utttndcia e mióétia do medicamenta

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as substâncias orgânicas só podiam formar-se através dos processos
de síntese biológica, um largo caminho se abria para a ciência
e para a humanidade.
Da síntese da ureia, realizada por WOHLER em 1828, até
à maravilhosa floração de novas substâncias que caracteriza a
química dos nossos dias, que imenso caminho percorrido, quantas
vitórias conquistadas, quantas coisas que a imaginação custosamente
antevia, se tornaram realidades!... Segundo o cálculo de
alguns autores, entre 500000 a 1 milhão de unidades químicas
foram sintetizadas neste período de pouco mais de um século.
Ao mesmo tempo que o «armarium pigmentarium» dos nossos
colegas da idade média ou da renascença se despovoava, o número
de substâncias químicas inteiramente novas, de substâncias químicas
que não existiam no universo, aumentava vertiginosamente.
Novos capítulos da farmacologia foram criados e tomaram rapidamente
uma importância considerável, outros foram notavelmente
aumentados e medicamentos de enorme valor surgem para a terapêutica,
como os anestésicos locais, os barbitúricos, os anti-histamínicos,
as sulfamidas, etc., etc. A existência de princípios antibióticos
nos microorganismos, que não tinha passado despercebida
ao génio de PASTEUR admitindo mesmo a possibilidade da sua
utilização terapêutica, é verdadeiramente descoberta e estudada
por FLEMING e pelos seus continuadores.
Desse facto do acaso resulta uma das mais poderosas armas
terapêuticas de todos os tempos — os antibióticos.
Às possibilidades imensas do génio, sucede, na investigação
científica, a quase infalibilidade da organização e da técnica. A natureza
é sistemática e metodicamente esquadrinhada com a mesma
acuidade penetrante com que o telescópio ou o radar exploram
o espaço e, do esforço combinado dos bioquímicos, dos bacteriologistas
e dos farmacologistas, nasce essa flor de esperança tornada
realidade viva que é constituída pelo grupo dos antibióticos.
Outro importante facto que poderosamente influiu na evolução
do medicamento foi não só a ligação íntima entre a química e
a farmacologia experimental como também a orientação que esta
seguiu abordando problemas de transcendente importância teórica
e prática como o estudo das relações entre a constituição química
e a actividade fisiológica, o modo de acção dos medicamentos e a
avaliação quantitativa da actividade farmacodinâmica.