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A rica vida de João Falcão - Academia de Letras da Bahia

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comunista que eu conheci. Ao impedir, com pulso firme, que os seus<br />

subordinados executassem os sol<strong>da</strong>dos do quartel do 21° Batalhão<br />

<strong>de</strong> Cavalaria, que tomaram em Natal, no levante comunista <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 1935, Giocondo criou o prece<strong>de</strong>nte para que o número<br />

<strong>de</strong> vítimas no Brasil, fosse o menor entre to<strong>da</strong>s as quartela<strong>da</strong>s sulame<strong>rica</strong>nas.<br />

De cabo do Exército, <strong>de</strong>sertor, Giocondo evoluiu para<br />

substituir Luís Carlos Prestes, em 1980, como secretário-geral do<br />

Partido Comunista.<br />

O Brasil e a Segun<strong>da</strong> Guerra – Testemunho e <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> um<br />

sol<strong>da</strong>do convocado veio a lume em 1999. Como tive ocasião <strong>de</strong> dizer<br />

em artigo escrito ao tempo do lançamento do livro, trata-se <strong>de</strong><br />

notável obra <strong>de</strong> nossa historiografia. Ali, aprendi muito mais sobre o<br />

envolvimento do nosso País naquela hecatombe do que em outra<br />

fonte qualquer. O Brasil foi o único país que entrou na guerra por<br />

imposição popular.<br />

O ensino-aprendizado <strong>da</strong> História, como disciplina escolar,<br />

ganharia muito em eficiência se, ao invés <strong>de</strong> o fazermos, como <strong>de</strong><br />

praxe, do passado para o presente, passássemos a fazê-lo,<br />

inversamente, do presente para o passado. Este livro sobre a<br />

Segun<strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Guerra seria um bom começo, sobretudo porque,<br />

nele, apren<strong>de</strong>mos, como em nenhum outro, como se processou a<br />

participação <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong> e dos baianos naquele conflito, que não teria<br />

acontecido não fosse o tratado espúrio firmado entre a loucura <strong>de</strong><br />

Hitler e o oportunismo russo, para retalhar a Polônia. Sem o<br />

concurso <strong>de</strong>cisivo do povo brasileiro, em geral, e dos baianos, em<br />

particular, Vargas permaneceria em sua neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> muito<br />

conveniente às intenções e ações do Eixo. É ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que os<br />

cadáveres que juncaram as praias do litoral baiano levaram o povo<br />

às ruas, num clamor público ensur<strong>de</strong>cedor, hoje tão ausente <strong>da</strong><br />

agen<strong>da</strong> popular, omissa diante dos graves escân<strong>da</strong>los que<br />

infelicitam o povo brasileiro.<br />

É ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente empolgante ver que alguém sem a<br />

formação curricular do historiador haja produzido obra <strong>de</strong> tamanha<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em 2006, saiu o longamente esperado Não Deixe Esta Chama<br />

Se Apagar – Historia do Jornal <strong>da</strong> <strong>Bahia</strong>, resultado do propósito<br />

confessado do autor <strong>de</strong> registrar para a posteri<strong>da</strong><strong>de</strong> “este<br />

inominável atentado praticado contra a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa em<br />

nosso país.”

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