Escola de Dança Margareth Monteiro Cia. Livre de ... - AllDance Infok
Escola de Dança Margareth Monteiro Cia. Livre de ... - AllDance Infok
Escola de Dança Margareth Monteiro Cia. Livre de ... - AllDance Infok
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Ana Marie<br />
Forsythe<br />
Imaginem uma sala cheia <strong>de</strong> bailarinos... Movimentos limpos, lindos<br />
e fluidos. Da janela da sala, podíamos notar pessoas que passavam<br />
e por ali paravam para observar a aula. Foi uma semana <strong>de</strong> muito<br />
aprendizado e troca <strong>de</strong> experiências para os alunos que fizeram o<br />
workshop <strong>de</strong> <strong>Dança</strong> Mo<strong>de</strong>rna com a bailarina e professora Ana Marie<br />
Forsythe – presi<strong>de</strong>nte do Departamento da Técnica <strong>de</strong> Horton do<br />
Alvin Ailey Dance School – na última semana <strong>de</strong> janeiro no Centro <strong>de</strong><br />
Artes Nos da <strong>Dança</strong>.<br />
Podíamos ver, na expressão dos alunos, a satisfação <strong>de</strong> fazer aquela<br />
aula! Bailarinos <strong>de</strong> vários estados estiveram presentes: São Paulo,<br />
Belém do Pará, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, todos aproveitando a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter a professora no Brasil.<br />
Os movimentos graciosos dos dançarinos mostraram a beleza <strong>de</strong><br />
como o corpo se move quando a postura está correta. Na aula, “the<br />
DVD runs like a copy of an old VHS from the 80s with everyone<br />
including the guys in bright neon, tight span<strong>de</strong>x” encantou a todos,<br />
com trechos <strong>de</strong> coreografias na lateral do tronco, movimento das<br />
pernas e lindos <strong>de</strong>senhos! Todos esses movimentos foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos no curso, enfatizando uma aproximação do corpo<br />
inteiro, da flexibilida<strong>de</strong>, da força, da coor<strong>de</strong>nação e da consciência<br />
do corpo.<br />
A <strong>AllDance</strong> <strong>Infok</strong> não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mostrar a entrevista, por Andrea<br />
Raw (CAND), com essa incrível profissional. Veja a seguir.<br />
AR: Como foi a sua iniciação na dança?<br />
AMF: Comecei a dançar aos 8 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, estudando Ballet<br />
Clássico em Nova Jersey, na <strong>Escola</strong> do Gar<strong>de</strong>n State Ballet, comecei<br />
a dançar porque a minha irmã mais velha dançava e eu queria imitála<br />
em tudo.<br />
AR: E quando foi o seu primeiro contato com a Técnica <strong>de</strong> Lester<br />
Horton?<br />
AMF: Quando eu tinha 12 anos, a professora Joyce Trisler veio para<br />
a nossa escola lecionar a Técnica <strong>de</strong> Horton, uma vez por semana;<br />
ela tinha dançado com o próprio Lester Horton em sua companhia na<br />
Califórnia e achei a técnica incrível <strong>de</strong> imediato, algo completamente<br />
inusitado e diferente do clássico, mas que ao mesmo tempo tinha<br />
uma estrutura tão bem elaborada como a do Ballet. Não parei mais,<br />
aos 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> fui estudar com outro membro da companhia<br />
original <strong>de</strong> Horton, o professor James Truitte, e foi quando pu<strong>de</strong> me<br />
aprofundar ainda mais na estrutura da técnica.<br />
AR: Na sua opinião, qual a importância <strong>de</strong>ssa técnica para a <strong>Dança</strong><br />
Mo<strong>de</strong>rna mundial?<br />
AMF: Lester Horton foi capaz <strong>de</strong> atingir os objetivos que ambicionava<br />
ao criar essa técnica; po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar esses seus objetivos da<br />
seguinte maneira: 1- criar um vocabulário <strong>de</strong> <strong>Dança</strong> Mo<strong>de</strong>rna que<br />
englobasse todos os movimentos que o corpo pu<strong>de</strong>sse executar, ao<br />
invés <strong>de</strong> limitá-lo a um ou dois conceitos, como em muitos trabalhos<br />
pré-existentes; 2- elaborar um vocabulário <strong>de</strong> dança que estruturasse<br />
e fortalecesse o corpo, ao invés <strong>de</strong> lesioná-lo, e que fosse<br />
anatomicamente corretivo; 3-treinar um bailarino que pu<strong>de</strong>sse ser<br />
versátil e que pu<strong>de</strong>sse executar qualquer tipo <strong>de</strong> dança.<br />
AR: Quais as companhias e\ou profissionais que mais usam essa<br />
técnica?<br />
AMF: Os bailarinos que dançaram na companhia <strong>de</strong> Horton foram<br />
certamente influenciados pela técnica e a utilizaram em suas<br />
coreografias e em posteriores companhias <strong>de</strong> dança. Po<strong>de</strong>mos citar<br />
como coreógrafos, Alvin Ailey e Joyce Trisler, além dos professores<br />
da atualida<strong>de</strong> que lecionam a técnica, como Milton Myers e Bradley<br />
Shelver; mas sem dúvida nenhuma, a companhia que mais se <strong>de</strong>staca<br />
no uso <strong>de</strong>sta técnica é mesmo a Alvin Ailey, inclusive a enorme fama<br />
alcançada pela companhia ajudou bastante no conhecimento e na<br />
difusão da técnica <strong>de</strong> Horton como base para o treinamento dos<br />
bailarinos.<br />
AR: Qual a sua visão a respeito da dança no mundo atualmente?<br />
AMF: Acho que a dança continuará sendo muito forte no mundo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que as companhias continuem a excursionar e as pessoas possam<br />
ver os espetáculos <strong>de</strong> dança ao vivo; minha preocupação é que,<br />
com toda a tecnologia e essa facilida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> dos veículos<br />
<strong>de</strong> internet e o Youtube, as pessoas acabem consumindo a dança<br />
apenas numa tela pequena, ou mesmo gran<strong>de</strong>, e não passem mais<br />
pela excitante experiência <strong>de</strong> ver e sentir um espetáculo <strong>de</strong> dança<br />
ao vivo, que é muito forte e incomparável.<br />
AR: O que a senhora achou dos bailarinos daqui do Brasil?<br />
AMF: Os participantes do workshop foram muito abertos e receptivos<br />
às novas idéias em termos <strong>de</strong> movimento, expressão, dinâmica e <strong>de</strong><br />
algumas das contagens irregulares que existem nessa técnica. Eu<br />
adorei ver o progresso exponencial dos alunos durante os 5 dias <strong>de</strong><br />
curso, foi realmente muito satisfatório.<br />
AR: E suas impressões sobre o Rio <strong>de</strong> Janeiro?<br />
AMF: Essa foi a minha primeira visita ao Rio <strong>de</strong> Janeiro e ao Brasil.<br />
Eu adorei as altas temperaturas (ainda mais porque agora em Nova<br />
York está fazendo um frio terrível) e as pessoas, tão calorosas e<br />
amigáveis! Minhas anfitriãs (Andrea Raw e Regina Sauer) foram muito<br />
graciosas e estão prestando um gran<strong>de</strong> serviço à comunida<strong>de</strong> da<br />
dança aqui no Brasil, por oferecerem essa gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> com<br />
esse curso, pois, todos sabemos como po<strong>de</strong> ser difícil e custoso ir<br />
estudar em Nova York. Ah, e as praia daqui são maravilhosas! Eu<br />
realmente espero voltar logo, foi uma experiência incrível!<br />
Por Andrea Raw e Deborah Ferreira<br />
(realizada no dia 28 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011)<br />
<strong>AllDance</strong> <strong>Infok</strong><br />
<strong>AllDance</strong> <strong>Infok</strong> 19