COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E REPUTAÇÃO - Editora Saraiva
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BELMIRO RIBEIRO DA SILVA NETO<br />
(COORD.)<br />
<strong>COMUNICAÇÃO</strong><br />
<strong>CORPORATIVA</strong><br />
E <strong>REPUTAÇÃO</strong><br />
Construção e defesa<br />
da imagem favorável
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
Construção e defesa da imagem favorável<br />
www.saraivauni.com.br
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
Construção e defesa da imagem favorável<br />
Belmiro Ribeiro da Silva Neto (Coord.)
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ISBN 978-85-02-08389-9<br />
C739<br />
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE<br />
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ<br />
Comunicação corporativa e reputação : construção e defesa da imagem<br />
favorável / Belmiro Ribeiro da Silva Neto (coord.). – São Paulo :<br />
<strong>Saraiva</strong>, 2010.<br />
Inclui bibliografi a<br />
ISBN 978-85-02-08389-9<br />
1. Comunicação empresarial. 2. Imagem corporativa. 3. Comunicação<br />
na administração. I. Silva Neto, Belmiro Ribeiro.<br />
09-3087 CDD: 658.45<br />
CDU: 005.57<br />
Copyright © Belmiro Ribeiro da Silva Neto; Carlos Alberto Bifulco;<br />
Ciro Dias Reis; Helio Ribeiro Duarte; Jorge Emanuel Reis Cajazeira;<br />
José Carlos Barbieri; Marcílio Godoi; Maria Angela Rodrigues Valente;<br />
Rubens Bombini Júnior; Thatiana Cappellano; Zilla Patrícia Bendit<br />
2010 <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong><br />
Todos os direitos reservados.<br />
Diretora editorial: Flávia Helena Dante Alves Bravin<br />
Gerente editorial: Marcio Coelho<br />
<strong>Editora</strong>s: Rita de Cássia da Silva<br />
Juliana Rodrigues de Queiroz<br />
Produção editorial: Viviane Rodrigues Nepomuceno<br />
Suporte editorial: Rosana Peroni Fazolari<br />
Aquisições: Gisele Folha Mós<br />
Arte e produção: Know-how Editorial<br />
Capa: Know-how Editorial/Rubens Lima<br />
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer<br />
meio ou forma sem a prévia autorização da <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong>.<br />
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98<br />
e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Agradecimentos<br />
O livro Comunicação Corporativa e Reputação: Construção e defesa da imagem<br />
favorável, de autoria dos professores do curso Comunicação Corporativa: Corporate<br />
Affairs do Programa de Educação Continuada da Fundação Getulio Vargas (GVPEC),<br />
destina-se a alunos e professores de cursos de comunicação corporativa e, em especial,<br />
a gestores de empresas públicas e privadas.<br />
Nosso objetivo é dividir com todos um pouco do nosso conhecimento e incentivar<br />
o desenvolvimento profi ssional da comunicação corporativa no Brasil.<br />
Nossos agradecimentos ao professor Fernando Gomez Carmona, ex-coordenador<br />
do GVPEC e em cuja gestão foi iniciado o curso de Comunicação Corporativa:<br />
Corporate Affairs, ao professor Antonio Dal Fabbro, atual coordenador do GVPEC,<br />
aos colegas coautores, à Kellen Gondim, monitora do curso, e à <strong>Editora</strong> <strong>Saraiva</strong> pelo<br />
importante apoio na realização deste livro.<br />
Professor Belmiro Ribeiro da Silva Neto<br />
Coordenador
Sobre os autores<br />
Belmiro Ribeiro da Silva Neto (coordenador) graduou-se pela Escola de Administração<br />
de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas em 1975 e pós-graduou-se<br />
com o mestrado em Administração de Empresas pela Fordham University<br />
of New York em 1977. Possui longa experiência em marketing e comunicação<br />
corporativa, atuando como executivo e consultor em grandes empresas internacionais.<br />
É professor de Marketing da FGV-EAESP desde 1992 e coordenador dos<br />
cursos de Comunicação Corporativa (Corporate Affairs) e de Comunicação de<br />
Crises do GVPEC. Atua também como empresário e consultor de empresas.<br />
Marcílio Godoi é arquiteto (UFMG – 1988) e jornalista (Cásper Líbero – 2002), por<br />
formação acadêmica. É diretor da Memo Editorial, uma agência de design gráfi co<br />
especializada em produtos editoriais customizados (livros, CDs, revistas e relatórios)<br />
e imagem corporativa. Entre seus principais clientes estão o Banco Real, a Vivo,<br />
a Johnson&Johnson, o Grupo Fleury, a <strong>Editora</strong> Planeta, a Gravadora Biscoito Fino,<br />
o Bicbanco e a Avon. É autor de São Paulo, cidade invisível (Bom Texto – 2003), A<br />
pequena carta (Letras e Expressões – 2001) e Pequeno dicionário de palavras invenetas<br />
(Sagui – 2008). Além disso, tem uma coluna na revista Língua Portuguesa.<br />
Zilla Patrícia Bendit é graduada, mestra e doutora pela Escola de Administração de<br />
Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, com cursos de pós-graduação<br />
na University of Texas, Austin, e na Indiana University Center of Philanthropy,<br />
Indiana (EUA). É professora de Marketing da FGV-EAESP desde 1987, com atuação<br />
docente em cursos de graduação e de mestrado na Faap, Universidade de São
VIII<br />
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
Paulo, Faculdade de Campinas, Faculdade do Ceará, entre outras, e como palestrante<br />
nacional e internacional em congressos. Como consultora, atua em: Planejamento<br />
de Estratégias de Marketing, Implantação de Programas de Marketing de<br />
Relacionamento, Captação de Recursos, Internet Mídia, Propaganda on-line e<br />
Comunicação Empresarial, tendo participado de diversos trabalhos na GV-Projetos<br />
e agências. Foi coordenadora do GV-Net, do Centro de Educação a Distância<br />
FGV-Petrobras, e da Comunicação da Comissão de Concessões da Secretaria de<br />
Transportes do Estado de São Paulo. Atualmente, além de suas atividades docentes,<br />
é representante da FGV-EAESP no júri do Prêmio Marketing Best desde 1988<br />
e coordenadora da Assessoria de Desenvolvimento Institucional da FGV-EAESP.<br />
Thatiana Cappellano é formada em Relações Públicas e atua no mercado de comunicação<br />
corporativa desde 2000. Graduada pela Fundação Armando Álvares<br />
Penteado (Faap/SP), atua no Planejamento de Relações Públicas da TV1 RP,<br />
agência especializada em estratégias de comunicação corporativa do Grupo TV1.<br />
Em sua carreira, já trabalhou em grandes corporações, como o laboratório farmacêutico<br />
AstraZeneca, e em agências de comunicação. Prestou trabalhos de<br />
consultoria, planejamento e atendimento em comunicação para empresas como<br />
Grupo Pão de Açúcar, Amanco, Cadbury Adams, Claro, <strong>Editora</strong>s Ática e Scipione,<br />
Melitta, Oracle, Pfi zer, Pirelli Pneus, Procter & Gamble e Visa do Brasil. É<br />
palestrante, professora convidada do curso de Comunicação Corporativa do<br />
GVPEC (FGV-SP), e tem especial atuação nas áreas de Auditoria de Comunicação<br />
e Comunicação Interna.<br />
Carlos Alberto Bifulco é administrador de empresas, presidente do conselho consultivo<br />
do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) de São Paulo, sócio<br />
da Bifulco Associados, e conselheiro de várias empresas. Atuou como diretor fi -<br />
nanceiro e de relações com o mercado de valores mobiliários das empresas: Indústrias<br />
Klabin, Companhia Brasileira de Cartuchos e Aços Anhanguera. Diretor<br />
de Finanças da Eluma S.A., diretor de Controladoria do Grupo Villares, vice-<br />
-presidente do Sindicato de Papel e Celulose do Estado de São Paulo, coordenador<br />
do Comitê de Investimentos da Associação Brasileira de Papel e Celulose<br />
(Bracelpa). Professor da Escola de Engenharia Mauá, da Escola Superior de Administração<br />
de Negócios, e do GVPEC da Fundação Getulio Vargas.<br />
Maria Angela Rodrigues Valente é graduada em Comunicação Social pela Universidade<br />
Metodista de São Paulo, com formação em contabilidade e fi nanças em<br />
cursos específi cos, e MBA em Finanças, Comunicação e Relações com Investidores<br />
pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
Sobre os autores IX<br />
(Fipecafi , órgão de apoio institucional ao Departamento de Contabilidade e<br />
Atuária da FEA/USP). É uma executiva com signifi cativa experiência no mercado<br />
fi nanceiro nas áreas de Análise de Riscos, Marketing e Planejamento Estratégico,<br />
Gerência Comercial e de Relações com Investidores. Iniciou sua carreira no<br />
mercado fi nanceiro em 1985, atuando em instituições fi nanceiras internacionais,<br />
o que durou até 2006, quando direcionou sua carreira para a área de Relações com<br />
Investidores, atuando no processo de abertura de capital e gerenciando a área de<br />
Relações com Investidores de Instituição Financeira Nacional de Médio Porte.<br />
Helio Ribeiro Duarte é diretor executivo de Relações Institucionais do HSBC Bank<br />
Brasil desde maio de 1997 e presidente do Instituto HSBC Solidariedade desde a<br />
sua fundação, em março de 2006. Trabalhou por 26 anos no Unibanco antes de<br />
chegar ao HSBC. Além de suas funções na cúpula do HSBC, é diretor executivo<br />
da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), vice-presidente executivo da<br />
Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), membro do Conselho<br />
de Administração da Centralização de Serviços dos Bancos S.A. (Serasa) e<br />
membro do Conselho de Administração da Central de Custódia de Liquidação<br />
de Títulos Financeiros (Cetip). Graduado pela Escola de Administração de Empresas<br />
de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, possui um MBA Executivo<br />
pela Wharton School of Business, da Universidade da Pensilvânia (EUA).<br />
José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração. É professor da Escola de<br />
Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) desde 1992. É professor<br />
da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e saúde do Programa de<br />
Pós-Graduação stricto sensu da EAESP. Membro da comissão do Inmetro para<br />
criação de normas para certifi cação de sistemas de responsabilidade social. Fundador<br />
e atual coordenador do Centro de Estudos de Administração e do Meio<br />
Ambiente na EAESP, que tem, entre outras funções, a de realizar pesquisas e<br />
desenvolver práticas administrativas e operacionais ambientalmente corretas.<br />
Jorge Emanuel Reis Cajazeira é mestre e doutor em Administração. Atua como executivo<br />
da área de Competitividade da Suzano Papel e Celulose e, cumulativamente,<br />
preside o comitê mundial da ISO no campo da Responsabilidade Social<br />
(ISO 26000). Membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de<br />
Comunicação Empresarial (Aberje), do Conselho de Responsabilidade Social da<br />
Confederação Nacional da Indústria, coordena o Comitê de Sustentabilidade da<br />
Associação Brasileira de Celulose e Papel, e é membro do Comitê de Critérios da<br />
Fundação Nacional da Qualidade. Eleito um dos quatro executivos mais inovadores<br />
do Brasil pela revista Exame em 2004.
X<br />
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
Rubens Bombini Júnior é graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica<br />
de São Paulo e possui pós-graduação em Administração de Empresas (MBA)<br />
pela Fundação Getulio Vargas. Membro da Ordem dos Advogados do Brasil<br />
(OAB), da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), do Comitê Brasileiro<br />
de Arbitragem (CBAr) e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa<br />
(IBGC). Possui longa experiência como advogado, atuando nas áreas cível, comercial<br />
e societária, tanto no âmbito contratual como no contencioso e em negociações.<br />
Atualmente é diretor de uma empresa do setor da construção civil<br />
residencial.<br />
Ciro Dias Reis é formado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da<br />
Universidade de São Paulo e atua em comunicação corporativa há 18 anos. Foi<br />
vice-presidente da Gaspar & Associados Comunicação Empresarial e dirigiu a<br />
área de Assuntos Institucionais da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos<br />
Automotores (Anfavea). Como jornalista, exerceu a função de editor no<br />
jornal Folha de S.Paulo, bem como trabalhou na revista Exame e no jornal Gazeta<br />
Mercantil. É fundador e atual diretor-presidente da agência Imagem Corporativa,<br />
que atende grandes empresas. Em maio de 2008, foi eleito presidente da<br />
Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom).<br />
Contato com o coordenador:<br />
belmironeto@editorasaraiva.com.br
Prefácio<br />
Em um mundo marcado por radicais transformações nos últimos 50 anos, a<br />
área da comunicação corporativa se destaca entre aquelas em que ocorreram as<br />
maiores mudanças.<br />
Em especial, no que se refere à construção e sustentação de uma imagem corporativa<br />
favorável, os profi ssionais da área foram soterrados por uma avalanche de mudanças<br />
nos meios de comunicação e na postura da sociedade em relação às empresas.<br />
Começando pelo romântico serviço de alto-falante, que ainda hoje embala os sonhos<br />
dos jovens de muitas pequenas cidades do interior, e chegando até o Twitter, que<br />
conecta globalmente esses mesmos jovens de nossas pequenas cidades, os meios de comunicação<br />
se transformaram radicalmente: os jornais deixaram de ser instrumentos de<br />
expressão da opinião para se tornarem transmissores de informações; as rádios deixaram<br />
de ser formadoras dos costumes e da cultura e se transformaram em instrumentos de<br />
lazer e informação útil para o dia a dia, ou melhor, hora a hora; a televisão assumiu o<br />
papel de infl uenciar os costumes e a cultura e disputa com a internet a manutenção desse<br />
status. Ao mesmo tempo, novas mídias eletrônicas, como os blogs e twitters, tornam interativa<br />
uma comunicação que até o início do século XXI era meramente unidirecional.<br />
Ainda mais profundas são as mudanças da postura da sociedade em relação às<br />
empresas.<br />
Nunca é demais lembrar que, em 1972, o representante do governo do Brasil na<br />
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo1 afi rmou taxati-<br />
1 CAVALCANTI, Clóvis (Org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São<br />
Paulo: Cortez, 1997. p. 370.
XII<br />
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
vamente “que as chaminés fumegantes eram um marco de progresso e que o ambientalismo<br />
era um luxo de que apenas países desenvolvidos podiam desfrutar”. Esse mesmo<br />
país em 1992 organizou a ECO Rio. Contudo, não foi apenas o Brasil que mudou.<br />
De fato, os sonhos de alguns jovens cabeludos alemães, que falavam de amor e<br />
paz e se preocupavam com o meio ambiente, tornaram-se realidade. A temática evoluiu<br />
para o conceito de responsabilidade social e, mais rapidamente ainda, transforma-se<br />
no tripé da sustentabilidade.<br />
A combinação desses dois fatores provocou uma revolução cultural na qual a<br />
reputação de pessoas, governos e empresas são postas em xeque a todo momento.<br />
A ética se tornou uma questão central da vida corporativa. Se, infelizmente, ainda<br />
somos muito tolerantes com a falta de ética nos meios governamentais, isso não<br />
ocorre em relação às empresas. As empresas que não souberam conviver com essa<br />
nova postura da sociedade simplesmente desapareceram, e como um bom exemplo<br />
temos a extinção da extraordinariamente poderosa Arthur Andersen.<br />
Apesar de tudo isso, a literatura nacional sobre a construção e a defesa da reputação<br />
corporativa é ainda escassa, para não dizer pobre.<br />
Esta iniciativa do professor Belmiro Ribeiro da Silva Neto chega em boa hora para<br />
ajudar a suprir a lacuna. Reunindo profi ssionais da mais alta qualidade, com vivência<br />
também como professores de cursos de especialização, o livro aborda os fatores que<br />
contribuem para construir uma reputação favorável, bem como se preparar para as<br />
armadilhas que encontramos pelo caminho, e nos ensina lições preciosas sobre como<br />
nos comunicarmos na hora que o pesadelo de uma crise bate em nossas portas.<br />
O professor Belmiro tem sido um incansável disseminador das melhores práticas<br />
da comunicação corporativa na qualidade de coordenador do curso Comunicação<br />
Cor porativa: Corporate Affairs do GVPEC, da Fundação Getulio Vargas, do qual temos<br />
a honra de participar como professores. Com essa iniciativa, sua dedicação aos estudantes<br />
e profi ssionais da área se propaga na velocidade dos novos meios de comunicação.<br />
É, sem dúvida, um livro histórico para ser incorporado à literatura empresarial<br />
brasileira e utilizado pelos estudiosos e gestores da comunicação corporativa de nossas<br />
instituições públicas e privadas.<br />
Gislaine Regina Rossetti<br />
Diretora de Comunicação da BASF para a América do Sul<br />
Fernando Figueiredo<br />
Vice-Presidente da BASF para a América do Sul
Apresentação<br />
A forma pela qual uma empresa ou marca é percebida pelos diversos públicos<br />
nem sempre corresponde à imagem do que se deseja passar.<br />
No mundo globalizado, a tecnologia potencializou o valor da informação. Esta<br />
corre a uma velocidade muito rápida, cuja dimensão pode ser comparada ao tamanho<br />
do estrago que pode causar em uma reputação. A internet deu origem a uma<br />
mídia randômica, que se repete sem checar os fatos. Bastou alguém publicar em um<br />
blog e a “notícia”, verdadeira ou não, aparece na busca do Google.<br />
Não à toa, nos dias de hoje, a área de Comunicação é o coração das grandes corporações,<br />
com capilaridade para todos os setores. Traça estratégias, toma decisões<br />
com a presidência, fala tanto para o público interno quanto externo e é um canal de<br />
interlocução com os diversos stakeholders.<br />
Quando me formei em Jornalismo, a assessoria de imprensa era uma atividade<br />
incipiente. O departamento de comunicação era um luxo para poucos: as grandes<br />
montadoras, empreiteiras, governo. Na era das celebridades, pessoas físicas ou jurídicas<br />
vivem de “eventos”, que podem agregar ou subtrair valor à sua imagem e credibilidade.<br />
A comunicação institucional ganhou importância. No mundo dos negócios, a<br />
comunicação corporativa pode prevenir crises de imagem e antecipar notícias para<br />
uma imprensa sempre ávida por fatos.<br />
Personalidades ou marcas trabalham com a premissa de que não dá mais para<br />
operar sem gerenciar as informações que querem comunicar. Sabem que, quase tão<br />
importante quanto agir ou fazer, é comunicar. É preciso saber a hora de falar e a hora<br />
de calar, e usar a mídia a seu favor.
XIV<br />
Comunicação Corporativa e Reputação<br />
Manter um diálogo constante com a mídia e porta-vozes treinados faz parte de<br />
um leque de possibilidades que vai de relações com a mídia, passando pelo governo,<br />
até a comunicação interna.<br />
A comunicação corporativa ganhou signifi cado mais amplo do que assessoria de<br />
imprensa, virou assunto para profi ssionais, não há espaço para a improvisação. Quanto<br />
mais estiver estruturada, menor o risco de surpresas. A transparência e a comunicação<br />
dos valores das empresas são práticas comuns, necessárias, em nome da boa governança<br />
corporativa.<br />
Como jornalista, trabalhando a maior parte do tempo em televisão, estive sempre<br />
do lado de lá do balcão, acompanhando a evolução do relacionamento do mundo<br />
corporativo com a mídia. Recentemente, senti necessidade de acrescentar à minha<br />
experiência profi ssional e formação o curso Comunicação Corporativa: Corporate<br />
Affairs do GVPEC, da Fundação Getulio Vargas, coordenado pelo professor Belmiro.<br />
Muitos aspectos da visão integrada da comunicação que ele nos passa nas aulas você<br />
encontrará nos capítulos a seguir, os quais são de extrema utilidade em um mundo<br />
em constante movimento, com grandes fusões e novas confi gurações empresariais.<br />
Boa leitura e bom proveito!<br />
Mona Dorf 2<br />
2 Mona Dorf é jornalista com atuação em telejornais, rádio e internet. Entre seus trabalhos mais recentes,<br />
estão os programas Letras e Leituras, na rádio Eldorado, e Confraria Ideal, no novo canal de<br />
TV da Abril.