UNIVERSDADE FERDERAL DE SANTA CATARINA ... - UFSC
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<strong>UNIVERSDA<strong>DE</strong></strong> <strong>FER<strong>DE</strong>RAL</strong> <strong>DE</strong> <strong>SANTA</strong> <strong>CATARINA</strong><br />
CENTRO <strong>DE</strong> CIÊNCIAS DA SAÚ<strong>DE</strong><br />
CURSO <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM<br />
ASSISTÊMCIA <strong>DE</strong> ENFERMAGEM PRÉ-HOSPITALAR EM UM SERVIÇO<br />
MÓVEL <strong>DE</strong> URGÊNCIA, SOB A ÓTICA <strong>DE</strong> WANDA <strong>DE</strong> AGUIAR HORTA<br />
ALINE NEGRINI<br />
JOSIANE DA CUNHA<br />
FLORIANÓPOLIS, 2006
UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL <strong>DE</strong> <strong>SANTA</strong> <strong>CATARINA</strong><br />
CENTRO <strong>DE</strong> CIÊNCIAS DA SAÚ<strong>DE</strong><br />
CURSO <strong>DE</strong> GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM<br />
ASSISTÊNCIA <strong>DE</strong> ENFERAMGEM PRÉ-HOSPITALAR EM UM SERVIÇO<br />
MÓVEL <strong>DE</strong> URGÊNCIA, SOB A ÓTICA <strong>DE</strong> WANDA <strong>DE</strong> AGUIAR HORTA<br />
Relatório de Prática Assistencial apresentado na<br />
disciplina de Enfermagem Assistencial Aplicada<br />
do Curso de Graduação e, Enfermagem da<br />
Universidade Federal de Santa Catarina<br />
submetido à Banca Examinadora:<br />
Orientador: Prof o . Dr o . Gelson Luiz de<br />
Albuquerque.<br />
Supervisora: Enf a . Ms. Keyla Cristiane do<br />
Nascimento.<br />
Membro da Banca: Prof o Dr o . Grace Teresinah<br />
Marcon Dal Sasso.<br />
ALINE NEGRINI<br />
JOSIANE DA CUNHA<br />
FLORIANÓPOLIS, 2006<br />
6
O degrau de uma escada não serve simplesmente para que<br />
alguém permaneça em cima dele, destina-se a sustentar o pé de<br />
um homem pelo tempo suficiente para que ele coloque o outro<br />
um pouco mais alto (Thomas Huxley).<br />
7
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
A Deus, pela vida, por ter nos iluminado nos momentos mais difíceis, caminhando conosco e<br />
por ter nos proporcionado esta oportunidade de estarmos aqui.<br />
Aos nossos Pais, pela confiança e amor incondicional depositado em nós durante esta jornada.<br />
Obrigada pela dedicação e carinho com que vocês abraçaram a realização deste sonho, muitas<br />
vezes deixando de lado os seus desejos para realizarem os nossos.<br />
Ao nosso Orientador, Prof. Gelson Luiz de Albuquerque, por ter aceitado, compartilhar<br />
conosco este desafio, sendo para nós mais que um mestre, um amigo.<br />
A nossa supervisora, pelo carinho, amizade e profissionalismo, essenciais, para nosso<br />
crescimento profissional.<br />
Aos amigos, talvez não nos vejamos mais, porém em nossas mentes, ficarão guardadas as<br />
recordações, de tudo de bom, que vivemos. Obrigado pela amizade e compreensão, vocês em<br />
muitos momentos foram mais que amigos, foram nossa família!<br />
Aos nossos Familiares, pela confiança, apoio e incentivo.<br />
A Professora Grace Dal Sasso, por ter nos auxiliado, aceitando ser membro de nossa banca.<br />
Suas contribuições foram muito importantes!<br />
A equipe do SAMU, pela amizade, receptividade e carinho com que nos acolheram, nos<br />
fazendo sentir parte da equipe, Vamos sentir saudades!<br />
8
SUMÁRIO<br />
RESUMO...............................................................................................................................6<br />
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................7<br />
2 OBJETIVOS.....................................................................................................................10<br />
3 REVISÃO <strong>DE</strong> LITERATURA.......................................................................................11<br />
3.2 Modelos de Atenção Pré Hospitalar ............................................................................13<br />
3.3 Visita Domiciliar .........................................................................................................14<br />
3.4 Transporte Inter-Hospitalar .........................................................................................15<br />
3.5 Atendimento Pré-Hospitalar........................................................................................16<br />
3.6 Revisando teoricamente as principais intercorrências atendidas pelo SAMU ............18<br />
Hipertensão Arterial Sistêmica HAS .............................................................................22<br />
Crise Conversiva ou Transtornos Dissociativos...............................................................26<br />
Traumas...........................................................................................................................32<br />
Hunddlestn e Ferguson (2006, p.308) definem o trauma como: .......................................32<br />
4 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL............................................................................43<br />
5 METODOLOGIA............................................................................................................49<br />
5.1 Caracterização do local de estágio...............................................................................49<br />
5.2 Considerações éticas....................................................................................................51<br />
5.3 Plano de ação...............................................................................................................51<br />
6. RESULTADOS E DISCUSÕES DA PRÁTICA ASSISTENCIAL PROPOSTA....54<br />
7. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS.......................................................................................108<br />
REFERÊNCIAS................................................................................................................111<br />
APÊNDICES......................................................................................................................115<br />
ANEXOS............................................................................................................................125<br />
PARECER DO ORIENTADOR......................................................................................169<br />
9
RESUMO<br />
Trata-se de um relato de Prática Assistencial, desenvolvido como Trabalho de<br />
conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem na Universidade Federal de Santa<br />
Catarina, realizado no período de 08 de maio a 07 de julho de 2006, no Serviço de<br />
Atendimento Móvel de Urgência-SAMU, no município de Florianópolis-SC. Foi<br />
fundamentada na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta,<br />
tendo como tema a assistência pré-hospitalar e público alvo compreendeu as pessoas<br />
atendidas pelo serviço, durante o período da prática. A escolha deste tema surgiu, pela<br />
necessidade de profissionais capacitados devido abertura de novos campos de trabalho nesta<br />
área.Além disto à percepção da necessidade de ampliação do olhar acerca destas<br />
pessoas.Tivemos como objetivo geral Assistir as pessoas em situações de urgências e<br />
emergências a luz do referencial das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar<br />
Horta . Durante a Prática Assistencial realizamos, atendimento integral à pessoa,<br />
selecionando destas os casos com maior incidência e complexidade para, posteriormente,<br />
realizar visita domiciliar e a aplicação do processo de enfermagem completo, dentre outras<br />
atividades administrativas do serviço. Através desta Prática Assistencial, salientamos que<br />
houveram contribuições para a atuação da enfermagem de forma integral, assistindo e<br />
educando, além de contribuir para a nossa formação profissional e pessoal.<br />
Descritores: Enfermagem, Enfermagem em Emergência, Meios Mobilizáveis em Casos de<br />
Emergência, Cuidados de Enfermagem, Serviços de Enfermagem, Socorro de Urgência.<br />
6
1 INTRODUÇÃO<br />
O Atendimento Pré-hospitalar (APH), atualmente, tem sido foco de atenção e<br />
investimento pelos governantes em todas as esferas hierárquicas, cada qual com sua<br />
participação, como podemos perceber com as novas portarias e resoluções estabelecidas pelo<br />
Ministério da Saúde. Estas portarias regulamentaram a Política Nacional de Atenção às<br />
Urgências que objetiva e instrumentaliza a implementação de um novo modelo de<br />
atendimento em urgência e emergência no país.<br />
Lopes e Fernandes (1999, p.381), consideram.<br />
Atendimento Pré-Hospitalar é toda e qualquer assistência realizada, direta ou<br />
indiretamente, fora do âmbito hospitalar, através dos diversos meios e métodos<br />
disponíveis, como uma resposta adequada à solicitação, a qual poderá variar de um<br />
simples conselho ou orientação médica ao envio de uma viatura de suporte básico ou<br />
avançado ao local da ocorrência, visaNdo a manutenção da vida e/ou a minimização<br />
das seqüelas.<br />
Segundo Prado e Martins (2003, p.71),<br />
frente ao aumento exarcerbado da violência, doenças cardiovasculares,<br />
respiratórias, metabólicas dentre outras, responsáveis pelas ocorrências de<br />
urgência/emergência, cresce a necessidade de tratamento imediato das pessoas no<br />
local da ocorrência, bem como, de transporte adequado para um seviço emergencial<br />
de atendimento definitivo.<br />
Para, suprir esta necessidade surgiram, os Serviços de Atendimento Pré-Hospitalares,<br />
que objetivam a minimização da mortalidade e das seqüelas.<br />
No Brasil, este teve início como um serviço de ordem Militar, através da atuação do<br />
Corpo de Bombeiros Militar (CBM), retirando a característica sanitária deste atendimento.<br />
Posteriormete, o Ministério da Saúde (MS) criou o Serviço de Atenimento Móvel de Urgência<br />
(SAMU), que visa a unificação e melhora da assistência, nos serviços de<br />
urgência/emergência. (LOPES; FERNAN<strong>DE</strong>S, 1999)<br />
O Corpo de Bombeiro Militar não se trata de órgão vinculadado a estrutra orgânica de<br />
saúde, fato este que o torna limitado, no ponto de vista ético, moral, penal, cívil e em termos<br />
de conhecimentos científicos. Por estas razões, o CBM presta atendimento somente ao<br />
Suporte Básico de Vida (SBV), com base em protocolos padronizados (MARTINS, 2004).<br />
O SAMU, por outro lado, visa o atendimento imediato (estabilização da pessoa<br />
dentro do suporte móvel de atendimento) com qualidade, bem como a redução de óbitos e<br />
internações hospitalares. Possui equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros,<br />
auxiliares de enfermagem e socorristas, atendendo as mais diversas situações<br />
7
urgências/emergêcias de origem tanto traumáticas como clínicas ( BRASIL, 2006).<br />
Através do estudo realizado por Lopes e Fernandes (1999) no SAMU na cidade de<br />
Ribeirão Preto, ficou identificado que 61% dos atendimentos de urgência/ emergência são de<br />
origem traumáticas, destas 38% envolvendo acindentes com veículos automotores. As<br />
ocorrências de origem clínica totalizaram 38% dos atendimentos, sendo que 16% por paradas<br />
cardiopulmonaes e doenças cerebrovasculares.<br />
Observando a implantação deste novo serviço de APH nas mais diversas cidades do<br />
país, a Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina juntamente com o Conselho dos<br />
Secretários de Saúde Municipais de Santa Catarina, viabilizaram a implantação do SAMU<br />
(NITSCHKE et al,2005).<br />
O presente trabalho apresenta o Relatório de Prática Assistencial, desenvolvido, para<br />
a VIII Unidade curricular do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal<br />
de Santa Catarina, sendo parte integrante da disciplina de Enfermagem Assistencial Aplicada.<br />
As atividades da Prática Assistencial foram realizadas no Serviço de Atendimento<br />
Móvel e Urgência (SAMU), na Unidade de Suporte Avançado (USA), sendo orientado pelo<br />
professor Doutor Gelson Luiz de Albuquerque, e supervisionado pela Enfermeira Mestre<br />
Keyla Cristiane do Nascimento. A Prática Assistencial foi desenvolvida no período<br />
compreendido entre 08 de maio à 07 de julho de 2006, em todos os dias da semana, conforme<br />
a disponibilidade da supervisora. Além das atividades na área Pré-hospitalar, que nosso<br />
campo de Prática Assistêncial oferece, ampliamos nosso olhar, viabilizando o cuidado integral<br />
no contexto domiciliar, das pessoas por nós atendidas e seleciondas.<br />
Na primeira unidade curricular, a disciplina de Enfermagem em Primeiros Socorros,<br />
possibilitou um primeiro contato com a área de APH, porém não nos capacitou de forma<br />
adequada. A pequena carga horária, falta de prática o enfoque da disciplina, por ocorrer<br />
quando estávamos iniciando o curso e, por sermos neófitas na área, nos chamou a atenção.<br />
Entretanto, faltava-nos o arcabouço teórico que fundamentasse a nossa ação. Isto adquirimos<br />
ao longo dos demais semestres e, assim, nos sentimos preparadas para enfrentar este desafio.<br />
Com base nesta pouca experiência, uma das alunas procurou ampliar sua experiência<br />
em APH, juntamente ao Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Florianópolis, em estágio<br />
extracurricular. Posteriormente, tornou-se Bombeira Comunitária. Assim, adquiriu alguma<br />
experiência e o desejo de associar o trabalho de APH com os conhecimentos de Enfermagem,<br />
para assim atuar. Esta intencionalidade contagiou outra colega que, agora, compõe o presente<br />
grupo.<br />
Inicialmente, a Prática Assistencial ocorreria no CBM, porém observamos que<br />
8
atuaríamos apenas como socorristas. Assim, optamos pelo SAMU na USA pois, poderemos<br />
exercer o trabalho que desepenha a Enfermeira.<br />
Com a criação do SAMU, a Enfermeira foi inserida no APH móvel. A partir deste<br />
fato, abriram-se novas oportunidades de trabalho, o que fez crescer a necessidade de<br />
profissinais enfermeiros especializados na área de APH.<br />
No Brasil, a atuação do enfermeiro e a sua capacitação está em atraso, se comparados<br />
com outros países como, por exemplo, Estados Unidos e França, que possuem um<br />
sistema de APH mais desenvolvido, nos quais os enfermeiros tem sua função<br />
consolidada e reconhecida em seus sistemas de atendimento. Mas, mesmo nos países<br />
desenvolvidos, a função do enfermeiro é constantemente repensada (RAMOS;<br />
SANNA 2005, p.358).<br />
As indagações sobre o papel do profissional enfermeiro, a busca por aprimormento e<br />
ampliação de nossos conhecimentos nos remeteu à necessidade de um profissional supervisor<br />
com experiência, habilidade e qualificação. Com base nestes pressupostos, optamos em ter<br />
como supervisora a Enfermeira Assistêncial do SAMU, Mestre em Enfermagem, Keyla<br />
Cristiane do Nascimento. Acretitamos que todos estes requisitos profissionais, juntamente<br />
com nossa dedicação e arcabouço teórico, contribuiram para a nossa formação profissional.<br />
Além disto, estabelecemos como horizonte a produção de conhecimento científicos nesta área,<br />
que pode ser efetivado através da elaboração de um artigo científico que poderá ser<br />
encaminhado à publicação, onde refletiremos sobre nossa prática.<br />
9
2. OBJETIVOS<br />
O presente trabalho teve como objetivo geral:<br />
Assistir as pessoas em situações de urgências/emergências à luz do referencial das<br />
necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta .<br />
Tivemos como objetivos específicos:<br />
1. Prestar assistência de enfermagem às pessoas em situações de urgências/emergências.<br />
2. Identificar as urgências/emergências, com maior incidência no período do estágio.<br />
3. Observar, participar, acompanhar e registrar, a dinâmica de trabalho administrativo-<br />
assistencial do serviço de urgência/emergência pré-hospitalar, reconhecendo o papel do<br />
enfermeiro(a) e equipe de trabalho.<br />
4. Ampliar e aprofundar os conhecimentos na área pré-hospitalar;<br />
5. Realizar visita domiciliar de enfermagem às pessoas que forem atendidas pelo SAMU e<br />
selecionadas pelas acadêmicas;<br />
10
3. REVISÃO <strong>DE</strong> LITERATURA<br />
Observamos, dentro da temática escolhida, necessário resgatar alguns assuntos, que<br />
consideramos pertinentes. Algumas emergências e urgências, demonstraram-se mais<br />
freqüêntes entre os atendimento. Destacamos algumas temáticas, seguindo critério de<br />
incidêcia e complexidade, bem como revisão de outros assuntos importantes, presentes<br />
inclusive durante as visitas domiciliares das pessoas. Portanto a presente revisão, conta não<br />
apenas com situações de urgências e emergência atendidas, mas sim situações vivênciadas<br />
pelas acadêmicas durante a Prática Assitêncial.<br />
Iniciaremos com os aspéctos históricos e legais do Atendimento Pré-Hospitalar.<br />
3.1 Aspectos históricos e legais do Atendimento Pré-Hospitalar<br />
A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de urgência foi<br />
colocada em prática, em 1792, por Dominique Larrey, cirúrgião e chefe militar que praticava<br />
os cuidados iniciais no campo de batalha, com objetivo de prevenir as complicações.<br />
(LOPES; FERNAN<strong>DE</strong>S, 1999). Porém os primeiros serviços organizados relacionados ao<br />
transporte e atendimento pré-hospitalar, sugiram nos Estados Unidos da América. Entre 1864<br />
e 1869, foram implantados serviços de socorro à pessoas de traumas, ocorridos em viagens de<br />
trens bem como, foram instituidas as primeiras ambulâncias no Exército Americano e na<br />
cidade de Nova York (SCHLEMPER JUNIOR, 2000).<br />
Posteriormente, na França, e no ano de 1965, foram criados os Serviços Móveis de<br />
Urgência e Reanimação (SMUR). Para coordenação das atividades dos SMUR, foi criado o<br />
Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), em 1968, sendo que suas regras<br />
foram regulamentadas através de um decreto, somente em 1987. Em Lisboa, no ano de 1989,<br />
foram proclamadas as bases éticas da regulação médica, processo este conhecido como<br />
Declaração de Lisboa (LOPES; FERNAN<strong>DE</strong>S, 1999). Em Porto Alegre, no ano de 1984,<br />
foi instituído o serviço médico em atendimento móvel de emergência , que mais adiante foi<br />
substituído pelo SAMU. (SCHLEMPER JUNIOR, 2000, p.03).<br />
O serviço de atendimento pré-hospitalar em Santa Catarina surgiu em 1987, na cidade<br />
de Blumenau, através da atuação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, com a presença<br />
apenas de socorristas. Após sete anos de implatação, já atuava em 15 cidades catarinenses,<br />
11
inclusive na capital Florianópolis (SCHLEMPER JUNIOR, 2000). Com a cooperação do<br />
SAMU Paris, em 1989, foi introduzido em São Paulo o serviço de atendimento pré-hospitalar<br />
com o início do SAMU-SP (NITSCHKE et al, 2005).<br />
Para um maior investimento na área de urgência/emergência, pré e intra-hospitalar,<br />
foi instituida a Portaria GM/MS 2923/98, porém esses recursos não foram utilizados de<br />
maneira adequada. Diante deste ocorrido, foi publicada a portaria GM/MS 479/99, a qual<br />
estabelecia pré-requisitos para a obtenção de recursos. Esta exigência gerou a exclusão da<br />
maioria dos hospitais do país, pois poucos enquadravam-se nas exigencias desta portaria<br />
(NITSCHKE et al, 2005).<br />
Em abril de 2000, o IV Congresso Internacional da Rede Brasileira de Cooperação<br />
em Emergências, resultou numa avaliação, por parte do MS, da utilização dos recursos<br />
destinados às urgências/emergências. Esta, juntamente com um ciclo de seminários de<br />
discussão e planejamento conjunto de redes regionalizadas de atenção às urgências,<br />
envolvendo gestores estaduais e municipais, em vários estados da federação (NITSCHKE et<br />
al, 2005 p.28), resultaram, na revisão da portaria GM/MS 824/99, repuplicada como portaria<br />
GM/MS 814/01. Também foram elaboradas diretrizes técnicas para as unidades não<br />
hospitalares de atendimento às urgência, transporte inter-hospitalar, grades de capacitação em<br />
todos os níveis de atenção às urgências e diretrizes para uma rede regionalizada de atenção às<br />
urgências. A adição destas diretrizes técnicas a portaria GM/MS 814/01, resultaram na<br />
composição da portaria GM/MS 2048/02 Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de<br />
Urgências e Emergências, publicado em junho de 2002 (NITSCHKE et al, 2005).<br />
A portaria GM/MS 2048/02 é composta por sete capítulos, que estabelecem os<br />
princípios e diretrizes dos sistemas de urgência, define normas, critérios de funcionamento,<br />
classificação e cadastramento dos hospitais de urgência, determina a criação das<br />
Coordenações do Sistema Estadual de Urgências e os Núcleos de Educação em Urgência.<br />
A portaria GM/MS 1863/03 (Anexo I) instituiu a Política Nacional de Atenção às<br />
Urgências", a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das<br />
três esferas de gestão, incorporando novos elementos conceituais e revisão de outros.<br />
A Política Nacional de Atenção às Urgências prevê a necessidade de um componente<br />
pré-hospitalar móvel, que vem a ser instituído através da portaria GM/MS 1864/03 (Anexo<br />
II). Esta portaria viabiliza a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em<br />
todo território brasileiro, bem como as Centrais de Regulação e seus Núcleos de Educação em<br />
Urgência.<br />
12
Urgência<br />
Sob forma do decreto 5055/04, ficou instituído o Serviço de Atendimento Móvel de<br />
SAMU-, nos municípios e regiões do território nacional, e estabelecido o acesso<br />
nacional pelo número telefônico único 192, sendo agora o novo número de referência em<br />
pré-hospitalar no país.<br />
O Conselho Federal de Medicina, visto às novas políticas acima descritas, através da<br />
resolução CFM nº 1529/98, regulamentou a Prática Médica pré-hospitalar, declarando que o<br />
sistema de Atendimento Pré-Hospitalar é um serviço Médico e portanto a coordenação,<br />
regulação e supervisão direta e à distância deve ser efetuada por médico. Esta resolução é<br />
revogada posteriormante pela Resolução CFM nº1671/03, a qual aprova a Normatização da<br />
Atividade da Área da Urgência/Emergência na sua Fase Pré-Hospitalar.<br />
Através da resolução CFM nº1643/02, ficou definido a prestação de serviços através<br />
da telemedicina, legitimando a prescrição e diagnóstico médico à distância, com base na atual<br />
necessidade. Diante desta resolução, o Conselho Federal de Enfermagem editou a resolução<br />
COFEM nº 225/00, a qual regulamenta a execução, por enfermeiro, de precrição médica à<br />
distância em casos de risco iminente à vida. A resolução COFEN nº 300/05, tornou privativo<br />
do profissional de enfermagem, o que já era previsto em lei, o atendimento Pré-Hospitalar e<br />
Inter-Hospitalar de Suporte Básico e de Suporte Avançado de Vida, sendo que imprescindível<br />
do enfermeiro a atuação em suporte Avançado e Unidades de Terapia Intensiva. Desta forma<br />
ambos os profissionais, médicos e enfermeiros, tornaram legal a atuação nesta área.<br />
3.2 Modelos de Atenção Pré Hospitalar<br />
O APH em toda sua tragetória, concentrou duas grandes correntes: a norte-americana<br />
e a européia, costituindo assim respectivamente o modelo americano e francês. O sistema<br />
francês foi denominado Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e norte<br />
American, Serviço de Emergências Médicas (SEM) (MARTINS, 2003).<br />
O francês tem como pilar o médico responsável pela regulação do sistema,<br />
atendimento e monitoramento do paciente até a chegada ao centro hospitalar. Este modelo<br />
surgiu devido a necessidade sentida pelos médicos, anestesistas-reanimadores , os quais<br />
saiam nas ambulâncias, de atendimento precoce, para aumentar a chance de sobrevivência e<br />
redução de seqüelas (NITSCHKE et al, 2005).<br />
O americano trabalha com paramédicos (profissão não regulamentada no Brasil), o<br />
13
qual fundamenta-se no serviço de Emergências Médicas (SEM). O CBM adaptou este serviço<br />
trabalhando com socorristas, na Unidade de Suporte Básico (USB). Originalmente o SEM<br />
trabalha com Unidade de Suporte Básico, o Intermediário e o Avançado, este último contando<br />
com apresença de um profissional médico. (NITSCHKE et al, 2005). Este serviço surgiu no<br />
Estados Unidos (EUA), após a Segunda Guerra no Viatnã (década de 60). Com o fim da<br />
Gerra os militares adquiriram experiência, desta forma, juntamente, com os protocolos de<br />
atuação, o Serviço de APH nos EUA, foi desevolvido, com base nos paramédicos, visto que<br />
durante o periodo de Guerra tornava-se inviavel a presença de médicos em todas os locais o<br />
combate (MARTINS, 2004).<br />
3.3 Visita Domiciliar<br />
A visita domiciliar era a principal atividade das primeiras escolas de enfermagem<br />
implantadas no Brasil, pois seu curriculum era voltado à Saúde Pública. Porém com o<br />
deslocamento do tratamento para o âmbito hospitalar, esta prática perdeu seu valor ficando<br />
bastante restrita. Atualmente, com a maior ênfase na promoção da saúde e tratamento na<br />
comunidade, a visita domiciliar volta ao campo de debate, como forma de continuidade do<br />
tratamento hospitalar.(LABATE; GALERA; AVANCIR, 2004)<br />
Segundo Mattos (1995, p. 35), a visita domiciliária é um conjunto de ações de saúde<br />
voltadas para o atendimento, tanto educativo como assistencial. Como é realizada no âmbito<br />
domiciliar, proporciona uma dinâmica nos programas de atenção a saúde .<br />
Para a equipe de saúde, a visita domiciliar é a oportunidade de observar o indivíduo<br />
dentro do seu contexto familiar e social. Portanto, a enfermeira visitadora, deve estar<br />
consciente que está invadido seu espaço privado, por isso a necessidade de um laço de<br />
confiança entre ambos (LABATE; GALERA; AVANCI, 2004).<br />
Mattos (1995) descreve alguns benefícios e limitações na execução da visita<br />
domiciliar. Dentre os benefícios podemos observar a inserção do profissional no contexto<br />
familiar, possibilitando um aproximação entre profissional/família, e com isso liberdade para<br />
a exposição dos seu problemas. Os gastos com locomoção, tempo, recursos humanos<br />
especializados e e indiponibilidade da família, são as principais limitações para a visita<br />
domiciliaria.<br />
O Programa da Saúde da Família (PSF) centra suas ações à saúde da família e da<br />
14
comunidade. Dentre essas ações, a visita domiciliar possuí um papel significativo e de<br />
grande importâcia. No entanto, esta prática não é valorizada e implementada nos serviços de<br />
APH.<br />
Acretitamos que a visita domicilar no APH, visará o acompanhamento e a<br />
observação da pessoa/ser humano no seu contexto familiar e suas necessidades, bem como a<br />
continuidade do cuidado.<br />
3.4 Transporte Inter-Hospitalar<br />
Segundo a portaria GM/MS 2048/02, "transporte inter-hospitalar refere-se à<br />
transferência de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitalares de<br />
atendimento às urgências e emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou<br />
outras unidades de saúde que funcionem como bases de estabilização para pacientes<br />
graves, de caráter público ou privado"<br />
O transporte inter-hospitalar de pacientes graves é responsabilidade da Secretaria<br />
Estadual da Saúde de Santa Catarina, através das Unidades de Suporte Avançado-USA. A<br />
USA é acionada para dar suporte na assistência a pacientes graves, internados em unidades<br />
hospitalares que não dispõem de atendimento adequado ao caso. A central de regulação segue<br />
um protocolo especifico para a avaliação da gravidade e realização dos transportes de<br />
pacientes graves, na USA (NITSCHKE et al, 2005).<br />
Os pacientes com risco de vida iminente, não podem ser removidos sem prévia<br />
avaliação respiratória e hemodinâmica, bem como só podem ser transferidos acompanhados<br />
de equipe completa (médico e enfermeira), em uma USA (NITSCHKE et al, 2005).<br />
É necessário realizar contato com o hospital de destino, de médico para<br />
médico.Paciente deve ser acompanhado de relatório completo, que passará a integrar o seu<br />
prontuário, a responsabilidade sobre o paciente até o local de destino é do médico<br />
transferente. O médico regulador é responsável, por avaliar o motivo da solicitação e<br />
pertinência, se existe a necessidade de cuidado terapêutico ou diagnóstico de urgência e<br />
emergência, bem como se estrutura de origem não possuí condições de dar continuidade no<br />
tratamento (NITSCHKE et al, 2005).<br />
A portaria GM/MS 2048/02, a equipe de transporte deve acatar a instruções do<br />
médico regulador, quanto ao tipo de transporte, ambulância e local de transferência. Médico<br />
receptor deve informar ao médico regular, as condições me que o paciente chegou ao local,<br />
15
em como disponibilizar recursos, humanos, materiais e físicos, possibilitando o melhor<br />
acolhimento e tratamento.<br />
3.5 Atendimento Pré-Hospitalar<br />
Os SAMUs, e suas equipes, tanto de suporte Básicos, como Avançado e demais<br />
serviços de APH, atendem uma demanda bastante ampla de emergências/urgências clínicas e<br />
traumáticas, conferindo a estas todo o suporte pré-hopitalar necessário a chegada ao hospital<br />
ou mesmo evitando a possivel intrenação.<br />
O atendimento pré-hospitalar pode ser definido como a assistência prestada em um<br />
primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica,<br />
traumática ou psiquiátrica quando ocorrem fora do ambiente hospitalar podendo<br />
acarretar seqüelas ou até mesmo a morte. (RAMOS; SANNA 2005, p.355):<br />
Oliveira (2004), define o APH como as medidas aplicadas a uma pessoa fora do<br />
ambiente hospitalar, executada por profissionais treinados e capacitados para a manutenção<br />
dos sinais vitais da pessoa e evitar o agravamento das lesões existentes, provocadas por<br />
traumas ou emergências médicas até que possam receber tratamento, no âmbito hospitalar.<br />
O APH pode ser classificado em Suporte Básico à Vida (SBV) e Suporte Avançado à<br />
Vida (SAV). O SBV, compreende em medidas de emergência, pelas quais reconhece-se e<br />
corrige imediatamente a falência dos sistemas respiratória e/ou cardiovascular.<br />
Portanto, podemos conceituar o SBV como as inverções ou ações que podem ser<br />
realizadas rapidaemente na cena de emergência por quaquer pessoa treinada para<br />
avaliar e tratar a pessoa de forma a garantir a manutenção da vida (OLIVEIRA,<br />
2004, p.06).<br />
O SAV, compreende, procedimentos, que se somam ao SBV, porém fazem uso de<br />
equipamentos de suporte avançados como acessórios para a ventilação, acesso intravenoso,<br />
administração de fármacos, enfim todos os procedimentos emergênciais de caráter médico<br />
(OLIVEIRA, 2004).<br />
O profissional do APH deve estabelecer prioridades na chegada da cena onde ocorreu<br />
a ação, para avaliar e obedecer protocolos de intervenções. O processo de avaliação geral da<br />
pessoa ocorre em cinco fases ( OLIVEIRA, 2004):<br />
Dimensionamento da cena;<br />
Avaliação inicial;<br />
Avaliação dirigida para trauma e urgência-emergências clínicas;<br />
Avaliação fisica detalhada;<br />
16
Avaliação continuada;<br />
Dimensionamento da cena: é a observação da cena em geral, detectando os riscos potenciais<br />
existentes, no local, tanto para o profissional quanto para a pessoa. O dimensionamento da<br />
cena pode ocorrer mesmo antes da chegada dos profissionais do APH no local da ocorrência,<br />
através de informações repassadas pela central de comunicação, observando a necessidade de<br />
recursos adicionais no local. Está incluso esta fase, a utilização de equipamnetos de proteção<br />
individual (EPIs) (OLIVEIRA, 2004).<br />
Avaliação inicial: Segundo Oliveira (2004, p.36) é um processo ordenado para identificar e<br />
corrigir, de imediato os problemas que ameaçam a vida a curto prazo . Durante a avaliação<br />
inicial, os problemas que ameaçam a vida por ordem de prioridade são (NITSCHKE et al,<br />
2004):<br />
A-Vias aéreas: abertura das vias aéreas com proteção da coluna cervical;<br />
B-Respiração: avaliação da respiração e implementação de ventilação se necessário;<br />
C-Circulação: avaliação do sistema circulatório;<br />
D-Incapacidade:avaliação neurológica;<br />
E-Exposição: exposição do corpo da pessoa e controle de temperatura.<br />
Ao término da avaliação inicial, o profissional ou socorrista, em casos de trauma, deve<br />
classificar a pessoa, segundo escala CIPE, onde cada letra representa uma condição, ou seja,<br />
pessoa crítica, instável, potencialmente instável e estável (OLIVEIRA, 2004).<br />
Critérios para a avaliação na escala CIPE (OLIVEIRA, 2004 ):<br />
Crítica: pessoa em parada respiratória ou cardiopulmonar.<br />
Instável: pessoa se encontra incosnciente, em choque descompensado e/ou dificuldade<br />
respiratória grave ou mesmo com lesões graves decabeça ou tórax.<br />
Potencialmente instável: pessoa em choque descompensado, lesões importantes ou em<br />
extremidades compotecialidade de comprometimento circlatório e/ou neurológico.<br />
Estáveis: pessoas com lesões menores, sem alterações nos sinais vitais.<br />
As pessoas avaliadas como críticos ou instáveis, devem ser conduzidos de imediato a<br />
estrutura de saúde que esteja em sua área de atenção, e/ou a mais próxima possível. Durante o<br />
percurso (local da ocorrência até hospital de referência) o profissional de APH deve continuar<br />
com a avaliação.<br />
Avaliação dirigida é conceituado como um processo ordenado para obter informações,<br />
descobrir lesões ou problemas médicos que, senão tratados, poderão vir a ameaçar avida do<br />
paciente. (OLIVEIRA, 2004, p.41)<br />
Esta avaliação é dividida em três etapas (OLIVEIRA, 2004): Inicialmente o<br />
17
profissional de APH busca coletar informações sobre ocorrido junto à pessoa, se esta estiver<br />
consciente ou a familiares e testemunhas no caso de inconsciência ou incapacidade. A seguir<br />
verificam-se os sinais vitais, seguido do exame físico de forma ordenada e sistemática.<br />
Avaliação detalhada: Trata-se de um exame físico, realizado no sentido céfalo-caudal, em<br />
pequeno espaço de tempo. O profissional de APH deve respeitar os protocolos de prioridades,<br />
previamente estabelecidos. Este protocolo pode ser adaptado dependendo da gravidade da<br />
situação (OLIVEIRA, 2004).<br />
Avaliação continuada: Ocorre no interior da ambulância, onde o profissional de APH deve<br />
observar constantemente, os sinais vitais e o aspecto geral da vitima até a chegada na unidade<br />
hospitalar (OLIVEIRA, 2004)<br />
3.6 Revisando teoricamente as principais intercorrências atendidas pelo SAMU<br />
As emergências cardiológicas encontraram-se bastante presente entre os atendimentos,<br />
a angina pectoris e o Infarto Agudo do Miocárdio IAM, seguido ou não de Parada<br />
Cardiorespiratória, tiveram proporções bastante elevadas, fato este que as fazem presentes<br />
neste relatório.<br />
Para entendermos as patologias que afetam sistema cardiovascular, julgamos<br />
necessário uma breve revisão nos principais aspetos da anatomia e fisiologia deste sistema.<br />
Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular<br />
O coração é composto por quatro cavidades, dois átrios, dois ventrículos, os quais<br />
podem ser agrupados em coração direito e coração esquerdo. O coração direito é responsável<br />
pelo bombeamento de sangue para os pulmões, o que chamamos de pequena circulação. O<br />
coração esquerdo é responsável pelo bombeamento de sangue para todo o organismo. Os<br />
átrios e ventrículos são unidos entre e separados entre si por valvas, no esquerdo a valva<br />
mitral e no direito a valva tricúspide. Estas valvas impedem que durante a diástole o sangue<br />
retorne aos átrios. Dentro da artéria aorta e do troco pulmonar também existe valvas<br />
anatomicamente distintas, porém funcionalmente semelhantes às valvas anteriores<br />
(GUYTON, 1988).<br />
As fibras musculares cardíaca possuem capacidade de contração em qualquer ponto<br />
de excitação, ou seja, qualquer que seja o estimulo, este se propaga e faz com que o músculo<br />
18
cardíaco, contraía-se em um só tempo, possibilitando a ritmicidade automática da contração<br />
(GUYTON, 1988).<br />
A maioria das fibras musculares cardíacas é capaz de se contrair ritmicamente,<br />
principalmente em um grupo de fibras situadas na parede superior do átrio direito, as quais<br />
denominam e formam o nó sinusal ou nó sinoatrial, onde são gerados os potenciais de ação<br />
que originam o ritmo cardíaco (GUYTON, 1988).<br />
A condução do impulso através do coração ocorre através de um sistema de<br />
condução especial o Sistema de Purkinge, o qual transmite em uma velocidade cinco vezes<br />
maior do que as fibras do músculo cardíaco. Do nó sinoatrial saem vários feixes muito<br />
delicados de fibras as vias internodais, as quais passam pelas paredes atriais até o nó<br />
atrioventricular, situado na parede inferior posterior átrio direito. Daí partem ou feixe de<br />
fibras, as atrioventriculares, atingido o septo atrioventricular, quando se dividem em dois<br />
grandes ramos um esquerdo e um direito. O esquerdo atinge a superfície interna do ventrículo<br />
esquerdo, e o direito atinge o ventrículo direito percorrendo o mesmo trajeto. No ventrículo<br />
estes ramos subdividem-se em ramos menores que fazendo contato com todas as fibras do<br />
músculo cardíaco, conduzindo rapidamente o impulso uniformemente para todas as regiões do<br />
coração (GUYTON, 1988).<br />
Após a geração do impulso ocorre a contração dos átrios, entretanto ao chegar no nó<br />
atrioventricular este impulso é retardado, o que permite que o sangue entre nos ventrículos<br />
através da contração atrial. O período de contração dos ventrículos é a sístole e o seu<br />
relaxamento a diástole (GUYTON, 1988).<br />
O coração possuiu um sistema de controle próprio, quer dizer pode funcionar sem<br />
influências nervosas, porém sua eficácia pode ser grandemente melhorada por meio de<br />
estimulação do sistema nervoso autônomo, através dos nervos parassimpáticos e simpático. A<br />
estimulação parassimpático produz três efeitos principais no coração, diminuí a freqüência, a<br />
força de contração do coração e retarda a condução dos impulsos do nó atrioventricular. A<br />
estimulação simpática tem efeito inverso a parassimpático, aumentando a freqüência e a força<br />
de contração, e diminuindo o intervalo de condução, o que aumenta a atividade do coração<br />
como bomba (GUYTON, 1988).<br />
O coração é irrigado pelas artérias coronarianas, os primeiros ramos da artéria aorta,<br />
as coronárias direita e esquerda, estas se ramificam pela superfície externa cardíaco até<br />
chegarem ao músculo cardíaco (GUYTON, 1988)<br />
19
Fluxo sanguíneo<br />
A pressão nas artérias é causada pelo bombeamento de sangue através do ventrículo<br />
esquerdo para a aorta. A maior parte da resistência é causada pelos vasos de pequeno calibre<br />
como as arteríolas e os capilares, uma vez que resistência ao fluxo é inversamente<br />
proporcional à quarta potência do diâmetro do vaso (GUYTON, p. 222, 1988).<br />
O coração de uma pessoa em repouso é de 5 litros por minuto, o que é chamado<br />
débito cardíaco. A força que o sangue faz na parede de um vaso é chamada de pressão, esta<br />
pressão distende os vasos, sabendo que todos os vasos, podem ser distendidos, principalmente<br />
veias. A pressão que o sangue exerce sobre a parede dos vasos faz com que o sangue flua pela<br />
circulação (GUYTON, 1988).<br />
Infarto Agudo do Miocárdio-IAM<br />
Segundo Assad (1985, p. 03) o Infarto Agudo do Miocárdio consiste na destruição<br />
da musculatura miocárdica que se segue à interrupção de fluxo coronário quase sempre<br />
secundário aterosclerose .<br />
Quando ocorre um desequilíbrio entre o suprimento de O2 e a necessidade do músculo<br />
cardíaco, ocorre o que chamamos de isquemia do miocárdio, que pode ser resultado da diminuição<br />
do fluxo sangüíneo, (diminuição da luz do vaso), ou aumento da demanda de O2 devido a<br />
condições adversas, como por exemplo, o estresse. O resultado da isquemia do miocárdio pode, em<br />
alguns casos ser a angina pectoris ou mesmo o IAM, por destruição tecidual (necrose) (SCHELL;<br />
PUNTILLO, 2005).<br />
Segundo Brunner e Suddarth (2002), o IAM é o processo na qual as células miocárdicas são<br />
destruídas de maneira permanente. Geralmente causada pela redução do fluxo sangüíneo em uma<br />
artéria coronária, devido á arteriosclerose e a oclusão completa de uma artéria por êmbolo ou<br />
trombo.<br />
O infarto do miocárdio é restrito a uma região de morte celular pós-isquemia, com a<br />
cicatrização da área afetada pode ser retardada devido a permanecia de fluxo diminuído. A<br />
isquemia nem sempre leva a necrose celular, apenas quando o ambiente isquêmico se prolonga<br />
ocorre a isquemia de miocárdio ( ASSAD, 1985).<br />
A doença cardiovascular no Brasil é a principal causa de morte entre homens e mulheres, e<br />
varias causas contribuem para as alterações na função cardiovascular. O cuidado da vitima<br />
com distúrbio cardiovascular em situações de emergência ou cuidados críticos requer um<br />
conhecimento profundo de anatomia, fisiologia e do funcionamento hemodinâmico<br />
cardiovascular (HUDDLESTON; FERGUSON, 2006, p.136).<br />
Durante o processo de infarto ocorre alterações hemodinâmicas na distensibilidade e na<br />
contratilidade do miocárdio. Assad (1985) descreve a fisiopatologia destas alterações:<br />
20
Distensibilidade: a complacência ventricular é afetada, devido a hipóxia miocárdica, a qual<br />
compromete o enchimento desta cavidade, fazendo com que o átrio funcione com mais efetividade.<br />
Esta alteração se dá devido a uma diminuição na produção de Adenosina tri-fosfato (ATP), gerada<br />
pela hipóxia. O ATP possuiu função importante no deslocamento do Cálcio.<br />
Contratilidade: as alterações sistólicas do IAM estão intimamente ligadas à área afetada. A<br />
hipóxia do miocárdio interfere na função contrátil do músculo, este fato também devido ao<br />
deslocamento do mecanismo aeróbico para anaeróbico, restringindo o ácido pirúvico e aumentando<br />
ácido lático.<br />
Angina Pectoris<br />
Segundo Júnior (1997 p. 27) a Angina Pectoris é uma síndrome clínica descrita por<br />
Heberden e resulta da deficiência relativa de oxigênio do músculo cardíaco, por oferta<br />
diminuída, ou por excesso no consumo . Segundo este mesmo autor as placas ateromatosas<br />
obstruem 75% do lúmem do vaso restando apenas 25%, os quais podem ser insuficientes em<br />
momentos de demanda aumentada.<br />
O fluxo coronariano inadequado ou insuficiente resulta em episódios de dor e pressão<br />
na parte anterior do tórax. Ela resulta da diminuição do aporte sanguíneo ao miocárdio, com<br />
conseqüente diminuição de oxigênio. A demanda de oxigênio aumenta enquanto o fluxo<br />
insuficiente não é capaz de suprir esta demanda (BRUNNER; SUDDART, 2002).<br />
Hudldleston e Ferguson (2006), classificam a angina em estável, instável e variante:<br />
Angina estável: é caracterizada por um padrão de dor consistente de causa,<br />
intensidade e duração ou seja prevísivel, geralmente aliviada com repouso e administração de<br />
nitroglicerina.<br />
Angina instavel: caracterizada por mudança na no padrão de dor, esta agora<br />
com mais intensidade frequência e nível de atividade menor. Brunner e Suddart decrevem esta<br />
dor como pré-infarto.<br />
Angina variante: dor causada por vasoespasmo de artéria coronáriana, não esta<br />
relacionda aos esforsos físícos e estresse como as anteriores, esta é chamada atípica.<br />
Na sua grande maioria é causada por doença aterosclerótica e sempre é causada por<br />
obstrução importânte da luz do vaso coronáriano, tornando o fluxo sanguineo insuficiente. A<br />
dor típica angiosa está associada a alguns fatores desencadeantes, tais como o esforço físico,<br />
devido ao aumento das necessidades de oxigênio do miocárdio. Esposição ao frio, o que pode<br />
provocar vasoconstricção e consequênte aumento da Pressão Arterial, o qual também gera<br />
21
aumento das demandas de oxigênio. E ingestão de refeições exessivamente pesadas, o que<br />
gera aumento do fluxo sanguíeno n aregião mesentérica, reduzindo o aporte para o miocárdio.<br />
O estresse ou situações que gerem emoções em demasia, causa liberação de adrenalina,<br />
aumentando a pressão arterial, acelerando a frequência cardiáca, aumentando o trabalho<br />
miocárdico. Todos este fatores poder desencadeas a dor anginosa (BRUNNER, SUDDART,<br />
2002).<br />
A angina é comumente descrita como desconforto pré-cordial esquerdo ou<br />
subesternal, que é percebido como um aperto ou peso ou pressão ( Júnior, p. 28,<br />
1997). Esta dor pode se irradiar para o pescoço, face ulnar do braço esquerdo, mandibula,<br />
epigásttrio e em alguns casos dorso (JÚNIOR, 1997).<br />
Júnior (1997), relata que esta dor pode durar até 20 minutos, com melhora ao reposo<br />
ou com uso de medicamentos vasodilatadores.<br />
Segundo Silva (2000), a isquemia miocárdica pode gerar amplo espectro de<br />
alterações bioquimícas e funcionais nas células das musculatura estriada do coração a<br />
depender de sua intensidade,duração e instalação .<br />
Hipertensão Arterial Sistêmica HAS<br />
Segundo a Associação Americana de Cardiologia a hipertensão é definida como a<br />
pressão sistólica maior ou igual a 130 mmHg e a pressão diastólica maior ou igual a 90<br />
mmHg, durante um período sustentado (BRUNNER; SUDDARTH, 2002).<br />
Hipertensão é aquele nível de pressão arterial para qual a detecção e o tratamento<br />
trazem mais benefícios do que prejuízos (LUNA, 1989, p. 02).<br />
Em estudo realizado na região sul do país, foi observado uma prevalência de 19,8%<br />
da população estudada e 32% com HAS, diagnosticada anteriormente com tratamento<br />
antihipertensivo e HAS compensada. Observou-se a maior prevalência em pessoas de raça<br />
negra, em pessoas idosas e sem significativa diferença entre os sexos. O histórico familiar de<br />
HAS está significativamente associado à prevalência. A baixa escolaridade, o consumo de<br />
álcool duas vezes por semana, o padrão sedentário e o tabagismo, mostram-se fatores<br />
importantes no aumento da prevalência. Entre os obesos a taxa de HAS foi de 33%,<br />
representando uma significância bastante importante (PICCINI; VICTORA, 1994).<br />
Brunner e Suddarth (2002), subdividem a hipertensão em primária e secundária. A<br />
hipertensão primária ocorre sem causa aparente, à elevação da pressão possuí causa<br />
indeterminada. A hipertensão secundária ocorre a partir de causa determinada. Por vezes ela é<br />
22
insidiosa e demonstra-se assintomática. Com freqüência a hipertensão é acompanhada de<br />
fatores de risco para cardiopatias e doença aterosclerótica.<br />
A hipertensão arterial primária é alvo de estudos, a muitos anos, de acordo com Luna (1989),<br />
desde os anos 60 estuda-se e procura-se a causa, prevalece a idéia que é multifatorial, que mesmo em<br />
jovens é devido a interações genéticas e fatores ambientais.<br />
Segundo Luna (1989 p. 09), a hipertensão arterial compromete os órgão mais nobres do<br />
organismo humano, constituindo um risco devastador para a saúde do homem, gerando<br />
em seu bojo, várias e graves complicações cardiovasculares e resultando, finalmente na<br />
morte.<br />
Enfraquecimento das artérias estimula e aceleramento da aterogênese e lesão progressiva<br />
dos órgãos são algumas das conseqüências da hipertensão arterial (LUNA, 1989).<br />
Luna (1989) cita além dos fatores genético intrinsecamente envolvido na etiopatogenia<br />
da hipertensão, outros fatores ambientais já amplamente explorados, como o uso exacerbado de<br />
sal, a obesidade, excesso de álcool, tensão emocional, sedentarismo e tabagismo. Segundo este<br />
mesmo autor a prevalência da hipertensão numa população parece ser paralela ao consumo de sal<br />
da mesma. Com freqüência, portadores de hipertensão arterial, desenvolvem Angina Pectoris,<br />
infarto no miocárdio e suas complicações.<br />
Crise Hipertensiva e Emergência Hipertensiva<br />
Luna (1989 p. 241), diferencia crise hipertensiva de emergência hipertensiva, para ele, a<br />
crise hipertensiva é uma elevação súbita da pressão arterial, acompanhada, eventualmente, de mal<br />
estar, cefaléia ou tonteira e ligada a um problema emocional . Assad (1985, p. 113) considera<br />
emergência hipertensiva aquelas síndromes causadas ou agravadas por uma hipertensão arterial<br />
severa .<br />
A sintomatologia da crise hipertensiva para Luna (1989, p. 242), está relacionada aos<br />
problemas psíquicos, com conseqüente elevação da pressão arterial. Estas crises de pressão<br />
arterial seriam elevações transitórias da pressão arterial ligadas a um fator emocional .Alguns tipos<br />
de temperamentos fazem com que estas pessoas estejam mais propensas a desenvolver a crise.<br />
A emergência hipertensiva pode ser gerada a partir da crise hipertensiva, sendo<br />
considerada grave e com necessidade de tratamento intensivo. Podemos encontrar diversas<br />
conseqüências desta elevação de pressão arterial, caracterizando a emergência hipertensiva:<br />
hipertensão acelerada ou maligna, hipertensão diastólica com repercussão no Sistema Nervoso<br />
Central, dissecção aguda da Aorta, eclampsia, hipertensão arterial levando a edema agudo de<br />
pulmão, hipertensão não controlada que requer cirurgia de urgência, hipertensão refratária pós-<br />
23
transplante renal e hipertensão refratária complicando o infarto agudo do miocárdio (ASSAD,<br />
1985).<br />
Parada Cardiorespiratória -PCR<br />
Segundo Assad (1985), Parada cardiorespiratória é a interrupção súbita, brusca, da ação<br />
ejetora do coração, com repercussões sobre a função respiratória e sobre o Sistema Nervoso<br />
Central. Ela ocorre quando o coração entra em assistolia, ou quando as contrações são<br />
inadequadas para manter o débito cardíaco (HUDDLESTON; FERGUSON, 2006).<br />
A PCR pode gerar repercussões no Sistema Nervoso Central, que podem ser<br />
reversíveis e irreversíveis, dependendo de sua duração, pode levar o individuo a<br />
descerebração (ASSAD, 1985).<br />
Assad (1985), descreve a PCR em duas modalidades, a fibrilação ventricular e<br />
assistolia. A fibrilação ventricular é a despolarização rápida, desorganizada de ventrículos,<br />
caracterizada por ausência de impulso elétrico específico, condução e contração e a<br />
assistolia é a ausência total de atividade ventricular elétrica (HUDDLESTON;<br />
FERGUSON, 2006, p.115).<br />
Comumente a Parada Cardiorespiratória é desencadeada por Infarto Agudo do<br />
Miocárdio, mas também pode ser causada por insuficiência cardíaca, choque, desequilíbrio<br />
hidroeletrolítico grave, desequilíbrio ácido-básico, afogamento, descarga elétrica,<br />
superdosagem de fármacos ou de drogas ou parada respiratória (HUDDLESTON;<br />
FERGUSON, 2006, p. 52). Assad (1985) complementa, relatando que pode ser causada<br />
também por reflexo vagal e embolia gasosa.<br />
São sinais associados a PCR, ausência de pulsação arterial, em vaso de médio ou<br />
grande calibre, midríase (após 30 segundo de parada), cianose, e apnéia (Assad, 1985).<br />
O tempo transcorrido entre a PCR e a Reanimação Cardiopulmonar-RCP, é decisivo,<br />
na manutenção das funções vitais do individuo, bem como no prognóstico do mesmo<br />
(ASSAD, 1985). As células têm resistência desigual à falta de oxigênio. As células nervosas<br />
possuem de quatro a seis minutos sem oxigênio, já as cardíacas de trinta a quarenta minutos<br />
(GUYTON, 1988). A reanimação cardirespirátória segue protocolos pré-estabelecidos (Anexo<br />
IV).<br />
Choque<br />
Couts (2005), define choque como um a síndrome clínica aguda, iniciada por uma<br />
hipoperfusão (hipotensão) que leva a uma perfusão tissular inadequada e a uma alteração no<br />
24
metabolismo celular que resulta em disfunção de órgãos vitais . A autora ainda classifica o<br />
choque em:<br />
Cardiogênico: são aqueles relacionados a disfunções cardíacas, que podem levar a falência do<br />
coração, como infarto ou contusão do miocárdio, miocardiopatias, medicações, estenoses eu<br />
regurgitação valvular, defeitos da parede, e ainda as arritmias.<br />
Obstrutivo: tromboembolismo pulmonar, dissecção áortica, tamponamento cardíaco,<br />
pneumotórax hipertensiva, tumores, e crise de anemia falciforme, todos esses eventos<br />
obstrutivos podem levar ao choque.<br />
Distributivo: é toda e qualquer substância/hormônio que ao cair no aparelho circulatório<br />
cause reação do tipo anafilaxia, sepse, problemas endócrinos ou mesmo traumas de espinha<br />
exposição tóxicas e farmacológicas.<br />
Rogers, Osborn e Pousada (1999) o dividem o choque em três estágios:<br />
Inicial: quando é potencialmente reversível;<br />
Intermediário: a perfusão tecidual está evidentemente diminuída.<br />
Irreversível: quando o metabolismo se torna anaeróbio, resultando em falha<br />
orgânica progressiva e acidose.<br />
A fisiopatologia de cada tipo de choque não difere, o principal comprometimento em<br />
todos os tipos é na redução do fluxo sangüíneo, que conduz a uma inadequada perfusão<br />
tissular, com possível lesão ou morte celular. (SCHELL; PUNTILLO, 2005).<br />
Hipovolêmico: em um ser humano saudável, o volume de sangue circulante é de 70 ml por kg.<br />
Este parâmetro varia de acordo com a idade, sendo que na infância os valores são mais baixos<br />
que nos adultos. Podemos contar com oscilações fisiológicsa da volêmia por consequência de<br />
pequenas perdas sangüineas, ou variação na hidratação. As oscilações observadas nas grandes<br />
hipovolemias, adaptam-se da mesma forma que em individuos com pequenas perdas, o que<br />
varia é a intensidade, mas as soluções encontradas pelo organismo podem torna-se<br />
insuficiênte diante grande perda, gernando o que chamamos de choque hipovolêmico<br />
(SILVA, 2000).<br />
O choque é a condição que exite uma grande perda sanguinea, perfusão orgânica e<br />
tecidual, resultando em distúrbios metabólicos celulares (BRUNNER; SUDDART, 2002).<br />
Podemos listar os sinais e sintomas do choque hipovolêico. Pressão arterial<br />
descrescente, frequência cardiáca aumentada, pele fria e úmida, perfusão capilar diminída,<br />
palidez, sede, diaforese, sensório alterado, oligúria, acidose metabólica e hiperpnéia<br />
(BRUNNER; SUDDART, 2002).<br />
25
Crise Conversiva ou Transtornos Dissociativos<br />
Segundo Wender (1981), reações de conversão, são misteriosas enfermidades, que<br />
aparentemente físicas, ocasionalmente ocorrem em pessoas portadoras de desordens de<br />
personalidade. É bastante difícil distinguir este comportamento da simulação de doença, que<br />
pode ocasionalmente ser usado para adotar um determinado tipo de comportamento.<br />
Este transtorno pode ser conceituado como a perda parcial ou completa da<br />
integração normal entre as memórias do passado, consciência de identidade e sensação<br />
imediata e controle dos movimentos corporais . Neste tipo de crise, a capacidade de controle<br />
consciente está comprometida, não podendo saber-se ao certo o quanto é consciente, e qual o<br />
controle voluntário sobre as ações (CAETANO, 1993, p. 149).<br />
Estes transtornos são descritos como psicogênicos em sua origem, estando<br />
intimamente relacionados a eventos traumáticos, problemas de difícil resolução ou<br />
relacionamentos interpessoais afetados. O termo conversão é aplicado a esses transtornos,<br />
pois implica que o afeto desprazeroso produzido pelos transtornos e conflitos que o paciente<br />
não pode resolver é de alguma forma transformado nos sintomas (CAETANO,1993, p.150).<br />
O início e o término destas crises são relatados como súbitos, porém raramente são<br />
observados, estados crônicos pode desenvolver-se, se estes estiverem envolvidos a problemas<br />
insolúveis ou de difícil resolução (CAETANO, 1993).<br />
Dentre os atendimentos prestados, observamos uma incidência bastante elevada de<br />
pessoas em trabalho de parto, levando a necessidade de aprimoramento nos conhecimentos<br />
sobre este mecanismo, para que possamos transportar a pessoa até a maternidade com<br />
qualidade e caso seja necessário efetuar o parto na unidade<br />
Contratilidade Uterina<br />
As últimas quatro semanas de gestação podem ser chamadas de pré-parto. Este<br />
período é caracterizado pelas contrações de Braxton-Hicks mais intensas e freqüentes, três<br />
contrações por hora (REZEN<strong>DE</strong>; MONTENEGRO, 1995).<br />
O parto propriamente dito está associado às contrações dolorosas e rítmicas, que<br />
condicionam a dilatação do colo uterino. Na dilatação as contrações tem intensidade de 30<br />
mmHg e freqüência de 2 a 3 por 10 minutos, para ao final chegar a 40 mmHg e 4 contrações<br />
por minutos. O decúbito lateral proporciona aumento da intensidade e diminuição da<br />
freqüência, o que aumenta a eficiência e para a progressão do parto. Durante o período<br />
expulsivo a freqüência a freqüência atinge 5 contrações em 10 minutos e intensidade de 50<br />
26
mmHg Após o nascimento, o útero continua a produzir contrações, para que ocorra o<br />
descolamento da placenta, estas contrações são indolores. (REZEN<strong>DE</strong>; MONTENEGRO,<br />
1995).<br />
Períodos Clínicos do Parto<br />
A evolução clínica do parto distingue-se em três períodos: dilatação, expulsão,<br />
dequitação ou secundamento, também segue um quarto período, conhecido como de<br />
Greeberg, que corresponde à primeira hora após o parto (BRÜGGEMANN, 2002).<br />
Segundo Brüggemann (2002, p. 36), o primeiro período, o de dilatação<br />
cervical, transcorre desde o início das contrações uterinas regulares, que modificam a cérvice<br />
até a dilatação ou ampliação completa (10 cm) . A dilação compreende dois fenômenos, o<br />
esvaecimento ou apagamento e dilatação do colo propriamente dita. Esta autora ainda<br />
subdivide esta etapa em duas fases, a fase latente (esvaecimento e dilatação até 3 cm), e fase<br />
ativa ( 3cm até a dilatação completa).<br />
À medida que se amplia a cérvico-dilatação, cria-se um espaço onde o líquido<br />
amniótico irá coletar-se, tumefazendo-se as membranas ovulares (córion é âmnio) . Deste<br />
modo forma-se o que chamamos de bolsa das águas , esta se insinuará inicialmente na parte<br />
interna do colo, e posteriormente no externo. A rotura destas membranas ocorre geralmente<br />
no final do período de dilatação, com a saída de parte do líquido amniótico, porém pode<br />
ocorrer mais precocemente, ou no momento da expulsão do concepto. Podemos facilmente<br />
perceber quando ocorre esta rotura, pois ocorre o escoamento deste líquido<br />
(BRÜGGEMANN,2002, p. 39).<br />
O segundo período corresponde o de expulsão do concepto, e compreende entre a<br />
dilatação completa e a completa expulsão (BRÜGGEMANN, 2002). Segundo Rezende e<br />
Montenegro (1995) alguns fenômenos caracterizam o final do período de dilatação, são eles:<br />
70 segundo de duração;<br />
fazer força ;<br />
Quatro a cinco contrações em 10 minutos, com 50 mmHg de intensidade e 45 a<br />
A cabeça fetal insinua-se no canal de parto;<br />
Pressão sobre as paredes vaginais, períneo e ânus, ocasionando vontade de<br />
Dilatação cervical completa (10 cm);<br />
Abaulamento do períneo, protusão do ânus, dilatação da vulva e apagamento<br />
grandes lábios, abrindo passagem para a apresentação.<br />
27
A parturiente deve ser orientada a fazer força apenas nos momento de contração,<br />
relaxando nos intervalos (BRÜGGEMANN, 2002).<br />
O terceiro e último período correspondem, para Rezende e Montenegro (1995), a<br />
dequitação ou secundamento. É o estagio que se processa após a expulsão do concepto e se<br />
caracteriza pela expulsão da placenta.<br />
Após o nascimento, as membranas são facilmente descoladas, pela ação das<br />
contrações, que se seguem, pelo pregueamento do útero e pela queda e descida da placenta,<br />
que por ação da gravidade, desce e é expulsa, pelo mesmo mecanismo do período expulsivo.<br />
O miotamponamento é responsável pela obliteração da dos vasos, que ligavam o feto a mãe,<br />
e após o trobotamponamento, completa a obliteração (BRÜGGEMANN, 2002).<br />
Mecanismo de Parto<br />
Segundo Resende e Montenegro (1995), do ponto de vista do mecanismo o feto é um<br />
objeto , que percorre a bacia, impulsionado pelas contrações uterina. Este objeto é<br />
formado por dois segmentos semidependentes, a cabeça, ovóide e o corpo, córmico.Este<br />
mesmo autor, explica que no transcurso do feto através do canal de parturitivo, impulsionado<br />
pela contratilidade uterina e pela contração da parede abdominal, ele é compelido a executar<br />
um certo número de movimentos passivos que procuram adaptá-los às diferentes formas do<br />
canal. Assim os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos pélvicos.<br />
Segundo Brüggemann (2002), os tempos de mecanismo não são independentes uns<br />
dos outros, mas solidários. Antes de terminar um, já começa o seguinte, fundindo-se<br />
todos em um movimento harmônico de espira que propulsa e faz rodar a cabeça<br />
fetal .<br />
Rezende e Montenegro (1995), dividem o mecanismo de parto em seis tempos:<br />
Insinuação: é a passagem da maior circunferência fetal através do anel estreito superior.<br />
Descida: completando a descida a insinuação desce até as proximidades do assoalho pélvico.<br />
A descida se inicia desde o inicio do trabalho de parto até a expulsão do concepto.<br />
Rotação interna da cabeça: a cabeça do feto dilata e distende o diafragma pélvico, sofrendo<br />
rotação, no sentido que a occipital em direção a sínfise púbica da mãe. Neste mesmo<br />
momento as escapulas penetram o estreito superior da bacia.<br />
Desprendimento da Cabeça: após a rotação da cabeça, a suboccipital irá se deslocar sob a<br />
arcada púbica materna, a nuca se apóia nesta arcada, a cabeça movimenta-se até o ponto em<br />
que ocorre o desprendimento completo.<br />
28
Rotação externa da cabeça e rotação interna das espáduas: após o desprendimento da<br />
cabeça, esta sofre uma flexão, voltando o occipital para o lado onde se encontrava na bacia.<br />
Este movimento faz com que as escápulas a posição anterior.<br />
Desprendimento das espáduas: a espádua anterior transpõe a arcada púbica a se desprende,<br />
posteriormente o tronco faz um movimento de flexão lateral, e desprende o ombro posterior.<br />
O restante do feto não apresenta resistência para o nascimento.<br />
Puerpério<br />
Para Resende e Montenegro (1995), é conceituado como o período cronologicamente<br />
variável, e duração imprecisa, que si inicia logo após o parto e termina quando as<br />
modificações locais e gerais determinadas pela gestação no organismo materno retornam às<br />
condições normais. Para este mesmo autor o período de duração do puerpério corresponde as<br />
seis a oito semanas subseqüentes ao parto.<br />
Resende e Montenegro (1995), afirmam que as alterações fisiológicas no pós-<br />
parto ocorrem em dois processos distintos, denominados crise e recuperação vaginal. A crise é<br />
a involução da musculatura uterina e vaginal e a recuperação vaginal, o processo regenerativo<br />
das mucosas uterina e vaginal.<br />
O puerpério é classificado de acordo com o tempo transcorrido desde o parto, sendo<br />
subdividido em imediato (após a dequitação até o décimo dia de pós-parto), tardio (décimo<br />
primeiro até o quadragésimo quinto dia de pós-parto) e remoto (com duração imprecisa,<br />
dependendo do tempo de lactação da mulher) (RESEN<strong>DE</strong> E MONTENEGRO, 1995).<br />
Promoção do Aleitamento Materno<br />
Segundo Santos (1989, p. 25), é inquestionável a crescente retomada de consciência<br />
sobre a superioridade e importância nutricional bioquímica e imunológica do leite humano .<br />
Resende e Montenegro (1995) enumeram as vantagens do aleitamento materno para<br />
a mãe e para o filho:<br />
É altamente nutritivo e supre todas as necessidades (açucares, proteínas,<br />
gorduras e sais minerais) alimentares até os seis primeiros anos de vida.<br />
organismo materno.<br />
Protege o recém-nascido, por trazer consigo imunoglobulinas oriundas do<br />
É isento de bactérias, não estragando no organismo materno.<br />
É economicamente mais barato, não necessitando de preparo.<br />
29
É psicologicamente recompensadora para a mãe e o recém-nascido.<br />
Funciona como método anticoncepcional, se amamentação exclusiva e<br />
enquanto a mãe está em amenorréia.<br />
Anatomia e Fisiologia da Glândula Mamária<br />
A fisiologia da Glândula Mamaria esta divida fundamentalmente em três etapas<br />
(RESEN<strong>DE</strong>; MONTENEGRO, 1995), (SANTOS, 1989):<br />
glândula mamaria.<br />
Mamogênese<br />
Mamogênese ou Mamotrófica, que corresponde ao desenvolvimento da<br />
Lactogênese ou Galactogènica, que corresponde ao inicio da lactação.<br />
Lactopoese ou Galactopoiese, a manutenção da lactação.<br />
As mamas possuem como unidade morfofuncional o àcino mamário, forrado por<br />
uma camada de células epiteliais que são repensáveis pela secreção do leite, envolvendo estas<br />
células outro grupo celular, responsável pela contratilidade e ejeção do leite, as células<br />
mioepiteliais. O desenvolvimento das glândulas mamárias inicia-se na puberdade e termina no<br />
climatério.<br />
Durante a gestação ocorre um aumento no crescimento das estruturas glandulares,<br />
evento próprio do período gestacional, causado pelo aumento de hormônios tipicamente<br />
femininos como estrógenos e progesterona.<br />
Lactogênese<br />
Está subdivida em duas fases distintas, a de produção do leite e da secreção Láctea.<br />
Durante a fase de secreção ocorre o aumento das mamas, da sensibilidade, turgidez, dor e<br />
calor. A classificação Láctea é feita através de sua idade, inicial (0 ao 5 dias), colostro, de<br />
transição (6 ao 10 dias) e o leite maduro do 11 dia em diante.<br />
Lactopoese<br />
A manutenção da secreção Láctea depende de fatores neuroendócrinos, chamados<br />
reflexos neuroendócrinos de succção desencadeados pela sucção do mamilo. A secreção<br />
Láctea cessa-se, quando acaba-se o estimulo, ou seja a sucção do bebê.<br />
30
A o hormônio ocitocina é responsável pela ejeção do leite, bem como o estimulo da<br />
sucção, inibe o fator inibidor de prolactina, via hipotálamo, a prolactina age diretamente<br />
estimulando a produção do leite.<br />
Assistência de Enfermagem ao Recém Nascido-RN, em parto emergencial.<br />
Em uma situação de parto emergencial, devemos estar atentos á alguns padrões de<br />
normalidade do Recém Nascido, bem como prestar assistência imediata após o nascimento.<br />
Entende-se por assistência imediata àquela prestada ao Recém Nascido logo após o<br />
seu nascimento, ou seja, as duas primeiras horas que se seguem após o parto (MONTICELLI;<br />
OLIVEIRA, 2002, p. 71)<br />
Secar e aquecer o RN - A transição do ambiente líquido e aquecido do útero<br />
materno, para o ambiente exterior, representa uma mudança muito brusca<br />
para o RN, que responde com vasoconstricção e metabolização de gorduras.<br />
Aspirar o RN - retirar as secreções das vias aéreas, permitindo a melhor<br />
respiração do RN.<br />
Se estivéssemos em ambiente hospitalar, maternidades, necessitaríamos de cuidados e<br />
rotinas, mais complexos, porém, imediatamente após o parto emergencial devemos<br />
encaminhar a pessoa puérpera e o RN para a maternidade para avaliação detalhada.<br />
Acidentes de Trânsito<br />
Apesar do Corpo de Bombeiros Militares, ainda ser responsável pela maior parcela<br />
dos atendimentos traumáticos (acidentes de trânsito), uma parcela significativa foi atendida<br />
por nós durante a Prática Assistencial, fato este que nós remeteu a necessidade de<br />
aprimoramento, logo a presente revisão engloba alguns aspectos acerca desta temática.<br />
Segundo Oliveira (2004) a cada ano estima-se que 420 mil acidentes<br />
automobilísticos acontecem, no Brasil, os quais geram mais de 300 mil feridos e cerca de 25<br />
mil mortos, 80 mil dos mortos e feridos, são jovens com idade inferior a 25 anos. Além destes<br />
ainda temos os acidentes envolvendo motociclistas e pedestres, que juntos somam 64 mil<br />
acidentes por ano. A grande maioria dos acidentes ocorre nas áreas urbanas, porém nas<br />
grandes rodovias estes são mais graves, podendo ser fatais. As maiores incidências são<br />
observadas nos finais de semana, feriados e no período noturno.<br />
Esta relação ocorre em conseqüência da maior ingestão de bebidas alcoólicas e<br />
drogas e em virtude de fatores ligados ao meio ambiente (menor visibilidade) e aos usuários<br />
31
de via pública (excesso de velocidade, desrespeito aos semáforos, entre outros) (BASTOS;<br />
ANDRA<strong>DE</strong>S; SOARES, 2005).<br />
Segundo Bastos, Andrades e Soares (2005) das pessoas de acidentes de trânsito a<br />
maioria é do sexo masculino, com predominância na faixa etária de 20 a 29 anos, ficando os<br />
adolescentes logo em seguida.<br />
Alguns estudos têm formulado algumas hipóteses explicativas para o comportamento<br />
desses adolescentes e adultos jovens que justifiquem essa maior incidência: inexperiência,<br />
busca de emoções, prazer em experimentar sensações de risco, impulsividade e abuso de<br />
álcool e drogas estão associados ao comportamento dos mesmos (BASTOS; ANDRA<strong>DE</strong>S;<br />
SOARES, 2005).<br />
Segundo reportagem do mês de julho em jornal de grande circulação no estado, o<br />
número de motoristas presos por embriaguez nas rodovias federais de Santa Catarina<br />
aumentou em 80% nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período do ano<br />
passado. No período de 01 de janeiro à 30 de junho de 2006, foram presos enquanto que no<br />
ano anterior neste mesmo período ocorreram 119 prisões (BERTOLINI, 2006).<br />
Os motociclistas são as principais vitimas de acidente de transito, juntamente com os<br />
pedestres. Os acidentes com motociclistas quando não resultam em óbito geram ferimentos<br />
graves, levando os mesmos a incapacitação. Além disso, os motociclistas também colocam<br />
em risco a integridade de outros usuários de via pública, o aumento na proporção de vitimas<br />
ciclistas se dá devido á deficiência de ciclovias e a maior exposição do ciclista a ferimento. O<br />
menor percentual de vitimas, está ligado aos ocupantes de veículos pesados e outros<br />
(BASTOS; ANDRA<strong>DE</strong>S; SOARES, 2005).<br />
Este mesmo autor afirma que no Brasil, as ações voltadas para a organização das vias<br />
públicas e o tráfego privilegiam o trânsito dos veículos motorizados, deixando os pedestres<br />
em desvantagem.<br />
Traumas<br />
Hunddlestn e Ferguson (2006, p.308) definem o trauma como:<br />
Uma lesão advinda de força; pode ser acidental, auto-imposta ou um ato de violêcia<br />
que atinge varios sistemas e requer intervenções imediatas e especificas<br />
para evitar perda do membro afetado ou da vida.<br />
.<br />
Para Oliveira (1994), trauma e um a lesão de extensão e intensidade variável,<br />
podendo ser propovocada por inumeros agentes. Pode ser acidental ou intencional, prolongada<br />
ou instantânea, gerando perturbação somática e/ou psiquica.<br />
32
O trauma é considerado como a primeira causa de mortalidade por causas extrenas,<br />
na faixa etária de 5 a 40 anos, ficando em terceiro na mortalidade geral. A primeira hora é<br />
resonsável por 50% das mortes, sendo o traumatismo crânioencefálico, instabiliddae<br />
crdiorrepiratória e aspiração as principais causas. Outros 30% das morte ocorrem dentro da<br />
Uindade Hospitalar por Hemorragia e 20% uma semana após o trauma por infecção e falência<br />
múltpla de órgãos (OLIVEIRA,1994).<br />
Segundo Huddleston e Ferguson (2006), as causas mais comuns de traumas, são os<br />
acidentes em veículos motorizados, incluindo carros motocicleta e pedestres, feridas por<br />
armas de fogo, armas brancas, objetos perfurocortantes, quedas de nível e lesão relacionadas<br />
ao esporte.<br />
Biomecânica do Trauma<br />
O tramento das pessoas de trauma, depende da indentificação das lesões, portanto<br />
deve-se conhecer os conceitos básicos do mecânica do trauma, ou seja, as forças e<br />
movomentos responsáveis pelo evento traumpático (OLIVEIRA, 2004).<br />
Para explicar a cinemática que envolve o trauma devemos abordar as leis físicas<br />
envolvidas neste mecanismo (OLIVEIRA, 2004):<br />
Princípio da inércia (primeira lei de Newton): este princípio determina que um corpo em<br />
repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer<br />
em movimento, desde que nenhuma força externa exerça ação sobre ele. Portanto se um<br />
automóvel, está em movimento e colidir, este vai parar, porém os ocupantes tendem a<br />
permacer em movimento ao menos que ocorra a colisão com algo.<br />
Princípio fundamental da dinânica (segunda lei de Newton): segundo este princípio, a<br />
força de corpo é igual a sua massa multiplicada pela aceleração do mesmo. Portanto um<br />
veiculo em alta velocidade possuí uma força de colisão maior.<br />
Princípio da ação e reação (terceira lei de Newton): é o princípio da ação e da reação, de<br />
mesma força e intensidade, porém direção contrária. Apesar da ação e reção ser a<br />
mesma, esta está deretamente ligada a massa e as carcterísticas individuais de cada<br />
corpo. Portanto a força que um veículo aplica sobre o alvo de sua colisão é igual a que é<br />
aplicada por ele.<br />
Lei da Conservação da energia: esta lei afirma que nada pode ser criado e sim<br />
transformado. Logo a energia cinética do movimento de um automóvel pode ser<br />
33
convretida, após um impacto a energia mecânica, a qual é responsavel pelos danos<br />
materiais deste veículo.<br />
Energia cinética: é a energia derivada do movimento, portanto todos os corpos que se<br />
movém possuem energia. Esta energia é derivada de sua massa e velocidade, porém a<br />
sua massa representa ½ enquanto a velocidade e representada ao quadrado. O que<br />
reforça a idéia de que altas velocidades produzem acidentes com muito mais riscos de<br />
vida dos ocupantes.<br />
Mecânica do trauma em colisões automobílisticas<br />
Podemos observar nestes acidentes três impactos principais:<br />
Primeiro impacto: veículo contra o objeto, causando danos ao veículo ou ao objeto.<br />
Segundo impacto: o corpo da pessoa contra as paredes do veículo, podendo causar lesões<br />
externas e visíveis.<br />
Terceiro impacto: órgão internos da pessoa contra as próprias paredes, podendo provocar<br />
lesçoes internas.<br />
Mecânica do trauma em colisões motociclísticas<br />
envolvidos:<br />
Em acidentes mociclisticos também observamos três eventos biomecânicos<br />
Colisão frontal: a motocicleta ao colidir com um objeto, que interrompa seu movimento,<br />
projeta o motociclista para frente (primeira lei de Newton), provocando lesões na cabeça,<br />
tórax e abdome.<br />
Impacto angular: ocorre o imacto lateral, comprimindo a perna do motociclista causando<br />
lesões no membro.<br />
Ejeção: o motociclista é lançado como um projétil, permanecendo em movimento até colidir<br />
com um objeto.<br />
Mecânica do trauma em atropelamentos<br />
Estes eventos são efetuados em três fases:<br />
Primeira fase: o impacto inicial atinge as pernas da pessoa, podendo causar fratura tibia e<br />
fíbula, em crianças este impacto pode causar fratura de fêmur, pelve e tórax.<br />
Segunda fase: o tronco da pessoa rola sobre o veículo e como conseqüência fratura de fêmur,<br />
pelve, costelas e lesãoes internas de abdome e tórax.<br />
Terceira fase: pessoa cai no solo e podendo sofrer lesão na cervical.<br />
34
Uma quarta fase pode estar presente, sendo carcterizada pelo atropelamento<br />
secundário (após ser atropelado, é pessoa de um novo atropelamento).<br />
Os traumas classificam-se como fechado ou penetrante. O fechado está associado a<br />
acidentes em veículos motorizados e quedas enquanto que o penetrante está assocido aferidas<br />
por arma de fogo e armas brancas ( HUDDLESTON; FERGUSON, 2006, p.308).<br />
Dentro dos traumas o traumatismo crâniano, é o responsável por uma em quatro<br />
mortes. Ela resulta de impacto direto ou indireto o que pode fazer o cérebro mover-se para<br />
frente, ser comprimido para trás ou girar chocando-se com o crânio (ROGERS; OSBORN;<br />
POUSADA; 1992).<br />
Rogers, Osborn e Pousada (1992), classificam traumatismo crâniano em concusões,<br />
contusões, hemorragias intracraniana, laceração cerebral e empalação. Uma concusão cerebral<br />
para Brunner e Suddart (2002), trata-se de uma perda temporária da função neurológica<br />
aparentemente sem comprometimento estrutural, após o traumatismo crâniano.<br />
A contusão para Rogers, Osborn e Pousada (1992), implica em um trauma mais<br />
significativo. Sendo uma lesão mais grave, pois o cérebro foi atingido parcialmente.<br />
O tamanho da contusão e o grau do edema estão diretamente ligadas aos sinais e<br />
sintomas apresentados (BRUNNER; SUDDARTH, 2002).<br />
Brunner e Suddart (2002) descrevem a hemorragia intracraniana como hematomas<br />
ou coleções de sangue, desenvolvidas dentro da calota craniana. Os sinais e sintomas de uma<br />
isqumia cerebral, ocasionado por um hematoma, estão relacionados a velocidade com que ele<br />
se desenvolve e com a área lesionada.<br />
Rogers, Osborn e Pousada (1992), classificam ainda a hemorragia intracraniana, de<br />
acordo com o local do sangramento, como hemorragia epidural, hemorragia subdural e<br />
hemorragia subracnoíde.<br />
Hemorragia ou laceração cerebral para Rogers, Osborn e Pousada (1992), é o<br />
sangramento para dentro da substância cerebral, freqüentemente associada lacerações<br />
cerebrais pós contusões.<br />
A empolação ou ferimentos por projétil podem ocasionar graus e ferimentos<br />
diferenciados dependendo da direção, forma, tamanho e velocidade do projétil ou bala.<br />
Diabetes Mellitus<br />
Segundo Brunner e Suddarth (2002), a Diabetes Mellitus è um grupo de doenças<br />
metabólicas caracterizadas por níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) resultante<br />
de defeitos na secreção de insulina e ou na ação desta .<br />
35
Para que possamos mais claramente compreender a patogênese desta doença e a sua<br />
ação no metabolismo, julgamos necessário resgatar a fisiologia normal deste sistema.<br />
Digestão<br />
Quando ocorre a ingestão de alimentos, estes são digeridos, por meio de enzimas a<br />
partículas menores, para a absorção no intestino delgado. Algumas destas partículas, como as<br />
gorduras são armazenadas, enquanto a glicose é colocada na circulação para ser<br />
imediatamente consumida. Para que as células captem , estas moléculas de glicose presentes<br />
na circulação, faz-se necessário um agente carreador , a insulina. A insulina é um hormônio,<br />
secretado pelas células Beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas endócrino. Este hormônio<br />
tem como função primordial auxiliar a entrada de glicose nas células, atuando diretamente sob<br />
ação da mesma (GUYTON, 1988).<br />
Após a ingestão alimentar, disponibilizamos uma quantidade de glicose bastante<br />
grande, tornando o sangue circulante hiperglicêmico. Este estado ativa e estimula a produção<br />
de insulina, bem como a liberação desta para a corrente sangüínea. Por ação direta a insulina,<br />
estimula a glicólise, e gliconeogênese, inibindo a glicogênese e a glicogenólise, desta forma<br />
armazenado glicogênio e utilizando para o metabolismo a glicose circulante (GUYTON,<br />
1988).<br />
Nos períodos de Jejum, onde a insulina circulante é escassa, outro homônimo entra<br />
em ação, o glucagon. Ele atua inversamente a insulina, disponibilizando as moléculas que por<br />
ação dela foram armazenadas. Portanto a ela estimula glicogênese e a glicogenólise inibe a<br />
glicólise e gliconeogênese. Este dois hormônios sinérgicos atuam em conjunto para manter a<br />
corrente sangüínea e conseqüentemente as células, sempre comum nível constante de glicose<br />
(GUYTON, 1988).<br />
O Brunner e Suddarth (2002), classificam o Diabetes Mellitus quanto a<br />
etiopatogenia, evolução clínica e tratamento em Tipo I, Tipo II e Gestacional.<br />
A Diabetes Mellitus Tipo I, caracteriza-se pela destruição das células Beta<br />
pancreática, possivelmente por fatores genéticos, imunológicos e ambientais. As interações<br />
destes fatores podem ser consideradas relevante no desenvolvimento desta doença. Sabe-se<br />
que, a influência genética, e não a hereditariedade, ocorre neste caso, não se herda a doença e<br />
sim a predisposição para a mesma.<br />
Também como causa, podemos evidenciar uma possível resposta auto-imune, esta<br />
resposta esta direcionada as células Betas pancreáticas, ou mesmo contra a insulina endógena.<br />
Independentemente da etiologia específica, resulta em um efeito comum, a produção<br />
36
descontrolada de glicose pelo fígado, hiperglicemia em jejum, como também hiperglicemia<br />
pós-prandial. As concentrações de glicose sangüíneas encontradas nos portadores excedem o<br />
limiar de filtração renal, geralmente entre 180 a 200 mg/dl. Quando este limiar renal é<br />
ultrapassado, pode ser percebido um dos sintomas clássicos do Diabetes, a glicosúria, que é<br />
acompanhado de perda de líquidos e eletrólitos, o que chamamos de diurese osmótica. A<br />
insulina que em estados de normalidade inibem a glicongenólise e a gliconeogênese, neste<br />
caso, atua contrariamente, fato este que leva a hiperglicemia, da clivagem de produtos<br />
armazenados, dentre eles os lipídeos. Estes lipídeos produzem um acumulo de subprodutos, os<br />
corpos cetônicos.<br />
Os corpos cetônicos são ácidos que interferem no equilíbrio acido-básico do<br />
organismo, quando em grande quantidade e são responsáveis pelo odor frugal da respiração,<br />
quando em níveis elevados de concentração.<br />
O Diabetes Melittus Tipo II, diferentemente do Tipo I, os problemas estão<br />
relacionados a resistência, sensibilidade dos tecidos à insulina e comprometimento na<br />
secreção. A insulina normalmente liga-se a receptores localizados, na periferia celular, onde<br />
iniciam-se, as reações do metabolismo da glicose. Estas reações neste caso estão diminuídas,<br />
tornando assim a insulina menos efetiva. Em virtude deste aumento de glicose na corrente<br />
sangüínea, as células Beta, iniciam uma superprodução de insulina, porém elas não<br />
conseguem acompanhar o nível elevado de glicose, e esgotam-se . Portanto, o aumento da<br />
resistência, gera elevação inicial do nível de insulina e a longo prazo diminuição, pois gera a<br />
falência da células Beta, caracterizando o Diabetes Mellitus Tipo II.<br />
Pessoas com mais de 30 anos e obesas (resistência a insulina está relacionada com<br />
a obesidade) estão mais propensas a desenvolver o Diabetes Tipo II. Inicialmente pode ser<br />
assintomático, permanecendo oculta por longo período.<br />
O Diabetes Gestacional não será abordada nesta revisão.<br />
A sintomática do Diabetes Mellitus é comum para todos os tipos, o que varia é a<br />
intensidade. Podemos resumi-los em poliúria, polidipsia e polifagia, além destes podemos<br />
citar presença de fraqueza, fadiga, alterações súbitas da visão formigamento ou dormência nas<br />
mãos ou pés, pele seca e lesão difícil cicatrização. O Diabetes Tipo I pode estar associado a<br />
náuseas, vômitos e dores abdominais (LACERDA, 1988).<br />
O Diabetes Mellitus pode, se não controlada, levar a uma série de complicações,<br />
sejam agudas ou crônicas em longo prazo. Estas complicações se não tratadas podem levar o<br />
individuo a perda de membros e órgãos, ou mesmo a morte (BRUNNER; SUDDARTH,<br />
2002).<br />
37
Tabela 1 - Valores Referenciais do índice glicêmico<br />
VALORES GLICÊMICOS* NORMAL ACEITÁVEL ALTERADO<br />
Jejum 80 - 120 mg/dl 140 mg/dl<br />
80 - 160 mg/dl 180 mg/dl<br />
Ao deitar 100 - 140 mg/ dl 160 mg/ dl<br />
Brunner e Suddath (2002) enumeram, como principais complicações agudas do<br />
Diabetes Mellitus:<br />
Hipoglicemia: ocorre quando as quantidade de insulina caem à níveis menores de 50 a<br />
60mg/dl.<br />
Tabela 2 - Causas e sintomas de hipoglicemia<br />
Alimentação insuficiente; atraso no horário ou esquecimento de alguma refeição.<br />
Vômitos ou diarréia<br />
Excesso de exercícios (esportes e trabalhos pesados) ou falta de planejamento para a realização<br />
de exercícios<br />
Excesso de insulina<br />
Ingestão de bebidas alcoólicas, principalmente com estômago vazio.<br />
Leve<br />
Tremores<br />
Fraqueza<br />
Suor intenso<br />
Palpitações<br />
Palidez<br />
Ansiedade<br />
Fome<br />
Fonte: BRUNNER; SUDDARTH, 2002<br />
Sinais e sintomas da hipoglicemia<br />
Moderada<br />
Tontura, visão dupla.<br />
Esquecimento, incapacidade de concentração.<br />
Dor de cabeça<br />
Irritabilidade, choro, rebeldia.<br />
Fala confusa, confusão mental.<br />
Perda da coordenação motora, dificuldade para<br />
caminhar.<br />
Grave<br />
Sonolência<br />
Convulsões<br />
Inconsciência<br />
Cetoácidose diabética: Segundo Huddleston e Ferguson (2006), a hiperglicemia (nível<br />
sérico de glicose 200 a 800mg/dl) e a cetonemia, resultante da diminuição na produção de<br />
insulina pela incapacidade das células B do pâncreas ou dificuldade de absorção de insulina<br />
pelas células, definem a condição da CAD.<br />
38
Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar não-cetótica: é uma condição em que a<br />
hiperosmolaridade e a hiperglicemia predominam. Neste caso existe, porém em quantidades<br />
mínimas, insulina na corrente sanguínea, fato que impede a clivagem de lipídeos e<br />
conseqüente cetoacidose.<br />
Brunner e Suddarth (2002) citam como complicações em longo prazo:<br />
Doença Macrovascular<br />
A cronicidade glicose em excesso na corrente sangüínea, torna-a lesiva ao endotélio<br />
vascular. Esta lesão torna o vaso mais susceptível a formação de placas ateromatosas e<br />
conseqüente aterosclerose. Diante deste fato a pessoa portadora de Diabetes torna-se mais<br />
propensa a desenvolver doenças de origem vascular e cardiovascular, como Infarto Agudo do<br />
Miocárdio, Acidente Vascular Encefálico e Doença Vascular Periférica.<br />
Complicações Microvasculares<br />
Os níveis aumentados de glicose circulante reagem com a membrana basal dos<br />
capilares, tornando-a mais espessa. Esta ao contrário da doença macrovascular é própria do<br />
portador de Diabetes. Os locais com maior comprometimento são a microcirculação da retina<br />
dos olhos e os rins.<br />
Retinopatia Diabética<br />
A retinopatia diabética pode desenvolver-se em três estágios:<br />
Retinopatia não-proliferativa (basal): os vasos sanguíneos desenvolvem<br />
microaneurismas, que extravasam líquidos, formando edema.<br />
retina.<br />
Retinopatia pré-proliferativa: ocorre a destruição aumentada dos vasos sangüínea da<br />
Retinopatia proliferativa: Crescimento anormal de novos vasos e rompimento, formando<br />
cicatricial no humor vítrio, podendo gerar deslocamento ou descolamento da retina.<br />
A retinopatia pode apresentar-se de forma indolor, e assintomática em alguns<br />
pacientes. A retinopatia não-proliferativa e pré-proliferativa pode ocorrer visão turva<br />
secundária ao edema. A retinopatia proliferativa pode levar a hemorragias, porém sem<br />
alterações visuais significativas, porém as podem ocorrer alterações no campo visual, como<br />
manchas e até a perda total da visão.<br />
39
Nefropatia<br />
È também conhecida como doença renal secundária às alterações diabéticas do rim. Os<br />
pacientes com diabetes representam 25% das pessoas portadoras de doença renal terminal. Os<br />
níveis elevados de glicose sangüínea excedem o limiar de filtração glomerular, este fato gera<br />
perda de glicose pela urina (glicosúria), bem como proteínas. Como conseqüência a pressão<br />
no interior dos capilares aumenta, o que causa da diminuição progressiva da função renal.<br />
Neuropatia<br />
Afetam todos os tipos de nervos, sendo que a prevalência aumenta com a idade<br />
ocorrendo em 50% dos portadores de diabetes a mais de 25 anos.<br />
Os níveis de glicose sangüíneos elevados podem estar associados na etiologia da<br />
doença. A patogenia da neuropatia pode ser atribuída a um mecanismo vascular e/ou<br />
metabólicas, sendo que o espessamento da membrana basal capilar e o fechamento capilar<br />
podem estar presentes, além da desmielinização dos nervos. Podem ocorrer as parestesias,<br />
sensações de queimação, diminuição da propriocepção, diminuição da sensação de dor e<br />
temperatura além de alterações articulares.<br />
Problemas com as pernas e pés do diabético<br />
A diabetes está relacionada com 50 a 75% das amputações dos MMII, sendo que 50%<br />
destas amputações são passíveis com prevenção. Podemos citar a Neuropatia, Doença<br />
vascular periférica e o Imunocomprometimento, são as principais complicações responsáveis<br />
pelo aumento das infecções nos pés e pernas destes pacientes.<br />
Os problemas geralmente iniciam com uma lesão de tecidos moles do pé, fissura entre<br />
os dedos ou na área da pele ressecada ou formação de calo. As lesões podem ser provocadas<br />
por transtornos térmicos, por substâncias químicas ou traumáticas.<br />
Osteoporose<br />
Guyton e Hall (1998) definem a osteoporose (OP) como osso poroso , e sendo a<br />
doença óssea de maior prevalência na população geriátrica.<br />
É uma doença diferente da Osteomalacia e do Raquitismo, pois decorre da diminuição da<br />
matriz orgânica do osso, e não da calcificação óssea anormal (GUYTON; HALL, 1998).<br />
Segundo Hebert e Xavier (1995), o equilíbrio hormonal do estrógeno e do<br />
progesterona é indispensável para a atividade osteoblástica normal. Com a menopausa os<br />
40
níveis hormonais decrescem rapidamente; de cinco a dez anos após sua instalação, atingem<br />
valores insuficientes para manter a homeostasia óssea. Nos homens, os níveis de hormônios<br />
diminuem em faixa etária mais elevada, fato este responsável pela manutenção da massa<br />
óssea no sexo masculino.<br />
Hebert e Xavier (1995) classificam a OP em primária e secudanria. A OP primária tem<br />
como sintoma predominante a dor óssea, que é decorrente da estrutura óssea, causada pelas<br />
microfraturas. Na secundaria varias causas podem ser responsáveis pela redução da massa<br />
óssea, produzindo os mesmos efeitos da OP primária.<br />
Segundo Brunner e Suddarth (2002), a OP geralmente é assintomática. Os pacientes<br />
tomam conhecimento da doença quando ocorre uma fratura ou o médico observa redução da<br />
densidade óssea em exame radiológico ou quando é realizado a densiometria óssea.<br />
Não existe clinica significativa para o diagnóstico da OP em suas fases iniciais, porém<br />
exames fisico e anamnese completos deverão ser realizados no individuo sob suspeita da<br />
doença, na tentativa de buscar uma classificação etiológica (BRUNNER; SUDDARTH,<br />
2002). Para Hebert e Xavier (1995), não é possível reverter a OP estabelecida. Entretanto, a<br />
intervenção precoce pode evitar seu desenvolvimento na maioria das pessoas, enquanto a<br />
intervenção mais tardia pode deter a progressão do distúrbio uma vez desenvolvido.<br />
Insuficiência Renal Crônica<br />
Segundo Brunner e Suddarth (2002, p.1100), insuficiência renal crônica é a Doença<br />
Renal em estágio Terminal e consiste em uma deterioração progressiva e irreversível da<br />
função renal . Neste estágio da doença o corpo perde a capacidade de manter o equilíbrio<br />
metabólico e hidroeletrolítico, resultando em retenção de uréia e outros subprodutos da<br />
degradação de nitrogenados no sangue. Com a diminuição da função renal e a progressão da<br />
insuficiência,<br />
Pode ser causado por doenças crônicas como a Diabetes Mellitus ou a hipertensão<br />
arterial sistêmica, bem com por glomeronefrite crônica, pielonefrite, obstrução do trato<br />
urinário, lesões de origem hereditária, como o rim piolicistico, distúrbios vasculares,<br />
infecções, medicamentos, ou agentes tóxicos (BRUNNER; SUDDARTH, 2002).<br />
Segundo Brunner e Suddarth (2002), quase todos os sistemas orgânicos são afetados<br />
pela uremia, os sintomas vão variar dependendo do grau de comprometimento renal. Podemos<br />
observar como manifestações cardiovasculares, a hipertensão, insuficiência cardíaca<br />
congestiva e o edema agudo de pulmão, bem como pericardite.O prurido é bastante<br />
observado, devido ao depósito de cristais da urina na pele. Os sintomas grastrointestinais mais<br />
41
comuns incluem a náusea, o vômito, anorexia e os soluços. Como manifestações<br />
neurológicas, podemos observar níveis alterados de consciência, bem como convulsões e<br />
contratura da musculatura, estas manifestações decorrem do acumulo de subprodutos não<br />
eliminados na urina.<br />
42
4. MARCO TEÓRICO CONCEITUAL<br />
Para guiar a nossa Prática Assistencial escolhemos alguns conceitos de Wanda de<br />
Aguiar Horta, bem como diversos outros conceitos conexos ao trabalho e, utilizamos ainda,<br />
alguns pressupostos da Teoria das Necessidades Humanas Básicas.<br />
Wanda de Aguiar Horta, graduou-se em enfermagem pela escola de Enfermagem da<br />
USP, em 1948. Vinte anos mais tarde tornou-se Doutora, Docente Livre pela Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro. Durante este período, formulou sua teoria. (LEOPARDI, 1999).<br />
Segundo Horta (1979 p. 28), sua teoria está apoiada em leis que regem o univeso,.<br />
Estas podem ser exemplificadas, a partir de três leis principais:<br />
A lei do equilíbrio: onde todo o universo mantem-se em equilíbrio dinâmico entre os<br />
seus seres.<br />
A lei da adaptação: onde todos os seres buscam a adaptação para manter-se em<br />
equilíbrio.<br />
A lei do holismo: o universo é um todo, o ser humano é um todo, a célula é um<br />
todo, esse todo não é um a mera soma de partes.<br />
Para caracterização de sua teoria, Horta (1979, p.30), define, a partir de seus conceitos,<br />
duas proposições. A primeira contempla as funções do enfermeiro e sua ação em três campos<br />
distintos, entrelaçados entre si:<br />
Específica, trata-se da assistencia do ser humano quando este está impossibilitado,<br />
isto é depedente de suas necessidades humanas básicas e quando possível lhe ensina<br />
o auto cuidado.<br />
Interdependência na sua função na manutenção, promoção e recuperação da saúde.<br />
Àrea social, como profissional a serviço da sociedade.<br />
A segunda proposição de Horta contempla o estudo da ciência da enfermagem, as<br />
necessidades humanas básicas e os fatores que afetam sua atuação. Para Leopard (1998, p.51)<br />
"proposição é a inter-relação de conceitos que evidencia a proposta de explicação sobre um<br />
fato ou fenomeno."<br />
Assim procuramos ao longo de nosso trabalho, compreender as sitações com base nas<br />
proposições anteriormente descritas.<br />
Horta (1979, p.31), também deduz alguns princípios:<br />
Enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser<br />
humano;<br />
A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio. todo<br />
o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação;<br />
Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação;<br />
A enfermagem reconhece o ser humano como membro de uma família e de uma<br />
comunidade;<br />
A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no seu<br />
autocuidado;<br />
43
Estes princípios, servem para apoiar nossa atuação enquanto estudantes que se<br />
encaminham a profissionalização como Enfermeiras.<br />
Para a construção de um plano assistencial alguns conceitos devem ser observados,<br />
Horta apresenta algumas definições. Dentre elas, destacamos: enfermagem, ser humano,<br />
saúde / doença e ambiente.<br />
Horta define Enfermagem como sendo a<br />
a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades<br />
humanas básica, de torná-lo independente desta assistência, quando possível pelo<br />
ensino do autocuidado; de recuperar; manter e promover a saúde em colaboração<br />
com outros profissionais. Horta destaca a enfermagem como parte da equipe de<br />
saúde, que promove o equilíbrio dinâmico do ser humano no tempo e espaço, através<br />
do atendimento das necessidades humanas básicas (1979, p. 29).<br />
A enfermagem no pré hospitalar, assiste voltada integralmente à manutenção a vida e,<br />
para tal, focamos a assistencia nas necessidades humanas básicas (oxigenação, respiração,<br />
regulação térmica) primordiais no atendimento pré hospitalar. Também objetiva a<br />
manutenção do equilíbrio da pessoa, afetada nas situações críticas de urgência/emergência<br />
pré-hospitalar, através deste mantê-lo integro e estável até a chegada ao ambiente hospitalar.<br />
Para a autora, Ser Humano é<br />
parte integrante do universo dinâmico, e como tal sujeito a todas a leis que o regem,<br />
no tempo e no espaço. O ser humano está em constante interação como universo,<br />
dando e recebendo energia. A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam<br />
a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. O ser humano se<br />
distingue dos demais seres do universo por sua capacidade de reflexão, por ser<br />
dotado do poder de imaginação e simbolização e poder unir presente, passado e<br />
futuro (HORTA,1979, p.28).<br />
As pessoas, que permeiam as situções de emergência, necessitam de cuidados<br />
individuais que atenuem as suas situações de desequilibrio, provocadas pela dinâmica do<br />
universo. Nos casos de situações críticas, necessitam de rápido atendimento, para a<br />
manutenção das necessidades humanas básicas vitais a sua sobrevivência.<br />
Assim, Saúde/doença, para Horta (1979, p.28) indica que,<br />
O ser humano, como agente de mudanças é também a causa de equilíbrio<br />
desequilíbrio sem seu próprio dinamismo. Os desequilíbrios geram, no ser humano<br />
necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes ou inconscientes<br />
que o levam a buscar satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio<br />
dinâmico e no espaço. As necessidades não atendidas ou atendidas inadequadamente<br />
trazem desconforto, e se este prolonga é causa de doença. Estar com saúde é estar<br />
em equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço.<br />
As doenças nas situações emergenciais provocam o desequilibrio da pessoa e cabe aos<br />
profissionais de APH, remetê-lo de maneira hábil e adequada à situações de equilibrio<br />
44
dinâmico.<br />
Sabemos entretanto, que no APH , existe a priorização dos cuidados, pois as ações<br />
voltam-se às necessidades vitais de manutenção da vida. O cuidado continuado, tanto em<br />
nível intra-hospitalar como domiciliar, contempla o reestabelecimento da saúde .<br />
teoria.<br />
Para Horta, o conceito de Ambiente está relacionado as três leis que apoiam a sua<br />
Lei do equilíbrio, pela qual o ser humano, parte integrante do universo, interage com<br />
ele de modo constante, dando e recebendo energia modificando e sendo modificado,<br />
o que o leva a estados de equilíbrio e desequilíbrios no tempo e no espaço. Lei da<br />
adaptação, pela qual o ser humano desenvolve seu sistema de adaptação ao meio que<br />
o envolve, na perspectiva de encontrar seu máximo potencial de equilíbrio. Lei do<br />
holismo, pela qual o ser humano está integrado ao universo, sendo com ele um todo<br />
unificado e dinâmico, procurando constantemente ajustar-se a ele para manter-se<br />
em plena harmonia e equilíbrio (HORTA, 1979, p.28).<br />
O contexto ambiental em que a pessoa no APH está inserida, caracteriza a forma<br />
como ele observa a dinâmica do serviço, que exige ações rápidas, por vezes impessoais. A<br />
positividade ou negatividade do ambiente é reflexo da percepção da pessoa, podendo diferir,<br />
devido a unicidade, autenticidade e individualidade do mesmo.<br />
Para complementar nosso estudo, destacaremos outros conceitos. Estes estão<br />
intrínsecos às situações que vamos nos deparar no decorrer de nossa Prática Assistencial quais<br />
sejam: urgência, emergência, socorrista, família e visita domiciliar.<br />
Urgência: São situações em que não há risco potencial de morte, porém exige um<br />
tratamento mais precoce possível (HUDDLESTON; FERGUSON, 2006).<br />
Emergência: São situações que necessitam de tratamento imediato, por se tratar risco<br />
potencial à vida (HUDDLESTON; FERGUSON, 2006).<br />
Em muitas situações os conceitos de urgência/ emergência são confundidos, inclusive<br />
por profissionais na área da saúde, fato este que dificulta a carcaterização da ocorrência e<br />
conseqüentemente a operacionalização do serviço.<br />
Familía: segundo Alonso (2003, p. 62), as famílias definem-se a partir da<br />
proximidade das relações sociais, do nível de convivência e de intimidade de seus membros .<br />
Segundo Elsen (1994), vários são os conceitos de família, sendo portanto necessário a<br />
identificação da família, alvo do cuidado, para a definição conceitual da mesma. Para<br />
Cianciarullo (2002 p.31-32), "a família têm como pressupostos básicos o desenvolvimento<br />
emocional, a socialização, a organização dos papéis e das relações de seus membros com a<br />
45
comunidade e a preservação do pratrimônio."<br />
Visita domicliar: A visita domiciliar é um instrumento que permite ao profissional da<br />
saúde interagir com o meio em que o indivíduo vive, observar e conhecer sua realidade.<br />
(ROESE; LOPES, 2004, p. 99)<br />
A visita domiciliar proporcionou a visualização da família em seu contexto, portanto a<br />
partir, deste, pudemos definir e contextualizar a mesma, com a qual prestamos a assistência,<br />
fato este que proporcionou atenção individualizada.<br />
Necessidades Humanas Básicas (NHBs): Horta (1979, p. 39) conceitua NHBs com sendo<br />
estados de tensões, conscientes e inconcientes, resultantes dos desiquilíbrios<br />
homeodinâmicos dos fenômenos vitais , porém segundo ela, existem vários conceitos,<br />
sendo que nem um satisfaz plenamente.<br />
As NHBs estão intimamente ligadas entre si, portanto o desequilíbrio de uma afeta<br />
direta ou indiretamente as demais. Diante do equilíbrio as NHBs estão satisfeitas, portanto<br />
não manifestas. Assim, cada pessoa, diante de um desequilibrio dinâmico, manifesta de<br />
maneira única, singular e individual, as suas NHBs, apesar destas serem universais (HORTA,<br />
1979).<br />
Para Horta (1979 p.39), as NHBs tem como principais características:<br />
São latentes, universais, vitais, flexíveis, constantes, infinitas, cíclicas, interrelacionadas,<br />
dinâmicas, enegéticas, hierarquizadas; têm peculiaridades individuais;<br />
são resultantes da interação meio interno e meio externo, têm bases onto e<br />
filogenéticas.<br />
Horta (1979), classíficou as NHB em três categorias: necessidades psicobiológicas,<br />
relacionadas as funções fisiológicas do corpo, como eliminação, nutrição, sono e repouso,<br />
dentre outras; necessidades psicossociais, relacionadas aos relacionamentos do indivíduo,<br />
consigo e com os demais indivíduos em a sua volta; necessidade psicoespiritual relacionada às<br />
crenças e valores individuais. A terceira característica é própria e exclusiva do homen,<br />
enquanto as demais podem ser observadas nos demais seres vivos.<br />
Processo de Enfermagem: Segundo Stantou, Paul e Reeves (1993, p.24):<br />
O processo de enfermagem constitui o esquema subjacente que proporciona<br />
ordenamento e direcionamento ao trabalho do enfermeiro. Constitui a essência da<br />
prática profissional da enfermagem. É ainda o ´instrumento´ e a metodologia da<br />
profissão de enfermeira e, como tal, auxilia os profissionais a tomarem decisões, e a<br />
preverem e avaliarem conseqüências. O processo de enfermagem pode ser definido<br />
como uma atividade intelectual deliberada, por meio da qual a prática da<br />
enfermagem é abordada de uma maneira ordenada e sistemática.<br />
46
Para Horta (1979 p 35), o processo de enfermagem é a dinâmica das ações<br />
sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Caracteriza-se inter-<br />
relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos.<br />
Horta (1979) sistematizou o processo, distinguindo-o em seis fases ou passos,<br />
formando com estas um hexágono, no qual o indivíduo, família e comunidade situam-se no<br />
centro. Este hexágono é composto por histórico enfermagem, diagnóstico de enfermagem,<br />
plano assistência, plano de cuidado ou prescrição de enfermagem, evolução e prognóstico.<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Horta (1979, p. 41), conceitua o histórico de enfermagem um roteiro sistematizado<br />
para o levantamento de dados da pessoa (significativos para a(o) enfermeira(o)) que tornam<br />
possível a identificação de seus problemas.<br />
O histórico de enfermagem, para ser chamado de tal, deve possuir algumas<br />
características, como concisão, individualização; responsabilidade (não delegar a função);<br />
técnica de coleta de dados; observação de fatores que possam interferir nesta coleta<br />
(relacionados ao cliente, profissional e instituição) ( HORTA, 1979).<br />
Diagnóstico de Enfermagem<br />
O diagnóstico de enfermagem , trata-se da segunda fase do processo. Nele analisamos<br />
os dado obtidos, para identificar as NBH afetadas e o grau de dependência do paciente<br />
(HORTA, 1979).<br />
Segundo Stanton, Paul e Reeves (1993, p.28),<br />
Plano assistencial<br />
O diagnóstico profissional de enfermagem, segunda fase do processo de<br />
enfermagem, é reconhecido na definição de enfermagem da Associação das<br />
Enfermeiras Americanas (ANA) como o diagnóstico e o tratamento de reações<br />
humanas a problemas reais ou potenciais de saúde . o diagnóstico do profissional<br />
de enfermagem pode ser aqui definido como a identificação das respostas humanas e<br />
limitações de recursos do cliente, com o objetivo geral de identificar e direcionar os<br />
cuidados do profissional de enfermagem. a formulação do diagnóstico identifica o<br />
problema de saúde real ou potencial, uma deficiência ou preocupação do cliente que<br />
podem ser influenciadas por açõe sde enfermagem.<br />
Para Horta (1979, p.65) plano assistencial é a determinação global da assistencia de<br />
enfermagem que ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido . Com base nos<br />
resultados da análise do diagnóstico de enfermagem, podemos elaborar o plano assistencial.<br />
47
Plano de Cuidado ou Prescrição de Enfermagem<br />
Horta (1979, p,66) conceitua plano de cuidado ou prescrição de enfermagem como<br />
sendo o roteiro diário(ou aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem nos<br />
cuidado adequados ao atendimento das necessidades básicas especificas do ser humano.<br />
Evolução de Enfermagem<br />
Para Horta (1979), a evolução é, em síntese, uma avaliação global do plano de<br />
cuidados que advém do relato diário ou periódico das mudanças sucessivas que ocorrem no<br />
ser humano durante a assistência.<br />
Após a evolução, o diagnóstico, o plano assistencial e o plano de cuidados podem ser<br />
modificados, visando a melhora na assistência de enfermagem, elevando o nível de<br />
atendimento em qualidade e quantidade (HORTA, 1979).<br />
Prognóstico de Enfermagem<br />
Através do prognóstico podemos observar as condições em que o cliente atingiu após<br />
a alta médica, podendo ser usado também como meio de avaliação do processo (HORTA,<br />
1979). Segundo a autora, prognóstico de enfermagem é.<br />
A estimativa da capacidade do ser humano em atender as suas necessidades básicas<br />
após a implementação do plano assitêncial e à luz dos dados fornecidos Pela<br />
evolução de enfermagem. (p.68)<br />
48
5 METODOLOGIA<br />
Para a realização do presente trabalho, desenvolvemos estratégias para a consecução<br />
de nossos objetivos. Estas, juntamente com descrição do público alvo e do local de estágio,<br />
SAMU, serão descritos noi presente capítulo.<br />
O público alvo compreendeu ás pessoas vítimas de urgências/ emergências, que foram<br />
atendidas pelo SAMU. Destes, foi realizada seleção intencional das pessoas para a aplicação<br />
do processo de enfermagem e realização da Visita Domiciliar, levando-se em consideração os<br />
casos com maior incidência e complexidade.<br />
5.1 Caracterização do local de estágio<br />
O SAMU, como já foi descrito anteriormente, possuí bases fundamentadas no modelo<br />
francês de atendimento, tendo uma Unidade de Suporte Avançado (USA) aos moldes do<br />
modelo francês. Porém o que o diferencia daquele modelo é o fato de possuir uma Unidade<br />
de Suporte Básico (USB). Nesta, não está presente a figura do médico, e sim um técnico de<br />
enfermagem e um motorista socorrista, fato este que diferencia o seu nome, passando então de<br />
Serviço de Atendimento Médico de Urgência para Serviço de Atendimento Móvel de<br />
Urgência (NITSCHKE, et al, 2005). Os veículos utilizados no pré-hospitalar são<br />
regulamentados de acordo com a portaria GM/MS 2048/02 (AnexoIII)<br />
O SAMU de Santa Catarina tem sete sedes, (Florianópolis, Chapecó, Criciúma,<br />
Joinvile, Blumenau, Joaçaba e Lages) e um Núleo de Educação em Urgência (NEU). A sede<br />
administrativa do SAMU está localizada em Florianópolis, conta com um coordenador geral<br />
para todo o estado (SAMU).<br />
A Grande Florianópolis conta tem dez ambulâncias, sendo seis Unidades Suporte<br />
Básico, sendo que estas estão distribuídas, nos seguintes municípios: Florianópolis, São José,<br />
Palhoça, Nova Trento, Biguaçú e em Rancho Queimado. Tem quatro Unidades Suporte<br />
Avançado, sendo que três destas estão locadas no municipio de Florianópolis e uma no<br />
município de São José. A Central de Regulação esta situada na cidade de Florianópolis (<br />
NITSCHKE, et al, 2005).<br />
A sede de nossa Prática Assistencial, está localizada na Rua Esteves Júnior, 160<br />
49
airro Centro, no município de Florianópolis. Esta atende, além de Florianópolis, as cidades<br />
de Águas Mornas, Angelina, Alfredo Wagner, Anitápolis, Antonio Carlos, Biguaçú,<br />
Canelinha, Garopaba, Governador Celso Ramos, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento,<br />
Palhoça, Paulo Lopes, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São<br />
João Batista, São José, São Pedro Alcântara, Tijucas. (BRASIL, 2004).<br />
A cobertura do serviço acima descrito é para, aproximadamente 873.962 habitantes (<br />
NITSCHKE, et al, 2005).É coordenado à nível estadual pela médica Maria de Fátima de<br />
Sousa Ravarez, e na macroregião de Florianópolis pela médica Miriam Coste Ribeiro. A<br />
coordenação de enfermagem está à cargo da Enfermeira Melissa Orlandi Honório.<br />
A equipe multiprofissional, segue o estabelecido nas Portarias GM/MS 2048/02<br />
(Anexo II), GM/MS 1863/03 e GM/MS 1864/03 bem como a Resolução do CFM nº<br />
1.671/03. A equipe da central de regulação é composta por médicos reguladores, técnicos<br />
auxiliares de regulação médica, controladores de Frota e Radioperadores. As Unidades de<br />
Suporte Avançado e Unidades Móveis de Suporte Básico são compostas respectivamente por:<br />
um Médico, um Enfermeiro e um Motorista socorrista, um Técnico de Enfermagem e um<br />
Motorista-socorrista.<br />
(2005, p.39):<br />
São atividades desenvolvidas pelo SAMU, segundo NITSCHKE et<br />
Regulação de todos os fluxos de pacientes pessoas de agravos urgentes à saúde; do<br />
local da ocorrência até os diferentes serviços da rede regionalizada e hierarquizada;<br />
Regulação dos fluxos entre serviços existentes no âmbito municipal e/ ou regional.<br />
Atendimento pré-hospitalar de Urgência (primários ou transferências interhopitalares).<br />
Cobertura de Eventos de Risco.<br />
Elaboração de planos de atendimento e realização de simulados c/ Defesa Civil,<br />
Bomberos. Infraero e demais parceiros.<br />
Capacitação de Recursos Humanos(Participaçãp na estruturação dos Núcleos<br />
formadores de urgência do SUS).<br />
Ações Educativas para a comunidade.<br />
Participação no desenvolvimento de programas preventivos junto a serviços de<br />
segurança pública e controle de transito<br />
Segundo Nitschke et al (2005, p. 39), a missão dos Sistemas de Atendimentos pré-<br />
hospitalares consite em<br />
diminuir o intervalo terapêuttico para os pacientes pessoas do trauma e urgências<br />
clínicas, possibilitndo maiores chances de sobrevida, diminuição das sequelas, e<br />
garantir continuidade do tratamento encaminhando os pacientes de forma racional e<br />
eqüanime.<br />
O SAMU, encontra-se hoje estruturado, como foi inicialmente idealizado, constando a<br />
Central de Regulação Médica e suas respectivas equipes, Serviço de Atendimento Pré-<br />
50
Hospitalar e suas equipes de suporte básico e avançado, bem como, as equipes que os apóiam<br />
(LOPES; FERNAN<strong>DE</strong>S, 1999).<br />
Segundo a portaria GM/MS 2048/02, o Sistema de Regulação Médica é o elemento<br />
ordenador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, através de suas<br />
Centrais de Regulação, estruturados nos níveis estaduais, regional e/ou municipal organizando<br />
a relação entre os serviços. Estes serviços qualificam, avaliam e hierarquizam o atendimento<br />
de urgência, ou seja determinam o sistema a ser encaminhado.<br />
Segundo Nitschke et al (2005 p.04), regular constitui-se.<br />
5.2 Considerações éticas<br />
Operacionalmente em estabelecer um diagnóstico telemédico da real necessidade e<br />
do grau de urgência de uma situação, classificar e estabelecer prioridades entre as<br />
demandas urgentes, definir e enviar recursos mais adaptados às necessidades do<br />
solicitante, no menor intervalo de tempo possível, acompanhar a atuação da equipe<br />
no local e providenciar acesso aos serviços receptores de forma equânime<br />
dentro de um Sistema de Saúde.<br />
Nossa pratica assistencial, esteve sob a ética que rege nossa futura profissão-<br />
enfermagem, fundamentadas a Lei 196/96. Para tal elaboramos um termo de consentimento<br />
livre e esclarecido, para que possamos de forma, clara e honesta, comunicar a pessoa, e dar-<br />
lhe o direto de negar sua participação, se assim desejar (Apêndice II).<br />
As fotografias utilizadas no trabalho, não apresentam a identificação dos usuários e/ou<br />
dos trabalhadores em saúde, podendo, portanto, constar do mesmo, sem ser necessário a sua<br />
autorização legal.<br />
Para preservar o anonimato dos usuários, decidimos usar codinomes, nominando-os<br />
com o nome de flores como: Rosa, Orquídea, Girassol, Cravo.<br />
5.3 Plano de ação<br />
avaliações:<br />
Para a consecução de nossos objetivos elaboramos as seguintes estratégias e<br />
Objetivo 1: Prestar assistência de enfermagem às pessoas vìtimas e urgências/emergências.<br />
Estratégia operacional:<br />
51
Sempre que acionarem o USA do SAMU, pelo menos uma de nós, juntamente com a<br />
equipe de plantonistas, assistirá os pacientes, conforme o cronograma que definiremos<br />
conjuntamente, com a Enfermeira Supervisora.<br />
Avaliação:<br />
Se as acadêmicas, ao final da prática assistencial, tiverem assistido, pelo menos uma<br />
urgência ou emergência em cada dia de estágio no USA.<br />
Objetivo 2 Identificar as urgências/emergências, com maior incidência no período do estágio.<br />
Estratégia operacional:<br />
Primeiramente, prestaremos assistência, levantando dados das vitímas e selecionando,<br />
as urgências/emergências com maior incidência e complexidade, para posteriormente,<br />
aplicarmos o processo de enfermagem e aprofundarmos nosso estudo. Elaboramos um<br />
instrumento que possibilitará a seleção das pessoas (ApêndiceIII).<br />
Avaliação:<br />
No decorrer da prática assistencial, as acadêmicas conseguirem aplicar o processo de<br />
enfermagem às pessoas selecionadas, validando a utilização da teoria das Necessidades<br />
Humanas Básicas.<br />
Objetivo 3: Observar, participar, acompanhar e registrar, a dinâmica de trabalho<br />
administrativo-assistencial do serviço de urgência/emergência pré-hospitalar, reconhecendo o<br />
papel do enfermeiro(a) e equipe de trabalho;<br />
Estratégia operacional:<br />
Em todos os dias de estágio observaremos o funcionamento gerencial e administrativo<br />
do SAMU, da unidade USA, observando os recursos humanos, materiais e financeiros<br />
necessários ao seu funcionamento. Assim, no relatório final poderemos descrevê-los de forma<br />
mais adequada e precisa.<br />
Avaliação:<br />
Ao final conseguirem acompanhar, compreender e descrever, o funcionamento<br />
gerencial e administrativo das Unidades de Suporte Avançado.<br />
Objetivo 4: Ampliar e aprofundar os conhecimentos na área pré-hospitalar;<br />
Estratégia operacional:<br />
Através de revisão de literatura, participação em eventos científicos na área e<br />
aplicação da teoria na Prática Assistencial que será desenvolvida.<br />
Avaliação:<br />
Se as acadêmicas conseguirem, agregar informações e conhecimentos, o que<br />
possibilitara a atuação como profissionais.<br />
52
Objetivo 5: Realizar visita domiciliar, às pessoas que forem atendidas pelo SAMU e<br />
selecionadas.<br />
Estratégia operacional:<br />
Dedicaremos ainda, alguns dias o estágio, voltados à atenção familiar. A visita<br />
domicilar às pessoas pré-selecionadas, para aplicação do processo de enfemagem, será feita,<br />
respeitando os critérios de prioridades. O número visitas, será de acordo com a necessidade de<br />
cada pessoa/família, sendo estipuladas o minimo de duas vísitas, com um processo de<br />
enfermagem completo.<br />
Avaliação:<br />
Se ao final as acadêmicas tiverem realizado visitas domiciliares, para no mínimo<br />
quatro pessoas, com a implementação do processo de enfermagem.<br />
53
6. RESULTADOS E DISCUSÕES DA PRÁTICA ASSISTENCIAL PROPOSTA<br />
.<br />
Objetivo 1- Prestar assistência de enfermagem ás pessoas em urgências/emergências;<br />
No primeiro dia de estágio, ao chegarmos no SAMU, fomos apresentados pela<br />
supervisora a toda equipe noturna e conhecemos todas as dependências do SAMU, e da USA,<br />
local onde executamos a assistência de enfermagem.<br />
Durante o período da Prática Assistencial, fomos momentaneamente separadas,<br />
trabalhando individualmente em Unidades, com consentimento das enfermeiras de plantão,<br />
pois do contrário ficaríamos restritas á Unidade da enfermeira supervisora, com restrito<br />
espaço físico dentro da Unidade. Tal fato impossibilitou a permanência de ambas em uma<br />
mesma ocorrência. Contudo ao mesmo tempo o fato de estarmos separadas, nos proporcionou<br />
um maior contato com diversos profissionais do serviço, bem como aumentou as<br />
possibilidades de atendimentos.<br />
Sempre que as Unidades de Suporte Avançado eram acionadas, uma de nós,<br />
juntamente com a equipe era deslocada até o local do chamado, para prestamos assistência.<br />
Os plantões em que estávamos inseridas foram de doze horas, fato este que nos<br />
remeteu a uma realidade de muitos profissionais de enfermagem. Apesar de longos, os<br />
plantões não eram muito cansativos, visto que são três Unidades (durante o dia), e as<br />
ocorrências são bastante sazonais. Fizemos plantões noturnos, em sua grande maioria, pois é o<br />
horário de trabalho de nossa supervisora, porém as horas-plantões , que a supervisora<br />
possuía, nos possibilitou estágio durante o dia, fato este primordial devido à diferença, entre<br />
os turnos.<br />
Em alguns dias de estágio, contrariando o que havíamos previsto não prestamos<br />
atendimentos, fato este compensado com a ampla carga horária extra que fizemos. Porém na<br />
maioria dos dias prestamos atendimentos.<br />
A assistência de enfermagem às pessoas vítimas de urgências/emergências foram<br />
realizadas no período de 08 de maio de 2006 a 07 de julho de 2006. Para a realização desta<br />
assistência realizamos uma revisão de literatura para prestarmos uma assistência de<br />
enfermagem com mais qualidade. Durante a prática assistencial, a supervisora integrou a<br />
equipe na USA. Assim, durante a realização dos estágios, atuamos na unidade como<br />
elementos da equipe de enfermagem e a USA passou a contar com quatro elementos. Houve<br />
uma troca recíproca de conhecimentos, companheirismo e de respeito profissional e pessoal.<br />
Percebeu-se que os profissionais da USA consideravam as acadêmicas como profissionais da<br />
54
equipe de enfermagem, sem discriminação quanto a condição de estagiárias.<br />
O atendimento da USA inicia-se com a comunicação via rádio com a central de<br />
regulação, esta comunicação é sistematizada e utiliza-se o alfabeto internacional, código Q<br />
e código J (Anexo V).<br />
Das ocorrências atendidas pelas USA, no período de 08 de maio de 2006 a 07 de<br />
julho de 2006, atuamos em 108 atendimentos, efetuando assistência direta e integral, de<br />
acordo com o protocolo do SAMU, o atendimento é realizado no local e a partir da<br />
sintomatologia e exames, a pessoa é medicada, estabilizada e mantida em casa ou deslocada<br />
para o hospital de referência dependendo da evolução de seu quadro. A Teoria das<br />
Necessidades Humanas Básicas fez-se presente em todos os atendimentos, pois atendia as<br />
necessidades vitais das pessoas atendidas, fato que era complementado nas visitas<br />
domiciliares com aplicação de processos de enfermagem, associando a Teoria das<br />
Necessidades Humanas Básica de Wanda de Aguiar Horta com a Classificação Diagnóstica<br />
de NANDA, adaptada por Silvana Alves Benedet e Maria Bettina Camargo Bub.<br />
A assistência de enfermagem prestada pelos enfermeiros do SAMU é realizada de<br />
forma sistematizada com a finalidade de obter informações, para posteriormente aplicar os<br />
procedimentos de enfermagem e orientar os cuidados que devem ser realizados.<br />
Durante a assistência de enfermagem, além de realizarmos todos os procedimentos<br />
pertinentes a situação, selecionamos as vitimas as quais seriam realizadas visita domiciliar e<br />
posteriormente aplicando o processo de enfermagem, e incluímos orientações como<br />
prevenção de quedas, aconselhamento nutricional, métodos contraceptivos e atividades<br />
físicas.<br />
55
Objetivo 2. Identificar as urgências/emergências, com maior incidência no período do<br />
estágio;<br />
Durante o estagio da Prática Assistencial, prestamos assistência, levantando dados das<br />
pessoas através de nosso instrumento, selecionamos as pessoas segundo critérios de<br />
incidência e complexidade. Alguns casos foram excluídos, pois apesar de alta incidência, não<br />
apresentavam complexidade plausível que justificasse o acompanhamento, a visita domiciliar<br />
e a conseqüente aplicação do processo de enfermagem. Alguns casos com grande<br />
complexidade foram excluídos, pois evoluíram para óbito subseqüente.<br />
incidência:<br />
No quadro abaixo os atendimentos foram classificados, segundo tipo de ocorrência e<br />
Tabela 3 Classificação dos atendimentos do SAMU segundo tipo de ocorrência e<br />
incidência<br />
Motivo do chamado Atendimentos Ocorrência<br />
Angina 15 Cardiológicas<br />
Colisão de moto 10 Acidentes de trânsito<br />
Exame (tomografias) 10 Transportes interhospitalares<br />
Transferência de hospital 08 Transportes interhospitalares<br />
Crises Hipertensivas 08 Cardiovasculares<br />
Diversos 08 Crises conversivas<br />
Infarto 06 Cardiológicas<br />
Trabalho de parto 06 Obstétricas<br />
Perda da consciência 05 Alcoolismo<br />
Parada Cardiorespirátoria 05 Cardiológicas<br />
Vômito, diarréia, dor abdominal. 05 Distúrbios digestivos<br />
Hipoglicemia 03 Diabetes<br />
Atropelamentos 03 Acidentes de trânsito<br />
Crise Asmática 03 Respiratório<br />
Desmaio 02 Sincope<br />
Ingestão de medicamentos. 01 Tentativa de suicídio<br />
Corte nos pulsos. 01 Tentativa de suicídio<br />
Petéquias pelo corpo 01 Reação alérgica<br />
Colisão frontal 01 Acidentes de trânsito<br />
Hiperglicemia 01 Diabetes<br />
Acidente vascular cerebral 01 Neurológico<br />
Traumatismo-crânioencefálico 01 Quedas de nível<br />
Doença Pulmonar Obstrutiva 01 Respiratório<br />
Crônica<br />
Ingestão de hipoclorito de sódio. 01 Intoxicação<br />
Inalação de sabão em pó 01 Intoxicação<br />
A ocorrência de maior incidência durante a fase em que estávamos prestando<br />
56
assistência junto ao SAMU foram as Cardiopatias com 29 atendimentos, sendo que cinco<br />
foram Parada Cardiorespiratória-PCR e destas três foram a óbito. Os Transporte Inter-<br />
Hospitalar de Suporte Avançado, tanto para exames como transferências inter-hospitalares,<br />
aparecem como a segunda maior incidência. Em terceiro ficaram os Acidentes de Trânsito<br />
com 14 atendimentos, destes um óbito, por politrauma, e os demais sofreram apenas<br />
escoriações leves, não necessitando de acompanhamento domiciliar Os demais atendimentos<br />
ficaram entre Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Parturiente, Intoxicação exógena<br />
por hipoclorito de sódio, Crises Conversivas, entre outros, que não se tratavam realmente de<br />
emergência ou urgência como e distúrbios gastro-intestinais<br />
Ao observarmos a tabela acima percebemos que muitos dos atendimentos enquadram-<br />
se no conceito de emergência e urgência, porém muitos deles, não necessitariam da<br />
disponibilização de uma Unidade de Suporte Avançado. Ainda podemos observar que muitos<br />
dos chamados, são casos crônicos e poderiam ser resolvidos à nível de Unidades Locais de<br />
Saúde.<br />
Por ser um serviço relativamente novo, a população, ainda não tem a conciência ou o<br />
conhecimento, sobre as situações com as quais deve acionar o serviço. Apesar de contarmos<br />
com a regulação médica, muitos chamados poderiam ser evitados, pois não tratan-se de risco<br />
iminente à vida, como por exemplo, as crises convresivas, as quais aparecem com incidência<br />
alta.<br />
57
Objetivo 3- Observar, participar, acompanhar e registrar, a dinâmica de trabalho<br />
administrativo-assistencial do serviço de urgência/emergência pré-hospitalar,<br />
reconhecendo o papel do enfermeiro(a) e equipe de trabalho;<br />
Em nossa Prática Assistencial participamos da organização do serviço administrativo<br />
das Unidades, auxilando em tarefas como a checagem de materias ( Check-List ), a cada<br />
troca de plantão, organização do espurgo, estocagem e empacontamento de materiais, bem<br />
como observamos a funcionamento administrativo do SAMU, como as escalas. Ainda<br />
observamos a estrutura física do serviço, o funcionamento e a organização das equipes de<br />
plantão. Decreveremos agora sucintamente o funcionamento dos aspectos acima relaciondos:<br />
Estrutura Física do SAMU<br />
A estrutura física da base do SAMU<br />
Florianópolis constitui-se de uma sala de<br />
regulação, uma sala de chefia de enfermagem, uma sala de administração, três quartos, sala de<br />
reunião e armazenamento de materiais, expurgo, cozinha, sala de estar da equipe e banheiros.<br />
A sede do SAMU Florianópolis está localizada em uma área que inicialmente, fazia parte da<br />
estrutura física da Policlínica Regional.<br />
A sala de regulação é restrita aos médicos reguladores e os técnicos de enfermagem<br />
telefonistas, não sendo autorizado o acesso aos demais profissionais sem autorização do<br />
médico regulador, o qual é a autoridade da sala. Neste local os médicos, auxiliados pela<br />
equipe de técnicos de enfermagem telefonistas, efetuam a regulação médica (Triagem).<br />
Figura 1: Regulação Médica<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
A coordenação de enfermagem conta com uma sala própria. Esta é responsável<br />
juntamente aos demais membros administrativos, pela solicitação de materiais, escalas, e<br />
resolução de problemas administrativos da enfermagem.<br />
Figura 2: Sala de Coordenação de Enfermagem.<br />
58
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
A administração do serviço como um todo está sob responsabilidade de outro<br />
profissional, o qual está situada em uma sala, menor ao lado da coordenadoria de<br />
enfermagem.<br />
A sala de estar é comum para todos os profissionais (médicos, enfermeiros e<br />
motoristas) e contém uma televisão, um computador e dois bancos acolchoados.<br />
Sala de reunião contém uma mesa e diversas cadeiras, bem como abriga os materiais<br />
de estoque um grande armário, apenas os enfermeiros possuem acesso a este armário.<br />
Figura 3: Sala de reuniões.<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
O expurgo é localizado no lado de fora das instalações, pois permanece ainda em<br />
condições de improviso.<br />
Figura 4: Expurgo.<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
Os quartos (três) possuem um beliche, uma cama e um colchão extra, bem como um<br />
armário, para os profissionais guardarem seus pertences pessoais. Estes quartos estão<br />
59
distribuídos por área de atuação, sendo um dos enfermeiros, um dos médicos e um dos<br />
motorritas-socorristas, destinado ao descanso destes.<br />
A cozinha é equipada com mesa, cadeiras, armários e pia, bem como geladeira e forno,<br />
todos de uso coletivo e mantido organizados pela funcionária da limpeza durante a semana e<br />
no final de semana por todos.<br />
Equipe<br />
As equipes da Unidade de Suporte Avançado são compostas por um médico, um<br />
enfermeiro e um motorista-socorrista, que na maioria das vezes é um técnico de enfermagem<br />
o que torna o trabalho mais qualificado melhorando o atendimento. O chefe da equipe é<br />
médico, e cabe a ele tomar a maioria das decisões. Os enfermeiros (as) e os motoristas-<br />
socorristas normalmente permanecem fixos em seus plantões, apenas quando há troca ou<br />
hora plantão estes são modificados. Os médicos fazem sua escala por plantões, portanto,<br />
podem ser modificados constantemente, eles trabalham não apenas nas unidades, mas também<br />
na regulação médica. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem são todos efetivados por<br />
concurso público, motoristas e médicos por processo seletivos e contrato por tempo<br />
determinado, sujeito à prorrogação, todos com vínculo estadual. O coordenador de<br />
enfermagem da mesoregião de Florianópolis é responsável pelas escalas dos enfermeiros,<br />
técnicos de enfermagem e motoristas-socorristas. Os motoristas-socorristas possuem<br />
coordenador próprio, porém este é encarregado da manutenção das unidades e treinamento de<br />
novos profissionais.<br />
A carga horária dos médicos é 24 horas semanais, dos enfermeiros 30 horas e dos<br />
motoristas-socorristas 40 horas semanais, quando ocorre falta de profissionais, estes podem<br />
ampliar sua carga horária, através de hora-plantão , as quais são fornecem renda extra aos<br />
profissionais. Os médicos trabalham 6 horas nas unidades e as outras 6 horas na equipe de<br />
regulação. Este divisão do plantão é relativamente nova e ocorreu porque, ouve reclamações<br />
por parte dos médicos reguladores, devido ao estresse muito grande da regulação.<br />
Enfermeiro: função assistencial, fortemente observada, pois este efetua assistencia integral,<br />
prestando todos os cuidados de enfermagem, nos atendimentos e nos transportes.<br />
Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo atendimento necessário para a<br />
reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;<br />
Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários,<br />
quando estes acionam a central de regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento,<br />
60
definição e operacionalização dos meios disponíveis e necessários para responder a tais<br />
solicitações, utilizando-se de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os<br />
equipamentos de saúde do sistema necessários ao adequado atendimento a pessoa;<br />
Motoristas-socorristas: além da função de motorista atuam diretamente na assistência,<br />
auxiliando a equipe em todos os momentos.<br />
As equipes permanecem unidas em todas as atividades durante o plantão, pois pode ser<br />
acionada, devendo ser ágil no atendimento. As atribuições de cada profissional no SAMU<br />
estão inclusas no anexo. O SAMU, Unidade de Suporte Avançado conta com 24 enfermeiros,<br />
45 médicos e 19 motoristas-socorristas.<br />
Distribuição das Equipes<br />
Durante o dia o serviço é constituído de quatro equipes de Suporte Avançado, três<br />
localizadas na base Florianópolis, e uma na base de São José. Durante o período da noite,<br />
Sexta-feira à Domingo permanecem às quatro Unidades de Suporte Avançado prestando<br />
atendimento, porém por falta de profissionais e recursos para a contratação dos mesmos, nas<br />
demais noites apenas três prestam atendimento, permanecendo uma na base.. No inicio do<br />
estágio esta Unidade funcionava como intermediária, trabalhando com um motorista-<br />
socorrista e um enfermeiro. Devido às novas determinações, os enfermeiros e motoristas-<br />
socorristas, do plantão noturno foram remanejados para o dia, para suprir a falta de<br />
profissionais, até então suprida pela hora-plantão .<br />
Unidades de Suporte Avançado- USA<br />
A mesoregião SAMU-Florianópolis, possui em sua frota, quatro Unidades de Suporte<br />
Avançado-USA. Na base Florianópolis estão três unidades de suporte avançado, sendo que a<br />
quarta unidade fica localizada na base São Jose. As unidades possuem particularidades entre<br />
elas, porém a base é a mesma, possuindo todos os equipamentos que uma Unidade de<br />
Tratamento Intensivo necessita, bem como o suporte clínico e traumático, que o serviço<br />
necessita devido a demanda variada dos atendimentos. Como já foi descrita anteriormente,<br />
todas as USAs, contam com quatros mochilas, as quais contém todos os materiais para<br />
qualquer tipo de emergência e urgência. Além das mochilas, as unidades contêm:<br />
equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca com rodas e articulada; dois suportes<br />
de soro; cadeira de rodas dobrável( nem todas as unidades possuem); instalação de rede<br />
portátil de oxigênio com dupla saída; oxigênio com régua tripla (alimentação do respirador;<br />
fluxômetro e umidificador de oxigênio e aspirador); manômetro e fluxômetro com máscara e<br />
61
chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; respirador mecânico de<br />
transporte; oxímetro não-invasivo portátil; monitor cardioversor com bateria; Todos os<br />
materiais podem ser encontrados no estoque da unidade. Todas as unidades possuem lugar<br />
para acompanhante das pessoas caso necessite deslocamento para o hospital.<br />
Check-List<br />
Figura 5: USA, por fora. Figura 6: USA, vista por dentro.<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006. Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
Check-List significa checar os elementos contidos na lista, básica preconizada. Este<br />
é um procedimento que se tem por finalidade manter a unidade sempre equipada e abastecida<br />
para toda e qualquer ocorrência. Toda a equipe é responsável pelo Check-List da sua<br />
unidade durante o plantão. Todos os equipamentos são testados e as mochilas cuidadosamente<br />
conferidas. Todo o material é contado, validade e qualidade conferida. Uma quantidade fixa<br />
de cada material deve ser mantida como reserva mínima necessária. Os materiais como<br />
agulhas, seringas, possuem um pequeno estoque dentro da unidade.<br />
As mochilas estão separadas por cores, azul, vermelha, laranja e verde, elas contém<br />
compartimentos necessários para manter a organização, segurança e separação dos materiais,<br />
durante o transporte e manuseio.<br />
Azul: é onde estão contidos os materiais para as vias aéreas, tais como cânulas orofaríngeas,<br />
cateteres de oxigênio, sondas de aspiração e artigos para a entubação.<br />
Figura 7: Interior da mochila azul<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
62
Vermelha: é onde estão contidos os materiais para acesso venoso, como agulhas, seringas,<br />
equipos de soro.<br />
Figura 8: Interior da mochila vermelha.<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
Laranja: é específica para ocorrências de origem traumática, e contém materiais como<br />
ataduras, talas de alfa gesso, tesoura, cobertores térmicos e sondagens.<br />
Figura 9: Interior da mochila laranja.<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006<br />
Verde: nesta mochila estão contidos os medicamentos de emergência da unidade. O<br />
instrumento utilizado para o Check-List , com todos os artigos contidos em cada mochila<br />
segue em anexo(Anexo VII).<br />
Figura 10: interior da mochila verde<br />
Fonte: Arquivo pessoal, 2006.<br />
As mochilas devem permanecer completas, apenas quando há falta de material no<br />
estoque algum material não é reposto ou permanece em falta mesmo após o Check-List .<br />
63
Após cada ocorrência as mochilas são repostas, porém se não for possível, por algum motivo,<br />
a falta do material será repassada durante a passagem do plantão, e anotados no livro de<br />
ocorrência, para então a equipe de plantão repor o material, mesmo que a equipe anterior não<br />
relate a falta de material é indicado que o Check-List seja efetuado da mesma maneira.<br />
Um novo Check-List foi testado durante o período de estágio. Este novo método<br />
consiste em anotar todos os materiais utilizados durante o dia em uma folha de gastos, e<br />
imediatamente repor no estoque mantendo sempre abastecida a unidade, caso ocorra falta de<br />
materiais, esta deve ser notificada a próxima equipe de plantão. Este método está sendo<br />
testado na USA um, sendo esta também a única com estoque de medicamentos na unidade.<br />
Para ser efetuado esta checagem utilizamos um instrumento próprio da instituição (Anexo<br />
VI).<br />
Centro de Materiais<br />
O SAMU, não possui Centro de esterilização e processamento de artigos próprio,<br />
portanto, todos os materiais que necessitam de esterilização são encaminhados ao Hospital<br />
Nereu Ramos, os demais materiais são limpos e desinfetados em seu expurgo. Não existe um<br />
profissional próprio para efetuar este serviço, cada enfermeiro é responsável pela limpeza e<br />
desinfecção de seus materiais. Após o término do atendimento, ao chegar na base, o<br />
enfermeiro da unidade, descarta os materiais contaminados e perfuro-cortantes, e realiza a<br />
limpeza dos demais materiais utilizados durante o atendimento, bem como a limpeza e<br />
organização da unidade.<br />
O empacotamento dos materiais é feito pelos enfermeiros de plantão como auxilio das<br />
técnicas de enfermagem telefonistas em alguns dias de seus plantões. O serviço de lavanderia<br />
é feito na Policlínica Regional, sendo este serviço diário e também de responsabilidade de<br />
todos os enfermeiros de plantão.<br />
64
Objetivo 4. Ampliar e aprofundar os conhecimentos na área Pré- Hospitalar;<br />
Durante o desenvolvimento da atividade prática tivemos a oportunidade de participar<br />
de uma palestra oferecida pelo SAMU, organizar o Manual de Processamento de Artigos<br />
Médicos-Hospitalres do centro de material do SAMU, ministrar aula de Reanimação<br />
Cardiopulmonar RCP, produção de artigo cientifico, participação da feira e fórum Hospitalar<br />
e visita ao SAMU/SP.<br />
A palestra oferecida pelo SAMU teve como temática os cuidados com o expurgo e o<br />
correto procedimento com os materiais contaminados (limpeza, esterilização empacotamento<br />
e armazenamento), foi ministrada por uma enfermeira do próprio serviço, sendo realizada no<br />
dia 28 de junho de 2006.<br />
O Manual foi elaborado pelas acadêmicas juntamente com a supervisora e visa<br />
complementar a palestra ministrada e deixar por escrito todas as orientações para o correto<br />
preparo dos materiais. Apesar de Centro de Materiais de Esterilização não fazer parte<br />
diretamente do APH as acadêmicas deram ênfase a esse tema devido à deficiência de<br />
conhecimentos dos profissionais de como proceder nessa área em um serviço de APH<br />
especificamente no SAMU(Apêndice IV).<br />
As acadêmicas elaboraram e ministraram a aula de RCP, para a disciplina de<br />
Primeiros Socorros que é oferecida aos acadêmicos de outros cursos de graduação na <strong>UFSC</strong>.<br />
Relatório aula de Reanimação Cardiopulmonar<br />
O curso de Graduação em Enfermagem oferece como optativa a Disciplina de<br />
Primeiros Socorros, para alunos de diversos cursos da universidade, esta disciplina é<br />
ministrada pela enfermeira Keyla Cristiane do Nascimento, nossa supervisora. Diante deste<br />
fato, fomos convidadas a ministrar, juntamente a ela uma de suas aulas, intitulada<br />
Reanimação Cardiopulmonar .<br />
Esta aula ocorreu no dia 03 de julho de 2006, no período das 13:30 às 16:00h.<br />
Utilizamos como recurso, data show e bonecos para a parte prática. Optamos por abordar<br />
somente o suporte básico de vida, haja vista, que o objetivo da aula é fornecer conhecimento<br />
básico de como proceder em uma Parada Cardiorespiratória, pois os alunos em sua grande<br />
maioria não eram da área da saúde. A primeira hora foi dedicada a teorização do assunto em<br />
questão. Introduzimos o assunto com uma breve revisão dos aspectos fisiológicos e<br />
dinâmicos, do sistema cardiovascular e respiratório, posteriormente, abordamos as principais<br />
causas e sintomatologia da parada cardiorespiratória, para em seqüência, expormos<br />
teoricamente os passos da reanimação cardiorespiratória.<br />
65
O segundo momento, detemo-nos a prática de reanimação cardiopulmonar, separando<br />
os alunos em duplas, para colocação da teoria anteriormente exposta, na prática. Participamos<br />
ativamente deste momento, trabalhando como facilitadoras, do processo de aprendizado.<br />
A produção do artigo cientifico está sendo feito através de um relato de experiência,<br />
onde optamos por descrever as visitas domiciliares. Neste artigo vamos relatar nossa<br />
experiência e os resultados alcançados.<br />
As acadêmicas também participaram da Feira e Fórum Hospitalar, realizada na<br />
cidade de São Paulo no dia 23 de junho de 2006, durante o evento tivemos a oportunidade de<br />
conhecermos as novidades em materiais e equipamentos na área de APH e compararmos com<br />
os que estão em uso no SAMU. Além disso, conhecemos a sede de uma das bases do<br />
SAMU/SP. Desta viagem foi elaborado um relatório.<br />
Relatório visita São Paulo.<br />
Figura 11: visita a feira Hospitalar<br />
Fonte: arquivo pessoal, 2006.<br />
No dia 23 de junho de 2006, fomos convidadas pelo orientador a participar da Feira de<br />
Produtos Hospitalares, a Hopitalar , está feira ocorre anualmente na cidade de São Paulo e<br />
reúne, os fabricantes e vendedores de produtos hospitalares do país. Fomos incluídas na<br />
viagem, pois restaram algumas vagas juntamente ao curso de especialização em Gestão<br />
Hospitalar.<br />
Fomos acompanhadas de nossa supervisora, a qual estava incumbida a pedido do<br />
coordenador estadual, a pesquisar alguns produtos que ainda estão em falta no SAMU.<br />
resgate aéreo.<br />
Os produtos pesquisados foram:<br />
Um respirador adaptável para todas as idades e com tamanho reduzido para o<br />
Bombas de infusão.<br />
Incubadora de menor tamanho para o resgate aéreo;<br />
Dentre outras novidades na área pré-hospitalar.<br />
66
Até às 15 horas nos dedicamos a pesquisar os produtos acima relacionados,<br />
posteriormente, ligamos para o 192 de São Paulo, e solicitamos o endereço da sede mais<br />
próxima do SAMU local, para que pudéssemos visitá-lo.<br />
Ao chegarmos fomos bem recepcionadas, pela coordenadora de enfermagem da base<br />
local, ela prontamente propôs-se a apresentar-nos a Unidade.<br />
Ela nos relatou que as bases do SAMU-SP estão amplamente espalhadas pela cidade,<br />
devido à extensão territorial da cidade, também relatou que possuem apenas seis Unidades de<br />
Suporte Avançado, o que ela considera pouco devido a população e a extensão da cidade de<br />
São Paulo.<br />
Estrutura Física SAMU-SP.<br />
A base onde visitamos possuí uma Unidade de Suporte Avançado, três Unidades<br />
de Suporte Básico, as equipes, tanto do básico como as avançadas, possuem a mesma<br />
base. Não conhecemos as instalações da Unidade de Suporte Avançado, pois esta esteve<br />
em atendimento durante toda a visita.<br />
Observamos que as instalações da base são antigas e com pouco conforto. A estrutura<br />
física é composta por:<br />
Uma sala de estar contendo televisão e poltronas;<br />
Duas salas administrativas;<br />
Dois quartos, com alguns colchões, e apenas uma cama em cada quarto;<br />
Uma cozinha;<br />
Dois banheiros;<br />
O SAMU-SP, já é bastante antigo, não sabendo revelar em anos o tempo de existência.<br />
Quanto aos atendimentos, segundo ela é bastante variado, dependendo da região, na região<br />
onde se encontra esta base atendem-se muitas pessoas de rua, porém em regiões mais<br />
próximas de avenidas movimentadas e BRs o número de atendimento de trauma aumenta<br />
consideravelmente.<br />
Quando questionada, quanto à relação do SAMU com o Corpo e Bombeiros Militar,<br />
relatou que os serviços trabalham em conjunto relatou também que o Corpo de Bombeiros<br />
Militar de São Paulo possuí em sua equipe médicos e enfermeiros.<br />
Regulação Médica<br />
A equipe de regulação assemelha-se a encontrada em nossa base, porém o que a<br />
diferencia é a presença de um enfermeiro, juntamente aos técnicos de enfermagem telefonista,<br />
o que chamamos de regulação eles chamam de triagem. Relatou que os falsos chamados<br />
67
dificultam bastante o trabalho, pois gera desperdício de recursos humanos e materiais,<br />
impossibilitando o atendimento de chamados reais.<br />
Estágios no SAMU-SP.<br />
A enfermeira nos relatou que as Universidades de São Paulo incluem em seu currículo<br />
a disciplina de enfermagem pré-hospitalar, e regularmente possuem estagiários presentes no<br />
local. Também contam com estagiários de Medicina e da Especialização em Atendimento pré-<br />
hospitalar.<br />
Enceramos a visita após 60 minutos de conversa, quando deixamos o local e<br />
retornamos a feira.<br />
Durante a Prática não tivemos oportunidade de participar de eventos específicos da<br />
área, devido ao elevado custo, bem como a dificuldade de acesso dos mesmos. Porém,<br />
suprimos o mesmo, com o evento acima descrito, bem como, a visita a um serviço de SAMU<br />
em São Paulo/SP.<br />
68
Objetivo 5. Realizar visita domiciliar de enfermagem às pessoas que forem atendidas pelo<br />
SAMU e selecionadas pelas acadêmicas;<br />
Realizamos visitas domiciliares ás pessoas, segundo critérios de incidência e<br />
complexidade. Estas visitas eram agendadas momento do atendimento junto aos familiares.<br />
Foram selecionadas quatro pessoas e realizadas oito visitas domiciliares e uma visita<br />
institucional. As visitas domiciliares proporcionaram um maior contato com a situação de<br />
saúde e doença destas pessoas possibilitando a aplicação do processo de enfermagem<br />
completo. Duas das pessoas receberam três visitas das acadêmicas, duas receberam duas<br />
visitas. Alcançamos plenamente este objetivo.<br />
Durante as visitas coletamos dados para aplicação do processo, realizamos<br />
orientações em saúde e encaminhamentos segundo a necessidade de cada pessoa. Os<br />
encaminhamentos foram via Unidade de Saúde Local ou referencia da Unidade.<br />
. Para a consecução destas visitas realizamos planejamentos e a seguir, sua descrição,<br />
sob forma de relatórios, bem como aplicamos os processos de enfermagem subseqüente.<br />
Denominamos as pessoas, por nós selecionadas, com nomes de flores, visto que, encontramos<br />
em nosso caminho um jardim de diversidade e possibilidades de cuidado.<br />
Planejamento da primeira visita domiciliar ROSA<br />
Contato Inicial<br />
Rosa, foi atendida pelo SAMU, dia 10 de junho de 2006, às 5:30 da manhã em sua<br />
residência, com queixa de dor torácica irradiando para MSE, queimação e dispnéia a 4h. Foi<br />
medicada com AAS comprimido, Furosemida 200mg (1 amp EV), Plasil (1 ampola Ev) e<br />
dimorf (1 ampola EV). No momento do atendimento apresentava-se hipertensa 170X90<br />
mmHg de Pressão Arterial, 100 bpm de Freqüência Cardíaca e 25 mrm de Freqüência<br />
Respiratória.<br />
Relatou histórico de Infarto Agudo do Miocárdio há um mês, foi diagnosticado<br />
Angina, e observado alteração no complexo QRS, com presença de onda Q. Pessoa<br />
encaminhada ao Hospital Regional de São José, para observação do quadro.<br />
Uma semana mais tarde o contato foi feito por telefone e a visita marcada para o dia<br />
20 de Junho às 10:30.<br />
Cronologia<br />
69
A visita terá duração de uma hora, sendo que os primeiros 5 minutos serão dedicados<br />
a apresentações, os 30 minutos subseqüentes, para a coleta de dados e conversa informal<br />
simultaneamente. O restante para dúvidas e orientações.<br />
Objetivo Geral<br />
Acompanhar, prestar assistência de Enfermagem e encaminhar, as pessoas atendidas<br />
pelo SAMU e selecionadas pelas acadêmicas:<br />
Objetivos Específicos<br />
1. Coletar dados, para a aplicação de processo de enfermagem completo;<br />
A pessoa será visitada e juntamente com sua família, será consultada inicialmente, se<br />
esta consentir, será efetuada coleta de dados em conversa informal, levantando dados acerca<br />
das condições de saúde e doença do mesmo.<br />
2. Encaminhar a pessoa observando as suas necessidades;<br />
Durante a coleta de dados, observaremos as condições de vida e de saúde da pessoa e<br />
família, encaminhado-os se necessário.<br />
3. Propiciar momento para dúvidas e questionamentos acerca das patologias;<br />
Questionar as causas que a levaram a desenvolver o quadro acima descrito, bem<br />
como orientações em geral sobre o tema e outros que possam surgir no decorrer da visita.<br />
4. Agendar uma segunda visita se assim a família, a pessoa e as acadêmicas julgarem<br />
necessário;<br />
Discutir a contribuição da visita para a família e a necessidade de outras<br />
subseqüentes, sempre respeitando os horários e a disponibilidade da família.<br />
Relatório da primeira visita domiciliar - ROSA<br />
O contato foi feito anteriormente, pelo telefone, ficando agendado para o dia<br />
20/06/2006, ás 10:00. Fui recepcionada pela filha, com a qual havia feito contato pelo telefone<br />
e no dia do atendimento, sendo amistosamente recebida. Iniciei a conversa explicando os<br />
objetivos da visita, e obtendo o consentimento para o trabalho. Iniciei a coleta de dados,<br />
conhecendo histórico de vida pessoa e posteriormente o histórico de saúde, a pessoa em<br />
questão forneceu-me a maioria das informações, acerca de sua história de vida e sua filha<br />
acerca de seu histórico de saúde. Observei que ela é bem tratada e existe um a preocupação de<br />
todos os seus oito filhos acerca da saúde de sua mãe, a pessoa em questão.<br />
70
A filha mais nova é a cuidadora mais próxima ficando responsável pela alimentação,<br />
administração de medicamentos e idas ao médico. A filha relata que sua mãe vai regularmente<br />
ao médico, pois seu estado de saúde é complicado, utiliza a Unidade Local de Saúde para<br />
agendamento de suas consultas. A filha relata que sua mãe é hipertensa há 30 anos,<br />
desenvolveu, a partir disso, insuficiência renal. Possuí um histórico de dois Infartos Agudos<br />
do Miocárdio e diversos situações de infarto . Relata ser a terceira vez que aciona o serviço<br />
do SAMU, relatando, afirma que sem o SAMU não sabe se sua mãe ainda estaria viva .<br />
Observei as medicações utilizadas e questionei acerca da alimentação. A família é bem<br />
informada e bem orientada, cumprindo a dieta prescrita, porém ainda tem dúvidas acerca da<br />
alimentação, pois o nefrologista restringiu a ingesta protéica o que causou anemia, bem como<br />
o cardiologista restringiu o sal, o que dificulta a aceitação da dieta pela pessoa. As suas<br />
atividades físicas são restritas, devido a cardiopatia e a angina.<br />
Ao final não agendei a próxima visita ficando a data e local a combinar.<br />
Planejamento da segunda visita domiciliar ROSA<br />
telefônico.<br />
Cronologia<br />
A visita foi agendada para o dia 6 de julho de 2006, ás 9:30 horas, via contato<br />
A visita terá duração de 30 min, sendo os primeiros 10 min para conversa informal e<br />
avaliação do estado geral da pessoa, os próximos 10 para as orientações ainda pendentes, e o<br />
tempo restante para dúvidas, dúvidas questionamentos e avaliação do cuidado.<br />
Objetivo geral<br />
Observar, acompanhar, orientar e encaminhar as pessoas atendidas pelo SAMU<br />
USA e selecionadas pelas acadêmicas, em seu contexto familiar.<br />
Objetivos específicos<br />
1. Avaliar o estado geral da pessoa;<br />
Através de conversa informal, perguntando como a pessoa passou nestes últimos dias<br />
se este não teve mais episódios de Infarto, modificações em seu quadro.<br />
2. Orientar acerca da alimentação;<br />
Fornecer orientações à cerca dos questionamentos da última visita.<br />
3. Fornecer listagem de alimentos e seus valores nutricionais, protéicos e minerais;<br />
Explicar a forma mais correta de alimenta-se, de acordo com as patologias<br />
apresentadas pela pessoa;<br />
71
4. Proporcionar momento para novos questionamentos;<br />
da pessoa;<br />
Questionar sobre dúvidas ainda pendentes, sobre a dieta e sobre as patologias de base<br />
5. Orientar quanto à possibilidade de consulta com profissional nutricionista;<br />
Observar se as orientações não foram suficiente, orientando quanto a possibilidade<br />
de consulta com profissional nutricionista.<br />
Relatório segundo visita domiciliar - ROSA<br />
combinado.<br />
A visita ocorreu no dia 6 de julho de 2006 iniciando às 9:30, de acordo com o<br />
Ao chegar à filha mais velha da pessoa estava me esperando, na porta de seu<br />
domicilio. Recebeu-me inicialmente sozinha e posteriormente na presença da pessoa em<br />
questão.<br />
Iniciei o assunto, perguntado-lhe como havia passado nos últimos dias. Ela relatou-<br />
me que passou bem e que a fraqueza havia diminuído devido a uma nova medicação que<br />
havia sido inserida em seu tratamento. Relatou-me que estava a pedido do nefrologista com<br />
dieta zero de carne e que assim ficaria por mais dez dias, totalizando quinze dias de abstenção<br />
total de carne, pois seus exames de uréia e ácido úrico, estavam demasiadamente aumentados.<br />
Observei que em seu hemograma o hematócrito estava 35%, caracterizando estado de<br />
amenia, porém esta já estava sendo tratada com doses diárias de hematopoetina humana,<br />
aplicada intramuscular, por uma vizinha, técnica de enfermagem. A Unidade Local de Saúde<br />
não disponibilizou profissionais qualificados para as aplicações diárias, alegando, falta de<br />
profissionais e de transporte.<br />
Como havia lhes prometido, levei-lhes uma orientação nutricional, pois os médicos<br />
35não haviam sido suficientemente claros em suas orientações. A sua filha mais nova como já<br />
relatei anteriormente é responsável pela alimentação da pessoa, portanto as orientações foram<br />
dirigidas a ela. Esta demonstrou satisfação em receber a orientação, segundo ela, foi bastante<br />
esclarecedor.<br />
Sugeri a consulta com profissional Nutricionista. A filha relatou que é bastante<br />
difícil agendar mais uma consulta e seria bastante cansativo para a pessoa, porém se as<br />
orientações não forem suficientes e o estado de saúde não melhore, não descartou a hipótese.<br />
A visita foi encerada, com questionamento, sobre dúvidas ainda pendentes, as quais foram<br />
esclarecidas.<br />
Por que vocês não vieram aqui há 30 anos atrás (filha de ROSA)<br />
72
Identificação<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Rosa, 76 anos, 1,59 cm de altura, 60kg, sexo feminino, agricultora aposentada, negra, oito<br />
filhos, sendo um deles falecido, primário completo. Natural de Bom Retiro, procedente de<br />
Florianópolis, Bairro Saco dos Limões, onde reside a 33 anos. Reside em casa própria,<br />
quatros quartos, rede esgoto, água encanada e coleta seletiva de lixo. Nascida em 12 de<br />
setembro de 1930. Foi atendida pelo SAMU, no dia 10 de junho de 2006, às 5:30 da manhã<br />
com queixa de dor torácica irradiando-se para MSE e queimação, dificuldade na respiração.<br />
Foi avaliada no momento do atendimento, sendo diagnosticada Angina instável. Foi medicada<br />
com AAS comprimido, Furosemida, Plasil e dimorf. Encaminhada ao Hospital Regional. No<br />
momento do atendimento a pressão arterial foi aferida estando em 170 X 90 mmHg,<br />
freqüência cardíaca em 100 bpm e freqüência respiratória em 25 mrm, observado<br />
irregularidades no exame de eletrocardiograma, com alterações no segmento QRS e presença<br />
de onda Q..<br />
Histórico de Saúde<br />
Ao ser questionada a família relatou que esta já havia sofrido dois infartos, sendo que um há<br />
um mês, e outras quatro situações de infarto (angina). Durante a visita domiciliar foram<br />
relatados pelas filhas que Rosa, é portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica, há 30 anos e<br />
insuficiência renal há cinco anos. Foi internada diversas vezes, não sendo conhecido o número<br />
exato de internações, já foi atendida pelo SAMU três vezes, toda pelo mesmo motivo.<br />
Hábitos Relacionados com as Necessidades Humanas Básicas.<br />
Necesidades Psicobiológicas<br />
Regulação neurológica:<br />
Lúcida, orientada e em todas as situações.<br />
Oxigenação:<br />
No momento do atendimento apresentava-se dispnéica, fazendo uso de oxigênio suplementar,<br />
em cateter nasal 5 litros de O 2 , porém no momento das visitas apresentava-se eupnéica, sem<br />
outras anormalidades.<br />
73
Regulação vascular:<br />
Pressão Arterial em torno de 170x90 mmHg.<br />
Alimentação<br />
Devido as suas patologias de base, possuí uma alimentação extremante controlada. A filha<br />
prepara as refeições, restringindo sal, carne e proteínas da alimentação,<br />
fato este que a<br />
preocupa bastante, pois a leva a uma situação de anemia, devido a falta de nutrientes. Relata<br />
que segue todas as orientações dos médicos, que tratam de sua mãe porém, a questão<br />
alimentar ainda permanece, não lhe é bem esclarecida. Relata que sua mãe não se alimenta<br />
em quantidades suficientes, por isso, sente-se fraca. Quando questionada Rosa justifica<br />
relatando que sua comida não tem sabor por isso a rejeita.<br />
Eliminações<br />
Relata possuir hábitos intestinais diários, bem como vesicais ambos sem anormalidades. Não<br />
menstrua há 20 anos, quando entrou na menopausa.<br />
Integridade Física<br />
Mucosas hipocoradas.<br />
Sono e repouso<br />
Relata dormir bem à noite, apenas quando se sente cansada tem dificuldades.<br />
Atividades Física<br />
Devido as suas patologias apresentadas, nem um tipo de atividade física é recomendado, fato<br />
este respeitado por Rosa e controlado pela família.<br />
Necessidades Pisicossociais;<br />
Educação para a saúde e aprendizagem;<br />
A família é orientada segundo as patologias de Rosa, porém a questão alimentar ainda é<br />
relatada como dúvida, bem como o entendimento do funcionamento de alguns medicamentos<br />
e fisiopatologia de algumas patologias.<br />
Diagnóstico de Enfermagem<br />
1. Débito cardíaco diminuído, relacionado aos infartos subsequêntes e arritmias,<br />
manifestado por níveis pressóricos de 170x90 mmHg;<br />
2. Alteração na nutrição: risco menos que o corpo necessita, relacionada à falta de apetite,<br />
e não adequação da dieta proposta;<br />
3. Alteração na mucosa oral, relacionada anemia, manifestada por mucosas hipocoradas.<br />
4. Fadiga, relacionada aos problemas cardíacos e anemia, manifestado por verbalização<br />
continua de falta de energia;<br />
74
5. Intolerância à atividade, relacionado aos distúrbios cardiovasculares, manifestado por<br />
fadiga, fraqueza, alterações no eletrocardiograma que sugerem isquemia de miocárdio;<br />
6. Déficit de conhecimento, relacionado a informações incorretas, manifestadas por<br />
excessos, nas restrições alimentares.<br />
Evolução<br />
Dia 10 de junho de 2006<br />
S<br />
Relata dor em região torácica irradiando para MSE, queimação e falta de ar. Família relata<br />
histórico de Infarto Agudo do Miocárdio há um mês.<br />
O.<br />
Foi atendida às 5:30 da manhã em sua residência. PA: 170x90 mmHg, Fc: 100 bpm de Fr: 25<br />
mrm. Realizado ECG, com alterações no complexo QRS com presença de onda T.Foi<br />
medicada com AAS 100mg, Furosemida 20mg (1 amp EV), Plasil (1 ampola Ev) e dimorf ( 1<br />
ampola EV). Ao exame físico, foi observada, palidez cutânea e mucosas oculares<br />
hipocoradas.Cabelos hidratados e com boa distribuição, ausência de arcada dentária superior e<br />
inferior, presença de prótese dentária inferior. Membros superiores e inferiores simétricos e<br />
sem anormalidades. Sem dor ou desconforto à palpação abdominal.<br />
A.<br />
1. Dor, manifestado por comunicação verbal de dor, relacionada à isquemia.<br />
2. Débito cardíaco diminuído, relacionado à angina e as arritmias manifestado por níveis<br />
pressóricos de 170x90 mmHg .<br />
P.<br />
1. Promover melhora na oxigenação;<br />
2. Proporcionar conforto e bem estar;<br />
3 Promover analgesia;<br />
Dia 20 de junho de 2006<br />
S.<br />
A filha relata que sua mãe vai regularmente ao médico, pois seu estado de saúde é<br />
complicado, utiliza a Unidade Local de Saúde para agendamento de suas consultas. A filha<br />
relata que sua mãe é hipertensa há 30 anos, possuí e insuficiência renal a cinco anos. Possuí<br />
um histórico de dois Infartos Agudos do Miocárdio e diversas situações de infarto<br />
(Angina<br />
Pectoris). Relata ser a terceira vez que aciona o serviço do SAMU. Relata cumprir a dieta<br />
75
prescrita, porém ainda tem dúvidas acerca da alimentação, pois o nefrologista restringiu a<br />
ingesta protéica o que causou anemia, bem como o cardiologista restringiu o sal, o que<br />
dificulta a aceitação da dieta pela pessoa. Relata que as atividades físicas são restritas, devido<br />
a angina.<br />
O.<br />
Ao exame físico, foi observada, palidez cutânea, mucosas oculares hipocoradas..Cabelos<br />
hidratados e com boa distribuição, ausência de arcada dentária superior e inferior, presença de<br />
prótese dentária inferior e superior. Membros superiores e inferiores simétricos.Sem dor ou<br />
desconforto à palpação abdominal, presença de hernial incisional, em região hipocondria<br />
direita. Fáceis com aspecto levemente cansada. Sinais vitais não verificados.<br />
A.<br />
1. Débito cardíaco diminuído, relacionado aos infartos subseqüentes e arritmias, manifestado<br />
por níveis pressóricos de 170x90 mmHg.<br />
2. Alteração na nutrição: risco menos que o corpo necessita, relacionada à falta de apetite, e<br />
não adequação da dieta proposta.<br />
3. Alteração na mucosa oral, relacionada anemia, manifestada por mucosas hipocoradas.<br />
4. Fadiga, relacionada aos problemas cardíacos e anemia, manifestado por verbalização<br />
continua de falta de energia.<br />
5. Intolerância à atividade, relacionado aos distúrbios cardiovasculares, manifestado por<br />
fadiga, fraqueza, alterações no eletrocardiograma que sugerem isquemia de miocárdio.<br />
6. Déficit de conhecimento, relacionado a informações incorretas, manifestadas por excessos,<br />
nas restrições alimentares.<br />
P.<br />
1. Promover educação em saúde;<br />
2. Promover melhora na qualidade de vida;<br />
Dia 06 de julho de 2006<br />
S.<br />
Relatou que passou bem e que a fraqueza diminuiu devido a uma nova medicação que havia<br />
sido inserida em seu tratamento. Relatou que estava a pedido do nefrologista com dieta zero<br />
de carne e que assim ficaria por mais dez dias, totalizando quinze dias de abstenção total de<br />
carne, pois seus exames de uréia e ácido úrico, estavam demasiadamente aumentados. A filha<br />
76
elatou estar ansiosa pela dieta, e que isto facilitaria muito a vida da pessoa. Relatou que sua<br />
PA mantém-se em 170x90 mmHg, em aferições diárias.<br />
O.<br />
Não foram verificados os sinais vitais. Ao exame físico, foi observada, palidez cutânea e<br />
mucosas oculares hipocoradas.Cabelos hidaratados e com boa distribuição, ausência de arcada<br />
dentária superior e inferior, presença de prótese dentária inferior e superior. Membros<br />
superiores e inferiores sem anormalidades.Sem dor ou desconforto à palpação abdominal,<br />
presença de hernial incisional, em região hipocondria direita.<br />
A.<br />
Pessoa em bom estado mantendo os diagnósticos da visita anterior.<br />
P.<br />
Manteve-se o plano anterior.<br />
Plano de Enfermagem<br />
1. Orientar acerca da alimentação;<br />
2. Promover educação em saúde;<br />
Prescrições de Enfermagem<br />
1. Orientar quanto à dieta hipossódica e hipoproteíca;<br />
2. Formular listagem de alimentos e suas concentrações de nutrientes;<br />
3. Orientar família quanto às patologias de base, e suas respectivas implicações na vida da<br />
pessoa;<br />
4. Encaminhar para consulta com profissional nutricionista;<br />
5. Orientar quanto a alternativas para estimular a ingesta de alimentos;<br />
6. Salientar a importância da dieta, porém estimulando a permanência na qualidade de vida;<br />
Prognóstico de Enfermagem<br />
Rosa apresenta-se em bom estado geral. A família encontra-se mais instrumentalizada.<br />
Este fato contribuiu para a melhora na qualidade de vida, e na saúde da pessoa e da sua<br />
família. Vitima não apresenta mais problemas além dos já diagnosticados e tratados.<br />
77
Planejamento da visita institucional - GIRASSOL<br />
Contato Inicial<br />
Pessoa atendida no dia 31/06/2006 ás 8:30 em trabalho de parto há 5 horas. Ao<br />
chegarmos, estava sentindo três contrações em 10 minutos, com duração de 50 segundos cada.<br />
Veio acompanhada da vizinha, sem documentos pessoais, apenas com cartão do SUS<br />
e a caderneta do pré-natal. Seu pré-natal estava em dia e constava 35 semanas de gestação<br />
pela DUM. No decorrer do percurso até a Maternidade Carmela Dutra, as contrações<br />
aumentaram de freqüência e de intensidade, o saco amniótico rompeu-se e foi internada e<br />
avaliada imediatamente após a sua chegada ao hospital. A visita foi marcada para o dia<br />
seguinte, 01/07/2006, às 10:30, na maternidade.<br />
Cronologia da Visita<br />
A visita terá duração de 1hora, devido à necessidade de coleta de dados, o primeiro<br />
momento será dedicado á conversa informal e inicio da coleta de dados, em um segundo<br />
momento será dedicado ao exame físico e posteriormente questionamentos e dúvidas ainda<br />
pendentes.<br />
Objetivo Geral<br />
Acompanhar, observar, orientar e encaminhar as pessoas atendidas pelo SAMU-USA<br />
e selecionadas pelas acadêmicas em seu contexto domiciliar, afim de fornecer dados para o<br />
processo de enfermagem.<br />
Objetivos específicos<br />
1. Observar as condições da pessoa atendida após sua interação;<br />
Observar se o parto foi normal, sem intercorrências e se o recém nascido nasceu<br />
saudável e dentro dos padrões de normalidade.<br />
2. Coletar dados para o processo de enfermagem;<br />
do mesmo.<br />
Através de conversa informal. Explicar o objetivo do estudo e obter o consentimento<br />
3. Observar suas fragilidades e fortalezas enquanto puérpera e mãe.<br />
78
Conversar sobre suas dificuldades, dúvidas, questionamentos perspectivas para o futuro.<br />
4. Agendar visita domiciliar;<br />
Agendar nova visita a fim de observar a pessoa em seu contexto familiar.<br />
Relatório da visita institucional - GIRASSOL<br />
Ao chegar na maternidade, como Girassol estava sem documentação pessoal, esta<br />
não estava cadastrada na recepção, o que dificultou o acesso.<br />
Ao chegar no quarto ela recebeu-me com alegria, pois ninguém a havia visitado até o<br />
momento, fato este explicado pela falta de registro. Ao saber que estava sem registro foi<br />
orientada a ligar para a família. Sem demora seu esposo e sua filha foram visitá-la. Sua<br />
família chegou e estávamos em meio à coleta de dados, fato este que me foi questionado pelo<br />
marido, porém após as devidas explicações, não obtive restrições.<br />
Durante toda a visita foi feita à coleta de dados, fui questionada acerca de métodos<br />
anticoceptivos e amamentação. A partir destes questionamentos, direcionei a visita<br />
esclarecendo Girassol acerca destes temas, esta demonstrou curiosidade e entendimento,<br />
relatando estar compreendendo o que havia sido orientado. Girassol relatou ser analfabeta,<br />
sendo estimulada a estudar e os benefícios que isso lhe traria. Relatou não ter participado de<br />
grupos de gestantes por não conhecer o serviço, afirma fazer uso da Unidade Local de Saúde,<br />
para consultas e outras intercorrências.<br />
Proporcionei momento para mais dúvidas, estimulando-a a questionar. Após este<br />
momento expliquei a necessidade de nova visita, onde obtive bastante restrição, então<br />
reafirmei os objetivos do trabalho e a necessidade de nova visita, foi então que marcamos para<br />
o dia 05/07/2006 ás 14:00.<br />
Não sei como, fui ficar grvávida, tomava o remédio (GIRASSOL).<br />
Planejamento da visita domiciliar - Girassol<br />
O contato já foi pré-agendado na outra visita, porém será confirmado pelo telefone,<br />
conforme acordado na outra visita. Esta visita terá o acompanhamento da outra acadêmica,<br />
pois a região em questão apresenta periculosidade alta.<br />
Cronologia<br />
A visita terá a duração de 30 min, com enfoque nas condições de vida da pessoa,<br />
suas dúvidas ainda pendentes e evolução do período puerperal.<br />
Objetivo geral<br />
domiciliar.<br />
Observar, acompanhar a pessoa atendida pelo SAMU- USA em seu contexto familiar/<br />
79
Objetivos específicos<br />
1. Concluir a coleta de dados para o processo de enfermagem;<br />
Durante toda a visita, continuarei a coleta de dados para o processo de enfermagem.<br />
2. Observar amamentação, troca de fraldas;<br />
Observar como a vitima amamenta, observando pega e efetividade na amamentação e<br />
posição do recém nascido durante a amamentação. Observar a troca de fralda do recém<br />
nascido, observando higiene e produtos utilizados.<br />
3. Questionar sobre o banho do Recém Nascido;<br />
Qual freqüência, horário, local, e técnica.<br />
4. Proporcionar momento para questionamentos;<br />
Ao final proporcionar momento para dúvidas ainda persistentes, bem como<br />
necessidade de encaminhamento ou nova visita.<br />
Relatório primeiro visita domiciliar - GIRASSOL<br />
Cumprindo o que havíamos combinado anteriormente, apesar da falta de comunicação<br />
via telefone, visita ocorreu na dada e hora marcada no dia 05 de julho de 2006, às 14:00.<br />
Fomos recepcionadas pelo esposo que se preparava para ir ao trabalho, segundo ele,<br />
havia conseguido um emprego de auxiliar em construção civil, fato este que demonstrou<br />
bastante, felicidade por parte da esposa. Ao chegarmos Girassol encontrava-se deitada,<br />
descansando e demonstrou felicidade ao nos rever. Relatou que tem passado bem, as dores<br />
abdominais, já não a atrapalham mais, relata que desde que chegou em casa, faz todas as<br />
tarefas domesticas sem maiores complicações. Quanto à amamentação, refere que amamenta a<br />
cada três horas conforme orientação e que sua filha, não possuí problemas na pega, sucção.<br />
Durante a visita ela o amamentou, confirmando o que ela me relatou. Quando<br />
questionada sobre o desmame precoce, relatou que sua vizinha, também a orientou a não<br />
desmamar, e assim estava disposta a seguir as orientações.<br />
Examinei o recém nascido, pedindo-lhe para trocar-lhes as fraldas, pois percebemos<br />
que esta estava suja. Ao exame físico percebi que se tratava de um recém nascido normal e<br />
sem particularidades, todos os reflexos estavam presentes. Orientei-a quanto a troca de<br />
fraldas, destacando as peculiaridades que o sexo feminino exige e sobre o que a falta de<br />
higiene pode ocasionar, frisando a importância da troca de fraldas freqüentes.<br />
questionamentos.<br />
Após a troca de fraldas, abri momento para novas dúvidas, porém houve outros<br />
80
Durante a visita observei que se tratava de uma casa de madeira, própria, porém de<br />
com condições de higiene bastante precárias. Continha apenas um quarto e a cozinha, com um<br />
banheiro nos fundos da casa. Neste quarto dormiam os quatro membros da família.<br />
Identificação<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Girassol, 25 anos, 1,55 cm de altura, casada (oito anos), dois filhos, sexo feminino, católica,<br />
analfabeta,<br />
natural de Curitiba, procedente de Florianópolis, Bairro Ingleses (Morro do<br />
Mosquito). Raça negra, casa própria, faxineira. Seu esposo, auxiliar na construção civil, e<br />
trabalhos diversos. Foi atendidos pelo SAMU, ás 8:30 do dia 31 de junho de 2006, com<br />
contrações há 5 horas e histórico de parto expulsivo. No momento do atendimento foi<br />
observado que havia feito pré-natal, estando no momento com 35 semanas pela DUM.<br />
Durante o transporte à freqüência das contrações aumentou e se tornou bastante efetiva, 4 em<br />
10 min com duração de 50 segundos. Ela apresentava-se sem sangramento, não relatando<br />
doenças prévias, alcoolismo, tabagismo ou uso de outras drogas. Foi encaminhada a<br />
Maternidade Carmela Dutra, para realização de Parto Normal. Ocorreu rompimento do saco<br />
amniótico durante o transporte, estava acompanhada pela vizinha. Ao chegarmos, a pessoa foi<br />
direto para avaliação e momentos mais tarde para sala de parto.<br />
Histórico de Saúde<br />
Esta foi sua segunda internação a anterior foi para nascimento de seu outro filho, não relata<br />
possuir outras doenças. Seu outro parto foi normal, expulsivo sem dificuldades. Relata ter<br />
amamentado por 2,6 anos, não sendo exclusivo em nem um momento.<br />
Relata não querer mais filhos e para isso, planeja adotar o DIU como método anticonceptivo,<br />
anteriormente utilizava anticonceptivo oral, o qual resultou a sua ultima gestação.<br />
histórico de aborto anterior.<br />
Hábitos relacionados com as necessidades Humanas Básicas<br />
Necessidades Psicobiológicas:<br />
Regulação neurológica<br />
Lúcida, orientada, durante todos os contatos.<br />
Percepção dos órgãos dos sentidos.<br />
Possuí<br />
81
Relata dor na região genital e abdominal.<br />
Oxigenação.<br />
Freqüência Respiratória de 20 mrm.<br />
Regulação vascular.<br />
Pressão arterial de 120x70mmHg..<br />
Regulação térmica.<br />
Temperatura de 36,7 o C.<br />
Alimentação<br />
Alimenta-se normalmente aceitando toda a dieta oferecida no hospital., em casa dieta normal.<br />
Amamenta a sempre que a criança chora, não seguindo padrão regular de amamentação.<br />
Relata desejo de desmame precoce, pois quer voltar a trabalhar assim que sair do resguardo ,<br />
pois precisa ajudar na renda da família agora tem amis uma boca para comer.<br />
Relata ser não compreender os mecanismos da amamentação, tendo medo que o leite possa<br />
acabar se o filho mamar demais.<br />
Eliminação.<br />
Obteve eliminações intestinais após o parto em grande quantidade após o parto e vesicais em<br />
diversas vezes, relata não possuir dificuldades nas eliminações no seu dia a dia, presença de<br />
colostro, lóquios com coloração vermelho vivo e média quantidade.<br />
Sono e repouso.<br />
Relata que possuí um padrão de sono de 8 horas diárias, porém no hospital não conseguiu<br />
dormir. Relata cansaço devido ao esforço pelo trabalho de parto.<br />
Atividade Física.<br />
Relata não praticar atividades físicas regularmente, não possuí restrições ou dificuldades após<br />
o parto.<br />
Cuidado Corporal.<br />
Relata banhar-se diariamente.<br />
Segurança Física/meio Ambiente.<br />
Reside em local de periculosidade alta.<br />
Sexualidade<br />
Questionou quando poderia ter relações sexuais com seu esposo.<br />
Terapêutica<br />
Engravidou fazendo uso de anticonceptivo oral.<br />
Necessidades psicossociais e psicoespirituais:<br />
82
Relata medo de engravidar novamente. Afirma que Não é fácil ter filho pobre, parece que aí<br />
que eles vem , relata que este filho não foi planejado mas já que veio será bem tratado .<br />
Diagnóstico de Enfermagem<br />
1. Dor abdominal e em região genital, relacionado com trabalho de parto recente,<br />
manifestado por verbalização de dor;<br />
2. Risco para descontinuidade no processo de amamentação, relacionado com falta de<br />
conhecimento sobre os benefícios do leite materno e necessidade de voltar ao mercado de<br />
trabalho, manifestado por desejo de desmame precoce;<br />
3. Alterações nos padrões de sexualidade, relacionado com parto recente, manifestado por<br />
expressão verba de dúvida acerca da sexualidade;<br />
4. Risco para alergia perineal, relacionado a uso de produtos de higiene durante a troca de<br />
fraldas, manifestado por expressão verbal;<br />
5. Controle ineficaz do regime terapêutico: individual, relacionado baixo nível de instrução<br />
manifestado por uso inadequado de anticoncepcional oral;<br />
6. Medo de nova gravidez, relacionado à falta de condições financeiras de criar mais um<br />
filho; manifestado por expressão verbal de medo;<br />
7. Déficit de conhecimento, relacionado baixo nível de instrução, manifestado por falta de<br />
conhecimento sobre métodos anticonceptivos e estilo de vida saudável.<br />
Evolução de Enfermagem<br />
Dia 31 de junho de 2006<br />
S.<br />
Girassol relata, estar sentindo contrações há, cinco horas, ampliado a freqüência e a<br />
intensidade. Relata ser gesta III para I, possuindo um aborto anterior. Relata que seu último<br />
parto foi normal sem distócias e expulsivo, não refere doenças ou uso de medicamentos.<br />
Relata estar fazendo acompanhamento pré-natal na Unidade Local e Saúde.<br />
O.<br />
Pele e mucosas hidratadas, corada, sem anormalidades em membros superiores e inferiores.<br />
Foi observado 04 contrações em 10m minutos e duração de 50 segundos, rompimento de saco<br />
amniótico durante o transporte. Os sinais vitais não foram aferidos durante o atendimento.<br />
Não foi observado dilatação da cérvice.<br />
83
A.<br />
1. Dor relacionado às contrações uterinas, manifestado por verbalização de dor;<br />
P.<br />
1. Promover conforto e bem estar até a chegada à maternidade;<br />
2. Controlar progressão de trabalho de parto;<br />
Dia 01 de julho de 2006<br />
S.<br />
Girassol relatou ter 25 anos, 1,55 cm de altura, casada (oito anos), dois filhos, católica,<br />
analfabeta,<br />
natural de Curitiba, procedente de Florianópolis, Bairro Ingleses (Morro do<br />
Mosquito). Negra, casa própria, faxineira. Relata que seu parto foi fácil e ocorreu logo após a<br />
chegada na maternidade. Relata estar bem, porém sente um pouco de dor abdominal e genital<br />
devido ao trabalho de parto. Relata que seu filho está bem e para sua surpresa é uma menina.<br />
Relata estar feliz, porém nem um familiar a visitou. Relata estar recuperando-se bem e que<br />
seu sangramento é vermelho escuro e em média quantidade. Relata boa pega e sucção.<br />
Relata dúvidas acerca de métodos anticonceptivos e amamentação. Relata medo de nova<br />
gravidez. Relata desejo de desmame precoce.<br />
O.<br />
Ao exame físico: couro cabeludo integro, cabelos com boa distribuição, fáceis simétricas, e<br />
sem anormalidades, presença de arcada superior e inferior, membros simétricos.Mamas<br />
macias e sem ingurgitamentos, mamilos protusos, presença de colostro.Abdome depressivo à<br />
palpação, útero contraído abaixo da cicatriz umbilical. Lóquios com coloração vermelho<br />
escuro, em média quantidade, com odor característico. Recém nascido do sexo<br />
feminino.Sinais vitais: Fr: 20 mrm, PA: 130x80mmHg, T: 36 C, Fc: 98 bpm.<br />
A.<br />
1. Dor abdominal e em região genital, relacionado com trabalho de parto recente,<br />
manifestado por verbalização de dor;<br />
2. Risco para descontinuidade no processo de amamentação, relacionado com falta de<br />
conhecimento sobre os benefícios do leite materno e necessidade de voltar ao mercado de<br />
trabalho;<br />
3. Controle ineficaz do regime terapêutico: individual, relacionado a déficit de conhecimento,<br />
manifestado por uso inadequado de anticoncepcional oral;<br />
84
4. Medo de nova gravidez, relacionado à falta de condições financeiras de criar mais um<br />
filho; manifestado por expressão verbal de medo;<br />
P.<br />
1. Promover a amamentação;<br />
2. Promover educação em saúde;<br />
Dia 08 de julho de 2006<br />
S.<br />
Relatou, ter obtido alta hospitalar no dia 03 de julho, que tem passado bem, as dores<br />
abdominais, já não a atrapalham mais, relata que desde que chegou em casa, faz todas as<br />
tarefas domesticas. Quanto à amamentação, refere que amamenta a cada três horas conforme<br />
orientação e que sua filha, não possuí problemas na pega, sucção, relata ter dúvidas quanto a<br />
higiene do recém nascido.<br />
O.<br />
Ao exame físico: couro cabeludo integro, cabelos com boa distribuição, fáceis simétricas, e<br />
sem anormalidades, presença de arcada superior e inferior, membros simétricos.Mamas<br />
macias e sem ingurgitamentos, mamilos protusos, presença de leite de transição.Abdome<br />
depressivo à palpação, útero contraído abaixo da cicatriz umbilical. Lóquios<br />
serosanguinolentos, em pequena quantidade, com odor característico.<br />
A.<br />
1. Falta de conhecimento, relacionado a baixo nível de instrução, manifestado por<br />
verbalização.<br />
P.<br />
1. Promover amamentação;<br />
2. Promover educação em saúde;<br />
Plano de Enfermagem<br />
1. Promover amamentação;<br />
2. Estimular o contato mãe e filho;<br />
3. Promover educação em saúde;<br />
4. Prestar cuidados puerperais;<br />
5. Prestar cuidados neonatais;<br />
Prescrição de Enfermagem<br />
1. Estimular a amamentação exclusiva até os seis meses da criança;<br />
85
2. Orientar quanto à importância e vantagens da amamentação, para mãe e o bebê;<br />
3. Orientar quanto à posição ideal de amamentação;<br />
4. Orientar quanto a higiene da mama;<br />
5. Expor alternativas, além do desmame precoce;<br />
6. Orientar quanto à higiene perineal e corporal do recém nascido;<br />
7. Orientar quanto ao não uso de produtos que possam agredir a pele do recém nascido;<br />
8. Orientar quanto á técnica correta de banho do recém nascido;<br />
9. Orientar quanto a cuidados com o coto;<br />
10. Orientar o casal quanto à necessidade e explicando os motivos de abstinência sexual<br />
durante os próximos vinte dias;<br />
11. Orientar o casal quanto métodos contraceptivos;<br />
12. Orientar quanto o uso adequado do anticoceptivo oral;<br />
13. Estimular a mãe e bebê a participar de grupos de bebê, caso seja possível;<br />
14. Estimular a mãe a voltar a estudar, frisando as vantagens e a melhora na qualidade de<br />
vida que isto proporcionaria.<br />
Prognóstico<br />
Girassol, apresentando-se com bom estado geral, sem intercorrências, boa capacidade<br />
de compreensão, porém com risco de desmame precoce. Recém nascido normal e necessidade<br />
de acompanhamento de desenvolvimento e crescimento. Não há necessidade de novas visitas.<br />
Planejamento da primeira visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
Contato Inicial<br />
A Orquídea foi atendida pelo SAMU no dia 16 de junho de 2006 ás 04:30, em sua residência<br />
com fortes dores no peito e dificuldade para respirar, realizado . Realizado ECG, observando-<br />
se alteração na onda T, sem presença de onda Q e alteração no segmento ST (situado acima da<br />
linha isoelétrica) esta alteração no segmento ST, podem resultar em uma lesão miocárdica<br />
epicárdica, podendo resultar em Infarto Agudo do Miocárdio-IAM), feito nebulização com<br />
Soro Fisiológico, Atrovent e Berotec, medicada com Ácido Acetil Salicílico 100mg,<br />
Captopril 25mg e Diazepan 10mg.<br />
Relatou história de problemas cardíacos . A visita já ficou agendada, sendo<br />
86
confirmada posteriormente por telefone.<br />
Cronologia<br />
A visita terá duração de uma hora, sendo que os primeiros 5 minutos serão dedicados<br />
a apresentações, e os minutos subseqüentes, para a coleta de dados, conversa informal<br />
simultaneamente, orientações e questionamento de dúvidas.<br />
Objetivo Geral<br />
Acompanhar, prestar assistência de Enfermagem e encaminhar, as pessoas atendidas<br />
pelo SAMU e selecionadas pelas acadêmicas:<br />
Objetivos Específicos<br />
1. Coletar dados, para a aplicação de processo de enfermagem completo;<br />
A pessoa será visitada e juntamente com sua família, será consultada inicialmente, se<br />
esta consentir, será efetuada coleta de dados em conversa informal, levantando dados acerca<br />
das condições de saúde e doença do mesmo.<br />
2. Encaminhar a pessoa observando as suas necessidades;<br />
Durante a coleta de dados, observaremos as condições de vida e de saúde da pessoa e<br />
família, encaminhado-os se necessário.<br />
3. Propiciar momento para dúvidas e questionamentos acerca das patologias;<br />
Questionar as causas que a levaram a desenvolver o quadro acima descrito, bem<br />
como orientações em geral sobre o tema e outros que possam surgir no decorrer da visita..<br />
4. Agendar uma segunda visita se assim a família, a pessoa e as acadêmicas julgarem<br />
necessário<br />
Discutir a contribuição da visita para a família e a necessidade de outras<br />
subseqüentes, sempre respeitando os horários e a disponibilidade da família<br />
Relatório da primeira visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
O contato foi feito anteriormente, no dia do atendimento e confirmado<br />
posteriormente por telefone. Ao chegar na casa de Orquídea, fui recebida pela mesma que se<br />
mostrou bastante feliz com a visita. Possui 5 filhos (3 mulheres e 2 homens). Orquídea reside<br />
com a filha há mais ou menos 5 anos, no bairro tapera. Segundo a mesma possuía casa própria<br />
e morava sozinha desde que ficou viúva há 11 anos , só que devido ao fato da filha morar de<br />
aluguel e ter um filho para sustentar, resolveu vender a sua casa e ajudar a filha a comprar<br />
outra casa, indo morar com a mesma, contribuindo na manutenção financeira e nos afazeres<br />
domésticos da casa.<br />
87
Orquídea relatou que nunca teve problemas com a filha ou com o neto, porém depois<br />
que o neto iniciou um novo namoro, passou a ter problemas com o mesmo, segundo ela por<br />
influencia da namorada que quer ir morar na casa, o neto passou a chamá-la de estorvo ,<br />
referindo que a mesma só ocupa lugar na casa. Referiu que não comenta e não vai morar com<br />
os outros filhos porque sabe que ao tomar conhecimento do que está acontecendo o irmão vão<br />
querer tomar satisfação com a filha, e segundo ela não quer briga entre os irmãos.<br />
Possui história de doenças cardíacas, osteoporose e perda de massa óssea na região<br />
do joelho, faz uso de Sustrate, Gingo Biloba, Ablok Plus, Mega Calcium e Alcachofra<br />
Composta. Relatou que tem dificuldades para caminhar, devido ao problema do joelho e<br />
também a diminuição da força nos MMII, relacionado à osteoporose e que seu grande desejo<br />
seria poder participar dos grupos de idosos na comunidade e isso não é possível devido a<br />
distancia dos mesmos. Quanto a alimentação referiu não fazer uso de açúcar, pois usa<br />
adoçantes, não gosta de verduras e come pão integral.Foi possível observar que a mesma é<br />
bem cuidada apesar dos problemas que esta tendo em casa. Ao termino da visita me<br />
comprometi em ir até a unidade de saúde local e solicitar o encaminhamento da mesma para<br />
um serviço de psicologia.Foi agendada uma nova visita para o dia 26/06/2006.<br />
(Orquídea).<br />
Não imaginava depois de criar todos os filhos, passar por essa situação<br />
Planejamento da segunda visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
Objetivo geral<br />
A visita ficou agendada anteriormente para o dia 26 de junho de 2006, ás 14 horas.<br />
Observar, acompanhar, orientar e encaminhar as pessoas atendidas pelo SAMU -<br />
USA e selecionadas pelas acadêmicas, em seu contexto familiar.<br />
Objetivos específicos<br />
1. Avaliar o estado geral da pessoa;<br />
Através de conversa informal, perguntando como a pessoa passou nestes últimos.<br />
2. Orientar acerca da alimentação;<br />
Fornecer orientações à cerca dos questionamentos da última visita.<br />
3. Fornecer listagem de alimentos ricos em fibras e cálcio;<br />
Explicar a forma mais correta de alimenta-se, de acordo com as patologias<br />
apresentadas pela pessoa.<br />
4. Proporcionar momento para novos questionamentos;<br />
Questionar sobre dúvidas ainda pendentes, sobre a dieta e sobre as patologias de base<br />
88
da pessoa.<br />
Relatório da segunda visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
Ao chegar Orquídea estava me esperando com um lanche, e toda feliz. Referiu ter<br />
recebido a visita da enfermeira da unidade local de saúde e a confirmação do seu<br />
encaminhamento para o serviço de psicologia. Quanto aos problemas em casa, diz não ter<br />
havido melhora, e que ainda não teve coragem de conversar com a filha. Foi feito orientações<br />
a respeito da importância das fibras na alimentação no controle da osteoporose e também<br />
orientações quanto às atividades físicas sem comprometer os seus joelhos. Em relação a<br />
medicação utilizada é bem informada a respeito de como ser deve ser administrada e seus<br />
efeitos colaterais. Ao termino da visita agendamos uma nova visita para o dia 29/06/2006<br />
Nunca vinha enfermeira aqui em casa, foi só depois que vocês foram ao posto é que<br />
a enfermeira veio aqui ( Orquídea).<br />
(Orquídea)<br />
Como é bom a gente ter pessoas, assim como vocês pra conversar com a gente<br />
Planejamento da terceira visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
Como nas demais visitas anteriores esta também já ficou agendada anteriormente<br />
para o dia 29 de junho de 2006.<br />
Objetivo geral<br />
Observar, acompanhar, orientar e encaminhar as pessoas atendidas pelo SAMU -<br />
USA e selecionadas pelas acadêmicas, em seu contexto familiar.<br />
Objetivos específicos<br />
1. Avaliar o estado geral da pessoa;<br />
Através de conversa informal, perguntando como a pessoa passou nestes últimos.<br />
2. Reforçar orientações à cerca da alimentação<br />
Verificar se a vitima vem seguindo a alimentação sugerida em visita anterior.<br />
3. Proporcionar momentos para novos questionamentos.<br />
Dúvidas que possam ter surgido durante a semana.<br />
Relatório da terceira visita domiciliar - ORQUÍ<strong>DE</strong>A<br />
Ao chegar encontrei a Orquídea diferente das visitas anteriores, estava mais calada e<br />
um pouco triste.Quando questionada o porque da tristeza, disse estar triste por saber que<br />
aquela era a ultima visita que iríamos fazer a ela. Depois de alguns minutos de conversa, a<br />
89
alegria característica sua retornou. Orquídea relatou que conversou com a filha a respeito da<br />
situação com o neto, e o mesmo reconheceu que estava agindo errado com a avó. Relatou<br />
também já ter mudado um pouco os seus hábitos alimentares e que estava caminhado em<br />
torno da casa, conforme orientada anteriormente.<br />
A gente precisa é de coisas desse tipo, o médico vem aqui atende a gente, e depois<br />
ainda tem a enfermeira pra fazer visita e tratar a gente bem (Orquídea)<br />
Identificação<br />
Que pena que uma coisa tão boa e acaba tão rápido (Orquídea)<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Orquídea, 70 anos, feminina, branca, católica, viúva, cinco filhos, natural e procedente de<br />
Florianópolis. Reside no bairro Tapera, juntamente com a filha mais nova. Foi atendida pelo<br />
SAMU no dia 16 de junho de 2006 ás 04:30, em sua residência, com fortes dores no peito<br />
irradiando para o MSE e dificuldade respiratória. Realizado ECG, observando-se alteração na<br />
onda T, sem presença de onda Q e alteração no segmento ST (situado acima da linha<br />
isoelétrica) esta alteração no segmento ST, podem resultar em uma lesão miocárdica<br />
epicárdica, podendo resultar em Infarto Agudo do Miocárdio-IAM), feito nebulização com<br />
Soro Fisiológico, Atrovent e Berotec, medicada com Ácido Acetil Salicílico 100mg,<br />
Captopril 25mg e Diazepan 10mg.<br />
Histórico de saúde<br />
Relata histórico de dores pré-cordiais anteriores, Hipertensão Arterial, Osteoporose e Perda<br />
Óssea na região do joelho.Nega uso de tabagismo e alcoolismo.<br />
Hábitos relacinados com as necessidades Humanas Básica<br />
Necessidades Psicobiológicas:<br />
Regulação neurológica<br />
Lúcida, orientada, sem alterações.<br />
Percepção dos órgãos dos sentidos.<br />
Relata dificuldade para caminhar.<br />
Oxigenação<br />
Freqüência Respiratória de 24mrm.<br />
90
Regulação vascular<br />
Pressão arterial de 180x90 mmHg<br />
Regulação térmica.<br />
Temperatura de 36,7 o C<br />
Alimentação<br />
Relata não utilizar açúcar, fazendo uso de adoçantes. Ingerir verduras e frutas diariamente,<br />
pouco sal na sua alimentação, pois ela mesma a preapara..<br />
Eliminações<br />
Eliminações intestinais e vesicais diárias.<br />
Sono e repouso.<br />
Relata que possuí um padrão de sono de 8 horas diárias.<br />
Atividade física<br />
Relata não fazer atividade<br />
integridade .<br />
Integridade cutâneo mucosa<br />
Couro cabeludo integro, cabelos distribuidos uiformente. Pele integra, turgor normotenso,<br />
enrugada, seca, elasticidade diminuída. Face normal, ouvidos sem sugidades, narinas<br />
desobstruidas, mucosa oral úmida, ausência de arcada dentária superior e inferior fazendo uso<br />
de prótese dentária.<br />
Cuidado corporal<br />
Relata banhar-se diariamente.<br />
Terapeutica<br />
Faz uso de Sustrate, Ablok Plus, Gingo Biloba, Mega Cálcium e Alcachofra composta..<br />
Necessidades psicossociais e psicoespirituais:<br />
Relata desejo de participar de grupos da terceira idade, não sendo possível devido a<br />
dificuldade para se locomover. Relata estar com problemas familiares, e dificuldade em<br />
expressar seus sentimentos.<br />
Diagnóstico de Enfermagem<br />
1. Dificuldade para se locomover, relacionado com a perda óssea nos joelhos,<br />
manifestado por verbalização;<br />
1. Risco para quedas , relacionado com a osteoporose a perda óssea, manifertado por<br />
verbalização;<br />
91
2. Débito cardiaco diminuido, relacionado a função miocardica comprometida, manifestado<br />
por verbalização de dor;<br />
3. Intolerância atividade física, relacionada aos distúrbios cardiovasculares e a<br />
osteoporose, manifestado por fadiga e fraqueza;<br />
4. Interação social prejudicada, relacionada por mobilidade física prejudicada, manifestada<br />
por verbalização.<br />
5. Processos familiares alterados, relacionados a conflito familiar, manifestado por<br />
verbalização;<br />
Evolução de Enfermagem<br />
Dia 16 de junho de 2006<br />
S<br />
Refere fortes dores no peito, irradiando para o MSE e dificuldade respiratória<br />
O<br />
Orquídea lúcida, orientada, contactuante, foi atendida pelo SAMU em sua residência no dia<br />
16 de julho de 2006 ás 04:30, sinais vitais: PA: 180x90mmHg; FR: 24mrm, T: 36,7C o ,<br />
realizado ECG observando-se alteração na onda T, sem presença de onda Q e alteração no<br />
segmento ST (situado acima da linha isoelétrica) esta alteração no segmento ST, pode resultar<br />
em uma lesão miocárdica epicárdica, podendo resultar em Infarto Agudo do Miocárdio-<br />
IAM), feito nebulização com Soro Fisiológico, Atrovent e Berotec, medicada com Ácido<br />
Acetil Salicílico 100mg, Captopril 25mg e Diazepan 10mg.<br />
A<br />
1. Padrão respiratório ineficaz relacionado a dor, manifestado por taquipnéia.<br />
2. Dor, relacionado ao Infarto Agudo do Miocárdio, manifestado por comunicação verbal;<br />
3. Débito cardíaco diminuído, relacionado ao infarto agudo do miocárdio, manifestado por<br />
níveis pressóricos de 180x90mmHg.<br />
P<br />
1. Promover alívio da dor torácica;<br />
2. Promover a melhora da função respiratória;<br />
3. Reduzir a ansiedade;<br />
4. Promover o cuidado domiciliar;<br />
92
Dia 20 de junho de 2006<br />
S<br />
Orquídea, relata residir com a filha há mais ou menos 5 anos, no bairro tapera. Segundo a<br />
mesma possuía casa própria e morava sozinha desde que ficou viúva há 11 anos , só que<br />
devido ao fato da filha morar de aluguel e ter um filho para sustentar, resolveu vender a sua<br />
casa e ajudar a filha a comprar outra casa, indo morar com a mesma, contribuindo na<br />
manutenção financeira e nos afazeres domésticos da casa..Vai regularmente ao médico, não<br />
utiliza a Unidade Local de Saúde porque é muito longe e não tem condições de fazer longas<br />
caminhadas, pois relata dificuldade em caminhar e diminuição de força em MMII. Relata que<br />
tem problemas cardíacas há mais de 20 anos hipertensão Arterial há 12 anos e osteoporose há<br />
10 anos.Segundo Orquídea no momento o seu maior problema é o neto que vive reclamando<br />
da presença dela na casa, a chamando de estorvo . Esta situação a deixa muito triste porque<br />
além de contribuir nas despesas da casa, cuida do filho do mesmo quando este sai para<br />
trabalhar e faz todos os afazeres domésticos, pois sua filha trabalha fora. Relata desejo em<br />
participar de grupos de Terceira Idade, porém não é possível devido a dificuldade em<br />
locomover-se. Relatou não utilizar açúcar, faz uso de adoçantes, ingere bastante verduras e<br />
frutas, utiliza pouco sal na sua comida, pois é a mesma que prepara.<br />
O<br />
Orientada, comunicativa, corada. Ao Exame Físico: Couro cabeludo integro cabelos com boa<br />
distribuição, face normal, ausencia de arcada dentária superior e inferior, fazendo uso de<br />
prótese, abdome globoso, sem dor ou descorfonto a palpação. Pele integra e envelhecida,<br />
membros superiores e inferiores simétricos, inferiores com dificuldade para locomoção, com<br />
dificuldade para locomoção, sinais vitais não verificados.<br />
A<br />
1. Intolerância atividade física, relacionada aos distúrbios cardiovasculares e a<br />
osteoporose, manifestado por dificuldade de locomoção.<br />
2. Risco para quedas , relacionado com a osteoporose a perda óssea, manifertado por<br />
verbalização;<br />
3. Interação social prejudicada, relacionada por mobilidade física prejudicada, manifestada<br />
por verbalização.<br />
4. Processos familiares alterados, relacionados a conflito familiar, manifestado por<br />
verbalização;<br />
93
P<br />
1. Promover educação em saúde;<br />
2. Proporcionar encaminhamentos;<br />
Dia 26 de junho de 2006<br />
S<br />
Orquídea relata estar melhor, porem os problemas em casa permanecem iguais. Relata ter<br />
recebido a visita da enfermeira da unidade de saúde local, e a confirmação do seu<br />
encaminhamento para o serviço de psicologia.<br />
O<br />
Orientada, comunicativa, corada. Ao Exame Físico: Cabelos com boa distribuição, face<br />
normal, ausencia de arcada dentária superior e inferior, fazendo uso de prótese, abdome<br />
globoso, sem dor ou descorfonto a palpação. Pele integra e envelhecida, membros superiores<br />
e inferiores simétricos, inferiores com dificuldade para locomoção, com dificuldade para<br />
locomoção, sinais vitais não verificados.<br />
A<br />
1. Intolerância atividade física, relacionada aos distúrbios cardiovasculares e a<br />
osteoporose, manifestado por dificuldade de locomoção.<br />
2. Interação social prejudicada, relacionada por mobilidade física prejudicada, manifestada<br />
por verbalização.<br />
3. Processos familiares alterados, relacionados a conflito familiar, manifestado por<br />
verbalização;<br />
P<br />
1. Promover educação em saúde;<br />
2. Estimular diálogo familiar;<br />
Dia 29 de Junho de 2006<br />
S<br />
Orquídea relata ter conversado com a filha sobre os problemas com o neto, e diz ter<br />
melhorado a situação, referiu sentir tristeza pelo término das visitas e diz que foi muito boa<br />
para ela essa visita.<br />
O.<br />
94
Orientada, comunicativa, corada, faceis expressando tristezaAo Exame Físico: Cabelos com<br />
boa distribuição, face normal, ausencia de arcada dentária superior e inferior, fazendo uso de<br />
prótese, abdome globoso, sem dor ou descorfonto a palpação. Pele integra e envelhecida,<br />
membros superiores e inferiores simétricos, inferiores com dificuldade para locomoção, com<br />
dificuldade para locomoção, sinais vitais não verificados.<br />
A.<br />
1. Intolerância atividade física, relacionada aos distúrbios cardiovasculares e a<br />
osteoporose, manifestado por dificuldade de locomoção;<br />
2. Interação social prejudicada, relacionada por mobilidade física prejudicada, manifestada<br />
P<br />
por verbalização;<br />
1. Promover educação em saúde;<br />
2. Estimular diálogo familiar;<br />
Plano de Enfermagem<br />
1. Proporcionar encaminhamentos;<br />
2. Promover a educação em saúde;<br />
3. Estimular diálogo familiar;<br />
Prescrições de Enfermagem<br />
1. Orientar quanto à dieta rica em cálcio e fibras;<br />
2. Orientar quanto à dieta hipossódica;<br />
3. Encaminhar para profissional ortopedista;<br />
4. Encaminhar para o serviço de psicologia;<br />
5. Orientar quanto à importância da dieta e atividade física, para o aumento da qualidade de<br />
vida;<br />
6. Estimular atividades leves (caminhadas por curto período e pequenas distâncias);<br />
7. Estimular diálogo com o neto;<br />
8. Orientar quanto as patologias apresentadas por ela;<br />
9. Solicitar acompanhamento da Unidade Local de Saúde;<br />
Prognóstico de Enfermagem<br />
95
Orquídea apresenta-se em bom estado geral, com mais conhecimentos a cerca de suas<br />
patologias, porém necessita de acompanhamento pelos profissionais acima encaminhados.<br />
Planejamento da primeira visita domiciliar - CRAVO<br />
Contato Inicial<br />
Realizado atendimento de Urgência no dia 07/06/2006, através de atendimento na<br />
Unidade de Suporte Avançado (USA) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência<br />
(SAMU), Sexo masculino, o serviço foi acionado através do Centro de Saúde Local - Santo<br />
Antônio de Lisboa, devido a crise hipertensiva, no momento do atendimento a pessoa<br />
apresentava pressão arterial de 220x100 mmHg Segundo a Médica da Unidade, Cravo é<br />
hipertenso, portador de diabetes mellitus Tipo II, faz uso de insulina, refere instabilidade nos<br />
valores de glicemia sangüínea e na pressão arterial. Apesar de tratado não adere ao tratamento<br />
adequadamente. Foi medicado e posteriormente consultado juntamente com sua esposa,<br />
quanto a possibilidade de visita domiciliar das acadêmicas, e o objetivo da referida visita.<br />
Posteriormente contatamos a família por telefone e definimos data e hora para a visita<br />
Cronologia<br />
Será realizado vista domiciliar no dia 09/06/2006 às 14:30 h com duração de 1h. O<br />
primeiro momento será dedicado às apresentações, posteriormente observaremos os<br />
problemas relatados pela família dúvidas e questionamentos. Em todos os momentos da visita<br />
faremos as coletas de dados para realização do processo de enfermagem.<br />
Objetivo Geral<br />
Acompanhar e observar a pessoa atendida pelas acadêmicas na USA-SAMU, em seu<br />
contexto domiciliar, formando um elo, com a Unidade local de Saúde.<br />
Objetivos Específicos<br />
Com o intuito de realizar assistência de enfermagem integrada e ampla possuímos os<br />
seguintes objetivos específicos:<br />
1. Observar as condições de saúde da pessoa e família;<br />
Através de conversas informais, questionando sobre os hábitos da família alimentação,<br />
96
sono e repouso e higiene e fatores que interferem nestas.<br />
2. Levantar informações sobre as patologias da pessoa e família;<br />
Conversando informalmente, questionando quais as principais doenças da pessoa, sua<br />
evolução ao longo do tempo, hereditariedade, tratamento e nível de conhecimento sobre as<br />
mesmas.<br />
3. Coletar dados para a realização do processo de enfermagem;<br />
Simultaneamente as conversas todos questionamentos serão anotados, sendo<br />
esclarecidos os motivos pelos quais estamos os coletando, e só feitos com a devida permissão<br />
por escrito da pessoa em questão.<br />
4. Questionar sobre o acesso da família a Unidade local de Saúde e os serviços por ele<br />
oferecidos;<br />
Questionaremos sobre o uso da Unidade local de Saúde, as dificuldades enfrentadas e<br />
o conhecimento dos mesmos sobre os serviços de saúde oferecidos pela Unidade.<br />
5. Conhecer e orientar sobre medicação utilizada pelo paciente e a maneira que esta<br />
medicação está sendo utilizada;<br />
Questioná-lo sobre o uso da medicação os horários, forma de administração<br />
observando a grau de conhecimento sobre o mecanismo de ação das mesmas, efeitos<br />
colaterais. Caso seja observando deficiências elaborar um plano de educação para a próxima<br />
visita.<br />
6. Analisar condições domiciliares;<br />
Observar as condições de moradia, higiene, conforto e fatores ambientais e familiares<br />
que possam estar interferindo nas condições de saúde da pessoa/família.<br />
7. Proporcionar momento para que o paciente e família realizem questionamentos;<br />
da visita.<br />
Estimular a vitima/família sobre questionamento e dúvidas ainda presentes ao término<br />
8. Realizar agendamento de próxima visita domiciliar;<br />
Através de sugestões e horários pertinentes a família, sendo este feito em conjunto de<br />
forma a não perturbar a rotina familiar.<br />
9. Conhecer a Unidade local de Saúde e os serviços por ele oferecidos;<br />
Através da visita na unidade e conversa informal com a enfermeira responsável, acerca<br />
da Unidade local de Saúde, serviços por eles oferecidos, e inserção da pessoa/família na<br />
Unidade.<br />
Relatório da primeira visita domiciliar - CRAVO<br />
97
Ao chegarmos no domicilio, fomos recebidas com bastante alegria. Inicialmente nos<br />
apresentamos, pois uma de nós ainda não conhecia a pessoa e familiares.Também<br />
aproveitamos este momento inicial para esclarecermos sobre nosso trabalho e os motivos<br />
pelos quais nós estávamos os visitando.<br />
Após as apresentações, iniciamos uma conversa informal sobre a constituição da<br />
família. No momento da visita apenas o casal estava em casa. Cravo relatou que possuí 12<br />
filhos, 06 destes do primeiro casamento, quatro deste novo, 35 anos de casado, e dois do<br />
primeiro casamento da esposa, relata que um ainda mora com a família, juntamente com um<br />
neto, que apresenta problemas mentais, algo que o preocupa bastante. Cravo e família vivem<br />
em sítio em Santo Antônio de Lisboa onde são caseiros, ambos também são aposentados, ele<br />
trabalhava como pedreiro e ela é do lar. A casa onde vivem faz parte do sítio não possuindo<br />
moradia própria, o que os preocupa bastante.<br />
Cravo relatou que possuí Diabetes Mellitus tipo II há 25 anos, e é usuário de insulina<br />
regular e NPH há 10 anos, também há 10 anos desenvolveu hipertensão arterial sistêmica. Faz<br />
uso de antihipertensivo pelo mesmo período. Sua esposa relata possuir cefaléia intensa, mas já<br />
possuí consulta marcada com neurologista.<br />
Demonstrou falta de informação sobre as doenças que possuí e sobre as medicações<br />
que utiliza, bem como os mecanismos de ação, efeitos colaterais e via de administração da<br />
insulina, fazendo a aplicação intramuscular. Sua esposa faz as aplicações. Neste momento<br />
explicamos os locais ideais de aplicação, rodízios, e a importância e necessidades destes.<br />
Quando questionados sobre a alimentação relatou não utilizar açúcar, porém ingerir<br />
grandes quantidades de pão caseiro desconhecendo a presença de glicose em pães, massas e<br />
amidos em geral, relata que aprecia frutas, porém ás evita pois contém muito açúcar. Neste<br />
momento a família foi orientada acerca destes aspectos. Utiliza sal em grande quantidade<br />
durante as refeições, a esposa demonstrou interesse em diminuir e foi orientada para tal.<br />
Relatam utilizarem a Unidade Local de Saúde para, consultas periódicas, não sendo<br />
visitados pelos Agentes comunitários de Saúde, nem uma vez, há doze anos residem no local.<br />
Desconhecem a existência de grupos de portadores de diabetes e hipertensos, demonstrando<br />
interesse em participar. Cravo relata que seu grande problema é o nervosismo , pois em<br />
diversas situações, por exemplo, a espera de uma consulta na Unidade de Saúde, sua pressão<br />
altera-se significativamente, a ponto da necessidade de acionar o SAMU, na ocasião. Relata<br />
que sua glicemia e pressão arterial sistêmica são instáveis, mantendo-se alta na maioria das<br />
vezes que verifica. Examinamos seu pé, e constamos que este está em risco, pois apresenta<br />
dormência, insensibilidade, enrijecimento das unhas, e ulcera venosa na região da perna<br />
98
esquerda, com coloração acastanhada. Explicamos os riscos que ele corria e os cuidados que<br />
devia tomar.<br />
Quando questionados sobre dúvidas, relatam não possuir, apesar da falta de<br />
informacão acima percebida. Enceramos nossa visita marcando outra para a próxima segunda-<br />
feira às 9:30 de acordo com a disponibilidade da família.<br />
Em um segundo momento, nos dirigimos a Unidade Local de Saúde. Conversamos<br />
informalmente com a Enfermeira da Unidade, esta relatou que a pessoa em questão possuiu<br />
dificuldade de compreensão, sendo orientado diversas vezes acerca das medicações,<br />
alimentação e grupos. Foi classificado como um paciente problema , autoritário e<br />
extremamente nervoso.<br />
Planejamento da segunda visita domiciliar - CRAVO<br />
Ao final da primeira visita domiciliar, marcamos a segunda para o dia 12/06/2006, às<br />
9:30, de acordo com a disponibilidade da família.<br />
Objetivos Gerais<br />
Acompanhar e observar e a vitima atendida pelas acadêmicas na USA- SAMU,<br />
em seu contexto domiciliar, formando um elo, com a Unidade local de Saúde.<br />
Objetivos específicos<br />
Com o intuito de realizar assistência de enfermagem integrada e ampla possuímos os<br />
seguintes objetivos específicos:<br />
1. Coletar dados para a realização do processo de enfermagem;<br />
Simultaneamente as conversas todos os questionamentos serão anotados, sendo<br />
esclarecidos os motivos pelos quais estamos coletando, e só feitos com a devida permissão<br />
por escrito da pessoa em questão.<br />
2. Orientar sobre o grupo de hipertensos e diabéticos e encaminhar a pessoa para o mesmo;<br />
Através da visita as Unidades locais de Saúde, fomos orientadas sobre os encontros e<br />
datas destes. Iremos participar juntamente a pessoa para estimulá-lo a participar.<br />
3. Orientar sobre o uso de insulina através de esquema de rodízio;<br />
Oferecer a pessoa um esquema de rodízio utilizado em meio hospitalar, para esta<br />
melhor ser mais bem aplicada.<br />
4. Reforçar orientação sobre alimentação adequada e hábitos saudáveis de vida;<br />
Orientar sobre alimentos ricos em carboidratos e sua ação no diabetes e o sal na<br />
hipertensão arterial sistêmica.<br />
5. Clarificar a relação da insulina, Diabetes e alimentação;<br />
99
Explicar a relação entre direta entre eles e o por que do controle.<br />
6. Orientar sobre as principais complicações do Diabetes e da hipertensão;<br />
Explicitar os perigos e as principais complicações, se estes não forem controlados.<br />
7. Proporcionar momento para que o paciente e família realizem questionamentos;<br />
término da visita.<br />
Estimular Cravo e família sobre questionamento e dúvidas ainda presentes ao<br />
8. Avaliar a necessidade de nova visita domiciliar;<br />
Esta avaliação terá critérios como a inserção da família na Unidade de Saúde local,<br />
nos grupos e com questionamentos sobre a compreensão destes acerca do que foi explicitado<br />
nas visitas.<br />
9. Orientar quanto a inserção em grupos de hipertensos e diabéticos da Unidade de Local de<br />
Saúde;<br />
Relatório da segunda visita domiciliar - CRAVO<br />
Ao chegarmos na residência a Cravo estava nos esperando, juntamente com sua<br />
esposa. Após os cumprimentos iniciais, a Cravo relatou como havia passado durante a semana<br />
e nos perguntou sobre o termo de consentimento que havíamos ficado de levar nessa visita e a<br />
cartilha sobre os pés diabéticos.<br />
Durante essa visita foi feito orientações a sua esposa a respeito do manuseio,<br />
aplicação e rodízio de insulina e entregue um esquema de aplicação de insulina, uma vez que<br />
é a mesma quem faz administração da medicação nele. Foi feito também orientações à cerca<br />
dos cuidados com os pés, uma vez que ele relatou dormência nos mesmos.Cravo nos relatou<br />
que situações em que ele fica ansioso, sua pressão arterial tende a elevar-se.Devido a este fato<br />
orientamos a ele que quando tivesse que ir a unidade de saúde local procurasse chegar<br />
próximo ao horário marcado, para evitar esse tipo de problema, o que ele nos respondeu que<br />
não iria fazer e que quando chegasse na mesma não aceitaria esperar. Orientamos Cravo e sua<br />
esposa sobre a necessidade e importância de participar de grupos de hipertensão e diabéticos.<br />
Observamos que Cravo é um pouco genioso , e que não gosta de ser contrariado o<br />
que nos fez ter que escolher as palavras cuidadosamente para fazermos as orientações<br />
necessárias, quando questionado se tinha mais alguma dúvida que pudéssemos esclarecer,<br />
disse que preferia encerrar a visita.<br />
Não deixamos a próxima visita agendada, pois tínhamos a intenção de convidar o<br />
nosso Orientador para participar da próxima visita.<br />
100
Planejamento da terceira visita domiciliar - CRAVO<br />
Ao final da segunda visita domiciliar, deixamos aberta a próxima visita, que seria<br />
marcada posteriormente por telefone.<br />
0bjetivos Gerais<br />
Acompanhar e observar a pessoa atendida pelas acadêmicas na USA- SAMU, em<br />
seu contexto domiciliar, formando um elo, com a Unidade local de Saúde.<br />
Objetivos Específicos<br />
Com o intuito de realizar assistência de enfermagem integrada e ampla possuímos os<br />
seguintes objetivos específicos:<br />
1. Reforçar as orientações sobre o grupo de hipertensos e diabéticos e o encaminhamento da<br />
pessoa para o mesmo;<br />
2. Através da visita as Unidades locais de Saúde, confirmamos a data deste encontro e<br />
iremos participar juntamente a pessoa para estimulá-lo a participar.<br />
3. Coletar dados para a realização do processo de enfermagem;<br />
Simultaneamente as conversas todos questionamentos serão anotados, sendo<br />
esclarecidos os motivos pelos quais estamos os coletando, e só feitos com a devida permissão<br />
por escrito da pessoa em questão.<br />
4. Reforçar orientação sobre o de insulina através de esquema de rodízio;<br />
Através do esquema de rodízio utilizado em meio hospitalar.<br />
5. Reforçar orientação sobre alimentação adequada e hábitos saudáveis de vida;<br />
Orientar sobre alimentos ricos em carboidratos e sua ação no diabetes e o sal na<br />
hipertensão arterial sistêmica.<br />
6. Clarificar a relação da insulina, Diabetes e alimentação;<br />
Explicar a relação direta entre eles e o por que do controle.<br />
7. Reforçar orientações sobre as principais complicações do Diabetes e da hipertensão;<br />
Explicitar os perigos e as principais complicações, se estes não forem controlados.<br />
8. Proporcionar momento para que o paciente e família realizem questionamentos;<br />
da visita.<br />
Estimular Cravo e família sobre questionamento e dúvidas ainda presentes ao término<br />
Relatório da terceira visita domiciliar - CRAVO<br />
101
Agendamos esta visita por telefone, ao chegarmos apresentamos nosso orientador e<br />
questionamos sobre como eles haviam passado durante a semana, o que nos foi respondido<br />
que não havia passado muito bem devido a seu MID que estava dolorido.<br />
Durante a visita Cravo, interagiu com o nosso orientador, foi entregue o termo de<br />
responsabilidade e a cartilha do pé diabético e reforçamos o convite para participar do grupo<br />
de hipertensos e diabéticos. Cravo relatou estar com uma rachadura na região calcânea, porem<br />
já estava em tratamento com ácido graxo essenciais (AGE).Após o termino da visita<br />
agradecemos a contribuição do mesmo no nosso estudo.<br />
Identificação do Cravo<br />
Histórico de Enfermagem<br />
Cravo, 69 anos, masculino, casado, branco, aposentado, 12 filhos,natural de Herval do Oeste-<br />
SC e procedente de Florianópolis. Reside em um sítio em Santo Antônio de Lisboa onde é<br />
caseiros. Foi atendido pelo SAMU no dia 06 de junho de 2006 ás 10:30, no interior da<br />
unidade local de saúde com crise Hipertensiva (PA:220x100 mmHg). Realizado ECG sem<br />
alterações e medicado com Captopril 25mg, Propanolol 40 mg Furosemida 20 mg (Ev),<br />
Diazepan 5 mg, após a estabilização do mesmo foi deixado aos cuidados da médica local.<br />
Histórico de Saúde<br />
Possuí Diabetes Mellitus tipo II há 25 anos, usuário de insulina regular e NPH há 10 anos,<br />
também há 10 anos desenvolveu Hipertensão Arterial Sistêmica. Faz uso de antihipertensivo<br />
pelo mesmo período. Relatou que fez uso de álcool durante 10 anos e tabagismo durante 30<br />
anos.<br />
Hábitos relacinados com as necessidades Humanas Básica<br />
Necessidades Psicobiológicas:<br />
Regulação neurológica<br />
Lúcido, orientado, sem alterações.<br />
Percepção dos órgãos dos sentidos.<br />
Relata dormência, insensibilidade nos pés.<br />
Oxigenação<br />
Freqüência Respiratória de 20 mrm.<br />
Regulação vascular.<br />
102
Pressão arterial de 220x100 mmHg<br />
Regulação térmica.<br />
Temperatura de 36,7 o C.<br />
Alimentação<br />
Relatou não utilizar açúcar, porém ingere grandes quantidades de pão caseiro desconhecendo<br />
a presença de glicose em pães, massas e amidos em geral, relata que aprecia frutas, porém ás<br />
evita pois contém muito açúcar. Utiliza sal em grande quantidade durante as refeições.<br />
Eliminação.<br />
Eliminações intestinais e vesicais normais<br />
Sono e repouso.<br />
Relata que possuí um padrão de sono de 8 horas diária<br />
Atividade física<br />
Relata fazer caminhadas no periodo da manhã<br />
Cuidado corporal<br />
Relata banhar-se diariamente.<br />
Terapeutica<br />
Faz uso de insulina NPH e Regular, Hidroclorotiazida,Captopril.<br />
Necessidades psicossociais e psicoespirituais:<br />
Relata ter necessidade de ter mais contato com pessoas diabéticas e hipertensas.<br />
Diagnóstico de Enfermagem<br />
1. Nutrição alterada: mais do queo corpo necessita, relacionada a exessos na ingeta de<br />
glicose, manifestadapor complicações do Diabetes;<br />
2. Falta de conhecimentos, relacionada a baixo nível de instruçaõe e informações incorretas<br />
manifestado por discordância entre a alimentação e as patologias;<br />
3. Ansiedade, relacionada a impaciência, manifestada por verbalização.<br />
4. Integridadeda pele prejudicad, relacionada a alterações circulatórias, manisfetada por<br />
úlcera venosa.<br />
Evolução de Enfermagem<br />
Dia 06 de junho de 2006<br />
S<br />
Cravo relata estar sentindo dificuldade para respirar, dor no peito e forte dor de cabeça na<br />
região occipital.<br />
103
O<br />
Lúcido, orientado, contactuante, foi atendido ás 10:30, no interior da unidade local de saúde<br />
com crise Hipertensiva (PA:220x100 mmHg). Realizado ECG sem alterações e medicado<br />
com Captopril 25mg, Propanolol 40 mg Furosemida 20 mg (Ev), Diazepan 5 mg, após a<br />
estabilização do mesmo foi deixado aos cuidados da médica local.<br />
A<br />
1. Níveis pressóricos alterados, relacionado ao esstresse da consulta, manifestado por PA de<br />
220x100 mmHg;<br />
P<br />
1. Promover controle da pressão arterial;<br />
Dia 09 de junho de 2006<br />
S<br />
Cravo relatou que possuí Diabetes Mellitus tipo II há 25 anos, e é usuário de insulina regular e<br />
NPH há 10 anos, também há 10 anos desenvolveu hipertenção arterial sistêmica. Faz uso de<br />
anti hipertensivo pelo mesmo período. relatou não utilizar açúcar, porém ingerir grandes<br />
quantidades de pão caseiro, relata que aprecia frutas, porém as evita pois contém muito<br />
açúcar. Utiliza sal em grande quantidade durante as refeições. Relata não possuir dúvidas com<br />
relação a medicação. Relata dormência e insensibilidade em MMII.<br />
O<br />
Ao exame fisico: couro cabeludo integro, cabelos com boa distribuição, faceis simétricas,<br />
narinas desubstrudas, presença de arcada superior e inferior, abodome globoso, indolor a<br />
palpação, membros e inferior e superior simétricos, MID com presença de ulçera varicosa<br />
com a coloração acastanhada e enrijecimento das unhas e da região calcânea. Não foi<br />
verificado os sinais vitais.<br />
A<br />
1. Nutrição alterada: mais do queo corpo necessita, relacionada a exessos na ingeta de<br />
glicose, manifestadapor complicações do Diabetes;<br />
2. Falta de conhecimentos, relacionada a baixo nível de instruçaõe e informações incorretas<br />
manifestado por discordância entre a alimentação e as patologias;<br />
104
3. Integridadeda pele prejudicada, relacionada a alterações circulatórias, manisfetada por<br />
úlcera venosa.<br />
4. Ansiedade, relacionada a impaciência, manifestada por verbalização.<br />
P<br />
1. Promover eduação em saúdel;<br />
2. Reduzir a ansiedade;<br />
3. Promover o auto cuidado.<br />
Dia 12 de Junho de 2006<br />
S.<br />
Cravo relata estar se sentindo bem melhor, refere dor em MMII e dificulade para<br />
caminhar.Relata que é sua esposa quem aplica as doses de insulina e esta realta possuir<br />
dúvidas quanto a locais de aplicação, acreditando ser na musculatura, não faz rodizios para a<br />
aplicação.<br />
O.<br />
Ao exame fisico: couro cabeludo integro, cabelos com boa distribuição, faceis simétricas,<br />
narinas desubstrudas, presença de arcada superior e inferior, abodome globoso, indolor a<br />
palpação, membros e inferior e superior simétricos. Não foi verificado os sinais vitais.<br />
.<br />
A<br />
1. Falta de conhecimentos, relacionada a baixo nível de instrução e informações incorretas<br />
manifestado por discordância entre a alimentação e as patologias;<br />
2. Controle ineficaz deo regime terapêutico: individual, relaciondado a deficit de<br />
conhecimento, mnifestado por aplicação incorreta das doses de insulina.<br />
P.<br />
1.Promover educação em saúde;<br />
Dia 28 de Junho de 2006<br />
S<br />
Cravo relatou estar com uma rachadura na região calcânea, porem já estava em tratamento<br />
com ácido graxo essenciais (AGE). Relatou estar bem e fazendo uso do esquema de rodízio<br />
que lhe foi fornecido por nós, segundo ele esta sendo bastante útil.<br />
105
O<br />
Ao exame fisico: couro cabeludo integro, cabelos com boa distribuição, faceis simétricas,<br />
narinas desubstrudas, presença de arcada superior e inferior, abodome globoso, indolor a<br />
palpação, membros e inferior e superior simétricos, MID com presença de ulçera varicosa<br />
com a coloração acastanhada e enrijecimento das unhas e da região calcânea, presença de<br />
rachadura em região calcânea . Não foi verificado os sinais vitais.<br />
A<br />
1. Nutrição alterada: mais do queo corpo necessita, relacionada a exessos na ingeta de<br />
glicose, manifestadapor complicações do Diabetes;<br />
2. Falta de conhecimentos, relacionada a baixo nível de instruçaõe e informações incorretas<br />
manifestado por discordância entre a alimentação e as patologias;<br />
3. Integridadeda pele prejudicada, relacionada a alterações circulatórias, manisfetada por<br />
úlcera venosa.<br />
P<br />
1. Promover eduação em saúdel;<br />
2. Promover o auto cuidado.<br />
Plano de Enfermagem<br />
1. Orientar acerca da alimentação;<br />
2. Promover educação em saúde;<br />
3. Promover o auto cuidado.<br />
4. Reduzir a ansiedade;<br />
Prescrições de Enfermagem<br />
1. Orientar quanto á dieta hipossódica e hipoglicêmica;<br />
2. Orientar quanto a importância da ingesta de frutas e verduras;<br />
3. Sugerir alternativas para a substituir o sal nas refeições (temperos);<br />
4. Orientar quanto aos horários, doses dos medicamentos, bem como a importância e<br />
implicações destas;<br />
5. Orientar quanto a importância em seguir os cuidados contidos na cartilha, e sua relação<br />
com as complicações do diabetes;<br />
106
6. Orientar quanto à higiene do local da úlcera, bem como sua relação com o diabetes;<br />
7. Encaminhar para grupos de hipertensos e diabéticos da Unidade Local de Saúde;<br />
8. Orientar quanto a outras complicações do diabetes;<br />
9. Orientar quanto a necessidade de respeitar os horários da Unidade Local de Saúde.<br />
Prognóstico de enfermagem<br />
Cravo apresenta-se em bom estado geral. A família encontra-se mais<br />
instrumentalizada. Isto contribui para a melhora na qualidade de vida, e na saúde de Cravo e<br />
sua família.. Não apresenta nenhum problema, além dos já diagnosticados, necessitando,<br />
porém de acompanhamento da Unidade Local de Saúde.<br />
107
7. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
Ao final desta caminhada sentimo-nos realizadas como pessoa e mais preparadas<br />
como profissionais. Apesar da pouca experiência, do medo e da insegurança, hoje nossos<br />
sentimentos se confundem, pois este período de transição ao qual estamos vivenciando, nos<br />
permitiu a atuação como profissionais. Pudemos perceber que já não somos mais acadêmicas,<br />
pois as pessoas já não nos tratam como tal. Nossa postura mudou! Mudamos e evoluímos<br />
positivamente. Esta percepção manifestou-se durante a Prática Assistencial, a qual nos<br />
remeteu a uma realidade antes não vivida: guiávamos o nosso próprio caminho e, por alguns<br />
períodos estávamos sozinhas, pela primeira vez sem um professor a nos supervisionar de<br />
forma direta.<br />
A oportunidade que nos foi dada, em optarmos pelo que queríamos trabalhar,<br />
proporcionou uma vivência única, pois durante todo o curso, seguimos linearmente, e sem<br />
muitas opções, porém o fato de sermos o primeiro grupo a estagiar no SAMU, nos acarretou<br />
uma responsabilidade, além. O caminho escolhido, inicialmente não parecia o mais fácil, e<br />
sim o mais desafiador, porém observamos que vida é cheia de incertezas e que, às vezes,<br />
temos que enfrentar os desafios para nos fortalecer e tornarmo-nos melhores.<br />
Compusemos um grupo pequeno, porém heterogêneo, visto que uma das duas<br />
colegas, não tinha qualquer tipo de experiência na atenção pré-hospitalar. Mas as descobertas<br />
foram semelhantes. A vivência de atenção individualizada, normalmente, centrada na ação<br />
hospitalar, foi reportada para a rua e para o lar das pessoas por nós atendidas. A expectativa a<br />
cada chamado nos despertava a curiosidade e o medo diante do desconhecido. Porém esta era<br />
superada, pois a experiência e o conhecimento demonstrado pela supervisora nos<br />
108
tranqüilizava para, ao final sentirmo-nos mais seguras e certas de que este era o caminho que<br />
queríamos seguir e certamente que queremos continuar a perseguir.<br />
A assistência de Enfermagem pré-hospitalar, já foi amplamente explorada em<br />
trabalhos anteriores, porém a prática era efetuada no Corpo de Bombeiros Militar (CBM).<br />
Com a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU no estado, abriu-<br />
se uma nova oportunidade de Prática Assistencial de Enfermagem.<br />
Diante desta nova possibilidade, buscamos a abertura deste novo campo ainda, até o<br />
momento, não explorado nos Trabalhos Assistenciais de Conclusão de curso de Enfermagem<br />
da <strong>UFSC</strong>. Nosso desafio, por sermos o primeiro grupo a estagiar no SAMU, não resumiu-se<br />
simplesmente a Prática Assistencial, estendeu-se a permanência deste campo para grupos<br />
futuros.<br />
Além dos cuidados pré-hopitalares, prestamos cuidados domiciliares, os quais nos<br />
possibilitaram a observação integral das pessoas de acordo com o Referencial teórico de<br />
Wanda de Aguiar Horta e a teoria das Necessidades Humanas Básicas, bem como, a interação<br />
no seu contexto familiar. Para viabilização deste atendimento, traçamos como objetivos,<br />
assistência de Enfermagem Pré-hospitalar a todas as pessoas atendidas por nós, durante a<br />
Prática, selecionando e efetuando a assistência domiciliar como forma de validar a teoria em<br />
sua totalidade. Foi fantástico perceber a importância deste instrumento profissional, num<br />
serviço diferenciado como o SAMU.<br />
Observando as pessoas visitadas e o acompanhamento em seu domicilio,<br />
configuramos um cenário novo do atendimento pré-hospitalar. Percebemos as fragilidades e<br />
as reais necessidades das pessoas atendidas, porém sabemos, entretanto, que no atendimento<br />
pré-hospitalar existe a priorização dos cuidados, o que sem dúvidas com o envolvimento das<br />
Unidades Locais de Saúde, este aspecto seria superável. Durante o período da prática<br />
assistencial, percebemos a importância deste acompanhamento e o diferencial no cuidado,<br />
amplo e integral.<br />
Ao concluirmos este trabalho, remetemo-nos a uma nova realidade, um sonho que se<br />
realiza. O sonho de sermos enfermeiras ! Além de sabermos que somos capazes de atuar<br />
como tal, colaborando para a construção de um viver mais saudável, não podemos, entretanto,<br />
afirmar que estamos prontas. Estamos preparadas para enfrentar os desafios da carreira que<br />
escolhemos, cientes que este olhar abrangente que citamos durante o trabalho, fará parte<br />
continuamente de toda a nossa trajetória. Nosso processo de formação não se encerrará,<br />
continuaremos a nos preparar, nos diversos programas de Educação Continuada e de<br />
109
formação em cursos de pós-graduação que, certamente, fortalecerão nossa competência<br />
profissional.<br />
110
REFERÊNCIAS<br />
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115
I. Cronograma desenvolvido;<br />
[<br />
APÊNDICES<br />
II. Termo de compromisso livre esclarecido;<br />
III. Instrumento de seleção e coleta;<br />
IV. Manual de processamento de Artigos Médicos-Hospitalares.
Cronograma desenvolvido<br />
Apêndice I<br />
Atividades Abril Maio Junho Julho Agosto<br />
Elaboração e entrega do<br />
projeto.<br />
03 a 24<br />
Entrega do projeto a banca<br />
examinadora.<br />
24<br />
Entrevista com a banca. 27<br />
Apresentação do projeto. 05<br />
Início do estágio 08<br />
Revisão Bibliográfica. X X X X<br />
Estágio no SAMU 08, 09, 10, 11, 12, 01, 02, 03, 04, 04, 05, 07.<br />
13, 14, 15, 16, 17, 05, 06, 07,08,09<br />
18, 19, 23, 24, 26, 13, 14, 15, 16,<br />
27, 29, 30 e 31. 17, 19, 20, 22,<br />
23, 24, 26, 27,<br />
28, 29 e 30.<br />
Visita à Hospitalar / São Paulo 22, 23 e 24<br />
Visita ao SAMU_____/São<br />
Paulo<br />
22, 23 e 24<br />
Visitas domiciliares X 09, 12, 20, 26, 01, 05 e<br />
28 e 29. 06.<br />
Elaboração do relatório 07 a 24<br />
Término do estágio. 07<br />
Entrega do relatório a banca<br />
examinadora<br />
24<br />
Entrevista com a banca 27<br />
Apresentação dos relatórios (ou<br />
TCC).<br />
31<br />
Entrega do relatório final. 07
Apêndice II<br />
TERMO <strong>DE</strong> CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />
Nós, Aline Negrini e Josiane da Cunha, acadêmicas da Oitava Unidade<br />
Curricular do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa<br />
Catarina, viemos através deste instrumento, obter o seu consentimento por escrito, para<br />
participação de nosso estudo, durante nossa Prática Assistencial, parte integrante de<br />
disciplina Enfermagem Assistencial Aplicada.<br />
Os relatos obtidos serão confidenciais, portanto não utilizaremos os nomes dos<br />
participantes em nenhum momento, garantindo sigilo das informações. O (a) Sr (a) terá<br />
liberdade para desistir do estudo a qualquer momento, mesmo que já tenha assinado este<br />
termo de consentimento, não implicando na qualidade de sua assistência.<br />
Eu............................................................................., abaixo assinado, consinto<br />
em participar deste estudo, desde que respeitando as proposições.<br />
quiser.<br />
Florianópolis,...........de..............................de 2006<br />
Assinatura:______________________________________________<br />
Deixaremos nossos respectivos telefones e você poderá nos contactar quando<br />
Aline Negrini, telefone: 3232-7759 e Josiane da Cunha, telefone: 99594205.
Apêndice III<br />
Instrumento de avaliação e coleta de dados das pessoas atendidas<br />
Nome:..................................................................................................................................<br />
Idade:...................................................................................................................................<br />
Sexo: F ( ) M ( )<br />
Endereço:.............................................................................................................................<br />
Tipo de urgência/emergência:<br />
Traumatica ( ) Respiratória ( ) Neurológica ( ) ginecológica ( ) queimadura ( ) outros<br />
( )<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
ESCALA: CIPE<br />
C ( ) I ( ) P ( ) E ( )<br />
Horário:<br />
PA<br />
FC<br />
FR<br />
Glasgow<br />
Temp<br />
Sat O2<br />
Hgt<br />
Evolução de enfermagem:<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
----------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
---------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
Adptado por Aline e Josiane, ficha de atendimento SAMU.
MANUAL <strong>DE</strong><br />
PROCESSAMENTO <strong>DE</strong><br />
ARTIGOS MÉDICOS-<br />
HOSPITALARES<br />
SAMU- FLORIANÓPOLIS<br />
Produzido por:<br />
Ac. Enfermagem oitava fase: Aline Negrini<br />
Ac. Enfermagem oitava fase: Josiane da Cunha<br />
Colaboração:<br />
Enf: Maíra Melissa Meira<br />
Enf: Keyla Cristiane do Nascimento<br />
Referências:<br />
Manual SOBEC 2005
Critérios recomendados para processamento dos artigos, segundo<br />
SOBECC 2005<br />
Os artigos a serem processados devem ser classificados segundo os<br />
riscos potenciais de transmissão de infecção para os pacientes.<br />
Artigos Críticos: são artigos ou produtos utilizados em procedimentos<br />
invasivos com penetração em pele e mucosas, tecidos subepiteliais e<br />
sistema vascular. O processo básico para que satisfaça os objetivos que se<br />
propõem é a esterilização.<br />
Artigos Semicríticos: são artigos que entram em contato com a pele não<br />
integra, para ter garantida a sua qualidade requer desinfecção de alto nível<br />
ou esterilização.<br />
Artigos Não-críticos: são artigos ou produtos destinados ao contato com a<br />
pele íntegra, dependendo do uso a que se destinam requerem limpeza ou<br />
desinfecção de baixo ou médio nível.<br />
Limpeza de artigos médico-hospitalares<br />
É o processo que visa a remoção de sujidade visível (orgânicos e<br />
inorgânicos),e a retirada da carga microbiana. Trata-se de uma etapa<br />
essencial e indispensável para o reprocessamento de todos os artigos<br />
médico-hospitalares, sejam críticos, semicríticos ou não críticos.<br />
Produtos de limpeza<br />
Limpadores enzimáticos: são compostos basicamente por enzimas<br />
surfactantes, solubilizantes e álcool isopropilico.Seu principio ativo são as<br />
enzimas proteases, amilases, carboidratases e lípases, que têm a<br />
propriedade de promover transformações.<br />
O mecanismo de limpeza ocorre pela ação das enzimas sobre a<br />
matéria orgânica, que decompõe o sangue e os fluidos corpóreos aderidos<br />
aos artigos, facilitando sua remoção e promovendo uma limpeza adequada.<br />
Os limpadores enzimáticos têm pH neutro, não são corrosivos, são<br />
atóxicos e permitem o enxágüe simples.<br />
Detergentes e Desincrostantes: detergentes são todos os produtos que<br />
contêm em sua formulação um tensoativo, com a finalidade de reduzir a<br />
tensão superficial da água e promover umectação,dispersão e suspensão<br />
das partículas. Desincrostantes são detergentes para a limpeza de artigos<br />
por imersão. Há indicação de uso desses produtos se da quando se tem
pouca matéria orgânica. Cabe ressaltar que os desincrostantes são<br />
detergentes, porém nem todo detergente tem ação desincrostante.<br />
Métodos de limpeza<br />
Limpeza manual: é a limpeza executada através de fricção com escovas e<br />
uso de soluções de limpeza.<br />
Recomendações:<br />
Restringir a limpeza manual para os artigos delicados que não possam<br />
ser processados por métodos mecânicos.<br />
Empregar preferencialmente soluções enzimáticas para a limpeza.<br />
Utilizar EPI adequados: luvas grossas de borracha antiderrapantes de<br />
cano longo, aventais impermeáveis, bota, gorro, protetor facial ou<br />
máscara e óculos de proteção.<br />
Utilizar escovas não abrasivas.<br />
Estabelecer freqüência de limpeza de escovas e substituição das que<br />
tiverem em más condições de uso.<br />
Friccionar os a Secar cuidadosamente antes de proceder à desinfecção<br />
ou esterilização, com auxílio de tecido absorvente e que não artigos sob<br />
água para evitar aerossóis de microrganismos.<br />
Secar cuidadosamente antes de proceder à desinfecção ou esterilização,<br />
com auxílio de tecido absorvente e que não solte resíduos.<br />
Limpeza mecânica: é desenvolvida por meio de equipamentos, tais como:<br />
lavadora ultra-sônica, lavadora esterilizadora e desinfetadora, lavadora<br />
termo-desinfetadora e lavadora de descarga.<br />
Recomendações:<br />
Verificar o modo de diluição, prazo de validade após a diluição, tempo<br />
de imersão e método de utilização, de acordo com as recomendações do<br />
fabricante.<br />
Selecionar apenas limpadores enzimáticos que possuam registro no<br />
Ministério da Saúde para a aplicação a que se destinam.<br />
Remover completamente os limpadores enzimáticos com água<br />
abundante.<br />
Utilizar obrigatoriamente os limpadores para a limpeza de instrumentos<br />
endoscópicos.<br />
Procedimento de limpeza para artigos específicos
Materiais de assistência respiratória<br />
São artigos semicríticos utilizados na assistência ventilatória: Ex:<br />
nebulizadores, circuitos de anestesia, circuitos de equipamentos de suporte<br />
respiratório. Devem ser esterilizados ou receber desinfecção de alto nível,<br />
em muitas situações, a relação custo - beneficio justifica a opção para<br />
esterilização, especialmente quando se trata de preservar a vida útil do<br />
material.<br />
O hipoclorito de sódio é o desinfetante de escolha para artigos de uso<br />
respiratório que não possuam componentes metálicos, devido ao seu alto<br />
poder germicida, baixo custo e baixa toxicidade. Contudo não deve ser<br />
utilizado em componentes metálicos, devido á sua atividade corrosiva.<br />
Neste caso a opção é pelo glutaraldeído 2%. Quando se utiliza o<br />
glutaraldeído, é obrigatório o enxágüe abundante, afim de evitar irritação<br />
química das mucosas devido a eventuais resíduos do germicida.<br />
Artigos tubulares<br />
São todos os artigos que apresentam lume, como, por exemplo as<br />
borrachas de aspiração utilizadas para aspiração de secreções. A<br />
configuração de artigos tubulares não permite verificar a eficiência da<br />
limpeza na parte interna, o que compromete o controle da esterilização.<br />
Devido ao reprocessamento dos artigos de látex, ocorre desgaste do<br />
material, colabamento, ressecamento e rachadura, favorecendo a<br />
permanência de microorganismos, que não poderão ser eliminados nas<br />
limpezas subseqüentes.<br />
Recomendações:<br />
Desinfecção<br />
Limpar as tubulações mais rápido possível após o uso.<br />
No caso de utilizar tubulações de látex, após cada utilização, deve-<br />
se aspirar a água abundantemente, para evitar o ressecamento da<br />
matéria orgânica na luz do tubo.<br />
Enxaguar abundantemente, com água corrente.<br />
Densinfecção por hipoclorito de sódio a 1%.<br />
São soluções destinadas à limpeza, desinfecção, desodorização das<br />
superfícies fixas de áreas críticas e semi-críticas e de equipamentos de<br />
grande porte. Devem ser capazes de destruir em 30 min bactérias,
microbactérias, fungos e vírus lipolíficos, devendo ser utilizados apenas<br />
em artigos semi-críticos e não críticos. O material deve ficar totalmente<br />
submerso por período de 20 a 60 min. A diluição é de 25 copos de água<br />
para 1 de hipoclorito a 2,5% (encontrado no comércio), devemos fazer com<br />
que fique concentrado em 1%. Deve ser utilizado assim que diluído e a<br />
solução deve ser desprezada em 24 hs.<br />
Classificação:<br />
Baixo Nível: são destruídas algumas formas de bactérisa, alguns vírus e<br />
fungos, sobrevivem a bactéria Mycobaterium tuberculosis, esporos, vírus<br />
da hepatite B e os vírus lento.<br />
As principais soluções germicidas de baixo nível são o álcool<br />
etílico e o hipoclorito de sódio (dependendo da concentração).<br />
Médio Nível: atuam igualmente a de baixo nível, porém, agem também<br />
nas M. Tuberculosis, na maioria e fungos dos vírus inclusive no da<br />
hepatite B.<br />
As principais soluções germicidas são o álcool etílico 70% e o hipoclorito<br />
(dependendo da concentração)<br />
Alto Nível: são destruídos bactérias, fungos, vírus e alguns esporos,<br />
sobrevivendo também alguns vírus lentos.<br />
As principais soluções germicidas são o hipoclorito de sódio<br />
(dependendo da concentração), glutaraldeído, cloro e compostos clorados<br />
dentre outros.<br />
Obs: A concentração, o tempo de exposição a temperatura ambiente são<br />
importantes e podem mudar a classificação.<br />
Principais Desinfetantes<br />
Álcool:<br />
Sua ação consiste em romper a membrana celular por desnaturação<br />
de proteína age na desinfecção de médio e baixo nível, pois não é<br />
esporicida. Tem sua ação amplificada na presença de água, por isso a<br />
necessidade de ser na concentração de 70%.<br />
É de custo baixo e é indicado em superfícies lisas externas,<br />
também em superfícies de vidro, possuí concentração de 60 a 90%, abaixo<br />
diminuí sua ação e absoluto não possuí ação anti-séptica possuí mínima<br />
toxicidade.<br />
Hipoclorito de Sódio<br />
São encontrados em dois formatos, inorgânicos (líquidos)<br />
orgânicos (em pó). Sua ação é um pouco desconhecida, porém acredita-se<br />
que age inibindo as reações enzimáticas dentro das células.<br />
Sua ação depende da concentração variando de baixo nível a alto. Possuí<br />
amplo espectro de ação, é corrosivo pra alguns metais, tecido de algodão e<br />
sintéticos, detergentes inativam a sua função.é Possuí um baixo custo,<br />
porém é prejudicial ao meio ambiente, inalação prolongada pode irritar os<br />
brônquio, laringe e pele.<br />
Glutaraldeído
Atua alterando o RNA, DNA e síntese protéica. É um desinfetante<br />
de Alto nível , utilizados principalmente em artigos termo - sensíveis,<br />
longos fios de lúmen finos, em situações nas quais a esterilização não seja<br />
possível e artigos semi - críticos.<br />
Possuí um amplo espectro de ação inclusive contra formas<br />
esporuladas. Deve ser utilizada a concentração de a 2% recém-ativadas ou<br />
em uso. Com o passar do tempo perde sua ação, age por exposição a<br />
períodos de 1 a 2 min, e até esterilização em 10 horas.<br />
Possuí odor forte, irritante para pele e mucosas, é necessário EPIs, para o<br />
seu manejo, é prejudicial ao meio ambiente.<br />
Esterilização<br />
É o método capaz de eliminar todos os organismos vivos. Podem<br />
ser de três tipos: físicos, químicos ou físico-químicos:<br />
Processo Físico:<br />
Autoclave: Utilizada para artigos termo resistentes. Destroem os esporos.<br />
Funciona com o mesmo princípio de uma panela de pressão, ou seja, a<br />
água aquecida em ambiente fechado forma vapor sob pressão e pode<br />
atingir temperaturas elevadas (T=121-132 graus C e P=1 a 1,8 atm, tempo<br />
de 03-30 min)<br />
Estufa: esterilização por calor a seco, desidrata os microorganismos.<br />
Eficácia questionável, recomendável apenas para óleos e pós.<br />
Processo físico - químico:<br />
ETO (Óxido de etileno): Autoclaves com baixa temperatura associada a<br />
vapor saturado sob pressão pelo ETO.<br />
Peróxido de hidrogênio: Autoclave própria que gera plasma através do<br />
substrato de peróxido de hidrogênio bombardeado por ondas de rádio.<br />
Formaldeído gasoso: Pastilhas de formaldeído.<br />
Processo químico<br />
Glutaráldeido: +ou 12 horas tem ação esterilizante.<br />
Preparo e Empacotamento de Materiais<br />
O artigo é preparado de acordo com a sua classificação (crítico, semicrítico<br />
e não crítico), embalando-o em invólucro compatível com o processo e<br />
com o próprio artigo.<br />
Recomendações:<br />
Lavar as mãos antes de iniciar o preparo e o empacotamento dos<br />
artigos.<br />
Inspecionar o artigo antes do empacotamento, quanto á limpeza,<br />
integridade e funcionalidade.<br />
Selecionar a embalagem, de acordo com o processo, o peso e o<br />
tamanho do artigo.
Fazer identificação, antes da esterilização, na embalagem do<br />
artigo.<br />
Sugestões de métodos limpeza de materiais do SAMU, de acordo com a<br />
SOBEC-2005:<br />
Material Classificação Produto Procedimento<br />
Reanimador<br />
facial (Ambú)<br />
Máscara<br />
facial<br />
Artigo<br />
semicrítico.<br />
Artigo<br />
semicrítico.<br />
Nebulizador Artigo<br />
semicrítico.<br />
Hipoclorito de sódio<br />
1%.<br />
Hipoclorito de sódio<br />
1% ou álcool 70%<br />
Hipoclorito de<br />
sódio1%.<br />
Limpeza prévia<br />
com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Limpeza prévia<br />
com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Limpeza prévia<br />
com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Cânula de<br />
orofaríngea<br />
Artigos<br />
tubulares<br />
Artigo<br />
semicrítico<br />
Artigo<br />
semicrítico<br />
Umidificador Artigo<br />
Vidro de<br />
aspiração<br />
semicrítico.<br />
Artigo<br />
semicrítico<br />
Hipoclorito de<br />
sódio1%.<br />
Limpeza prévia<br />
com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Solução enzimática Não necessita de<br />
Hipoclorito de sódio<br />
1%.<br />
limpeza prévia.<br />
Deixar imerso de<br />
5 a 10 min, na<br />
solução.<br />
Limpeza prévia<br />
com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Solução enzimática Não necessita de<br />
limpeza prévia.<br />
Deixar imerso de<br />
5 a 10 min, na<br />
solução.
Cabo de<br />
Laringoscópio<br />
Lamina<br />
Laringoscópio<br />
Artigo<br />
semicrítico<br />
Artigo<br />
semicrítico<br />
Solução enzimática A limpeza é<br />
realizada com<br />
tecido embebido<br />
na solução, após<br />
a remover com<br />
pano úmido secar<br />
e desinfetar com<br />
álcool 70%.<br />
Glutaraldeído 2% Desconectar a<br />
lâmpada e limpá-<br />
la. Limpeza<br />
prévia com água,<br />
seguido de<br />
desinfecção.<br />
Talas de Alfa-<br />
gesso<br />
Artigo Não-<br />
Crítico<br />
Tira aranha Artigo Não-<br />
Crítico<br />
Solução enzimática Não necessita de<br />
limpeza prévia.<br />
Deixar imerso de<br />
5 a 10 min, na<br />
solução, após o<br />
tempo de<br />
imersão lavar<br />
com escova<br />
adequada.<br />
Solução enzimática Não necessita de<br />
limpeza prévia.<br />
Deixar imerso de<br />
5 a 10 min, na<br />
solução, após o<br />
tempo de<br />
imersão lavar<br />
com escova<br />
adequada.
Colar cervical<br />
OBS:<br />
Artigo Não-<br />
Crítico<br />
Solução enzimática Não necessita de<br />
limpeza prévia.<br />
Deixar imerso de<br />
5 a 10 min, na<br />
solução, após o<br />
tempo de<br />
imersão lavar<br />
com escova<br />
adequada.<br />
Todos os componentes requerem desinfecção com Glutaraldeído<br />
2%.<br />
Todos os materiais após a imersão devem ser enxaguados com água<br />
corrente.<br />
Os artigos críticos possuem prazo de validade de 15 dias devido as<br />
condições inadequadas de armazenamento.<br />
Qualquer danificação na embalagem deve considerar o material não<br />
estéril.<br />
Depois de aberto o material NÃO é mais considerado estéril.<br />
A solução de hipoclorito deve ser desprezada em 24 horas ou<br />
quando não está mais em condições de uso.<br />
O hipoclorito de sódio deve ser diluído em uma concentração de 25<br />
partes de água para uma de hipoclorito, para sua ação desinfetante.
I. Portaria GM/MS 1863/03.<br />
II. Portaria GM/MS1864/03.<br />
III. Portaria GM/MS 2048/02. Cap. IV,VI.<br />
ANEXOS<br />
IV. Protocolo de intervenção de Reanimação.<br />
V. Código de Radiocomunicação.<br />
VI. Ficha de inspeção diária de viaturas e equipamentos.
Portaria nº 1863/GM Em 29 de setembro de 2003<br />
Anexo I<br />
Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências, a ser implantada em todas as unidades<br />
federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.<br />
O MINISTRO <strong>DE</strong> ESTADO DA SAÚ<strong>DE</strong>, no uso de suas atribuições,<br />
Considerando o quadro brasileiro de morbimortalidade relativo a todas urgências, inclusive as<br />
relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no Anexo da Portaria MS/GM nº 737, de 16 de<br />
maio de 2001 - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.<br />
Considerando que é de relevância pública o estabelecimento de normas para a organização dos<br />
serviços públicos e privados de atenção às urgências, conforme preceituam o art. 197 da<br />
Constituição Federal e os arts. 1º e 15 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990;<br />
Considerando o disposto na Portaria GM/MS nº 2048, de 5 de novembro de 2002, que instituiu o<br />
Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;<br />
Considerando a necessidade de implantação e implementação do processo de regulação da atenção<br />
às urgências, a partir de Centrais de Regulação Médica, que integram o Complexo Regulador da<br />
Atenção, conforme previsto na Portaria SAS/MS nº 356, de 22 de setembro de 2000, e NOAS-SUS<br />
01/2002;<br />
Considerando a necessidade de estruturar uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada de<br />
cuidados integrais às urgências, de qualquer complexidade ou gravidade, desconcentrando a atenção<br />
efetuada exclusivamente pelos prontos-socorros;<br />
Considerando a necessidade de garantir a adequada referência regulada para os pacientes que, tendo<br />
recebido atendimento inicial, em qualquer nível do sistema, necessitem de acesso aos meios<br />
adicionais de atenção;<br />
Considerando a premente necessidade de adequar a dinâmica da captação de órgãos às necessidades<br />
de transplante da população brasileira;<br />
Considerando a responsabilidade do Ministério da Saúde de estimular a atenção integral às urgências<br />
por meio da implantação e implementação dos serviços de atenção básica e saúde da família,<br />
unidades não-hospitalares de atendimento às urgências, pré-hospitalar móvel, portas hospitalares de<br />
atenção às urgências, serviços de atenção domiciliar e reabilitação integral no País;<br />
Considerando que é estratégico ao Sistema Único de Saúde garantir a capacitação continuada dos<br />
profissionais de suas equipes setoriais;<br />
Considerando as contribuições do Conselho Nacional de Saúde (CNS), aprovadas na 131ª Reunião,<br />
de 4 e 5 de junho de 2003, e<br />
Considerando as contribuições apresentadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde<br />
(CONASS) e pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), adotadas<br />
em Plenárias da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada em 13 de agosto de 2003.<br />
RESOLVE:<br />
Art. 1° Instituir a Política Nacional de Atenção às Urgências a ser implantada em todas as unidades<br />
federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.<br />
Art. 2° Estabelecer que a Política Nacional de Atenção às Urgências composta pelos sistemas de<br />
atenção às urgências estaduais, regionais e municipais, deve ser organizada de forma que permita:<br />
1 - garantir a universalidade, eqüidade e a integralidade no atendimento às urgências clínicas,<br />
cirúrgicas, gineco-obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e as relacionadas às causas externas<br />
(traumatismos não-intencionais, violências e suicídios);<br />
2 - consubstanciar as diretrizes de regionalização da atenção às urgências, mediante a adequação<br />
criteriosa da distribuição dos recursos assistenciais, conferindo concretude ao dimensionamento e<br />
implantação de sistemas estaduais, regionais e municipais e suas respectivas redes de atenção;
3 - desenvolver estratégias promocionais da qualidade de vida e saúde capazes de prevenir agravos,<br />
proteger a vida, educar para a defesa da saúde e recuperar a saúde, protegendo e desenvolvendo a<br />
autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades;<br />
4 - fomentar, coordenar e executar projetos estratégicos de atendimento às necessidades coletivas em<br />
saúde, de caráter urgente e transitório, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidades<br />
públicas e de acidentes com múltiplas pessoas, a partir da construção de mapas de risco regionais e<br />
locais e da adoção de protocolos de prevenção, atenção e mitigação dos eventos;<br />
5 - contribuir para o desenvolvimento de processos e métodos de coleta, análise e organização dos<br />
resultados das ações e serviços de urgência, permitindo que a partir de seu desempenho seja possível<br />
uma visão dinâmica do estado de saúde da população e do desempenho do Sistema Único de Saúde<br />
em seus três níveis de gestão;<br />
6 - integrar o complexo regulador do Sistema Único de Saúde, promover intercâmbio com outros<br />
subsistemas de informações setoriais, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção<br />
de dados e democratização das informações com a perspectiva de usá-las para alimentar estratégias<br />
promocionais;<br />
7 - qualificar a assistência e promover a capacitação continuada das equipes de saúde do Sistema<br />
Único de Saúde na Atenção às Urgências, em acordo com os princípios da integralidade e<br />
humanização.<br />
Art. 3° Definir que a Política Nacional de Atenção às Urgências, de que trata o artigo 1º desta<br />
Portaria, deve ser instituída a partir dos seguintes componentes fundamentais:<br />
1. adoção de estratégias promocionais de qualidade de vida, buscando identificar os determinantes e<br />
condicionantes das urgências e por meio de ações transetoriais de responsabilidade pública, sem<br />
excluir as responsabilidades de toda a sociedade;<br />
2. organização de redes loco regionais de atenção integral às urgências, enquanto elos da cadeia de<br />
manutenção da vida, tecendo-as em seus diversos componentes:<br />
2.a - componente Pré-Hospitalar Fixo: unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família,<br />
equipes de agentes comunitários de saúde, ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico e<br />
terapias, e Unidades Não-Hospitalares de Atendimento às Urgências, conforme Portaria GM/MS nº<br />
2048, de 05 de novembro de 2002.<br />
2.b componente Pré-Hospitalar Móvel: - SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgências e<br />
os serviços associados de salvamento e resgate, sob regulação médica de urgências e com número<br />
único nacional para urgências medicas 192;<br />
2.c<br />
componente Hospitalar: portas hospitalares de atenção às urgências das unidades hospitalares<br />
gerais de tipo I e II e das unidades hospitalares de referência tipo I, II e III, bem como toda a gama<br />
de leitos de internação, passando pelos leitos gerais e especializados de retaguarda, de longa<br />
permanência e os de terapia semi-intensiva e intensiva, mesmo que esses leitos estejam situados em<br />
unidades hospitalares que atuem sem porta aberta às urgências;<br />
2.d<br />
componente Pós-Hospitalar: modalidades de Atenção Domiciliar, Hospitais-Dia e Projetos de<br />
Reabilitação Integral com componente de reabilitação de base comunitária;<br />
3. instalação e operação das Centrais de Regulação Médica das Urgências, integradas ao Complexo<br />
Regulador da Atenção no SUS;<br />
4. capacitação e educação continuada das equipes de saúde de todos os âmbitos da atenção, a partir<br />
de um enfoque estratégico promocional, abarcando toda a gestão e atenção pré-hospitalar fixa e<br />
móvel, hospitalar e pós-hospitalar, envolvendo os profissionais de nível superior e os de nível<br />
técnico, em acordo com as diretrizes do SUS e alicerçada nos pólos de educação permanente em<br />
saúde;<br />
5. orientação geral segundo os princípios de humanização da atenção.<br />
Art. 4.º Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que, por intermédio do Departamento de<br />
Atenção Especializada e da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência, adote todas as<br />
providências necessárias à plena estruturação da Política Nacional de Atenção às Urgências<br />
instituída por esta Portaria.<br />
Art. 5.º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em<br />
contrário.<br />
HUMBERTO COSTA
Anexo II<br />
Portaria nº 1864/GM Em 29 de setembro de 2003<br />
Institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por<br />
intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em municípios e regiões<br />
de todo o território brasileiro: SAMU- 192.<br />
O MINISTRO <strong>DE</strong> ESTADO DA SAÚ<strong>DE</strong>, no uso de suas atribuições,<br />
Considerando o quadro brasileiro de morbimortalidade relativo às urgências, inclusive as<br />
relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no Anexo da Portaria nº 737/GM, de 16 de maio<br />
de 2001 - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.<br />
Considerando a necessidade de implantação e implementação do processo de regulação da atenção<br />
às urgências, a partir de Centrais de Regulação Médica, que integram o Complexo Regulador da<br />
Atenção, conforme previsto na Portaria nº 356/SAS, de 22 de setembro de 2000, e NOAS-SUS<br />
01/2002;<br />
Considerando a Portaria n.º 2048/GM, de 5 de novembro de 2002, que institui o Regulamento<br />
Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;<br />
Considerando a Portaria nº 1863/GM de 29 de setembro 2003, que instituiu a Política Nacional de<br />
Atenção às Urgências;<br />
Considerando a baixa cobertura populacional e a insuficiente oferta de serviços de atendimento préhospitalar<br />
móvel com estrutura e funcionamento adequados à legislação vigente;<br />
Considerando a competência do Ministério da Saúde em estimular a implantação de serviços de<br />
saúde responsáveis pelo atendimento pré-hospitalar móvel no País;<br />
Considerando que é essencial ao Sistema Único de Saúde promover a educação continuada dos<br />
profissionais de todas as áreas de atuação;<br />
Considerando a premente necessidade de adequar a dinâmica da captação de órgãos às necessidades<br />
de transplantes da população brasileira;<br />
Considerando as deliberações do Conselho Nacional de Saúde (CNS), aprovadas na sua 131ª<br />
reunião, de 4 e 5 junho de 2003, e<br />
Considerando as contribuições apresentadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde<br />
(CONASS) e pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS),<br />
aprovadas em Plenária da Comissão Intergestores Tripartite<br />
CIT, realizada em 13 de agosto de<br />
2003,<br />
RESOLVE:<br />
Art. 1º Instituir o componente pré-hospitalar móvel previsto na Política Nacional de Atenção às<br />
Urgências, por meio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU-192,<br />
suas Centrais de Regulação (Central SAMU-192) e seus Núcleos de Educação em Urgência, em<br />
municípios e regiões de todo o território brasileiro, como primeira etapa da implantação da Política<br />
Nacional de Atenção às Urgências, conforme as orientações gerais previstas nesta Portaria.<br />
Art. 2º Instituir financiamento para investimento e custeio do componente pré-hospitalar móvel,<br />
visando à implantação e implementação dos SAMU 192.<br />
Art. 3º Estabelecer que, para a organização da primeira etapa de implantação dos SAMU, serão<br />
destinados recursos para a aquisição de 650 unidades de suporte básico de vida e 150 unidades de<br />
suporte avançado de vida, equipamentos, construção, reforma e/ou ampliação de até 152 Centrais<br />
SAMU-192 e estruturação de 27 Laboratórios de Ensino em Procedimentos de Saúde para os<br />
Núcleos de Educação em Urgência.<br />
§ 1º Os bens adquiridos e os serviços realizados com os recursos de investimento previstos no caput<br />
deste Artigo deverão ser repassados às secretarias de saúde municipais e estaduais e serão destinados<br />
exclusivamente à implantação ou implementação do SAMU.<br />
§ 2º Com os recursos de investimento previstos no caput deste Artigo, o Ministério da Saúde poderá<br />
adquirir os veículos móveis (ambulâncias) e os respectivos equipamentos necessários à instalação<br />
das unidades de suporte básico de vida e de suporte avançado de vida, que posteriormente serão<br />
transferidos aos Estados e Municípios, devidamente qualificados, em atendimento aos termos de<br />
convênio de cessão a ser celebrado após a aprovação dos projetos correspondentes, devendo esses<br />
bens transferidos guardar a padronização visual constante do Anexo Item F, desta Portaria.
§ 3º As ambulâncias serão adquiridas na proporção de um veículo de suporte básico à vida para cada<br />
grupo de 100.000 a 150.000 habitantes, e de um veículo de suporte avançado à vida para cada<br />
400.000 a 450.000 por habitantes.<br />
§ 4º Com os recursos de investimento previstos no caput deste Artigo, o Ministério da Saúde poderá<br />
adquirir equipamentos necessários ao funcionamento do Laboratório de Ensino em Procedimentos<br />
de Saúde, que posteriormente serão transferidos aos Estados e Municípios, devidamente<br />
qualificados, em atendimento aos termos de convênio a ser celebrado após a aprovação dos projetos<br />
correspondentes, respeitados os critérios constantes no Anexo Item D.<br />
§ 5º Os recursos para capacitação de multiplicadores que atuarão junto aos Núcleos de Educação em<br />
Urgências serão repassados mediante convênio no montante de até R$ 150.000,00 por Núcleo;<br />
§ 6º A compra de soluções para as adequações físicas, equipamentos e softwares para as Centrais<br />
SAMU-192 será objeto de Portaria específica, buscando contemplar as necessidades existentes nas<br />
diferentes realidades, sendo os equipamentos ou recursos financeiros disponibilizados mediante<br />
celebração de convênios, respeitados os critérios de gestão constantes no Anexo<br />
Item B, desta<br />
Portaria.<br />
§ 7º Para aquisição de equipamentos e adequação de áreas físicas das 152 centrais de regulação<br />
previstas no caput deste Artigo, serão despendidos recursos à medida do porte das centrais<br />
proporcionalmente à população a ser atendida, nos seguintes parâmetros:<br />
- Equipamentos:<br />
- para Municípios com população até 250.000 habitantes: até R$ 100.000,00;<br />
- para Municípios com população entre 250.000 e 500.000 habitantes: até R$ 150.000,00;<br />
- para Municípios com população acima de 500.000 habitantes: até R$ 200.000,00.<br />
- Área física:<br />
- para Municípios com população até 250.000 habitantes: até R$ 50.000, 00;<br />
- para Municípios com população entre 250.000 e 500.000 habitantes: até R$ 100.000,00;<br />
- para Municípios com população acima de 500.000 habitantes: até R$ 150.000,00.<br />
§ 8º Para a transferência dos recursos aludidos nos §§ 5º, 6º e 7º, deste Artigo, será exigida<br />
contrapartida nos casos abrangidos pela legislação vigente aplicável aos convênios de natureza<br />
financeira.<br />
§ 9° Os recursos a ser transferidos pelo Ministério da Saúde em decorrência do disposto nesta<br />
Portaria não poderão ser utilizados para o financiamento de prestadores da rede privada (filantrópica<br />
e lucrativa).<br />
§ 10. Os recursos de investimento e custeio terão seus repasses limitados às secretarias de saúde<br />
qualificadas que se responsabilizarem pela gestão e gerência do SAMU e das Centrais SAMU - 192.<br />
Art. 4º Definir que as despesas de custeio deste componente serão de responsabilidade<br />
compartilhada, de forma tripartite, entre a União, Estados e Municípios, correspondendo à União<br />
50% do valor estimado para estes custos.<br />
§ 1º Ao Ministério da Saúde, por intermédio do Fundo Nacional de Saúde, competirá realizar<br />
repasses regulares e automáticos de recursos aos respectivos fundos de saúde, para manutenção das<br />
equipes efetivamente implantadas, segundo os seguintes parâmetros:<br />
a) por Equipe de Suporte Básico: R$ 12.500,00 por mês;<br />
b) por Equipe de Suporte Avançado: R$ 27.500,00 por mês;<br />
c) por Equipe da Central SAMU-192: R$ 19.000,00 por mês.<br />
§ 2º O restante dos recursos necessários para o custeio das equipes será coberto pelos Estados e<br />
Municípios, em conformidade com a pactuação estabelecida em cada Comissão Intergestores<br />
Bipartite, e deverá estar expresso nos projetos que serão enviados ao Ministério da Saúde, incluindo<br />
os mecanismos adotados de repasse destes recursos entre estados e municípios.<br />
§ 3º Os recursos de custeio repassados pelo Ministério da Saúde no âmbito desta Portaria deverão ser<br />
destinados exclusivamente à manutenção e qualificação dos SAMU.<br />
Art. 5º Estabelecer que o recebimento dos recursos de custeio previstos nesta Portaria, implicará na<br />
interrupção e revisão dos mecanismos de financiamento atualmente estabelecidos, correspondentes<br />
às atividades de atenção móvel às urgências.<br />
Parágrafo único. Para os efeitos de cumprimento do disposto nesta Portaria:<br />
I. Aos SAMU não será autorizada a apresentação de faturamento de serviços com base na tabela<br />
SIA-SUS, por intermédio dos procedimentos Trauma I e Trauma II, uma vez que seus custos devem<br />
estar previstos no projeto a ser contemplado no âmbito do componente da Política Nacional de<br />
Atenção às Urgências instituído nos termos desta portaria.
II. Os Corpos de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal cadastrados no Sistema Único de Saúde e<br />
que atuam de acordo com as recomendações previstas na Portaria nº 2048/GM, de 5 de novembro de<br />
2002, deverão continuar utilizando os procedimentos Trauma I e Trauma II da Tabela SIA-SUS,<br />
para efeitos de registro e faturamento de suas ações.<br />
Art. 6º Definir que a captação dos recursos federais necessários à implantação do componente préhospitalar<br />
móvel previsto na Política Nacional de Atenção às Urgências ficará condicionada à<br />
comprovação do cumprimento dos seguintes pré-requisitos e compromissos:<br />
a) elaboração, formalização e apresentação de Planos Municipais ou Regionais de Atenção Integral<br />
às Urgências, articulados ao Plano Estadual de Atenção às Urgências, aprovados pelos respectivos<br />
conselhos de saúde e pela Comissão Intergestores Bipartite.<br />
a1) Os Planos de Atenção Integral às Urgências deverão explicitar o compromisso de cada uma das<br />
unidades e serviços que comporão a rede de atenção e o sistema de referência e contra-referência,<br />
além da implantação da política denominada vaga zero nas portas de urgência, conforme disposto<br />
na Portaria nº 2048/GM, de 5 de dezembro de 2002.<br />
a2) Os Planos deverão conter as grades de referência e contra-referência, por especialidade ou área<br />
de atuação, envolvendo todos os serviços do sistema, desde as unidades básicas de saúde (UBS) e<br />
unidades saúde da família, as unidades não-hospitalares de atenção às urgências, prontos socorros<br />
hospitalares e demais unidades, considerando seu papel potencial, seja como solicitantes ou<br />
receptoras, seja como unidades públicas ou contratadas ou conveniadas, considerando os termos do<br />
Anexo Item E, desta Portaria.<br />
a3) Nos casos em que a pactuação aponte a implantação de sistemas regionais, a coordenação do<br />
processo de elaboração do Plano Regional será das Secretarias Estaduais de Saúde, com a<br />
participação das Secretarias Municipais envolvidas.<br />
a4) A coordenação do processo de elaboração do Plano Estadual será das Secretarias Estaduais de<br />
Saúde, com a participação dos Conselhos de Secretários Municipais de Saúde. (COSEMS).<br />
b) Apresentar projeto de implantação/implementação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência<br />
SAMU, com sua respectiva Central SAMU-192, de caráter local ou regional, com acesso gratuito<br />
pelo número nacional de urgências (192), em consonância com as diretrizes contidas no<br />
Regulamento Técnico de Urgências (Portaria MS n.º 2048, de novembro de 2002). Este projeto deve<br />
incluir a planta física proposta para a Central SAMU-192 e seu custo respectivo.<br />
c) Apresentar proposta de implantação/implementação da área de Educação em Urgências, com<br />
respectiva proposta pedagógica de capacitação dos profissionais de nível técnico, superior e agentes<br />
sociais que atuam/atuarão no setor, obedecidos os conteúdos e cargas horárias mínimas contidas no<br />
referido Regulamento Técnico.<br />
d) Implantação das Coordenações Estaduais de Urgência, das Coordenações Municipais de Urgência<br />
e das Coordenações Regionais de Urgência, quando necessário.<br />
e) Elaboração, formalização e apresentação de proposta de estruturação e funcionamento do Comitê<br />
Gestor do Sistema de Atenção às Urgências, nos âmbitos Estadual, Regional e Municipal, conforme<br />
estrutura e atribuições constantes no Anexo, Item C, desta Portaria.<br />
f) Apresentação de Termo de Adesão ao Plano Municipal ou Regional de Atenção às Urgências,<br />
assinado pelos gestores e pelos diretores / coordenadores dos serviços que o compõem. Este Termo<br />
deverá afirmar compromissos e funções dos diferentes agentes políticos, envolvendo-os em um<br />
processo de diagnóstico / adequação operacional de caráter permanente e dinâmico;<br />
g) Apresentar Termo de Ciência e Compromisso, assinado pelo gestor estadual ou municipal, de que<br />
a secretaria municipal ou estadual de saúde, aplicará os recursos transferidos pelo Ministério da<br />
Saúde, a título de custeio, no desenvolvimento das ações previstas neste projeto;<br />
h) Submeter o pleito de qualificação para análise à aprovação:<br />
h1) dos respectivos Comitês Gestores do Sistema de Urgências (municipal, estadual e regional,<br />
conforme o caso);<br />
h2) do conselho de saúde, comprovando por meio de ata a aprovação do Plano de Atenção às<br />
Urgências e do Termo de Adesão. Em projetos de abrangência regional, deverão ser apresentadas as<br />
atas dos respectivos conselhos municipais e do Conselho Estadual de Saúde.<br />
h3) da Comissão Intergestores Bipartite.<br />
i) Os Municípios deverão comprovar capacidade de realizar, no mínimo, os procedimentos PABA<br />
acrescidos dos procedimentos M1, conforme especificado nos Anexos 2º e 3 da NOAS 01/02, em<br />
especial no que tange à atenção às urgências, conforme detalhado no Regulamento Técnico das<br />
Urgências, editado pela Portaria 2048/02, Capítulo I (itens 1, 2 e 3), Capítulo III (itens 1 e 2) e<br />
Capítulo V, para as Unidades Hospitalares Gerais de Tipo I.
j) Apresentação trimestral de indicadores de desempenho do serviço, baseados no tempo resposta e<br />
seus componentes, casuística de atendimento e taxas de mortalidade evitável e mortalidade geral no<br />
ambiente de atenção pré-hospitalar, com avaliação do desempenho segundo padrões de sobrevida e<br />
taxa de seqüelas e seguimento no ambiente hospitalar, conforme Anexo, Item A.<br />
k) Comprovação de que a contratação dos recursos humanos respeita a legislação vigente, não sendo<br />
permitida a precariedade de vínculo nas relações de trabalho.<br />
l) Apresentação de planejamento com vistas a ampliar a captação de órgãos destinados aos<br />
transplantes.<br />
m) Disponibilização do banco de dados dos SAMU para implementar os registros de traumatismos<br />
não-intencionais e violências em geral, traumatismos no trabalho e o controle sobre doenças de<br />
notificação compulsória e outras condições de interesse para o desenvolvimento de estratégias<br />
promocionais.<br />
n) Estabelecimento de parceria com os Conselhos Tutelares da Infância e da Adolescência,<br />
notificando suspeitas de violência e negligências como prevê o Estatuto da Criança e do<br />
Adolescente.<br />
o) Implantação de ações que busquem a humanização do atendimento em urgências, com objetivo<br />
definido de fortalecer as relações entre os trabalhadores de saúde e destes com o doente e seus<br />
acompanhantes.<br />
p) Fomento, coordenação e execução de projetos estratégicos de atendimento às necessidades<br />
coletivas em saúde, de caráter urgente e transitório, decorrentes de situações de perigo iminente, de<br />
calamidades públicas e de acidentes com múltiplas pessoas, a partir da construção de mapas de risco<br />
regionais e locais e da adoção de protocolos de prevenção, atenção e mitigação dos eventos.<br />
q) Os Municípios e Estados que atendam os critérios aqui estabelecidos e que já possuam serviços de<br />
atendimento pré-hospitalar móvel, operativos nos moldes da legislação vigente, poderão solicitar<br />
complementação dos recursos físicos e financeiros, fazendo jus, após aprovação do pleito, ao<br />
montante global dos recursos de custeio, incluída a parte já existente do serviço.<br />
Art. 7º As secretarias municipais e estaduais de saúde com serviços de atenção pré-hospitalar e<br />
Central SAMU<br />
192 já em funcionamento nos moldes da legislação referida farão jus imediato dos<br />
recursos de custeio mediante apresentação ao Ministério da Saúde de projetos que contemplem:<br />
a) breve histórico do serviço: data de inauguração, localização (se tem sede própria ou não),<br />
principais avanços e entraves observados na atenção pré-hospitalar móvel no município / estado;<br />
b) garantia de atenção integral às urgências (clínicas, cirúrgicas, obstétricas, psiquiátricas,<br />
pediátricas e traumáticas), por intermédio de grades de referência com garantia de retaguarda<br />
pactuada;<br />
c) cópia do ato formal de Constituição do Comitê Gestor do Sistema de Atenção às Urgências, seu<br />
regimento e respectivos componentes;<br />
d) cópia dos documentos de cada uma das Viaturas de Suporte Básico e Avançado de Vida em<br />
condições de uso que compõem sua frota, devendo as mesmas estar com seus licenciamentos e<br />
seguros obrigatórios em dia;<br />
e) contrato(s) de manutenção específico(s) ou declaração do gestor dando garantia de manutenção<br />
para a frota do SAMU;<br />
f) lista nominal de todos os profissionais que compõem a equipe, por categoria profissional, com<br />
suas modalidades de contratação, indicando os nomes do Gerente do Serviço e das Chefias Médica e<br />
de Enfermagem, especificando as demais, se houver;<br />
g) escala mensal dos últimos dois meses dos profissionais que compõem as equipes das viaturas e da<br />
Central SAMU-192, a saber: Médicos Reguladores e Intervencionistas, Enfermeiros, Técnicos e/ou<br />
Auxiliares de Enfermagem, Motoristas, Telefonistas Auxiliares de Regulação e Operadores de Frota;<br />
h) Termo de Ciência e Compromisso, assinado pelo gestor estadual ou municipal, de que a secretaria<br />
municipal ou estadual de saúde, dependendo da pactuação estabelecida, aplicará os recursos<br />
transferidos pelo Ministério da Saúde, a título de custeio, no desenvolvimento das ações previstas<br />
neste projeto;<br />
Parágrafo único. O pleito de qualificação deve ser submetido à análise e aprovação:<br />
a) dos respectivos Comitês Gestores do Sistema de Urgências (municipal, estadual e regional,<br />
quando necessário);<br />
b) do conselho de saúde, comprovando por intermédio de ata a aprovação do Plano de Atenção às<br />
Urgências e do Termo de Adesão. Em projetos de abrangência regional, deverão ser apresentadas as<br />
atas dos respectivos conselhos municipais e do Conselho Estadual de Saúde, e<br />
c) da Comissão Intergestores Bipartite.
Art. 8º Definir que todas as instâncias de análise e seleção dos projetos deverão utilizar, de acordo<br />
com os requisitos estabelecidos no Artigo 6º, os seguintes critérios de prioridade:<br />
a) Municípios possuidores de serviços da área da saúde que realizam atenção integral às urgências,<br />
com atendimento pré-hospitalar móvel regulado por central médica, acessada 24 horas por número<br />
telefônico gratuito<br />
192, conforme disposto na Portaria GM/MS n° 2.048, de 05 de novembro de<br />
2002;<br />
b) Municípios habilitados na condição de gestão plena do Sistema Municipal;<br />
c) Municípios com maior porte populacional;<br />
d) Municípios pólos regionais, definidos no PDR.<br />
§ 1º Com exceção do item a que será preferencial, os demais critérios estabelecidos pelo caput<br />
deste Artigo não terão caráter hierárquico, entre si.<br />
§ 2º Os projetos previamente analisados e aprovados nas Comissões Intergestores Bipartite deverão<br />
estar em conformidade com os Planos Estaduais de Atenção às Urgências.<br />
§ 3º Por meio de pactos entre municípios e estado, poderão ser implantadas Centrais SAMU 192 de<br />
abrangência regional, promovendo a otimização do investimento e favorecendo as possibilidades de<br />
financiamento tripartite.<br />
Art. 9° Estabelecer que os projetos elaborados pelos estados e municípios, aprovados pelos<br />
respectivos conselhos e pela Comissão Intergestores Bipartite, que atenderem ao estabelecido nos<br />
artigos 6º, 7º e 8º desta Portaria, deverão ser encaminhados para apreciação da Coordenação-Geral<br />
de Urgência e Emergência<br />
Departamento de Atenção Especializada da Secretaria de Atenção à<br />
Saúde, respeitadas as disposições contidas nas Normas de Cooperação Técnica e Financeira de<br />
Projetos e Programas mediante a Celebração de Convênios, aprovadas pela Portaria nº 601, de 15 de<br />
maio de 2003.<br />
§ 1º Em relação aos recursos de custeio, após análise técnica efetuada pela Coordenação Geral de<br />
Urgência e Emergência, o projeto será encaminhado ao Departamento de Regulação, Avaliação e<br />
Controle de Sistemas e à Diretoria-Executiva do Fundo Nacional de Saúde.<br />
§ 2º Os projetos aludidos no caput deste Artigo referentes a investimento deverão ser cadastrados e<br />
tramitados por intermédio do Sistema de Gestão de Convênios (GESCON), devendo a instância<br />
cadastrante encaminhá-los à Coordenação Geral de Urgência e Emergência do Departamento de<br />
Atenção Especializada da SAS, para análise técnica.<br />
§ 3º Os procedimentos de aquisição e transferência dos veículos e equipamentos serão<br />
operacionalizados pela Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde,<br />
observado o disposto nas cláusulas dos convênios celebrados.<br />
4º Os projetos deverão ser encaminhados pelas Comissões Intergestores Bipartite Estaduais para a<br />
Coordenação-Geral de Urgência e Emergência do Departamento de Atenção Especializada da SAS,<br />
até o dia 20 de dezembro de 2003.<br />
§ 5º A partir do protocolo do projeto na Coordenação-Geral de Urgência e Emergência<br />
DAE/SAS,<br />
a mesma terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para elaborar o parecer técnico.<br />
§ 6º Os projetos selecionados pelo Ministério da Saúde serão apresentados em reunião da Comissão<br />
Intergestores Tripartite/CIT e do Conselho Nacional de Saúde/CNS.<br />
Art. 10. Estabelecer que os recursos orçamentários, contraparte da União, objeto desta Portaria,<br />
correrão por conta do orçamento do Ministério da Saúde, nos seguintes programas de trabalho:<br />
- 10.302.0023.4306 - Atendimentos Ambulatorial Emergencial e Hospitalar em regime de Gestão<br />
Plena do Sistema Único de Saúde;<br />
- 10.302.0023.4307 - Atendimento Ambulatorial, Emergencial e Hospitalar prestado pela Rede<br />
Cadastrada no Sistema Único de Saúde SUS.<br />
Art. 11. Possibilitar aos Municípios e Estados que possuírem Atenção Pré-Hospitalar Móvel e<br />
Central SAMU - 192, em conformidade com as especificações técnicas da Legislação existente<br />
(Portaria n.º 2048/GM, de 5 de novembro de 2002), a garantia do custeio por meio do repasse<br />
mensal regular e automático, fundo a fundo, desde que tenham seus projetos qualificados, conforme<br />
requisitos expressos no Artigo 7º.<br />
Parágrafo único. A liberação dos recursos de investimento dos projetos aprovados ficará<br />
condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira do Ministério da Saúde.<br />
Art. 12. Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que, por intermédio do Departamento de<br />
Atenção Especializada e da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência, adote todas as<br />
providências necessárias à plena aplicação das recomendações contidas no ato ora publicado.
Art. 13. As instâncias de recurso referentes ao processo de negociação, análise, aprovação e<br />
implantação do componente pré-hospitalar móvel serão, por ordem, resolvidas pelo Conselho<br />
Estadual de Saúde, Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde.<br />
Art. 14. Para os efeitos do disposto nesta Portaria, o Distrito Federal será tratado como Estado, no<br />
que couber, e de acordo com as suas peculiaridades de ente federado, nos termos da Constituição.<br />
Art. 15. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em<br />
contrário.<br />
HUMBERTO COSTA<br />
ANEXO<br />
A - Acompanhamento e avaliação das ações:<br />
1 - o acompanhamento e avaliação das ações será efetuado por intermédio da apresentação trimestral<br />
de casuística e de indicadores de desempenho a seguir relacionados:<br />
1.1 - tempo médio de resposta entre a chamada telefônica e a chegada da equipe no local da<br />
ocorrência.<br />
1.2 - tempo médio decorrido no local da ocorrência.<br />
1.3 - tempo médio de transporte até a unidade de referência.<br />
1.4 - tempo médio de resposta total (entre a solicitação telefônica de atendimento e a entrada do<br />
paciente no serviço hospitalar de referência).<br />
1.5 - indicadores de adequação da regulação (% de saídas de veículos de Suporte Avançado após<br />
avaliação realizada pela equipe de Suporte Básico).<br />
1.6 - taxas de mortalidade evitável e mortalidade geral no ambiente de atenção pré-hospitalar, com<br />
avaliação do desempenho segundo padrões de sobrevida e taxa de seqüelas e seguimento no<br />
ambiente hospitalar.<br />
1.7 - mortalidade hospitalar imediata dos pacientes transportados (24 horas).<br />
1.8 - casuística de atendimento de urgência por causa clínica e as relacionadas às causas externas,<br />
considerando localização das ocorrências e suas causalidades, idade, sexo, ocupação, condição<br />
gestante e não gestante.<br />
B - Regulação da Atenção às Urgências: papéis e responsabilidades dos gestores do Sistema Único<br />
de Saúde.<br />
1 - o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, estabelecido por<br />
intermédio de Portaria n.º 2048/GM, de 5 de novembro de 2002, define a organização estrutural e<br />
funcional dos sistemas, bem como a responsabilidade das três esferas gestoras da saúde pública<br />
brasileira, refletindo as recomendações da NOAS-SUS 01/02.<br />
2 - na perspectiva acima considerada, reconhece-se o papel fundamental dos municípios na execução<br />
da atenção pré-hospitalar móvel, na regulação médica da atenção às urgências e nos demais<br />
elementos do complexo regulador, onde as centrais municipais poderão atuar como centrais<br />
regionais, notadamente nas áreas metropolitanas e junto aos pólos macrorregionais, sempre que<br />
houver pactuação intermunicipal regional e acordo na Comissão Intergestores Bipartite.<br />
3 - cabe à esfera de governo estadual, dentro de suas macro-funções de regulação e cooperação o<br />
papel de:<br />
3.1 - coordenar a organização dos instrumentos e mecanismos de regulação, bem como a<br />
operacionalização de ações, de acordo com os pactos estabelecidos;<br />
3.2 - assessorar e supervisionar o processo de implementação dos planos municipais e regionais de<br />
regulação da assistência;<br />
3.3 - monitorar o cumprimento das pactuações regionais e estaduais estabelecidas, de forma<br />
ordenada, oportuna, qualificada e equânime;<br />
3.4 - promover a interlocução inter e intra-regional;<br />
3.5 - monitorar os sistemas de atenção integral às urgências quanto à sua acessibilidade e<br />
resolubilidade;<br />
3.6 - avaliar sistematicamente os fluxos pactuados e os espontâneos de pacientes em direção aos<br />
serviços de urgência, propondo correções quando necessário, com base no Plano Diretor de<br />
Regionalização (PDR), Programação Pactuada Integrada (PPI) e na análise das necessidades não<br />
atendidas;<br />
3.7 - compilar, consolidar dados e realizar a análise epidemiológica das demandas direcionadas às<br />
Centrais SAMU-192, no âmbito estadual, identificando lacunas assistenciais e subsidiando ações de<br />
planejamento ou investimento e de controle do SUS;<br />
3.8 - gerenciar o processo de avaliação das ações e serviços de saúde.
4 - Sendo assim, as macro-funções do Estado, no âmbito da organização da atenção às urgências,<br />
ficam estabelecidas na dimensão da organização e regulação geral do sistema estadual, garantindo a<br />
universalidade, a eqüidade e a integralidade da atenção às urgências. As secretarias estaduais de<br />
saúde poderão, portanto, desde que em acordo com a pactuação estabelecida com os municípios,<br />
assumir a gestão do sistema de atenção pré-hospitalar móvel e operacionalização das centrais SAMU<br />
192.<br />
5 - Os Estados deverão operar ativamente no sentido da construção e ordenamento dos sistemas<br />
regionais, cabendo-lhe no exercício da regulação estadual, promovendo a mediação entre os gestores<br />
municipais da saúde, bem como dos fluxos entre as centrais de regulação regionais.<br />
C - Definições da estrutura e das responsabilidades no âmbito dos Comitês Gestores:<br />
1 - as secretarias municipais de saúde deverão constituir e coordenar Comitês Gestores Municipais<br />
do Sistema de Atenção às Urgências, garantindo a adequada articulação entre os entes gestores e os<br />
executores das ações. Da mesma forma, as Secretarias Estaduais de Saúde deverão constituir e<br />
coordenar os Comitês Gestores Estaduais e os Comitês Gestores Regionais do Sistema de Atenção às<br />
Urgências;<br />
2 - os Comitês Gestores do Sistema de Atenção às Urgências representarão o espaço formal de<br />
discussão e implementação das correções necessárias à permanente adequação do sistema de atenção<br />
integral às urgências, dentro das diretrizes estabelecidas pelos Planos de Atenção às Urgências, em<br />
suas instâncias de representação institucional. Permitirão que os atores envolvidos diretamente na<br />
estruturação da atenção às urgências possam discutir, avaliar e pactuar as diretrizes e ações<br />
prioritárias, subordinadas às estruturas de pactuação do SUS nos seus vários níveis;<br />
3 - nos Comitês Gestores Estaduais do Sistema de Atenção às Urgências os indicadores deverão ser<br />
analisados segundo critérios de regionalização, buscando-se construir um quadro descritivo<br />
completo da atenção estadual às urgências, apontando aspectos positivos, dificuldades, limites e<br />
necessidades a serem enfrentadas no contexto da macro e microrregulação (regional e local). Este<br />
relatório da situação da atenção estadual às urgências será remetido à Coordenação Geral de<br />
Urgência e Emergência, do Departamento de Atenção Especializada, Secretaria de Atenção à Saúde<br />
do Ministério da Saúde, em Brasília, onde comporá a base nacional de dados relativa a atenção às<br />
urgências;<br />
4 - recomenda-se que os Comitês Gestores Estaduais do Sistema de Atenção às Urgências sejam<br />
compostos pelo Coordenador Estadual do Sistema de Atenção às Urgências, pelo COSEMS,<br />
representado por Coordenadores Municipais do Sistema de Atenção às Urgências, pela Defesa Civil<br />
Estadual, representantes do Corpo de Bombeiros, da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da<br />
Polícia Rodoviária, das empresas concessionárias de rodovias, com sugestão de estudar a<br />
necessidade ou oportunidade de se incorporarem a eles representantes das Forças Armadas<br />
Brasileiras;<br />
5 - sugere-se que os Comitês Gestores dos Sistemas Regionais de Atenção às Urgências, sob<br />
coordenação estadual e com fluxo operacional compatível e de acordo com a realidade regional,<br />
tenham a seguinte composição: coordenador Regional do Sistema de Atenção às Urgências ou outro<br />
representante da SES que assuma tal função, coordenadores municipais do Sistema de Atenção às<br />
Urgências, representantes dos serviços de saúde (prestadores da área das urgências), representante do<br />
Corpo de Bombeiros, Polícias Rodoviária, Civil e Militar, onde essas corporações atuem na atenção<br />
às urgências; representante da Defesa Civil e dos gestores municipais e estadual da área de trânsito e<br />
transportes e, conforme a necessidade justificar, de representantes da Aeronáutica, Marinha e<br />
Exército brasileiros;<br />
6 - para os Comitês Gestores dos Sistemas Municipais de Atenção às Urgências sugere-se a seguinte<br />
composição mínima: Coordenador Municipal do Sistema de Atenção às Urgências, representantes<br />
dos serviços de saúde (prestadores da área das urgências), representante do Corpo de Bombeiros,<br />
Polícias Rodoviária, Civil e Militar, Guarda Municipal, onde essas corporações atuem na atenção às<br />
urgências; representante da Defesa Civil Municipal e do gestor municipal da área de trânsito, e<br />
conforme a necessidade justificar, de representantes da Aeronáutica, Marinha e Exército brasileiros.<br />
D - Dos Núcleos de Educação em Urgências:<br />
1 - os Projetos dos Núcleos de Educação em Urgências (NEU) deverão contemplar os seguintes<br />
objetivos e compromissos:<br />
1.1 - promover profundo processo de capacitação e de educação permanente dos trabalhadores da<br />
saúde para o adequado atendimento às urgências e emergências, em todos os níveis de atenção do<br />
sistema;
1.2 - estimular a adequação curricular nas instituições formadoras, de forma a atender às<br />
necessidades do SUS e da atenção integral às urgências;<br />
1.3 - implantar Laboratórios de Ensino de Procedimentos de Saúde como parte dos NEU e envolver<br />
de forma interinstitucional os órgãos formadores e os prestadores, para desenvolver uma abordagem<br />
temática em urgência no âmbito de todos os Pólos de Educação Permanente em Saúde;<br />
1.4 - Financiar a aquisição de equipamentos técnicos para a estruturação de Laboratórios dos<br />
Núcleos de Educação em Urgências articulados com os Pólos de Educação Permanente em Saúde,<br />
onde estes estiverem implantados, sendo no mínimo um por Estado (ação imediata: formação de<br />
multiplicadores).<br />
E - Do planejamento da operação dos Sistemas de Atenção às Urgências<br />
Componente Pré-<br />
Hospitalar Móvel e sua avaliação prospectiva:<br />
1 - O processo de implantação do componente pré-hospitalar móvel exige a elaboração de um<br />
diagnóstico abrangente dos municípios, contemplando os seguintes itens:<br />
1.1 - identificação da rede de atenção instalada, em suas características físicas e complexidade de<br />
atuação no atendimento das urgências;<br />
1.2 - levantamento dos dados de produção;<br />
1.3 - identificação dos fluxos de pacientes pactuados e/ou espontâneos intra e extra municipais<br />
existentes;<br />
1.4 - caracterização do transporte interinstitucional dos pacientes com quadros urgentes;<br />
1.5 - diagnóstico da causalidade local e regional das urgências;<br />
1.6 - análise da cobertura assistencial a partir dos parâmetros de cobertura populacional vigente;<br />
1.7 - identificação dos padrões profissionais das equipes de saúde.<br />
Todos esses elementos permitirão a elaboração de uma linha de base descritiva dos serviços de saúde<br />
e dos perfis epidemiológicos existentes.<br />
2 - O banco de dados originado dessa intervenção se constituirá na pedra fundamental para a<br />
elaboração da Política de Atenção Integral às Urgências em cada âmbito de gestão, dando conta<br />
inicialmente de sete núcleos prioritários de promoção da qualidade de vida e saúde, reunindo<br />
urgências clínicas e decorrentes de causas externas:<br />
2.1 - traumatismos não-intencionais, violências e suicídios;<br />
2.2 - urgências Cardiovasculares;<br />
2.3 - urgências ginecológicas e obstétricas;<br />
2.4 - urgências pediátricas;<br />
2.5 - urgências psiquiátricas;<br />
2.6 - urgências metabólicas;<br />
2.7 - urgências respiratórias.<br />
3 - A referida linha de base permitirá, ainda, a monitorização e explicitação dos avanços obtidos na<br />
implementação da política nacional.<br />
F - Padronização visual<br />
1 - as ambulâncias, os uniformes e uma série de materiais das equipes seguirão a mesma<br />
padronização visual definida pelo Ministério da Saúde em todos os municípios e estados que tenham<br />
projetos qualificados, com espaços pré-definidos para as logomarcas do Governo Federal, Governo<br />
Estadual e/ou do Município;<br />
2 - as áreas de urgência dos hospitais de referência também deverão receber um selo padrão de<br />
identificação;<br />
3 - a padronização é fundamental para garantir a identificação das equipes e dos hospitais ligados ao<br />
SAMU, facilitando a comunicação com a população.<br />
G - Referências bibliográficas para elaboração dos projetos:<br />
- Lei nº 8080/90<br />
- Portaria nº 737/GM, de 16 de maio de 2001;<br />
- NOAS-SUS-01/2002;<br />
- Portaria nº 2048/GM, de 5 de novembro de 2002;<br />
- Portaria nº 2224/GM, de 5 de dezembro de 2002;<br />
Conselho Federal de Medicina Portaria nº 1529/98.
Anexo III<br />
CAPÍTULO IV<br />
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL<br />
Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura<br />
chegar precocemente à pessoa, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica,<br />
cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequëlas ou mesmo à<br />
morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de<br />
saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de<br />
atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão<br />
ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação partir de um serviço de<br />
saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do<br />
quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade<br />
para a continuidade do tratamento.<br />
O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser entendido como uma atribuição da área da<br />
saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis<br />
com as necessidades de saúde da população de um município ou uma região, podendo, portanto,<br />
extrapolar os limites municipais. Esta região de cobertura deve ser previamente definida,<br />
considerando-se aspectos demográficos, populacionais, territoriais, indicadores de saúde, oferta de<br />
serviços e fluxos habitualmente utilizados pela clientela. O serviço deve contar com a retaguarda da<br />
rede de serviços de saúde, devidamente regulada, disponibilizada conforme critérios de<br />
hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema loco-regional.<br />
Para u-m adequado atendimento pré-hospitalar móvel o mesmo deve estar vinculado a uma Central<br />
de Regulação de Urgências e Emergências. A central deve ser de fácil acesso ao público, por via<br />
telefônica, em sistema gratuito (192 como número nacional de urgências médicas ou outro número<br />
exclusivo da saúde, se o 192 não for tecnicamente possível), onde o médico regulador, após julgar<br />
cada caso, define a resposta mais adequada, seja um conselho médico, o envio de uma equipe de<br />
atendimento ao local da ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios. O número de acesso<br />
da saúde para socorros de urgência deve ser amplamente divulgado junto à comunidade. Todos os<br />
pedidos de socorro médico que derem entrada por meio de outras centrais, como a da polícia militar<br />
(190), do corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes, devem ser, imediatamente<br />
retransmitidos à Central de Regulação por intermédio do sistema de comunicação, para que possam<br />
ser adequadamente regulados e atendidos.<br />
O atendimento no local é monitorado via rádio pelo médico regulador que orienta a equipe de<br />
intervenção quanto aos procedimentos necessários à condução do caso. Deve existir uma rede de<br />
comunicação entre a Central, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os pacientes.<br />
Os serviços de segurança e salvamento, sempre que houver demanda de atendimento de eventos com<br />
pessoas ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico regulador de urgências. Podem ser<br />
estabelecidos protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em<br />
situações excepcionais, mas, em nenhum caso, estes despachos podem ser feitos sem comunicação<br />
simultânea com o regulador e transferência do chamado<br />
de socorro para exercício da regulação médico<br />
1 - Equipe Profissional<br />
Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipe de profissionais oriundos<br />
da área da saúde e não oriundos da área da saúde. Considerando-se que as urgências não se<br />
constituem em especialidade médica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção<br />
dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos<br />
Serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel (oriundos e não oriundos da área de saúde) devam<br />
ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo presente<br />
Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII.<br />
1.1 Equipe de Profissionais Oriundos da Saúde<br />
A equipe de profissionais oriundos da área da saúde deve ser composta por:<br />
- Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com experiência e conhecimento<br />
comprovados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de<br />
serviços e sistemas;<br />
- Responsável Técnico: Médico responsável pelas atividades médicas do serviço;<br />
- Responsável de Enfermagem: Enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem ;
- Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, quando estes<br />
acionam a central de regulação, são os responsáveis pelo gerenciamento, definição e<br />
operacionalização dos meios disponíveis e necessários para responder a tais solicitações, utilizandose<br />
de protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do sistema<br />
necessários ao adequado atendimento do paciente;<br />
- Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo atendimento necessário para a reanimação e<br />
estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;<br />
- Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis pelo atendimento de enfermagem necessário<br />
para a reanimação e estabilização do paciente, no local do evento e durante o transporte;<br />
- Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata do profissional enfermeiro;<br />
OBS: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais da equipe de<br />
intervenção, sempre que a demanda ou o porte do serviço assim o permitirem.<br />
Além desta equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas às causas<br />
externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação pactuada, complementar<br />
e integrada de outros profissionais não oriundos da saúde<br />
bombeiros militares, policiais militares e<br />
rodoviários e outros, formalmente reconhecidos pelo gestor público para o desempenho das ações de<br />
segurança, socorro público e salvamento, tais como: sinalização do local, estabilização de veículos<br />
acidentados, reconhecimento e gerenciamento de riscos potenciais (incêndio, materiais energizados,<br />
produtos perigosos) obtenção de acesso ao paciente e suporte básico de vida.<br />
1.1.1 - Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saúde e respectivas Competências/Atribuições:<br />
1.1.1.1 - Médico: Profissional de nível superior titular de Diploma de Médico, devidamente<br />
registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição, habilitado ao exercício da medicina<br />
pré-hospitalar, atuando nas áreas de regulação médica, suporte avançado de vida, em todos os<br />
cenários de atuação do pré-hospitalar e nas ambulâncias, assim como na gerência do sistema,<br />
habilitado conforme os termos deste Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;<br />
capacidade física e mental para a atividade; iniciativa e facilidade de comunicação; destreza manual<br />
e física para trabalhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para<br />
a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: exercer a regulação médica do sistema; conhecer a rede de serviços da<br />
região; manter uma visão global e permanentemente atualizada dos meios disponíveis para o<br />
atendimento pré-hospitalar e das portas de urgência, checando periodicamente sua capacidade<br />
operacional; recepção dos chamados de auxílio, análise da demanda, classificação em prioridades de<br />
atendimento, seleção de meios para atendimento (melhor resposta), acompanhamento do<br />
atendimento local, determinação do local de destino do paciente, orientação telefônica; manter<br />
contato diário com os serviços médicos de emergência integrados ao sistema; prestar assistência<br />
direta aos pacientes nas ambulâncias, quando indicado, realizando os atos médicos possíveis e<br />
necessários ao nível pré-hospitalar; exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer<br />
controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; avaliar o desempenho da<br />
equipe e subsidiar os responsáveis pelo programa de educação continuada do serviço; obedecer às<br />
normas técnicas vigentes no serviço; preencher os documentos inerentes à atividade do médico<br />
regulador e de assistência pré-hospitalar; garantir a continuidade da atenção médica ao paciente<br />
grave, até a sua recepção por outro médico nos serviços de urgência; obedecer ao código de ética<br />
médica.<br />
1.1.1.2 - Enfermeiro: Profissional de nível superior titular do diploma de Enfermeiro, devidamente<br />
registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição, habilitado para ações de<br />
enfermagem no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamento,<br />
devendo além das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em sistemas de<br />
atendimento pré-hospitalar.<br />
Requisitos Gerais: disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole;<br />
capacidade física e mental para a atividade; disposição para cumprir ações orientadas; experiência<br />
profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências;<br />
iniciativa e facilidade de comunicação; condicionamento físico para trabalhar em unidades móveis;<br />
capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,<br />
bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no<br />
Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por telemedicina; prestar cuidados
de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam<br />
conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência<br />
de enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém nato; realizar partos sem distócia; participar nos<br />
programas de treinamento aprimoramento de pessoal de saúde em urgências, particularmente nos<br />
programas de educação continuada; fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à<br />
sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as<br />
necessidades de educação continuada da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código<br />
de Ética de Enfermagem; conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de<br />
pessoas.<br />
1.1.1.3 - Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de<br />
Técnico de Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de Enfermagem, devidamente<br />
registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de<br />
nível técnico, sendo habilitado para o atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe,<br />
conforme os termos deste Regulamento. Além da intervenção conservadora no atendimento do<br />
paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional<br />
Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional.<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; capacidade física e<br />
mental para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações<br />
orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica; experiência profissional prévia em serviço<br />
de saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências; capacidade de trabalhar em equipe;<br />
disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação<br />
periódica.<br />
Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento, programação, orientação e<br />
supervisão das atividades de assistência de enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a<br />
pacientes em estado grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro; participar<br />
de programas de treinamento e aprimoramento profissional especialmente em<br />
urgências/emergências; realizar manobras de extração manual de pessoas.<br />
1.1.1.4 - Auxiliar de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso regular de<br />
Auxiliar de enfermagem e curso de especialização de nível médio em urgências, titular do<br />
certificado de Auxiliar de Enfermagem com especialização em urgências, devidamente registrado no<br />
Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível<br />
médio, habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional<br />
Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação profissional e conforme os termos desta Portaria.<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; capacidade física e<br />
mental para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações<br />
orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica; experiência profissional prévia em serviço<br />
de saúde voltado ao atendimento de urgências e emergências; capacidade de trabalhar em equipe;<br />
disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação<br />
periódica.<br />
Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na assistência de enfermagem; prestar cuidados de<br />
enfermagem a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro; observar,<br />
reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medicamentos por<br />
via oral e parenteral mediante prescrição do médico regulador por telemedicina; fazer curativos;<br />
prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurança; realizar manobras de extração<br />
manual de pessoas.<br />
1.2 Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde, Perfis e Respectivas<br />
Competências/Atribuições:<br />
A equipe de profissionais não oriundos da área da saúde deve ser composta por, com os seguintes<br />
perfis e competências/atribuições:<br />
1.2.1 - Telefonista<br />
Auxiliar de Regulação: Profissional de nível básico, habilitado a prestar<br />
atendimento telefônico às solicitações de auxílio provenientes da população, nas centrais de<br />
regulação médica, devendo anotar dados básicos sobre o chamado (localização, identificação do<br />
solicitante, natureza da ocorrência) e prestar informações gerais. Sua atuação é supervisionada<br />
diretamente e permanentemente pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação seguem os<br />
padrões previstos neste Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e<br />
autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; capacidade de manter sigilo profissional;
capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII,<br />
bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: atender solicitações telefônicas da população; anotar informações<br />
colhidas do solicitante, segundo questionário próprio; prestar informações gerais ao solicitante;<br />
estabelecer contato radiofônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar;<br />
estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de referência a fim de colher dados e trocar<br />
informações; anotar dados e preencher planilhas e formulários específicos do serviço; obedecer aos<br />
protocolos de serviço; atender às determinações do médico regulador.<br />
1.2.2 - Rádio-Operador: Profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de<br />
radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de emergência,<br />
obedecendo aos padrões de capacitação previstos neste Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e<br />
autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certificação<br />
periódica; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no<br />
Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: operar o sistema de radiocomunicação e telefonia nas Centrais de<br />
Regulação; exercer o controle operacional da frota de veículos do sistema de atendimento préhospitalar<br />
móvel; manter a equipe de regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada<br />
veículo da frota; conhecer a malha viária e as principais vias de acesso de todo o território abrangido<br />
pelo serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.<br />
1.2.3 - Condutor de Veículos de Urgência:<br />
1.2.3.1 - Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir veículos de urgência<br />
padronizados pelo código sanitário e pelo presente Regulamento como veículos terrestres,<br />
obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: maior de vinte e um anos; disposição pessoal para a atividade; equilíbrio<br />
emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; habilitação profissional como<br />
motorista de veículos de transporte de pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código<br />
Nacional de Trânsito); capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação<br />
discriminada no Capítulo VII, bem como para a re- certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre de urgência destinado ao atendimento e<br />
transporte de pacientes; conhecer integralmente o veículo e realizar manutenção básica do mesmo;<br />
estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas<br />
orientações; conhecer a malha viária local; conhecer a localização de todos os estabelecimentos de<br />
saúde integrados ao sistema assistencial local, auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de<br />
suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de pessoas; realizar medidas<br />
reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nos veículos<br />
de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.<br />
1.2.3.2 - Veículos Aéreos: Profissional habilitado à operação de aeronaves, segundo as normas e<br />
regulamentos vigentes do Comando da Aeronáutica/Código Brasileiro de Aeronáutica/Departamento<br />
de Aviação Civil, para atuação em ações de atendimento pré-hospitalar móvel e transporte interhospitalar<br />
sob a orientação do médico da aeronave, respeitando as prerrogativas legais de segurança<br />
de vôo, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: de acordo com a legislação vigente no país (Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984;<br />
Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986; e Portaria nº 3.016, de 5 de fevereiro de 1988<br />
Comando da Aeronáutica), além de disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e<br />
autocontrole, disposição para cumprir ações orientadas, capacidade de trabalhar em equipe e<br />
disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação<br />
periódica.<br />
Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no serviço a que está<br />
vinculado, bem como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aéreo destinado ao<br />
atendimento de urgência e transporte de pacientes; acatar as orientações do médico da aeronave;<br />
estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas<br />
orientações; conhecer a localização dos estabelecimentos de saúde integrados ao sistema assistencial<br />
que podem receber aeronaves; auxiliar a equipe de saúde nos gestos básicos de suporte à vida;<br />
auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de pessoas; realizar medidas reanimação<br />
cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas aeronaves de socorro e<br />
sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.<br />
do
1.2.3.3 Veículos Aquáticos: Profissional habilitado à operação de embarcações, segundo as normas<br />
e regulamentos vigentes no país, para atuação em ações de atendimento pré-hospitalar móvel e<br />
transporte inter-hospitalar sob a orientação do médico da embarcação, respeitando as prerrogativas<br />
legais de segurança de navegação.<br />
Requisitos Gerais: Os já determinados pela legislação específica para condutores de embarcações,<br />
além de disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, disposição para<br />
cumprir ações orientadas, capacidade de trabalhar em equipe e disponibilidade para a capacitação<br />
discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: cumprir as normas e rotinas operacionais vigentes no serviço a que está<br />
vinculado, bem como a legislação específica em vigor; conduzir veículo aquático destinado ao<br />
atendimento de urgência e transporte de pacientes; acatar as orientações do médico da embarcação;<br />
estabelecer contato radiofônico (ou telefônico) com.<br />
a central de regulação médica e seguir suas orientações; auxiliar a equipe de saúde nos gestos<br />
básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de pessoas; realizar<br />
medidas reanimação cardiorespiratória básica; identificar todos os tipos de materiais existentes nas<br />
embarcações de socorro e sua utilidade, a fim de auxiliar a equipe de saúde.<br />
1.2.4 - Profissionais Responsáveis pela Segurança: Policiais militares, rodoviários ou outros<br />
profissionais, todos com nível médio, reconhecidos pelo gestor público da saúde para o desempenho<br />
destas atividades, em serviços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas Centrais<br />
Públicas de Regulação Médica das Urgências. Atuam na identificação de situações de risco,<br />
exercendo a proteção das pessoas e dos profissionais envolvidos no atendimento. Fazem resgate de<br />
pessoas de locais ou situações que impossibilitam o acesso da equipe de saúde. Podem realizar<br />
suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob supervisão médica direta ou à distância, sempre<br />
que a pessoa esteja em situação que impossibilite o acesso e manuseio pela equipe de saúde,<br />
obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste Regulamento;<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal e capacidade física e mental para a<br />
atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;<br />
capacitação específica por meio dos Núcleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo<br />
estabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a<br />
capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente a existência da ocorrência à Central de<br />
Regulação Médica de Urgências; avaliar a cena do evento, identificando as circunstâncias da<br />
ocorrência e reportando-as ao médico regulador ou à equipe de saúde por ele designada; identificar e<br />
gerenciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer a segurança da área de operação e<br />
orientar a movimentação da equipe de saúde; realizar manobras de suporte básico de vida sob<br />
orientação do médico regulador; remover as pessoas para local seguro onde possa receber o<br />
atendimento da equipe de saúde; estabilizar veículos acidentados; realizar manobras de<br />
desencarceramento e extração manual ou com emprego de equipamentos próprios; avaliar as<br />
condições da pessoa, observando e comunicando ao médico regulador as condições de respiração,<br />
pulso e consciência; transmitir, via rádio, ao médico regulador, a correta descrição da pessoa e da<br />
cena; conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter vias aéreas pérveas com<br />
manobras manuais e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação artificial; realizar<br />
circulação artificial pela técnica de compressão torácica externa; controlar sangramento externo por<br />
pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão, utilizando curativos e bandagens; mobilizar<br />
e remover pacientes com proteção da coluna vertebral, utilizando pranchas e outros equipamentos de<br />
imobilização e transporte; aplicar curativos e bandagens; imobilizar fraturas, utilizando os<br />
equipamentos disponíveis em seus veículos; dar assistência ao parto normal em período expulsivo e<br />
realizar manobras básicas ao recém nato e parturiente; prestar primeiro atendimento à intoxicações,<br />
sob orientação do médico regulador; conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais<br />
pertencentes ao veículo de atendimento; conhecer e usar os equipamentos de bioproteção individual;<br />
preencher os formulários e registros obrigatórios do sistema de atenção às urgências e do serviço;<br />
manter-se em contato com a Central de Regulação,repassando os informes sobre a situação da cena e<br />
do paciente ao médico regulador, para decisão<br />
monitoramento do atendimento pelo mesmo; repassar as informações do atendimento à equipe de<br />
saúde designada pelo médico regulador para atuar no local do evento.<br />
1.2.5 - Bombeiros Militares: Profissionais Bombeiros Militares, com nível médio, reconhecidos pelo<br />
gestor público da saúde para o desempenho destas atividades, em serviços normatizados pelo SUS,<br />
regulados e orientados pelas Centrais de Regulação. Atuam na identificação de situações de risco e
comando das ações de proteção ambiental, da pessoa e dos profissionais envolvidos no seu<br />
atendimento, fazem o resgate de pessoas de locais ou situações que impossibilitam o acesso da<br />
equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob supervisão<br />
médica direta ou à distância, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação previstos neste<br />
Regulamento.<br />
Requisitos Gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal e capacidade física e mental para a<br />
atividade; equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;<br />
capacitação específica por meio dos Núcleos de Educação em Urgências, conforme conteúdo<br />
estabelecido por este Regulamento; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a<br />
capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.<br />
Competências/Atribuições: comunicar imediatamente a existência de ocorrência com potencial de<br />
pessoas ou demandas de saúde à Central de Regulação Médica de Urgências; avaliar a cena do<br />
evento, identificando as circunstâncias da ocorrência e reportando-as ao médico regulador ou à<br />
equipe de saúde por ele designada; identificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente,<br />
estabelecer a área de operação e orientar a movimentação da equipe de saúde; realizar manobras de<br />
suporte básico de vida, sob orientação do médico regulador; obter acesso e remover a/s pessoa/s para<br />
local seguro onde possam receber o atendimento adequado pela equipe de saúde e se solicitado pela<br />
mesma ou designado pelo médico regulador, transportar as pessoas ao serviço de saúde determinado<br />
pela regulação médica; estabilizar veículos acidentados; realizar manobras de desencarceramento e<br />
extração manual ou com emprego de equipamentos especializados de bombeiro; avaliar as condições<br />
da pessoa, identificando e informando ao médico regulador as condições de respiração, pulso e<br />
consciência, assim como uma descrição geral da sua situação e das circunstâncias da ocorrência,<br />
incluindo informações de testemunhas; transmitir, ao médico regulador a correta descrição da cena<br />
da urgência e do paciente; conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado; manter vias<br />
aéreas pérveas com manobras manuais e não invasivas, administrar oxigênio e realizar ventilação<br />
artificial; realizar circulação artificial por meio da técnica de compressão torácica externa; controlar<br />
sangramento externo, por pressão direta, elevação do membro e ponto de pressão, utilizando<br />
curativos e bandagens; mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna vertebral, utilizando<br />
colares cervicais, pranchas e outros equipamentos de imobilização e transporte; aplicar curativos e<br />
bandagens; imobilizar fraturas utilizando os equipamentos disponíveis; prestar o primeiro<br />
atendimento à intoxicações, de acordo com protocolos acordados ou por orientação do médico<br />
regulador; dar assistência ao parto normal em período expulsivo e realizar manobras básicas ao<br />
recém nato e parturiente; manter-se em contato com a central de regulação médica repassando os<br />
informes iniciais e subseqüentes sobre a situação da cena e do(s) paciente(s) para decisão e<br />
monitoramento do atendimento pelo médico regulador; conhecer e saber operar todos os<br />
equipamentos e materiais pertencentes a veículo de atendimento; repassar as informações do<br />
atendimento à equipe de saúde designada pelo médico regulador para atuar no local do evento;<br />
conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual; preencher os formulários e registros<br />
obrigatórios do sistema de atenção às urgências e do serviço; realizar triagem de múltiplas pessoas,<br />
quando necessário ou quando solicitado pela equipe de saúde; participar dos programas de<br />
treinamento e educação continuada, conforme os termos deste Regulamento.<br />
1.3 - Capacitação Específica dos Profissionais de Transporte Aeromédico<br />
Os profissionais devem ter noções de aeronáutica de fisiologia de vôo. Estas noções de aeronáutica e<br />
noções básicas de fisiologia de vôo devem seguir as determinações da Diretoria de Saúde da<br />
Aeronáutica, e da Divisão de Medicina Aeroespacial, abrangendo:<br />
Noções de aeronáutica:<br />
- Terminologia aeronáutica;<br />
- Procedimentos normais e de emergência em vôo;<br />
- Evacuação de emergência;<br />
- Segurança no interior e em torno de aeronaves;<br />
- Embarque e desembarque de pacientes.Noções básicas de fisiologia de vôo:<br />
- Atmosfera;<br />
- Fisiologia respiratória;<br />
- Estudo clínico da hipóxia;<br />
- Disbarismos;<br />
- Forças acelerativas em vôo e seus efeitos sobre o organismo humano;Aerocinetose;<br />
- Ritmo circadiano;<br />
- Gases, líquidos e vapores tóxicos em aviação;
- Ruídos e vibrações;<br />
- Cuidados de saúde com paciente em vôo.A capacitação necessária aos profissionais que atuam no<br />
transporte aeromédico será a mesma estabelecida no presente Regulamento para os profissionais do<br />
pré-hospitalar móvel, conforme grade do Capítulo VII, devendo, no entanto, ter a seguinte<br />
capacitação adicional:<br />
1.3.1 - Piloto de Aeronave de Asa Rotativa:<br />
Módulo comum: total 8 horas<br />
Qualificação pessoal:<br />
Atendimento pré-hospitalar;<br />
Sistema de saúde local;<br />
Rotinas operacionais1.3.2 - Profissional de Segurança e Auxiliar/Técnico de Enfermagem:<br />
Rotinas operacionais de transporte aeromédico:<br />
- Noções de aeronáutica: 10 horas;<br />
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 12 horas.<br />
1.3.3 - Médicos e Enfermeiros:<br />
Rotinas operacionais de transporte aeromédico:<br />
- Noções de aeronáutica: 10 horas;<br />
- Noções básicas de fisiologia de vôo: 20 horas.<br />
2 - <strong>DE</strong>FINIÇÃO DOS VEÍCULOS <strong>DE</strong> ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL<br />
2.1 - AMBULÂNCIAS<br />
Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine<br />
exclusivamente ao transporte de enfermos.<br />
As dimensões e outras especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT<br />
NBR 14561/2000, de julho de 2000.<br />
As Ambulâncias são classificadas em:<br />
TIPO A Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de<br />
pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo.<br />
TIPO B<br />
Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de<br />
pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de<br />
vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou<br />
durante transporte até o serviço de destino.<br />
TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares de pacientes<br />
pessoas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento<br />
(terrestre, aquático e em alturas).<br />
TIPO D<br />
Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte de<br />
pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que<br />
necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários<br />
para esta função.<br />
TIPO E Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte<br />
inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de<br />
equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC.<br />
TIPO F<br />
Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário, destinado ao<br />
transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos necessários ao<br />
atendimento de pacientes conforme sua gravidade.<br />
2.2 - VEÍCULOS <strong>DE</strong> INTERVENÇÃO RÁPIDA<br />
Este veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica<br />
são utilizados para transporte de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte<br />
avançado de vida nas ambulâncias do Tipo A, B, C e F.<br />
2.3 - OUTROS VEÍCULOS:<br />
Veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex. pacientes<br />
crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte<br />
só pode ser realizado com anuência médica.<br />
3 <strong>DE</strong>FINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS<br />
As ambulâncias deverão dispor, no mínimo, dos seguintes materiais e equipamentos ou similares<br />
com eficácia equivalente:
3.1 - Ambulância de Transporte (Tipo A):<br />
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação em contato permanente com a<br />
central reguladora; maca com rodas; suporte para soro e oxigênio medicinal.<br />
3.2 - Ambulância de Suporte Básico (Tipo B):<br />
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca articulada e<br />
com rodas; suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em<br />
local de fácil visualização e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a- alimentação do<br />
respirador; b- fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e<br />
fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula;<br />
maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual adulto/infantil,<br />
cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba,<br />
esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil, ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis,<br />
pacotes de gaze estéril, protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e<br />
aspiração de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais, estilete<br />
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas cirúrgicas e gazes<br />
estéreis, braceletes de identificação; suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de<br />
coluna; talas para imobilização de membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador<br />
dorsal; frascos de soro fisiológico e ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; coletes<br />
refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com<br />
medicações a serem definidas em protocolos, pelos serviços.<br />
As ambulâncias de suporte básico que realizam também ações de salvamento deverão conter o<br />
material mínimo para salvamento terrestre, aquático e em alturas, maleta de ferramentas e extintor de<br />
pó químico seco de 0,8 Kg, fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas, devendo contar,<br />
ainda com compartimento isolado para a sua guarda, garantindo um salão de atendimento às pessoas<br />
de, no mínimo, 8 metros cúbicos.<br />
3.3 Ambulância de Resgate (Tipo C):<br />
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; prancha curta e<br />
longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de membros e conjunto de colares<br />
cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro fisiológico; bandagens triangulares; cobertores;<br />
coletes refletivos para a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção;<br />
material mínimo para salvamento terrestre, aquático e em alturas; maleta de ferramentas e extintor<br />
de pó químico seco de 0,8 Kg; fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas.<br />
Quando realizarem também o suporte básico de vida, as ambulâncias de resgate deverão ter uma<br />
configuração que garanta um salão de atendimento às pessoas de, no mínimo 8 metros cúbicos, além<br />
de compartimento isolado para a guarda de equipamentos de salvamento e deverão estar equipadas<br />
com: maca articulada e com rodas; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro<br />
em local de fácil visualização e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a - alimentação<br />
do respirador; b - fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e<br />
fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula;<br />
maleta de emergência contendo: estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador manual adulto/infantil,<br />
luvas descartáveis; cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; tesoura reta com ponta romba;<br />
esparadrapo; esfigmomanômetro adulto/infantil; ataduras de 15 cm; compressas cirúrgicas estéreis;<br />
pacotes de gaze estéril; protetores para queimados ou eviscerados; cateteres para oxigenação e<br />
aspiração de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete<br />
estéril para corte do cordão; saco plástico para placenta; cobertor; compressas cirúrgicas e gazes<br />
estéreis; braceletes de identificação;<br />
3.4 - Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D):<br />
Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca com rodas e<br />
articulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instalação de rede portátil de oxigênio<br />
como descrito no item anterior (é obrigatório que a quantidade de oxigênio permita ventilação<br />
mecânica por no mínimo duas horas); respirador mecânico de transporte; oxímetro não-invasivo<br />
portátil; monitor cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá<br />
haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não-invasivo); bomba<br />
de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas<br />
endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais;<br />
seringa de 20ml; ressuscitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para aspiração<br />
traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressuscitador adulto/infantil;<br />
lidocaína geléia e spray ; cadarços para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com
conjunto de lâminas; estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas<br />
adulto/infantil; fios-guia para intubação; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para<br />
traqueostomia; material para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torácica; maleta de acesso<br />
venoso contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com anti-séptico;<br />
pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos incluindo agulhas<br />
metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e microgotas;<br />
cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher;<br />
cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de<br />
infusão de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado; caixa completa de<br />
pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas vesicais; coletores de<br />
urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas;<br />
eletrodos descartáveis; equipos para drogas fotossensíveis; equipo para bombas de infusão; circuito<br />
de respirador estéril de reserva; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos,<br />
máscaras e aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo<br />
cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais; prancha longa para<br />
imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo menos uma Incubadora de<br />
transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do veículo (12 volts). A incubadora<br />
deve estar apoiada sobre carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulância e<br />
conter respirador e equipamentos adequados para recém natos.<br />
3.5.1 - Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospitalar móvel primário:<br />
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departamento de Aviação Civil DAC): maca ou<br />
incubadora; cilindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo menos 2 horas; régua<br />
tripla para transporte; suporte para fixação de equipamentos médicos;<br />
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria; oxímetro<br />
portátil; bomba de infusão; prancha longa para imobilização de coluna;<br />
- Equipamentos médicos móveis: maleta de vias aéreas contendo: conjunto de cânulas orofaríngeas;<br />
cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas;<br />
cateteres nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas para<br />
aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços<br />
para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas curvas e retas;<br />
estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil;; fios; fios-guia para intubação; pinça de Magyll;<br />
bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para cricotiroidostomia; conjunto de<br />
drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis;<br />
recipiente de algodão com anti-séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de<br />
vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea;<br />
garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias tamanhos<br />
adulto/infantil; tesoura; pinça de Kocher; cortadores de soro; lâminas de bisturi; seringas de vários<br />
tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão polivias; frascos de solução salina, ringer lactato, e<br />
glicosada para infusão venosa; caixa de pequena cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas;<br />
clamps umbilicais; estilete estéril para corte do cordão; saco plástico para placenta; absorvente<br />
higiênico grande; cobertor ou similar para envolver o recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis,<br />
pacotes de gases estéreis e braceletes de identificação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores<br />
para eviscerados ou queimados; espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis;<br />
equipos para drogas fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de<br />
reserva; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado;<br />
almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe de<br />
atendimento: óculos, máscaras, luvas.<br />
- Outros: colete imobilizador dorsal; cilindro de oxigênio portátil com válvula; manômetro e<br />
fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; bandagens triangulares; talas para imobilização<br />
de membros; coletes reflexivos para a tripulação; lanterna de mão; equipamentos de proteção à<br />
equipe de atendimento: óculos, máscaras, luvas.<br />
3.5.2- Aeronaves de Asas Fixas (Aviões) e Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para<br />
atendimento pré-hospitalar móvel secundário ou transporte inter-hospitalar:<br />
- Conjunto aeromédico (homologado pelo Departamento de Aviação Civil DAC): maca ou<br />
incubadora; cilindro de ar comprimido e oxigênio com autonomia de pelo menos 4 horas; régua<br />
tripla para transporte; suporte para fixação de equipamentos médicos.
- Equipamentos médicos fixos: respirador mecânico; monitor cardioversor com bateria com marcapasso<br />
externo não-invasivo; oxímetro portátil; monitor de pressão não-invasiva; bomba de infusão;<br />
prancha longa para imobilização de coluna; capnógrafo; móveis: maleta de vias aéreas contendo:<br />
cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de aspiração; adaptadores para cânulas;<br />
cateteres nasais; seringa de 20 ml; ressuscitador manual adulto/infantil completo; sondas para<br />
aspiração traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; lidocaína geléia e spray; cadarços<br />
para fixação de cânula; laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas curvas e retas;<br />
estetoscópio; esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios; fios-guia<br />
para intubação; pinça de Magyl; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material para<br />
cricotiroidostomia; conjunto de drenagem de tórax; maleta de acesso venoso contendo: tala para<br />
fixação de braço, luvas estéreis, recipiente de algodão com anti-séptico; pacotes de gaze estéril;<br />
esparadrapo; material para punção de vários tamanhos, incluindo agulhas metálicas, plásticas e<br />
agulhas especiais para punção óssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos<br />
para dissecção de veias tamanhos adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher; cortadores de soro;<br />
lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão polivias;<br />
frascos de solução salina, ringer lactato e glicosada para infusão venosa; caixa completa de pequena<br />
cirurgia; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do<br />
cordão; saco plástico para placenta, absorvente higiênico grande; cobertor ou similar para envolver o<br />
recém-nascido; compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gases estéreis e braceletes de<br />
identificação; sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados;<br />
espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas<br />
fotossensíveis; equipos para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de reserva; cobertor ou<br />
filme metálico para conservação do calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado; almotolias com antiséptico;<br />
conjunto de colares cervicais; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos,<br />
máscaras, luvas.<br />
3.6 Embarcação de Transporte (Tipo F):<br />
Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial, poderá ser<br />
equipado como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D, dependendo do tipo de assistência<br />
a ser prestada.<br />
4 <strong>DE</strong>FINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS<br />
Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos veículos de suporte avançado, seja nos veículos<br />
terrestres, aquáticos e nas aeronaves ou naves de transporte médico (Classes D, E e F):<br />
- Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina, atropina; dopamina; aminofilina;<br />
dobutamina; hidrocortisona; glicose 50%;<br />
- Soros: glicosado 5%; fisiológico 0,9%; ringer lactato;<br />
- Psicotrópicos: hidantoína; meperidina; diazepan; midazolan;<br />
- Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, ketalar, quelecin;<br />
- Outros: água destilada; metoclopramida; dipirona; hioscina; dinitrato de isossorbitol; furosemide;<br />
amiodarona; lanatosideo C.<br />
5 TRIPULAÇÃO<br />
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de enfermagem e<br />
que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante insuficiente, entende-se que os<br />
profissionais que venham a atuar como tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar<br />
Móvel devam ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo<br />
presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII.<br />
5.1 - Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um Técnico ou Auxiliar<br />
de enfermagem.<br />
5.2 - Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de<br />
enfermagem.<br />
5.3 - Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros militares,<br />
e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um motorista e os outros dois<br />
profissionais com capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida.<br />
5.4 - Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um médico.<br />
5.5 - Aeronaves: o atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de suporte<br />
avançado de vida e:<br />
- Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e secundário, deve<br />
contar com o piloto, um médico, e um enfermeiro;
- Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos de<br />
salvamento, é indispensável a presença de profissional capacitado para tal.<br />
5.6 - Embarcações: a equipe deve ser composta 2 ou 3 profissionais, de acordo com o tipo de<br />
atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/técnico de<br />
enfermagem em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte<br />
avançado de vida.
Anexo IV<br />
Protocolo de Reanimação Cárdio-Putmonar (RCP)<br />
Introdução<br />
Morte Súbita é a morte inesperada, marcada pela perda abrupta da consciência em um indivíduo<br />
dentro da 1° hora do início dos sintomas, sendo ele portador ou não de doença cardíaca conhecida.<br />
Dessa definição são excluídos os casos de trauma. A característica da morte súbita cardíaca é a<br />
presença de arritmia que em última análise torna a perfusão tecidual impossível. O mecanismo de<br />
parada cardíaca mais comum é a fíbrilação ventricular, que responde por até 80% dos casos e em<br />
muitos casos a FV é resultado da degeneração de taquicardias ventricula-res. O restante dos casos se<br />
agrupam nas bradiarritmias, assistolias e atividade elétrica sem pulso.A maior parte das pessoas de<br />
morte súbita (80%) são os coronariopatas. . O índice de sucesso da Ressuscitação Cárdio-Pulmonar<br />
(RCP) depende diretamente do tempo transcorrido entre o pedido de atendimento de urgência e a<br />
desfibrilaçào (tempo "chamada-choque"). As chances são sempre maiores se a ressuscitação é<br />
iniciada dentro dos primeiros 4 minutos do colapso. A partir do momento que ocorre a PCR o<br />
paciente só tem 50% de chance de ser recuperado. A cada minuto sem atendimento 10% das chances<br />
se vão. Após 5 minutos sem atendimento de urgência, não haverá mais o que fazer (0% de chance de<br />
recuperar o paciente).<br />
Por que atender de maneira padronizada?<br />
Organização gera eficiência. Eficiência se traduz em tempo e aqui é ouro para a vida do paciente. As<br />
manobras aqui apresentadas não são válidas apenas para os hospitais. Muitos indivíduos pessoas de<br />
parada cardíaca não conseguem chegar ao hospital e, longe do apoio médico, ela está fadado ao<br />
óbito. Se pensarmos de forma prática, no contexto da cidade onde moramos, seja ela um centro<br />
desenvolvido de uma grande capital, seja uma cidade pouco populosa, em qualquer desses lugares<br />
uma pessoa na rua, transitando, ao ver outra pessoa sentindo-se mal e em seguida tendo um colapso<br />
deve saber como agir. E se a ação for única em qualquer local a chance de sucesso é sempre maior,<br />
pois o treinamento de atendimento de urgência surtirá efeito da mesma forma independente de onde<br />
ocorrer o evento. Ações públicas também são necessárias, pois o paciente precisará de acesso rápido<br />
ao atendimento de urgência. A simples campanha de memorização do número de socorro do Corpo<br />
de Bombeiros (193) ou do SAMU (192), já é de extrema importância. O acesso aos desfibriladores<br />
automáticos em locais públicos é uma ação ainda em progresso no Brasil, mas já disponível em<br />
vários locais dos Estados Unidos e já salvaram muitas vidas.<br />
Os ABCD's<br />
São 8 passos divididos em 2 partes, a primeira chamada ABCD primário e a segunda de ABCD<br />
secundário. A ação estará fadada ao fracasso se os 8 passos do tratamento do paciente em PCR não<br />
forem seguidos: ABCD primário<br />
1) A primário => via Aérea => Abrir a via aérea, desobstruir.<br />
2) B primário => Boa respiração => Ventilação primária não-invasiva.<br />
3) C primário => Circulação => Checar pulso, compressões torácicas,<br />
4) D primário => Desfibrilação => uso do <strong>DE</strong>A em via pública ou desfibrilação na sala de<br />
emergência. => checar pulso<br />
Neste ponto o ritmo pode ou não ter sido restabelecido. Independente do resultado, segue-se a<br />
sequência ><br />
ABCD secundário<br />
5) A secundário => Via Aérea => re-verificar a respiração e fazer entubação (Tubo Traqueal).<br />
Com ajuda a caminho, se inicia o algoritmo de suporte de vida:<br />
VIA AÉREA<br />
Estando a ajuda a caminho, podemos iniciar a ação no paciente. Ao mesmo tempo que verificamos a<br />
respiração, realizamos a abertura da via aérea com a hiper-extensão da cabeça. Estando à direita do<br />
paciente, coloca-se a mão esquerda sobre a fronte, levando a cabeça um pouco para trás. Ao mesmo<br />
tempo os dedos da mão direita são colocados sob o queixo e num movimento de tração procede-se a<br />
abertura da boca e o deslocamento anterior da mandíbula, proporcionando a máxima abertura da<br />
orofaringe e desobstrução da laringe. Devemos aproximar o ouvido do rosto da pessoa e olhando<br />
para o tórax do paciente observamos se existe movimento respiratório, vendo , ouvindo e sentindo a<br />
ventilação.<br />
AÇÃO: Abrir via aérea com inclinação da cabeça. Ouvir, ver e sentir a ventilação. (Fig.3.) Exceção:
Trauma - na suspeita de trauma cervical esse movimento não é permitido, devendo ser realizada a<br />
tração da mandíbula. Não serão vistos os detalhes dessa situação por não fazerem parte do escopo<br />
desse texto. O colar cervical instalado após trauma não deve ser retirado na sala de emergência até<br />
que se prove a ausência de lesão cervical.<br />
O PACIENTE NÃO RESPIR.A Garanta uma Boa respiração<br />
"B" - primário - Boa Respiração Paciente não respira. O que fazer?<br />
O paciente já está com a via aérea pérvia, pela manobra de inclinação da cabeça e elevação da<br />
mandíbula. O socorrista olha, sente e ouve e certifica que o paciente não respira. Nesse momento<br />
deve ser aplicada a respiração de resgate. Garantir a Boa Respiração<br />
Simplesmente "soprar" ar na via aérea não basta. O pulmão tem que receber o ar. No entanto, a partir<br />
da cavidade oro-nasal o conduto se divide em um conduto aéreo (a traquéia) e outro digestivo (o<br />
esófago). Ao insuflarmos ar de maneira intensa, a pressão atmosférica gerada tenderá a exercer<br />
pressão no esôfago e o ar então passa a se acumular no estômago. Para evitar essa ocorrência e<br />
otimizar a ventilação deve-se proceder de 2 formas: a) Insuflar lentamente e com a pressão suficiente<br />
para notarmos o movimento respiratório. Dessa forma o esôfago tenderá a permanecer colabado e o<br />
ar entrará preferencialmente na traquéia. b) Executar a manobra de Sellick. Comprimindo-se a<br />
cartilagem cricóide obtém-se o fechamento do esôfago, otimizando a ventilação e evitando o refluxo<br />
de conteúdo do esôfago. Dispositivos primários de ventilação usados na PCR Na via pública: a)<br />
lenço facial ou b) máscara de bolso No Hospital: Máscara + AMBU (Figs. 4 e 5)<br />
Dentro do ambiente hospitalar temos a facilidade do material de ventilação não-invasivo. O AMBU<br />
associado a máscara é o método usado no atendimento primário da PCR na emergência hospitalar. A<br />
utilização da máscara não é exatamente fácil. A sua colocação deve ser correia para que a ventilação<br />
seja eficaz, cobrindo tanto o nariz quanto a boca e novamente a insuflação deve ser lema e suave.<br />
Como no ambiente hospitalar várias pessoas estarão atendendo o paciente em PCR, é ideal que a<br />
ventilação possa ser feita por 2 pessoas, uma segurando a máscara e outra insuflando o Ambu. Nesse<br />
ponto, lembramos que a prioridade não é a colocação do Tubo Traqueal. O objetivo primário é a<br />
desfibrilação imediata de um ritmo fibri-latório. Perder tempo com procedimento de entubação nesse<br />
ponto do atendimento é um erro grave.<br />
Eficácia da ventilação<br />
Novamente ressalta-se: "ver", "ouvir" e "sentir" a ventilação, observando os movimentos do tórax, e<br />
o fluxo de ar expiratório. A primeira ventilação de resgate se constitui de 2 insufla-ções lentas, de 2<br />
segundos cada uma. Após as 2 insuflações inicia-se o "C", com a checagem do pulso e as<br />
compressões torácicas. O ciclo será de 15 compressões para cada 2 respirações, como será visto<br />
adiante e deverá ser mantida até a desfibrilação ocorrer, Na manobra boca-a-boca com dispositivo de<br />
barreira facial, após a insuflação viramos o rosto em direção ao tórax para ver seu movimento e com<br />
o ouvido próximo a boca ouvimos e sentimos o ar expelido. Se isso não estiver ocorrendo denota<br />
ineficácia da manobra que pode estar sendo causada por obstrução da via aérea. O motivo deve ser<br />
pesquisado, encontrado e sanado pois de nada adiantará as compressões torácicas se não existir<br />
oxigénio nos pulmões.<br />
"C" - primário - Circulação Checar pulso!<br />
Imediatamente após a ventilação de resgate deve-se checar o pulso carotídeo. A ausência de pulso<br />
indica a necessidade de manter a circulação através das compressões torácicas. No entanto antes de<br />
iniciar as compressões verifica-se mais uma vez os sinais de ausência de circulação. Verifique se o<br />
paciente não se mexe, não tosse e não respira. Compressão torácica - técnica.<br />
O socorrista se põe ao lado do paciente. Com os dedos de uma das mãos, apalpa-se o processo<br />
xifóide do esterno e contam-se 2 dedos acima, sobre o meio do esterno. Coloca-se a outra mão<br />
imediatamente ao lado dos 2 dedos que medem a distância correta do apêndice xifóide e coloca-se a<br />
primeira mão sobre a mão já posicionada. Esse movimento não dura mais que l segundo e previne a<br />
má-colocação das mãos, o que geraria uma compressão ineficaz.<br />
Os cotovelos devem permanecer esticados (Fig. 7), pois a flexão do braço vai tirar a força a ser<br />
imprimida ao esterno. Os ombros e os braços devem ficar num plano perpendicular ao esterno. Se o<br />
paciente estiver no chão isso é feito de joelhos ao lado do paciente. Se o paciente estiver em maca é<br />
importante que o socorrista esteja sobre uma escada ou algum outro a-poio que o coloque numa<br />
altura acima do plano da maca, do contrário o braço ficará fletido. Os dedos devem estar<br />
entrelaçados ou levantados para não tocar o tórax. A mão totalmente espalmada aumenta muito a<br />
área de contato e dissipa a força da compressão torácica,<br />
A força é gerada pelo peso do tronco sobre os braços. Devem ser realizadas 100 compressões por<br />
minuto o que imprime um ritmo rápido de mais de l movimento por segundo. Dessa forma, ao contar
as compressões faça contando rápido e sem pausas 1-2-3-4-5... até 15. O ciclo de<br />
compressão/respiração é de 15 compressões para 2 ventilações, durante a assistência primária (sem o<br />
uso de TT). Após a colocação do TT a manobra não precisa mais ser intercalada, sendo realizada<br />
compressão e ventilação de forma independente e simultânea (vide B secundário).<br />
Eficácia hernodinâmica da RCP<br />
Uma excelente manobra de ressuscitação restaura apenas cerca de 30% do débito cardíaco normal.<br />
Além disso, não é a RCP que devolve os batimentos normais ao coração. Novamente ressalta-se que<br />
o que estamos objetivando é dar tempo ao paciente para que ele possa ser submetido a desfibrilação<br />
de um ritrno "chocável"<br />
6) B secundário =>Boa respiração => Verificar colocação da cânula, ventilação assistida por AMBU<br />
7) C secundário => Circulação => acesso venoso, verificar ritmo cardíaco, drogas (adrenalina)<br />
8) D secundário=> Diagnóstico diferencial => Investigar e tratar causas reversíveis da parada<br />
cardíaca.<br />
Principalmente nos passos de 5 a 8. que formam o ABCD secundário, as ações não são<br />
necessariamente uma seqüência no tempo, mas uma ação conjunta e simultânea de uma equipe que<br />
deve ser orquestrada por um médico. O chefe da equipe irá organizar essas ações dentro do<br />
raciocínio lógico do algoritmo, seguindo-o dentro da filosofia do treinamento de SACV. As ações<br />
específicas de cada uma dessas fases é explicitada em capítulos a pane passo a passo.<br />
"A" - primário<br />
O cenário é o mais corriqueiro. Entra na emergência um paciente carregado no colo por um familiar<br />
que o lança na primeira maca livre. A primeira pessoa a ver esse cenário não necessariamente será o<br />
médico, mas se estiver familiarizada com o procedimento de Suporte Básico de Vida saberá<br />
exatamente o que fazer.<br />
Nesse ponto antes de começar o algoritmo precisamos avaliar o paciente e prover seu atendimento<br />
de urgência. Para memorizar essas ações lembre-se de que o algoritmo antes de começar no A da via<br />
Aérea, começa com duas ações básicas que vão formar na realidade 3<br />
"A"s: ATENÇÃO - AJUDA - via AÉREA<br />
ATENÇÃO: Avalie a responsividade do paciente. Solicitar o paciente de forma vigorosa é o<br />
significado do ATENÇÃO, ou seja verificamos rapidamente o nível de consciência do individuo.<br />
AÇÃO: Chegando próximo do paciente falando em voz alta e tocando o paciente perguntamos se ele<br />
está se sentindo mal; "Senhor! Está me ouvindo?"<br />
Resposta: Se o paciente responder ou mesmo apenas dar um gemido, já significa que ele não se<br />
encontra em total colapso cardiovascular (PCR). Pode apresentar alteração do nível de consciência,<br />
dispneia, dor torácica importante, mas não parada cárdio-respiratória. Parece uma bobagem, mas<br />
casos de manobras intempestivas em pacientes lúcidos rotulados como aparentemente desacordados<br />
não são exatamente uma raridade. Tão pouco podemos pedir que um indivíduo que não responde<br />
estímulos espere numa fila.<br />
=> O PACIENTE NÃO RESPON<strong>DE</strong> - ESTÁ INCONSCIENTE PEÇA AJUDA !<br />
Ninguém é capaz de salvar uma vida sozinho. É sempre necessária a presença de uma equipe e de<br />
material adequado. A partir do momento que não se obteve resposta do paciente gravemente<br />
enfermo, se faz necessária a presença de toda a equipe de suporte de vida e principalmente do<br />
desfibrilador, pois como já foi dito, em 80% dos casos a fïbrilação estará presente e sem a<br />
desfibrilação a manobra não terá sucesso.<br />
AÇÂO: Ordenar a chegada do desfibrilador no local de atendimento. "Traga o carrinho de parada<br />
com o desfibrilador!" Note que essa ação se faz antes mesmo de se verificar a via aérea do paciente.<br />
O tempo de reaçào será menor se, enquanto você salvaguarda a via aérea, outra pessoa já estiver em<br />
auxilio trazendo o desfibrilador. Esperar até o início das compressões torácicas para então lembrar<br />
do desfibrilador é um erro grave.<br />
Mas se eu estiver fora do hospital? Na via pública a situação é sempre mais complicada.<br />
Fundamentalmente temos de procurar auxilio através do telefone de emergência: AÇÀO: discando<br />
192 /l 93 - "Tem um homem inconsciente aqui na rua. Preciso de uma ambulância que tenha um<br />
desfibrilador."<br />
AÇÃO: num local público de grande concentração (AEROPORTO) - "Chamem uma equipe de<br />
atendimento de urgência e peça que tragam um desfibrilador (<strong>DE</strong>A)". A possibilidade de acesso ao<br />
desfibrilador elétrico automático (<strong>DE</strong>A) é fundamental. Atualmente poucos locais contam com tal<br />
dispositivo no Brasil. Se o paciente não tiver acesso a desfibrilação rápida o desfecho letal será<br />
inevitável. A remoção de paciente do local do evento cm parada cárdio-rcspíratória é absolutamente<br />
contra-producente e resultará certamente no óbito do paciente. O suporte básico de RCP no local se
destina a permitir uma chance ao paciente para a chegada do desfibrilador, pois dificilmente o ritmo<br />
irá se recuperar sem ele. Agora sim, a (fibrilagào ventricular ou taquicardia ventricular) ou no caso<br />
de assistolia, da remoção da causa primária da PCR. A prevenção do comprometimento cerebral é o<br />
grande objetivo.<br />
"D" - primário - Desfibrilação-<br />
Identificar o ritmo e desfíbrilar o mais rápido possível!<br />
Na via pública, o paciente só terá alguma chance se tiver acesso a um desfibrilador externo<br />
automático (<strong>DE</strong>A) portátil ou a um serviço de urgência equipado e pronto para atendimento. No<br />
hospital no inicio da manobra a primeira preocupação foi dar o aviso "tragam o desfibrilador!". Tão<br />
logo disponível, o seu uso é a prioridade.<br />
Instalação do <strong>DE</strong>A (Fig. 8) * O <strong>DE</strong>A é um instrumento para uso leigo, apesar da necessidade de<br />
treino básico. O aparelho é de fácil uso e de formato extremamente simples e com instruções de voz<br />
o que permite um manuseio seguro.<br />
Aplicação do cardioversor/desfibrilador na emergência<br />
Existem diversos tipos de aparelhos desfibriladores com algumas particularidades diferentes entre as<br />
diversas marcas, mas de uma maneira geral seu manuseio é muito semelhante. Ê de grande<br />
importância que a equipe do setor de emergência esteja familiarizado com o funcionamento deste<br />
aparelho. Durante a manobra de ressuscitação a equipe que está realizando a RCP não interrompe a<br />
manobra enquanto o aparelho está sendo prontificado e não houver a ordem de liberar a área. Uma<br />
pessoa que ainda não esteja envolvida com a ventilação / RCP, deve ser designada especificamente<br />
para manipular o desfibrilador.<br />
Passo n" l - Ligar o aparelho. Passo bastante óbvio mas muitas vezes esquecido na pressa.<br />
Geralmente o desfibrilador possui uma bateria para uso em qualquer local, portanto não é necessário<br />
esperar ligá-lo a fonte fixa em tomada para ser acionado. Se disponível, solicita-se que alguém ligue<br />
a tomada quando possível.<br />
Passo n° 2 - Colocar as pás do desfibrilador no paciente. Muitos modelos de aparelho desfibrilador/cardioversor<br />
(principalmente os mais novos) possuem capacidade de utilizar as pás de<br />
desfibrilação como eletrodos de ECG. Nesse caso, ao ligar o aparelho ele automaticamente se ajusta<br />
a esta derivação, bastando portanto aplicar as pás no paciente para que se inicie o registro. Uma<br />
delas deve ficar sobre o esterno e outra sobre o ápice cardíaco. Conforme o aparelho existe uma pá<br />
apropriada para cada posição, estando estampado de forma visível no aparelho a posição correia a<br />
ser usada. Ao aplicar as pás, para que ocorra registro, ninguém deve tocar o paciente para que não<br />
haja interferência. Para tanto deve ser dada a ordem: "Estou aplicando as pás e verificando o ritmo -<br />
AFASTEM-SE." Alguns aparelhos (principalmente os mais antigos), não possuem esse dispositivo,<br />
necessitando que um cabo de eletrodos a parte seja instalado.<br />
Passo n° 3 - Verificar o ritmo. Verificando o monitor fica definido qual o ritmo do paciente. Caso<br />
seja um ritmo chocável (de fibrilação), segue-se imediatamente a desfibrilação. Podemos verificar no<br />
entanto outras 2 situações:<br />
A) LINHA RETA - Caso o monitor demonstre uma linha sem oscilações, chamamos de linha reta.<br />
Nesse caso deve-se verificar imediatamente se as pás estão conectadas corretamente. Se não a<br />
defeito de conexão do aparelho realiza-se uma manobra rápida de inversão das pás, na tentativa de<br />
criar uma outra derivação que possa detectar alguma atividade elétrica antes não visível. O ganho do<br />
aparelho também deve ser elevado ao máximo. Estabelecida que verdadeiramente trata-se de uma<br />
assistolia o choque é contra-indicado e segue-se o ABCD secundário.<br />
B) Atividade elétrica sem pulso - Ao colocarmos as pás vemos atividade elétrica organizada.<br />
Checa-se o pulso e confirma-se a sua ausência. Novamente nesse caso a RCP será reiniciada<br />
com as manobras do ABCD secundário e o choque inicial estará contra-indicado.<br />
Passo n" 4 - Desfibrilar Estabelecida a presença de fibrilação indica-se o choque. Segue-se o<br />
protocolo:<br />
a) Carregar o desfibrilador em 200 Joules para o primeiro choque.<br />
b) AVISAR o CHOQUE - A possibilidade de acidente com choque indevido em um dos so-corristas<br />
é absolutamente real. Portanto a segurança manda que se proceda o aviso de afastar do choque.<br />
Exemplo: "Vou desfibrilar no 3: l, estou afastado (verificar se o próprio operador não está em<br />
contato com a maca ou o paciente); 2, você está afastado (o operador verifica se o pessoal<br />
responsável pela ventilação / RCP se afastou); 3, todos afastados (verificar mais uma vez o leito se<br />
não há nenhum outro observador em contato com o paciente)<br />
c) Aplicar o choque<br />
d) Verificar o monitor
A sequência se repete caso persista a FV, carregando-se em 300 Joules para o segundo choque e 360<br />
Joules para um terceiro se necessário. Enquanto são dados os choques e monitor é verificado, em<br />
momento algum as pás são retiradas do paciente. Caso o monitor acuse algum ritmo segue-se a<br />
ordem: "Checar pulso". Após o terceiro choque, verificado o monitor sem ritmo, solicita-se checar<br />
pulso para confirmação e inicia-se o ABCD secundário. O paciente não tem pulso após 3 choques ou<br />
não há ritmo chocável. => Iniciar ABCDjgcundánp<br />
"A" - secundário<br />
Desfibrilação primária foi ineficaz! O que fazer?<br />
O cenário é mais grave. O paciente que entrara na emergência já recebeu o atendimento inicial e não<br />
houve resultado com a ação primária. Para prosseguir a partir desse ponto é fundamental o aporte de<br />
ventilação mais eficaz ao paciente.<br />
V ia AÉREA<br />
Nesse momento se faz necessária a colocação do tubo traqueal. (Figs. 9 e 10)) AÇÃO: proceder a<br />
ENTUBAÇÃO ORO-TRAQUEAL.<br />
1) Segurar o laringoscópio com a mão esquerda. 2) Introduzir a lâmina lateralmente a língua e só<br />
com ela totalmente na cavidade oral passar para a posição de entubação, tracionando para cima. 3)<br />
Sempre tracione para cima e nunca bascule o punho. Movimentos de alavanca podem lesar os<br />
dentes, 4) A ponta da lâmina deve ficar entre a epiglote e o assoalho da faringe. 5) O Tubo Traqueal<br />
(TT) deve ser pego com a mão direita, já com guia metálico em seu interior. 6) Visualize as pregas<br />
vocais antes de tentar introduzir o tubo. 7) Cuidado ao retirar o guia metálico. Segure o tubo até que<br />
ele seja fixado.Confirmar do posicionamento do TT em seguida a sua colocação. Se o<br />
posicionamento traqueal não for confirmado o tubo deve ser imediatamente retirado e a ventilação<br />
com bolsa e máscara retomada. O tempo máximo de tentativa de colocação do TT durante a RCP é<br />
de 30 segundos. Caso não seja possível concluir a colocação do TT a ventilação com Bolsa e<br />
Máscara deve ser retomada e nova tentativa deve ser feita após l minuto.<br />
"B" - secundário - Boa Respiração Confirmação da colocação do Tubo Traqueal.<br />
Devemos garantir que o tubo traqueal (TT) está colocado de forma correia. Devem ser procedidas as<br />
confirmações primária e secundária da colocação do TT na traquéia. Ausculta pulmonar: A ausculta<br />
dos 5 pontos deve ser iniciada no epigástrio, passando para ápice do HT direito, depois a esquerda e<br />
descendo para a face lateral e inferior primeiro direita e depois esquerda, sempre nessa ordem. Caso<br />
ocorra ruído no epigástrio o TT deve ser removido de imediato e recolocado. Alteração da ausculta<br />
dos campos pulmonares pode identificar entubação seletiva. A ventilação eficaz<br />
Novamente aqui a ventilação não deve ser intempestiva. Hiperventilar não está indicado. O AMBU<br />
deve ser pressionado sem violência, com um movimento de até 2 segundos para insuflação,<br />
permitindo que o pulmão desinsufle completamente, mantendo uma FR da ordem de 20 incursões<br />
por minuto.<br />
Movimentos assincrônicos com a massagem cardíaca<br />
A partir do momento que temos pressão positiva através do TT não existe necessidade de seguir a<br />
sequência 15 compressões para 2 ventilações. A ventilação é realizada em seu ritmo e as<br />
compressões na ordem de 100 por minuto sem interrupções. "C" - secundário - Circulação<br />
Manter Compressões Torácicas! Terminada a colocação do TT e confirmada sua posição, as<br />
compressões se reiniciam, só devendo ser interrompidas para novo ciclo de choque, Garantir um<br />
acesso venoso. Esse movimento já deve ser providenciado enquanto está sendo realizada a colocação<br />
do TT, sendo o melhor momento para isso. Assim que se obtém um acesso venoso deve ser iniciada<br />
a infusão de solução salina rápida. Após a infusão de qualquer droga pelo acesso venoso, um fluxo<br />
de solução salina deve ser infundido passado e o membro elevado para que se garanta que a droga<br />
atinja a circulação.<br />
Garantir uma monitorização definitiva. Após os 3 primeiros choques, não há como manter as pás<br />
indefinidamente em contato com o tórax, já que outros procedimentos precisam ser efetuados.<br />
Enquanto é providenciada a colocação do TT o encarregado do desfibrilador providenciará a<br />
colocação dos eletrodos e cabos do monitor cardíaco.<br />
Utilizar drogas que garantam a circulação. Adrenalina - É a primeira droga a ser utilizada. Deve ser<br />
utilizada na dose de l mg por dose, sendo repetida pelo menos a cada 3 minutos. Anli-arrítmicos - A<br />
Lidocaína e a Amiodarona podem ser usadas para prevenir o ritmo fibrila-tório. Devem ser iniciadas<br />
após o 4° choque ineficaz. Atropina - utilizada nos protocolos de bradicardia / Unha reta. Não é útil<br />
durante a FV.<br />
DROGA => CHOQUE => CHEQUE PULSO => DROGA<br />
Cada droga após infundida terá l minuto para que seu efeito seja estabelecido. Após l minuto
da infusão de cada droga novo choque deve ser realizado até que se obtenha ritmo sinusal ou<br />
ocorra ritmo não-chocável.<br />
Ritmos não-chocáveis<br />
A assistolia, a bradicardia extrema e os ritmos sem pulso não possuem indicação de choque.<br />
Nesses casos devem ser estabelecidos diagnósticos diferenciais (ação D) das causas desses<br />
ritmos que possam ser corrigidas.<br />
O monitor apresenta linha reta - o que fazer?<br />
A linha reta ao monitor pode representar a assistolia total. No entanto afirmar equivocada-<br />
mente que o paciente encontra-se em assistolia terá consequências irreversíveis. Assim toda<br />
vez que encontrarmos no monitor a "Unha reta" devemos seguir o seguinte protocolo para<br />
Firmar o diagnóstico correio de assistolia:<br />
1) verificar os cabos de conexão com o monitor - estão corretamente ligados?<br />
2) Aumentar o ganho da derivação ao máximo, para termos certeza de que não há qualquer<br />
despolarização.<br />
3) mudar as derivações se estivermos com cabos de monitor / inverter as pás do cardioversor se<br />
estivermos com derivação de pás,<br />
Se após esses procedimentos de fato não houver sinal de despolarização real, estamos diante de uma<br />
assistolia e seu protocolo de tratamento deve ser direcionado para este fvm.<br />
"D" - secundário - Diagnóstico diferencial<br />
Por que? Por que o paciente apresentou a parada cardíaca a princípio? Por que os procedimentos não<br />
funcionaram até agora? Essa pergunta deve ser levantada toda vez que encontramos um ritmo nãochocável<br />
(assistolia ou atividade elétrica sem pulso) ou quando a FV é persistente e não-responsiva<br />
aos choques. Diversas são as causas que levarão a falha na recuperação da parada cardíaca.<br />
Identificar e tratar a tempo essas causas potencialmente reversíveis é o ponto fundamental dessa<br />
etapa,<br />
Eventos a serem lembrados no diagnóstico diferencial. Regra dos 5 Hs e dos 5Ts. Hipovolemia<br />
Toxicidade (drogas) Hipóxia, Tamponamento Cardíaco Hidrogénio (Acidose),Tensão no Tórax<br />
Hiper/Hipocalemia Trombose Coronária Hipotermia, Trombose Pulmonar.<br />
MEDICAMENTOS USADOS NA PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA<br />
ADRENALINA<br />
O uso de adrenalina durante a manobra de ressuscitação está preconizado a partir do início do<br />
ABCD secundário, fazendo parte das drogas da ação C:<br />
Na FV/TV sem pulso<br />
Ação Primária > CHOQUE 200 J > CHOQUE 300 J > CHOQUE 360 J<br />
Ação secundária > DROGA => ADRENALINA l mg IV - l min<br />
NOVO CHOQUE de 360 J<br />
2Q DROGA => ANT1-ARRÍTMICO -1 min.<br />
NOVO CHOQUE de 360 J<br />
DROGA => ADRENALINA l mg - l min.<br />
NOVO CHOQUE de 360 J<br />
repelir a do^e a cada sequência em intervalos de 3 a 5 minutos<br />
Na Assistolia e Atividade Elétrica Sem Pulso<br />
Ação primária > CHOQUE NÃO INDICADO<br />
Ação secundária > DROGA ~> Adrenalina l mg EV a cada 3 a 5 min<br />
Observar monitorização até ser indicado choque conforme o caso ou recuperar ritmo.<br />
Forma correia de administração<br />
A adrenalina é apresentada em frasco de Iml com l mg. Após cada dose em bolo deve ser injetada 20<br />
ml de soro EV para que ocorra a infusão da droga até a corrente sistémica. Caso as doses iniciais<br />
falhem, doses maiores podem ser usadas, até completar 0,2 mg/Kg (14 mg para um indivíduo de 70<br />
Kg). Quando não há acesso venoso o TT é uma via alternativa de administração. A dose deve ser<br />
dobrada (2mg) e diluída era Iü ml de SF, que deve ser ioda lançada noTT.<br />
Precauções<br />
A elevação da PA e taquicardia podem levar a aumento do consumo de O2 miocárdico e isquem ia<br />
miou árd iça.<br />
Altas doses não melhoram a sobrevivência e podem contribuir para disfunção miocárdica pósressuscilaçào.<br />
Doses altas podem ser necessárias em casos de choque induzido por intoxicação por drogas e<br />
subslâncias tóxicas.
ATROPINA<br />
O uso de atropina está preconizada para o tratamento de:<br />
Bradiuirdia grave sintomálica (Classe I);<br />
BAV nodal (Classe Ha);<br />
Assistolia (Classe Hb);<br />
Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) (Classe llb);<br />
Durame a ressuscítação<br />
No caso da assisiolia e AESP ela é sempre 2° droga após a adrenalina. A dose é de l mg em bolo,<br />
devendo ser repelida doses de 0,5 a l mg a cada 3 a 5 minutos não devendo ser ultrapassada a dose<br />
máxima de 0.04 mg/Kg (2,8mg para um indivíduo de 70 kg). Forma correia de adminislracão<br />
Como com a adrenalina, após cada dose em bolo deve ser injetada 20 ml de solução EV para que<br />
ocorra a infusão da droga até a corrente sistémica. Quando não há acesso venoso o TT é uma via<br />
alternativa de administração. A dose deve ser dobrada (2mg) e diluída em 10 ml de SF, que deve ser<br />
toda lançada no TT. Precauções:<br />
neficaz no BAV total de QRS alargado e no BAV tipo II infra-nodal, havendo risco de assís-<br />
tolia paradoxal.<br />
Evitar o uso na bradicardia por hipotermia.<br />
ANTIARRITMICOS<br />
Durante a ressuscitação<br />
O uso de anti-arrítmicos durante a manobra de ressuscitação está preconizado a partir do 2°<br />
minuto da ação secundária, após o 4" choque ineficaz. O algoritmo resumido é:<br />
Ação Primária<br />
CHOQUE 200 - CHOQUE 300 -CHOQUE 360<br />
Ação secundária<br />
DROGA => ADRENALINA - l min<br />
CHOQUE 360<br />
2° DROGA => ANTI-ARRITMICO<br />
Três opções podem ser utilizadas de uma forma geral (Lidocaína, Amiodarona ou Procaina-<br />
mida). Os detalhes específicos de cada droga e suas vantagens em cada situação clínica será<br />
esclarecida nos comentários específicos sobre cada opção de droga.<br />
Após a ressuscitação<br />
O uso de anti-arrítmicos para prevenção da recidiva da fíbrilação ventricular é mandatório em<br />
TODOS OS CASOS de parada por FV/TV. Novamente a indicação específica de uma determinada<br />
droga varia um pouco de caso a caso e será esclarecida adiante. Lidocaína<br />
Indicada na parada cardíaca por TV/FV em geral. Amiodarona<br />
Indicada na FV/TV sem pulso refratária ao choque. Pode ser usada também na TV polimórfí-ca e na<br />
Taquicardia de complexos largos de origem incerta. Particularmente útil nos pacientes com<br />
disfunção de VÊ.<br />
Dose durante a ressuscitação: 300 mg EV, diluídos em pelo menos 20 ml SG5%. Repetir um bolo de<br />
150 mg em 3 a 5 minutos em casos refratários. Dose máxima acumulada em 24H: 2,2g EV<br />
Dose de ataque para a Taquicardia estável: Infusão rápida (10-15 min) de 150 mg EV. Pode ser<br />
repetida a infusão após 10 minutos. Dose lenta (após ataque): 360mg EV em 6 horas (l mg/min).<br />
Dose de manutenção: 540 mg / 18 horas (0,5 mg/min) Droga Classe Ilb Procainamida Indicada na<br />
FV/TV recorrente.
Códigos de radiocomunicação.<br />
Mais utilizados.<br />
QAP Estou na escuta<br />
QRK Qualidade da mensagem<br />
QRL Canal ocupado<br />
QRM Qualidade ruim da mensagem<br />
QRS Transmitir mais lentamente<br />
QRU Mensagem urgente<br />
QRV A disposição<br />
QSA Legibilidade<br />
QSL Entendido<br />
QSM Devo repetir a mensagem<br />
QSO Contato<br />
QSQ Tem um médico a bordo<br />
QSY Mudar para outra freqüência<br />
QTA Cancelar a mensagem<br />
QTC Qual a mensagem<br />
QTO Sanitário<br />
QTQ Transmitir rapidamente<br />
QTR Horário<br />
QTY Local do acidente<br />
QUD Receber sinal de urgência<br />
TKS Obrigado<br />
Anexo V<br />
Códigos para o deslocamento das Unidades Móveis<br />
J9 Saída (da base ou local do atendimento quando em deslocamento com<br />
paciente ou pessoa)<br />
J10 Chegada ao local do atendimento ou ao destino<br />
J11 Unidade liberada e pronta para a ocorrência<br />
J12 Chegada na base<br />
Extras<br />
J3 Troca da equipe<br />
J4 Almoço<br />
J5 Abastecimento<br />
J7 Viatura quebrada<br />
J8 Ir ao banheiro
PARECER QUALITATIVO DO<br />
ORIENTADOR
Florianópolis, 04 agosto de 2006.<br />
<strong>DE</strong>: Enfermeiro Doutor Gelson Luiz de Albuquerque<br />
PARA: JOSIANE DA CUNHA & ALINE NEGRINI<br />
PARECER QUALITATIVO DO ORIENTADOR<br />
Ao orientar o trabalho Assistência de Enfermagem pré-hospitalar<br />
em um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), sob a<br />
ótica de Wanda Horta, sob supervisão da Enfermeira Mestre Keyla<br />
Cristiane do N ascimento, afirmei minhas convicções de que, além da<br />
vontade e determinação, o conhecimento se interpõe em qualquer tipo<br />
de ação profissional. Este, foi afirmado pelas orientandas ao longo do<br />
desenvolvimento daquele Trabalho de Conclusão do Curso.<br />
N a execução da atividade, propriamente dita, diferenças se<br />
fizeram presentes entre as mesmas, reforçando mais ainda a convicção<br />
de que o conhecimento conformado pelo agente formador no caso, o<br />
Curso de Graduação em Enfermagem-, foi o mesmo. Entretanto, o<br />
aproveitamento de oportunidades, o treinamento de decisões e,<br />
sobremaneira, a disponibilidade e as possibilidades de realizarem<br />
outras atividades, ao longo daquele processo, podem favorecer o<br />
desempenho de sujeitos na ação humana profissional.<br />
Assim, este parecer qualitativo, espelha o que senti em relação ao<br />
trabalho conduzido pelas duas estudantes, já enfermeiras, pois<br />
venceram mais esta etapa do seu processo de formação. E, com<br />
compromisso social e ética, reportado na disciplina Enfermagem<br />
Assistencial Aplicada (INT5134), puderam conduzir com qualidade o<br />
seu trabalho.<br />
Esta avaliação somente poderia espelhar o resultado do trabalho<br />
desenvolvido naquele Serviço de Atendimento Móvel de Urgência<br />
(SAMU), visto que foram, as primeiras estudantes a realizarem<br />
atividades curriculares naquela Unidade de Saúde. Tiveram, portanto,<br />
uma redobrada responsabilidade: a de conduzir um trabalho com<br />
qualidade e, criar as condições para que outros estudantes realizem,<br />
naquela instituição, atividades curriculares. Cumpriram, portanto, com<br />
êxito as responsabilidades pelas quais foram submetidas.<br />
Dentro de uma semana consolidarão um sonho: o sonho de<br />
serem profissionais da Enfermagem. Incorporar-se-ão, como
Enfermeiras, a àquele universo de quase 1.000.000.000 de trabalhadoras<br />
de nossa categoria profissional.<br />
Tenham sucesso nesta empreitada que não se inicia hoje,<br />
simplesmente continua, por todo um tempo pelo qual nos dedicaremos<br />
enquanto Enfermeiros. Quiçá um dia, possamos olhar para o passado<br />
e, com convicção afirmarmos: como foram importantes os<br />
aprendizados que compartilhamos no Curso de Enfermagem da<br />
<strong>UFSC</strong>! Se isto ocorrer, certamente, uma pequena pontinha em seu<br />
coração, teremos ocupado.<br />
Ao fazer este parecer, lembrei-me de um poema, de um autor<br />
desconhecido, mas que pode nos ajudar a compreender o que penso e o<br />
que muitos pensam. É o poema intitulado: Um dia (ou Um dia<br />
descobrimos). Escreve ele que,<br />
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem.<br />
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela....<br />
[....]<br />
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...<br />
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...<br />
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...<br />
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom...<br />
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...<br />
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por<br />
aquilo que cativas..."<br />
Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a<br />
isso...<br />
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...<br />
Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é<br />
suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas<br />
que nos atraem, para dizer tudo o que tem que ser dito naquele momento.<br />
Não existe hora certa para dizer o que sentimos se quem estiver te ouvindo não te<br />
compreender, não te merecer...<br />
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos<br />
para realizar todas as nossas loucuras...<br />
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.<br />
Ainda poderia utilizar-me do Poeminho do contra , de Mário<br />
Quintana,
Todos estes que aí estão<br />
Atravancando o meu caminho,<br />
Eles passarão.<br />
Eu passarinho!<br />
É assim que penso e este é meu parecer!<br />
Um grande beijo e sucesso a Josiane e Aline!<br />
Atenciosamente,<br />
.