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FILOSOFIA CLÁSSICA FILOSOFIA MEDIEVAL AUGUSTO COMTE

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2.3.2.2. A MORAL E A RELIGIÃO<br />

A moral epicurista é uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível;<br />

critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal<br />

é a dor; nenhum prazer deve ser recusado, a não ser por causa de consequências<br />

dolorosas, e nenhum sofrimento deve ser aceito, a não ser em vista de um prazer, ou de<br />

nenhum sofrimento menor.<br />

Epicuro venera os deuses, não para receber auxílio, mas porque eles encarnam o ideal<br />

estético grego da vida, ideal que tem uma expressão concreta precisamente nas belas<br />

divindades do panteão helênico. Deste modo, Epicuro, proclamado ateu, teria praticado<br />

- entre os limites impostos pelo pensamento grego e pelo seu pensamento - o mal da<br />

religião, uma religião desinteressada, uma espécie de puro amor de Deus dos ascetas e<br />

dos místicos.<br />

2.3.3. CETICISMO E ECLETISMO<br />

É o ceticismo a última palavra da sabedoria antiga, desesperada por não ter podido<br />

resolver o problema da vida mediante a razão. O estoicismo procura realizar a apatia<br />

ainda mediante uma metafísica positiva, embora imperfeita, incoerente. O epicurismo<br />

tende a realizar o mesmo fim com uma metafísica negativa, negando todo absoluto e<br />

transcendente. O ceticismo visa sempre um fim último ético-ascético, sem qualquer<br />

metafísica, mesmo negativo.<br />

O ecletismo apresenta-se como um sistema afim, embora imensamente inferior ao<br />

ceticismo. Também o ecletismo, como o ceticismo, substitui ao critério da verdade o da<br />

verossimilhança, embora acriticamente.<br />

É o ecletismo filosofia de espíritos pragmáticos ou decadentes, não filosóficos, que<br />

concebem a filosofia popularmente, moralisticamente. O ecletismo apresenta-se como<br />

uma síntese prática ou, melhor ainda, como uma suma de elementos estóicos,<br />

acadêmicos e também peripatéticos. Contém muito menos elementos céticos e<br />

epicuristas, dada a natureza crítica do ceticismo, e a coerência materialista do<br />

epicurismo. Temos precisamente, em ordem cronológica, um ecletismo estóico, depois<br />

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