mulheres do amazonas na narrativa dos viajantes - GT Nacional de ...
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VI Simpósio Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> História Cultural<br />
Escritas da História: Ver – Sentir – Narrar<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Piauí – UFPI<br />
Teresi<strong>na</strong>-PI<br />
ISBN: 978-85-98711-10-2<br />
sua virilida<strong>de</strong>, romantismo, sedução e sociabilida<strong>de</strong>. A graciosida<strong>de</strong> e a amabilida<strong>de</strong> das<br />
<strong>mulheres</strong> com os cavalheiros chamaram atenção <strong>do</strong> casal <strong>de</strong> <strong>viajantes</strong>,<br />
Nos melhores salões europeus tais eloqüências femini<strong>na</strong>s não eram <strong>de</strong><br />
bom tom. Contu<strong>do</strong> as brasileiras se divertiam com os gracejos que<br />
corriam soltos. Tu<strong>do</strong> isso entre taças <strong>de</strong> champanhe servi<strong>do</strong> quente. 5<br />
E foi preocupa<strong>do</strong> com que consi<strong>de</strong>rou excessivos sorrisos e sussurros<br />
femininos que o cronista criticou <strong>na</strong>s pági<strong>na</strong>s <strong>do</strong> jor<strong>na</strong>l um grupo <strong>de</strong> senhoras e<br />
senhoritas, que além <strong>do</strong> luxo <strong>de</strong>monstravam benevolências sinuosas conforme seu olhar<br />
perscrutou.<br />
atitu<strong>de</strong>s? 6<br />
Gran<strong>de</strong> foi a animação e luxo no Gran<strong>de</strong> Baile. As mais distintas<br />
famílias ma<strong>na</strong>uaras presentes. As senhoras e senhoritas <strong>na</strong> ocasião<br />
com toilettes e jóias resplen<strong>do</strong>rosas. Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> perceber<br />
que algumas senhoras e senhoritas se excediam em amabilida<strong>de</strong>s com<br />
cavalheiros, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se suas esposas ou preten<strong>de</strong>nte estivessem<br />
presente.<br />
E fi<strong>na</strong>liza sua nota questio<strong>na</strong>n<strong>do</strong>: não seria hora <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das<br />
No mesmo jor<strong>na</strong>l, <strong>na</strong> sessão Fatos, um mora<strong>do</strong>r da cida<strong>de</strong>, que assi<strong>na</strong>va com o<br />
amigo da moralida<strong>de</strong> questio<strong>na</strong>va a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma jovem senhora no baile.<br />
Pergunta-se. O que fazia o mari<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma jovem esposa que alegre<br />
pelo champanhe trocava olhares, sussurros, sorrisos com um senhor,<br />
respeita<strong>do</strong> comerciante, sem se importar com a presença <strong>de</strong> sua<br />
esposa e filhas presente no baile. Acorda antes que os cornos<br />
cresçam <strong>de</strong>mais.<br />
O século XIX difundia, através <strong>do</strong>s seus agentes, a pedagogia das<br />
sensibilida<strong>de</strong>s e da urbanida<strong>de</strong>. A urbe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> perío<strong>do</strong> emprestava uma série <strong>de</strong> imagens<br />
e representações sobre “estar e ser” <strong>na</strong> sociabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cotidiano. As intervenções<br />
pedagógicas se processavam sobre o urbano, a cida<strong>de</strong> se mo<strong>de</strong>lava transforman<strong>do</strong> a<br />
paisagem e os indivíduos.<br />
Os novos equipamentos <strong>de</strong> urbanida<strong>de</strong>, cordialida<strong>de</strong>, sociabilida<strong>de</strong> e<br />
afetivida<strong>de</strong> requeriam cuida<strong>do</strong>s nos manuseios <strong>do</strong>s seus instrumentos. O recém-mun<strong>do</strong><br />
5 Ibid., p. 174.<br />
6 Apud, DIAS, Ednea Mascaranhas. A ilusão <strong>do</strong> Fausto (1890-1920). Ma<strong>na</strong>us: Valer, 1999, p. 167.<br />
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