3. MANEJO SANITÁRIO DE CAPRINOS E OVINOS - Capril Virtual
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1<br />
Série<br />
Circuito de Tecnologias Adaptadas<br />
para a Agricultura Familiar<br />
<strong>3.</strong> <strong>MANEJO</strong> <strong>SANITÁRIO</strong><br />
<strong>DE</strong> <strong>CAPRINOS</strong><br />
E <strong>OVINOS</strong>
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2<br />
3
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4<br />
GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRAN<strong>DE</strong> DO NORTE<br />
WILMA MARIA <strong>DE</strong> FARIA<br />
SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, DA PECUÁRIA E DA PESCA<br />
LAÍRE ROSADO FILHO<br />
DIRETORIA EXECUTIVA DA EMPARN<br />
DIRETOR PRESI<strong>DE</strong>NTE<br />
ROBSON <strong>DE</strong> MACÊDO VIEIRA<br />
DIRETOR <strong>DE</strong> PESQUISA & <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO<br />
MARCONE CÉSAR MENDONÇA DAS CHAGAS<br />
DIRETOR <strong>DE</strong> OPERAÇÕES ADM. E FINANCEIRAS<br />
AMA<strong>DE</strong>U VENÂNCIO DANTAS FILHO<br />
5<br />
EMPARN<br />
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A.<br />
Série<br />
Circuito de Tecnologias Adaptadas<br />
para a Agricultura Familiar<br />
<strong>3.</strong> <strong>MANEJO</strong> <strong>SANITÁRIO</strong><br />
<strong>DE</strong> <strong>CAPRINOS</strong><br />
E <strong>OVINOS</strong><br />
Natal, RN<br />
2006
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6<br />
SÉRIE CIRCUITO <strong>DE</strong> TECNOLOGIAS ADAPTADAS<br />
PARA A AGRICULTURA FAMILIAR<br />
<strong>3.</strong> <strong>MANEJO</strong> <strong>SANITÁRIO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CAPRINOS</strong> E <strong>OVINOS</strong><br />
EXEMPLARES <strong>DE</strong>STA PUBLICAÇÃO PO<strong>DE</strong>M SER ADQUIRIDOS<br />
SETOR <strong>DE</strong> DIFUSÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DA EMPARN<br />
AV. JAGUARARI, 2192 - LAGOA NOVA<br />
59056-030 - NATAL-RN<br />
AUTOR<br />
Francisco Canindé Maciel<br />
Médico Veterinário - Embrapa/EMPARN<br />
E-mail: macielemparn@rn.gov.br<br />
REVISÃO<br />
MARIA <strong>DE</strong> FÁTIMA PINTO BARRETO<br />
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA<br />
LUCIANA RIU UBACH<br />
Difusão de Serviços Técnicos<br />
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN; Biblioteca Central Zila Mamede<br />
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte.<br />
Manejo sanitário de caprinos e ovinos / EMPARN. – Natal, RN: EMPARN,<br />
2006.<br />
32 p. – (Circuito de tecnologias adaptadas para a agricultura familiar ; v.<br />
3)<br />
1. Saúde animal. 2. Doenças infecciosas e parasitárias. <strong>3.</strong> Controle. 4.<br />
Prevenção. 5. Agricultura família.<br />
RN/UF/BCZM CDU 614.9<br />
7<br />
SUMÁRIO<br />
APRESENTAÇÃO............................................. 6<br />
1. INTRODUÇÃO............................................... 7<br />
2. SANIDA<strong>DE</strong>...................................................... 8<br />
<strong>3.</strong> <strong>MANEJO</strong> <strong>SANITÁRIO</strong>...................................... 11<br />
MEDIDAS SANITÁRIAS GERAIS.................... 11<br />
MEDIDAS SANITÁRIAS ESPECÍFICAS<br />
POR CATEGORIA ANIMAL........................... 12<br />
PREVENÇÃO E CONTROLE DAS<br />
PRINCIPAIS DOENÇAS................................ 16<br />
OUTRAS AFECÇÕES.................................... 28<br />
4. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS............................... 30<br />
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA.......................... 31
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8<br />
III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />
APRESENTAÇÃO<br />
A caprinovinocultura é uma atividade tradicionalmente<br />
empreendida pelos produtores potiguares que nos últimos anos<br />
tem experimentado franca expansão em decorrência da forte<br />
demanda por seus produtos .<br />
Apesar dessa situação favorável de mercado e do número<br />
significativo de produtores inseridos nessa atividade, diversos<br />
problemas existentes nas unidades de produção ainda se<br />
constituem em fatores limitantes para o aumento da<br />
produtividade e a oferta de produtos – carne, leite e derivados –<br />
com a qualidade e a regularidade na oferta exigidas pelos<br />
consumidores.<br />
Dentre os entraves nos sistemas produtivos, os problemas<br />
de saúde constituem-se em uma das principais causas do baixo<br />
desempenho zootécnico e econômico dos rebanhos.<br />
O objetivo desta publicação é repassar aos produtores e<br />
demais pessoas interessadas no setor, noções básicas de manejo,<br />
sanidade e prevenção de doenças. Tais informações estão<br />
disponibilizadas de maneira simples, de fácil entendimento por<br />
parte de produtores e demais pessoas que trabalham diretamente<br />
no manejo desses animais.<br />
A EMPARN, que ao longo dos seus 25 anos de atuação no<br />
estado tem se constituído em referência no setor agropecuário,<br />
apresenta mais essa contribuição no sentido de fortalecer o<br />
agronegócio de caprinos e ovinos no estado.<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
Robson Robson de de Macêdo Macêdo Vieira<br />
Vieira<br />
Diretor Presidente da EMPARN<br />
8<br />
9<br />
III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
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INTRODUÇÃO<br />
A caprinovinocultura tem se expandido em todos os estados<br />
brasileiros. Independente do objetivo da exploração, a<br />
caprinovinocultura muito tem a contribuir para o desenvolvimento<br />
socioeconômico do País, e de modo particular, da região<br />
nordestina. O Rio Grande do Norte ocupa a sexta posição do<br />
Nordeste em relação ao efetivo caprino e a quinta quanto ao<br />
número de ovinos, com 434.193 e 488.028 animais,<br />
respectivamente. Entre 1996 e 2005, ocorreu uma evolução de<br />
87,46% do efetivo caprino e 25,53% do rebanho ovino estadual,<br />
sendo as taxas de crescimento de 38,77% e 27,31% dos rebanhos<br />
destas espécies para o conjunto do Nordeste e de 38,69% e<br />
8,72% para o Brasil, respectivamente, conforme estimativas do<br />
Instituto FNP (1) .<br />
Em razão de sua importância econômica e social, de modo<br />
particular para os estados do Nordeste, a caprinovinocultura<br />
requer atenção cuidadosa para que possa desenvolver-se à altura<br />
desta importância. Entretanto, desafios de diversas ordens estão<br />
presentes e necessitam ser superados.<br />
De maneira geral, esses animais são explorados<br />
tradicionalmente em sistema de criação extensivo com reduzida<br />
adoção de tecnologias, o que tem sido responsabilizado pelos<br />
baixos índices zootécnicos, traduzidos pela reduzida velocidade<br />
de crescimento dos animais, abate tardio, baixo rendimento e<br />
carcaça que não satisfaz as exigências do mercado em termos<br />
de qualidade, além de idade avançada ao primeiro parto, longos<br />
intervalos entre partos, baixa produção leiteira na vida útil das<br />
matrizes e altas taxas de mortalidades nos rebanhos.<br />
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III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
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Diversas tecnologias nas áreas de alimentação, sanidade,<br />
reprodução e manejo já se encontram disponíveis para a<br />
melhoria da produção e da produtividade das explorações de<br />
caprinos e ovinos, sejam direcionadas para leite, carne e pele (3,8) .<br />
Esta publicação coloca à disposição dos produtores e<br />
interessados na produção de caprinos e ovinos, informações<br />
básicas sobre o manejo sanitário e o controle das principais<br />
doenças que afetam estes animais, objetivando contribuir para<br />
a redução dos índices de mortalidade, melhoria dos sistemas<br />
produtivos e, consequentemente, para o desenvolvimento<br />
sustentável da caprinovinocultura norte-rio-grandense.<br />
SANIDA<strong>DE</strong><br />
A sanidade abrange uma série de atividades técnicas,<br />
conduzidas para manter as condições de saúde dos animais, as<br />
quais são influenciadas pelo meio ambiente, práticas de manejo<br />
e pelo genótipo,<br />
entre outras causas(10).<br />
A manutenção da saúde de um rebanho tem início com<br />
uma adequada educação<br />
sanitária das pessoas<br />
envolvidas e com uma<br />
correta alimentação dos<br />
animais. Assim, um rebanho<br />
bem alimentado é saudável,<br />
e resiste melhor às<br />
doenças (4) . Por outro lado,<br />
uma deficiência nutricional<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
10<br />
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aumenta o índice de<br />
doenças e de mortalidade<br />
no rebanho. Portanto, os<br />
animais devem ser bem<br />
nutridos para<br />
permanecerem saudáveis.<br />
Desta forma entenda-se<br />
que “bem nutrido” é o<br />
animal que ingere<br />
alimentos com qualidade e em quantidade suficientes para<br />
atender suas necessidades de mantença e de produção (3) .<br />
A saúde dos rebanhos<br />
caprino e ovino também<br />
recebe influência das<br />
instalações. Quando<br />
construídas de forma<br />
adequada, proporcionam<br />
conforto e proteção,<br />
facilitam o manejo e<br />
contribuem para a manter<br />
a saúde dos animais (10) .<br />
O produtor e demais pessoas que lidam com caprinos ou<br />
ovinos devem estar familiarizados com o comportamento desses<br />
animais, de forma a reconhecer imediatamente qualquer desvio<br />
de suas condições normais. Esses animais quando saudáveis<br />
apresentam (3,10) :<br />
− Vivacidade e altivez;<br />
− Apetite normal, selecionando e ingerindo os alimentos com<br />
avidez;<br />
− Pêlos lisos, sedosos e brilhantes;<br />
− Temperatura corporal variando de 38,5 a 40,50 C;<br />
− Fezes de consistência firme e em forma de bolotas;<br />
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− Urina de coloração<br />
amarelada, odor forte e<br />
em volume dentro da<br />
normalidade;<br />
− Processo de ruminação<br />
presente;<br />
− Boa condição corporal e<br />
porte compatível com a<br />
idade e a raça.<br />
É importante que produtores e manejadores permaneçam<br />
alertas para qualquer alteração nas características normais dos<br />
animais, uma vez que tal ocorrência poderá significar o início de<br />
alguma enfermidade. Veja alguns sinais e sintomas que podem<br />
indicar doenças (3,10) :<br />
− Tristeza e isolamento do rebanho;<br />
− Diminuição, ausência ou depravação do apetite (comer terra,<br />
ossos, etc).<br />
− Pêlos arrepiados, ásperos e sem brilho ou queda dos pêlos;<br />
− Temperatura corporal acima de 40,50 C – febre:<br />
− Fezes de consistência pastosa, mole ou diarréica, com mau<br />
cheiro, com sangue ou coloração escura;<br />
− Urina de coloração escura, vermelha e com cheiro diferente;<br />
− Condição corporal de magreza, porte atrofiado.<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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<strong>MANEJO</strong> <strong>SANITÁRIO</strong><br />
O manejo sanitário busca preservar a saúde dos animais<br />
controlando ou eliminando doenças de modo a maximizar os<br />
índices produtivos e de rentabilidade do rebanho. Para concretizar<br />
estes objetivos, devem-se adotar os seguintes<br />
procedimentos (3,7,8,10,11) :<br />
MEDID MEDIDAS MEDID MEDID AS SS<br />
SANIT S ANIT ANITÁRIAS ANIT ÁRIAS GERAIS<br />
GERAIS<br />
Higiene Higiene das das Instalações<br />
Instalações<br />
− Limpeza diária dos<br />
apriscos ou ovis por meio<br />
de varredura;<br />
− Limpeza dos bebedouros,<br />
mantendo-os isentos de<br />
algas ou de fezes e<br />
procedendo-se a troca<br />
periódica da água;<br />
− Limpeza diária dos<br />
comedouros;<br />
− Limpeza dos currais com recolhimento das fezes para<br />
esterqueiras ou diretamente para as áreas de pastagem;<br />
− Manter o ambiente<br />
criatório sempre limpo,<br />
sem sacos plásticos ou<br />
outros detritos.<br />
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Quar Quarent Quar Quarent<br />
ent entena ent ena<br />
Os animais adquiridos de outras fazendas ou regiões<br />
deverão ser mantidos em observação por um período de 30-60<br />
dias, em local isolado, antes de serem incorporados ao rebanho.<br />
Essa medida visa a garantir ao criador um conhecimento do<br />
estado sanitário dos animais, ou seja, certificar-se de que os<br />
mesmos são ou não portadores de doenças.<br />
Isolamento<br />
Isolamento<br />
Isolamento<br />
O sistema de criação deve ter uma área afastada do centro<br />
de manejo, para o isolamento e tratamento dos animais doentes.<br />
Descarte<br />
Descarte<br />
É um procedimento utilizado para retirar do rebanho animal<br />
com doenças crônicas, portador de zoonoses ou improdutivo,<br />
mediante o abate ou sacrifício.<br />
Outras Outras medidas medidas de de apoio<br />
apoio<br />
− Alimentação equilibrada e água de boa qualidade<br />
− Conforto animal<br />
− Limitar presença de animais não desejáveis (gato, cão, rato,<br />
mosca, entre outros).<br />
MEDID MEDIDAS MEDID AS S SSANIT<br />
SS<br />
ANIT ANITÁRIAS ANIT ÁRIAS ESPECÍFIC ESPECÍFICAS ESPECÍFIC AS POR POR C CCATEGORIA<br />
C TEGORIA<br />
ANIMAL<br />
ANIMAL<br />
Cuidados Cuidados com com a a cabra cabra e e ovelha<br />
ovelha<br />
pr prenhe pr enhe e e e ao ao par parto par<br />
A gestação da cabra e da ovelha dura aproximadamente<br />
cinco meses, variando de 142 a 158 dias.Durante o período de<br />
prenhez, o criador deve dar atenção especial ao animal. Algumas<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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medidas devem ser adotadas para propiciar a ocorrência de partos<br />
normais e nascimento de cabritos e cordeiros vivos:<br />
− Manter as fêmeas prenhes em lotes de animais do mesmo<br />
rebanho, fornecendo alimentação de qualidade (equilibrada)<br />
e evitando a presença de<br />
animais estranhos;<br />
− Evitar pancadas durante o manejo dos animais;<br />
− Retirar os animais agressivos dos lotes para evitar os<br />
traumatismos por cabeçadas ou chifradas;<br />
− Evitar longas caminhadas e não permitir o contato das matrizes<br />
com cães, gatos e urina de ratos;<br />
− Proceder a secagem do leite das matrizes aos 45 – 60 dias antes<br />
do parto;<br />
− Separar as matrizes 6 a 8 semanas antes do parto;<br />
− Realizar a limpeza e o corte dos pelos da cauda;<br />
− Próximo à época de parição, manter as fêmeas em piquetes<br />
próximos do centro de manejo para facilitar a assistência ao<br />
parto quando necessária. (ao se aproximar o parto, a fêmea<br />
apresenta alguns sinais que o criador mais experiente pode<br />
reconhecer facilmente. Os mais evidentes são: modificação da<br />
garupa, com uma marcante depressão em cada lado da cauda,<br />
depressão nos flancos (a barriga baixa mais) e no início do<br />
trabalho de parto fica inquieta, deitando e levantando com<br />
freqüência; começa a apresentar contrações e corrimento<br />
opaco, ligeiramente amarelado.);<br />
− Após o parto, observar se a matriz expulsa a placenta;<br />
− Limpar rigorosamente as matrizes após o parto e mantê-las em<br />
ambiente calmo, seco e com disponibilidade de água e<br />
alimentação.<br />
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Cuidados Cuidados com com com as as crias<br />
crias<br />
Para aumentar o índice de sobrevivência dos recémnascidos,<br />
é necessário que o criador adote algumas práticas de<br />
manejo, tais como:<br />
− Cortar o umbigo e desinfetar o coto umbilical com tintura de<br />
iodo a 10%;<br />
− Garantir a mamada do colostro, o mais cedo possível<br />
(preferencialmente nas primeiras seis horas), para estimular as<br />
defesas orgânicas das crias e evitar a mortalidade neo-natal;<br />
− Manter os recém-nascidos no aprisco durante os primeiros 15<br />
a 20 dias de vida;<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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− Vermifugar as crias três semanas após sua saída para o pasto<br />
ou ao desmame;<br />
− Ter maiores cuidados com as crias nascidas de partos múltiplos,<br />
evitando rejeição e morte por subnutrição;<br />
− Nas criações extensivas,<br />
evitar que as crias fiquem<br />
ao pé da mãe o dia todo,<br />
separando-as durante a<br />
noite em uma área<br />
apropriada no aprisco e<br />
colocando-as para<br />
mamar apenas duas<br />
vezes ao dia, pela manhã<br />
e ao final da tarde;<br />
− Fornecer alimento sólido (capim e concentrado) a partir do 8º<br />
dia de vida;<br />
− Ter uma área de pastagem cercada, reservada para os cabritos<br />
pastejarem a partir de 20 - 30 dias de vida;<br />
− Desmamar as crias aos 90 dias de idade ou quando atingirem<br />
2,5 a 3,5 vezes o seu peso ao nascer.<br />
Cuidados Cuidados com com os os animais animais de de r rrecr<br />
r ecr ecria ecr ia<br />
− Separar os animais por sexo para evitar prenhez indesejáveis<br />
Cuidados Cuidados Cuidados com com os os os r rrepr<br />
r epr eprodut epr odut odutor odut or ores or es<br />
− Estação de monta e controle reprodutivo facilitam e melhoram<br />
a adoção das práticas sanitárias;<br />
− Evitar a realização de trocas ou empréstimos de reprodutores<br />
de origem duvidosa com outros<br />
produtores;<br />
− Alimentação equilibrada, de modo particular quanto aos<br />
minerais (relação ca : p).<br />
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PREVEN PREVEN PREVENÇÃ PREVEN PREVEN ÇÃ ÇÃO ÇÃ O E E C CCONTR<br />
C ONTR ONTROLE ONTR OLE D DDAS<br />
D AS PRIN PRINCIP PRIN CIP CIPAIS CIP AIS DOEN DOENÇAS DOEN AS<br />
Verminose<br />
Verminose<br />
Verminose<br />
A verminose é uma doença que ataca tanto caprinos como<br />
ovinos e é uma das principais causas de mortalidade nessas duas<br />
espécies no Estado. É causada por vermes que se localizam no<br />
trato digestivo do animal, onde se fixam e sugam o sangue do<br />
mesmo.Os principais helmintos identificados parasitando caprinos<br />
no Rio Grande do Norte incluem (6) ; Haemonchus contortus,<br />
Strongyloides papillosus, Cooperia sp., Oesophagostomum<br />
columbianun, Oesophagostomum venulosum, Trichostrongylus<br />
colubriformis, Trichostrongylus axei, Skrjabinema ovis, Trichuris<br />
sp., e moniezia sp. Quando o animal tem grande número de<br />
vermes, fica magro, fraco, sem apetite, com o pelo arrepiado e<br />
sem brilho e em alguns casos com a “papada inchada” (edema<br />
submandibular) e diarréia.<br />
Para atenuar os prejuízos causados pela verminose, o<br />
criador deve vermifugar periodicamente o rebanho. Para os<br />
criatórios no Rio Grande do Norte, quatro vermifugações por<br />
ano (no início, meio e final<br />
do período seco e uma no<br />
meio do período chuvoso)<br />
apresentam resultados<br />
satisfatórios (7) . Recomendase<br />
também vermifugações<br />
nas seguintes ocasiões e<br />
adoção de outras medidas<br />
auxiliares (3,8) :<br />
− Vermifugar cabras e ovelhas um mês antes ou logo após o<br />
parto, pois fêmeas lactantes promovem maior disseminação<br />
de ovos nas pastagens;<br />
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− Vermifugar os cabritos e os cordeiros ao desmame;<br />
− Vermifugar as fêmeas duas a três semanas antes do início da<br />
estação de monta;<br />
− Vermifugar todo animal de compra antes de incorporá-los ao<br />
rebanho;<br />
− Evitar a superlotação das pastagens;<br />
− Trocar o vermífugo (princípio ativo) a cada ano para evitar a<br />
resistência dos vermes;<br />
− Fazer rodízio de piquetes;<br />
− Separar os animais adultos dos jovens;<br />
− Adotar a estação de monta;<br />
− Manter cochos de alimentos e bebedouros sempre limpos;<br />
− Manter os animais presos no curral, pelo menos por 12 horas,<br />
após as vermifugações.<br />
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV <strong>DE</strong>Z<br />
PERÍODO CHUVOSO PERÍDO SECO<br />
Figura 1: Esquema de vermifugações estratégicas para o<br />
controle da verminose caprina no semi-árido nordestino.<br />
Outro método para orientação do tratamento antihelmíntico<br />
é a observação da coloração da mucosa ocular.<br />
Quando esta se apresenta pálida deve-se proceder a<br />
vermifugação. Este método é conhecido como FAMACHA .<br />
Coccidiose Coccidiose Coccidiose ou ou Eimeriose<br />
Eimeriose<br />
É uma enfermidade comum em rebanhos que<br />
permanecem estabulados. Ataca animais de qualquer idade,<br />
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III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
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porém é mais comum em animais jovens. Doença causada por<br />
um protozoário do gênero eimeria e tem sua ocorrência<br />
amplificada pela falta de higiene geral, contaminação de água<br />
por fezes com oocistos, concentração das crias em ambiente<br />
úmido, bem como sobrelotação nas instalações e nas pastagens<br />
por animais das diversas categorias em um único lote (3,8) .<br />
Os sintomas incluem diarréia fétida, falta de apetite,<br />
desidratação, perda de peso e crescimento retardado, podendo<br />
levar à morte. Nos animais adultos, esta doença é ocasional<br />
(condições de estresse).<br />
O controle da doença é feito pelo isolamento e tratamento<br />
dos doentes com medicamentos à base de sulfa por via oral,<br />
durante dois a três dias. A prevenção se faz mantendo-se as<br />
crias separadas dos animais adultos, pois estes são portadores<br />
da doença e constituem uma fonte de infecção para os animais<br />
jovens; fazendo-se a limpeza diária dos alojamentos e bebedouros<br />
e evitando-se umidade nas instalações (8) . O uso de salinomicina<br />
na dose de 1 mg / kg misturada ao leite ou ração dos 14 a 210<br />
dias de vida de cabritos e cordeiros é recomendado como medida<br />
preventiva em sistemas intensivos de criação.<br />
Ectoparasitoses<br />
Ectoparasitoses<br />
Os ectoparasitos que acometem os caprinos e os ovinos<br />
são os piolhos mastigador (Bovicola) e sugador (Linognathus),<br />
os ácaros (Psoroptes caprae e demodex caprae) causadores de<br />
sarnas e as larvas de moscas(Cocchliomya hominivorax), que<br />
causam prejuízos pelos danos na pele dos animais afetados. As<br />
medidas para o controle das pediculoses e das sarnas<br />
contemplam (3,8,10) :<br />
− Separar os animais infestados;<br />
− Tratar os animais com carrapaticidas, utilizando um pulverizador<br />
costal;<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
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− Repetir o tratamento 7 a 10 dias após a aplicação;<br />
− Banhar os animais recém – adquiridos antes de incorporá-los<br />
ao rebanho;<br />
− Banhar os animais pela manhã ou no final da tarde;<br />
− Fornecer água e alimentos antes do banho.<br />
A sarna auricular ocorre com maior freqüência nos caprinos<br />
do que nos ovinos. Os animais infestados apresentam milhares<br />
de ácaros no interior do ouvido e ao redor da orelha, os quais<br />
formam crostas quebradiças.<br />
O tratamento consiste na retirada das crostas com algodão<br />
embebido em álcool, água oxigenada ou álcool iodado e<br />
utilização de spray repelente para evitar a formação de miíase<br />
(bicheira).<br />
A miíase (bicheira) é causada pela larva da mosca “varejeira”<br />
(Cocchliomya hominivorax), que põe seus ovos nas feridas<br />
frescas. Depois de algumas horas, as larvas saem dos ovos e<br />
penetram nos tecidos vivos onde se alimentam e crescem por<br />
aproximadamente uma semana. Em seguida, caem no solo onde<br />
se transformam em moscas, completando assim seu ciclo de<br />
vida. Durante o período em que as larvas permanecem na ferida,<br />
vão comendo a carne do animal chegando a causar grandes<br />
estragos. O animal fica irritado, perde o apetite, emagrece e se<br />
não for tratado pode morrer. Como medida preventiva, proceder<br />
a desinfecção da pele após ocorrência de traumatismos, tais<br />
como: marcação, brincagem, castração, corte do cordão<br />
umbilical e descorna, além da higienização das instalações . Para<br />
tratar miíase já instalada, retirar todas as larvas da ferida e usar<br />
um produto repelente e cicatrizante.<br />
Ectima Ectima Contagioso<br />
Contagioso<br />
É uma doença contagiosa causada por vírus, transmitida<br />
por contato direto dos animais doentes com os sadios. É também<br />
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conhecida por boqueira e<br />
acomete principalmente<br />
animais jovens, com<br />
morbidade de até 100%. Os<br />
cabritos doentes perdem peso<br />
devido à dificuldade de se<br />
alimentar, podendo inclusive<br />
morrer. Manifesta-se sob a<br />
forma de ulcerações com<br />
formação de crostas localizadas nos lábios, gengivas, bochechas<br />
e língua, podendo afetar também a vulva e úbere das cabras<br />
devido à amamentação de cabritos contaminados. Os animais<br />
doentes devem ser isolados e tratados com glicerina iodada a<br />
10% ou violeta de genciana a 3%, depois de retiradas as crostas<br />
das feridas (8,10) .<br />
Linfadenite Linfadenite Linfadenite Caseosa<br />
Caseosa<br />
Também conhecida como “mal - do- caroço”, é uma doença<br />
causada por uma bactéria (Corynebacterium pseudotuberculosis)<br />
que se localiza nos linfonodos, produzindo abscessos, que podem<br />
ser notados sob a pele na forma de caroços. Esses caroços se<br />
localizam com maior freqüência na pá, pé da orelha, queixo e<br />
no vazio, podendo ocorrer também nos testículos, úberes e<br />
órgãos internos. Para evitar que a doença ocorra em seu rebanho,<br />
o criador deve ter o cuidado de não adquirir animais doentes,<br />
proceder a inspeções freqüentes no rebanho, isolar e tratar os<br />
animais com caroço, não deixando que o mesmo estoure<br />
naturalmente, espalhando o pus pelo chão, pois esse pus é um<br />
foco de transmissão da doença para os animais sadios (3,8,10) .<br />
O tratamento é feito por meio da drenagem do abscesso e<br />
desinfecção com iodo a 10% até a total cicatrização da ferida. O<br />
caroço só deve ser removido quando estiver mole e com os pelos<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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caindo. Todo o conteúdo retirado do caroço juntamente com a<br />
gaze ou outros materiais que tenham sido usados durante a<br />
operação, devem ser queimados e enterrados. Os animais<br />
submetidos a tratamento só devem ser incorporados ao rebanho<br />
quando a ferida estiver totalmente cicatrizada. Descartar os<br />
animais com recidivas (3,11) .<br />
Pododer ododer ododer ododermatit<br />
ododer matit matite matit e N NNecr<br />
N ecr ecrótica ecr ótica<br />
É conhecida por frieira ou podridão dos cascos e caracterizase<br />
pela inflamação do espaço entre as unhas, com grande<br />
sensibilidade, exudação fétida, ulceração e podridão do tecido<br />
afetado, chegando muitas vezes a ocorrer perda total do casco.<br />
Ocorre devido a fatores predisponentes como traumatismos ou<br />
umidade excessiva do solo, associados à infecção bacteriana<br />
(Bacteróides nodosus, Fusobacterium necrophorum) (8) . É mais<br />
freqüente no período chuvoso devido a umidade excessiva no<br />
solo. A pr pr prevenção pr enção da doença é feita com corte e limpeza<br />
periódica dos cascos e uso de pedelúvio. Para o tratamento tratamento, tratamento<br />
recomenda-se colocar o animal em local seco e limpo, limpar o<br />
casco retirando toda a parte podre e tratar as lesões com tintura<br />
de iodo a 10%, sulfato de<br />
cobre a 15% ou produtos<br />
existentes no mercado<br />
indicados para tratamento<br />
de cascos. Nos casos<br />
graves, deve-se administrar<br />
antibióticos à base de<br />
penicilina ou tetraciclina por<br />
via intramuscular, durante<br />
três a quatro dias (3,10) .<br />
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Br Broncopneumonia<br />
Br Br oncopneumonia<br />
A broncopneumonia é uma doença dos pulmões e demais<br />
órgãos do sistema respiratório, sendo causada por diversos<br />
agentes microbianos, associados a ambientes úmidos e a<br />
correntes de ar frio. Acometem ovinos e caprinos de todas as<br />
faixas etárias, sendo mais freqüente em animais jovens. Os<br />
sintomas são descarga nasal, tosse, falta de apetite e febre.<br />
Ocasionalmente a morte súbita é o único sintoma. As medidas<br />
de prevenção devem contemplar: limpeza das instalações, evitar<br />
superlotação de animais, proteger cabritos e cordeiros de<br />
correntes de vento, do frio e da chuva, evitar a entrada de animais<br />
doentes no rebanho, ofertar uma alimentação adequada e tratar<br />
do umbigo das crias e o fornecimento de colostro logo após o<br />
nascimento (8) . O tratamento é feito com antibióticos e pode ter<br />
bons resultados se administrado no início da doença.<br />
Mamite Mamite ou ou Mastite<br />
Mastite<br />
É um tipo de inflamação do úbere causada por diversas<br />
bactérias que penetram no úbere através do canal da teta. A<br />
infecção pode ser desencadeada por ferimentos nas tetas, falta<br />
de higiene na ordenha, retenção de leite e alta atividade do úbere<br />
em animais de alta produção.<br />
Animais com mamite apresentam os úberes inchados,<br />
quentes e duros. O tratamento deve ser feito com antibióticos<br />
de largo espectro aplicado dentro do úbere, tendo-se o cuidado<br />
de esgotar totalmente a parte afetada antes de aplicar o<br />
medicamento. A doença pode ser controlada se o tratamento<br />
for feito logo no início.<br />
Para evitar que a doença ocorra ou se dissemine no<br />
rebanho, o criador deve ter alguns cuidados, como:<br />
− Tratar os ferimentos existentes no úbere ou tetas;<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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− Lavar e desinfetar o úbere das cabras e mãos do ordenhador<br />
antes da ordenha;<br />
− Isolar os animais doentes<br />
e ordenhá-los por último,<br />
tendo o cuidado de evitar<br />
que caia leite na superfície<br />
da plataforma de ordenha<br />
ou no chão;<br />
− Descartar para consumo<br />
humano o leite dos<br />
animais que estão sendo<br />
tratados;<br />
− Eliminar as cabras com mastite crônica, pois elas atuam como<br />
um reservatório de infecção para o rebanho;<br />
− Proceder à secagem adequada das matrizes 45 – 60 dias antes<br />
do parto.<br />
Micoplasmose<br />
Micoplasmose<br />
Micoplasmose<br />
Doença causada por inúmeras espécies do gênero<br />
mycoplasma. A doença é classificada em forma de síndromes,<br />
sendo as mais destacadas a pleuropneumonia contagiosa dos<br />
caprinos e ovinos (PPCO) pelo Mycoplasma capricolum subesp.<br />
capripneumoniae e a agalaxia contagiosa dos caprinos e<br />
ovino(ACCO) por Mycoplasma agalactiae (9) . A transmissão se dá<br />
através do leite e colostro, assim como as secreções das vias<br />
aéreas. Os sintomas incluem lesões articulares, mamárias,<br />
pleuropneumônicas e oculares. A prevenção e o controle da<br />
doença devem ser obtidos mediante a adoção de medidas de<br />
biosseguridade na unidade produtiva, de modo a impedir que<br />
animais livres sejam infectados. Uma vez o rebanho afetado,<br />
deve-se impedir que as crias tenham contato com suas mães ou<br />
qualquer outro caprino / ovino de idade mais velha. Alimentar as<br />
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crias com leite de vaca ou colostro oriundo de cabra sadia. O<br />
tratamento geralmente não é eficaz (8,9) .<br />
Ceratoconjuntivite Ceratoconjuntivite Ceratoconjuntivite infecciosa infecciosa (3,8)<br />
É uma enfermidade infecto-contagiosa que afeta as<br />
estruturas do olho, produzindo lacrimejamento, irritação da<br />
conjuntiva, ulceração e opacidade da córnea, causada por<br />
diversos microorganismos, sendo os mais freqüentes: Richettsia,<br />
Moraxella, Mycoplasma, Chlamydia e Neisseria.<br />
Prevenção: isolar os animais doentes e evitar ferimentos<br />
nos olhos dos animais. Tratamento: pomadas<br />
oftálmicas ou colírios à base de antibióticos.<br />
Artrite Artrite Encefalite Encefalite Caprina Caprina a a Vírus Vírus – – CAEV<br />
CAEV<br />
Mais conhecida por CAE, é uma doença causada por vírus<br />
de evolução geralmente crônica com agravamento progressivo<br />
das lesões, perda de peso e debilidade até a morte, estando<br />
presente na maioria dos rebanhos caprinos leiteiros do País. Ela<br />
se manifesta clinicamente de quatro formas básicas: nervosa ou<br />
encefálica, artrítica, pulmonar e mamária (2) .<br />
A A f ffor<br />
f or orma orma<br />
ma encef encefalítica encef alítica da da C CCAE<br />
C AE (2,3, (2,3,10) 0)<br />
− É a menos freqüente e afeta principalmente cabritos e cordeiros<br />
entre 2-6 meses de idade;<br />
− Os animais apresentam tremores de cabeça, incoordenação,<br />
andar cambaleante, fraqueza progressiva dos membros,<br />
podendo levar a paralisia, decúbito e morte. Pode ocorrer,<br />
também, pneumonia associada aos sintomas nervosos.<br />
− O curso da doença é de vários dias a várias semanas e não<br />
existe tratamento eficaz para a mesma. Os cabritos<br />
corretamente diagnosticados, devem ser sacrificados.<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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− Em animais adultos, os sintomas clínicos da forma nervosa<br />
incluem andar em círculos, cabeça caída e paralisia do nervo<br />
facial, em associação com a forma artrítica.<br />
A A f ffor<br />
f for<br />
or orma orma<br />
ma ar artrítica ar artrítica<br />
trítica da da C CCAE<br />
C AE (3, (3,10) 0) :<br />
− É mais freqüente em<br />
animais adultos e mais<br />
importantes em caprinos<br />
que em ovinos. Apresenta<br />
grande variabilidade na<br />
progressão e severidade<br />
dos sintomas. Os primeiros<br />
sinais da doença são os<br />
aparecimentos de<br />
manqueira acompanhado<br />
por inchaço das juntas; o inchaço (artrite) é mais freqüente na<br />
articulação do joelho (membro dianteiro), mas, pode ocorrer<br />
em qualquer uma das articulações dos membros do animal;<br />
− Com o progresso da doença o animal pode apresentar<br />
dificuldade de se locomover, e perda de peso;<br />
− Não existe tratamento específico e nem cura para a CAE artrítica.<br />
Os animais acometidos podem ter uma vida aparentemente<br />
normal:<br />
− Nem todos os casos de<br />
artrite são causados pelo<br />
vírus da CAE. Por isso,<br />
quando aparecer animais<br />
com artrite no rebanho, o<br />
criador deve procurar<br />
fazer diagnóstico<br />
diferencial (cultura do<br />
fluido aspirado das juntas)<br />
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com Clamídia e Micoplasma, pois estas bactérias também<br />
causam artrite. Deve considerar também a ocorrência de<br />
pancadas ou outros traumatismos<br />
A A forma forma pulmonar pulmonar da da CAE CAE CAE (2)<br />
− É a forma de apresentação mais rara e de menor gravidade<br />
entre os caprinos, entretanto, é muito freqüente e grave em<br />
ovinos. Os sintomas são tosse e dificuldade respiratórias após<br />
exercícios físicos.<br />
A A forma forma mamária mamária (2)<br />
− As cabras afetadas por este quadro clínico apresentam mastite<br />
aguda ou crônica. A aguda, observada geralmente em animais<br />
no final da 1ª gestação, caracteriza-se pelo endurecimento do<br />
úbere com baixa ou nenhuma produção de leite. A crônica<br />
instala-se progressivamente durante a lactação, com assimetria<br />
e endurecimento da mama e produção de leite de aspecto<br />
normal. Em ambas as condições há aumento persistente dos<br />
linfonodos retromamários. Em ovelhas também se observa<br />
mastite, que pode ser importante causa de mortalidade de<br />
cordeiros.<br />
Pr Pr Prevenção Pr Pr enção e e contr controle contr ole da da C CCAE<br />
CC<br />
AE (2,3, (2,3,10) 0)<br />
− Fazer exame sorológico de todo o rebanho a cada seis meses;<br />
− Separar os animais positivos dos sadios;<br />
− Se todo o rebanho é soro positivo para CAE, deve-se procurar<br />
formar um novo rebanho livre de CAE, com os cabritos nascidos,<br />
separando-os das mães imediatamente após o nascimento;<br />
− A principal via de transmissão é o colostro e leite das cabras<br />
infectadas. Os cabritos devem ser isolados das mães<br />
imediatamente, após o nascimento e alimentados com o<br />
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colostro de fêmeas soro negativo, leite de vaca ou outro<br />
alimento substituto até o desmame;<br />
− Fazer exame sorológico de todos os cabritos aos seis meses de<br />
idade e repetir periodicamente até ter certeza de que estão livres<br />
de CAE. Animais soro positivos devem ser separados dos demais,<br />
imediatamente.<br />
Raiva<br />
Raiva<br />
É uma doença causada por um vírus que se aloja no sistema<br />
nervoso do animal. É transmitida principalmente pela mordida<br />
de morcegos hematófagos, podendo também ocorrer casos de<br />
transmissão pela mordida de cães ou raposas doentes. Os<br />
sintomas clínicos aparecem entre 2 e 60 dias após o animal ter<br />
sido infectado. Observa-se mudança de hábitos do animal,<br />
ansiedade, salivação abundante, dificuldade de engolir, e algumas<br />
vezes excitação e agressividade, sendo mais freqüente a forma<br />
paralítica. Após manifestação da doença, não existe tratamento<br />
para a mesma.<br />
Em regiões onde a doença ocorre, deve-se efetuar a<br />
vacinação anual do rebanho, incluindo-se todos os animais a<br />
partir de quatro meses de idade.<br />
As vacinas devem ser conservadas em gelo e protegidas<br />
dos raios solares, devendo por isso, se trabalhar na sombra.<br />
Febr ebr ebr ebre ebr e Af Aftosa Af osa<br />
É uma doença causada por vírus que acomete os<br />
ruminantes. O animal doente apresenta temperatura elevada e<br />
erupções na boca, na língua, na junção da pele com o casco,<br />
no espaço ente os cascos e no úbere.<br />
Para o controle de a doença seguir as recomendações do<br />
programa oficial de vacinação estadual. Os caprinos e ovinos<br />
são considerados animais sinalizadores e atualmente não é<br />
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recomendada à vacinação desses animais no Rio Grande do<br />
Norte.<br />
Clostridiose<br />
Clostridiose<br />
( Tétano, Botulismo, Carbúnculo Sintomático,<br />
Enterotoxemia) (3,5)<br />
Sob esta denominação incluem-se as infecções e<br />
toxinfecções causadas por quaisquer espécies do gênero<br />
Clostridium.<br />
O controle da doença, é feito por meio da vacinação de<br />
todo o rebanho caprino e ovino, onde existe diagnóstico de<br />
ocorrência da mesma, usando-se vacina mista.<br />
A vacinação deve ser efetuada em todos os animais. As<br />
matrizes devem ser vacinadas entre 4 a 6 semanas antes da<br />
parição para assegurar altos níveis de anticorpos no colostro. As<br />
crias devem receber a primeira dose da vacina entre 3 a 9<br />
semanas de vida e revacinadas 4 a 6 semanas após. Revacinar<br />
todo o rebanho anualmente.<br />
OUTRAS OUTRAS AFECÇÕES AFECÇÕES<br />
AFECÇÕES<br />
Nas explorações de caprinos e ovinos ocorrem outras<br />
alterações que acometem os animais e que não são produzidas<br />
por bactérias, vírus ou parasitos. Entre essas, incluem-se as<br />
doenças nutricionais, metabólicas, intoxicação por plantas tóxicas<br />
e venenos, e os traumatismos (8,10) .<br />
Alterações Alterações nutricionais;<br />
nutricionais;<br />
− Timpanismo Timpanismo ou ou meteorismo meteorismo – falha no mecanismo de<br />
erutação;<br />
− Empanzinamento<br />
Empanzinamento Empanzinamento – excesso de alimento (concentrado) falta<br />
de água e sal<br />
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− Int Intoxicação Int xicação xicação por por por cobr cobre cobr e ou ou ou def deficiência<br />
def iciência – (ovinos) altos<br />
níveis de Cu ou deficiência de Mo e S nos ingredientes<br />
alimentares ou baixos níveis de Cu<br />
no solo e forrageiras.<br />
− Cálculo Cálculo ur urinár ur inár inário inár io (urolitíase) - excessiva ingestão de P, baixa<br />
relação Ca: P e/ou baixo consumo de forragem.<br />
− Hipo Hipovit Hipo Hipo vit vitaminose vitaminose<br />
aminose - A (beta caroteno) época seca.<br />
Alterações Alterações metabólicas<br />
metabólicas<br />
metabólicas<br />
− Toxemia da prenhez – acomete as fêmeas no terço final da<br />
gestação, especialmente quando múltipla decorrente de<br />
desbalanço nutricional.<br />
Intoxicações<br />
Intoxicações<br />
− Químicas – organosfosforados, clorados.<br />
− Plantas tóxicas – períodos de escassez de forragens e adaptação<br />
dos animais a novos ambientes.<br />
− Veneno dos ofídios – picada de cobra, particularmente em<br />
sistema extensivo de criação.<br />
Aspectos Aspectos administrativos administrativos / / / econômicos<br />
econômicos<br />
Conciliar as necessidades das unidades produtivas e as<br />
tecnologias disponíveis com as respectivas possibilidades<br />
econômicas.<br />
Organização do rebanho com uma adequada escrituração<br />
zootécnica de modo a monitorá-lo e permitir a tomada de decisão<br />
quanto à adoção de medidas mais adequadas de otimização e<br />
melhoria contínua do sistema produtivo.<br />
Assistência técnica presente para as devidas orientações e/<br />
ou eventuais intervenções para manutenção de rumo.<br />
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Capacitação de mãode-obra<br />
e programa de<br />
produção são aspectos<br />
fundamentais nos quais os<br />
produtores devem estar<br />
envolvidos e comprometidos.<br />
CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
As medidas profiláticas devem prevalecer sobre as curativas,<br />
pois, estas últimas, representam mais custos e menos lucros.<br />
Para que o controle sanitário e as medidas preventivas<br />
possam produzir resultados concretos e eficazes, faz-se necessário<br />
a operacionalização eficiente de toda a estrutura do sistema de<br />
produção, em conformidade com as tecnologias disponibilizadas.<br />
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III Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar<br />
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10. SILVA, E. R. da,; VIEIRA, L. da S.; ALVES, F. S. F.; PINHEIRO, R. R.; COSTA, A. L. da;<br />
CAVALCANTE, A. C. R. Caprinos e ovinos: guia de saúde. Sobral : Embrapa<br />
Caprinos, 2001. 66p.<br />
11. ZACHARIAS, F. Higiene e Sanidade do Rebanho. In: ROCHA, J. C. da Caprinos<br />
no semi - árido: técnicas e práticas de criação. 1ª Ed. 200<strong>3.</strong> p 293-320.<br />
. . . . Semeando oportunidades para o negócio rural<br />
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