Terceira Parte B (3,89 MB) - Instituto Anchietano de Pesquisas ...
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André Osório Rosa<br />
número <strong>de</strong> animais representados a partir dos índices <strong>de</strong> abundância <strong>de</strong>ve ser<br />
explicado em conjunto com os aspectos qualitativos.<br />
Os moluscos bivalves são alimentos pouco calóricos, isto é, possuem<br />
baixo rendimento, e sua coleta somente se torna rentável quando os custos <strong>de</strong><br />
obtenção, preparo e consumo são baixos (Figuti, 1993). Segundo o mesmo<br />
autor, embora o fornecimento protéico <strong>de</strong>stes animais tenha sido muito elevado<br />
para os grupos humanos que habitaram o litoral brasileiro, seria necessário<br />
aliar um fornecimento importante <strong>de</strong> carboidratos e/ou gordura provenientes <strong>de</strong><br />
outras fontes alimentares. A constância dada à coleta <strong>de</strong>sses animais seria<br />
justificada pelo baixo custo <strong>de</strong> aquisição, como complemento nutricional e<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção pelos indivíduos não engajados nas ativida<strong>de</strong>s<br />
principais <strong>de</strong> subsistência. Neste último caso, haveria conseqüentemente uma<br />
otimização <strong>de</strong> forrageio, pois enquanto parte do grupo po<strong>de</strong>ria voltar seus<br />
esforços para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caça e pesca, outra parte concentrava-se na<br />
coleta <strong>de</strong> mariscos.<br />
Tendo em vista a abundância <strong>de</strong> restos <strong>de</strong> mariscos nos sítios<br />
analisados e a evi<strong>de</strong>nte importância <strong>de</strong>stes animais nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
subsistência na área arqueológica em estudo, procurou-se avaliar os<br />
rendimentos líquidos da coleta nestes assentamentos, <strong>de</strong>terminando a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria comestível associada a esses amimais. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
biomassa comestível correspon<strong>de</strong>nte foi <strong>de</strong>terminada através <strong>de</strong> estimativa<br />
alométrica, que consiste em estimar o peso das partes moles dos animais, o<br />
que representa o conteúdo efetivamente comestível, a partir do peso das<br />
respectivas conchas recuperadas nas escavações (ver Parmalle & Klippel,<br />
1974). Os índices foram expressos em proporções <strong>de</strong> partes moles por<br />
proporções <strong>de</strong> partes duras. A análise <strong>de</strong> espécimes recentes <strong>de</strong> Meso<strong>de</strong>sma<br />
mactroi<strong>de</strong>s (N=30) mostra correlação significativa entre o peso das conchas e o<br />
peso das partes moles (P