Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento das ... - Bio Cursos
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<strong>Recursos</strong> <strong>fisioterapêuticos</strong> <strong>utilizados</strong> <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias: uma<br />
revisão de literatura<br />
Resumo<br />
Maria Glesilene Ponte 1<br />
zizi-ponte@hotmail.com<br />
Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-funcional – Faculdade Ávila<br />
As estrias são alterações cutâneas indesejáveis, defini<strong>das</strong> como cicatrizes lineares visíveis<br />
que se dispõem paralelamente umas as outras, podendo ser raras ou numerosas e indicam<br />
uma lesão na pele, pois ocorre um desequilíbrio elástico localizado. Há evidências que o seu<br />
aparecimento seja multifatorial, não somente fatores mecânicos e endocri<strong>no</strong>lógicos, mas<br />
também predisposição genética e familiar. A maior incidência se dá <strong>no</strong> gênero femini<strong>no</strong> em<br />
idade entre 12 e 14 a<strong>no</strong>s, e, em meni<strong>no</strong>s de 12 e 15 a<strong>no</strong>s. Neste sentido o presente estudo teve<br />
como objetivo analisar a importância da Fisioterapia Dermato-Funcional com a utilização<br />
de recursos <strong>fisioterapêuticos</strong> em pacientes com estrias. Esta revisão bibliográfica descreveu a<br />
utilização de recursos como: ácidos, carboxiterapia e galva<strong>no</strong>puntura, buscou-se por meio de<br />
livros e artigos científicos com a finalidade de relatar a eficácia destes recursos na<br />
restauração do aspecto da pele estriada. Neste trabalho, demonstra-se que a utilização de<br />
recursos <strong>fisioterapêuticos</strong> objetivam a melhora do aspecto físico e psicológico de pacientes<br />
acometidos pelas estrias.<br />
Palavra chave: estrias, galva<strong>no</strong>puntura, eletroterapia.<br />
1. Introdução<br />
A fisioterapia vem adquirindo cada vez mais espaço e ampliando seu leque de áreas de<br />
atuação. Uma destas áreas é a Fisioterapia Dermato-Funcional, que tem como objetivo a<br />
recuperação físico, estético e funcional <strong>das</strong> alterações decorrentes dos distúrbios endócri<strong>no</strong>metabólicos,<br />
tegumentares, vasculares e de cicatrização do organismo. Atua também <strong>no</strong>s<br />
campos de alterações estéticas faciais e corporais, afecções endócri<strong>no</strong> – metabólicas tais<br />
como: obesidade e edemas gestacionais; afecções vasculares, como linfedemas e úlceras<br />
ve<strong>no</strong>sas; alterações de cicatrização como aderência e quelóide, pré e pós-operatório de<br />
cirurgia plástica. O fisioterapeuta, por meio de recursos físicos, pode atuar nas diversas<br />
alterações do padrão estético como: acne, cicatrizes hipertróficas, fibro edema gelóide, entre<br />
outras. Destas alterações podemos destacar as estrias, que caracterizam-se por uma<br />
cicatrização atrófica da pele, devido ao rompimento <strong>das</strong> fibras elásticas presentes na derme.<br />
Estas rupturas da pele formam lesões paralelas, surgindo principalmente nas coxas, nádegas,<br />
abdômen, mamas e dorso do tronco que promovem afecções desagradáveis do ponto de vista<br />
estético.<br />
O <strong>tratamento</strong> para as estrias sempre foi muito questionado, com base na teoria de que o tecido<br />
elástico não se regenera. Dentre os vários recursos <strong>utilizados</strong> pelos profissionais da<br />
fisioterapia, destacam-se alguns recursos para melhor abordagem neste trabalho como: ácidos,<br />
carboxiterapia e galva<strong>no</strong>puntura.<br />
______________________<br />
1 Pós-graduando em Fisioterapia Dermato-Funcional.<br />
1
Devido às inúmeras complicações físicas e psicológicas que as estrias trazem as pessoas,<br />
prejudicando a estética e provocando uma desarmonia corporal, faz-se necessário uma<br />
pesquisa acerca dos recursos mais <strong>utilizados</strong> pela fisioterapia para obtenção de dados<br />
confiantes que tragam satisfação aos clientes que buscam um recurso fidedig<strong>no</strong>, eficiente e<br />
seguro <strong>no</strong> combate as cicatrizes atróficas, ou seja, as estrias. Para tanto, é necessário a<br />
seguinte pergunta: Como o <strong>tratamento</strong> fisioterapêutico com os recursos: ácidos,<br />
galva<strong>no</strong>puntura e carboxiterapia, podem proporcionar vantagens na recuperação de tecidos<br />
aos pacientes acometidos pelas estrias?<br />
Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da Fisioterapia Dermato-Funcional<br />
com a utilização de recursos <strong>fisioterapêuticos</strong> em pacientes com estrias. No desenvolvimento<br />
do trabalho em questão, ainda serão abordados também a estrutura da pele, os recursos<br />
<strong>fisioterapêuticos</strong> e as vantagens obti<strong>das</strong> com o <strong>tratamento</strong>.<br />
Nesta pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica, sendo que se utilizou de livros,<br />
revistas e artigos científicos nacionais e internacionais, com o objetivo de alcançar uma<br />
melhor compreensão do tema e apresentação de uma proposta terapêutica eficaz <strong>no</strong><br />
<strong>tratamento</strong> contra as estrias. Para isso, isolou-se três recursos amplamente <strong>utilizados</strong> pela<br />
fisioterapia que são: os ácidos,a galva<strong>no</strong>puntura e a carboxiterapia.<br />
Espera-se que os resultados obtidos nessa pesquisa venham colaborar com os profissionais<br />
fisioterapeutas, prestando mais informações e esclarecimentos acerca da possibilidade de<br />
empregabilidade destes recursos.<br />
2. Estruturas da pele<br />
Jacob et al. (1990), afirmam que a pele do adulto recobre em média mais de 7500 cm 2 de área<br />
de superfície, pesa aproximadamente 3 quilogramas e recebe cerca de 1/3 de toda a circulação<br />
sanguínea do corpo. Ela é elástica e, sob condições <strong>no</strong>rmais, apresenta propriedades autoregeneradoras.<br />
Ainda segundo Jacob et al. (1990) a pele é altamente seletiva e, quase que inteiramente à<br />
prova de água, fornecendo uma eficiente e bem regulada barreira térmica, e participando na<br />
dissipação de água, garantindo um bom funcionamento <strong>das</strong> funções termorreguladoras do<br />
corpo.<br />
A pele compõe-se essencialmente de três cama<strong>das</strong>: a epiderme, a derme e a<br />
hipoderme. A epiderme é a camada externa e está diretamente ligada ao meio<br />
ambiente, ela é formada por um arranjo ordenado de células, de<strong>no</strong>minada de<br />
ceratinócitos, cuja função básica é sintetizar a ceratina, uma proteína filamentosa<br />
com função protetora. A derme é a camada interna e seu principal componente é<br />
uma proteína estrutural fibrilar de<strong>no</strong>minada coláge<strong>no</strong>. Ela está localizada sobre o<br />
panículo, ou hipoderme, que é composto, principalmente, de lóbulos de lipócitos ou<br />
células adiposas (ARNOLD; ODOM; JAMES, 1994).<br />
Conforme Guirro e Guirro (2004), as fibras elásticas da derme são os alvos iniciais de<br />
formação <strong>das</strong> estrias, onde se inicia um processo de granulação de mastócitos e ativação<br />
macrófica que intensificam a elastólise <strong>no</strong> tecido. Segundo Maio (2004) essas mesmas<br />
estruturas são responsáveis pela força tênsil e a elasticidade, gerando um afinamento do tecido<br />
conectivo que, aliado a maiores tensões sobre a pele produzem estriações cutâneas<br />
de<strong>no</strong>mina<strong>das</strong>: estrias.<br />
“A elasticidade dos tecidos é de fundamental importância para o homem em vários órgãos<br />
inclusive a pele, que responde consecutivamente á solicitações fisiológicas e patológicas <strong>no</strong><br />
2
decorrer da vida, devido principalmente a presença de fibras elásticas <strong>no</strong> tecido.” (MORAES<br />
et al., 2010)<br />
Nogueira (2007) descreve que, dentre as cama<strong>das</strong> da pele, a derme é a camada mais<br />
complexa, composta de tecido conjuntivo, fibras elásticas e proteínas fibrosas, cuja principal<br />
função é sustentar, dar força e elasticidade à pele. Além destas estruturas, também são<br />
encontra<strong>das</strong> células de defesa como macrófagos que auxiliam na regeneração dos tecidos<br />
(GRANJEIROS, et al 2007).<br />
Reparação dos tecidos<br />
A regeneração é um processo muito complexo, <strong>no</strong> entanto essencial sem o qual o corpo seria<br />
incapaz de sobreviver. Esse processo envolve ações integra<strong>das</strong> <strong>das</strong> células, matriz e<br />
mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. “A<br />
regeneração de uma lesão <strong>no</strong> tecido epitelial inicia logo após a perda da comunicação entre<br />
células adjacentes, sendo liberados <strong>no</strong> local da lesão substâncias quimiotáticas, que irão<br />
direcionar a migração <strong>das</strong> células originárias do tecido vascular e conjuntivo” (KITCHEN,<br />
2003).<br />
Segundo Júnior et al. (2006) comentam que: a reparação vai depender da idade do paciente,<br />
da sua nutrição, da administração de corticosteróides, se diabéticos ou sofrendo influência do<br />
hormônio de crescimento. Esse processo é dividido em três fases: inflamatória, proliferativa<br />
(proliferação celular) e de remodelamento (síntese de elementos para a constituição da matriz<br />
extracelular).<br />
“A inflamação tecidual é a reação local dos tecidos à agressão. Ela ocorre como resposta<br />
inespecífica caracterizada por uma série de alterações que tendem a limitar os efeitos da<br />
agressão.” (MONTENEGRO, 2004)<br />
Muito antes disso, dois pesquisadores, Sabistone e Courtney (2003), descreveram as três fases<br />
do processo de regeneração tecidual, durante observação histológica.<br />
Primeira fase ou fase inflamatória: é uma reação defensiva, localizada e restrita à área que<br />
sofreu a agressão de agentes lesivos. O processo inflamatório serve para destruir, diluir ou<br />
mobilizar o agente agressor e, em seguida, deflagrar uma série de acontecimentos que curam e<br />
reorganizam o tecido lesado, favorecendo o retor<strong>no</strong> da fisiologia. Essa fase começa <strong>no</strong> exato<br />
momento da lesão e permanece até 48 a 72 horas após a lesão.<br />
Segunda fase ou fase proliferativa: é caracterizada pela remoção dos restos celulares e pela<br />
reparação temporária do tecido formado durante o estagio anterior de inflamação e pelo<br />
desenvolvimento dos tecidos substitutos <strong>no</strong>vos e permanentes. O tecido de granulação começa<br />
a ser formado por volta do quarto dia após a lesão e, nessa etapa, os <strong>no</strong>vos fibroblastos<br />
acumulados misturam-se a neoformações de capilares, dando inicio ao tecido de granulação.<br />
Terceira fase ou fase de remodelação: é entendida como uma resposta de longo prazo ao<br />
ferimento. O processo de remodelamento da ferida implica <strong>no</strong> equilíbrio entre a síntese e a<br />
degradação de coláge<strong>no</strong> e redução da vascularização e da infiltração de células inflamatórias,<br />
até que se atinja a maturação.<br />
A reparação dos tecidos é influenciada pela idade da paciente, nutrição tecidual, uso de<br />
corticoesteróides, pacientes diabéticos e uso de hormônio de crescimento (LIMA E PRESSI,<br />
2005).<br />
3
3. Estrias<br />
De acordo com Guirro e Guirro (2004), a estria é uma atrofia tegumentar adquirida, de<br />
aspecto linear, algo sinuosa, em estrias de um ou mais milímetros de largura, a princípio<br />
avermelha<strong>das</strong>, depois esbranquiça<strong>das</strong> e abrilhanta<strong>das</strong> (nacara<strong>das</strong>). Raras ou numerosas,<br />
dispõem- se paralelamente umas às outras e perpendicularmente às linhas de fenda da pele,<br />
indicando um desequilíbrio elástico localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele.<br />
Apresentam caráter de bilateralidade, isto é, existe uma tendência da estria distribuir-se<br />
simetricamente e em ambos os lados. “A frequência de estrias é elevada, atingindo cerca de<br />
três a seis vezes mais o gênero femini<strong>no</strong>, destacando a faixa dos 14 aos 20 a<strong>no</strong>s.” (KEDE E<br />
SABATOVICH, 2004)<br />
De acordo com White et al. (2007), sua etiologia ainda não está definida, mas existem três<br />
teorias que tentam explicá-la, onde a mais bem aceita é a teoria endocri<strong>no</strong>lógica.<br />
Guirro e Guirro (2004) descrevem brevemente essas três teorias:<br />
Teoria mecânica: nessa teoria, acredita-se que a exagerada deposição de gordura <strong>no</strong> tecido<br />
adiposo, com subsequente da<strong>no</strong> as fibras elásticas e colágenas da pele seja o principal<br />
mecanismo do aparecimento <strong>das</strong> estrias. As estrias também são considera<strong>das</strong> como sequelas<br />
de períodos de rápido crescimento, onde ocorre a ruptura ou perda <strong>das</strong> fibras elásticas<br />
dérmicas, como por exemplo, na gestante, <strong>no</strong> estirão do crescimento na puberdade causando<br />
estrias <strong>no</strong>s adolescentes, bem como a deposição de gordura em obesos.<br />
Teoria endocri<strong>no</strong>lógica: essa teoria começou a surgir com a hipótese do “estiramento da pele”<br />
desgastada, e com o advento do uso terapêutico de hormônios adrenais corticais, associados à<br />
percepção do aparecimento <strong>das</strong> estrias como um efeito local. Pode-se explicar então que o<br />
aparecimento <strong>das</strong> estrias em algumas patologias não tem como efeito causal a afecção em si,<br />
mas sim as drogas utiliza<strong>das</strong> na sua terapêutica.<br />
Teoria infecciosa: essa teoria não possui muitos adeptos, já que os estudiosos partidários da<br />
teoria endocri<strong>no</strong>lógica conseguem explicar o surgimento <strong>das</strong> estrias em decorrência do<br />
<strong>tratamento</strong> efetuado à base de corticóides, sendo portanto, o verdadeiro fator desencadeante<br />
do processo de formação de estrias. No entanto, Wiener (1947) sugere que processos<br />
infecciosos provocam da<strong>no</strong>s às fibras elásticas, provocando estrias. O autor <strong>no</strong>tou em<br />
adolescentes a presença de estrias púrpuras após febre tifóide, tifo, febre reumática,<br />
hanseníase e outras infecções.<br />
As estrias podem ser classifica<strong>das</strong> em rosa<strong>das</strong> (iniciais), atróficas e nacara<strong>das</strong>. “As rosa<strong>das</strong> ou<br />
iniciais possuem aspecto inflamatório e coloração rosada dada pela superdistensão <strong>das</strong> fibras<br />
elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, com sinais de prurido e dor em alguns<br />
casos, erupção papular plana e levemente edematosa.” (GUIRRO E GUIRRO, 2004). “As<br />
atróficas possuem aspecto cicatricial, uma linha flácida central e hipocromia, com fibras<br />
elásticas e<strong>no</strong>vela<strong>das</strong> e algumas rompi<strong>das</strong>, com coláge<strong>no</strong> desorganizado e os anexos da pele<br />
desorganizados.” (LIMA E PRESSI, 2005). “Já as nacaras, possuem flacidez central,<br />
recoberta por epitélio pregueado, sendo desprovi<strong>das</strong> de anexos cutâneos e com fibras elásticas<br />
rompi<strong>das</strong>, e as lesões evoluindo para a fibrose”. (KEDE E SABATOVICH, 2004).<br />
Conforme Lima e Pressi (2005), as estrias são afeta<strong>das</strong> com mais frequência nas nádegas,<br />
coxas, mamas e abdômen. Também pode haver o envolvimento <strong>das</strong> virilhas e cotovelos,<br />
especialmente em atletas. No estágio inicial, muitas vezes há um componente inflamatório,<br />
mas logo depois surge a fase atrófica. As estrias atróficas são irreversíveis. Podem causar ou<br />
exacerbar esta condição os exercícios vigorosos de levantamento de peso e as rápi<strong>das</strong> e<br />
drásticas modificações do peso corporal.<br />
4
4. <strong>Recursos</strong> <strong>fisioterapêuticos</strong> <strong>utilizados</strong> <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias<br />
Nas bibliografias disponíveis que abordam sobre o assunto proposto nesta pesquisa, vários<br />
autores são unânimes em considerar, as estrias, como irreversíveis. No entanto, estudos<br />
comprovam a eficácia de alguns recursos que são amplamente <strong>utilizados</strong> pelos fisioterapeutas,<br />
que oferecem mudanças morfológicas, histoquímicos e funcionais do aspecto atrófico e da<br />
coloração da mesma, tanto num ponto de vista microscópico como macroscópico, o que<br />
oferecem uma melhora do aspecto cutâneo, da auto-estima e bem estar do paciente.<br />
Ácidos<br />
Conforme Jahara (2010), os ácidos são to<strong>das</strong> as substâncias que possuem seu potencial<br />
hidrogeniônico (pH) inferior ao da pele, transformando-a em uma região ácida,<br />
proporcionando uma descamação cutânea que pode ser desde uma simples esfoliação até o<br />
alcance de um peeling.<br />
Segundo Borges (2010) o termo peeling deriva do inglês to peel, que significa descamar,<br />
compreendido como um procedimento destinado a produzir uma re<strong>no</strong>vação celular da<br />
epiderme. O autor também relata que de acordo com a intensidade da ação do método<br />
escolhido, o procedimento será mais penetrante nas cama<strong>das</strong> da pele.<br />
Dependendo do percentual que utilizamos e pH estabelecidos numa formulação ácida,<br />
podemos alcançar níveis diferentes de profundidade cutânea, podendo ser muito superficial,<br />
superficial, médio ou profundo.<br />
Um tipo de ácido muito empregado pela fisioterapia é o glicólico. “O ácido glicólico é um<br />
agente cáustico que provoca a destruição controlada de partes da epiderme e/ou derme,<br />
seguida pela regeneração dos tecidos. Representa uma forma acelerada de esfoliação.”<br />
(ROTTA, 2008).<br />
Segundo Rigon (2009), o ácido glicólico é necessário para tratar as estrias, pois o mesmo<br />
apresenta propriedade eficaz para a reparação tecidual, visto que é seguro, de caráter natural e<br />
com muitos benefícios obtendo-se um resultado satisfatório <strong>no</strong> procedimento.<br />
O ácido glicólico também aumenta a hidratação da pele, além da capacidade de<br />
regular a queratinização e diminuir as ligações entre os corneócitos aumenta a<br />
elasticidade epidérmica. Essa ação se deve provavelmente à estimulação direta na<br />
produção de coláge<strong>no</strong>, elastina e mucopolissacarídeos nas cama<strong>das</strong> profun<strong>das</strong> da<br />
pele. (HENRIQUES et al., 2007)<br />
Outro ácido muito empregado pela fisioterapia <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias é o retinóico que de<br />
acordo com Jahara (2010), é um ácido que tem ação queratolítica e esfoliante em nível<br />
celular, estimulando o coláge<strong>no</strong> e recuperando os tecidos.<br />
Segundo Silva (1998) o ácido ascórbico ou vitamina C (C6H8O6, ascorbato, quando na forma<br />
ionizada) é uma molécula usada na hidroxilação de várias outras em reações bioquímicas nas<br />
células. A sua principal função é a hidroxilação do coláge<strong>no</strong>, a proteína fibrilar que dá<br />
resistência aos ossos, dentes, tendões e paredes dos vasos sanguíneos. Além disso, é um<br />
poderoso antioxidante, sendo usado para transformar os radicais livres de oxigênio em formas<br />
inertes. É também usado na síntese de algumas moléculas que servem como hormônios ou<br />
neurotransmissores.<br />
A epiderme apresenta cinco vezes o nível de vitamina C em relação à derme.<br />
Quando o indivíduo sofre exposição aguda à radiação ultravioleta, as concentrações<br />
dessa vitamina se esgotam tanto na derme quanto na epiderme. O esgotamento<br />
5
elativo é comum em pessoas mais velhas, principalmente quando estas apresentam<br />
patologias como o câncer. Em grande parte dos casos, essa falta está relacionada<br />
com a má ingestão da vitamina, podendo haver assim uma suplementação a fim de<br />
restaurar seus níveis <strong>no</strong>rmais. (RIBEIRO, 2006)<br />
Conforme Silva (1998), a vitamina C é utilizada <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> do escorbuto, na aceleração da<br />
cicatrização de feri<strong>das</strong>, restauração do tecido lesado por queimaduras graves ou traumatismos,<br />
para aumentar a resistência do organismo às infecções e durante a recuperação, e também em<br />
casos de diátese hemorrágica e de distúrbios na formação dos ossos e dos dentes.<br />
Carboxiterapia<br />
De acordo com Borges (2010), a carboxiterapia é uma técnica <strong>no</strong>va utilizada nas disfunções<br />
dermatológicas e estéticas. Caracteriza-se pelo uso terapêutico do gás carbônico medicinal<br />
com 99,9% de pureza administrado de forma subcutânea tendo como objetivo uma<br />
vasodilatação periférica e melhora do oxigênio tecidual.<br />
O mesmo autor afirma que nas estrias, o gás carbônico provoca um processo inflamatório, que<br />
responde com o aparecimento de um leve edema e hiperemia, a fim de aumentar a capacidade<br />
de replicação dos fibroblastos e, consequentemente a produção de fibras colágenas e elásticas<br />
na pele estriada.<br />
A resposta inflamatória diante uma “agressão” física é imediata e atua <strong>no</strong> sentido de<br />
destruir, diluir ou bloquear o agente agressor, mas, por sua vez, desencadeia uma<br />
série de eventos <strong>no</strong> tecido conjuntivo vascularizado, inclusive <strong>no</strong> plasma, nas células<br />
circulantes, <strong>no</strong>s vasos sanguíneos e <strong>no</strong>s componentes extravasculares do tecido<br />
conjuntivo, com o objetivo de cicatrizar e reconstituir o tecido lesado. (ROBBINS et<br />
al., 1996)<br />
Hidekazul (2005) cita que os aspectos histológicos <strong>no</strong> processo de reparação mostram a<br />
proliferação de peque<strong>no</strong>s vasos sanguíneos neoformados e de fibroblastos. “Há também<br />
alterações <strong>no</strong> calibre vascular, que conduzem ao aumento do fluxo sanguíneo, alterações<br />
estruturais na microcirculação e emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo<br />
<strong>no</strong>s focos de agressão.” (Robbins et al., 1996)<br />
Ainda com relação a atuação da carboxiterapia, Alitalo et al. (1980), relatam que após a ação<br />
mecânica provocada pelo “trauma” da agulha e pela introdução do gás, há consequentemente<br />
a produção de um processo inflamatório com migração de fibroblastos para a região da<br />
agressão e sua posterior proliferação estimulando a síntese de coláge<strong>no</strong> e de outras moléculas<br />
do tecido conjuntivo, como a fibronectina, que é uma glicoproteína encontrada <strong>no</strong> sangue,<br />
associada a vários processos biológicos como adesão e diferenciação celular, reparação de<br />
tecidos, servindo como substrato para enzimas fibri<strong>no</strong>líticas e da coagulação.<br />
Galva<strong>no</strong>puntura<br />
Segundo Borges (2010), a galva<strong>no</strong>puntura tem como equipamento um aparelho que utiliza<br />
uma corrente contínua, tendo sua intensidade reduzida em nível de microamperes. A técnica<br />
deve ser realizada com o eletrodo ativo em forma de agulha que pode ser do tipo descartável<br />
ou esterilizável, acopla<strong>das</strong> a um “porta- agulhas” em forma de caneta ligado ao polo negativo<br />
da corrente a ele associado.<br />
De acordo com Machado (2002), o uso da galva<strong>no</strong>puntura <strong>no</strong> combate <strong>das</strong> estrias tem por<br />
objetivo provocar um processo inflamatório agudo <strong>no</strong> tecido acometido pela estria, para que<br />
6
haja uma regeneração do mesmo. O trauma aumenta a atividade metabólica local, que leva a<br />
formação de tecido coláge<strong>no</strong>, preenchendo a área degenerada, com retor<strong>no</strong> de sensibilidade<br />
fina. A inflamação provocada pela corrente não tem nenhum efeito sistêmico e será absorvido<br />
em um período de tempo de uma semana.<br />
A galva<strong>no</strong>puntura baseia-se em modificações fisiológicas provoca<strong>das</strong> pelo estímulo<br />
elétrico, ocasionado pela corrente galvânica, tendo ação sobre as proteínas que se<br />
encontram dispersas na substância fundamental do tecido conjuntivo na derme. No<br />
ato da liberação da corrente galvânica, são provoca<strong>das</strong> modificações eletroquímicas<br />
ao redor da agulha (pólo ativo), alcançando o ponto isoelétrico de algumas proteínas<br />
orgânicas, fazendo com que as mesmas venham a se precipitar, o que levará uma<br />
estabilização e incrementação protéica, à medida que as sessões sejam efetua<strong>das</strong>,<br />
reorganizando, dessa forma, o tecido conjuntivo da derme local. (RUSENHACK,<br />
2004)<br />
Conforme Jones (2009), os resultados da melhora tecidual com a utilização da galva<strong>no</strong>puntura<br />
são variados e dependem do número de sessões bem como a técnica empregada.<br />
Araujo e More<strong>no</strong> (2003), citam que diversas precauções e contra-indicações devem ser<br />
considera<strong>das</strong> em relação a este tipo de <strong>tratamento</strong>, como: útero-gravídico, o <strong>tratamento</strong> neste<br />
caso somente deverá ser iniciado após a regressão dos níveis hormonais aos níveis anteriores<br />
à gravidez; evitar <strong>tratamento</strong> durante a puberdade, por se tratar de um período de grandes<br />
alterações hormonais, que acreditam alguns autores, ser a causa do aparecimento; pacientes<br />
portadores de diabetes, hemofilia, síndrome de Cushing, síndrome de Marfan, propensão a<br />
cicatriz hipertrófica e quelóides; e, pacientes em uso de corticóides, esteróides e<br />
antiinflamatórios, condições em que pode haver modificação da qualidade da resposta<br />
inflamatória, exercendo assim influência sobre a terapia.<br />
5. Metodologia<br />
Quanto à forma da abordagem, a pesquisa foi qualitativa, “que é definido como uma pesquisa<br />
que não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, descritiva e o seu significado é a<br />
interpretação dos focos principais de abordagem” (GIL, 2002).<br />
Mezaroba e Monteiro (2006) defendem que a pesquisa qualitativa possui um conteúdo<br />
altamente descritivo e pode lançar mão de dados quantitativos incorporados em suas análises,<br />
o que irá prevalecer será o exame rigoroso da natureza, do alcance e <strong>das</strong> interpretações<br />
possíveis para o fenôme<strong>no</strong> estudado.<br />
A fundamentação teórica foi desenvolvida por meio de pesquisas em leituras de livros e de<br />
artigos científicos nacionais e internacionais dos últimos 10 a<strong>no</strong>s que apresentaram relação<br />
com o tema abordado pelo projeto de pesquisa. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica que<br />
segundo Gil (2002) é uma pesquisa que procura explicar um problema a partir de referências<br />
teóricas publica<strong>das</strong> em documentos sendo desenvolvida conforme o material já elaborado.<br />
Conforme Marconi e Lakatos (2006) esse tipo de pesquisa abrange toda bibliografia já<br />
tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,<br />
revistas, livros, artigos e pesquisas. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto<br />
com tudo que já foi escrito e dito sobre o objeto de estudo.<br />
Realizou-se também uma revisão de literatura, que conforme Cruz e Ribeiro (2004) esse tipo<br />
de pesquisa é onde reportam e avaliam o conhecimento produzido em estudos prévios,<br />
destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes para o<br />
trabalho.<br />
7
Por último, se buscou analisar casos concretos onde se possam observar os diversos tipos de<br />
recursos <strong>fisioterapêuticos</strong> para o <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias, assim como na discussão buscou-se<br />
estudos comparativos da eficácia destes meios terapêuticos, afunilando as técnicas de ácidos,<br />
carboxiterapia e galva<strong>no</strong>puntura.<br />
6. Discussão<br />
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de demonstrar a importância da fisioterapia<br />
Dermato-Funcional com o uso de recursos como ácidos, carboxiterapia e a galva<strong>no</strong>puntura <strong>no</strong><br />
<strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias, sendo demonstra<strong>das</strong> pesquisas científicas que comprovam ou não a<br />
eficácia destes recursos.<br />
O primeiro estudo abordado foi o de Lage e Santos (2009) que realizaram um estudo com o<br />
objetivo de comparar por meio da percepção dos sujeitos submetidos ao procedimento o<br />
efeito da puntura em estrias tegumentares aplicada de forma independente e associada à<br />
microcorrente galvânica (galva<strong>no</strong>puntura). Usaram uma amostra de dez mulheres que<br />
responderam a um roteiro de entrevista inicial; a seguir foram divididos em dois grupos iguais<br />
(A e B) onde o primeiro (grupo A) submeteu-se à puntura com o aparelho desligado, e o<br />
segundo (grupo B) à galva<strong>no</strong>puntura nas estrias tegumentares com aparelho ligado com<br />
intensidade entre 60 e 80 microamperes, regulada de acordo com a sensibilidade dos sujeitos<br />
possibilitando a galva<strong>no</strong>puntura. Ao final, responderam a um roteiro de entrevista final. Tais<br />
roteiros incitavam a entrevistada a identificar o incômodo que as estrias exerciam e a<br />
repercussão em suas vi<strong>das</strong> pré e pós- intervenções, visando comparar satisfação com o<br />
resultado obtido. Utilizou-se um aparelho gerador de microcorrente galvânica que apresenta<br />
dois eletrodos, um passivo do tipo placa acoplado em uma esponja úmida e um eletrodo ativo<br />
especial do tipo agulha, descartável, de aproximadamente 19 mm de comprimento, sustentado<br />
por uma caneta. Cada integrante da amostra foi submetido a quatro intervenções com<br />
intervalo aproximado de quatro dias respeitando o período necessário para o desaparecimento<br />
dos sinais inflamatórios. No grupo A, o aparelho permaneceu desligado à corrente elétrica,<br />
enquanto <strong>no</strong> grupo B o aparelho estava ligado. Os resultados obtidos indicam que houve uma<br />
satisfação de todos os sujeitos, com uma significativa redução de incômodo pelas estrias após<br />
o procedimento. Concluiu-se neste estudo, visualmente e de acordo com a percepção dos<br />
sujeitos submetidos ao procedimento, não houve diferenças significativas entre os dois grupos<br />
tratados. Acredita-se, porém, que com um número maior de sessões seja possível <strong>no</strong>tar um<br />
resultado mais satisfatório em pessoas trata<strong>das</strong> com a galva<strong>no</strong>puntura.<br />
Outro estudo realizado por Vinadé et al (2007) com o objetivo de comparar os efeitos da<br />
eletroterapia conjugada a vitamina C e do ácido retinóico na redução <strong>das</strong> cicatrizes lineares<br />
<strong>das</strong> estrias. Foram selecionados seis indivíduos do sexo femini<strong>no</strong>, com idade entre 16 e 30<br />
a<strong>no</strong>s, de raça branca e portadores de estrias na região do culote. As participantes foram<br />
dividi<strong>das</strong> aleatoriamente em Grupo A (n=3), que realizou o <strong>tratamento</strong> da eletroterapia com a<br />
vitamina C e Grupo B (n=3), que realizou o <strong>tratamento</strong> com o ácido retinóico. Os <strong>tratamento</strong>s<br />
foram realizados semanalmente num período de cinco semanas. Através <strong>das</strong> fotos dos<br />
indivíduos, foi observada grande melhora na redução e na coloração <strong>das</strong> estrias <strong>no</strong>s indivíduos<br />
do Grupo A, o que não ocorreu <strong>no</strong> Grupo B. Quanto ao nível de satisfação, os indivíduos<br />
pertencentes ao Grupo A relataram estarem satisfeitas com o resultado do <strong>tratamento</strong>,<br />
aumentando assim sua auto-estima. Já <strong>no</strong> Grupo B, o mesmo não ocorreu, pois a maioria dos<br />
indivíduos não ficou satisfeita com o resultado do <strong>tratamento</strong>. Concluiu-se neste trabalho que<br />
a eletroterapia com o uso da vitamina C mostrou-se mais uniforme e com tecido me<strong>no</strong>s<br />
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marcado pelas lesões causa<strong>das</strong> pelas estrias, proporcionando uma melhora na coloração da<br />
pele e um aumento da resposta inflamatória com lesão mínima de tecido.<br />
Mondo e Rosas (2004) realizaram um estudo que teve por objetivo avaliar a eficiência da<br />
utilização da corrente galvânica <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias atróficas. O estudo foi realizado<br />
com base na pesquisa quase experimental, sendo uma variação do pla<strong>no</strong> clássico apresentando<br />
grupo único com pré e pós- teste. A amostra foi composta de seis indivíduos pertencentes ao<br />
sexo femini<strong>no</strong> com idade de vinte à vinte três a<strong>no</strong>s cursando o 7º semestre do curso de<br />
fisioterapia da UNISUL, não fumantes, de cor branca, sem filhos, que não praticam esportes,<br />
sem fazer uso de medicamentos constantes (exceto anticoncepcional), com índice de massa<br />
corporal (IMC) dentro dos padrões <strong>no</strong>rmais e apresentando estrias na região do glúteo. Para a<br />
coleta de dados usou-se o registro fotográfico e um questionário de satisfação. Os<br />
atendimentos foram realizados <strong>no</strong> período de março a julho de 2004 na Clínica Escola de<br />
Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina. Utilizou-se um aparelho que consiste<br />
de um gerador de corrente contínua filtrada constante, conhecido comercialmente como<br />
STRIAT da marca IBRAMED. Aplicou-se então a técnica de galva<strong>no</strong>puntura, com<br />
punturação linear ao longo da linha estriada, realizada a 45° de inclinação com a pele, até se<br />
obter um quadro de hiperemia e edema, com o objetivo de provocar um processo inflamatório<br />
agudo <strong>no</strong> tecido acometido pela estria. A sequência <strong>das</strong> aplicações tiveram uma variação de<br />
acordo com as respostas individuais de cada paciente, tendo um tempo mínimo de sete dias<br />
entre cada terapia, completando um total de 10 sessões. O procedimento técnico consiste do<br />
acoplamento do eletrodo passivo, previamente umedecido, na região a ser tratada. Tanto o<br />
eletrodo ativo (agulha) como as áreas a serem estimula<strong>das</strong> foram prepara<strong>das</strong> assepticamente.<br />
Finalizou-se a pesquisa observando que a utilização da corrente galvânica não influenciou de<br />
forma expressiva na aparência <strong>das</strong> estrias nessa amostra.<br />
Um estudo semelhante foi realizado por Lima e Pressi em 2005, onde fizeram uma pesquisa<br />
que teve como objetivo comparar a utilização da microgalva<strong>no</strong>puntura <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong><br />
estrias e fazer uma análise comparativa do <strong>tratamento</strong> com o trauma mecânico e a<br />
microcorrente e somente com o trauma mecânico, utilizando o aparelho Striat®(Ibramed).<br />
Participaram do estudo dez voluntárias, portadoras de estrias albas e recentes, que foram<br />
submeti<strong>das</strong> a dez aplicações com o Striat, sendo que foi aplicado ora com ele ligado<br />
(associando microcorrente e trauma mecânico), e ora com o aparelho desligado, onde foi<br />
aplicado somente o trauma mecânico na estria. O estudo baseou-se <strong>no</strong> tipo duplo-cego. A<br />
avaliação dos resultados foi realizada por meio do grau de satisfação <strong>das</strong> pacientes e de uma<br />
enquete. Foi utilizado o teste Qui Quadrado para verificar a associação entre o aspecto<br />
estético <strong>das</strong> estrias e a condição do aparelho. Os resultados obtidos <strong>no</strong> estudo demonstraram<br />
que o grau de satisfação da maioria <strong>das</strong> pacientes foi muito satisfatório, o que <strong>no</strong>s permite<br />
confirmar a eficácia do <strong>tratamento</strong> com o Striat. Os resultados obtidos da enquete sugerem<br />
que o <strong>tratamento</strong> com o trauma mecânico, ou seja, com o aparelho desligado, apresenta<br />
resultados mais satisfatórios esteticamente do que quando associado com a microcorrente<br />
(aparelho ligado).<br />
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Nessa pesquisa observou-se que a estimulação fibroblástica tem importante papel <strong>no</strong> processo<br />
regenerativo da atrofia tecidual na estria. A galva<strong>no</strong>puntura é uma terapia muito empregada<br />
pelos fisioterapeutas <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias, sendo um estímulo elétrico de baixa<br />
intensidade que provoca uma inflamação aguda na estria com um leve edema e hiperemia a<br />
fim de aumentar a capacidade de replicação dos fibroblastos e produção de fibras colágenas<br />
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na pele estriada. Processo semelhante ocorre na carboxiterapia, com a resposta inflamatória<br />
aguda e posteriormente a reparação do tecido lesado, ou seja as estrias. Outro recurso também<br />
estudado nessa pesquisa foram os ácidos, em especial o glicólico, retinóico e vitamina C,<br />
favorecendo a um peeling químico que é um procedimento bastante utilizado <strong>no</strong> <strong>tratamento</strong><br />
<strong>das</strong> estrias, tendo como princípio provocar um processo inflamatório, e a partir daí iniciar o<br />
processo de reparo do tecido lesado.<br />
A limitação do <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias atróficas está <strong>no</strong> fato de que não existe ainda protocolos<br />
definidos em relação ao tipo de estímulo, a frequência e a intensidade ideal, o tempo de<br />
permanência desse estímulo e a sequência do <strong>tratamento</strong>. Para que se tenha um bom resultado<br />
é necessário que exista uma interação dos métodos <strong>utilizados</strong> para esse fim para que a escolha<br />
do protocolo seja comparável, verificando sempre a resposta ao <strong>tratamento</strong> que está<br />
diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do próprio<br />
paciente.<br />
Mesmo sem protocolos definidos, é certo afirmar que o uso da galva<strong>no</strong>puntura traz evidentes<br />
melhoras ao aspecto da pele tratada. Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos concluir<br />
que a eletroacupuntura, a carboxiterapia e os ácidos possuem uma importante atuação na<br />
restauração da pele estriada, necessitando de mais estudos científicos nessa área tão vasta da<br />
fisioterapia dermato-funcional.<br />
Sugere-se que mais publicações deveriam ser desenvolvi<strong>das</strong> para maiores esclarecimentos,<br />
bem como aprimorar as formas de <strong>tratamento</strong> <strong>das</strong> estrias em geral. Tal necessidade justificase<br />
pela sua alta incidência e prevalência <strong>das</strong> estrias, gerando um grande desconforto,<br />
principalmente por se tratar de uma lesão estética que atinge a paciente não somente <strong>no</strong><br />
aspecto físico como psicológico.<br />
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