligados de forma<br />
intrínseca ao estético - a »bête noire« para aqueles que insistem que exista algo como uma<br />
informação pura. Esses recursos difamados podem ser agrupados sob a retórica - uma<br />
retórica modernizada que reflete as inovações tecnológicas.<br />
Desde uma modalidade clássica, a gramática se ocupava da formulação de textos<br />
(discursos) conforme regras ou convenções formalizadas, enquanto a retórica se relacionava<br />
com o embelezamento (ornamentus) e a redução do »taedium« , como, por exemplo, a<br />
retórica como uma caixa de ferramentas para evitar o aborrecimento, chamando a atenção e<br />
mantendo a curiosidade da audiência.<br />
Uma característica do papel do designer que projeta informação pode residir em que sua<br />
contribuição trata de reduzir a complexidade do conhecimento, em produzir clareza<br />
contribuindo à transparência e à compreensão. Isso é levado a cabo por meio de uma<br />
judiciosa aplicação de recursos de retórica visual, ou como prefiro chamar, áudio-visualística.<br />
Em nossos programas de ensino a retórica sumiu. No melhor dos casos é ensinada nos<br />
cursos de literatura e nos cursos de publicidade e comunicação empresarial. Nas ciências<br />
sérias o uso de recursos retórico é muito mal visto, pois eles gozam da reputação de ser<br />
nada mais que informatóxicos. Elas aderem a um conceito de informação e de verdade<br />
objetivista despessoalizada, pura e asséptica. O lema é: »A verdade deve falar por si só«<br />
sem depender do uso de recursos adicionais. Por isso nas ciências a dimensão estéticoperceptiva<br />
está colocada em quarentena. Isso é uma pena, pois a desvalorização dessa<br />
dimensão na apresentação de informações e conhecimentos implica uma perda em<br />
eficiência comunicativa.<br />
Num livro sobre a sedução Jean Baudrillard fala das estratégias da aparência e da sedução<br />
mediante manipulação de aparências. Seguindo esta linha de pensamento podemos definir o<br />
designer como uma estratégia de aparências o que não se deve confundir com<br />
superficialidades e menos ainda se deve diabolizar o domínio destes recursos<br />
comunicativos. Ele usa os recursos da animação, visualização, diagramação, do som, da<br />
musica, da fala para permitir por um lado uma melhor assimilação das informações<br />
científicas e por outro lado abrir uma nova perspectiva para temáticas a pesquisar.<br />
Após ter preparado o terreno conceitual posso por fim apresentar as evidências para minha<br />
tese sobre a utilidade do design para as ciências como produtores de conhecimentos. Chego<br />
então à parte »light« da minha palestra para apresentar estas evidências.<br />
O primeiro trabalho trata de uma temática complexa: um panorama das culturas préhispânicas<br />
na área geográfica do México atual. Como lidar com um material tão rico e<br />
volumoso? - isto era a pergunta no inicio do projeto. Foi necessário inventar uma interface<br />
com um sistema de navegação que permite, por exemplo, comparar os costumes da vida<br />
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