a rádio comunitária como fator de desenvolvimento local - UCDB
a rádio comunitária como fator de desenvolvimento local - UCDB
a rádio comunitária como fator de desenvolvimento local - UCDB
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A escrita partiu da Europa para o mundo, transformando as instituições da<br />
mídia em interesses comerciais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala. Parte <strong>de</strong>sta transformação se <strong>de</strong>ve às<br />
inovações tecnológicas na indústria da imprensa, tal <strong>como</strong> ocorreu com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da prensa à vapor e, conseqüentemente, da prensa rotativa, que fizeram aumentar<br />
gran<strong>de</strong>mente a capacida<strong>de</strong> reprodutiva da indústria gráfica. Para Thompson (1998, p. 73):<br />
A prensa rotativa permitiu a produção <strong>de</strong> jornais e outros materiais<br />
impressos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> processos mo<strong>de</strong>rnos que incluíam o<br />
uso <strong>de</strong> maquinaria elétrica, a divisão ramificada do trabalho <strong>de</strong>ntro do<br />
sistema industrial, que estavam revolucionando outras esferas da<br />
produção <strong>de</strong> mercadorias. Ao mesmo tempo, muitas socieda<strong>de</strong>s<br />
oci<strong>de</strong>ntais experimentavam um substancial crescimento na população<br />
urbana e, durante a segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, um <strong>de</strong>clínio<br />
significativo das taxas <strong>de</strong> analfabetismo <strong>de</strong> modo a favorecer uma<br />
constante expansão do mercado <strong>de</strong> impressos.<br />
Embora o meio impresso seja o primeiro a ser consi<strong>de</strong>rado <strong>como</strong>l meio <strong>de</strong><br />
comunicação <strong>de</strong> massa, cabe ressaltar um pensamento <strong>de</strong> Bosi (1996, p. 45): “O livro isola,<br />
a palavra falada agrupa”. Apesar <strong>de</strong>ste isolamento, não po<strong>de</strong>mos ignorar que foi ele o<br />
responsável pelo gran<strong>de</strong> avanço nos meios <strong>de</strong> comunicação, principalmente após a sua<br />
utilização <strong>como</strong> um veículo, não só <strong>de</strong> notícias, mas <strong>de</strong> propaganda, mola propulsora da<br />
economia mo<strong>de</strong>rna.<br />
Com esse fato sendo consolidado e com o aumento do número <strong>de</strong> leitores, a<br />
propaganda comercial adquiriu importante papel na organização financeira da indústria, os<br />
jornais se tornaram vitais para a venda <strong>de</strong> outros bens e serviços e sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
garantir receita por meio dos anúncios, ficou diretamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tamanho e do<br />
perfil <strong>de</strong> seus leitores.<br />
No Brasil, essa realida<strong>de</strong> não foi diferente, sendo que o primeiro jornal<br />
brasileiro, “Correio Brasiliense”, surgiu em maio 1808 e veio para substituir os escassos<br />
avisos em locais públicos (oficiais, comerciais ou religiosos) feitos pelos arautos e<br />
ambulantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Brasil Colônia, até a chegada da família real. Juarez (1990, p. 9-24)<br />
<strong>de</strong>screveu o início <strong>de</strong>sse processo:<br />
Correio Brasiliense, jornal editado em Londres, on<strong>de</strong> vivia exilado seu<br />
mentor Hipólito da Costa. Mesmo sendo perseguido politicamente,<br />
ousou escrever um jornal para os brasileiros, tornando-se patrono da<br />
imprensa brasileira. Era um jornal mo<strong>de</strong>rno, dinâmico, crítico e<br />
associava à natureza <strong>de</strong> jornal brasileiro ao caráter <strong>de</strong> um veículo <strong>de</strong><br />
referência internacional.<br />
29