Obra Completa - Bad Request - Universidade de Coimbra
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A.WO I — 8 8 O DEFEKSOR DO POVO 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1893<br />
— Não tens hoje ?omno, Hugo?<br />
— Não, minha mamã.<br />
A Beatriz <strong>de</strong>sceu com a creada ao<br />
jardim; iam colher rozas para as jarras<br />
da mamã. O pequeno cheio <strong>de</strong> alegria<br />
<strong>de</strong>itou a correr tanihem.<br />
— Cuidado com as ereanças! Bradou<br />
a mamã á creada<br />
O pequenito agarroii-se ao vestidilo<br />
da írmã e ficou muito quieto, coisa aliás<br />
raríssima naquelle adoravel traquina.<br />
De repente <strong>de</strong>itou a correr por entre<br />
os renques <strong>de</strong> rozeiras, e ora curvado o<br />
pequenino vulto, ora pondo-se em bico<br />
dos pés parecia espreitar o quer que<br />
fosse.<br />
Era um pyrilampo que saltitava ca<br />
prichosamente, como estrella perdida entre<br />
a folhagem ver<strong>de</strong>jante, e que em<br />
vão tentasse volver ao ethereo ninho.<br />
O pequenito esten<strong>de</strong>u a mãosinha,<br />
porém não logrou colher a cuhiçada preza<br />
e zangou-se. Os anneis doirados dos<br />
seus cabellitos pren<strong>de</strong>ram-se então aos<br />
espinhos <strong>de</strong> uma rosa chá ; mas elle não<br />
chorou com receio <strong>de</strong> espantar o luminoso<br />
insecto, que, muito tranquillo repousava<br />
sobre as pétalas <strong>de</strong>licadas <strong>de</strong> um botão<br />
<strong>de</strong> rosa semi-aberto á viração da noite.<br />
Como aguarda avançada que espreita<br />
os movimentos do inimigo, a creança segue<br />
cada pulsação <strong>de</strong> luz <strong>de</strong>sperendida<br />
d'aquelle pequeno thesouro, cuja poáse<br />
lhe fazia supportar em silencio heroico<br />
as dôres produzidas pelos espiuhos da<br />
flor, vingadora da <strong>de</strong>scuidosa victima.<br />
Esten<strong>de</strong>u então o braço, ah I que<br />
momento <strong>de</strong> inrerteza, <strong>de</strong> cubiça, <strong>de</strong> ancieda<strong>de</strong><br />
! Napoleão em vesperas da batalha<br />
<strong>de</strong> Waterloo, Cesar e Alexandre antes<br />
dos indomitos Iriumphos assombro ás<br />
gerações, não tiveram mais anciosos instantes.<br />
Mais um esforço, mais um esforço,<br />
e. ... agora que elle não se move. . ..<br />
vá!<br />
Mas, oh 1 <strong>de</strong>cepção suprema ! o ponto<br />
luminoso apaga-se como por encanto,<br />
e o misero insecto ludibria assim a impotência<br />
do calculo humano !<br />
O pequeno fica abatido, com as lagrimas<br />
suspensas dos longos cilios côr<br />
<strong>de</strong> oiro, e o coracãosito comprimido num<br />
<strong>de</strong>sgosto que comprehendia a <strong>de</strong>scrença<br />
<strong>de</strong> si mesmo.<br />
De súbito reapparece a luz entre a<br />
folhagem; Hugo avança, esten<strong>de</strong> o corpo<br />
flexível e apo<strong>de</strong>ra-se da presa. Seccam-se-lhe<br />
as goltas <strong>de</strong> pranto, rena»celhe<br />
a confiança nas próprias forças, e<br />
<strong>de</strong>ita a correr gritando na expansão da<br />
sua victoria, como um clarim pregoeiro<br />
da formidanda victoria.<br />
Contou então á irmãsita o que vinha<br />
<strong>de</strong> passar-se e ambos riram e festejaram<br />
a conquista.<br />
Logo que entrou em casa procurou<br />
Hugo entre os seus brinquedos uma chavena<br />
pequenina, por on<strong>de</strong> a boneca tomava<br />
chá, e metteu o animalsito <strong>de</strong>baixo<br />
d'ella. Depois, muito caladinho, foi<br />
para o colo da mamã e adormeceu.<br />
Que noite <strong>de</strong> calor; abafa-se!<br />
Hugo, na sua camiuhá, está verda-<br />
A teucrina é o extracto aquoso do<br />
<strong>de</strong>iramente iucommodado com a roupa.<br />
leucrium scordím, das famílias labiadas<br />
Teve um pesa <strong>de</strong> lio, o pobre pequeno :<br />
<strong>de</strong>scoberta peto professor allemão Mosetigera<br />
uma terrina muito gran<strong>de</strong> que vi-<br />
Morhob e <strong>de</strong> que ha dias <strong>de</strong>mos noticia.<br />
nha nas mãos <strong>de</strong> um gigante. Depois, o<br />
Injectada sob a pelle, possue uma<br />
malvado, <strong>de</strong> longas barbas e feia cata-<br />
acção geral e outra local. A geral manidura,<br />
agarrou nelle e metteu-o alli <strong>de</strong>nfesta-se<br />
lambem nos indivíduos sãos e<br />
tro, cobrindo-o com a tampa. Hugo que-<br />
caracterisa-se pela elevação da tempera-<br />
ria gritar, chamar a mamã, mas não<br />
podia, suffocavst !<br />
E accordou em sobresalto, cheio <strong>de</strong><br />
terror, o coração pulsando <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadamente.<br />
Saltou da cama para ir ler<br />
com a mamã, mas nisto um pensamento<br />
lhe aco<strong>de</strong>. Vae direito ao cárcere do<br />
pyrilampo, levanta-o pouco a pouco, e<br />
á baça clarida<strong>de</strong> da lampada, espreita<br />
o prisioneiro.<br />
Tomou-o então nas mãosinhas <strong>de</strong><br />
jaspe e foi collocal-o junto da vidraça:<br />
— Vae-teembora,coitadinho, não lenhas<br />
medo; já não quero os cinco réis!<br />
nocente cruelda<strong>de</strong> por um acto <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong><br />
adoravel. És bom, meu pequenino<br />
amor I<br />
Os germens do mal e do bem encontram<br />
se no espirito do homem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
os primeiros movimentos da sua vonta<strong>de</strong>.<br />
Felizes dos filho; cujas mães sabem<br />
cultivar-Ihe nas consciências os lirios da<br />
virtu<strong>de</strong>!<br />
Ditosas das mães que fazem do coração<br />
da infancia o sacrario crystalino<br />
do amor filial, da pieda<strong>de</strong>, e da abnegação<br />
sublime!<br />
oAngelina Vidal.<br />
E salva-se isto I<br />
Dizem os que bebem do fino no tonel<br />
da politica, que para a Liga liberal<br />
têm entrado socios novos, e quasi todos<br />
das classes do commercio e capitalistas.<br />
O capital e o commercio na Liga;<br />
na fazenda o sr. Fuschini!<br />
E a jacobinagem a bramar que o<br />
paiz não tem salvação possivel !<br />
Que isto nos cheira a syndicalos á<br />
laia <strong>de</strong> Foz, Mozer & C. a —é certo!<br />
Quelimane-Chire<br />
O-Universal diz constar lhe ter sido<br />
á assignado o tratado Quelimane-Chire,<br />
obra do patriota ministro da marinha<br />
Neves Ferreira, que tem levantado justos<br />
clamores na maioria da imprensa.<br />
Bem sabem os senhores que este tratado,<br />
como outros, é dado <strong>de</strong> mão beijada<br />
a uns rufiões da politica que vão arranjar<br />
a sua vida com os amigos inglezes.<br />
Isto, porém, não admira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
a presidir um governo está o auclor do<br />
celebre tratado <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> agosto, paleado<br />
nas camaras e corrido pelo paiz.<br />
Mas lá diz o ditado: — que todo o<br />
burro come palha. ..<br />
Mudam-se os tempos...<br />
Para a vaga <strong>de</strong>ixada no conselho <strong>de</strong><br />
estado pela morle do sr. marquez <strong>de</strong> Ficalho,<br />
indigila-se o sr. José Dias Ferreira.<br />
Está dito. Morto para a causa publica,<br />
a quem atraiçoou com infamia, é<br />
bom que reviva no paço e lá encontre<br />
logar entre a chusma <strong>de</strong> renegados que<br />
têm arrastado a nação á miséria e feito<br />
d'este povo heroicó, um bando <strong>de</strong> poltrões.<br />
Gloria a Zé Dias—na terra e a D.<br />
Carlos — nas alturas.<br />
Basilio Telles<br />
E' esperado brevemente no Porto o<br />
nosso diftinclo correligionário Basilio<br />
Telles, que havia emigrado para o Brazil.<br />
O romedio da tysica<br />
tura a 39,40 graus e que sobrevêm<br />
ordinariamente duas horas <strong>de</strong>pois da injecção<br />
e dura seis ou oito horas.<br />
A acção local consiste numa vermelhidão<br />
que apparece ao segundo dia da<br />
injecção ao nível do foco morboso e que<br />
é acompanhada <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma.<br />
A dose d'injecção é <strong>de</strong> 3 grammas ao<br />
nivel do foco morboso.<br />
O dr. Moselig-Morhof empregou-o<br />
com exilo em mais <strong>de</strong> 300 casos <strong>de</strong> tuberculose<br />
dos ganglios lymphaticos, dos<br />
ossos, da ptlle, ele.<br />
Os médicos que experimentem.<br />
De manhã, Beatriz correu pressurosa<br />
a vêr a transformação. Levantou a chave- CONVITE<br />
na e não. encontrando o pyrilampo inter-<br />
A Associação fíummitaria dos Bomrogou<br />
o pequenito.<br />
beiros Voluntários <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, confia<br />
— Man<strong>de</strong>i-o embora.<br />
em que o seu pedido <strong>de</strong> prendas para a<br />
— Que pena! Queria vêr se cá es-<br />
Kermesse ha<strong>de</strong> ser tomado em consi<strong>de</strong>tavam<br />
os cinco réis 1 Porque o <strong>de</strong>ixaste<br />
ração pelas gentis damas e cavalheiros a<br />
fugir ?<br />
quem se dirigiu para esse fim; e lhes<br />
— Elle estava muito triste, queria<br />
solicita a elevada fineza da entrega e<br />
ir para a mãe. A esta hora já elle está<br />
remessa das mesmas prendas, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
contente... <strong>de</strong>ixa lá os cinco réis!<br />
já se recebem, até ao dia 10 do proximo<br />
A mamã ouvira tudo! Fez vêr aos<br />
mez <strong>de</strong> maio.<br />
filhos da sua alma o erro em que cahi-<br />
<strong>Coimbra</strong>, abril <strong>de</strong> 1893.<br />
ram e beijando o pequeno :<br />
— Fizeste mal em encarcerar o po-<br />
O presi<strong>de</strong>nte,<br />
bre bichinho, mas resgataste a tua in- Augusto José Gonçalves Fino.<br />
EM SURDINA<br />
Durante o mez <strong>de</strong> março<br />
findo foram concedidas 105<br />
mercês honorificas.<br />
1051 Dm pau p'lo olho!<br />
E p'ra <strong>Coimbra</strong> nem meial<br />
Isto é obra do zarolho...<br />
do farronca patuleia!<br />
(Vários jornaes).<br />
Tenho dó dos meus patrieios<br />
que ao fim <strong>de</strong> tanto trabalho,<br />
em vivorios e artifícios...<br />
negam-lhe o penduricalho!<br />
A má sorte, não lhes gabo,<br />
porém, dou-lhes um conselho:<br />
se cá voltarem — ao cabo —<br />
man<strong>de</strong>m tudo p'ro diabo,<br />
não lhes mettarn o joelho!<br />
PINTA-ROXA.<br />
CORRESPONDÊNCIAS<br />
Covilhft, «».<br />
No uia 24 <strong>de</strong>u a Troupe Dramatica<br />
' Covilhanense um espectáculo em beneficio<br />
d'uma senhora, a actriz D. Aurora<br />
Diar <strong>de</strong> Rodriguez.<br />
A beneficiada, que os srs. F. Barata<br />
e José Matta apresentaram no palco,<br />
cantou com arte a romanza — Branca<br />
Flor, que lhe mereceu muitos applausos.<br />
Itepresenlaram-se algumas comedias<br />
— Os Estróinas, a Casa <strong>de</strong> Campo, a<br />
Chateau Margaux, on<strong>de</strong> os disliuctos<br />
curiosos se houveram com pericia reveladora<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s aptidões.<br />
O sr. F. Barata, especialmente, que<br />
fazia o papel do principal estróina, não<br />
se <strong>de</strong>smanchou; tinha algumas scenas<br />
admiraveis, que <strong>de</strong>sempenhou com verda<strong>de</strong>iro<br />
talento.<br />
Todo o espectáculo correu bem, <strong>de</strong>vendo<br />
especialisar-se a sr a D. Aurora<br />
Dias, que se portou como artista <strong>de</strong> mérito<br />
real.<br />
* Continúa doente o sr. João Nunes<br />
Mouzaco, cujo restabelecimento <strong>de</strong>sejamos<br />
# Ainda se não abriu á exploração<br />
o troço do caminho <strong>de</strong> ferro da Covilhã<br />
e Guarda, apezar <strong>de</strong> estarem approvadas<br />
as tarifas e nomeado lodo o pessoal das<br />
estações. Já é <strong>de</strong>mais.<br />
# Vae gran<strong>de</strong> movimento neste centro<br />
commercial na venda <strong>de</strong> fazendas <strong>de</strong><br />
verão. Os fabricantes uão teem mãos a<br />
medir.<br />
* Têm corrido com regularida<strong>de</strong> os<br />
exames d'instrucçào primaria na escola<br />
Campos Mello. Nem outra coisa era <strong>de</strong><br />
esperar do jury que excerce aquellas<br />
funeções.<br />
A.<br />
ASSUMPTOS LOCAES<br />
O fl.° <strong>de</strong> maio em <strong>Coimbra</strong><br />
Um grupo <strong>de</strong> socialistas d'esta cida<strong>de</strong>,<br />
solidários com as manifestações d'este<br />
dia promovidas pelo mundo operário, resolveu<br />
distribuir ámanhã um manifesto<br />
ineilando á lucta as classes trabalhadoras.<br />
Querem assim aflirmar os seus princípios,<br />
propugnar pelos seus interesses,<br />
fazerem-se ouvir das classes prepon<strong>de</strong>rantes<br />
e no pleno uso d'este direito incontestável,<br />
chamarem ao combate os<br />
seus companheiros, mostrando-lhes a<br />
causa da sua miséria, d'on<strong>de</strong> provem, e<br />
qual a maneira <strong>de</strong> a limitar, <strong>de</strong> a extinguir.<br />
Nada mais justo nem mais humanitário.<br />
Em todos os centros <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
este dia é consagrado ao <strong>de</strong>scanço e á<br />
manifestação or<strong>de</strong>ira para a conquista<br />
das suas reivindicações. Os governos<br />
<strong>de</strong>ixam em paz os manifestantes, velando<br />
apenas pela or<strong>de</strong>m e pela segurança publica,<br />
e por toda a parte se nota gran<strong>de</strong><br />
effervescencía entre as classes trabalhadoras.<br />
Em Lisboa e Porto, on<strong>de</strong> ha muitos<br />
elementos, as festas promettem ser <strong>de</strong>slumbrantes<br />
d'enthusiasmo. Apenas um<br />
senão se levantou : o ministro do reino<br />
não consentir na realisaçâo do cortejo<br />
cívico.<br />
No entanto todas as associações operarias<br />
se preparam para a solemnisação<br />
do 1.° <strong>de</strong> Maio, promovendo comícios,<br />
saraus litterarios banquetes, etc.<br />
E como em <strong>Coimbra</strong> o indifferenlismo<br />
por tudo é gran<strong>de</strong>, o grupo da so<br />
cialistas na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizarem<br />
qualquer outra manifestação se limitarão<br />
a distribuir pela cida<strong>de</strong> um<br />
manifesto on<strong>de</strong> sejam nffirmadas as suas<br />
crenças e os seus princípios.<br />
Applaudimos.<br />
Associação dos Artistas<br />
No domingo como noticiámos, tomaram<br />
pospe os novos corpos gerentes<br />
d'esla associação.<br />
O acto da posse foi muito concorrido<br />
e o nosso amigo sr. Antonio Dias Themido<br />
festejou a <strong>de</strong>posição do mandato,<br />
oflerecendo aos seus antigos collegas<br />
uni <strong>de</strong>licioso copo d'agua.<br />
A' noite a commissão eleitoral foi<br />
cumprimentar os corpos gerentes, com a<br />
philarmonica Conimbricense.<br />
O eonflicto académico<br />
Naturalmente <strong>de</strong>vido ás más informações,<br />
alguns jornaes já da capital, já<br />
do Porto têm dito coisas e loisas a respeito<br />
d'um acontecimento que, com a<br />
maior franqueza, não teve, nem podia<br />
ter maior consequência.<br />
O que admiramos é que alguns informadores,<br />
sem maior consi<strong>de</strong>ração pela<br />
magoa que tal noticia po<strong>de</strong>ria cau-ar<br />
na maioria das famílias, que nesta cida<strong>de</strong><br />
lêem seus filhos, espalhassem tal noticia,<br />
que tinha por fundamento um<br />
acontecimento sem maior imporlancia e<br />
resultado.<br />
O facto <strong>de</strong>u-se, em relação aos novatos<br />
e segundanislas <strong>de</strong> direito; mas<br />
as consequências que alguns pessimistas<br />
suppozeram terríveis, não passaram<br />
<strong>de</strong> meras presumpções mais provenientes<br />
das phantasias dos informadores, do<br />
que a realida<strong>de</strong> dos acontecimentos.<br />
O que, por ahi se diz, e se chamou<br />
confliclo académico não passa d'uma coi<br />
sa vulgar, sem imporlancia e sem consequências,<br />
como os factos lêem provado.<br />
Mas a imprensa ou seus informadores<br />
que em tudo vêem terrores, ou coisa<br />
simílhante fizeram por ahi tal clianlage,<br />
que nem merece a veracida<strong>de</strong>.<br />
Os acontecimentos passaram-se pouco<br />
mais ou menos como narram os informadores;<br />
mas as consequências, que<br />
dizem esperar-se estão tão ionge da verda<strong>de</strong>,<br />
que tudo se passou sem maior<br />
resultado.<br />
Posto isto, julgaríamos mais acertado<br />
que as informações fossem mais seguras,<br />
atten<strong>de</strong>ndoás alllicções que por esse paiz<br />
fóra vão causar.<br />
Medalha d'ouro<br />
As obras scienlificas dos srs. drs.<br />
Antonio Augusto da Costa Simões, actual<br />
reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, e Bernardino<br />
Machado, ministro das obras publicas,<br />
foram premiadas com a medalha d'ouro<br />
no congresso pedagogico <strong>de</strong> Madrid.<br />
Aqui tem a nobreza <strong>de</strong> meia tijella<br />
uma con<strong>de</strong>coração que não suja, e que<br />
honra sobremaneira os agraciados<br />
E sem nos lembrar que a sobredita<br />
nobreza não se impõe pelo talento — é<br />
pela massa... nas burras!!!<br />
Senlior aos entrevados<br />
Sae hoje da egreja <strong>de</strong> Santa Cruz,<br />
com a costumada pompa, o Sagrado Viar<br />
tico, em visita aos entrevados d'aquella<br />
freguezia.<br />
Economias do governo<br />
Foi or<strong>de</strong>nado pelo ministério do reino<br />
que fossem contados pela secretaria da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> os vencimentos ao professor<br />
<strong>de</strong> Philosophia, sr. dr. Garrett, em<br />
commissão <strong>de</strong> serviço publico não remunerada.<br />
Ora ninguém sabe que commissão é<br />
essa e todos se convencem que foi invenção<br />
do sr. ministro do reino para<br />
que este senhor doutor esteja ausente<br />
do serviço universatario sem prejuízos<br />
no or<strong>de</strong>nado.<br />
E assim vão ganhando a vida estes<br />
ricos amigos das instituições.<br />
Recita do b.° anno<br />
Está <strong>de</strong>finitivamente marcado o dia<br />
ÍO do proximo mez para a primeira recita<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida d'este curío, que se<br />
realisará no Thealro-circo Príncipe Real.<br />
Proinoç&es na <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Em virtu<strong>de</strong> da jubilação do sr. dr.<br />
Pedro Augusto Monteiro Castello Branco<br />
são promovidos a lente <strong>de</strong> prima e director<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito, o sr. dr. Bernardo<br />
d'Albuquerque; a lente <strong>de</strong> vespera<br />
o sr. dr. Manoel Nunes Giral<strong>de</strong>s; e a<br />
cathedratico o sr. dr. João Arroyo.<br />
Bolacha Martins <strong>de</strong> Carvalho<br />
É hoje posta á venda esta <strong>de</strong>liciosa<br />
bolacha, saida da conceituada fabrica dos<br />
srs. José Francisco da Cruz & Genro.<br />
Às caixas tem o retrato do sr. Joaquim<br />
Martins <strong>de</strong> Carvalho, num bello<br />
chromo lythographico, <strong>de</strong>senho do sr.<br />
Antonio Augusto Gonçalves.<br />
Parabéns aos apreciadores, que encontrara<br />
na vasta coliecção <strong>de</strong> bolachas<br />
que esta fabrica possue, mais um produclo<br />
<strong>de</strong> fino e apurado gosto."<br />
Monte-pio Conimbricenee<br />
Recebemos o Ilelatorio d'esta associação<br />
<strong>de</strong> soccorros mutuos, relativo ao<br />
anno <strong>de</strong> 1892.<br />
Pela exposição dos pareceres das,<br />
commissões <strong>de</strong> coutas vê-se que os corpos<br />
gerentes do Monte-pio, presididos<br />
pelo sr. Januario Damasceno Ratto, trabalharam<br />
com <strong>de</strong>dicação para a sua prosperida<strong>de</strong>,<br />
merecendo justos louvores dos<br />
seus consocios.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos a olferta do exemplar<br />
que nos foi enviado.<br />
Promoção<br />
O sr. dr. Alfredo da Rocha Peixoto,<br />
lente <strong>de</strong> Mathematica da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />
foi promovido a primeiro astronomo do<br />
observalorio.<br />
Com o <strong>de</strong>vido respeito diremos: se<br />
tal logar faculta a s. ex. a o po<strong>de</strong>r ausen-^<br />
tar-se <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, diflicil será achar<br />
melhor cumpridor.<br />
Prorogação<br />
Foi concedido a alguns alumnos da<br />
faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina o apresentarem<br />
a certidão <strong>de</strong> approvação nos exames das<br />
línguas allemà e grega, até ao fim do<br />
anuo lectivo.<br />
liuctuosa<br />
E com o maior pezar que noticiamos<br />
o fallecimeuto da sr.* D. Amélia d'Azevedo,<br />
esposa estremecida do sr. dr. Manoel<br />
Justino d'A*.evedo, professor distincto<br />
e respeita bilissimo do lyceu d'esta<br />
cida<strong>de</strong>. A finada senhora, <strong>de</strong> caracter a<br />
todo o ponto digno do maior respeito,<br />
íalleceu no meio dos mais <strong>de</strong>sveilados<br />
cuidados dos seus e <strong>de</strong> famílias amigas,<br />
que seguiam com a mais acurada compuneção<br />
os progressos <strong>de</strong>vastadores da<br />
doença.<br />
E este respeito e estima da família<br />
e dos anugos, inanifestaram-se ainda brilhantemente<br />
da parle dos estranhos, que,<br />
numa concorrência extraordinaria, concorreram<br />
a acompanhar no enterro o<br />
cadaver d'aquella senhora. Estava repre-<br />
sentada a élite <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, mostrando<br />
assim a gran<strong>de</strong> estima que inspira' a todos<br />
o caracter honradíssimo da família<br />
Azevedo. Nao nos e possivel mencionar<br />
os nomes <strong>de</strong> todos os cavalheiros que<br />
aquelle acto concorreram; apenas nos<br />
lembramos dos srs.:<br />
Drs. Assis Teixeira, L. Praça, Pila<br />
Madureira, Yasconcellos, Alves da Hora,<br />
Araujo e Gama, Paes, B. d'Albuquerque,<br />
Fernan<strong>de</strong>s Vaz, Chaves, Callisto, Guimarães<br />
Pedrosa, Dias da Silva, Mirabeau,<br />
Bazilio, Epiphanio Marques, Raymundo<br />
da Motta, Luiz da Costa, Souto<br />
Uodrigues, Costa Lobo, Teixeira <strong>de</strong> Carvalho,<br />
Viegas, Julio Heuriques, Sousa<br />
Gomes, Manoel Paulino, secretario da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong>, <strong>Coimbra</strong>, e coronel Reboclio,<br />
major Lopes, cirurgiao-mór Teixeira,<br />
cirurgião ajudante Guimarães,<br />
alferes ajudante Martins' Pedro Ferrão,<br />
José Narciso Simões, Dantas Guimarães,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Associação Commercial,<br />
Valle, Antonio d'Almeida e Silva, Julio<br />
Machado, con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Foz d'Aouce, Francisco<br />
Furtado <strong>de</strong> Mello, vice-reitor do<br />
Seminário conego Silva, conego Pru<strong>de</strong>ucio,<br />
Sinibaidi, Abranches, padre Mattoso,<br />
padre Andra<strong>de</strong>, padre Gaspar, dr. Carvalho,<br />
dr. Diniz, dr. Teixeira, dr. Pereira,<br />
dr. Clemente, Bastos, Costa Pessoa,<br />
Alberto Pessoa, Francisco Guerra,<br />
dr. Francisco Manso Preto, dr. Arthur<br />
Manso Preto, dr. Julio Dallv, dr. Pinheiro<br />
Pessoa, dr. Lebre, dr. Cancella, A<strong>de</strong>lino<br />
Vieira, dr. Silvio Fellico, dr. Arthur Leitão,<br />
dr. Augusto Cymbron, dr. Silvestre<br />
Falcão, Antonio Jose d'Aimeida, dr. Menezes<br />
Parreira, dr. Albino <strong>de</strong> Mello, A<strong>de</strong>lino<br />
Maia, Antonio ^Pedro, Francisco <strong>de</strong><br />
Sousa Araujo, Alberto Leite, João <strong>de</strong><br />
Menezes e dr. Constantino.<br />
Ao sr. dr. Manoel Justino d'Azevedo,<br />
e a seus filhos, os nossos bons amigos,<br />
en<strong>de</strong>reçamos a publica expressão do nosso<br />
profundo pezar, pelo transe dolorosíssimo<br />
que os angustia, dôr que sinceramente<br />
partilhamos.