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a rádio comunitária como fator de desenvolvimento local - UCDB

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evi<strong>de</strong>nciar a presença <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> bairro, aliado à emissora <strong>comunitária</strong>, <strong>como</strong><br />

aconteceu no Bairro Guanandi, on<strong>de</strong> Ivanor <strong>de</strong> Oliveira Brites, presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />

<strong>de</strong> Bairro, conduzia um programa <strong>de</strong> fato seu, por mais <strong>de</strong> um ano, conforme po<strong>de</strong> ser<br />

observado em sua entrevista para esta pesquisa:<br />

[...] já estamos ai com dois anos no ar. O programa na verda<strong>de</strong> esta com<br />

duas programações na <strong>rádio</strong>. Um que inicia ás 4:30min e informa a hora,<br />

acorda o pessoal, fazendo inclusive trabalho comunitário. E tenho à noite<br />

que é uma programação musical <strong>de</strong> pago<strong>de</strong>, inclusive também à disposição<br />

da comunida<strong>de</strong> para o que precisar na parte <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> eventos, dia<br />

<strong>de</strong> missa na Igreja, o que precisar nós estamos à disposição. Dois anos <strong>de</strong><br />

programação, bem divulgada. Temos informativos <strong>de</strong>ntro do bairro que<br />

divulga a programação e divulga que nós estamos com um trabalho junto à<br />

comunida<strong>de</strong>. A programação é direção e produção toda minha (Entrevista,<br />

2001).<br />

Durante o tempo em que foi locutor, percebeu que, enquanto atuava sozinho,<br />

mal conseguia mobilizar os moradores para que tomassem alguma iniciativa, ainda que <strong>de</strong><br />

caráter precário, para a melhoria do bairro. Este panorama foi modificado, pelo menos<br />

parcialmente, quando passou a utilizar a <strong>rádio</strong> <strong>comunitária</strong> <strong>como</strong> veículo disseminador <strong>de</strong><br />

idéias em prol do bairro, conforme afirmou:<br />

Teve um aniversario <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> programa. Reunimos vários grupos <strong>de</strong><br />

pago<strong>de</strong> e juntamos com a copa Guanandi <strong>de</strong> Futebol Amador aqui no<br />

bairro. Fizemos uma parceria com os realizadores do campeonato, com a<br />

Funcesp e um intercâmbio com a <strong>rádio</strong> <strong>comunitária</strong>, associação <strong>de</strong><br />

moradores e nós tivemos mais <strong>de</strong> três mil pessoas presentes (Ivanor O.<br />

Brites, Entrevista, 2001).<br />

A pesquisa que resultou nas observações supracitadas foi realizada e<br />

confirmada em que se po<strong>de</strong> verificar que presi<strong>de</strong>ntes e lí<strong>de</strong>res dos bairros sub-utilizam a<br />

<strong>rádio</strong> e as comunida<strong>de</strong>s pesquisadas não têm conhecimento do papel ou do po<strong>de</strong>r que uma<br />

emissora <strong>comunitária</strong> po<strong>de</strong> exercer em prol <strong>de</strong> si mesmos e junto aos po<strong>de</strong>res constituídos.<br />

Tal conscientização possibilitaria ainda mais, à comunida<strong>de</strong>, a promoção <strong>de</strong> sua coesão e<br />

mobilização. Sobre este po<strong>de</strong>r, Peruzzo (1988, p. 3) esclareceu:<br />

As <strong>rádio</strong>s <strong>comunitária</strong>s, mesmo com números controversos: para uns têmse<br />

5.500, para outros 7.000, mas existem estimativas que falam na<br />

existência <strong>de</strong> 10.000 emissoras no país, ousaram iniciar a “reforma<br />

agrária no ar”. Trata-se <strong>de</strong> algo inédito na história do país, pelo elevado<br />

número <strong>de</strong> emissoras <strong>de</strong>monstrando uma disposição <strong>de</strong> ocupar as ondas,<br />

numa aberta contestação ao controle oligopolizado dos meios <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong> massa.<br />

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