utttndcia e mióétia do medicamenta

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O senhor de tudo deu-me palavras para afastar as doenças de
todos os deuses e sofrimentos mortais de toda a espécie».
Na mitologia grega uma constelação de deuses vela pela
saúde dos homens. APOLO é o inventor da arte de curar; HÍGIA,
a deusa da saúde; PANACEA, a que cura todos os males. Os próprios
deuses revelam aos homens as virtudes dos medicamentos
— HECATE OU PHARMAKIS, deusa dos encantamentos e da
magia, conhece as propriedades das plantas e o centauro QuiRON
ensina ao deus ESCULÁPIO, a quem na época post-homérica se
elevaram em toda a Grécia magníficos templos, o poder curativo
das plantas e o modo de as usar na cura das enfermidades que
afligem os pobres mortais. Mas embora com a Grécia se atinja
um dos pontos mais elevados da história da arte de curar no Mundo
antigo, o uso que os médicos gregos fizeram dos medicamentos
foi relativamente reduzido. Segundo as doutrinas hipocráticas a
função do medicamento era apenas a de auxiliar a natureza e
talvez por isso a terapêutica usada pelos gregos não apresenta
aquele carácter de originalidade que as suas concepções da patologia,
da higiene ou da fisiologia possuem. Embora a medicina de
Roma seja em vários aspectos muito menos original que a medicina
grega, as contribuições dadas por DIOSCÓRIDES, PLÍNIO e
GALENO para conhecimento e uso dos medicamentos apresentam-se-nos
como particularmente importantes, explicando-nos,
pelo menos em parte, porque razão as suas obras resistiram ao
tempo, mantendo-se durante cerca de quinze séculos como base
dos conhecimentos terapêuticos da medicina oficial. GALENO
classificava os medicamentos segundo as suas pretensas características
de quentes, secos, húmidos e frios. O conceito galénico
articulava-se aliás com o princípio terapêutico hipocrático de
contraria contraris curanmr ou com as doutrinas da fisiologia e da
patologia que dominavam a época e a sua longa vigência é um
dos mais curiosos factos da história da arte de curar. O mundo
sofre no decurso de dez séculos as mais intensas transformações,
mas as ideias mestras da terapêutica permanecem quase imutáveis.
Com a queda do Império Romano do Ocidente e com o advento
do islamismo, cuja difusão alterou profundamente o equilíbrio
político do mundo mediterrâneo deslocando os centros de gravidade
da ciência e da cultura, a história da civilização entrou numa
nova fase e iniciou-se um novo período da arte de curar.