17.04.2013 Views

Dossiê de Tombamento da Casa Grande Município de - Prefeitura ...

Dossiê de Tombamento da Casa Grande Município de - Prefeitura ...

Dossiê de Tombamento da Casa Grande Município de - Prefeitura ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A primeira festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io, formaliza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> que se tem notícia e registro, previamente organiza<strong>da</strong>,<br />

com direito a propagan<strong>da</strong> e recinto “próprio”, ocorreu em Luz-MG, durante os dias 15 a 18 <strong>de</strong> Julho<br />

<strong>de</strong> 1943, tendo sua comissão organizadora sido forma<strong>da</strong> pelo Cap. Alexandre S. d’Oliveira Dú<br />

(Prefeito Municipal), Tonico Macedo e Pedro Paulinelli, além dos i<strong>de</strong>alizadores Juca Carlos e<br />

Rodolfo Filho (Dolfinho). Conforme <strong>de</strong>ixou escrito o pesquisador e ex-prefeito luzense Tonico<br />

Macedo, esse Juca Carlos assistira a um “ro<strong>de</strong>io” (o que teria sido a “doma”) no sul do país, e<br />

contando a história aos luzenses, resolveram realizar juntos um “ro<strong>de</strong>io gaúcho” em Luz, on<strong>de</strong><br />

havia animais <strong>de</strong> raça e bravios, criados pelos fortes fazen<strong>de</strong>iros do município. Não se teria prova<br />

documental <strong>de</strong>ssa festivi<strong>da</strong><strong>de</strong> não fosse a <strong>de</strong>ferência a ela dispensa<strong>da</strong> no artigo que comunicou o<br />

falecimento do presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> festa e prefeito municipal, ocorrido na segun<strong>da</strong>-feira posterior ao<br />

evento. Assim noticiou o jornal “A Luz” (edição <strong>de</strong> 30.07.1943, ano XXI, nº. 795, p. 3): “A ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ain<strong>da</strong> não se refizera <strong>da</strong>s últimas impressões <strong>da</strong> véspera – <strong>da</strong>s festas por que ele tão<br />

carinhosamente velara e que tanto quizera assistir.” E não se po<strong>de</strong>ria afirmar, com plena<br />

convicção, que estas “festas <strong>da</strong> véspera” fossem o ro<strong>de</strong>io luzense, sem o agra<strong>de</strong>cimento <strong>da</strong> família<br />

do pranteado extinto, por ocasião do “transe por que passaram”, especialmente a aqueles, que<br />

nela se empenharam (como se vê à página 4 <strong>da</strong> cita<strong>da</strong> edição do periódico “luceatino”): “... à<br />

comissão do Gran<strong>de</strong> Ro<strong>de</strong>io Gaúcho e aos piões, que <strong>de</strong>ram insofismáveis provas <strong>de</strong> sentimento<br />

diante do infausto acontecimento...”.<br />

Tal festa teve sua segun<strong>da</strong> realização nos dias 21 a 28 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1944, sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />

“Ro<strong>de</strong>io Luzense – Uma Semana dos Fazen<strong>de</strong>iros”, quando um fol<strong>de</strong>r, previamente confeccionado,<br />

circulou pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> convocando a população para o “interessante torneio”, com montarias,<br />

exposição <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> raça e leilão <strong>de</strong> bovinos. Um exemplar original <strong>de</strong>sse panfleto é<br />

cui<strong>da</strong>dosamente guar<strong>da</strong>do pelo nosso amigo Geraldo Lamounier <strong>de</strong> Vasconcelos (Geraldo<br />

Boresca). Interessante, que dito documento não possui <strong>da</strong>ta completa, sendo omisso quanto ao<br />

ano. No entanto, consta naquele documento ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 58 anos que no domingo (28/05), a<br />

célebre festa foi encerra<strong>da</strong> com a inauguração do Campo <strong>de</strong> Aviação, cuja bênção solene foi<br />

oficia<strong>da</strong> pelo bispo diocesano Dom Manoel Nunes Coelho. E convi<strong>da</strong>ndo o público para tal<br />

inauguração, o jornal do bispado <strong>de</strong>dicou boa parte <strong>da</strong> primeira página d’ “A Luz” no seu nº. 824,<br />

que circulou a 20.05.1944; restando, <strong>de</strong>starte, associado o ano à <strong>da</strong>ta <strong>de</strong>ssa festa, ti<strong>da</strong> como<br />

“inesquecível, por sua originali<strong>da</strong><strong>de</strong> e por sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong> prática”, que contou com a bravura <strong>de</strong><br />

peões, ain<strong>da</strong> lembrados com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como Jaburu (homenageado pelo nome do Parque <strong>de</strong><br />

Exposição <strong>de</strong> Luz), Irmãos Ferreira e Dolfinho, que animavam o público com “emocionantes e<br />

arriscados exercícios <strong>de</strong> montaria”. Como até então se tinha em mente e na mídia, a primeira festa<br />

<strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io ocorri<strong>da</strong> no país teria sido realiza<strong>da</strong> em Barretos, pelo Clube dos In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, no ano<br />

<strong>de</strong> 1956, sob o título <strong>de</strong> “Festa do Peão <strong>de</strong> Boia<strong>de</strong>iro”. Po<strong>de</strong> até ter sido, mas com a <strong>de</strong>nominação<br />

que se diz, porque a primeira festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io, formaliza<strong>da</strong>, promovi<strong>da</strong> em recinto apropriado numa<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi a <strong>de</strong> Luz, no ano <strong>de</strong> 1943, sendo, pois, luzense “O Ro<strong>de</strong>io Pioneiro do Brasil”, como é o<br />

lema <strong>da</strong> Exposição Agropecuária.<br />

Com o passar dos tempos, e com a ebulição <strong>de</strong> Barretos, o ro<strong>de</strong>io primitivo, que quase não tinha<br />

regras (apenas valendo o tempo em que o peão conseguia ficar sobre o animal, o que já era um<br />

festejo e tanto, capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirar a “platéia”), ganhou formas próprias, uniformizando-se<br />

mundialmente, à mo<strong>da</strong> americana. O ro<strong>de</strong>io <strong>de</strong> Luz acompanhou essa evolução, contando com<br />

participação <strong>de</strong> cowboys profissionais, a partir <strong>da</strong> festa do seu cinqüentenário, em 1993, quando se<br />

mo<strong>de</strong>rnizou o nome do evento, <strong>de</strong> exposição agropecuária para EXPOLUZ.(VARGAS, Portal <strong>de</strong><br />

Luz MG)<br />

17<br />

88

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!