Tetra Pak Dairy Index
Tetra Pak Dairy Index
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<strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> <strong>Dairy</strong> <strong>Index</strong><br />
Uma fonte semestral de notícias e de<br />
informações sobre a indústria de laticínios<br />
Edição 1 – junho 2009<br />
Foco nos<br />
mercados emergentes<br />
Inside<br />
Carta do CEO<br />
Situação da Indústria<br />
Consumo global de leite atinge o<br />
mais alto nível de todos os tempos<br />
Seis tendências globais<br />
moldando a indústria de laticínios<br />
Mercado em destaque: Índia:<br />
o maior produtor e consumidor<br />
mundial de laticínios
Carta do<br />
CEO<br />
2<br />
Carta do<br />
CEO<br />
Sobre o <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> <strong>Dairy</strong> <strong>Index</strong><br />
O <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> <strong>Dairy</strong> <strong>Index</strong> é um relatório semestral, que<br />
visa ajudar os produtores a identificarem novas<br />
oportunidades de crescimento e, ao mesmo tempo,<br />
oferecer informações sobre os últimos fatos, dados e<br />
tendências relacionadas à indústria global de laticínios.<br />
Os dados contidos neste relatório foram reunidos a<br />
partir de uma variedade de fontes externas e da <strong>Tetra</strong><br />
<strong>Pak</strong>, e analisados pelos seus peritos em mercados de<br />
laticínios. O <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> <strong>Dairy</strong> <strong>Index</strong> inclui uma análise da<br />
<strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> sobre a indústria baseada no seu trabalho no<br />
dia-a-dia com clientes da indústria de laticínios,<br />
governos, organizações não-governamentais e<br />
comunidades locais em todo o mundo.<br />
Prezados leitores,<br />
Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo<br />
consomem leite. É um alimento básico, considerado parte de<br />
uma dieta saudável para todas as idades. É também uma<br />
commodity que continua a crescer de maneira sólida, mesmo<br />
com um recente histórico de volatilidade de preços e a atual<br />
desaceleração econômica.<br />
Apesar da crise econômica global, espera-se que o consumo<br />
de bebidas derivadas do leite continue a crescer nos próximos<br />
três anos – com os mercados emergentes impulsionando<br />
grande parte desse crescimento. Ao mesmo tempo, a atual<br />
volatilidade econômica pode encorajar muitos consumidores a<br />
economizar ao comprar leite, por exemplo comprando marcas<br />
mais econômicas ou produtos de marca própria.<br />
Nos últimos quatro anos, o consumo global de bebidas<br />
derivadas do leite alcançou uma taxa de crescimento anual<br />
composta (CAGR) de 2,4% - com o consumo atingindo o seu<br />
mais alto pico de 258 milhões de litros em 2008. Impulsionando<br />
este crescimento estão os populosos mercados emergentes,<br />
como a Índia e a China, onde o crescimento populacional<br />
contínuo e rendas crescentes, juntamente com novas<br />
tendências nutricionais, estão promovendo a consciência e a<br />
demanda pelo consumo de laticínios.<br />
Consumidores bebem mais leite embalado<br />
Enquanto o consumo de leite nestes mercados cresce,<br />
preocupações quanto à saúde e segurança e o desejo por<br />
maior praticidade aumentam a tendência para o leite embalado<br />
– o leite longa vida em particular, que não exige refrigeração ou<br />
conservantes. O consumo de leite na Índia, por exemplo,<br />
aumentou a uma taxa de crescimento anual composta de 2,7%<br />
nos últimos quatro anos, sendo que o leite embalado cresceu a<br />
uma taxa de 4,7% no mesmo período. O consumo mundial de<br />
bebidas derivadas do leite é o que mais cresce dentro da<br />
categoria, e deve atingir aproximadamente 72% do consumo<br />
global em 2012.<br />
É claro que a indústria de laticínios não estará totalmente<br />
imune à crise financeira global. A recessão em vários países, a<br />
restrição ao crédito e a volatilidade nos mercados de capitais e<br />
de commodities vão apertar as margens de lucro para muitos<br />
de nós. É por isso que nós da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> estamos mais focados<br />
do que nunca em nossa estratégia de desenvolver sistemas<br />
eficientes de processamento e embalagens, e buscamos<br />
continuamente maneiras de reduzir os custos operacionais de<br />
nossos clientes.<br />
Como parte do nosso compromisso com os nossos parceiros<br />
na indústria de laticínios, estamos felizes em apresentar a<br />
edição inaugural do <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> <strong>Dairy</strong> <strong>Index</strong>, que visa ajudar os<br />
produtores a identificarem novas oportunidades de crescimento<br />
e, ao mesmo tempo, oferecer informações sobre os últimos<br />
fatos, dados e tendências relacionadas à indústria global de<br />
laticínios. A nossa primeira edição enfoca os mercados<br />
emergentes. Nestes, incluímos a Índia, não só o maior produtor<br />
como também o maior consumidor de laticínios, e a China, o<br />
segundo maior consumidor do mundo, que tem liderado o<br />
crescimento em consumo nos últimos quatro anos com uma<br />
taxa de crescimento anual composta de 13,4%.<br />
Esperamos que você ache este relatório útil e agradecemos<br />
seus comentários em dairyindex@tetrapak.com.<br />
Atenciosamente,<br />
Dennis Jönsson<br />
Presidente e CEO do Grupo <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>
Consumidores globais bebem<br />
mais leite do que nunca<br />
Crescimento anual previsto em 2,2% até 2012<br />
O consumo global de leite e outras bebidas derivadas do leite<br />
(excluindo soja e alternativas a laticínios) chegou a um pico de<br />
258 bilhões de litros em 2008, de acordo com nova pesquisa<br />
da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>.<br />
Se incluirmos bebidas à base de soja e outras alternativas aos<br />
laticínios, como leites à base de arroz, nozes e outros grãos,<br />
este valor chega a 280 bilhões de litros.<br />
O consumo em 2008 aumentou em mais de quatro bilhões de<br />
litros, ou 1,6% em relação a 2007 – assinalando uma taxa de<br />
crescimento anual composta de 2,4% nos últimos quatro anos.<br />
Este crescimento desponta apesar da acentuada elevação dos<br />
preços nos últimos dois anos, que aumentou o preço do leite<br />
em até 75% antes de se estabilizar no final de 2008.<br />
Apesar da crise econômica global, a previsão da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> é<br />
de que o consumo mundial de laticínios vai continuar a crescer<br />
a uma taxa anual composta de 2,2% até 2012. Entretanto, isto<br />
não significa que a indústria não sofrerá nenhum impacto. De<br />
acordo com as atuais tendências de consumo, os<br />
consumidores querem cada vez mais economizar – evidência<br />
disto é o fato de que o volume de leite vendido através de<br />
atacadistas e outros varejistas, como lojas de conveniência,<br />
aumentou em 9,6% mundialmente nos últimos três anos.<br />
Se por um lado os consumidores não deixarão de comprar<br />
leite, por outro eles tendem a buscar ofertas quando seus<br />
orçamentos estão sendo pressionados. Por exemplo, eles<br />
tendem a comprar marcas econômicas ou próprias, quando<br />
disponíveis. Apenas na Europa Ocidental, vendas de produtos<br />
de marca própria representam hoje cerca de 36% do total de<br />
vendas de leite branco.<br />
bilhões litros<br />
Consumo de laticínios continua a crescer<br />
Total 2008 BL* volume: 258 bilhões de litros<br />
‘in natura’<br />
em pó<br />
refrigerado<br />
ambiente RTD<br />
De volta ao básico<br />
Michael Zacka, vice-presidente de Marketing e de<br />
Gerenciamento de Produtos da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, comenta: “Nos<br />
últimos anos, a renda doméstica tem aumentado em várias<br />
partes do mundo, e os consumidores preocupados com a<br />
saúde e bem-estar tem comprado uma grande variedade de<br />
laticínios – desde o simples leite branco a iogurtes e leites<br />
aromatizados, como por exemplo, os achocolatados.<br />
Entretanto, no atual clima econômico desfavorável, nós<br />
antecipamos que a maioria dos consumidores voltem ao básico<br />
– ou seja, substituindo o leite branco por produtos mais caros e<br />
com maior valor agregado ou escolhendo marcas mais<br />
econômicas ao invés de marcas premium. Mesmo assim,<br />
nossa expectativa é de que o mercado global de laticínios<br />
continue a crescer com força.<br />
Mercados emergentes lideram o crescimento<br />
Impulsionando a maior parte do aumento de consumo na<br />
indústria mundial de laticínios – 95,8% nos últimos quatro anos<br />
– estão os mercados emergentes – como a Índia, o Paquistão,<br />
o Oriente Médio e a China. Nestes mercados, o crescimento se<br />
sustenta principalmente no aumento populacional e das rendas<br />
familiares, que por sua vez influenciam os hábitos de consumo.<br />
Na China e no Vietnã, por exemplo, as dietas dos<br />
consumidores continuam a mudar com o aumento da renda<br />
familiar e os laticínios, que não fazem parte da tradição da<br />
dieta asiática, tornam-se mais amplamente disponíveis. Nestes<br />
mercados, tanto a novidade como a boa nutrição ajudam a<br />
impulsionar a demanda. Como resultado, o consumo de<br />
bebidas derivadas do leite no Vietnã aumentou em quase 10%<br />
nos últimos quatro anos, para 984 millhões de litros.<br />
Leite cru<br />
Leite em pó<br />
Leite refrigerado<br />
Leite longa vida<br />
O leite longa vida embalado, pronto para consumo, impulsiona o crescimento, ao passo em<br />
que o leite ‘in natura’ declina<br />
Fonte: <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, 2008<br />
* exclui soja e alternativas ao leite Situação<br />
da Indústria
4<br />
Bilhões litros<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Consumo de leite atinge seus maiores níveis na China<br />
Consumo ** total de laticínios na China em 2008: 39,4 bilhões de litros<br />
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008<br />
ano<br />
Fonte: <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, 2008<br />
O consumo de lácteos na China, que aumentou 13,4% de<br />
forma composta entre 2005 e 2008, diminuiu temporariamente<br />
em seguida à crise da melamina. Entretanto, apesar da crise,<br />
o consumo de lácteos na China chegou a seus maiores<br />
níveis, batendo recordes em 2008 – cerca de 27 bilhões de<br />
litros, sendo 39,4 bilhões de litros se incluirmos bebidas à<br />
base de soja e alternativas aos laticínios como leites à base<br />
de arroz, nozes, grãos e sementes.<br />
De fato, nos últimos sete anos o consumo de leite na China<br />
tem crescido a uma média de dois bilhões de litros por ano,<br />
tornando este país o segundo maior consumidor mundial de<br />
leite, depois da Índia.<br />
Outros derivados do leite<br />
Apesar do consumo de leite branco ter declinado um pouco<br />
com o surgimente da questão da melamina, e o consumo de<br />
outras bebidas derivadas do leite, incluindo o leite<br />
aromatizado, terem diminuído, o de bebida à base de soja e<br />
de grãos está crescendo rapidamente. Espera-se que o<br />
consumo de leite branco e de outras bebidas derivadas do<br />
leite atinja os níveis pré-melamina até o final de 2009.<br />
De fato, a China lidera o consumo de leite aromatizado, leite<br />
fermentado e bebidas à base de soja – com taxa de<br />
crescimento anual composta nos últimos três anos de 15%,<br />
23,8% e 4% para cada um destes segmentos,<br />
respectivamente.<br />
Em outros mercados em desenvolvimento, como a Índia, que<br />
lidera mundialmente tanto a produção como o consumo de<br />
leite, graças ao crescimento populacional acentuado e ao<br />
aumento das rendas familiares o consumo de leite continua a<br />
aumentar. Em 2008, o consumo de leite na Índia subiu mais<br />
de 2,6% em relação a 2007, para cerca de 51,5 bilhões de<br />
litros. Nos últimos quatro anos, este consumo seguiu uma<br />
taxa de crescimento anual composta de 2,7% - sendo que o<br />
leite embalado aumentou<br />
Alternativa aos laticínios<br />
Bebidas à base de soja<br />
Outros lácteos***<br />
Leite Branco<br />
**Inclui bebida à base de soja e alternativas aos laticínios com leites à base de arroz, nozes, grãos<br />
e sementes<br />
***Outros produtos lácteos incluem creme de leite, leites aromatizados, leites fermentados,<br />
leite condensado e leite infantil<br />
a uma taxa de 4,7% no mesmo período.<br />
Alimento básico e acessível<br />
Na América Latina, as pessoas estão consumindo mais leite<br />
porque este continua a ser um dos alimentos básicos mais<br />
acessíveis – apesar da volatilidade dos preços nos últimos<br />
dois anos.<br />
Consumidores latino-americanos, que têm acompanhado o<br />
aumento dos preços do arroz, do trigo e de outros alimentos<br />
nos útimos anos, estão consumindo menos destes alimentos<br />
básicos e mais leite, por ser um dos alimentos mais nutritivos<br />
e mais baratos.<br />
Finalmente, em mercados como a América do Norte e Europa<br />
Ocidental, o mercado de laticínios é mais maduro e o<br />
crescimento se mantém estável. Incluídos entre os 10<br />
maiores mercados de laticínios do mundo em consumo total,<br />
estão os Estados Unidos, que constam em terceiro lugar, a<br />
Rússia (nº 6), o Reino Unido (nº 8) e a Alemanha (nº 10).<br />
Leite longa-vida impulsiona o crescimento<br />
Enquanto a categoria de laticínios continua a crescer, a forma<br />
como os produtos são embalados e consumidos em<br />
mercados crescentes e em de desenvolvimento está<br />
mudando.<br />
Nos últimos quatro anos, a proporção de leite não embalado<br />
consumido, seja diretamente dos fazendeiros ou de<br />
vendedores ambulantes, tem diminuído. Em 2008, o consumo<br />
do chamado leite ‘cru’ representava 29,7% do consumo total<br />
de bebidas derivadas do leite – comparado a 32,5% em 2004.<br />
De fato, o consumo de bebidas derivadas do leite embaladas<br />
está crescendo 72% mais rapidamente do que o consumo<br />
global total de laticínios até 2012.
CAGR nos 10 maiores mercados consumidores de leite*<br />
(2005-2008)<br />
EUA<br />
Paquistão<br />
Brasil<br />
co UK<br />
Em 2008, a China substituiu os EUA como segundo maior consumidor de bebidas<br />
derivadas do leite<br />
Fonte: <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, 2008<br />
Japão<br />
* Inclui alternativas ao leite, como leites a base de soja, arroz, nozes, grãos e sementes<br />
O consumo de leite longa-vida embalado, pronto para beber<br />
(leite que pode ser transportado e armazenado antes de<br />
abrir, sem necessidade de refrigeração ou de conservantes)<br />
alcançou uma taxa de crescimento anual composta de 7,9%<br />
nos últimos quatro anos, comparado a uma taxa de 2,4%<br />
para toda a categoria.<br />
De fato, o consumo mundial de leite UHT aumentou para<br />
23% em 2008, de 18,7% do total de bebidas derivadas do<br />
leite consumidas em 2004. A <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> calcula que o<br />
consumo global de leite UHT deva crescer a uma taxa<br />
composta de 5,2% entre hoje e 2010, atingindo a marca de<br />
mais de 70 bilhões de litros em 2012.<br />
O sobe-e-desce do preço do leite<br />
A demanda mundial continua a crescer apesar das<br />
oscilações de preços<br />
De 2006 a 2007, o preço mundial do leite aumentou em<br />
mais de 75% antes de voltar ao nível de preços de 2006, no<br />
final de 2008. Isto foi resultado da baixa oferta de mercados<br />
tradicionais de produção de leite combinado com uma<br />
demanda maior do que a esperada, particularmente de<br />
mercados emergentes como a China.<br />
Dentre os fatores que reduziram o suprimento global de leite<br />
estão a estiagem na Austrália, o segundo país exportador de<br />
leite do mundo depois dos Estados Unidos, e o fim aos<br />
subsídios da União Européia para a produção de laticínios,<br />
que diminuiu os suprimentos da Europa.<br />
Ao mesmo tempo, o preço das commodities usadas no<br />
processo produtivo estava em alta, o que contribuiu para o<br />
aumento de preços dentro da cadeia produtiva de laticínios<br />
– da vaca ao consumidor. Por exemplo, o preço dos<br />
combustíveis subiu, tornando o transporte e a produção de<br />
laticínios mais caros. Os produtores também presenciaram o<br />
acentuado aumento no preço das rações de gado à base de<br />
milho, enquanto os fazendeiros direcionavam a venda de<br />
suas produções para a fabricação de etanol à base de<br />
milho.<br />
A curto prazo, a expectativa quanto aos preços do leite é de<br />
que este se mantenha estável, a não ser que haja alguma<br />
turbulência imprevista no mercado que afete a cadeia de<br />
fornecimento global de laticínios.<br />
Por 100 kg de Leite Corrigido para Energia (ECM)*<br />
Alemanha<br />
Leite longa-vida em mercados maduros<br />
O consumo de leite longa-vida embalado também está em<br />
ascensão nos mercados avançados e maduros, onde o<br />
consumo de leite já é elevado.<br />
Na Itália, por exemplo, quase 100% das famílias consomem<br />
leite, com um consumo médio de mais de 100 litros de leite<br />
por ano por família. Neste mercado, 60,4% de todo o leite<br />
consumido é longa vida e embalado. Além disso, na<br />
Espanha, quase todo o mercado de leite (98%) é de leite<br />
UHT.<br />
Preços mundiais do leite<br />
anual mensal mensal Jan-Nov<br />
Após terem aumentado em quase 75% de 2006-2008,<br />
os preços mundiais do leite se estabilizaram aos níveis<br />
de 2006 no final de 2008.<br />
*ECM é um meio de padronização da qualidade do<br />
leite para efeitos de medição<br />
Fonte: IFCN <strong>Dairy</strong> Research Center, 2008
6<br />
As principais tendências globais na<br />
indústria de laticínios<br />
São seis as tendências globais que ajudarão a formar a<br />
indústria de laticínios nos próximos anos, de acordo com<br />
dados da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> e análises de mercado, juntamente com<br />
pesquisas recentes da GfK Roper Consulting e o<br />
Euromonitor International.* Enquanto estas tendências são<br />
predominantes em mercados individuais, juntas elas terão<br />
um enorme impacto em como, quando, onde e porque os<br />
consumidores compram e bebem leite e outras bebidas<br />
derivadas do leite.<br />
1. Economizando: enquanto a crise econômica mundial se<br />
aprofunda, a confiança do consumidor em todo o mundo<br />
está em queda, e as pessoas estão cada vez mais<br />
preocupadas em perderem seus empregos e em pagarem<br />
suas contas. De acordo com uma pesquisa recente da GfK<br />
Roper Consulting, a terceira maior preocupação entre os<br />
consumidores pelo mundo é ter dinheiro suficiente para<br />
viver bem e pagar suas contas – 31% dos consumidores no<br />
mundo todo mencionaram ser esta a sua maior<br />
preocupação.<br />
Além disso, uma pesquisa de opinião feita em outubro de<br />
2008 indica que 79% dos americanos estão de certa forma<br />
preocupados que a atual crise financeira tenha um “impacto<br />
maior” sobre eles. E 41% dos consumidores estão “adiando”<br />
suas compras ao máximo – tanto grandes como pequenas – até<br />
que a crise seja resolvida. É importante entender que economizar é um conceito<br />
Os consumidores buscam mais valor e compram produtos<br />
através de diversos canais<br />
Como resultado, mais e mais pessoas estão economizando. Elas<br />
estão mais dispostas a pesquisar pela melhor oferta, e esperam<br />
maior retorno do seu dinheiro. Entretanto, ao invés de diminuir o<br />
consumo de laticínios, os consumidores estão mais propensos a<br />
comprarem leite comum do que leite fortificado, escolher marcas<br />
mais econômicas ao invés de marcas premium, e a comprar<br />
produtos através de diferentes canais, como atacadistas.<br />
Por exemplo, embora os consumidores da Europa Ocidental<br />
comprem a maioria do seu leite em supermercados e<br />
hipermercados, a porcentagem de leite vendida tanto em<br />
atacadistas como em lojas de conveniência cresceu mais de 7,5%<br />
nos últimos três anos. E a expectativa é de que esta tendência<br />
continue. Na Europa Ocidental o consumo de produtos de marca<br />
própria representa hoje aproximadamente 36% do consumo total<br />
de leite branco – à medida em que os consumidores buscam um<br />
maior valor pelo seu dinheiro.<br />
* Fontes incluem dados da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong> de 2008 e 2009, pesquisas globais do<br />
consumidor GfK Roper Reports Worldwide 2008, e Euromonitor International 2008.<br />
relativo. Para uma pessoa, economizar pode significar pedir<br />
uma pizza para entrega ao invés de jantar em um<br />
restaurante caro, enquanto que para outra, pedir uma pizza<br />
pode ser um luxo em si. A extensão do quanto as pessoas<br />
irão economizar vai depender de vários fatores, incluindo a<br />
profundidade da crise econômica, da qual não sabemos<br />
ainda a extensão.<br />
2. “Consumidores ansiosos”:<br />
Com a crise econômica mundial, maior disponibilidade de<br />
informações sobre saúde relacionadas à alimentação,<br />
ataques terroristas e epidemias aparecendo regularmente<br />
nas manchetes dos jornais pelo mundo, uma nova<br />
subcultura de consumidor está se desenvolvendo, que está<br />
não somente mais alerta quanto a estas sérias questões,<br />
mas também mais apreensivo. Este é o chamado<br />
“consumidor ansioso”.<br />
De acordo com uma recente pesquisa internacional, as<br />
regiões em desenvolvimento estão particularmente<br />
preocupadas com a segurança dos alimentos. Mais de 59%<br />
dos consumidores de países em desenvolvimento disseram<br />
estar preocupados quanto à segurança dos alimentos que<br />
compram, comparado com 49% em países desenvolvidos.
Além disso, 51% dos consumidores em países em<br />
desenvolvimento afirmaram terem preocupações quanto<br />
ao armazenamento adequado das bebidas antes da<br />
compra, comparado com 31% em países<br />
desenvolvidos.<br />
Consumidores ansiosos impulsionam a conversão<br />
para o leite embalado<br />
Consumidores ansiosos em todo o mundo estão<br />
contribuindo para mudar a forma como os alimentos - e<br />
o leite em particular – são consumidos em seus<br />
mercados. Mais especificamente, eles estão ajudando a<br />
impulsionar o mercado para o leite embalado,<br />
especialmente o leite UHT. De acordo com dados da<br />
<strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, o consumo mundial de leite UHT aumentou<br />
de 18,7% do total de bebidas derivadas do leite<br />
vendidas em 2004 para 23% em 2008 – uma taxa de<br />
crescimento anual composta de 7,9%.<br />
Esta mudança na maneira como o leite é processado e<br />
consumido em mercados em desenvolvimento tem sido<br />
guiada pelo aumento na percepção do consumidor<br />
quanto à segurança na alimentação. Por exemplo, até<br />
alguns anos atrás, consumidores de alguns mercados<br />
em desenvolvimento acreditavam que o melhor leite<br />
vinha direto da vaca. Esta percepção está mudando<br />
rapidamente devido às campanhas educativas<br />
patrocinadas por governos e produtores de laticínios,<br />
informações sobre alimentação bastante divulgados em<br />
todo o mundo, o aumento das taxas de alfabetização e<br />
o aumento da consciência quanto ao bem estar.<br />
Os consumidores estão mais cientes quanto à<br />
qualidade dos alimentos<br />
O consumidor de hoje está muito mais consciente de<br />
que o leite vendido sem nenhum tratamento ou<br />
processamento industrial se deteriora rapidamente e<br />
pode conter bactérias e doenças, incluindo tuberculose,<br />
tifo e salmonela. Além disso, as pessoas não querem<br />
mais desperdiçar seu tempo fervendo leite por 10 a 20<br />
minutos antes de tomá-lo, para ter certeza de que é<br />
seguro.<br />
Mesmo assim, preocupações envolvendo a produção,<br />
qualidade e proteção dos alimentos devem continuar a<br />
ser uma prioridade na pauta pública em todo o mundo.<br />
Isto significa que a tendência em relação ao leite<br />
embalado deve continuar, tanto nos mercados em<br />
100%<br />
80<br />
60<br />
40<br />
20<br />
0<br />
Aumento no consumo de leite UHT deve continuar<br />
Consumo total de bebidas derivadas do leite dividido por segmentos<br />
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012<br />
Fonte: <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, 2009<br />
ano<br />
desenvolvimento como nos desenvolvidos - em<br />
particular no que se refere ao leite UHT, que oferece<br />
uma vida longa na prateleira sem necessidade de<br />
refrigeração e sem exigir conservantes.<br />
3. Vida corrida: em todo o mundo, as pessoas estão<br />
mais ocupadas a cada dia, tanto com o trabalho como<br />
com atividades sociais. De fato, os consumidores<br />
globais passam em média cinco horas por semana<br />
viajando diariamente – um aumento em relação às 4,3<br />
horas em 2004. Nos países desenvolvidos, este tempo<br />
chega a 5,8 horas por semana.<br />
Os consumidores de hoje valorizam o seu tempo e<br />
esperam cada vez mais poder fazer as mesmas coisas<br />
que antes faziam em casa, independente de onde<br />
estejam – desde assistir televisão e verificar e-mails a<br />
comer e beber. Para estes consumidores, o lar não é<br />
mais um local – lar é onde eles estão no momento.<br />
Os consumidores ocupados buscam produtos<br />
prontos para beber<br />
Atualmente, pelo menos uma vez por semana 20% dos<br />
consumidores no mundo bebem alguma coisa enquanto<br />
andam ou dirigem. Este número chega a 41% nos EUA<br />
e a 38% na Austrália, e tende a aumentar ainda mais<br />
quando se refere a consumidores jovens com idades<br />
entre 13 e 19 anos.<br />
Além disso, as famílias ativas têm menos tempo para<br />
cozinhar e, portanto, buscam produtos que sejam<br />
convenientes, de fácil uso e preparo. Isto significa, por<br />
exemplo, substituir o leite aromatizado em pó ou leite<br />
infantil em pó por leites líquidos. Também pode<br />
significar priorizar o iogurte para beber ao invés de<br />
comer o iogurte com uma colher.<br />
Nos últimos quatro anos, o consumo de leite<br />
aromatizado pronto para beber aumentou a uma taxa<br />
de crescimento anual composta de 9,6%. Isto se<br />
compara a um aumento de 1,9% para o leite<br />
aromatizado em pó no mesmo período. Durante este<br />
mesmo período, o consumo de iogurtes líquidos<br />
aumentou a uma taxa de crescimento anual composta<br />
de 9% comparada a um aumento de 4,5% para iogurtes<br />
consumidos com colher.<br />
‘in natura’<br />
leite refrigerado e em pó<br />
UHT<br />
7
8<br />
Soluções ‘para levar’ são importantes para os consumidores<br />
20<br />
41<br />
Total Global<br />
EUA<br />
39 38<br />
Canadá<br />
Austrália<br />
26 25<br />
África do Sul<br />
Tailândia<br />
23 22 21 21<br />
Egito<br />
México<br />
Reino Unido<br />
Argentina<br />
20 20 19<br />
Japão<br />
Rússia<br />
17 16<br />
Taiwan<br />
Coréia<br />
13 12<br />
Suécia<br />
Alemanha<br />
12 11<br />
10 10 9<br />
8 7<br />
República Tcheca<br />
China<br />
Polônia<br />
Espanha<br />
Brasil<br />
Turquia<br />
Itália<br />
França<br />
Í di<br />
Porcentagem de consumidores que pelo menos uma vez por semana bebem alguma coisa enquanto andam ou dirigem<br />
Fonte: GfK Roper Reports Worldwide, 2008<br />
Mais consumidores desfrutando do café da manhã ‘para<br />
levar’<br />
Leve em conta também que 28% dos consumidores globais<br />
não tomam mais o café da manhã em casa, tradicionalmente<br />
uma ocasião importante para o consumo de leite no mundo.<br />
Ao invés disso, 17% tomam o café da manhã a caminho do<br />
trabalho, 27% bebem algo enquanto andam ou dirigem, e<br />
42% deixam de tomar café da manhã e o substituem por um<br />
lanche no meio da manhã.<br />
Disponibilizar o café da manhã no formato adequado para<br />
atender às diferentes necessidades dos ocupados<br />
consumidores – seja através de iogurtes parabeber, leites<br />
aromatizados ou leite branco vendido em embalagens<br />
individuais - será essencial para o desenvolvimento desta<br />
indústria. De fato, isto se aplica a todas as ocasiões em que<br />
há consumo de leite. A médio prazo, os produtores de<br />
laticínios mais bem sucedidos serão os que elaborarem os<br />
melhores produtos disponíveis nos formatos certos para<br />
atenderem à demanda dos diferentes hábitos de consumo em<br />
mercados específicos em todo o mundo. Entretanto, a curto<br />
prazo, poderemos presenciar uma diminuição no consumo<br />
fora de casa em função do difícil ambiente econômico, mas,<br />
certamente, a tendência do maior consumo for a de casa será<br />
mantida.<br />
4. Saúde e bem-estar: Em um total de 25 países, 24<br />
consideram uma boa saúde como o componente essencial<br />
para uma “vida boa”. De fato, em todo o mundo, a saúde está<br />
se transformando rapidamente em uma prioridade do<br />
consumidor.<br />
US$ milhões (taxa cambial fixa)<br />
5<br />
3<br />
Enquanto os mercados em desenvolvimento se<br />
preocupam com segurança, higiene e produção de<br />
alimentos, os mercados maduros estão mais focados<br />
em questões como obesidade e nutrição. Nem sempre,<br />
porém, isto significa que as preocupações se<br />
transformem em ação.<br />
Aproximadamente 73% dos consumidores globais<br />
afirmam que uma alimentação saudável e nutritiva é<br />
muito importante para a saúde pessoal e bem-estar. Na<br />
prática, porém, apenas 53% se alimentam<br />
regularmente de maneira saudável e nutritiva. E,<br />
apesar dos consumidores concordarem que sua saúde<br />
a longo prazo é importante, apenas um em cada três<br />
faz de tudo para mantê-la.<br />
Aumenta o consumo de produtos de leite<br />
fortificado e funcional<br />
A tendência de busca pela saúde e bem-estar tem enorme<br />
impacto no mercado de laticínios, enquanto os diferentes<br />
segmentos de saúde emergem para atender às diferentes<br />
necessidades. Por exemplo, o leite fortificado e funcional é o<br />
segmento que mais cresce dentre os consumidores<br />
preocupados com a saúde, com vendas globais atingindo<br />
US$ 20 bilhões por ano. Nos últimos quatro anos, as vendas<br />
de leite fortificado/funcional aumentaram em 12,5% apenas<br />
na Europa Ocidental.<br />
Ao mesmo tempo, o consumo de bebidas à base de soja está<br />
aumentando porque a proteína da soja tem sido<br />
Gastos com produtos lácteos saudáveis estão aumentando<br />
Orgânico Fortificado/ melhor para você naturalmente saudável produtos p/ intolerância<br />
Funcional a alimentos<br />
O segmento de leites fortificados e funcionais é o que mais cresce para os consumidores preocupados com a saúde<br />
Fonte: Euromonitor International, 2008<br />
Global Retail Sales
associada a benefícios como redução de colesterol,<br />
melhora da saúde óssea e auxílio ao relaxamento. De<br />
acordo com pesquisas recentes da <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, o consumo<br />
de bebidas à base de soja aumentou a uma taxa de<br />
crescimento anual composta de 4,2%, e isso somente nos<br />
últimos três anos.<br />
Espera-se que esta tendência de saúde e bem-estar<br />
continue a ter um impacto na categoria de laticínios.<br />
Entretanto, no atual clima econômico, os consumidores<br />
também estarão de olho em seus orçamentos.<br />
5. Simples e autênticos: alguns consumidores<br />
demonstram resistência em relação àquilo que percebem<br />
como produtos supervalorizados no mundo de hoje. Este<br />
consumidor prefere produtos tradicionais, ao invés dos<br />
produtos “da moda”. Cerca de 600 milhões de<br />
consumidores globais valorizam a simplicidade que, em<br />
poucas palavras, é definida como “manter seu corpo e<br />
mente da forma mais básica possível”. A porcentagem de<br />
consumidores globais que afirmam que a simplicidade é um<br />
valor pessoal muito importante aumentou de 22% em 2004<br />
para 57% em 2008.<br />
Cada vez mais consumidores buscam produtos<br />
tradicionais<br />
No que se refere à comida, o que os consumidores globais<br />
mais querem são produtos tradicionais. Cerca de 68%<br />
dizem que normalmente eles são fiéis às comidas que lhes<br />
são familiares. Aproximadamente 57% dizem que procuram<br />
evitar comer “refeições prontas” em casa, e a mesma<br />
porcentagem diz que procura evitar fast food.<br />
Espera-se que esta tendência à simplicidade e<br />
autenticidade se torne cada vez mais importante,<br />
particularmente em mercados desenvolvidos. Nestes<br />
mercados, espera-se que os consumidores demonstrem<br />
um retorno aos métodos de produção e valores tradicionais,<br />
o que irá impactar os tipos de produtos lácteos que eles<br />
compram e consomem, especialmente se combinados com<br />
a difícil situação econômica de hoje.<br />
6. Escolha ética: em todo o mundo, consumidores<br />
concordam que o meio-ambiente é importante. Na verdade,<br />
54% dos consumidores globais consideram a preservação<br />
do meio-ambiente como um princípio muito importante em<br />
suas vidas.<br />
No entanto, no que se refere à tomar a liderança nas<br />
mudanças climáticas, eles acreditam que depende das<br />
grandes organizações, e não deles mesmos, assumir a<br />
responsabilidade principal. Por exemplo, 30% dos<br />
consumidores no mundo todo acham que os governos<br />
deveriam tomar a dianteira, seguidos de grupos ambientais<br />
(14%) e comércio e indústria (10%).<br />
Nem sempre crenças éticas se traduzem em ações<br />
E apesar dos consumidores exigirem produtos mais éticos<br />
– desde produtos orgânicos e comércio justo até produtos<br />
disponíveis em embalagens ecológicas, eles normalmente<br />
não estão dispostos a comprometer suas prioridades por<br />
isso. Eles podem dizer que desejam agir de modo ético e<br />
ambiental, mas se irão comprar e se comportar de modo<br />
mais ético daqui para frente é algo incerto, especialmente<br />
em épocas de dificuldades econômicas. Aqueles que<br />
precisam ser mais cuidadosos com seu dinheiro podem<br />
desistir da escolha mais ética quando precisarem<br />
economizar.<br />
Além disso, os consumidores podem achar que “ético” é<br />
algo garantido, e esperar que produtos éticos estejam<br />
disponíveis pelo mesmo preço e qualidade que produtos<br />
“menos éticos”.<br />
Consumidores preferem caixas de papelão a<br />
plástico no desempenho ambiental<br />
Desempenho mais forte que o do plástico em 25 mercados<br />
5 14<br />
Total<br />
fffff<br />
Japão<br />
Suécia<br />
Taiwan<br />
Polônia<br />
China<br />
Tailândia<br />
Coréia<br />
Turquia<br />
Itália<br />
Austrália<br />
França<br />
República Tcheca<br />
Argentina<br />
Alemanha<br />
México<br />
Brasil<br />
Espanha<br />
Egito<br />
Indonésia<br />
Reino Unido<br />
Rússia<br />
Canadá<br />
Índia<br />
África do Sul<br />
EUA<br />
Caixa Garrafa plástica Não sabe<br />
Porcentagem de consumidores globais que acreditam que cada forma<br />
de embalagem tem o melhor desempenho ambiental<br />
Fonte: GfK Roper Reports Worlwide, 2008<br />
Consumidores querem alimentos tradicionais e familiares<br />
% de consumidores globais que concordam com cada afirmativa<br />
No que se refere à comida, Em casa, procuro Procuro evitar<br />
prefiro comer coisas evitar refeições comer fast food<br />
familiares prontas<br />
Global Desenvolvido Em desenvolvimento<br />
Fonte: GfK Roper Reports Worldwide, 2008<br />
9
Índia<br />
10<br />
O maior produtor e consumidor de<br />
leite do mundo – e em crescimento<br />
A Índia é famosa por suas vacas sagradas, um motivo pelo<br />
qual o país ostenta cerca de 300 milhões de cabeças de<br />
gado leiteiro. No entanto, poucas pessoas percebem que<br />
este país também possui a distinção dupla de ser não só o<br />
maior produtor mundial de leite, mas também o maior<br />
consumidor. Estima-se que o consumo de leite irá aumentar<br />
em 2,6% em 2009, e a previsão de produção leiteira para<br />
manter seu crescimento normal de cerca de 3%. Com esses<br />
números, a Índia não demonstra sinais de estar diminuindo<br />
o ritmo.<br />
Desde 1999 a Índia produz mais leite do que qualquer outro<br />
país no mundo. De acordo com pesquisas recentes feitas<br />
pela <strong>Tetra</strong> <strong>Pak</strong>, nos últimos quatro anos a produção de leite<br />
na Índia aumentou a uma taxa de crescimento anual<br />
composta de 4,3%.<br />
A Índia também está no topo dos gráficos em termos de<br />
consumo de leite, e consumiu 51,5 bilhões de litros de leite e<br />
outras bebidas derivadas do leite em 2008 – com uma taxa<br />
de crescimento anual composta de 2,7% nos últimos quatro<br />
anos. Isso é quase o dobro dos volumes consumidos pelo<br />
segundo maior consumidor de leite, a China.<br />
O que impulsiona o crescimento?<br />
O que está impulsionando estes altos níveis de consumo e<br />
produção? Para começar, a Índia tem uma população de 1,3<br />
bilhões de pessoas, e o leite é parte integral da sua dieta.<br />
Uma vez que muitos indianos são vegetarianos, o leite é<br />
uma importante fonte de proteína. Os indianos usam o leite<br />
ou outros produtos lácteos para tudo, desde misturá-lo ao<br />
chá, fazer iogurte ou coalhada, até o preparo de pratos<br />
indianos populares. Assim como em muitas culturas, por ser<br />
tão nutritivo o leite também é uma bebida popular para as<br />
crianças.<br />
A Índia também está começando a resolver alguns dos seus<br />
problemas crônicos de produtividade – o maior desafio por<br />
anos. Por exemplo, enquanto a Índia possui a maior<br />
população de gado e búfalo do mundo, a sua produtividade<br />
por animal é a mais baixa. A maioria dos fazendeiros possui<br />
somente duas ou três vacas, que juntas produzem não mais<br />
do que um ou dois litros de leite por dia.<br />
Na verdade, a produtividade por vaca na Índia é menor do<br />
que metade da média mundial – somente 1000 quilogramas<br />
por ano comparado à média mundial de 2038 quilogramas<br />
por ano.<br />
Este é o resultado de uma séria de fatores, incluindo baixo<br />
potencial genético e má nutrição. No entanto, a<br />
produtividade agora está aumentando graças às novas<br />
vacinas, melhores instalações para os animais, inseminação<br />
artificial e outras tecnologias, muitas delas impulsionadas e<br />
apoiadas por órgãos do governo.<br />
Sistema de cooperativas leiteiras apóia os produtores<br />
Os produtores de leite também recebem bastante apoio do<br />
sistema de cooperativas leiteiras na Índia. Há quase 40<br />
anos, a Índia estabeleceu uma rede nacional de leite<br />
(National Milk Grid) muito eficiente, que coleta diariamente o<br />
leite ordenhado por quase 70 milhões de fazendeiros<br />
espalhados em 50.000 vilas. Através dessa rede de trabalho<br />
cooperativo, o leite é transportado para centros de coleta<br />
refrigerados, onde passa pela verificação da qualidade,<br />
processamento, e é então transportado para os centros<br />
urbanos ou para as grandes empresas de laticínios que o<br />
compraram.<br />
As cooperativas leiteiras, muitas delas informatizadas e<br />
automatizadas, também garantem que os produtores<br />
Consumo típico de leite<br />
em lares indianos<br />
45% misturado ao chá ou café<br />
30% leite líquido para crianças<br />
17% para o preparo de coalhada ou iogurte<br />
8% outros tipos de consumo culinário<br />
A Índia tem 300 milhões de cabeças de gado – cerca de um<br />
quinto da população bovina total do mundo. No entanto, a<br />
maioria dessas vacas pertence a fazendeiros em pequenas<br />
vilas, cuja totalidade do rebanho consiste em 2 ou 3 animais.
Todos os dias: 70 milhões de fazendeiros ordenham 105 milhões<br />
de vacas em 50.000 vilas, e esse leite (uma média de 1-2 litros<br />
por fazendeiro) é transportado para mais de 700.000 cidades na<br />
Índia<br />
vendam todo o leite que produzem, e recebam um preço<br />
justo por ele.<br />
Atualmente 65% de todo o leite consumido na Índia é<br />
consumido na forma ‘in natura’ ou seja, cru, sem nenhum tipo<br />
de tratamento e sem embalagem. No entanto, por motivos<br />
de saúde, segurança e conveniência, cada vez mais o leite<br />
é consumido em caixas. Nos últimos quatro anos o consumo<br />
de leite e outras bebidas derivadas do leite pasteurizados<br />
na Índia cresceu a uma taxa de 4,5% por ano, ao passo<br />
A forma como o leite é vendido no mundo varia em<br />
cada cultura<br />
Por todo o mundo os supermercados ou hipermercados<br />
são o principal canal de vendas para leite e outras<br />
bebidas derivadas do leite, mas outros canais, tais<br />
como pequenas lojas de varejo e outros tipos de venda,<br />
estão aos poucos ganhando sua fatia no mercado.<br />
Nos dois maiores mercados de consumo de leite do<br />
mundo, China e Índia, os supermercados representam<br />
uma porcentagem relativamente pequena das vendas<br />
totais de leite. Na China, por exemplo, 45,5% de todo o<br />
leite e outras bebidas derivadas do leite são vendidos<br />
em pequenas lojas de varejo.<br />
Na Índia apenas 5% de todo o leite é vendido através<br />
de varejistas. 70% é entregue diretamente na casa dos<br />
consumidores através de serviços de entrega especiais,<br />
e 25% é vendido através de máquinas de venda ou<br />
pequenos quiosques nas ruas das áreas mais urbanas.<br />
Vacas sagradas<br />
Muitas delas vagam pelas ruas das populosas cidades<br />
e vilas da Índia, sem a menor preocupação. Poucos<br />
pensariam em incomodá-las. Isso acontece porque há<br />
mais de 3.000 anos os 930 milhões de Hindus<br />
consideram a vaca sagrada, um ser que deve ser<br />
respeitado, não comido. O respeito pelas vacas como<br />
mães da civilização, que fornecem o leite que alimenta<br />
a vida, é um tema comum nos textos religiosos Hindus.<br />
É incorreto dizer que os Hindus idolatram a vaca, mas é<br />
justo dizer que a maioria delas leva uma vida de<br />
reverência na Índia.<br />
que o leite branco vendido em embalagens cartonadas<br />
(caixas) cresceu a uma taxa de 24,6% por ano.<br />
À medida que a população da Índia continua a crescer e o<br />
país encontra soluções para os seus problemas de<br />
produtividade, espera-se que ele mantenha a sua distinção<br />
dupla como o maior produtor e consumidor mundial de<br />
laticínios.<br />
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