17.04.2013 Views

Pitanga: uma fruta especial - Embrapa Clima Temperado

Pitanga: uma fruta especial - Embrapa Clima Temperado

Pitanga: uma fruta especial - Embrapa Clima Temperado

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Artigo de Divulgação na Mídia<br />

<strong>Pitanga</strong>: <strong>uma</strong> <strong>fruta</strong> <strong>especial</strong><br />

Márcia Vizzottto<br />

Pesquisadora da <strong>Embrapa</strong> <strong>Clima</strong> <strong>Temperado</strong><br />

vizzotto@cpact.embrapa.br<br />

A pitanga, fruto da pitangueira (Eugenia uniflora L.), pertence à família botânica das Myrtaceae. É<br />

<strong>uma</strong> planta frutífera nativa do Brasil, da Argentina e do Uruguai. O seu nome vem da palavra tupi<br />

"pyrang", que significa "vermelha". Já era apreciada pelos colonizadores que a cultivavam em<br />

suas residências, e de seus frutos que produziam doces e sucos, além de utilizarem suas folhas<br />

na medicina popular. Apesar de sua origem tropical, seu cultivo já se encontra difundido por<br />

diversos países, podendo ser encontrada no sul dos Estados Unidos, nas ilhas do Caribe e em<br />

alguns países asiáticos. No Brasil, a região nordeste é a única a explorar comercialmente esta<br />

<strong>fruta</strong> de alto potencial econômico. A pitangueira frutifica de outubro a janeiro, e existe <strong>uma</strong> grande<br />

variação na coloração da <strong>fruta</strong>, indo do laranja, passando pelo vermelho, e chegando ao roxo, ou<br />

quase preto.<br />

As folhas da pitangueira têm conhecidas atividades terapêuticas, tendo sido usadas no<br />

tratamento de diversas enfermidades, como febre, doenças estomacais, hipertensão,<br />

obesidade, re<strong>uma</strong>tismo, bronquite e doenças cardiovasculares. Tem ação calmante,<br />

antiinflamatória, diurética, combate a obesidade e também possui atividade antioxidante.<br />

Os extratos da folha da pitangueira, assim como de outras espécies nativas, também<br />

apresentam atividade contra Trypanosoma congolense (doença do sono), e moderada<br />

atividade bactericida, sobre Staphylococcus aureous e Escherichia coli.<br />

Há <strong>uma</strong> variedade de compostos secundários, ou fitoquímicos, já identificados nas folhas<br />

da pitangueira, como flavonóides, terpenos, taninos, antraquinonas e óleos essenciais. No<br />

entanto, sobre a <strong>fruta</strong> da pitangueira existem poucos estudos, identificando somente<br />

alg<strong>uma</strong>s antocianinas e carotenóides. Pesquisas mostram que o conteúdo de fitoquímicos<br />

é maior em pitangas maduras do que semi-maduras e estes compostos de <strong>uma</strong> maneira<br />

geral estão concentrados na película da <strong>fruta</strong>, ou seja, na casca, sendo encontrados em<br />

menores concentrações na polpa. Para a pitanga, isto não chega a ser um problema já<br />

que, geralmente, é consumida sem a retirada da fina casca que protege a polpa.


Muitos estudos demonstram que o consumo de <strong>fruta</strong>s e hortaliças, principalmente as<br />

coloridas, trazem benefícios à saúde. No entanto, nenhum mostra a relação do consumo<br />

de pitangas e prevenção ou combate de doenças. Neste sentido, a <strong>Embrapa</strong> <strong>Clima</strong><br />

<strong>Temperado</strong> está iniciando um projeto em que a pitanga será estudada quanto ao seu<br />

potencial na prevenção de câncer, <strong>uma</strong> doença crônica não-transmissível. Em trabalhos<br />

preliminares, extratos de pitanga de coloração alaranjada foram testados em alg<strong>uma</strong>s<br />

linhagens de células cancerígenas (câncer cólon-retal, câncer de pulmão, câncer renal,<br />

câncer de mama, câncer de ovário), demonstrando redução na proliferação e viabilidade<br />

celular. Neste projeto será focado o câncer de cólon e serão feitos estudos desde a<br />

obtenção e estabilização do extrato, até a identificação dos compostos fitoquímicos e<br />

estudos em células cancerígenas de cólon e em animais modificados geneticamente para<br />

desenvolver o câncer de cólon. Este projeto conta ainda com a parceria da Universidade<br />

Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!