Caderno de Apoio à Prática Pedagógica: Contos Africanos
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HH<br />
APOIO<br />
À PRÁTICA<br />
PEDAGÓGICA<br />
CONTOS AFRICANOS<br />
EDUCAÇÃO INFANTIL / CICLOS DE APRENDIZAGEM I e II/ EJA
Prefeito da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador<br />
JOÃO HENRIQUE DE BARRADAS CARNEIRO<br />
Secretário Municipal da Educação e Cultura<br />
NEY CAMPELLO<br />
Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Ensino e <strong>Apoio</strong> Pedagógico - CENAP<br />
ANA SUELI PINHO<br />
Equipe Técnica da Edição Original (1996)<br />
Coor<strong>de</strong>nação da Elaboração dos <strong>Ca<strong>de</strong>rno</strong>s<br />
Kadja Cristina Grimaldi Gue<strong>de</strong>s<br />
Consultoria<br />
Maria Esther Pacheco Soub<br />
Sistematização<br />
Antônia Maria <strong>de</strong> Souza Ribeiro<br />
Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Nova Barboza<br />
Elizabete Regina da Silva Monteiro<br />
Edição Atualizada (2007)<br />
Angela Maria do Espírito Santo Freire<br />
Coor<strong>de</strong>nação da reedição dos <strong>Ca<strong>de</strong>rno</strong>s<br />
Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Nova Barboza<br />
A edição <strong>de</strong>ste ca<strong>de</strong>rno aten<strong>de</strong> aos objetivos da SMEC em dar suporte<br />
didático/pedagógico <strong>à</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />
Esta publicação <strong>de</strong>stina-se exclusivamente para uso pedagógico nas escolas Municipais <strong>de</strong> Salvador,<br />
sendo vedada a sua comercialização. A reprodução total ou parcial <strong>de</strong>verá ser autorizada pela Secretaria<br />
Municipal da Educação e Cultura <strong>de</strong> Salvador.
APRESENTAÇÃO<br />
É com muita satisfação que a Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Ensino e <strong>Apoio</strong> Pedagógico - CENAP –<br />
apresenta aos professores do Sistema Municipal <strong>de</strong> Ensino, a reedição dos <strong>Ca<strong>de</strong>rno</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>Apoio</strong> <strong>à</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong>.<br />
Nascidos em 1996, <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> vanguarda que conectava a teoria <strong>à</strong> prática da sala<br />
<strong>de</strong> aula das escolas municipais, tais ca<strong>de</strong>rnos procuravam ser – e certamente ainda são –<br />
um instrumento estratégico da nossa luta diária para aumentar os índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
acadêmico dos alunos da Re<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> Salvador.<br />
Os <strong>Ca<strong>de</strong>rno</strong>s <strong>de</strong> <strong>Apoio</strong> <strong>à</strong> <strong>Prática</strong> <strong>Pedagógica</strong> apresentam vários blocos <strong>de</strong> sugestões com<br />
diferentes gêneros textuais e algumas ativida<strong>de</strong>s voltadas para aquisição da base<br />
alfabética e ortográfica dos alunos, subsidiando os professores no seu saber-fazer<br />
pedagógico.<br />
Acreditamos que quanto mais investirmos na formação continuada, na prática reflexiva,<br />
na pesquisa <strong>de</strong> soluções originais, mais será possível uma progressiva re<strong>de</strong>finição do<br />
nosso ofício <strong>de</strong> professor, no sentido <strong>de</strong> uma maior profissionalização.<br />
Atualizamos e publicamos esses ca<strong>de</strong>rnos, apostando no potencial criativo dos<br />
professores, tendo em vista o bem comum <strong>de</strong> todas as crianças, jovens e adultos que<br />
freqüentam as escolas municipais <strong>de</strong> Salvador.<br />
Sucesso professor, é o que lhe <strong>de</strong>sejamos!<br />
Ana Sueli Pinho<br />
Coor<strong>de</strong>nadora da CENAP
INTRODUÇÃO<br />
Na cultura africana a fala ganha força, forma e sentido, significado e orientação para a<br />
vida. A palavra é vida, é ação, é jeito <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e ensinar. “O po<strong>de</strong>r da palavra garante<br />
e preserva ensinamentos, uma vez que possui uma energia vital, com capacida<strong>de</strong><br />
criadora e transformadora do mundo. Energia que possui diferentes <strong>de</strong>nominações para<br />
as diversas civilizações, por exemplo, para os bantus essa energia é hamba, já para o<br />
povo iorubá a energia é o axé.” 1<br />
A tradição oral po<strong>de</strong> ser vista como um cabedal <strong>de</strong> ensinamentos, saberes e<br />
conhecimentos que veiculam e auxiliam homens e mulheres, crianças, adultos/as e<br />
velhos/as a se integrarem no tempo e no espaço e nas tradições. Sem po<strong>de</strong>r ser<br />
esquecida ou <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada, a oralida<strong>de</strong> é uma forma encarnada <strong>de</strong> registro, tão<br />
complexa quanto a escrita, que se utiliza <strong>de</strong> gestos, da retórica, <strong>de</strong> improvisações e <strong>de</strong><br />
danças como modos <strong>de</strong> expressão.<br />
A matriz africana mantém parte <strong>de</strong> sua essência pela tradição <strong>de</strong> contar e vivenciar<br />
histórias míticas, consi<strong>de</strong>radas práticas educacionais que chamam a atenção para<br />
princípios e valores, para o autoconhecimento, socialização <strong>de</strong> saberes e convivência<br />
comunitária.<br />
Segundo Vanda Machado, “contar mitos, em muitos lugares da África, faz parte do jeito<br />
<strong>de</strong> educar a criança que, mesmo antes <strong>de</strong> ir a escola, apren<strong>de</strong> as histórias <strong>de</strong> sua<br />
comunida<strong>de</strong>, os acontecimentos passados, valorizando-os como novida<strong>de</strong>. Os mitos <strong>de</strong><br />
matriz cultural evi<strong>de</strong>nciam valores <strong>de</strong> convivência e solidarieda<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando:<br />
• Saber sobre si mesmo (autoconhecimento).<br />
• Reconhecimento e manutenção <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> convivência comunitária.<br />
• Reverência aos ancestrais e aos espíritos dos familiares.<br />
• Apreço <strong>à</strong> figura da mãe, venerada quase como entida<strong>de</strong>.<br />
• Reverência aos velhos e velhas, como portadores <strong>de</strong> conhecimento.<br />
• Preservação dos fazeres e saberes, costumes e histórias das comunida<strong>de</strong>s.<br />
• Atenção para a educação <strong>de</strong> crianças e jovens, com os princípios e valores das<br />
comunida<strong>de</strong>s.<br />
• Manutenção da família, enquanto instituição básica da socieda<strong>de</strong>.<br />
Nas obras dos escritores africanos, tem-se uma marcante presença do imaginário, do<br />
sobrenatural e dos elementos míticos. Os mitos, as lendas e os contos, via <strong>de</strong> acesso ao<br />
inconsciente <strong>de</strong> um povo, constituem, no fundo, a "história sagrada" dos povos. A maior<br />
parte dos mitos expressa a crença no ser humano, na eternida<strong>de</strong> e em Deuses. Eles são a<br />
memória <strong>de</strong> um povo que vai passando <strong>de</strong> geração em geração, numa versão sempre<br />
atualizada da realida<strong>de</strong>.<br />
A literatura oral africana tem vários papéis, <strong>de</strong>ntre eles, o educativo, o recreativo e o da<br />
preservação cultural. No que diz respeito ao primeiro, ele é marcado pela presença <strong>de</strong><br />
dois intervenientes: o iniciador e os iniciados. O primeiro geralmente é um velho ou<br />
simplesmente um adulto com mais experiência nas coisas da vida, enquanto que os<br />
1 Salto para o futuro, disponível no site: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/.
iniciados são na sua maioria jovens, com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer o segredo das coisas que<br />
lhes estão <strong>à</strong> volta. Quanto ao papel recreativo, a literatura oral tem apenas a finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> entreter os mais novos. Neste caso, o contador <strong>de</strong> histórias não tem que ser<br />
obrigatoriamente um velho, mas sim um conhecedor e alguém com dom <strong>de</strong> contar<br />
histórias.<br />
As narrativas africanas não po<strong>de</strong>m ser facilmente separadas como contos, fábulas ou<br />
lendas, pois nos trazem um entrelaçamento <strong>de</strong> todas essas formas. De fato, quanto mais<br />
próximas da transmissão oral, as histórias se transformam em um móbile ficcional que,<br />
a cada vez feito o reconto, resulta em uma nova composição, <strong>de</strong> acordo com o público e<br />
o momento, a cultura e a língua.<br />
O tempo da narração é sempre a noite, <strong>de</strong>pois do jantar. As pessoas costumam se sentar<br />
em volta do contador <strong>de</strong> história para ouvir seus relatos. Ele acrescenta sempre palavras<br />
e expressões próprias, tais como sons, gestos e uma coreografia pessoal para o objetivo<br />
<strong>de</strong>sejado (distração, transmissão <strong>de</strong> uma mensagem, uma advertência, etc.). Por seu<br />
lado, o/a ouvinte tem um papel ativo na criação do conto (é sempre um ouvinteparticipante),<br />
<strong>de</strong>vendo também refletir, elaborar ou moralizar, <strong>de</strong> acordo com as<br />
estruturas culturais do seu grupo.<br />
Um mestre contador <strong>de</strong> histórias africano não se limitava a narrá-las, mas podia também ensinar<br />
sobre numerosos outros assuntos (...) porque um ‘conhecedor' nunca era um especialista no sentido<br />
mo<strong>de</strong>rno da palavra mas, mais precisamente, uma espécie <strong>de</strong> generalista. O conhecimento não era<br />
compartimentado. O mesmo ancião (...) podia ter conhecimentos profundos sobre religião ou<br />
história, como também ciências naturais ou humanas <strong>de</strong> todo tipo. Era um conhecimento (...)<br />
segundo a competência <strong>de</strong> cada um, uma espécie <strong>de</strong> ‘ciência da vida'; vida, consi<strong>de</strong>rada aqui como<br />
uma unida<strong>de</strong> em que tudo é interligado, inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e interativo; em que o material e o<br />
espiritual nunca estão dissociados. E o ensinamento nunca era sistemático, mas <strong>de</strong>ixado ao sabor<br />
das circunstâncias, segundo os momentos favoráveis ou a atenção do auditório (Bâ, 2003, p. 174-<br />
175). 2<br />
Como exemplo <strong>de</strong>sses contadores <strong>de</strong> histórias, vamos encontrar na África:<br />
• Os Griots e as Griotes, pessoas que têm o ofício <strong>de</strong> guardar e ensinar a memória<br />
cultural na comunida<strong>de</strong>. Eles armazenam séculos e mais séculos <strong>de</strong> segredos,<br />
crenças, costumes, lendas e lições <strong>de</strong> vida, recorrendo <strong>à</strong> memorização.<br />
• O Doma, conhecedor <strong>de</strong> todas as histórias, guardião dos segredos da gênese<br />
cósmica e das ciências da vida e mestre <strong>de</strong> si mesmo. Ele é tido como o mais<br />
nobre contador, porque <strong>de</strong>sempenha o papel <strong>de</strong> criar harmonia, <strong>de</strong> organizar o<br />
ambiente e as reuniões da comunida<strong>de</strong>.<br />
CARACTERÍSTICAS<br />
• Marcante presença do imaginário, do sobrenatural e dos elementos míticos.<br />
• Animalização da natureza<br />
• Atribuem aos animais <strong>à</strong>s proprieda<strong>de</strong>s que são exclusivamente dos seres<br />
humanos, a fala.<br />
• Descrevem a forma como qualquer coisa foi criada: seres humanos, o mundo, os<br />
animais, as relações entre os homens.<br />
• Trazem sempre uma lição <strong>de</strong> ética ou moral nas entrelinhas.<br />
2 Salto para o futuro, disponível no site: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/.
• Enredos carregados <strong>de</strong> metáforas e <strong>de</strong>sfechos surpreen<strong>de</strong>ntes, falam <strong>de</strong> valores<br />
importantes para <strong>de</strong>scortinar as múltiplas dimensões da vida na socieda<strong>de</strong>.<br />
ABORDAGEM PEDAGÓGICA DOS CONTOS AFRICANOS<br />
As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita, assim como a prática <strong>de</strong> comunicação oral com contos<br />
africanos possibilitam que os/as alunos/as pensem sobre:<br />
• A percepção da forma e do valor sonoro convencional das letras.<br />
• A constatação da conservação <strong>de</strong> letras e sílabas nas palavras.<br />
• A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> letras necessária para escrever as palavras.<br />
• A varieda<strong>de</strong>, posição e or<strong>de</strong>m das letras em uma escrita convencional.<br />
• A diferença entre letras e números, letras e <strong>de</strong>senho.<br />
• A função social da escrita.<br />
Além <strong>de</strong>:<br />
• Ampliar o volume <strong>de</strong> escrita e o vocabulário.<br />
• Favorecer a reflexão sobre o sistema <strong>de</strong> escrita alfabética.<br />
• Possibilitar o trabalho com letras, sílabas e palavras.<br />
• Permitir o contato com diferentes sílabas e diferentes tamanhos <strong>de</strong> palavras.<br />
• Possibilitar a compreensão da orientação e alinhamento da escrita.<br />
• Desenvolver as habilida<strong>de</strong>s grafo-motoras.<br />
• Funcionar como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> escrita convencional.<br />
• Possibilitar construção da base alfabética e ortográfica.<br />
• Trabalhar a análise lingüística da estrutura das palavras do texto (letra e silaba<br />
(inicial e final), número <strong>de</strong> letras e sílabas, posição das letras na palavra, relação<br />
entre som e grafia).<br />
Em síntese, a organização do ensino sistemático e freqüente com os contos africanos<br />
representa importante estratégia didática, tanto do ponto <strong>de</strong> vista da promoção da<br />
igualda<strong>de</strong> das relações étnico-raciais na escola, como do ponto <strong>de</strong> vista pedagógico,<br />
posto que esta espécie <strong>de</strong> gênero contribui para construção da base alfabética e<br />
ortográfica dos/as alunos/as, assim como na apropriação das normas convencionais da<br />
Língua Portuguesa. Entretanto, cabe ressaltar que a competência do/a professor/a é<br />
fundamental neste processo, pois ele/a é o mediador/a entre o/a aluno/a e o objeto do<br />
conhecimento: as práticas <strong>de</strong> comunicação oral, <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita dos contos.<br />
OBJETIVOS<br />
Os objetivos <strong>de</strong> se trabalhar com contos africanos com os/as alunos/as são:<br />
• Valorizar a leitura com fonte se formação, informação e via <strong>de</strong> acesso ao mundo<br />
da literatura africana.<br />
• Interagir com a literatura africana em um ambiente escolar on<strong>de</strong> ainda reinam<br />
personagens brancas como padrão <strong>de</strong> representação literária, mo<strong>de</strong>lo oci<strong>de</strong>ntal<br />
eurocêntrico.<br />
• Contribuir, em sentido amplo, para a promoção da igualda<strong>de</strong> das relações étnicoraciais<br />
na escola e fora <strong>de</strong>la.<br />
• Conhecer e apren<strong>de</strong>r respeitar a cosmovisão africana.<br />
• Resgatar os saberes e conhecimento do universo africano.<br />
• Valorizar a cultura oral.
• Valorizar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do sujeito afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, permitindo-lhe a condição <strong>de</strong><br />
ser, pertencer e participar <strong>de</strong> seu grupo étnico, reconhecendo valores da sua<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS<br />
• I<strong>de</strong>ntificação da idéia principal e a mensagem do texto.<br />
• Solicitação ao aluno para dizer o que enten<strong>de</strong>u.<br />
• Produção <strong>de</strong> texto lacunado, palavra-cruzada, caça-palavra e forca com as<br />
palavras do texto.<br />
• Criação <strong>de</strong> novos finais para a história.<br />
• Criação <strong>de</strong> uma nova história com as mesmas personagens.<br />
• Seleção <strong>de</strong> palavras da história para criar outras palavras<br />
• Organização <strong>de</strong> um tribunal para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r personagens opostos.<br />
• Criação <strong>de</strong> rimas a partir <strong>de</strong> palavras da história.<br />
• Leitura e biografia do/a autor/a dos textos trabalhados.<br />
• Realização <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> listas com os nomes das personagens ou com as<br />
palavras da história.<br />
• Or<strong>de</strong>nação da seqüência narrativa através do texto recortado em parágrafos ou<br />
em tirinhas.<br />
• Organização da turma para realizar dramatização espontânea, sem ser necessário<br />
<strong>de</strong>corar e seguir o texto.<br />
• Solicitação aos alunos/as para ilustrar a história ou <strong>de</strong>senhar os seus<br />
personagens.<br />
• Analise, juntamente com os/as alunos/as, semelhanças e diferenças da história<br />
coma vida real.<br />
• Trabalho coletivo.<br />
- Organização dos alunos em equipe.<br />
- Preenchimento da ficha <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong> leitura.<br />
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO<br />
Tipo <strong>de</strong> texto<br />
Para que serve esse texto?<br />
Quem utiliza?<br />
On<strong>de</strong> encontrar?<br />
FICHA DE LEITURA<br />
Título do texto<br />
Nome do/a autor/a<br />
Nome dos personagens<br />
Lugar on<strong>de</strong> acontece a história<br />
Opinião sobre o texto<br />
Ilustração<br />
- Solicitação da reescrita do texto a equipe.<br />
- Solicitação <strong>de</strong> cada equipe que leia o seu texto, objetivando socializar as<br />
produções.
- Escolha <strong>de</strong> uma produção escrita (com a permissão da equipe) para transcrevê-la<br />
em um cartaz ou na lousa.<br />
- Reestruturação do texto (revisão).<br />
LOUSA<br />
REESCRITA DO TEXTO<br />
História escrita pela equipe – (hipóteses sobre<br />
a escrita – padrão oral)<br />
REVISÃO DO TEXTO<br />
História reestruturada (intervenção do<br />
professor – padrão escrito)<br />
- Escolha <strong>de</strong> algumas palavras do texto para fazer a análise lingüística.<br />
Alunos/as não-alfabéticos/as<br />
HIPÓTESE<br />
(ALUNO/A)<br />
Alunos/as alfabéticos/as<br />
HIPÓTESE<br />
(ALUNO/A)<br />
CORREÇÃO<br />
(ALUNOS/AS<br />
+<br />
PROFESSOR/A)<br />
NÚMERO<br />
DE<br />
SÍLABA<br />
1ª<br />
SÍLABA<br />
ÚLTIMA<br />
SÍLABA<br />
ENCONTRO<br />
DE VOGAIS<br />
(A E I O U)<br />
ENCONTRO DE<br />
CONSOANTES<br />
(B C D F G H J K<br />
L M N P Q R S T<br />
V W X Y Z)<br />
CAXORO CACHORRO 3 CA RO ----- ----<br />
TORRO TOURO 2 TOU RO OU ----<br />
COBA COBRA 2 CO BRA ---- BR<br />
MACACU MACACO 3 MA CO ---- ----<br />
HIPÓTESE<br />
INDIVIDUAL<br />
(ALUNO/A)<br />
Alunos/as ortográficos/as:<br />
CORREÇÃO<br />
COLETIVA<br />
(ALUNOS/AS +<br />
PROFESSOR/A)<br />
NÚMERO<br />
DE<br />
SÍLABA<br />
CLASSIFICAÇÃO DE<br />
SÍLABAS:<br />
MONOSSÍLABO = 1 SÍLABA<br />
DISSÍLABA = 2 SÍLABAS<br />
TRISSÍLABA = 3 SÍLABA<br />
POLISSÍLABA = 4 SÍLABAS<br />
ENCONTRO<br />
DE VOGAIS<br />
(A E I O U)<br />
ENCONTRO DE<br />
CONSOANTES<br />
(B C D F G H J K L<br />
M N P Q R S T V W<br />
X Y Z)<br />
CAXORO CACHORRO 3 CA – CHOR – RO ----- ----<br />
TORRO TOURO 2 TOU – RO OU ----<br />
COBA COBRA 2 CO – BRA ---- BR<br />
MACACU MACACO 3 MA – CA – CO ---- ----<br />
DÍGRAFOS<br />
(RR, SS, SC,<br />
SÇ, XC, XS,<br />
NH, LH,<br />
CH, QU,<br />
GU)<br />
CORREÇÃO<br />
(ALUNOS/AS<br />
+ PROFESSOR/A)<br />
PLURAL<br />
NÚMERO<br />
DE<br />
LETRA<br />
DIMINUITIVO<br />
1ª<br />
LETRA<br />
AUMENTATIVO<br />
ÚLTIMA<br />
LETRA<br />
VOGAIS<br />
(A E I O<br />
U)<br />
MASCULINO /<br />
FEMININO<br />
CONSOANTES<br />
(B C D F G H J K L M<br />
N P Q R S T V W X Y<br />
Z)<br />
C E B CACHORRO 8 C O A O O C C H R R<br />
O U G N L TOURO 5 T O O U O T R<br />
AO COBRA 5 C A O A C B R<br />
MCA MACACO 6 M O A A O M C C<br />
ARTIGO<br />
RR – CH CACHORROS CACHORRINHO CACHORRÃO CADELA O CACHORRO<br />
----- TOUROS TOURINHO TOURÃO O TOURO<br />
----- COBRAS COBRINHA COBRÃO COBRA A COBRA<br />
----- MACACOS MACAQUINHO MACACÃO MACACA O MACACO
Procedimento:<br />
• Solicitar que os/as alunos/as escrevam, individualmente, do jeito que souberem<br />
(hipóteses <strong>de</strong> escrita), as palavras que o/a professor/a ditar. As palavras <strong>de</strong>vem ser<br />
retiradas <strong>de</strong> um texto trabalhado em sala <strong>de</strong> aula.<br />
• O/a professor/a <strong>de</strong>verá escolher alguns/algumas alunos/as e pedir que cada um/a<br />
diga a sua hipótese <strong>de</strong> escrita, em seguida, escrevê-las na lousa.<br />
• Solicitar que os/as <strong>de</strong>mais alunos/as observem cada uma das hipóteses e vejam<br />
se estão escritas corretamente. Caso não estejam, pedir que façam as correções e,<br />
se eles/as tiverem alguma dificulda<strong>de</strong>, o/a professor/a fará as <strong>de</strong>vidas intervenções,<br />
mas sempre os levando a analisar e refletir sobre a língua escrita.<br />
• Em seguida, escrever na lousa a escrita da palavra correta, mas sempre a partir<br />
das intervenções feitas. Na medida em que os/as alunos/as confrontarem as suas<br />
hipóteses <strong>de</strong> escrita (padrão oral – escreve como fala) com a escrita correta<br />
(padrão da norma culta), se estabelecerá o conflito cognitivo e, conseqüentemente,<br />
a aprendizagem da língua.<br />
• Pedir aos alunos e alunos que façam a análise lingüística das palavras, tomando<br />
como referência as que já foram corrigidas. Em seguida, fazer a correção da<br />
análise e, se eles/as tiverem alguma dificulda<strong>de</strong>, o/a professor/a fará as <strong>de</strong>vidas<br />
intervenções.<br />
Cabe ressaltar que como a lista é um gênero textual que favorece a aquisição da base<br />
alfabética e ortográfica, sua utilização <strong>de</strong>ve ser mais intensa enquanto houver alunos/as<br />
que não lêem e escrevem convencionalmente.<br />
LEMBRETES<br />
Ao planejar as situações didáticas com esse tipo <strong>de</strong> gênero textual, faz-se necessário que<br />
o/a professor/a:<br />
• Leia freqüentemente contos para seus alunos e suas alunas, visto que o contato<br />
diário com este tipo <strong>de</strong> gênero estimula o gosto e o prazer pela leitura.<br />
• Os contos longos <strong>de</strong>vem ser lidos por etapas.<br />
• Criar expectativas nos/as alunos/as com relação ao texto que irá ser trabalhado,<br />
perguntando-lhes: Qual o tipo <strong>de</strong> texto que vamos ler? Para que serve? Quando<br />
po<strong>de</strong>mos utilizá-lo? On<strong>de</strong> encontrá-lo? Qual será o título? Têm personagens?<br />
Falará <strong>de</strong> quê? Registrar na lousa as suas respostas e fazer a comparação no final<br />
do trabalho.<br />
• Intervenção: o/a professor/a <strong>de</strong>verá falar sobre o gênero textual trabalhado,<br />
<strong>de</strong>ixando claro o tipo, a finalida<strong>de</strong>, o público alvo e on<strong>de</strong> encontrar, bem como<br />
informações sobre o/a autor/a.<br />
• Oferecer informações que situe a leitura (autor/a, nome do livro etc.).<br />
• Propor situações em que os/as alunos/as possam inferir e antecipar significados<br />
antes, durante e <strong>de</strong>pois da leitura.<br />
• Antes da leitura: ler o título do texto e, a partir da leitura, levantar hipóteses<br />
sobre o tema, sondando os conhecimentos prévios dos/as alunos/as.<br />
• Durante a leitura: fazer várias inferências sobre o que irá acontecer na história,<br />
perguntando aos alunos/as: O que será que irá acontecer? O objetivo <strong>de</strong>stas<br />
inferências é levá-los a fazer antecipações sobre o texto.
• Após a leitura: fazer a comparação entre as hipóteses iniciais dos/as alunos/as<br />
sobre o texto. O objetivo é confirmar ou não as suas inferências.<br />
• Fazer a leitura do texto inteiro em voz alta garantindo que os/as alunos/as<br />
possam ouvi-lo tal qual está escrito, imprimindo ritmo e dando uma idéia correta<br />
do que significa ler.<br />
• Fazer a leitura compartilhada (professor/a e alunos/as).<br />
• Realizar o reconto, a interpretação oral e escrita do texto.<br />
CONTOS AFRICANOS<br />
A LUA FEITICEIRA E A FILHA QUE NÃO SABIA PILAR<br />
A lua tinha uma filha branca e em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casar. Um dia apareceu-lhe em casa um<br />
monhé pedindo a filha em casamento. A lua perguntou-lhe: — Como po<strong>de</strong> ser isso, se<br />
tu és monhé? Os monhés não comem ratos nem carne <strong>de</strong> porco e também não apreciam<br />
cerveja... Além disso, ela não sabe pilar...<br />
O monhé respon<strong>de</strong>u:<br />
__ Não vejo impedimento porque, embora eu seja monhé, a menina po<strong>de</strong> continuar a<br />
comer ratos e carne <strong>de</strong> porco e a beber cerveja... Quanto a não saber pilar, isso também<br />
não tem importância pois as minhas irmãs po<strong>de</strong>m fazê-lo.<br />
A lua, então, respon<strong>de</strong>u:<br />
__ Se é como dizes, po<strong>de</strong>s levar a minha filha que, quanto ao mais, é boa rapariga.<br />
O monhé levou consigo a menina. Ao chegar a casa foi ter com a sua mãe e fez-lhe<br />
saber que a menina com quem tinha casado comia ratos, carne <strong>de</strong> porco e bebia cerveja,<br />
mas que era necessário <strong>de</strong>ixá-la <strong>à</strong>-vonta<strong>de</strong> naqueles hábitos. Acrescentou também que<br />
ela não sabia pilar mas que as suas irmãs teriam a paciência <strong>de</strong> suprir essa falta.<br />
Dias <strong>de</strong>pois, o monhé saiu para o mato <strong>à</strong> caça. Na sua ausência, as irmãs chamaram a<br />
rapariga (sua cunhada) para ir pilar com elas para as pedras do rio e esta <strong>de</strong>satou a<br />
chorar.<br />
As irmãs censuraram-na:<br />
__ Então tu pões-te a chorar por te convidarmos a pilar?... Isso não está bem! Tens <strong>de</strong><br />
apren<strong>de</strong>r porque é trabalho próprio das mulheres.<br />
E, sem mais conversas, pegaram-lhe na mão e conduziram-na ao lugar on<strong>de</strong><br />
costumavam pilar.<br />
Quando chegaram ao rio puseram-lhe o pilão na frente, entregaram-lhe um maço e<br />
or<strong>de</strong>naram que pilasse.<br />
A rapariga começou a pilar mas com uma mágoa tão gran<strong>de</strong> que as lágrimas não<br />
paravam <strong>de</strong> lhe escorrer pela cara. Enquanto<br />
pilava ia-se lamentando:<br />
__ Quando estava em casa da minha mãe não<br />
costumava pilar... Ao dizer estas palavras, a<br />
rapariga, sempre a pilar e juntamente com o<br />
pilão, começou a sumir-se pelo chão abaixo,<br />
por entre as pedras que, misteriosamente, se<br />
afastavam. E foi mergulhando,<br />
mergulhando... até <strong>de</strong>saparecer.<br />
História africanas. Janelas! 20 contar. http://caracol.imaginario.com/estorias/in<strong>de</strong>x.html
A MENINA QUE NÃO FALAVA<br />
Certo dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como se<br />
queria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais da rapariga para tratar do assunto.<br />
__<br />
Essa nossa filha não fala. Caso consigas fazê-la falar, po<strong>de</strong>s casar com ela,<br />
respon<strong>de</strong>ram os pais da rapariga.<br />
O rapaz aproximou-se da menina e começou a fazer-lhe várias perguntas, a contar<br />
coisas engraçadas, bem como a insultá-la, mas a miúda não chegou a rir e não<br />
pronunciou uma só palavra. O rapaz <strong>de</strong>sistiu e foi-se embora.<br />
Após este rapaz, seguiram-se outros preten<strong>de</strong>ntes, alguns com muita fortuna mas,<br />
ninguém conseguiu fazê-la falar.<br />
O último preten<strong>de</strong>nte era um rapaz sujo, pobre e insignificante. Apareceu junto dos pais<br />
da rapariga dizendo que queria casar com ela, ao que os pais respon<strong>de</strong>ram:<br />
__<br />
Se já várias pessoas apresentáveis e com muito dinheiro não conseguiram fazê-la<br />
falar, tu é que vais conseguir? Nem penses nisso!<br />
O rapaz insistiu e pediu que o <strong>de</strong>ixassem tentar a sorte. Por fim, os pais ace<strong>de</strong>ram.<br />
O rapaz pediu <strong>à</strong> rapariga para irem <strong>à</strong> sua machamba, para esta o ajudar a sachar. A<br />
machamba estava carregada <strong>de</strong> muito milho e amendoim e o rapaz começou a sachá-los.<br />
Depois <strong>de</strong> muito trabalho, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com os seus<br />
produtos, perguntou-lhe:<br />
__<br />
O que estás a fazer?<br />
O rapaz começou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para junto dos pais <strong>de</strong>la<br />
e acabarem <strong>de</strong> uma vez com a questão.<br />
Quando aí chegaram, o rapaz contou o que se tinha passado na machamba. A questão<br />
foi discutida pelos anciãos da al<strong>de</strong>ia e organizou-se um gran<strong>de</strong> casamento.<br />
História africanas. Janelas! 20 contar. http://caracol.imaginario.com/estorias/in<strong>de</strong>x.html<br />
A GAZELA E O CARACOL<br />
Uma gazela encontrou um caracol e disse-lhe:<br />
__<br />
Tu, caracol, és incapaz <strong>de</strong> correr, só te arrastas pelo chão.<br />
O caracol respon<strong>de</strong>u:<br />
__<br />
Vem cá no Domingo e verás!<br />
O caracol arranjou cem papéis e em cada folha escreveu: «Quando vier a gazela e disser<br />
"caracol", tu respon<strong>de</strong>s com estas palavras: "Eu sou o caracol"». Dividiu os papéis pelos<br />
seus amigos caracóis dizendo-lhes:<br />
__<br />
Leiam estes papéis para que saibam o que fazer quando a gazela vier.<br />
No Domingo a gazela chegou <strong>à</strong> povoação e encontrou o caracol. Entretanto, este pedira<br />
aos seus amigos que se escon<strong>de</strong>ssem em todos os caminhos por on<strong>de</strong> ela passasse, e eles<br />
assim fizeram.<br />
Quando a gazela chegou, disse:<br />
__<br />
Vamos correr, tu e eu, e tu vais ficar para trás!<br />
O caracol meteu-se num arbusto, <strong>de</strong>ixando a gazela correr.<br />
Enquanto esta corria ia chamando:<br />
__<br />
Caracol!<br />
E havia sempre um caracol que respondia:<br />
__<br />
Eu sou o caracol.<br />
Mas nunca era o mesmo por causa das folhas <strong>de</strong> papel que foram distribuídas.
A gazela, por fim, acabou por se <strong>de</strong>itar, esgotada, morrendo com falta <strong>de</strong> ar. O caracol<br />
venceu, <strong>de</strong>vido <strong>à</strong> esperteza <strong>de</strong> ter escrito cem papéis.<br />
Comentário do narrador : «Como tu sabes escrever e nós não, nós cansamo-nos mas tu<br />
não. Nós nada sabemos!».<br />
Eduardo Me<strong>de</strong>iros (org.). <strong>Contos</strong> populares moçambicanos, 1997.<br />
http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto1.html<br />
O HOMEM CHAMADO NAMARASOTHA<br />
Havia um homem que se chamava Namarasotha. Era pobre e andava sempre vestido<br />
com farrapos. Um dia foi <strong>à</strong> caça. Ao chegar ao mato, encontrou uma impala morta.<br />
Quando se preparava para assar a carne do animal apareceu um passarinho que lhe<br />
disse:<br />
__ Namarasotha, não se <strong>de</strong>ve comer essa carne. Continua até mais adiante que o que é<br />
bom estará lá.<br />
O homem <strong>de</strong>ixou a carne e continuou a caminhar. Um pouco mais adiante encontrou<br />
uma gazela morta. Tentava, novamente, assar a carne quando surgiu um outro<br />
passarinho que lhe disse:<br />
__ Namarasotha, não se <strong>de</strong>ve comer essa carne. Vai sempre andando que encontrarás<br />
coisa melhor do que isso.<br />
Ele obe<strong>de</strong>ceu e continuou a andar até que viu uma casa junto ao caminho. Parou e uma<br />
mulher que estava junto da casa chamou-o, mas ele teve medo <strong>de</strong> se aproximar pois<br />
estava muito esfarrapado.<br />
__ Chega aqui!, insistiu a mulher.<br />
Namarasotha aproximou-se então.<br />
__ Entra, disse ela.<br />
Ele não queria entrar porque era pobre. Mas a mulher insistiu e Namarasotha entrou,<br />
finalmente.<br />
__<br />
Vai te lavar e veste estas roupas, disse a mulher. E ele lavou-se e vestiu as calças<br />
novas. Em seguida, a mulher <strong>de</strong>clarou:<br />
__<br />
A partir <strong>de</strong>ste momento esta casa é tua. Tu és o meu marido e passas a ser tu a<br />
mandar.<br />
E Namarasotha ficou, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser pobre.<br />
Um certo dia havia uma festa a que tinham <strong>de</strong> ir. Antes <strong>de</strong> partirem para a festa, a<br />
mulher disse a Namarasotha:<br />
__<br />
Na festa a que vamos quando dançares não <strong>de</strong>verás virar-te para trás.<br />
Namarasotha concordou e lá foram os dois. Na festa bebeu muita cerveja <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong><br />
mandioca e embriagou-se. Começou a dançar ao ritmo do batuque. A certa altura a<br />
música tornou-se tão animada que ele acabou por se virar.<br />
E no momento em que se virou, ficou como estava antes <strong>de</strong> chegar <strong>à</strong> casa da mulher:<br />
pobre e esfarrapado.<br />
NOTA: Todo o homem adulto <strong>de</strong>ve casar-se com uma mulher <strong>de</strong> outra linhagem. Só<br />
assim é respeitado como homem e tido como «bem vestido». O adulto sem mulher é
«esfarrapado e pobre». A verda<strong>de</strong>ira riqueza para um homem é a esposa, os filhos e o<br />
lar.<br />
Os animais que Namarasotha encontrou mortos simbolizam mulheres casadas e se<br />
comesse <strong>de</strong>ssa carne estaria a cometer adultério. Os passarinhos representam os mais<br />
velhos, que o aconselham a casar com uma mulher livre. Nas socieda<strong>de</strong>s matrilineares<br />
do Norte <strong>de</strong> Moçambique (don<strong>de</strong> provém este conto), são os homens que se integram<br />
nos espaços familiares das esposas. Nestas socieda<strong>de</strong>s, o chefe <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes<br />
espaços é o tio materno da esposa. O homem casado tem <strong>de</strong> sujeitar-se <strong>à</strong>s normas e<br />
regras que este traça. Se se revolta e impõe as suas, per<strong>de</strong> o seu estatuto <strong>de</strong> marido e é<br />
expulso, ficando cada cônjuge com o que levou para o lar.<br />
Cumprindo sempre o que os passarinhos lhe iam dizendo durante a sua viagem em<br />
busca <strong>de</strong> «riqueza», Namarasotha acabou por encontrá-la: casou com uma mulher livre<br />
e obteve um lar. Mas por não ter seguido o conselho da mulher, per<strong>de</strong>u o estatuto<br />
dignificante <strong>de</strong> homem adulto e casado.<br />
Eduardo Me<strong>de</strong>iros (org.). <strong>Contos</strong> Populares Moçambicanos, 1997<br />
http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto8.html<br />
O RATO E O CAÇADOR<br />
Antigamente havia um caçador que usava armadilhas, abrindo covas no chão. Ele tinha<br />
uma mulher que era cega e fizera com ela três filhos.<br />
Um dia, quando visitava as suas armadilhas, encontrou-se com um leão:<br />
__<br />
Bom dia, senhor! Que fazes por aqui no meu território? (perguntou o leão)<br />
__<br />
Ando a ver se as minhas armadilhas apanharam alguma coisa, respon<strong>de</strong>u o homem.<br />
__<br />
Tu tens <strong>de</strong> pagar um tributo, pois esta região pertence-me. O primeiro animal que<br />
apanhares é teu e o segundo meu e assim sucessivamente.<br />
O homem concordou e convidou o leão a visitar as armadilhas, uma das quais tinha uma<br />
presa __ uma gazela. Conforme o combinado, o animal ficou para o dono das<br />
armadilhas.<br />
Passado algum tempo, o caçador foi visitar os seus familiares e não voltou no mesmo<br />
dia. A mulher, necessitando <strong>de</strong> carne, resolveu ir ver se alguma das armadilhas tinha<br />
presa. Ao tentar encontrar as armadilhas, caiu numa <strong>de</strong>las com a criança que trazia ao<br />
colo.<br />
O leão que estava <strong>à</strong> espreita entre os arbustos, viu que a presa era uma pessoa e ficou <strong>à</strong><br />
espera que o caçador viesse para este lhe entregar o animal, conforme o contrato.<br />
No dia seguinte, o homem chegou a sua casa e não encontrou nem a mulher nem o filho<br />
mais novo. Resolveu, então, seguir as pegadas que a sua mulher tinha <strong>de</strong>ixado, que o<br />
guiaram até <strong>à</strong> zona das armadilhas. Quando aí chegou, viu que a presa do dia era a sua<br />
mulher e o filho. O leão, lá <strong>de</strong> longe, exclamou ao ver o homem a aproximar-se:<br />
__<br />
Bom dia amigo! Hoje é a minha vez! A armadilha apanhou dois animais ao mesmo<br />
tempo. Já tenho os <strong>de</strong>ntes afiados para os comer!<br />
__<br />
Amigo leão, conversemos sentados. A presa é a minha mulher e o meu filho.<br />
__<br />
Não quero saber <strong>de</strong> nada. Hoje a caçada é minha, como rei da selva e conforme o<br />
combinado, protestou o leão.<br />
De súbito, apareceu o rato.<br />
__<br />
Bom dia titios! O que se passa?, Disse o pequeno animal.<br />
__<br />
Este homem está a recusar-se a pagar o seu tributo em carne, segundo o combinado.<br />
__<br />
Titio, se concordaram assim, porque não cumpres? Po<strong>de</strong> ser a tua mulher ou o teu<br />
filho, mas <strong>de</strong>ves entregá-los. Deixa isso e vai-te embora, disse o rato ao homem.
Muito contrariado, o caçador retirou-se do local da conversa, ficando o rato, a mulher, o<br />
filho e o leão.<br />
__ Ouve, tio leão, nós já convencemos o homem a dar-te as presas. Agora <strong>de</strong>ves-me<br />
explicar como é que a mulher foi apanhada. Temos que experimentar como é que esta<br />
mulher caiu na armadilha (e levou o leão para perto <strong>de</strong> outra armadilha).<br />
Ao fazer a experiência, o leão caiu na armadilha.<br />
Então, o rato salvou a mulher e o filho, mandando-os para casa.<br />
A mulher, vendo-se salva <strong>de</strong> perigo, convidou o rato a ir viver para a sua casa, comendo<br />
tudo o que ela e a sua família comiam.<br />
Foi a partir daqui que o rato passou a viver em casa do homem, roendo tudo quanto<br />
existe...<br />
http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto9.html<br />
OS SEGREDOS DA NOSSA CASA<br />
Certo dia, uma mulher estava na cozinha e, ao atiçar a fogueira, <strong>de</strong>ixou cair cinza em<br />
cima do seu cão.<br />
O cão queixou-se:<br />
__<br />
A senhora, por favor, não me queime!<br />
Ela ficou muito espantada: um cão a falar! Até parecia mentira...<br />
Assustada, resolveu bater-lhe com o pau com que mexia a comida. Mas o pau também<br />
falou:<br />
__<br />
O cão não me fez mal. Não quero bater-lhe!<br />
A senhora já não sabia o que fazer e resolveu contar <strong>à</strong>s vizinhas o que se tinha passado<br />
com o cão e o pau.<br />
Mas, quando ia sair <strong>de</strong> casa a porta, com um ar zangado, avisou-a:<br />
__<br />
Não saias daqui e pensa no que aconteceu. Os segredos da nossa casa não <strong>de</strong>vem ser<br />
espalhados pelos vizinhos.<br />
A senhora percebeu o conselho da porta. Pensou que tudo começara porque tratara mal<br />
o seu cão. Então, pediu-lhe <strong>de</strong>sculpa e repartiu o almoço com ele.<br />
Comentário : é fundamental sabermos conviver uns com os outros, assegurar o respeito<br />
mútuo, embora <strong>à</strong>s vezes seja difícil...<br />
"Eu conto, tu contas, ele conta... Estórias africanas", org. <strong>de</strong> Aldónio Gomes, 1999<br />
http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto7.html<br />
TODOS DEPENDEM DA BOCA...<br />
Certo dia, a boca, com ar vaidoso, perguntou:<br />
__<br />
Embora o corpo seja um só, qual é o órgão mais importante?<br />
Os olhos respon<strong>de</strong>ram:<br />
__<br />
O órgão mais importante somos nós: observamos o que se passa e vemos as coisas.
__ __<br />
Somos nós, porque ouvimos disseram os ouvidos.<br />
__<br />
Estão enganados. Nós é que somos mais importantes porque agarramos as coisas,<br />
disseram as mãos.<br />
Mas o coração também tomou a palavra:<br />
__<br />
Então e eu? Eu é que sou importante: faço funcionar todo o corpo!<br />
__ __<br />
E eu trago em mim os alimentos! interveio a barriga.<br />
__<br />
Olha! Importante é aguentar todo o corpo como nós, as pernas, fazemos.<br />
Estavam nisto quando a mulher trouxe a massa, chamando-os para comer. Então os<br />
olhos viram a massa, o coração emocionou-se, a barriga esperou ficar farta, os ouvidos<br />
escutavam, as mãos podiam tirar bocados, as pernas andaram... mas a boca recusou<br />
comer. E continuou a recusar.<br />
Por isso, todos os outros órgãos começaram a ficar sem forças...<br />
Então a boca voltou a perguntar:<br />
__<br />
Afinal qual é o órgão mais importante no corpo?<br />
__<br />
És tu boca, respon<strong>de</strong>ram todos em coro. Tu és o nosso rei!<br />
Nota: todos nós somos importantes e, para viver, temos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a colaborar uns com os outros..."Eu<br />
conto, tu contas, ele conta... Estórias africanas", org. <strong>de</strong> Aldónio Gomes,<br />
1999http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto5.html<br />
UMA IDÉIA TONTA<br />
Um dia a hiena recebeu convite para dois banquetes que se realizavam <strong>à</strong> mesma hora<br />
em duas povoações muito distantes uma da outra. Em qualquer dos festins era abatido<br />
um boi, carne que a hiena é especialmente gulosa.<br />
__ Não há dúvida <strong>de</strong> que tenho <strong>de</strong> assistir aos dois banquetes, pois não quero<br />
<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar os anfitriões. Também as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comer carne <strong>de</strong> boi não são<br />
muitas... mas como hei-<strong>de</strong> fazer, se as festas são em lugares tão distantes um do outro?<br />
A hiena pensou, pensou... e, <strong>de</strong> repente, bateu com a mão na testa.<br />
__ Descobri! Afinal é simples... __ disse ela, muito contente com a sua esperteza.<br />
Saiu <strong>à</strong> pressa <strong>de</strong> casa. Assim que chegou ao local don<strong>de</strong> partiam os dois caminhos que<br />
levavam aos locais das festas, começou a andar pelo caminho que ficava do lado direito<br />
com a perna direita e pelo caminho que ficava do lado esquerdo, com a perna esquerda.<br />
Pensava chegar <strong>de</strong>ste modo a ambas as festas ao mesmo tempo. Mas começou a ficar<br />
admirada <strong>de</strong> lhe custar tanto caminhar <strong>de</strong>ssa maneira. E fez tanto esforço, que se sentiu<br />
dividir em duas <strong>de</strong> alto a baixo.<br />
Coitada, lá a levaram ao médico __ que a proibiu, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, <strong>de</strong> comer carne <strong>de</strong> boi<br />
durante um mês.<br />
É muito tonta a hiena!<br />
"Eu conto, tu contas, ele conta... Estórias africanas", org. <strong>de</strong> Aldónio Gomes, 1999<br />
http://www.terravista.pt/Bilene/4619/Conto6.html.<br />
A HIENA E O GALA-GALA<br />
A Hiena estabeleceu relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> com o Gala-Gala.<br />
Um dia, a Hiena preparou cerveja e foi chamar o seu amigo lagarto:<br />
__ Vamos beber cerveja.<br />
Foram. O Gala-Gala embriagou-se. Perguntou <strong>à</strong> sua amiga Hiena:
__<br />
Amiga, tu que gostas tanto <strong>de</strong> carne, se me encontrares morto no caminho, és capaz<br />
<strong>de</strong> me comer?<br />
__<br />
Não, isso nunca. Eu quero ser tua amiga.<br />
O lagarto embriagou-se muito e <strong>de</strong>spediu-se:<br />
__<br />
Amiga, vou para minha casa.<br />
__<br />
Está bem.<br />
O Gala-Gala partiu. A meio do caminho, <strong>de</strong>itou-se a dormir. A Hiena pensou: "O meu<br />
amigo bebeu muito. É melhor ir ver se ele chega bem a casa". Encontrou-o no<br />
caminho, <strong>de</strong>itado. Levantou-o:<br />
__<br />
É sono, amigo? É embriaguez?<br />
Segurou-o, virando-o. O lagarto calou-se, sem respirar. A Hiena agarrou nele e atirouo<br />
para o mato. Depois saiu do caminho, foi ver on<strong>de</strong> é que o Gala-Gala tinha caído e<br />
encontrou-o.<br />
__<br />
O meu amigo morreu.<br />
Cortou lenha, fez fogo, e agarrou no lagarto para o assar na fogueira. O Gala-Gala,<br />
sentindo o calor do fogo, bateu com a cauda nos olhos da Hiena e subiu, <strong>de</strong>pressa,<br />
para uma árvore.<br />
A amiza<strong>de</strong> entre eles acabou ali. O Gala-Gala passou a viver nas árvores e a Hiena<br />
continuou a andar no chão, para nunca mais se encontrarem.<br />
História africanas. Janelas! 20 contar. http://caracol.imaginario.com/estorias/in<strong>de</strong>x.html<br />
CORAÇÃO-SOZINHO<br />
O Leão e a Leoa tiveram três filhos; um <strong>de</strong>u a si próprio o nome <strong>de</strong> Coração-Sozinho,<br />
o outro escolheu o <strong>de</strong> Coração-com-a-Mãe e o terceiro o <strong>de</strong> Coração-com-o-Pai.<br />
Coração-Sozinho encontrou um porco e apanhou-o, mas não havia quem o ajudasse<br />
porque o seu nome era Coração-Sozinho.<br />
Coração-com-a-Mãe encontrou um porco, apanhou-o e sua mãe veio logo para o ajudar<br />
a matar o animal. Comeram-no ambos.<br />
Coração-com-o-Pai apanhou também um porco. O pai veio logo para o ajudar. Mataram<br />
o porco e comeram-no os dois.<br />
Coração-Sozinho encontrou outro porco, apanhou-o mas não o conseguia matar.<br />
Ninguém foi em seu auxílio. Coração-Sozinho continuou nas suas caçadas, sem ajuda<br />
<strong>de</strong> ninguém. Começou a emagrecer, a emagrecer, até que um dia morreu.<br />
Os outros continuaram cheios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por não terem um coração sozinho.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/leao.html<br />
O FIM DA AMIZADE ENTRE O CORVO E O COELHO<br />
O Corvo era muito amigo do Coelho. Combinaram, um dia, que cada um <strong>de</strong>les<br />
transportasse o companheiro <strong>à</strong>s costas, indo <strong>de</strong> povoação em povoação, para dar a<br />
conhecer <strong>à</strong>s pessoas a amiza<strong>de</strong> que os unia.<br />
O Corvo começou a carregar o Coelho. Andou com ele <strong>à</strong>s costas pelas al<strong>de</strong>ias e a gente,<br />
quando o via, perguntava-lhe:<br />
__ Ó Corvo, que trazes tu aí?<br />
__ Trago um amigo meu que acaba <strong>de</strong> chegar <strong>de</strong> Namandicha.<br />
Passou assim com ele por muitas terras.<br />
Chegou <strong>de</strong>pois a vez <strong>de</strong> ser o Coelho a carregar com o Corvo. Ao passar por uma al<strong>de</strong>ia,<br />
os moradores perguntaram-lhe:
__ Ó Coelho, que trazes tu <strong>à</strong>s costas?<br />
__ Ora, ora, trago penas, penugem e um gran<strong>de</strong> bico __ respon<strong>de</strong>u, a troçar, o Coelho.<br />
O Corvo não gostou que o companheiro o gozasse daquela maneira, saltou logo para o<br />
chão e <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser amigos.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/corvo.html<br />
O CÁGADO E O LAGARTO<br />
Num ano em que havia pouca comida, o Cágado pegou no dinheiro que tinha<br />
economizado e foi a Nanhagaia on<strong>de</strong> comprou um saco <strong>de</strong> milho.<br />
Quando voltava para casa, viu, a certa altura, um tronco <strong>de</strong> árvore atravessado no<br />
caminho. Como não conseguia passar por cima <strong>de</strong>le, atirou o saco <strong>de</strong> milho para o outro<br />
lado e <strong>de</strong>pois foi dar a volta.<br />
Quando estava a dar a volta, ouviu uma voz a gritar:<br />
__ Viva, viva, tenho um saco <strong>de</strong> milho que caiu lá <strong>de</strong> cima.<br />
Era o Lagarto, que segurava o saco que o Cágado tinha atirado.<br />
O Cágado protestou:<br />
__ Não. O saco é meu. Comprei-o agora e vou levá-lo para casa.<br />
O Lagarto não quis ouvir nada e levou o saco para casa <strong>de</strong>le, dizendo:<br />
__ Eu não o roubei a ninguém. Achei-o. Vou comer o milho porque encontrei o saco.<br />
O Cágado ficou muito zangado mas não podia fazer nada. Cheio <strong>de</strong> fome, no dia<br />
seguinte foi com os filhos ver se encontrava alguma coisa para comer.<br />
A certa altura, viram o rabo do Lagarto que saía <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um buraco, só com o rabo<br />
<strong>de</strong> fora.<br />
O Cágado agarrou no rabo e numa faca e preparou-se para o cortar. Depois <strong>de</strong> cortado,<br />
levou-o para casa e comeu-o com os filhos.<br />
O Lagarto que, entretanto tinha conseguido sair do buraco, foi queixar-se ao<br />
responsável da al<strong>de</strong>ia:<br />
__ O Cágado cortou-me o rabo. Man<strong>de</strong>-o chamar para ele dizer porque é que me cortou<br />
o rabo.<br />
O responsável convocou o Cágado e perguntou-lhe:<br />
__ É verda<strong>de</strong> que tu cortaste o rabo ao Lagarto?<br />
O Cágado, que era muito esperto, disse:<br />
__ É verda<strong>de</strong> que eu encontrei um rabo perto <strong>de</strong> um buraco e o levei para casa para<br />
comer, mas não era <strong>de</strong> ninguém. Eu não vi mais nada senão o rabo.<br />
__ Mas o rabo era meu __ gritou o Lagarto __ tens <strong>de</strong> o pagar.<br />
O Cágado respon<strong>de</strong>u:<br />
__ Não, não pago. Eu fiz o mesmo que tu fizeste ontem. Tu ontem encontraste o meu<br />
saco <strong>de</strong> milho e comeste-o. Eu hoje encontrei o teu rabo e comi-o. Agora estamos<br />
pagos.<br />
O responsável achou que ele tinha razão e mandou-os embora.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/cagado.html<br />
O CARACOL E A IMPALA<br />
Uma Impala, muito vaidosa da sua agilida<strong>de</strong> e da rapi<strong>de</strong>z com que corria, encontrou<br />
um Caracol e começou a fazer pouco <strong>de</strong>le:
__<br />
Ó Caracol, tu não és capaz <strong>de</strong> correr. Que vergonha, só és capaz <strong>de</strong> te arrastar pelo<br />
chão.<br />
O Caracol, que era esperto, resolveu enganar a Impala. Por isso <strong>de</strong>safio-a:<br />
__<br />
Vem cá no próximo domingo e vamos fazer uma corrida por esta estrada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aqui<br />
até ao rio.<br />
__ __<br />
Uma corrida comigo? perguntou, espantada, a Impala. — Está bem, cá estarei.<br />
E afastou-se a rir, pensando que o Caracol era maluco por querer correr com ela.<br />
O Caracol, entretanto, como tinha ido <strong>à</strong> escola e sabia ler e escrever, escreveu uma carta<br />
a todos os caracóis amigos <strong>de</strong>le que moravam ao longo da estrada até ao rio. Nessa carta<br />
ele dizia aos amigos para, no domingo, estarem junto <strong>à</strong> estrada e, quando passasse a<br />
Impala, se ela chamasse pelo Caracol, eles respon<strong>de</strong>rem: "Cá estou eu, o Caracol."<br />
No domingo, a Impala encontrou-se com o Caracol e, a rir muito, disse-lhe:<br />
__<br />
Vamos lá então correr os dois e ver quem chega primeiro ao rio.<br />
O Caracol <strong>de</strong>ixou-a partir a correr e escon<strong>de</strong>u-se num arbusto. A Impala corria e, <strong>de</strong> vez<br />
em quando, gritava:<br />
__<br />
Caracol, ó Caracol, on<strong>de</strong> é que tu estás?<br />
E havia sempre um dos amigos do Caracol que estava ali perto e respondia:<br />
__<br />
Cá estou eu, o Caracol.<br />
A Impala, que julgava ser sempre o mesmo Caracol que ia a correr com ela, corria cada<br />
vez mais, mas havia em todos os momentos um Caracol para respon<strong>de</strong>r quando ela<br />
chamava.<br />
De tanto correr, a Impala acabou por se <strong>de</strong>itar muito cansada e morrer com falta <strong>de</strong> ar.<br />
O Caracol ganhou a aposta porque foi mais esperto que a Impala e tinha ido <strong>à</strong> escola<br />
junto com os outros caracóis e todos sabiam ler e escrever. Só assim se pu<strong>de</strong>ram<br />
organizar para vencer a Impala.<br />
<strong>Contos</strong> moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/caracol.html<br />
O ELEFANTE, ESCRAVO DO COELHO<br />
Uma vez, o Coelho andava a passear e encontrou um gran<strong>de</strong> ajuntamento <strong>de</strong> animais<br />
sentados <strong>à</strong> sombra <strong>de</strong> uma árvore. Cheio <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>, quis logo saber do motivo<br />
daquela reunião e perguntou:<br />
__ Então o que é que se passa? Que novida<strong>de</strong>s há por aqui?<br />
Um dos animais explicou:<br />
__ Trata-se <strong>de</strong> um milando e estamos <strong>à</strong> espera do Elefante, o nosso chefe, para o<br />
resolver.<br />
__ O quê?... O quê?... O Elefante vosso chefe? __ perguntou o Coelho, franzindo a testa.<br />
E continuou:<br />
__ O Elefante não é chefe nenhum! O Elefante é meu escravo e leva-me sempre <strong>à</strong>s costas<br />
a qualquer parte que eu queira!<br />
Alguns do grupo admiraram-se:<br />
__ Como po<strong>de</strong> o Elefante ser teu escravo se tu és tão pequeno?<br />
__ O ser pequeno nada tem a ver com o meu valor __ replicou o Coelho.<br />
E, em tom autoritário, acrescentou:<br />
__ Já vos disse e torno a dizer que o Elefante não é chefe, é meu escravo, e por isso,<br />
vocês po<strong>de</strong>m ir embora daqui, que nesta coisa <strong>de</strong> resolver milandos ele não tem nada<br />
que se meter.
Dito isto, o Coelho dirigiu os passos para sua casa e muitos dos animais foram-se<br />
também embora dali por terem acreditado nas suas palavras.<br />
Algum tempo <strong>de</strong>pois, chegou o Elefante e perguntou:<br />
__ Então on<strong>de</strong> estão os outros que aqui faltam? Atrasaram-se na viagem?<br />
__ Não! __ explicaram-lhe os poucos animais que lá tinham ficado. — Os que aqui<br />
faltam foram-se embora há pouco tempo, porque passou neste lugar o Coelho e dissenos<br />
que tu, Elefante, não és chefe, mas sim, um escravo <strong>de</strong>le.<br />
O Elefante tremeu todo <strong>de</strong> indignação e, muito furioso, resmungou:<br />
__ Ah, Coelho malandro! Coelho vigarista!... Deixa lá que, hoje mesmo, me darás conta<br />
<strong>de</strong> palavras tão injuriosas e tão vis!...<br />
Entretanto, o Coelho chegou a casa e fingiu-se doente. A mulher, cheia <strong>de</strong> pena, foi<br />
esten<strong>de</strong>r uma esteira e o Coelho <strong>de</strong>itou-se nela.<br />
Daí a momentos chegou a Impala, que era cunhada do Coelho, avisando-o <strong>de</strong> que o<br />
Elefante já se aproximava para lhe fazer mal. E, transmitido o recado, retirou-se.<br />
O Coelho, manhoso, entrou então em gran<strong>de</strong>s convulsões, soltando, ao mesmo tempo,<br />
gemidos tão lastimosos que era mesmo <strong>de</strong> partir o coração.<br />
Chegou o Elefante que se pôs a roncar, muito mal disposto:<br />
__ Ó Coelho, ó malandro, salta <strong>de</strong>pressa cá para fora, que tens <strong>de</strong> me acompanhar.<br />
O Coelho murmurou, a gemer e entrecortando as palavras:<br />
__ Oh! Por... fa... vor! Des... cul... pe-me... porque eu... não... es...tou... bom!... dói-me<br />
mui...to... o cor... po to...do! Isto foi... um mal que me <strong>de</strong>u <strong>de</strong> re... pen... te...<br />
__ Não quero saber! Seja como for, tens <strong>de</strong> vir comigo ao lugar on<strong>de</strong> estão reunidos os<br />
outros animais, porque ouvi dizer que tiveste o <strong>de</strong>scaramento <strong>de</strong> enxovalhar o meu<br />
título <strong>de</strong> chefe e <strong>de</strong> dizer que eu sou teu escravo __ replicou o Elefante.<br />
__ Tens to... da a ra... zão... mas o cer... to é que eu... não aguen... to ca... mi... nhar...<br />
para te po... <strong>de</strong>r... acom... pa... nhar!<br />
__ Já te disse, tens <strong>de</strong> vir comigo, custe o que custar, mesmo que eu tenha <strong>de</strong> te levar <strong>à</strong>s<br />
costas __ or<strong>de</strong>nou o Elefante.<br />
__ Então só se for <strong>de</strong>sse mo... do, mas fi... ca... sa... ben... do que mes... mo assim a via...<br />
gem me vai ser muito... pe... no... sa.<br />
E, logo a seguir, chamou a mulher e disse, chorosamente:<br />
__ Dá cá a minha ca... mi... sa nova. Hi... Hi... Hi... Hi... vai tam... bém bus... car as<br />
minhas cal... ças no... vas.<br />
E, <strong>de</strong>pois:<br />
__ Já a... go... ra, traz tam... bém os meus sa... pa... tos no... vos! É que po... <strong>de</strong> a... con...<br />
te... cer que eu morra e, ao me... nos, que... ro morrer com os meus tra... jes mais ricos.<br />
Uma vez o Coelho vestido e calçado, o Elefante abaixou-se e o Coelho saltou-lhe para<br />
as costas, on<strong>de</strong> se instalou muito bem instalado.<br />
Estava um calor <strong>de</strong> rachar pedras. Antes <strong>de</strong> partir, o Coelho gritou para a mulher:<br />
__ Ó mulher, dá-me cá a sombrinha porque está muito calor... e posso agravar os meus<br />
males com alguma insolação.<br />
O Elefante, em gran<strong>de</strong>s e rápidas passadas, pôs-se a caminho da reunião.<br />
Quando se aproximavam do lugar, o Coelho, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> fingir que estava doente,<br />
ensaiou uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoa importante e esboçou um sorriso feliz.<br />
Os outros animais ao verem o Coelho assim todo solene e bem apresentado, <strong>à</strong>s costas do<br />
Elefante, começaram todos com gran<strong>de</strong>s exclamações:<br />
__ Olha! Olha!... Sempre é verda<strong>de</strong> o que o Coelho dizia. O Elefante é escravo <strong>de</strong>le...<br />
pois que o traz <strong>à</strong>s costas.<br />
Quando o Elefante parou, o Coelho <strong>de</strong>u um salto, muito ágil e elegante, para o chão e,<br />
tomando a palavra, dirigiu-se assim aos outros animais:
__<br />
Estão a ver?... Estão a ver?... Eu não vos dizia que o Elefante é o meu escravo?<br />
Todos os animais presentes romperam em gran<strong>de</strong> gritaria, clamando:<br />
__<br />
É verda<strong>de</strong>, sim senhor, é verda<strong>de</strong>. Tu, Elefante, não és chefe nenhum!... És escravo do<br />
Coelho pois o carregas <strong>à</strong>s costas.<br />
O Elefante só então <strong>de</strong>u pelo acto <strong>de</strong> estupi<strong>de</strong>z que cometera e, cheio <strong>de</strong> vergonha,<br />
<strong>de</strong>sandou dali para fora.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/elefante.html<br />
O GATO E O RATO<br />
O Gato e o Rato tornaram-se amigos. Um dia combinaram fazer uma viagem a uma<br />
terra distante. Pelo caminho tinham <strong>de</strong> atravessar um rio.<br />
__ __ __<br />
Por on<strong>de</strong> passaremos? perguntou o Gato. O rio leva muita água.<br />
O Rato respon<strong>de</strong>u:<br />
__<br />
Não faz mal. Fazemos um barco.<br />
O Gato concordou e logo ali os dois colheram uma gran<strong>de</strong> raiz <strong>de</strong> mandioca e fizeram<br />
um barco com ela. Meteram o barco na água, entraram para ele e começaram a<br />
atravessar o rio.<br />
Pelo caminho começaram a ter fome e repararam que não tinham levado comida.<br />
O Gato perguntou então:<br />
__<br />
O que é que nós havemos <strong>de</strong> comer?<br />
__<br />
Não te preocupes, amigo Gato, porque po<strong>de</strong>mos comer o nosso próprio barco.<br />
E os dois começaram a comer o barco. O Gato pouco comeu porque a mandioca não lhe<br />
sabia bem, mas o Rato comeu, comeu, comeu até que acabou por furar o barco, que foi<br />
ao fundo.<br />
O Gato e o Rato tiveram que nadar até <strong>à</strong> margem, mas, enquanto o Rato nadava bem e<br />
<strong>de</strong>pressa, o Gato que mal sabia nadar, só com muita dificulda<strong>de</strong> e muito envergonhado é<br />
que conseguiu chegar a terra.<br />
O Gato olhou então para o Rato e viu que ele estava com a barriga bem cheia por causa<br />
da mandioca, enquanto ele continuava cheio <strong>de</strong> fome. Por isso lembrou-se <strong>de</strong> comer o<br />
Rato.<br />
__<br />
Sinto muita fome, Rato. Vou ter <strong>de</strong> te comer.<br />
__ __ __<br />
Está bem disse o Rato espertalhão mas olha que eu estou muito sujo. É melhor ir<br />
primeiro lavar-me. Espera aí.<br />
O Rato afastou-se e <strong>de</strong>sapareceu. O Gato ainda hoje está <strong>à</strong> espera.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/gato1.html<br />
PORQUE É QUE OS CÃES SE CHEIRAM UNS AOS OUTROS<br />
Há muito tempo, quando os cães ainda não tinham sido domesticados pelo homem,<br />
viviam organizados em dois países. Cada país tinha um chefe e cada chefe gabava-se <strong>de</strong><br />
ser mais po<strong>de</strong>roso que o outro. Um <strong>de</strong>sses chefes quis um dia casar com a irmã do<br />
outro. Mas, como eles estavam sempre zangados, o outro respon<strong>de</strong>u:<br />
__ Não. Não quero que sejas o marido da minha irmã.<br />
O chefe que queria casar ficou furioso, porque gostava muito da irmã do outro chefe.<br />
Por isso mandou um dos seus servidores <strong>à</strong> terra do outro para lhe dizer:<br />
__ Se me recusas a tua irmã eu vou aí com o meu exército e <strong>de</strong>struo tudo.
Quando o servidor se preparava para partir, os conselheiros do chefe viram que ele<br />
estava todo sujo. Não tinha lavado a cara e tinha a cauda muito suja.<br />
Ora era costume naqueles países uma pessoa ir limpa e bem apresentada quando ia <strong>à</strong><br />
terra dos pais da noiva pedir-lhes a filha em casamento. Por isso perguntaram-lhe:<br />
__ Como se compreen<strong>de</strong> que não te tenhas lavado?<br />
Ele ficou muito envergonhado e os conselheiros encarregaram outros servidores <strong>de</strong> o<br />
lavarem muito bem e <strong>de</strong> lhe <strong>de</strong>itarem perfume na cauda para que ele cheirasse bem.<br />
Quando o mensageiro ia pelo caminho, sentia-se muito vaidoso por ir tão limpo e com a<br />
cauda perfumada. Por isso esqueceu-se do que ia fazer. Começou a procurar uma esposa<br />
para ele próprio e <strong>de</strong>sapareceu sem cumprir a sua tarefa até hoje.<br />
É por isso que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa altura, os cães andam todos sempre muito ocupados a cheirar<br />
a cauda uns dos outros para ver se encontram o mensageiro que <strong>de</strong>sapareceu.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos: INLD, 1979 http://www.terravista.pt/Bilene/1494/caes.html<br />
PITA PONJE<br />
Quando um beb÷ nascia, tinha que ficar pelo menos três a quatro semanas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
casa e a mãe <strong>de</strong>sse bebé não podia falar com pessoas <strong>de</strong> fora. Também a própria mãe<br />
tinha que ficar escondida, assim, <strong>de</strong>ntro da cubata.<br />
Até esta altura, o bebé estava sem nome. Só quando a ponta do umbigo do bebé tivesse<br />
secado e tivesse caído é que se podia atribuir o nome ao bebé. E esta atribuição do nome<br />
ao bebé era especial, porque geralmente tinha que se fazer uma festa, a "Pita pondje".<br />
No dia <strong>de</strong> "pita pondje", o pai do bebé tinha que ter pelo menos um cabrito, e a<br />
família materna do bebé tinha que preparar bebidas fermentáveis, para servir como<br />
alimentação no momento do festejo.<br />
Quando a família do marido e da mulher tivessem chegado, o pai do bebé ia para <strong>de</strong>ntro<br />
da cubata, saía com o bebé, punha-o por cima da cubata e dizia o nome completo do<br />
bebé - Mekondjo Mwetjihanga Mbutu.<br />
Entretanto, este nome era divulgado em voz alta para que toda gente o ouvisse.<br />
Finalmente , <strong>de</strong>pois do anúncio do nome, era servida <strong>à</strong>s pessoas a festa que se tinha<br />
preparado.<br />
Mbutu Tjipena Estudante da Universida<strong>de</strong> da Namíbia<br />
http://www.instituto-camoes.pt/CVC/projtelecolab/tintalusa/primeironumero/tl7.html<br />
ERA UMA VEZ...<br />
Era uma vez.... Numa al<strong>de</strong>ia havia uma senhora com duas filhas, uma chamada<br />
Kissanga e outra Binga. Ela era uma senhora que fazia o papel <strong>de</strong> pai e mãe.<br />
Nesta mesma região havia certos "Maquícis". Maquícis é uma palavra que em<br />
Kimbundo significa homens canibais ou seres gigantescos. As pessoas da al<strong>de</strong>ia, por<br />
vezes, eram presas por estes mesmos "Maquícis".<br />
A mãe, não tendo nenhum meio <strong>de</strong> sobrevivência a não ser lavrar, arriscava-se a ir<br />
lavrar e colher a alimentação para as suas filhas, que eram pequenas.<br />
Certo dia, quando ela caminhava para a lavra, <strong>de</strong>u <strong>de</strong> encontro com estes seres que a<br />
raptaram e a levaram para o local on<strong>de</strong> eles viviam, com o objectivo <strong>de</strong> a comer.<br />
As filhas, vendo que a mãe não aparecia, <strong>de</strong>cidiram seguir pelo mesmo caminho para ir<br />
ao encontro da mãe.
Durante a caminhada, elas <strong>de</strong>ram <strong>de</strong> encontro com várias pessoas da al<strong>de</strong>ia, que não<br />
foram capazes <strong>de</strong> dizer se haviam visto a mãe <strong>de</strong>las.<br />
As meninas, <strong>de</strong>sesperadas por não encontrarem a mãe, perguntavam por ela até mesmo<br />
aos animais. Até que uma pomba lhes disse on<strong>de</strong> estava a mãe <strong>de</strong>las. Sendo assim,<br />
pediram <strong>à</strong> pomba para salvar a mãe e a pomba assim fez .<br />
A mãe e as filhas voltaram a ser muito felizes.<br />
Augusto Jacinto Kihunga Estudante da Universida<strong>de</strong> da Namíbia<br />
http://www.instituto-camoes.pt/CVC/projtelecolab/tintalusa/primeironumero/tl7.html<br />
O PORCO E O MILHAFRE<br />
O Porco e o Milhafre eram dois inseparáveis amigos. O porco invejava as asas do<br />
Milhafre e insistia contínuamente com o amigo para que lhe arranjasse umas iguais para<br />
voar também.<br />
O Milhafre dispôs-se a fázer-lhe a vonta<strong>de</strong>. Conseguiu arranjar penas <strong>de</strong> outra ave e,<br />
com cera, colou-as nos ombros e nas pernas do seu amigo Porco. Este ficou radiante e<br />
começou a voar ao lado do seu amigo Milhafre.<br />
Quis acompanhá-lo até <strong>à</strong>s gran<strong>de</strong>s alturas, mas a cera começou a <strong>de</strong>rreter-se com o calor<br />
e as penas foram caindo uma a uma. À medida que as penas se <strong>de</strong>spegavam, ía o porco<br />
<strong>de</strong>scendo, contrariado. Quando as penas acabaram <strong>de</strong> se soltar, o porco caiu e bateu no<br />
chão com o focinho. E com tanta força bateu, que este, ficou achatado.<br />
Zangou-se o Porco com o Milhafre dizendo que tinha querido matá-lo, porque grudara<br />
mal as asas.<br />
Des<strong>de</strong> essa ocasião <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser amigo do Milhafre e, quando o vê pairar no alto, dá<br />
um grunhido e olha para ele <strong>de</strong>sconfiado. E aqui está a razão porque o Porco tem o<br />
focinho achatado e nunca mais quis voar.<br />
<strong>Contos</strong> tradicionais africanos. http://www.uarte.mct.pt.<br />
O LEÃO E O COELHO<br />
O Leão gostava <strong>de</strong> uma rapariga muito bonita. Decidido a casar, foi falar com os pais<br />
<strong>de</strong>la para obter o consentimento.<br />
Os pais concordaram com o namoro, mas puseram uma condição ao Rei da Selva: que<br />
lhes trouxesse dois coelhinhos. O Leão aceitou.<br />
Não tardou o Leão a encontrar o que pretendia - dois daqueles animaizinhos que<br />
estavam sós. Meteu-os <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um saco e dirigiu-se imediatamente para casa dos<br />
futuros sogros.<br />
No caminho encontrou o Coelho, e pediu-lhe o acompanhasse para o ajudar a fazer a<br />
entrega do dote. O das gran<strong>de</strong>s orelhas ace<strong>de</strong>u ao convite. Durante a viagem, o Coelho,<br />
animal esperto e muito curioso, resolveu averiguar o que o Rei dos animais levava no<br />
saco. Serviu-se então <strong>de</strong> um truque, fazendo um pedido:<br />
- Senhor Leão, <strong>de</strong>ixe-me ir fazer necessida<strong>de</strong>s.<br />
- Vai lá!<br />
O Coelho aproveitou-se da ocasião e levou o saco consigo. Ficou muito espantado,<br />
quando viu os seus dois filhos lá <strong>de</strong>ntro.<br />
Decidiu vingar-se. Tirou os dois coelhinhos e encheu o saco com um enxame <strong>de</strong><br />
abelhas. Chegados a casa dos futuros sogros do Leão, este disse ao Coelho: -Amigo
Coelho, podias sair por um bocado, pois queria tratar <strong>de</strong> uns assuntos particulares com<br />
estes senhores.<br />
- Com certeza, senhor Leão, eu saio, mas não será melhor fechar bem a porta e até<br />
amarrá-la para que eu não ouça as vossas importantes conversas?<br />
A sugestão foi bem aceite e o Coelho amarrou, por fora, a porta, com cordas muito<br />
fortes. O Rei da Selva, abriu o saco, para que os futuros sogros vissem os dois<br />
coelhinhos. As abelhas começaram <strong>à</strong> ferroada a todos os que se encontravam <strong>de</strong>ntro da<br />
casa.<br />
O Coelho regressou ao seu buraco, contente por ter salvo os filhos.<br />
<strong>Contos</strong> tradicionais africanos. http://www.uarte.mct.pt.<br />
O SEGREDO DE NOSSA CASA<br />
Certo dia, uma mulher estava na cozinha e, ao atiçar a fogueira, <strong>de</strong>ixou cair cinza em<br />
cima do seu cão.<br />
O cão queixou-se:<br />
– A senhora, por favor, não me queime!<br />
Ela ficou muito espantada: um cão a falar! Até parecia mentira...<br />
Assustada, resolveu bater-lhe com o pau com que mexia a comida. Mas o pau também<br />
falou:<br />
- O cão não me fez mal. Não quero bater-lhe!<br />
A senhora já não sabia o que fazer e resolveu contar <strong>à</strong>s vizinhas o que se tinha passado<br />
com o cão e o pau.<br />
Mas, quando ia sair <strong>de</strong> casa a porta, com um ar zangado, avisou-a:<br />
- Não saias daqui e pensas no que aconteceu. Os segredos da nossa casa não <strong>de</strong>vem ser<br />
espalhados pelos vizinhos.<br />
A senhora percebeu o conselho da porta. Pensou que tudo começara porque tratara mal<br />
o seu cão.<br />
Então, pediu-lhe <strong>de</strong>sculpa e repartiu o almoço com ele.<br />
Nota : é fundamental sabermos conviver uns com os outros e assegurar o respeito<br />
mútuo, embora <strong>à</strong>s vezes seja difícil...<br />
História africanas. Janelas! 20 contar. http://caracol.imaginario.com/estorias/in<strong>de</strong>x.html<br />
A CABAÇA UNIVERSAL<br />
A cabaça é um fruto do gênero do melão ou da abóbora, cuja casca grossa o torna útil<br />
para os homens, <strong>de</strong>pois que se lhe retirar a polpa macia. Serve como jarro <strong>de</strong> água ou, se<br />
for cheio com sementes secas, dá para chocalho musical. Em alguns templos colocam<br />
uma cabaça redonda cortada ao meio horizontalmente, para receber pequenas oferendas<br />
ou objetos simbólicos. O fruto é muitas vezes <strong>de</strong>corado com gravuras, em ambas as<br />
meta<strong>de</strong>s, com enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos bem como figuras <strong>de</strong> seres humanos,<br />
animais e répteis.<br />
Em Abomei, O Universo é consi<strong>de</strong>rado como uma esfera semelhante <strong>à</strong> cabaça redonda,<br />
e o horizonte fica nos bordos da união das meta<strong>de</strong>s do fruto. É aí que céu e mar se<br />
juntam, num local hipotético inacessível ao homem. A terra é consi<strong>de</strong>rada plana,<br />
flutuando <strong>de</strong>ntro da gran<strong>de</strong> esfera, tal como uma cabaça pequena po<strong>de</strong> flutuar <strong>de</strong>ntro da<br />
maior. Dentro da esfera estão as águas, não só no horizonte como por <strong>de</strong>baixo da Terra.
Este aspecto particualr é explicado pelo fato <strong>de</strong> que se alguém fura o solo sempre<br />
<strong>de</strong>scobre água, <strong>de</strong> modo que esta tem <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>ar toda a terra. O Sol, a Lua e as estrelas<br />
movem-se na meta<strong>de</strong> superior da cabaça.<br />
Quando Deus criou todas as coisas, a sua primeira preocupação foi formar a Terra,<br />
fixando os limites das águas e unindo bem os bordos da cabaça. Uma cobra divina<br />
enrolou-se <strong>à</strong> volta da Terra, para agregar e manter firme, e levou Deus a vários lugares,<br />
estabelecendo a or<strong>de</strong>m e sustentando todas as coisas com os seus movimentos<br />
essenciais.<br />
Mito africano <strong>de</strong> origem Abomei antiga capital da República Popular <strong>de</strong> Benin, registrado por Parrin<strong>de</strong>r<br />
em África. http://www.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/africa/processo.htm<br />
O CELEIRO DO MUNDO<br />
Quando Deus criou a Terra, serviu-se <strong>de</strong> um punhado <strong>de</strong> argila que amassou muito<br />
bem antes <strong>de</strong> a lançar para o espaço, on<strong>de</strong> se espalhou <strong>de</strong> norte a sul e <strong>de</strong> leste a oeste.<br />
Deus utilizou a mesma técnica para criar as estrelas, servindo-se <strong>de</strong>sta vez, <strong>de</strong> bolinhas<br />
mais pequenas, que começaram a cintilar quando as projetou em todas as direções.<br />
Depois, aperfeiçoou a sua arte para formar o Sol e a Lua, enormes bolas <strong>de</strong> argila<br />
envolvidas numa espiral <strong>de</strong> cobre vermelho ou branco incan<strong>de</strong>scente.<br />
Terra era <strong>de</strong>serta e árida: Deus enviou-lhe a chuva para a tornar fértil. Em seguida, uniuse<br />
ao novo planeta para gerar os seres vivos que o povoariam. O primeiro filho foi um<br />
chacal feroz e os seguintes foram gêmeos meio homem, meio serpentes.<br />
Decepcionado, Deus retomou a técnica da olaria e moldou quatro homens e quatro<br />
mulheres <strong>de</strong> argila, os quais foram enviados para a Terra.<br />
A missão dos oito primeiros seres humanos era simples: criar uma <strong>de</strong>scendência<br />
numerosa e ensinar técnicas aos homens. A vida terrestre <strong>de</strong>stes antepassados <strong>de</strong>via ter<br />
sido eterna, mas, passado algum tempo, Deus chamou-os para junto <strong>de</strong>le. Regressaram,<br />
pois, ao Céu, on<strong>de</strong> Deus os proibiu <strong>de</strong> se encontrarem, pois receava vê-los a discutir. A<br />
fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r matar a fome, <strong>de</strong>u a cada um <strong>de</strong>les sementes <strong>de</strong> oito plantas comestíveis,<br />
como o milho, o arroz e o feijão; a última planta, a digitária, era tão pequena e tão<br />
pouco prática <strong>de</strong> preparar que o primeiro dos oito antepassados jurou nunca comer.<br />
Ora, acontece que todas as sementes se esgotaram, exceto uma: a minúscula digitária. O<br />
primeiro antepassado <strong>de</strong>cidiu-se, então, a consumir esta última semente. Tendo rompido<br />
o juramento, tornou-se indigno <strong>de</strong> permanecer no Céu. Preparou, pois, o regresso <strong>à</strong><br />
Terra.<br />
O primeiro antepassado recordou-se então do estado miserável em que viviam os<br />
homens que abandonara <strong>à</strong> superfície da Terra: como formigas, habitavam galerias<br />
escavadas no chão; não possuíam nenhum utensílio, só conheciam o fogo e, além disso,<br />
teriam tido muita dificulda<strong>de</strong> em trabalhar, pois seus membros, como os dos<br />
antepassados, eram <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> articulações e moles como serpentes. Antes <strong>de</strong><br />
abandonar o Céu, reuniu, portanto, tudo o que consi<strong>de</strong>rou útil para os homens. Em<br />
primeiro lugar, um macho e uma fêmea <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>sconhecidas na Terra: galinhas,<br />
galos, carneiros, cabras, gatos, cães e até mesmo ratos e ratazanas; entre os animais<br />
selvagens, escolheu os antílopes, as hienas, os gatos bravos, os macacos, os elefantes;<br />
pensou também nas aves, nos insetos e nos peixes. Ocupou-se igualmente do mundo<br />
vegetal, começando pelo baobá, e, naturalmente, não se esqueceu das oito sementes<br />
comestíveis que tão bem conhecia. Por fim, pretendia levar aos homens um fole, um<br />
martelo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e uma bigorna, para os ensinar a fabricar instrumentos. Tudo isso<br />
era pesado e volumoso, mas ele teve uma idéia.
Com "terra <strong>de</strong> céu", construiu uma pirâmi<strong>de</strong> truncada, cuja base era circular e o topo<br />
quadrado. No interior, or<strong>de</strong>nou oito compartimentos, nos quais guardou as sementes<br />
comestíveis. Nas pare<strong>de</strong>s do edifício, escavou quatro escadas, nas quais dispôs os<br />
animais e as plantas. Em seguida, espetou no cimo da pirâmi<strong>de</strong> uma flecha, <strong>à</strong> volta da<br />
qual enrolou um fio. Pren<strong>de</strong>u a outra extremida<strong>de</strong> do fia a uma segunda flecha, que<br />
enviou para a abóboda celeste. Faltava-lhe fazer o mais perigoso: subtrair aos ferreiros<br />
do céu um pedaço <strong>de</strong> sol, a fim <strong>de</strong> levar o fogo aos homens. Introduziu-se na oficina dos<br />
ferreiros e, utilizando uma haste encurvada, apo<strong>de</strong>rou-se <strong>de</strong> algumas brasas e <strong>de</strong> um<br />
fragmento <strong>de</strong> ferro incan<strong>de</strong>scente, que ocultou no fole. Por fim, lançou seu curioso<br />
edifício para o vazio, ao longo <strong>de</strong> um arco-íris: enquanto o fio se <strong>de</strong>senrolava como uma<br />
serpentina, o antepassado mantinha-se <strong>de</strong> pé, pronto para se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r dos perigos do<br />
espaço.<br />
O ataque veio do céu. Furiosos, os dois ferreiros atiraram archotes acesos sobre o ladrão<br />
<strong>de</strong> fogo, obrigando-o a proteger-se com a pele <strong>de</strong> carneiro que envolvia o fole. Contudo,<br />
o edifício <strong>de</strong>scia cada vez mais <strong>de</strong>pressa, <strong>de</strong>ixando no seu rastro um feixe <strong>de</strong> estrelas...<br />
A aterragem foi violenta: o antepassado per<strong>de</strong>u o equilíbrio, a bigorna e o martelo<br />
quebraram-lhe os membros frágeis, criando as articulações <strong>de</strong> que tanto carecia.<br />
Observou-se imediatamente a mesma transformação no corpo <strong>de</strong> todos os homens. O<br />
antepassado <strong>de</strong>limitou então, o primeiro campo, construiu a primeira al<strong>de</strong>ia e a primeira<br />
forja. Em seguida, ensinou os homens a cavar com uma enxada. Os outros sete<br />
antepassados juntaram-se-lhe, possuindo cada um <strong>de</strong>les o segredo <strong>de</strong> várias técnicas,<br />
como o fabrico <strong>de</strong> sapatos ou <strong>de</strong> instrumentos musicais.<br />
Mito africano <strong>de</strong> origem Dogon citado por Ragache em A Criação do Mundo - Mitos e lendas.<br />
http://www.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/africa/processo.htm<br />
A CRIAÇÃO DO MUNDO<br />
No princípio, o Deus único criou o Sol e a Lua, que tinha a forma <strong>de</strong> cântaros, a sua<br />
primeira invenção. O Sol é branco e quente, ro<strong>de</strong>ado por oito anéis <strong>de</strong> cobre vermelho, e<br />
a Lua, <strong>de</strong> forma idêntica tem anéis <strong>de</strong> cobre branco. As estrelas nasceram <strong>de</strong> pedras que<br />
Deus atirou para o espaço. Para criar a Terra, Deus espremeu um pedaço <strong>de</strong> barro e, tal<br />
como fizera com as estrelas, arremessou-o para o espaço, on<strong>de</strong> ele se achatou, com o<br />
Norte no topo e o restante espalhado em diferentes regiões, <strong>à</strong> semelhança do corpo<br />
humano quando está <strong>de</strong>itado <strong>de</strong> cara para cima.<br />
Mito africano <strong>de</strong> origem Dogon reveladas por um velho cego, Ogotemmêli, escolhido<br />
pela tribo para contar aos seus amigos europeus os segredos da mitologia dos Dogons,<br />
relatado por Parrin<strong>de</strong>r em África.<br />
http://www.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/africa/processo.htm
AVALIAÇÃO<br />
A avaliação é um ato diagnóstico contínuo que serve <strong>de</strong> subsídio para uma tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão na perspectiva da construção da trajetória do <strong>de</strong>senvolvimento do educando e<br />
apoio ao educador na práxis pedagógica. Nessa perspectiva, a avaliação funciona como<br />
instrumento que possibilita ao professor ressignificar a prática docente a partir dos<br />
resultados alcançados com os alunos, ou seja, o resultado é sempre o início do<br />
planejamento <strong>de</strong> intervenções posteriores.<br />
Sugerimos a utilização do instrumento avaliativo apresentado a seguir, para<br />
acompanhamento do <strong>de</strong>sempenho dos seus alunos e replanejamento <strong>de</strong> suas ações.<br />
1.<br />
2.<br />
3.<br />
4.<br />
5.<br />
Aluno (a):<br />
AVALIANDO O TRABALHO COM CONTOS NO<br />
CICLO DE APRENDIZAGEM I<br />
Conhece a função social do<br />
conto?<br />
I<strong>de</strong>ntifica o título da história?<br />
I<strong>de</strong>ntifica o/a autor/a da<br />
história?<br />
Reconhece e caracteriza os<br />
personagens da história?<br />
Descreve o ambiente on<strong>de</strong><br />
ocorreu a história?<br />
Faz o reconto da história<br />
obe<strong>de</strong>cendo a uma seqüência<br />
lógica?<br />
Faz a reescrita da história obe<strong>de</strong>cendo<br />
a uma seqüência lógica?<br />
Localiza informações no<br />
texto?
Desenvolviment<br />
o<br />
e a<strong>de</strong>quação ao<br />
Características<br />
Do gênero<br />
Estrutura<br />
estética<br />
Estrutura<br />
Lingüística<br />
AVALIANDO O TRABALHO COM CONTOS NO CICLO DE<br />
APRENDIZAGEM II<br />
TÓPICOS DE REVISÃO<br />
O texto produzido correspon<strong>de</strong> ao tema proposto?<br />
Foi produzido o suficiente para o <strong>de</strong>senvolvimento das idéias?<br />
tema<br />
O texto apresenta clareza<br />
O texto apresenta coesão?<br />
O texto caracteriza-se como um conto?<br />
O texto apresenta:<br />
- Narrador/a?<br />
- Título?<br />
- Autor/a?<br />
- Ambientação?<br />
- Personagens e suas características físicas e psicológicas?<br />
- Enredo?<br />
- Conflito (problema)?<br />
- Clímax?<br />
- Desfecho?<br />
- Seqüência cronológica?<br />
- Diálogos?<br />
O texto foi escrito respeitando as linhas?<br />
A letra empregada é legível?<br />
O texto é legível, ainda que com borrões e rasuras?<br />
O texto apresenta margem dos dois lados da página?<br />
De uma forma geral o aluno:<br />
- Escreve convencionalmente as palavras?<br />
- Acentua a<strong>de</strong>quadamente as palavras?<br />
- Emprega a pontuação que facilita a leitura e compreensão do texto?<br />
- Usa letras maiúsculas e minúsculas a<strong>de</strong>quadamente?<br />
- Emprega o vocabulário <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada?<br />
- Apresenta concordância nominal?<br />
- Apresenta concordância verbal?<br />
Sim/<br />
Não
REFERÊNCIAS<br />
<strong>Contos</strong> africanos. In: <strong>Contos</strong> e recontos. Capturado em abril <strong>de</strong> 2006. Disponível na<br />
Internet: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/.<br />
<strong>Contos</strong> Moçambicanos. Capturado em abril <strong>de</strong> 2006. Disponível na Internet:<br />
http://www.terravista.pt/Bilene.<br />
Mito africano. Capturado em abril <strong>de</strong> 2006. Disponível na Internet:<br />
http://www.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/africa/processo.htm<br />
<strong>Contos</strong> tradicionais africanos. http://www.uarte.mct.pt.<br />
<strong>Contos</strong> africanos. In: Janelas! 20 contar. Capturado em março <strong>de</strong> 2006. Disponível na<br />
Internet: http://caracol.imaginario.com/estorias/in<strong>de</strong>x.html.<br />
MACHADO, Vanda. Mitos afro-brasileiros e vivências educacionais. In. Pasta <strong>de</strong><br />
texto da professora e do professor. Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação e Cultura do<br />
Salvador, 2005.<br />
Salto para o futuro, disponível no site: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/.