O Líder e o Hábito da Leitura Miolo.indd
O Líder e o Hábito da Leitura Miolo.indd
O Líder e o Hábito da Leitura Miolo.indd
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O LíDER CRISTãO E O HÁBITO DE LEITura<br />
Sandroni & Machado percebem a leitura como um processo amplo<br />
de compreensão e descoberta de sentido, fruto do diálogo com o que é<br />
lido, tornando relevante e consequente a postura do leitor diante do que<br />
lê; que o prazer <strong>da</strong> leitura não é inconsequente. 14 Nesse sentido, incentivar<br />
ou motivar o prazer pela leitura também implica criar condições para ler a<br />
própria reali<strong>da</strong>de. O ato de ler, então, vai além dos limites do texto.<br />
Ambos entendem que ler, no sentido profundo do termo, é o resultado<br />
<strong>da</strong> interação entre leitor e texto, isto é, um esforço de comunicação entre<br />
o escritor, que elaborou, escreveu e teve impresso seu pensamento, e o leitor,<br />
que se interessou, comprou ou ganhou, folheou e leu o texto atuando<br />
via capaci<strong>da</strong>de inferencial, como coautor do texto lido. Também por isso,<br />
a leitura é uma ativi<strong>da</strong>de individual e só a leitura direta, sem intermediário,<br />
é leitura ver<strong>da</strong>deira — a leitura silenciosa que mobiliza to<strong>da</strong> a capaci<strong>da</strong>de<br />
de uma pessoa é uma ativi<strong>da</strong>de quase tão criadora como a de escrever.<br />
Soares reforça de forma bastante eloquente essas afirmações:<br />
Ler um texto é instaurar uma situação discursiva. A leitura do ponto de vista <strong>da</strong> dimensão<br />
individual de letramento (a leitura como uma tecnologia) é um conjunto<br />
de habili<strong>da</strong>des linguísticas e psicológicas, que se estendem desde a habili<strong>da</strong>de de<br />
decodificar palavras escritas até a capaci<strong>da</strong>de de compreender símbolos escritos. Essas<br />
categorias não se opõem, completam-se; a leitura é um processo de relacionar<br />
símbolos escritos a uni<strong>da</strong>des de som e é também o processo de construir uma interpretação<br />
de textos escritos. 15<br />
Definir leitura não é algo simples em virtude de suas muitas variáveis.<br />
Fischer de forma mais ampla, diz que a leitura é “a capaci<strong>da</strong>de de extrair<br />
sentido de símbolos escritos ou impressos”. 16 Dessa forma, ele se utiliza<br />
dos símbolos para a sua orientação na recuperação de informações de sua<br />
memória, para em segui<strong>da</strong> criar, com essas informações, uma interpretação<br />
plausível <strong>da</strong> mensagem do escritor. 17<br />
Rangel entende que “Ler, assim como escrever, são atos de comunicação<br />
verbal caracterizados pela relação cooperativa entre o emissor e o<br />
14 SANDRONI, Laura C. & MACHADO, Luiz Raul (org). A criança e o livro. 2. ed. São Paulo:<br />
Ática, 1987, p. 72 apud Ibidem, p. 23.<br />
15 SOARES, Mag<strong>da</strong>. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,<br />
1998, p. 68.<br />
16 FISCHER, Steven Roger. História <strong>da</strong> leitura. Tradução de Claudia Freire. São Paulo: Editora<br />
uNESPE, 2006, p. 11.<br />
17 MITCHEEL, 1982 apud Idem.<br />
18