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FILOSOFIA CLÁSSICA FILOSOFIA MEDIEVAL AUGUSTO COMTE

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<strong>FILOSOFIA</strong> <strong>CLÁSSICA</strong><br />

<strong>FILOSOFIA</strong> <strong>MEDIEVAL</strong><br />

<strong>AUGUSTO</strong> <strong>COMTE</strong><br />

Campinas 2011<br />

Nomes:<br />

Aline de Oliveira Arantes<br />

Bruno Felipe Grossi<br />

Juliana Trevisan Maziero<br />

Patrícia Gonçalves da Costa<br />

Tamyres Brito de Moraes Moreira


SUMÁRIO<br />

1. <strong>AUGUSTO</strong> <strong>COMTE</strong> ............................................................................................................... 3<br />

1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO POSITIVISMO .......................................................... 3<br />

1.2. VIDA E OBRAS .................................................................................................................... 3<br />

2. <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>CLÁSSICA</strong> ......................................................................................................... 6<br />

2.1. A SOFÍSTICA (PERIODO SOCRÁTICO) ........................................................................... 6<br />

2.2. PERÍODOS SISTEMÁTICOS (PERIODO PÓS-SOCRÁTICO) ......................................... 7<br />

2.3. ESCOLAS DO PERIODO CLÁSSICO ................................................................................ 8<br />

2.3.1. CINISMO ............................................................................................................................ 8<br />

2.3.2. O EPICURIMO ................................................................................................................... 8<br />

2.3.2.1. O PENSAMENTO: GNOSIOLOGIA E METAFÍSICA ................................................. 9<br />

2.3.2.2. A MORAL E A RELIGIÃO .......................................................................................... 10<br />

2.3.3. CETICISMO E ECLETISMO ......................................................................................... 10<br />

3. <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>MEDIEVAL</strong> ..................................................................................................... 11<br />

3.1. CARACTERISTICAS DA <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>MEDIEVAL</strong> ....................................................... 11<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 13<br />

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1. <strong>AUGUSTO</strong> <strong>COMTE</strong><br />

1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO POSITIVISMO<br />

Ao idealismo da primeira metade do século XIX se segue o positivismo, que ocupa,<br />

mais ou menos, a segunda metade do mesmo século, espalhado em todo o mundo<br />

civilizado. O positivismo representa uma reação contra o apriorismo, o formalismo, o<br />

idealismo, exigindo maior respeito para a experiência e os dados positivos. Entretanto, o<br />

positivismo fica no mesmo âmbito imanentista do idealismo e do pensamento moderno<br />

em geral, defendendo, mais ou menos, o absoluto do fenômeno. “O fato é divino”, dizia<br />

Ardigò. A diferença fundamental entre idealismo e positivismo é a seguinte: o primeiro<br />

procura uma interpretação, uma unificação da experiência mediante a razão; o segundo,<br />

ao contrário, quer limitar-se à experiência imediata, pura, sensível, como já fizera o<br />

empirismo. Daí a sua pobreza filosófica, mas também o seu maior valor como descrição<br />

e análise objetiva da experiência - através da história e da ciência - com respeito ao<br />

idealismo, que alterava a experiência, a ciência e a história. Dada essa objetividade da<br />

ciência e da história do pensamento positivista, compreende-se porque elas são fecundas<br />

no campo prático, técnico e aplicado.<br />

O positivismo do século XIX pode semelhar ao empirismo, ao sensismo (e ao<br />

naturalismo) dos séculos XVII e XVIII, também pelo país clássico de sua floração (a<br />

Inglaterra). Diferencia-se, porém, desses sistemas por um elemento característico: o<br />

conceito de vir-a-ser, de evolução, considerada como lei fundamental dos fenômenos<br />

empíricos, isto é, de todos os fatos humanos e naturais. Tal conceito representa um<br />

equivalente naturalista do historicismo romântico da primeira metade do século XIX,<br />

com esta diferença, entretanto, que o idealismo concebia o vir a ser como<br />

desenvolvimento racional, teológico, ao passo que o positivismo o concebe como<br />

evolução, por causas.<br />

1.2. VIDA E OBRAS<br />

Auguste Comte nasceu em Montpellier, França, a 19 de janeiro de 1798, filho de um<br />

fiscal de impostos. Suas relações com a família foram sempre tempestuosas e contêm<br />

3


elementos explicativos do desenvolvimento de sua vida e talvez até mesmo de certas<br />

orientações dadas às suas obras, sobretudo em seus últimos anos. Com a idade de<br />

dezesseis anos, em 1814, Comte ingressou na Escola Politécnica de Paris, fato que teria<br />

significativa influência na orientação posterior de seu pensamento.<br />

Em 1816, a onda reacionária que se apoderou de toda a Europa, depois da derrota de<br />

Napoleão e da Santa Aliança, repercutiu na Escola Politécnica. Os adeptos da<br />

restauração da Casa Real dos Bourbon conseguiram o fechamento temporário da Escola,<br />

acusando-a de jacobinismo. Comte deixou a Politécnica e, apesar dos apelos insistentes<br />

da família, resolveu continuar em Paris. Nesse período sofreu as influências dos chama-<br />

dos “ideólogos”: Destutt de Tracy (1754 – 1836), Cabanis (1757 - 1808) e Volney<br />

(1757 - 1820). Leu também os teóricos da economia política, como Adam Smith (1723 -<br />

1790) e Jean-Baptiste Say (1767 - 1832), filósofos e historiadores como David Hume<br />

(1711 - 177 6) e W William Robertson (1721 - 1793). O útor mais decisivo para sua<br />

formação foi, porém, o estudo do Esboço de um Quadro Histórico dos Progressos do<br />

Espírito Humano, de Condorcet (1743 - 1794), ao qual se referiria, mais tarde, como<br />

"meu imediato predecessor". A obra de Condorcet traça um quadro do desenvolvimento<br />

da humanidade, no qual os descobrimentos e invenções da ciência e da tecnologia<br />

desempenham papel preponderante, fazendo o homem caminhar para uma era em que a<br />

organização social e política seria produto das luzes da razão: Essa idéia tornar-se-ia um<br />

dos pontos fundamentais da filosofia de Comte.<br />

A obra de Comte guarda estreita relações com os acontecimentos de sua vida. Dois<br />

encontros capitais presidem as duas grandes etapas desta obra. Em 1817, Comte tornou-<br />

se secretário de Saint-Simon (1760 - 1825), do qual receberia profunda influência. Essa<br />

íntima ligação intelectual foi extremamente proveitosa para Comte, pois acelerou seu<br />

processo de desenvolvimento. Terminou, contudo, de maneira tempestuosa, como<br />

acontecia com quase todas as relações pessoais de Comte. Ele e Saint-Simon eram de<br />

temperamentos muito diversos para que pudessem trabalhar juntos durante muito<br />

tempo: o rompimento ocorreu quando o discípulo começou. a sentir-se independente do<br />

mestre, discordando de suas idéias sobre as relações entre a ciência e a reorganização da<br />

sociedade.<br />

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A separação entre o s dois ocorreu em 1824. No mesmo ano, Comte casou-se com<br />

Caroline Massin e, não tendo mais os proventos de secretário de Saint-Simon, passou a<br />

ganhar a vida dando aulas particulares de matemática. Dois anos depois, exatamente no<br />

dia 2 de abril de 1826, iniciou em sua própria casa um curso, do qual resultou uma de<br />

suas principais obras, o Curso de Filosofia Positiva, em seis volumes, publicados a<br />

partir de 1830.<br />

O curso, no entanto, foi interrompido logo na terceira aula, devido à crise mental sofrida<br />

por Comte, à qual se seguiu profunda depressão melancólica. Depois disso, Comte<br />

tornou-se repetidor de análise matemática e de mecânica, não tendo conseguido elevar-<br />

se a funções superiores, apesar de várias tentativas em concursos para obtenção de<br />

cátedra. Em 1838, as relações com a esposa pioraram sensivelmente até a completa<br />

separação em 1842.<br />

É em outubro de 1844 Augusto Comte conhece Clotilde de Vaux, que trouxe uma<br />

reviravolta para a vida do filósofo. Na primavera de 1845, nosso filósofo de 47 anos<br />

declara a esta mulher de 30 seu amor fervoroso. “Eu a considero como minha única e<br />

verdadeira esposa não apenas futura, mas atual e eterna”, nela Conte encontrou alguém<br />

que lhe permitiu expressar todos os seus sentimentos e necessidades emocionais.<br />

Clotilde oferece-lhe sua amizade. Com a morte de Clotilde em 1846, a afeição de Comte<br />

tornou-se ainda mais profunda por ela, e entrega-se corajosamente ao trabalho. Entre<br />

1851 e 1854 aparecem os enormes volumes do Sistema de política positiva ou Tratado<br />

de sociologia que institui a religião da humanidade. O último volume sobre o Futuro<br />

humano prevê uma reformulação total da obra sob o título de Síntese Subjetiva. Desde<br />

1847 Comte proclamou-se grande sacerdote da Religião da Humanidade. Institui o<br />

“Calendário positivista” (cujos santos são os grandes pensadores da história), forja<br />

divisas “Ordem e Progresso”, “Viver para o próximo”; “O amor por princípio, a ordem<br />

por base, o progresso por fim”, funda numerosas igrejas positivistas (ainda existem<br />

algumas como exemplo no Brasil). Ele morre em 1857 após ter anunciado que “antes do<br />

ano de 1860” pregaria “o positivismo em Notre-Dame como a única religião real e<br />

completa”.<br />

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2. <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>CLÁSSICA</strong><br />

A História da Filosofia costuma datar sua criação no século VI a.C., quando pensadores<br />

gregos iniciaram a indagação a respeito da racionalidade do mundo e partiram em busca<br />

da compreensão de sua natureza (Physis). Esta busca reflete o processo social, político e<br />

cultural por que passavam as ilhas gregas nesse período, e a Filosofia ganhou força<br />

quando se fortaleceu a superação da interpretação mítica rumo ao pensamento racional.<br />

O método da Filosofia Classica é a compreensão racional da totalidade do ser. Isto quer<br />

dizer que, diferentemente das explicações míticas ou religiosas, os filósofos devem<br />

fundar suas pesquisas e argumentos sobre o raciocínio lógico, buscando as causas dos<br />

fenômenos. Enquanto o mito e a religião buscam compreender o mundo através da<br />

crença e da narrativa, a Filosofia vai fundamentar suas explicações na Razão (Lógos).<br />

Este é o seu método, que, aliás, foi herdado por quase todas as ciências que conhecemos<br />

hoje.<br />

O objetivo da Filosofia Antiga é bastante pretensioso: conhecer e contemplar a verdade.<br />

Tal sentido está ainda muito presente nas ciências atuais, que acreditam na possibilidade<br />

de um conhecimento realmente objetivo, neutro e imparcial da realidade.<br />

2.1. A SOFÍSTICA (PERIODO SOCRÁTICO)<br />

A época de ouro da sofística foi - pode-se dizer - a segunda metade do século V a.C. O<br />

centro foi Atenas, a Atenas de Péricles, capital democrática de um grande império<br />

marítimo e cultural. Os sofistas maiores foram quatro. Os menores foram uma plêiade,<br />

continuando até depois de Sócrates, embora sem importância filosófica.<br />

As contendas políticas e os conflitos de opiniões favoreceram a ação desses professores<br />

ambulantes que consideravam não haver uma verdade única. Alguns comentadores da<br />

história da filosofia viram com maus olhos a atuação dos sofistas, principalmente<br />

devido a escritos de Platão que os considerava não filósofos, mas manipuladores do<br />

raciocínio sem amor pela verdade. Essa visão, entretanto, começa a ser revista, pois se<br />

percebe que os sofistas não eram os aproveitadores mencionados em alguns manuais,<br />

mas pessoas que se utilizaram, de forma pragmática, da filosofia.<br />

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O fato é que o centro das atenções tanto dos sofistas como de Sócrates, Platão e<br />

Aristóteles (e dos posteriores) volta-se para o homem e suas relações. Protágoras, um<br />

sofista dirá que "o homem é a medida de todas as coisas; daquelas que são enquanto<br />

são; daquelas que não são, enquanto não são". Esta máxima significava mais<br />

exatamente que de cada homem individualmente considerado dependem as coisas, não<br />

na sua realidade física, mas na sua forma conhecida. E Górgias, outro sofista,<br />

preocupado com o discurso, fará a seguinte afirmação: "o bom orador é capaz de<br />

convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".<br />

Os sofistas, tornaram-se mestres de eloqüência (oratória) , de retórica, ensinando aos<br />

homens ávidos de poder político a maneira de consegui-lo. O conteúdo desse ensino<br />

abraçava todo o saber, a cultura, uma enciclopédia, não para si mesma, mas como meio<br />

para fins práticos e empíricos.<br />

2.2. PERÍODOS SISTEMÁTICOS (PERIODO PÓS-SOCRÁTICO)<br />

No período sistemático, realiza-se a sua grande e lógica sistematização, culminando em<br />

Aristóteles, através de Sócrates e Platão, que fixam o conceito de ciência e de<br />

inteligível, e através também da precedente crise cética da sofística.<br />

Um dos grandes pensadores da época era Demócrito, que foi discípulo de Leucipo, e<br />

temos uma prova contemporânea, a de Glauco de Régio, que também os pitagóricos<br />

foram seus mestres. Demócrito falou nas obras das doutrinas de Parmênides e Zenão,<br />

que chegou a conhecê-las através de Leucipo. Fez menção a Anaxágoras, e parece ter<br />

dito que a sua teoria do sol e da lua não era original. A fama de Demócrito decorre do<br />

fato de ele ter sido o maior expoente da teoria atômica ou do atomismo. De acordo com<br />

essa teoria, tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados átomos.<br />

Demócrito avançou também o conceito de um universo infinito, onde existem muitos<br />

outros mundos como o nosso.<br />

A verdadeira grandeza de Demócrito não está na teoria dos átomos e do vazio, A<br />

questão à qual tinha que se dedicar era a de sua própria época. A possibilidade de<br />

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ciência havia sido negada, bem como todo o problema do conhecimento levantado por<br />

Protágoras, e era isto que exigia uma solução. Ademais, o problema do comportamento<br />

tornara-se premente. A originalidade de Demócrito, portanto, está precisamente na<br />

mesma linha que a de Sócrates.<br />

2.3. ESCOLAS DO PERIODO CLÁSSICO<br />

2.3.1. CINISMO<br />

Esta escola pode ser apresentada como aquela que caracteriza a decadência moral da<br />

sociedade grega e macedônica. Pode-se dizer que o personagem que melhor caracteriza<br />

essa escola é Diógenes que em pleno meio dia, com uma vela acesa andava pelas ruas<br />

dizendo: "procuro o homem".<br />

Cinismo vem de Cão (xýon) o que se justifica, pois o pensador afirmava: "faço festa aos<br />

que me dão alguma coisa, lato contra os que não me dão nada e mordo os<br />

celerados(malfeitores)" (Diógenes, Apud, REALE; ANTISERI, 1990, p. 233).<br />

Foi uma escola que atravessou os séculos e podemos dizer que a postura socrática<br />

esteve sempre muito próxima do ideário cínico. Aliás, se levarmos em conta a<br />

afirmação de Gaarder podemos dizer que foi com Sócrates que nasceu o cinismo: diz o<br />

autor: "Conta-se que, um dia, Sócrates parou diante de uma tenda do mercado em que<br />

estavam expostas diversas mercadorias. Depois de algum tempo, ele exclamou: 'Vejam<br />

quantas coisas o ateniense precisa para viver!'. Naturalmente ele queria dizer com isto<br />

que ele próprio não precisava de nada daquilo.<br />

2.3.2. O EPICURIMO<br />

Epicuro foi pessoa fidalga e refinada, o ideal da fidalguia antiga: fazer da formosura o<br />

princípio inspirador da vida, e fruir dessa formosura na própria existência pessoal. E foi<br />

um mestre eficaz de sabedoria aristocrática, feita de nobreza de sentimentos, senso<br />

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efinado, gosto para a formosura, para a cultura superior. Em seus jardins, num sereno<br />

lazer, semelhante ao dos deuses, deu vida a uma sociedade genial, em que dominava o<br />

vínculo da amizade. As amizades dos epicuristas ficaram famosas como as dos<br />

pitagóricos. A associação espalhou-se depois, mas conservaram-se fortemente<br />

organizada, mediante uma estável constituição, ajudas materiais, cartas, missões. O<br />

mestre pareceu aos discípulos como que um redentor; a sua filosofia foi considerada<br />

como uma religião, a sua doutrina, resumida em catecismos, a sua imagem, gravada nas<br />

joias, em sua honra celebravam-se festas comemorativas, mensais e anuais. Se não<br />

houve pensadores epicuristas notáveis depois de Epicuro no mundo clássico nem<br />

depois, houve, todavia, em todos os tempos e lugares, homens famosos, pertencentes a<br />

classes sociais elevadas, os quais aplicaram a sua doutrina à vida e dela fizeram a<br />

substância de sua arte.<br />

2.3.2.1. O PENSAMENTO: GNOSIOLOGIA E METAFÍSICA<br />

Também o epicurismo - como o estoicismo - divide a filosofia em lógica, física e ética;<br />

também subordina a teoria à pratica, a ciência à moral, para garantir ao homem o bem<br />

supremo, a serenidade, a paz, a apatia. A filosofia é a arte da vida.<br />

Precisamente, é tarefa do conhecimento do mundo, da física - diz Epicuro - libertar o<br />

homem dos grandes temores que ele tem a respeito da sua vida, da morte, do além-<br />

túmulo, de Deus e fazer com que ele atue de conformidade. Portanto, recorre Epicuro à<br />

física atomista, mecanicista, democritiana, pela qual também os deuses vêm a ser<br />

compostos de átomos, e - habitadores felizes de intermundos - desinteressam-se por<br />

completo dos homens.<br />

Todo o nosso conhecimento deriva da sensação, é uma complicação de sensações. Estas<br />

nos dão o ser, indivíduo material, que constitui a realidade originária. O processo<br />

cognoscitivo da sensação é explicado mediante os assim chamados fantasmas, que<br />

seriam imagens em miniatura das coisas, arrancar-se-iam destas e chegariam até à alma<br />

imediatamente, ou mediatamente através dos sentidos. Como a sensação, a evidência<br />

sensível é o único critério de verdade no campo teorético, da mesma forma o sentimento<br />

(prazer e dor) será o critério supremo de valor no campo prático.<br />

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2.3.2.2. A MORAL E A RELIGIÃO<br />

A moral epicurista é uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível;<br />

critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal<br />

é a dor; nenhum prazer deve ser recusado, a não ser por causa de consequências<br />

dolorosas, e nenhum sofrimento deve ser aceito, a não ser em vista de um prazer, ou de<br />

nenhum sofrimento menor.<br />

Epicuro venera os deuses, não para receber auxílio, mas porque eles encarnam o ideal<br />

estético grego da vida, ideal que tem uma expressão concreta precisamente nas belas<br />

divindades do panteão helênico. Deste modo, Epicuro, proclamado ateu, teria praticado<br />

- entre os limites impostos pelo pensamento grego e pelo seu pensamento - o mal da<br />

religião, uma religião desinteressada, uma espécie de puro amor de Deus dos ascetas e<br />

dos místicos.<br />

2.3.3. CETICISMO E ECLETISMO<br />

É o ceticismo a última palavra da sabedoria antiga, desesperada por não ter podido<br />

resolver o problema da vida mediante a razão. O estoicismo procura realizar a apatia<br />

ainda mediante uma metafísica positiva, embora imperfeita, incoerente. O epicurismo<br />

tende a realizar o mesmo fim com uma metafísica negativa, negando todo absoluto e<br />

transcendente. O ceticismo visa sempre um fim último ético-ascético, sem qualquer<br />

metafísica, mesmo negativo.<br />

O ecletismo apresenta-se como um sistema afim, embora imensamente inferior ao<br />

ceticismo. Também o ecletismo, como o ceticismo, substitui ao critério da verdade o da<br />

verossimilhança, embora acriticamente.<br />

É o ecletismo filosofia de espíritos pragmáticos ou decadentes, não filosóficos, que<br />

concebem a filosofia popularmente, moralisticamente. O ecletismo apresenta-se como<br />

uma síntese prática ou, melhor ainda, como uma suma de elementos estóicos,<br />

acadêmicos e também peripatéticos. Contém muito menos elementos céticos e<br />

epicuristas, dada a natureza crítica do ceticismo, e a coerência materialista do<br />

epicurismo. Temos precisamente, em ordem cronológica, um ecletismo estóico, depois<br />

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acadêmico e, enfim, peripatético, segundo os elementos de uma ou de outra escola na<br />

síntese prática do próprio ecletismo.<br />

3. <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>MEDIEVAL</strong><br />

A filosofia medieval é a filosofia da Europa Ocidental e do Oriente Médio no período<br />

medieval ou Idade Media, e se estende da queda do Império Romano à Renascença. É<br />

respeitada pela redescoberta da cultura antiga desenvolvida na Grécia e em Roma no<br />

período clássico, e também, pela formulação de problemas teológicos e por integrar a<br />

doutrina sagrada com a aprendizagem secular.<br />

Os principais problemas discutidos ao longo deste período foram as relações entre fé e<br />

razão, a existência e unidade de Deus, os objetos da teologia e da metafísica, e os<br />

problemas do conhecimento, dos universais, e da individuação.<br />

3.1. CARACTERISTICAS DA <strong>FILOSOFIA</strong> <strong>MEDIEVAL</strong><br />

A era medieval foi menosprezada pelos humanistas da Renascença, que a viram como<br />

um ingênuo período “intermediário' entre a idade clássica da cultura grega e romana, e o<br />

'renascimento' ou Renascença da cultura clássica. Embora este período de quase mil<br />

anos seja o período mais longo de desenvolvimento filosófico na Europa e do Oriente<br />

Médio, é talvez o mais rico. Jorge Gracia argumentou que 'em intensidade‟, sofisticação<br />

e realização pode-se dizer, com certeza, que o florescimento da filosofia no décimo<br />

terceiro século rivaliza-se com a idade de ouro da filosofia grega no quarto século BC'<br />

(Gracia, p. 1).<br />

A filosofia medieval é tipicamente teológica devido ao tema profundamente discutido<br />

naquela época: fé vs. razão. Avicenna e Averroes apoiaram-se mais na razão enquanto<br />

Augustinho e Anselmo acreditam na primazia da fé. A solução Agostiniana para o<br />

problema fé/razão é (1) crença, e depois (2) compreensão. Evidentemente encontramos<br />

muita filosofia nos trabalhos de escritores medievais, que usaram idéias e técnicas<br />

lógicas dos filósofos antigos para formular perguntas teológicas difíceis, incluindo<br />

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tópicos da doutrina. Tomás de Aquino procurou a harmonia entre fé e razão. Ele<br />

classificou a filosofia como „ancilla theologiae‟, a escrava da teologia. De outro lado,<br />

ele também diz que a teologia é um guia orientador para a filosofia. Afirmou que a<br />

filosofia e a teologia estão em harmonia porque ambas foram criadas por Deus. Se<br />

alguma filosofia entra em conflito com a teologia, então algum erro foi cometido, logo o<br />

filósofo deve voltar atrás e procurar o seu erro. Assim, admitirá que existe uma relação<br />

recíproca entre filosofia e teologia.<br />

Em geral, há três facetas que caracterizam o pensamento medieval. (1) o uso da lógica,<br />

da dialética e da análise para descobrir a verdade – o princípio de argumentação racional<br />

ou ratio. (2) Respeito aos „insights‟ dos antigos filósofos, em particular Aristóteles, e<br />

consideração à sua autoridade – princípio de auctoritas. (3) a obrigação de conciliar os<br />

„insights‟ na filosofia com a transmissão teológica e a revelação – princípio da<br />

concordia. Sendo o último o mais importante. Seguramente, nenhuma outra questão<br />

preocupou os pensadores medievais mais do que a relação fé/razão.<br />

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

www.cyberesophia.blogspot.com<br />

http://cyberesophia.blogspot.com/2007/10/filosofia-medieval.html<br />

Acessado em 13/09/2011<br />

www.saberpensar.wordpress.com<br />

http://saberpensar.wordpress.com/2008/02/20/filosofia-antiga/<br />

Acessado em 20/08/2011<br />

http://www.culturabrasil.org<br />

http://www.culturabrasil.org/comte.htm<br />

Acessado em 20/08/2011<br />

http://www.brasilescola.com<br />

http://www.brasilescola.com/historiag/filosofia-medieval.htm<br />

Acessado em 14/09/2011<br />

http://sites.google.com<br />

http://sites.google.com/site/filosofiapopular/filosofia/filosofia-classica<br />

Acessado em 14/09/2011<br />

DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Ideias dos Grandes Filósofos, São<br />

Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.<br />

FRANCA S. J. Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.<br />

PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições<br />

Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição, 1974.<br />

VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos,<br />

Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª edição, 1980.<br />

PAULI, Edvaldo. “Filosofia Medieval”. Enciclopédia Simpozio. Florianópolis: USFC,<br />

1997.<br />

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