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<strong>Viva</strong>! Local<br />
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J O G A D O R<br />
nacionais, duas Taças de Portugal,<br />
duas Supertaças (a última<br />
em Outubro frente ao Benfica)<br />
e foi várias vezes vicecampeão<br />
da Europa. Agora, o<br />
caminho é rumo ao penta, que<br />
pode ser alcançado esta época.<br />
O ansiado título de campeão<br />
europeu na modalidade<br />
ainda não aconteceu mas é<br />
um objectivo a concretizar.<br />
“Antes de acabar a carreira ainda<br />
vou ser campeão da Europa pelo<br />
FC <strong>Porto</strong>”, diz <strong>Edo</strong> Bosch. “Nem<br />
que tenha de o comprar”, acrescenta<br />
com humor. Não conseguir<br />
este título antes de acabar<br />
a carreira seria uma frus-<br />
Um dragão da Catalunha<br />
<strong>Edo</strong> Bosch, o catalão guarda-<br />
-redes titular da equipa de hóquei<br />
em patins do FC <strong>Porto</strong>, chegou à<br />
cidade há cerca de oito anos.<br />
Gosta de viver no <strong>Porto</strong> e<br />
reconhece que a cidade tem<br />
evoluído e está mais bonita. O<br />
atleta é licenciado em Gestão e um<br />
bom conversador. Aos 30 anos,<br />
<strong>Edo</strong> mantém a esperança de ser<br />
campeão europeu pelos dragões.<br />
Texto: Marta Almeida Carvalho<br />
Fotos: Virgínia Ferreira<br />
<strong>Edo</strong> Bosch nasceu em<br />
Barcelona e chegou ao<br />
FC <strong>Porto</strong> na época de<br />
97/98. O seu percurso desportivo<br />
começou quando era<br />
ainda muito jovem. Aos cinco<br />
anos entrou no mundo dos<br />
patins, onde o ensino do hóquei<br />
era feito nas escolas. Começou<br />
na «Maristas Sants»,<br />
onde se manteve até aos juvenis<br />
e onde o pai, também<br />
hoquista e duas vezes campeão<br />
do mundo, se tinha iniciado.<br />
Ingressou, depois, nas<br />
camadas jovens do Barcelona<br />
de onde se transferiu para o<br />
VilaNova, onde passou a sénior.<br />
E foi já como sénior que se<br />
manteve três épocas no Reus<br />
Deportivo e uma no Noia Freixenet.<br />
Foi então que recebeu<br />
uma chamada onde o convidavam<br />
a ingressar no FC <strong>Porto</strong> e<br />
que, de início, lhe pareceu uma<br />
brincadeira. “Ouvi alguém falar<br />
num espanhol um pouco estranho<br />
e pensei que fosse algum<br />
amigo a querer pregar-me uma<br />
partida”, conta divertido. Mas<br />
não. Tratava-se de Ilídio Pinto<br />
que lhe propunha a transferência<br />
para o <strong>Porto</strong>. A partir do momento<br />
em que chegou ao clube,<br />
<strong>Edo</strong> ganhou vários títulos,<br />
entre eles seis campeonatos<br />
○ ○ ○ ○ ○<br />
○<br />
<strong>Edo</strong> <strong>Bosh</strong><br />
tração para o atleta. <strong>Edo</strong> reconhece<br />
que o facto de jogarem<br />
«longe» de «casa», em Fânzeres,<br />
traz alguns contratempos.<br />
“Quando jogávamos no pavilhão<br />
Américo Sá havia mais<br />
público nos jogos. Não há nada<br />
melhor para um jogador do que<br />
entrar em campo e ver as bancadas<br />
cheias”, salienta. “Mas fomos<br />
sempre bem acolhidos em<br />
Fânzeres”, frisa. <strong>Edo</strong> lembra<br />
que a presença dos sócios era<br />
maior quando o hóquei, o futebol,<br />
o andebol e o basquete<br />
se concentravam no mesmo<br />
espaço. “Quando havia o pavilhão,<br />
em dias de jogo, as pessoas<br />
passavam mais tempo nas Antas e<br />
iam ver dois ou mais jogos”, diz.<br />
Para além disso havia uma mai-<br />
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or confraternização entre os<br />
jogadores das várias modalidades.<br />
“Agora quase não<br />
nos vemos”. Por tudo isto, o<br />
pavilhão junto ao “Dragão”<br />
é tão aguardado pelos atletas.<br />
<strong>Edo</strong> Bosch, que já representou<br />
a selecção de<br />
hóquei do seu país, não<br />
o tem feito por um incidente<br />
ocorrido há algum<br />
tempo com o seleccionador<br />
espanhol, apesar<br />
do seu inegável valor.<br />
Nos jogos que fez pela<br />
selecção espanhola, <strong>Edo</strong><br />
defrontou a de Portugal,<br />
país que já o acolhia na<br />
altura. “A partir do momento<br />
em que vesti a camisola<br />
da selecção do meu<br />
país, Portugal era o meu adversário<br />
naquele jogo. Como<br />
profissional defendi as redes<br />
como sempre o faço. Mas claro<br />
que não experimentei nenhum<br />
dos sentimentos hostis que tentavam<br />
incutir nestas alturas”,<br />
garante. O equipamento<br />
«maçudo» que tem de usar<br />
em campo não o incomoda.<br />
“Nós, guarda-redes, temos de<br />
estar bem protegidos. Mais vale<br />
jogar com um equipamento<br />
assim do que apanhar uma<br />
bolada. Aquilo dói bastante!”,<br />
assegura. Para os jovens, que<br />
estão a começar na modalidade,<br />
<strong>Edo</strong> deixou um conselho.<br />
“A maior arma de um guarda-redes<br />
é a concentração. Se<br />
estás concentrado, isso é «meio<br />
caminho andado» para uma<br />
boa prestação. É que um guarda-redes,<br />
em caso de vitória, é<br />
sempre o herói mas, nas derrotas,<br />
é também o vilão”, afirma.<br />
Por vezes, <strong>Edo</strong> Bosch já<br />
foi «vilão» mas, a julgar pelos<br />
êxitos desportivos que<br />
tem conseguido no FC <strong>Porto</strong>,<br />
é mais vezes «herói».<br />
A cidade<br />
<strong>Edo</strong> Bosch mora no <strong>Porto</strong>,<br />
na Boavista, e tem um carinho<br />
especial pela cidade que<br />
o acolhe. Reconhece que<br />
tem sido feito um esforço<br />
para melhorar o <strong>Porto</strong> e que<br />
isso está a concretizar-se.<br />
Os locais que destaca são o<br />
Parque da Cidade, a Foz e a<br />
○ ○ ○ ○ ○<br />
○<br />
<strong>Edo</strong> <strong>Bosh</strong><br />
zona ribeirinha, se<br />
bem que passe mais<br />
tempo na Ribeira de<br />
Gaia. É que, para além<br />
da actividade desportiva,<br />
<strong>Edo</strong> é proprietário<br />
de dois restaurantes<br />
e está a caminho<br />
de «abrir» um terceiro.<br />
Apesar da boa relação<br />
que mantém<br />
com a cidade e de a conhecer<br />
razoavelmente<br />
bem (em particular a<br />
Boavista, onde mora)<br />
<strong>Edo</strong> diz faltarem-lhe<br />
locais de diversão. “Daí<br />
as grandes afluências aos<br />
shoppings nos fins-de-semana.<br />
Se houvesse um<br />
parque de diversões e outros<br />
locais onde passar os tempos<br />
livres isso já não acontecia.<br />
Eu tento evitar ir a centros comerciais<br />
ao fim-de-semana. Quando<br />
o faço é numa escapadela e durante<br />
a semana”, garante. Por<br />
isso prefere espaços diferentes.<br />
Adepto das tripas à moda<br />
do <strong>Porto</strong>, reconhece aos portuenses<br />
características como<br />
a simpatia e o apego à cidade.<br />
“Sempre fui bem tratado desde<br />
que cheguei ao <strong>Porto</strong>, quer pelos<br />
habitantes, quer pelo clube e colegas<br />
de equipa”, diz. <strong>Edo</strong> Bosch<br />
diz compreender o bairrismo<br />
portuense, uma vez que<br />
em Barcelona ele também<br />
existe. “São cidades com algumas<br />
afinidades no seu espírito embora<br />
em dimensões diferentes”,<br />
diz.<br />
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