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Presidente da República - ICMBio

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Plano de Manejo do Parque Nacional <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina Encarte 1 – Contextualização <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de de Conservação<br />

muitas vezes chama<strong>da</strong> de cadeia do Espinhaço, tal é sua magnitude em termos de extensão e<br />

dos mais variados ecossistemas, todos únicos.<br />

O PNCD constitui-se na mais extensa UC <strong>da</strong> chapa<strong>da</strong> Diamantina, a qual representa, como<br />

referido anteriormente, o extremo norte <strong>da</strong> cadeia do Espinhaço (Nolasco, 2002). O Espinhaço se<br />

estende do sul do Estado de Minas Gerais até o centro-norte <strong>da</strong> BA. Com relação a outras UC<br />

federais existentes nesta mesma cordilheira são os Parques Nacionais <strong>da</strong> Serra do Cipó e <strong>da</strong>s<br />

Sempre-Vivas e as Áreas de Proteção Ambiental do Carste de Lagoa Santa e do Morro <strong>da</strong><br />

Pedreira, to<strong>da</strong>s no Estado de Minas Gerais. Elas caracterizam-se por apresentar campos<br />

rupestres como vegetação dominante, com mosaicos vegetacionais complexos e muitos<br />

endemismos, à semelhança do que ocorre com o PNCD. Tais ambientes possuem tantas<br />

particulari<strong>da</strong>des que são também chamados refúgios ecológicos, sem se veicular conceitos mais<br />

rígidos com tal expressão.<br />

Para alguns autores, to<strong>da</strong>s estas UC do Espinhaço pertenceriam ao bioma Cerrado, embora<br />

outros considerem tais refúgios ecológicos como biomas à parte, em razão <strong>da</strong>s suas<br />

especifici<strong>da</strong>des e <strong>da</strong> sua extensão. No caso do PNCD, trabalhos mais recentes indicam que ele<br />

integraria o bioma Caatinga, fazendo parte <strong>da</strong> menciona<strong>da</strong> ecorregião Complexo <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong><br />

Diamantina (Velloso et alii, 2002). Os campos rupestres são a marca do PNCD, pois predominam<br />

na sua cobertura vegetal (Funch, 2006). Também tais campos representam cerca de 22,45% <strong>da</strong><br />

área <strong>da</strong>s UC federais onde esta tipologia vegetal ocorre, podendo-se mencionar que os campos<br />

rupestres ain<strong>da</strong> ocorrem nos Parques Nacionais <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Canastra (em menor escala), do<br />

Grande Sertão Vere<strong>da</strong>s (ambos no Estado de Minas Gerais), <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> dos Guimarães (Estado<br />

de Mato Grosso) e <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> dos Veadeiros (Estado de Goiás).<br />

Na região <strong>da</strong> chapa<strong>da</strong> Diamantina, onde está o PNCD, há três outras UC federais: a Floresta<br />

Nacional de Conten<strong>da</strong>s do Sincorá (FNCS), a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)<br />

Córrego dos Bois e a RPPN Adília Paraguaçu (IBAMA, 2006). Distante apenas 47 km do extremo<br />

sul do PNCD, a FNCS tem 11.034,34ha cobertos, principalmente, por caatinga arbórea e<br />

arbustiva, grande parte altera<strong>da</strong> pela ação antrópica pregressa. Seu limite ocidental inclui uma<br />

pequena porção <strong>da</strong> serra do Sincorá (Mattei, 2006). É possível pensar em uma ligação entre a<br />

FNCS e o PNCD, na forma de um corredor ecológico, o qual incorporaria extensas áreas <strong>da</strong> serra<br />

do Sincorá, apenas mantendo a proteção legal restrita aos preceitos estabelecidos pelo Código<br />

Florestal (Lei N.º 4.771/1965), e nas áreas onde houver floresta estacional semidecidual ou<br />

decidual, pela Lei <strong>da</strong> Mata Atlântica (Lei N.º 11.428/2006).<br />

A RPPN Córrego dos Bois está situa<strong>da</strong> no Distrito de Caeté-Açu (localmente chamado de Capão<br />

ou Vale do Capão, sendo neste Plano chamado apenas de Capão), Município de Palmeiras. Tem<br />

50ha de extensão e ocupa uma relativamente plana coberta por vegetação secundária em<br />

diversos estágios de regeneração, além de apresentar trechos de mata ciliar junto ao curso d’água<br />

que lhe dá nome. Faz limite com o PNCD e ain<strong>da</strong> não conta com plano de manejo, embora os<br />

proprietários estejam trabalhando para conseguir elaborá-lo.<br />

A RPPN Adília Paraguaçu Batista foi cria<strong>da</strong> em 06/08/2002, com 70ha e está situa<strong>da</strong> próxima à<br />

sede municipal de Mucugê. Localiza-se na margem direita do rio Paraguaçu, na fazen<strong>da</strong> Capão<br />

do Andrade, próximo à sede <strong>da</strong> Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Mucugê. Não há<br />

muitas informações disponíveis sobre esta UC, mas a área é coberta por campos rupestres e por<br />

vegetação ciliar. Também faz limites com o PNCD, a exemplo <strong>da</strong> RPPN Córrego dos Bois.<br />

Como já foi dito antes, a situação de área de transição entre três biomas, por conter muitos<br />

ambientes de encosta e em altas altitudes e, finalmente, por apresentar ampla área com campos<br />

rupestres, atribui ao PNCD situação única com altas taxas de endemismos, espécies novas, raras,<br />

ameaça<strong>da</strong>s e em perigo de extinção. Tais características serão apresenta<strong>da</strong>s e discuti<strong>da</strong>s com<br />

mais detalhes nos Encartes 2 e 3, soma<strong>da</strong>s à densa rede de drenagem.<br />

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