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Semeadura in vitro de Orquídeas para propagação massal

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SEMEADURA IN VITRO DE ORQUÍDEAS PARA<br />

Boletim Técnico n o 7<br />

PROPAGAÇÃO MASSAL<br />

FUNDAÇÃO PINHALENSE DE ENSINO<br />

Centro Regional Universitário <strong>de</strong> Espírito Santo do P<strong>in</strong>hal - SP<br />

Vasco Luiz Altaf<strong>in</strong><br />

Milena O. Menezes<br />

Ricardo R. Lima. F.<br />

Leonardo M. Pitombo


ÍNDICE<br />

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03<br />

01. Características botânicas das orquí<strong>de</strong>as .................................................................. 03<br />

02. Fecundação das sementes ....................................................................................... 04<br />

03. Propagação vegetativa <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as ...................................................................... 05<br />

04. Produção <strong>de</strong> plantas livres <strong>de</strong> vírus ......................................................................... 06<br />

05. Propagação por cultivo <strong>de</strong> meristemas ................................................................... 06<br />

06. Outros métodos <strong>de</strong> <strong>propagação</strong> ............................................................................... 08<br />

07. Vantagens da <strong>propagação</strong> <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> ........................................................................... 10<br />

08. Escolha das matrizes ............................................................................................... 10<br />

09. Meios <strong>de</strong> cultura ...................................................................................................... 10<br />

10. Incubação das plântulas .......................................................................................... 12<br />

11. Aclimatação das mudas .......................................................................................... 12<br />

12. Ilustrações ............................................................................................................... 13<br />

13. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 14<br />

PÁG.


INTRODUÇÃO<br />

As orquí<strong>de</strong>as sempre representaram um das ornamentais mais cobiçadas pelas pessoas,<br />

no Brasil e no mundo todo, <strong>de</strong>vido a exuberância <strong>de</strong> suas flores perfeitas e suas cores<br />

<strong>de</strong>licadas. Por este motivo, muitas pessoas praticam o extrativismo, que consiste em<br />

retirada <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as silvestres da mata tropical, conduz<strong>in</strong>do assim algumas<br />

espécies à beira da ext<strong>in</strong>ção.<br />

Existem espécies, que <strong>de</strong>vido sua rarida<strong>de</strong>, chegam a custar preços altíssimos que<br />

po<strong>de</strong>m at<strong>in</strong>gir facilmente U$ 500,00 a unida<strong>de</strong>, mas existem outras mais comuns cujo preço<br />

nas floriculturas variam em torno <strong>de</strong> U$ 10,00.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi o <strong>de</strong> produção <strong>massal</strong> <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as em laboratório <strong>para</strong><br />

f<strong>in</strong>s <strong>de</strong> retornar à mata o maior número <strong>de</strong> plantas adaptadas ao ambiente externo. As<br />

plantas produzidas em laboratório possuem alto vigor fisiológico, <strong>de</strong>vido a sua nutrição<br />

balanceada nas fases <strong>in</strong>iciais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e isto se traduz em rápido crescimento e<br />

maior tolerância a condições adversas <strong>de</strong> meio ambiente, bem como ao ataque <strong>de</strong> doenças e<br />

pragas.<br />

As plantas produzidas em laboratório, adaptadas ao ambiente externo, são colocadas<br />

nas copas <strong>de</strong> algumas árvores nativas e assim fazem parte do habitat natural da floresta,<br />

po<strong>de</strong>ndo se propagar naturalmente através <strong>de</strong> simbiose com certas espécies <strong>de</strong> fungos.<br />

Desta forma, estas plantas tão exuberantes e maravilhosas estariam garant<strong>in</strong>do sua<br />

ocupação no ambiente nativo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vieram.<br />

1. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS DAS ORQUÍDEAS<br />

A família das orquidáceas compõe 7% <strong>de</strong> todas as espécies do planeta. Consi<strong>de</strong>rando as<br />

plantas já catalogadas, são aproximadamente 35 mil espécies naturais, nas suas 2<br />

subfamílias, 2 divisões, 5 tribos, 2 séries, 2 subséries, 85 subtribos e mais <strong>de</strong> 2500 gêneros,<br />

sem contar a <strong>in</strong>f<strong>in</strong>ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> híbridos, naturais e artificiais.<br />

As orquí<strong>de</strong>as, ao contrário do que alguns pensam, são todas autotróficas, e vegetam<br />

como epífitas (<strong>de</strong>senvolvem-se em árvores), terrestres (<strong>de</strong>senvolvem-se sobre o solo),<br />

rupículas (crescem sobre pedras) e também, quase mitologicamente, as saprófitas (vegetam<br />

no subsolo e são <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> clorofila).


No geral, as flores possuem 3 sépalas, uma dorsal e duas laterais, 3 pétalas, duas laterais<br />

e uma modificada, chamada labelo. O centro do labelo é on<strong>de</strong> se projeta a coluna, órgão<br />

resultante da fusão dos órgãos mascul<strong>in</strong>os (estames) e fem<strong>in</strong><strong>in</strong>os (carpelos). Na antera<br />

ficam agrupados os grãos <strong>de</strong> pólen (políneas) que se dispõem <strong>de</strong> 2 a 8. Logo abaixo da<br />

antera fica o estigma, o órgão receptivo fem<strong>in</strong><strong>in</strong>o, <strong>de</strong> superfície viscosa on<strong>de</strong> são<br />

<strong>de</strong>positadas as políneas, ocorrendo assim, a pol<strong>in</strong>ização. Como segmento da coluna, temos<br />

o ovário, on<strong>de</strong>, após a fecundação, <strong>de</strong>senvolve a cápsula das sementes, com até <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> m<strong>in</strong>úsculas sementes. Entretanto, também há suas exceções como a <strong>de</strong> plantas<br />

que produzem, por floração, somente flores mascul<strong>in</strong>as, somente flores fem<strong>in</strong><strong>in</strong>as e<br />

raramente flores mascul<strong>in</strong>as com fem<strong>in</strong><strong>in</strong>as ou hermafroditas. Isso ocorre com a subtribo<br />

cataset<strong>in</strong>ae, por exemplo, por <strong>in</strong>fluência climática, pr<strong>in</strong>cipalmente.<br />

2. FECUNDAÇÃO DAS SEMENTES<br />

Na tabela 1 estão relacionados alguns gêneros <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as e os dias necessários à<br />

maturação <strong>de</strong> suas sementes. O processo <strong>de</strong> fertilização po<strong>de</strong> ser dividido nas segu<strong>in</strong>tes<br />

etapas:<br />

a) o ovário se torna maior<br />

b) a flor murcha<br />

c) o estigma cicatriza<br />

d) forma-se uma cápsula amarelecida<br />

Tabela 1. Gêneros <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as e os dias necessários à maturação <strong>de</strong> suas sementes.<br />

Gêneros Dias<br />

Laelias e Cattleyas 150 - 210<br />

Oncidiuns 120 - 180<br />

Sophronitis 90<br />

Miltônias 120 - 180<br />

Cymbidiuns 360<br />

Rodriguezias 90 - 150<br />

Dendrobiuns 240 - 270<br />

Phalaenopsis 120 - 150


3. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE ORQUÍDEAS<br />

As orquí<strong>de</strong>as po<strong>de</strong>m se multiplicar tanto <strong>de</strong> forma vegetativa quanto sexual. Quando<br />

se utiliza a <strong>propagação</strong> vegetativa, a <strong>de</strong>scendência é idêntica a planta-mãe, e quando se<br />

utiliza a <strong>propagação</strong> através <strong>de</strong> sementes, raramente se obtém uma <strong>de</strong>scendência<br />

semelhante à planta-mãe. Quando se propaga orquí<strong>de</strong>a cultivada, obtida por cruzamentos, a<br />

<strong>de</strong>scendência é a<strong>in</strong>da menos semelhante à planta-mãe. Em pr<strong>in</strong>cípio, com orquí<strong>de</strong>as<br />

cultivadas, a <strong>propagação</strong> <strong>de</strong>ve ser vegetativa.<br />

A partir <strong>de</strong> 1960 ocorreu uma revolução na <strong>propagação</strong> <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as. Morel obteve<br />

através <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> meristemas, Cymbidium livre <strong>de</strong> vírus, isolando ápices <strong>de</strong> brotos <strong>in</strong><br />

<strong>vitro</strong>. A partir <strong>de</strong>stes ápices, foram obtidos protocormos que eram extremamente parecidos<br />

aos que se formam <strong>de</strong>pois da germ<strong>in</strong>ação da semente. Às vezes ocorre divisão espontânea<br />

<strong>de</strong>stes protocormos, mas geralmente isto acontece cortando o protocormo em porções<br />

(Morel, 1965). No caso <strong>de</strong> Cymbidium se po<strong>de</strong> produzir <strong>de</strong> 6-8 novos protocórmos a partir<br />

<strong>de</strong> um único, em um período <strong>de</strong> 6 semanas. Após esta etapa <strong>de</strong> multiplicação que po<strong>de</strong> às<br />

vezes ser <strong>in</strong><strong>de</strong>f<strong>in</strong>ida, ocorre o <strong>de</strong>senvolvimento no protocormo <strong>de</strong> folhas e raízes. Desta<br />

forma, Morel produziu milhares <strong>de</strong> plantas em um ano, a partir <strong>de</strong> um único ápice <strong>de</strong> um<br />

broto (um meristema com alguns primórdios foliares). A clonagem <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as por cultivo<br />

<strong>de</strong> meristemas se converteu assim na primeira aplicação comercial da <strong>propagação</strong><br />

vegetativa <strong>in</strong> <strong>vitro</strong>. Este método que orig<strong>in</strong>almente se <strong>de</strong>senvolveu <strong>para</strong> Cymbidium, foi<br />

modificado mais tar<strong>de</strong> e adaptado <strong>para</strong> Cattleya e muitos out ros gêneros <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as. A<br />

mericlonagem <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as (<strong>propagação</strong> vegetativa por cultivo <strong>de</strong> meristemas), atualmente<br />

é realizada em gran<strong>de</strong> escala, no mundo todo.<br />

Os protocormos que se <strong>de</strong>senvolvem após a germ<strong>in</strong>ação <strong>de</strong> uma semente <strong>de</strong><br />

orquí<strong>de</strong>a, tem um estado morfológico que se encontra à meta<strong>de</strong> do cam<strong>in</strong>ho entre um<br />

embrião <strong>in</strong>diferenciado e um broto. Com a <strong>propagação</strong> vegetativa por meio <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong><br />

meristemas, se formam também corpos protocormicos, significando que o ápice do broto <strong>de</strong><br />

um planta adulta se rejuvenesce (passa da fase adulta à juvenil). Os protocórmos obtidos<br />

por germ<strong>in</strong>ação <strong>de</strong> sementes têm muitas semelhanças com os produzidos a partir <strong>de</strong> ápices<br />

isolados <strong>de</strong> brotos (Champagnat, 1877).<br />

A <strong>propagação</strong> vegetativa por cultivo <strong>de</strong> meristemas po<strong>de</strong> ser dividida em 3 fases:<br />

transformação <strong>de</strong> um meristema em um corpo protocormico, a <strong>propagação</strong> dos protocórmos


divid<strong>in</strong>do-os em fragmentos, e a conversão <strong>de</strong>stes protocórmos em brotos com raízes (Teo,<br />

1976-1978).<br />

4. PRODUÇÃO DE PLANTAS LIVRES DE VÍRUS<br />

Uma das condições necessárias <strong>para</strong> a <strong>propagação</strong>, é que as plântulas obtidas <strong>de</strong>vem<br />

estar livres <strong>de</strong> vírus. Para tanto, <strong>de</strong>ve-se utilizar como explante um meristema <strong>de</strong><br />

aproximadamente 1mm <strong>de</strong> comprimento com dois primórdios foliares.<br />

O vírus que se encontra com mais freqüência nas orquí<strong>de</strong>as é uma cepa<br />

especializada do vírus do mosaico do tabaco (TMV-O), conhecido antes como vírus da<br />

mancha anelada do Odontoglossum. Este vírus se transloca pela seiva e a contam<strong>in</strong>ação se<br />

dá pelas mãos ou algum objeto cortante. Produz mancha em forma <strong>de</strong> anel nas folhas <strong>de</strong><br />

Cattleya e também afeta a forma e a cor das flores em muitas outras orquí<strong>de</strong>as (Hakkaart &<br />

Van Balen, 1980).<br />

5. PROPAGAÇÃO POR CULTIVO DE MERISTEMAS<br />

De acordo com Champagnat (1977), Rao (1977), e Fast (1980), <strong>de</strong>ve-se utilizar<br />

como material <strong>in</strong>icial, <strong>para</strong> cultivo <strong>de</strong> meristemas, brotos jovens em crescimento <strong>de</strong> 10-15<br />

cm <strong>de</strong> comprimento que acabaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver suas folhas. Qualquer resíduo <strong>de</strong> solo se<br />

lava bem em água corrente, e se retiram as folhas <strong>de</strong> maneira que se possam ver as gemas<br />

axilares. Banha-se o broto sem folhas em álcool (70% v/v), e <strong>de</strong>pois se esteriliza durante 10<br />

m<strong>in</strong>utos em hipoclorito <strong>de</strong> sódio a 10% v/v. Pre<strong>para</strong>m-se então as gemas axilares <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

tê-las colocadas em água esterilizada <strong>para</strong> retirada dos resíduos <strong>de</strong> cloro. Esteriliza-se uma<br />

vez mais (10 m<strong>in</strong>utos em hipoclorito 3-10% (v/v), contendo Tween 20 ou 80), tornando-as<br />

em água esterilizada. Cortam-se as bases das gemas menores e em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar<br />

se realiza a <strong>in</strong>oculação. No caso das gemas maiores se retiram algumas folhas <strong>para</strong> o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>in</strong>oculação propriamente dito. Passado algum tempo (6-10 semanas) formam-<br />

se os primeiros corpos protocormicos. Ocorrendo isto, os protocórmos <strong>de</strong>vem ser se<strong>para</strong>dos<br />

e repicados. Atualmente se <strong>in</strong>oculam gemas maiores (com pelo menos 3-4 primórdios<br />

foliares).<br />

No caso <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> meristemas <strong>de</strong> Cattleya, se produz muito mais rapidamente<br />

uma coloração marrom nos tecidos lesionados; por esta razão se recomenda freqüentemente


cortar o meristema em líquido, e cultivá-lo <strong>de</strong>pois em meio líquido, na qual a coloração<br />

marrom se difun<strong>de</strong> com mais facilida<strong>de</strong> (Fast, 1980). O meio que se utiliza <strong>para</strong> Cattleya é<br />

mais complicado do qual é utilizado <strong>para</strong> Cymbidium (Fast, 1980; Champagnat, 1977);<br />

acrescentando-se as vezes aux<strong>in</strong>a, citoc<strong>in</strong><strong>in</strong>a, leite <strong>de</strong> coco e peptona. A formação <strong>de</strong><br />

protocórmos em Cattleya necessita <strong>de</strong> bastante tempo e geralmente limpeza nas bases das<br />

folhas mais velhas.<br />

Miltonia, Odontonia e Odontoglossum oferecem o mesmo tipo <strong>de</strong> resposta que a<br />

Cattleya (regeneração na base das folhas), e se cultivam também em meio relativamente<br />

rico. A resposta <strong>de</strong>stes 3 gêneros é muito mais rápida que a <strong>de</strong> Cattleya (Champagnat,<br />

1977). Até o momento o cultivo <strong>de</strong> meristemas com o gênero Paphiopedilum tem sido<br />

fracassado, <strong>de</strong>vido à rápida coloração necrosada que se produz quando se isola o meristema<br />

apical.<br />

O meio <strong>para</strong> o cultivo <strong>de</strong> meristemas é muito semelhante e relativamente simples,<br />

que se utiliza <strong>para</strong> a <strong>in</strong>oculação dos diferentes gêneros. Cymbidium e Miltonia (que são<br />

relativamente fáceis <strong>de</strong> se multiplicar), se cultivam freqüentemente no meio <strong>de</strong> Knudsom C<br />

(1946) ou sobre o meio modificado <strong>de</strong> Vac<strong>in</strong> & Went (1949). Cattleya e alguns outros<br />

gêneros necessitam <strong>de</strong> um meio especial (Morel, 1974). O tipo <strong>de</strong> meios <strong>para</strong> os diferentes<br />

gêneros tem sido <strong>de</strong>scrito por: Bergman (1972), Whitner (1974), Arditti (1977), Fast<br />

(1980). Os meios Murashige & Skoog (MS) (1962), e Wimber (1963) foram utilizados<br />

mais tar<strong>de</strong> (De Bruyne & Deberg, 1974).<br />

O isolamento <strong>de</strong> meristemas geralmente é feito em meio sólido, com exceção da<br />

Cattleya; a <strong>propagação</strong> <strong>de</strong> protocórmos geralmente é feita em meio líquido e o crescimento<br />

<strong>de</strong> protocórmos até o estádio <strong>de</strong> plântula, novamente em meio sólido (Leffr<strong>in</strong>g, 1968). A<br />

composição dos meios, em 3 etapas diferentes da <strong>propagação</strong> das orquí<strong>de</strong>as é<br />

freqüentemente diferente.<br />

O pH do meio varia <strong>de</strong> 4,8-5,8. A fonte <strong>de</strong> açúcar é a sacarose na proporção <strong>de</strong> 1-<br />

3% (p/v), ou às vezes glucose 1,5% acrescido <strong>de</strong> frutose 1,5%. A adição <strong>de</strong> reguladores<br />

vegetais não é geralmente necessária (Homes et al. 1972), ocorrendo altas taxas <strong>de</strong><br />

mutações gênicas em sua presença. Fonnesbech (1972) encontrou efeitos positivos das<br />

aux<strong>in</strong>as sobre Cymbidium, Cattleya e Aranda. Re<strong>in</strong>ert & Mohr (1967) e Pierik &<br />

Steegmans (1972), <strong>in</strong>dicaram um efeito estimulador da citoc<strong>in</strong><strong>in</strong>a em Cattleya. Cheng-Haw


et al. (1976-1978), <strong>in</strong>dicaram também um efeito positivo <strong>de</strong>ste regulador vegetal em<br />

Cattleya e Epi<strong>de</strong>ndrum. F<strong>in</strong>almente Fonnesbech (1972), <strong>in</strong>dicou que o GA3 <strong>in</strong>duzia o<br />

crescimento por alongamento em Cymbidium.<br />

A temperatura ótima <strong>para</strong> o crescimento das orquí<strong>de</strong>as se encontra entre 22 e 28 0 C.<br />

Utiliza-se geralmente a luz fluorescente entre 12 e 16 horas <strong>de</strong> luz e 12 e 8 <strong>de</strong> escuro. As<br />

vezes se utiliza luz contínua. Po<strong>de</strong>-se utilizar uma baixa irradiância na <strong>in</strong>oculação, mas<br />

<strong>de</strong>ve-se aumentar quando as plântulas se formam a partir dos protocórmos.<br />

Em pr<strong>in</strong>cípio a multiplicação das orquí<strong>de</strong>as por cultivo <strong>de</strong> meristemas po<strong>de</strong> ser<br />

realizada por duas formas: 1) sobre um meio sólido; 2) em um meio líquido em movimento,<br />

que se mantém assim por ação <strong>de</strong> um aparelho rotatório (Wimber, 1963). Sua velocida<strong>de</strong> é<br />

extremamente variável, mas a maior parte dos pesquisadores prefere uma velocida<strong>de</strong> lenta<br />

(2-5 rotações por m<strong>in</strong>uto). A <strong>propagação</strong> e o crescimento são, geralmente, melhores em um<br />

meio em movimento do que em um meio sólido. Nos meios líquidos ocorre uma melhor<br />

oxigenação e um transporte <strong>de</strong> nutrientes mais eficiente <strong>para</strong> o explante.<br />

Quando as plântulas com 3 ou 4 folhas são suficientemente gran<strong>de</strong>s (5-7 cm <strong>de</strong><br />

altura), após várias repicagens, po<strong>de</strong>-se aclimatá-las em estufa. Deve-se manter um nível <strong>de</strong><br />

umida<strong>de</strong> alta nas primeiras semanas e também uma lum<strong>in</strong>osida<strong>de</strong> reduzida utilizando-se<br />

sombrite 70 e 50%. Geralmente se utiliza como substrato <strong>para</strong> aclimatação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as, a fibra e/ou pó <strong>de</strong> xaxim, mas atualmente o substrato que<br />

vem ganhando comércio é a fibra <strong>de</strong> côco, pois além <strong>de</strong> possuir ótima aeração,<br />

impresc<strong>in</strong>dível no crescimento das plantas, é também ecologicamente correto.<br />

6. OUTROS MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO<br />

Com o passar dos anos, foram <strong>de</strong>senvolvidos outros métodos <strong>de</strong> <strong>propagação</strong> <strong>de</strong><br />

orquí<strong>de</strong>as <strong>de</strong>ntre eles <strong>de</strong>stacam-se:<br />

a) Utilização <strong>de</strong> folhas jovens: As folhas jovens e os ápices <strong>de</strong> folhas, por<br />

exemplo, <strong>de</strong> Cattleya, formam calos em suas bases, a partir dos quais po<strong>de</strong>m<br />

ser formados protocórmos, que se utiliza <strong>para</strong> subsequente multiplicação<br />

(Champagnat, 1977; Champagnat & Morel, 1969). Churchill et al. (1971 a ,<br />

1971b, 1973) <strong>de</strong>scobriram também a regeneração <strong>de</strong> plântulas obtidas a<br />

partir da formação <strong>de</strong> calos e protocormos, <strong>de</strong> folhas jovens e ápices foliares


<strong>de</strong> Laeliocattleya e Epi<strong>de</strong>ndrum. Vij et al. (1984) reproduziram a espécie<br />

Rhynchostylis resulta por organogênese direta, a partir <strong>de</strong> cultivos <strong>de</strong><br />

segmentos <strong>de</strong> folha.<br />

b) Tanaka & Sakanishi (1977, 1985) <strong>in</strong>dicaram que se podia <strong>de</strong>senvolver<br />

corpos protocormicos sobre fragmentos <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> brotos jovens <strong>de</strong><br />

Phalaenopsis sobre a <strong>in</strong>fluência <strong>de</strong> BAP, NAA e a<strong>de</strong>n<strong>in</strong>a. A partir <strong>de</strong>stes<br />

corpos protocormicos se obt<strong>in</strong>ham plântulas. Os brotos jovens por sua vez<br />

procediam <strong>de</strong> gemas isoladas <strong>de</strong> uma <strong>in</strong>florescência.<br />

c) Gemas dormentes: Po<strong>de</strong>-se obter brotos a partir <strong>de</strong> primórdios jovens <strong>de</strong><br />

gemas florais, ou <strong>de</strong> gemas basais, vegetativas dormentes, <strong>de</strong> <strong>in</strong>florescências<br />

<strong>de</strong> Dendrobium, Vanda, Phalaenopsis, Oncidium, Phragmipedium,<br />

Epi<strong>de</strong>ndrum, e Thunia (Rao, 1977; Fast, 1980; S<strong>in</strong>gh & Prakash, 1984). De<br />

acordo com Teo (1976-1978), Rotor, em 1949 foi o primeiro pesquisador<br />

que clonou Phalaenopsis <strong>de</strong>sta forma.<br />

d) Inflorescências jovens: Intuwong & Sagawa (1973) <strong>de</strong>senvolveram um<br />

método <strong>para</strong> propagar Vascostylis, Neostylis, e Ascof<strong>in</strong>etia <strong>in</strong> <strong>vitro</strong>, a partir<br />

<strong>de</strong> explantes <strong>de</strong> <strong>in</strong>florescências jovens. Estes explantes regeneravam tecidos,<br />

que se transformavam em protocormos, quando se cultivavam em meio<br />

especial.<br />

e) Calo: Champagnat & Morel (1972) regeneraram tecido caloso a partir <strong>de</strong><br />

tecido proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> rizoma <strong>de</strong> Ophrys que podia formar protocormos. O<br />

mesmo experimento po<strong>de</strong> ser realizado com Aranda (Chiang-Shiang et al.,<br />

1976-1978).<br />

f) Plântulas jovens: Estas po<strong>de</strong>m ser <strong>in</strong>duzidas a regenerar como foi<br />

<strong>de</strong>monstrado por Pierik & Steegmans (1972), com Cattleya aurantiaca,<br />

sendo a citoc<strong>in</strong><strong>in</strong>a o fator <strong>in</strong>dutor.<br />

g) Estiolamento: São <strong>in</strong>duzidas a estiolarem por baixa irradiância ou ausência<br />

<strong>de</strong> luz, plântulas <strong>de</strong> Paphiopedilum, cultivadas <strong>in</strong> <strong>vitro</strong>, através <strong>de</strong> segmento<br />

nodal, e propagadas.


7. VANTAGENS DA PROPAGAÇÃO IN VITRO<br />

A <strong>propagação</strong> <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> tem como vantagens, a produção <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mudas<br />

em curto espaço <strong>de</strong> tempo quando com<strong>para</strong>do com métodos tradicionais, sendo estas com<br />

alta qualida<strong>de</strong> fitossanitária. A dim<strong>in</strong>uição do tempo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>stas mudas se torna <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância, pois algumas espécies que at<strong>in</strong>gem maturida<strong>de</strong> apresentando o<br />

primeiro florescimento com 5-7 anos po<strong>de</strong>m florescer com 3-4 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Uma<br />

produção <strong>massal</strong> <strong>de</strong> mudas também é muito <strong>in</strong>teressante, uma vez que naturalmente as<br />

sementes <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as apenas germ<strong>in</strong>am quando ocorre a <strong>in</strong>teração simbiótica com certos<br />

gêneros <strong>de</strong> fungos. Na <strong>propagação</strong> <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> as sementes são colocadas em condições i<strong>de</strong>ais<br />

<strong>para</strong> germ<strong>in</strong>arem e não se faz necessário a simbiose com o fungo.<br />

A produção <strong>de</strong> mudas isenta <strong>de</strong> doenças é uma das vantagens mais expressivas da<br />

micro<strong>propagação</strong>, pois as plantas sadias produzidas possuem maior vigor fisiológico<br />

apresentando uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento melhor florescimento.<br />

8. ESCOLHA DAS MATRIZES<br />

Para que o processo <strong>de</strong> <strong>propagação</strong> <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> se estabeleça com alta eficiência e os<br />

objetivos sejam alcançados, garant<strong>in</strong>do uma boa produção <strong>de</strong> mudas sadias, <strong>de</strong>ve-se ter<br />

como premissa a escolha <strong>de</strong> uma matriz que apresente todas as boas qualida<strong>de</strong>s da planta,<br />

assim como, bom <strong>de</strong>senvolvimento vegetativo e reprodutivo e, quando possível, boas<br />

condições fitossanitárias.<br />

9. MEIOS DE CULTURA<br />

Os meios <strong>de</strong> cultura ou <strong>de</strong> cultivo <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> são<br />

constituídos <strong>de</strong> macro e micronutrientes, vitam<strong>in</strong>as, açúcar e a<strong>in</strong>da po<strong>de</strong>m ser acrescidos <strong>de</strong><br />

reguladores vegetais pertencentes aos grupos da aux<strong>in</strong>a, citoc<strong>in</strong><strong>in</strong>a e da giberel<strong>in</strong>a. Abaixo<br />

estão relacionados os meio <strong>de</strong> cultivo que servem <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento das orquí<strong>de</strong>as <strong>in</strong><br />

<strong>vitro</strong>. A tabela 2 apresenta o meio MS (Murashige & Skoog, 1962), e a tabela 3 apresenta<br />

a composição <strong>de</strong> vitam<strong>in</strong>as do meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> Morel (1960).


Tabela 2. Composição do meio <strong>de</strong> cultura MS (Murashige & Skoog, 1962).<br />

COMPONENTES [mg.L -1 ]<br />

NH4 NO3 1.650<br />

KNO3<br />

1.900<br />

Mg SO4. 7H2O 370<br />

K H2 PO4<br />

170<br />

Ca Cl2. 2H2O 440<br />

Mn SO4. 4H2O 22,3<br />

Zn SO4. 7H2O 8,6<br />

H3 BO3<br />

6,2<br />

KI 0,83<br />

Na2 MoO4. 2H2O 0,25<br />

Cu SO4. 5H2O 0,025<br />

Co Cl2. 6H2O 0,025<br />

Na2 EDTA. 2H2O 37,3<br />

Fe SO4. 7H2O 27,8<br />

Tiam<strong>in</strong>a HCl 0,1<br />

Piridox<strong>in</strong>a HCl 0,5<br />

Ácido nicotínico 0,5<br />

Glic<strong>in</strong>a 2,0<br />

Myo-<strong>in</strong>ositol 100<br />

Agar 7.000<br />

Sacarose 30.000


Tabela 3. Composição <strong>de</strong> vitam<strong>in</strong>as do meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> Morel (1960).<br />

COMPONENTES [mg.L -1 ]<br />

Tiam<strong>in</strong>a HCl 1<br />

Piridox<strong>in</strong>a HCl 1<br />

Ácido nicotínico 1<br />

Myo-<strong>in</strong>ositol 100<br />

Biot<strong>in</strong>a 0,01<br />

Pantotenato <strong>de</strong> Ca 1<br />

10. INCUBAÇÃO DAS PLÂNTULAS<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento das plântulas <strong>de</strong>ve ser em um ambiente climatizado, com controle<br />

<strong>de</strong> temperatura, que geralmente está ao redor dos 27 0 C e com controle do fotoperíodo, que<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> 16/8 ou 12/12 <strong>de</strong> luz/escuro.<br />

Esta climatização ga rante uma uniformida<strong>de</strong> maior das plântulas em seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, e facilita na observação <strong>de</strong> qualquer problema que alguma muda<br />

apresente. As boas condições <strong>de</strong> <strong>in</strong>stalação são fundamentais <strong>para</strong> se conseguir<br />

uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e garantir um fornecimento <strong>de</strong> mudas <strong>para</strong> viveiristas.<br />

11. ACLIMATAÇÃO DAS MUDAS<br />

As mudas propagadas <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> <strong>de</strong>vem ser adaptadas às condições on<strong>de</strong> estarão no futuro,<br />

e <strong>para</strong> isto se torna necessário à utilização <strong>de</strong> ambientes semi-climatizados, on<strong>de</strong> se procura<br />

fornecer umida<strong>de</strong> e lum<strong>in</strong>osida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas. Quando as mudas saem do laboratório e são<br />

levadas <strong>para</strong> estas estufas semi-climatizadas, <strong>de</strong>vem ser protegidas da luz solar direta,<br />

utilizando-se sombrites que <strong>de</strong>ixam passar apenas 80-50% da irradiação solar.<br />

Nas primeiras semanas <strong>de</strong> adaptação, <strong>de</strong>ve-se fornecer muita quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, pois<br />

as folhas das orquí<strong>de</strong>as recém produzidas apresentam uma f<strong>in</strong>a camada <strong>de</strong> cutícula e po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>sidratar-se com facilida<strong>de</strong>.<br />

Gradativamente, <strong>de</strong>ve-se adaptá-las às condições <strong>de</strong> campo, dim<strong>in</strong>u<strong>in</strong>do a quantida<strong>de</strong><br />

no fornecimento <strong>de</strong> água. A lum<strong>in</strong>osida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da maioria das<br />

orquí<strong>de</strong>as é equivalente a 50% da irradiação solar, e por este motivo, <strong>de</strong>ve-se colocá-las<br />

sempre sob sombrite ou ripado.


12. ILUSTRAÇÕES<br />

Figura 1. Plântulas <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> Figura 2. Aclimatação das orquí<strong>de</strong>as<br />

Figura 3. Orquí<strong>de</strong>as em <strong>de</strong>senvolvimento Figura 4. Viveiro <strong>de</strong> mudas


13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

PIERIK, R. L. M. Cultivo <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> <strong>de</strong> las plantas superiores. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa,<br />

p.149-168, 1990.<br />

RAMOS, M. S. S. As Orquí<strong>de</strong>as e sua reprodução pela semente, edição da Fazenda Anhumas,:<br />

Camp<strong>in</strong>as, 1977.<br />

ENDSFELDZ, W. F. Orquí<strong>de</strong>as, Editora Europa:São Paulo, 3ª edição, 1997.<br />

CAMPOS, D. M. Orquí<strong>de</strong>as Manual prático <strong>de</strong> cultura, editora Expressão e Cultura: Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, 2ª edição, 1998.<br />

CAMPOS, D. M. Orquí<strong>de</strong>as Manual prático <strong>de</strong> cultura, editora Expressão e Cultura: Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, 2ª edição, 2000.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 1, 1997.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 2, 1998.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 3, 1998.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 7, 1999.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 13, 2001.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 13, 2001.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 15, 2001.<br />

ENDSFELDZ, W. F. O Mundo das Orquí<strong>de</strong>as, On L<strong>in</strong>e editora: São Paulo, no 18, 2002.

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