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Oreaquecimento da economia que, em 2010, promoveu números recordes de vendas e lançamentos no setor imobiliário, vem expondo uma consequência não muito favorável. O “outro lado da moeda” mostra que o setor está carente de mão de obra especializada. Mas, engana-se quem pensa que isso acontece apenas nos grandes centros. O problema tem afetado todas as regiões do País e já era um fator mais que esperado e anunciado. Um estudo – elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), divulgado no fim de 2009 – mostrou que o setor contrataria mais 180 mil trabalhadores em 2010, promovendo uma expansão de 8% na oferta de vagas com carteira assinada. Mas, qual a razão para essa carência? A explicação é dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, Antônio de Sousa Ramalho. “há oito anos, os sindicatos, as empresas e os governos não se preocupam em profissionalizar a mão de obra. Além disso, o setor substituiu os trabalhadores por aqueles oriundos de outras áreas, como a rural, por exemplo”, afirmou. O presidente-executivo da Abramat, Melvyn Fox, vai mais fundo. “não estávamos preparados para os inúmeros programas e incentivos do Governo Federal. Vínhamos de um período de estagnação que durou de 1985 a 2005, o que fez com que esses trabalhadores migrassem para outras áreas”, acrescentou. De braços dados com o problema, há um outro aspecto que também vem tirando o sono de muita gente: os altos custos dos projetos. “A falta de trabalhadores especializados promove uma redução da produtividade e, consequentemente, o encarecimento da obra, já que torna-se necessário contratar um maior número de trabalhadores para executarem os serviços”, explicou o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), haruo Ishikawa. Resolvendo o problema – Para os especialistas, a melhor maneira de sanar a falta de mão de obra especializada é o investimento em educação de qualidade. Para isso, entidades do setor já vêm trabalhando para oferecer cursos profissionalizantes e de capacitação. O Sintracon/SP, por exemplo, há dois anos mantém convênio com o Instituto de Ensino e Cultura e com o SEnAI, que prevê a realização de cursos ministrados nos próprios canteiros de obras. “Buscamos treinar o trabalhador em seu próprio local de trabalho, dessa forma, aproveitamos a estrutura que já está montada ali e o material fornecido pela própria construtora. Além disso, ele já tem a carteira assinada, o que evita que percamos essa mão de obra para a informalidade, o que acontece em 19