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As Grandes Médiuns do Espiritismo - Núcleo de Estudos Espíritas ...

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Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 102 - Abril/2010<br />

Distribuição Gratuita<br />

<strong>As</strong> <strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> <strong>Médiuns</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong><br />

Primeira parte<br />

Nesta Edição:<br />

Homenagem a Chico Xavier<br />

Reorganizan<strong>do</strong> a Casa Íntima<br />

Das Ocupações e Missões <strong>do</strong>s Espíritos<br />

PROIBIDA A VENDA


Editorial<br />

(Lembran<strong>do</strong> Centenário <strong>de</strong> Chico Xavier e 141 anos <strong>do</strong> <strong>de</strong>sencarne <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c)<br />

Basea<strong>do</strong> na palestra <strong>do</strong> Dr. Homero Moraes Barros em 05 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2006, no <strong>Núcleo</strong><br />

<strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança.<br />

Na época <strong>de</strong> Moisés, o mediunismo foi proibi<strong>do</strong> porque o povo não estava prepara<strong>do</strong><br />

para exercer a mediunida<strong>de</strong>, mas os tempos mudaram e, hoje, esta proibição não tem mais<br />

fundamento.<br />

Em 1862, Kar<strong>de</strong>c fez uma viagem espírita (ver livro “Viagem Espírita em 1862” – Allan<br />

Kar<strong>de</strong>c, editora O Clarim). Visitou várias cida<strong>de</strong>s, por sete semanas, reunin<strong>do</strong>-se com<br />

representantes <strong>de</strong> alguns grupos espíritas. Vale dizer que esta viagem foi custeada com<br />

dinheiro <strong>do</strong> próprio bolso <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c.<br />

No perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1860-1862, as pessoas se interessavam apenas pelos fenômenos espíritas<br />

(materializações, comunicações <strong>de</strong> espíritos etc.). Em 1860, eram contadas centenas <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>ptos <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong>. Em 1861, já eram cinco a seis mil e, em 1862, cerca <strong>de</strong> vinte e cinco a<br />

trinta mil a<strong>de</strong>ptos. Este número aumentou quan<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong> conseguiu provar a existência<br />

da Espiritualida<strong>de</strong>.<br />

Kar<strong>de</strong>c abordava que o <strong>Espiritismo</strong> tinha inimigos, mas que não <strong>de</strong>víamos sofrer com<br />

isso. Dizia que os opositores espirituais classificam-se em: autorida<strong>de</strong>s civis e autorida<strong>de</strong>s<br />

religiosas e que um gran<strong>de</strong> inimigo <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong> é o materialismo.<br />

Como vencer esses adversários? Saben<strong>do</strong> os motivos por que nos atacam.<br />

Dentro <strong>do</strong>s motivos, estão os médiuns profissionais.<br />

Como Kar<strong>de</strong>c combateu a venda da mediunida<strong>de</strong> (o mercantilismo), tinha, então, terríveis<br />

inimigos. Dizia: “O mercantilismo tem que ser combati<strong>do</strong>”.<br />

Sofria também ataque <strong>do</strong>s a<strong>de</strong>ptos <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong>. Alguns se aproveitavam <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong>,<br />

mesmo sem serem médiuns, usan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>utrina para se locupletarem. Não só aquele que<br />

se aproveita <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong> <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista material, mas há os que se aproveitam <strong>do</strong><br />

<strong>Espiritismo</strong> moralmente, salientan<strong>do</strong> a sua vaida<strong>de</strong>, pois o indivíduo se projeta na socieda<strong>de</strong>,<br />

na política, através <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong>.<br />

Kar<strong>de</strong>c dizia que o combate ao <strong>Espiritismo</strong> ajudava e muito. Não respondia a acusações<br />

indébitas dirigidas a sua pessoa, mas respondia àqueles que o questionavam <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>do</strong>utrinário.<br />

<strong>Espiritismo</strong> gera superstição, se houver má utilização e falta <strong>de</strong> conhecimento da<br />

mediunida<strong>de</strong>. Quem conhece o <strong>Espiritismo</strong> jamais usará esses artifícios, pois sabe que temos<br />

a livre escolha, o livre-arbítrio, mas, <strong>de</strong>pois, iremos respon<strong>de</strong>r segun<strong>do</strong> as Leis Espirituais que<br />

nos regem.<br />

Jamais ia atrás <strong>de</strong> alguém, quan<strong>do</strong> este se afastava. Era muito con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por isso, mas<br />

dizia que não iria se impor a ninguém.<br />

O que o <strong>Espiritismo</strong> propõe? O <strong>Espiritismo</strong> combate a fé cega e o materialismo. O<br />

<strong>Espiritismo</strong> ensina a verda<strong>de</strong> e esclarece. O <strong>Espiritismo</strong> é a união entre ciência, filosofia e<br />

religião.<br />

A França não se tornou um país espírita porque só se interessou pelos fenômenos. Hoje,<br />

o Brasil é o país espírita (vi<strong>de</strong> livro: Brasil, Coração <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>, Pátria <strong>do</strong> Evangelho – Irmão<br />

X – psicografa<strong>do</strong> por Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier).<br />

No Brasil antigo, a forma mais usada para atacar o <strong>Espiritismo</strong> era dizer que tinha parte<br />

com o diabo. Não aceitavam o magnetismo, chamavam-no <strong>de</strong> sonambulismo e a ciência<br />

aceitou essa <strong>de</strong>nominação.<br />

Através da mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier, o <strong>Espiritismo</strong>, no Brasil, adquiriu<br />

gran<strong>de</strong> força e divulgação mundial. Chico Xavier exerceu sua mediunida<strong>de</strong> com disciplina<br />

e <strong>de</strong>dicação, aplican<strong>do</strong> na íntegra os ensinamentos <strong>do</strong> Mestre Jesus, assim como já estava<br />

atuan<strong>do</strong> em encarnações anteriores, até mesmo na Codificação.<br />

<strong>Espíritas</strong> crentes são aqueles que percebem o conteú<strong>do</strong> da <strong>do</strong>utrina, propósito moral como<br />

um to<strong>do</strong>, mas acham lin<strong>do</strong> esse aspecto moral para os outros, não o aplican<strong>do</strong> a si próprios.<br />

<strong>Espíritas</strong> verda<strong>de</strong>iros, ou praticantes, acreditam na <strong>do</strong>utrina e praticam o Evangelho.<br />

Enten<strong>de</strong>m que “Fora da Carida<strong>de</strong> não há Salvação”.<br />

Qualida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> médium: modéstia, simplicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sinteresse, aceitar críticas, dar <strong>de</strong> graça<br />

o que <strong>de</strong> graça recebeu.<br />

Deveres <strong>do</strong>s espíritas: melhoria pessoal, responsabilida<strong>de</strong>, participação consciente,<br />

manter ambiente eleva<strong>do</strong>, buscar sempre a harmonia, amar o próximo como a si mesmos.<br />

Melhoria pessoal é <strong>de</strong>senvolver as duas asas: amor e sabe<strong>do</strong>ria.<br />

Devemos abolir as práticas exteriores que, comumente, vemos serem a<strong>do</strong>tadas por alguns<br />

agrupamentos espíritas.<br />

O gran<strong>de</strong> objetivo <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong> é a transformação moral da humanida<strong>de</strong>.<br />

O <strong>Espiritismo</strong> tem um leme: carida<strong>de</strong>. É esse leme que <strong>de</strong>vemos seguir, com a ban<strong>de</strong>ira:<br />

“Fora da Carida<strong>de</strong> não há Salvação”.<br />

Carida<strong>de</strong> é a consubstanciação <strong>do</strong> amor. Amor é a consubstanciação <strong>de</strong> todas as virtu<strong>de</strong>s.<br />

A carida<strong>de</strong> é a antítese <strong>do</strong> egoísmo. Nós somos a soma <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós.<br />

Enquanto não per<strong>do</strong>armos, guardarmos ressentimentos, mágoas, não teremos paz.<br />

A fé ilumina nosso caminho e a humilda<strong>de</strong> nos ajudará a caminhar por ele.<br />

ÍNDICE<br />

2<br />

editorial<br />

<strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> Pioneiros: <strong>As</strong> <strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> <strong>Médiuns</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Espiritismo</strong> - Primeira Parte - Pág. 3<br />

Tema Livre: Amanhã - Pág. 9<br />

Homenagem: Chico Xavier - Pág. 10<br />

Contos: Pedrinho e o Egoísmo - Pág. 11<br />

Livro em Foco: Família - Pág. 13<br />

Família: Reorganizan<strong>do</strong> a Casa Íntima - Pág. 13<br />

Cantinho <strong>do</strong> Verso em Prosa: Norma <strong>de</strong> Vencer<br />

- Pág. 14<br />

Canal Aberto: Trabalha<strong>do</strong>res da Última Hora -<br />

Pág. 14<br />

Clube <strong>do</strong> Livro: Desencanto - Pág. 15<br />

Atualida<strong>de</strong>: Política - Pág. 15<br />

Pegadas <strong>de</strong> Chico Xavier: Sonho <strong>de</strong> Uma Tar<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Verão - Pág. 16<br />

Kar<strong>de</strong>c em Estu<strong>do</strong>: Das Ocupações e Missões<br />

<strong>do</strong>s Espíritos - Pág. 18<br />

Calendário: Abril - Pág. 19<br />

Publicação Mensal<br />

Doutrinária-espírita<br />

Ano 11 - nº 102 - Abril/2010<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong><br />

Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

CNPJ: 03.880.975/0001-40<br />

CCM: 39.737<br />

Seareiro é uma publicação mensal,<br />

<strong>de</strong>stinada a expandir a divulgação da<br />

Doutrina Espírita e manter o intercâmbio<br />

entre os interessa<strong>do</strong>s em âmbito<br />

mundial. Ninguém está autoriza<strong>do</strong> a<br />

arrecadar materiais em nosso nome, a<br />

qualquer título. Conceitos emiti<strong>do</strong>s nos<br />

artigos assina<strong>do</strong>s refletem a opinião <strong>de</strong><br />

seu respectivo autor. Todas as matérias<br />

po<strong>de</strong>m ser reproduzidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

citada a fonte.<br />

Direção e Redação<br />

Rua das Turmalinas, 56 / 58<br />

Jardim Donini<br />

Dia<strong>de</strong>ma - SP - Brasil<br />

CEP: 09920-500<br />

Tel: (11) 2758-6345<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência<br />

Caixa Postal 42 - Dia<strong>de</strong>ma - SP<br />

CEP: 09910-970<br />

Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa<br />

E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br<br />

Conselho Editorial<br />

Antonio Ceglia Ribeiro<br />

Cladi <strong>de</strong> Oliveira Silva<br />

Fátima Maria Gambaroni<br />

Geni Maria da Silva<br />

Iago Santos Muraro<br />

Nerei<strong>de</strong> Conceição Grecco Ribeiro<br />

Reinal<strong>do</strong> Gimenez<br />

Roberto <strong>de</strong> Menezes Patrício<br />

Rosangela Araújo Neves<br />

Silvana S.F.X. Gimenez<br />

Vanda Novickas<br />

Wilson A<strong>do</strong>lpho<br />

Revisão gramatical<br />

A. M. G.<br />

Jornalista Responsável<br />

Eliana Baptista <strong>do</strong> Norte<br />

Mtb 27.433<br />

Diagramação e Arte<br />

Reinal<strong>do</strong> Gimenez<br />

Silvana S.F.X. Gimenez<br />

Imagens da Capa<br />

http://www.sxc.hu/browse.<br />

phtml?f=<strong>do</strong>wnload&id=1223527<br />

Ilustrações utilizadas na revista<br />

Impressão<br />

Van Moorsel, Andra<strong>de</strong> & Cia Ltda<br />

Rua Souza Caldas, 343 - Brás<br />

São Paulo - SP - (11) 2764-5700<br />

CNPJ: 61.089.868/0001-02<br />

Tiragem<br />

12.000 exemplares<br />

Distribuição Gratuita


<strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> Pioneiros<br />

gran<strong>de</strong>s pioneiros<br />

<strong>As</strong> <strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> <strong>Médiuns</strong> <strong>do</strong> <strong>Espiritismo</strong><br />

Analisan<strong>do</strong> os princípios <strong>do</strong>utrinários, Allan Kar<strong>de</strong>c trouxe<br />

a luz ao mun<strong>do</strong>: a existência espiritual, isto é, a continuida<strong>de</strong><br />

da vida após a morte <strong>do</strong> corpo carnal. Porém, até serem<br />

concluídas e confirmadas as comunicações <strong>do</strong>s espíritos<br />

para com os “vivos” na Terra, muitas foram as polêmicas<br />

surgidas pelos materialistas e os religiosos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos,<br />

por não aceitarem, aqueles, a imortalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> espírito<br />

ou alma.<br />

Na antiguida<strong>de</strong> prevalecia a máxima: “Conhece-te a<br />

ti mesmo”, porém eles não se conheciam. <strong>As</strong> discussões<br />

entre os filósofos e outros materialistas eram em torno da<br />

existência da alma. Para os filósofos, no homem havia a<br />

dualida<strong>de</strong> entre a alma e o corpo e, para os materialistas, a<br />

alma não existia, pois só o corpo vivia, por ser matéria. E,<br />

para os religiosos, a Igreja pregava a existência da alma,<br />

enquanto houvesse vida no corpo. Haven<strong>do</strong> a morte, a alma<br />

<strong>de</strong>sapareceria, por ser imaterial.<br />

Seguin<strong>do</strong>, porém, o roteiro necessário para o progresso<br />

da humanida<strong>de</strong>, Sócrates, o gran<strong>de</strong> filósofo grego, pregava<br />

a existência eterna da alma. Vin<strong>do</strong> com a importante missão<br />

<strong>de</strong> esclarecer ao mun<strong>do</strong> a Eternida<strong>de</strong>, Sócrates reencarna<strong>do</strong><br />

em sua missão divulgava, com sua convicção, que o corpo<br />

era simplesmente um instrumento <strong>de</strong> manifestação on<strong>de</strong><br />

a alma daria ao corpo nova oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

Platão, discípulo <strong>de</strong> Sócrates, conseguiu enten<strong>de</strong>r os<br />

ensinamentos <strong>de</strong> seu mestre e continuou os estu<strong>do</strong>s sobre<br />

a alma. Chegou à conclusão <strong>de</strong> que realmente havia <strong>do</strong>is<br />

mun<strong>do</strong>s: o material e o mun<strong>do</strong> das almas. Portanto, Platão<br />

aceitava que a alma tinha vidas anteriores, e retornava para<br />

animar um corpo físico.<br />

Aclama<strong>do</strong> como “príncipe <strong>do</strong>s filósofos”, Aristóteles seguia<br />

a teoria <strong>do</strong>s seus antecessores, acreditava na imortalida<strong>de</strong><br />

da alma. Para ele, as discussões <strong>do</strong>s sábios em torno<br />

da matéria e da alma eram justamente por unirem a inteligência<br />

como sen<strong>do</strong> a alma. Não conseguiam distinguir que<br />

a matéria e a inteligência são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O corpo físico<br />

po<strong>de</strong> viver sem inteligência, mas esta só po<strong>de</strong> se manifestar<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

Primeira parte<br />

através <strong>do</strong>s órgãos materiais.<br />

Talvez, ainda, a confusão se tornasse mais crescente por<br />

acharem que a inteligência fosse a alma.<br />

Prosseguin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>sses três filósofos, em torno da<br />

certeza da imortalida<strong>de</strong> da alma, eles confirmavam também<br />

que os instintos eram os vícios, arraiga<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

cada indivíduo. Esclareciam, ainda, que Deus <strong>de</strong>ra ao ser o<br />

livre-arbítrio isto é: fazer uso <strong>do</strong> raciocínio pela razão, trazen<strong>do</strong>,<br />

através da escolha, o melhor ou o pior para a sua<br />

existência.<br />

Sócrates, ao conversar com os jovens <strong>de</strong> sua época, ensinava<br />

que o fatalismo não existia. O retorno da alma ao<br />

corpo é que os influenciaria em sua vida atual, pelo bem, ou<br />

pelo mal pratica<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>.<br />

<strong>As</strong> novas i<strong>de</strong>ias foram-se fixan<strong>do</strong>. Com o tempo e com a<br />

Espiritualida<strong>de</strong> trabalhan<strong>do</strong> ativamente sobre a humanida<strong>de</strong>,<br />

os fenômenos mediúnicos começaram a tomar senti<strong>do</strong><br />

e a <strong>de</strong>spertar os povos para as manifestações mediúnicas.<br />

Após o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sábios da antiguida<strong>de</strong>, outros gran<strong>de</strong>s<br />

nomes surgiram.<br />

Entre os que pesquisaram e foram a fun<strong>do</strong>, trazen<strong>do</strong> a<br />

lume os mais varia<strong>do</strong>s aspectos sobre a mediunida<strong>de</strong> estavam:<br />

William Crookes, Gabriel Delanne, Cesar Lombroso,<br />

Alexandre Aksakof, Charles Richet e o Codifica<strong>do</strong>r Allan<br />

Kar<strong>de</strong>c, entre outros.<br />

William Crookes foi um gran<strong>de</strong> estudioso sob vários aspectos,<br />

principalmente o científico. Ele queria achar a verda<strong>de</strong><br />

sobre a Doutrina Espírita. On<strong>de</strong> ela estaria? Com os<br />

espiritualistas, ou com os materialistas, ou os religiosos?<br />

Primeiramente, ele estu<strong>do</strong>u a luz polarizada; para isso,<br />

buscou encontrar soluções através <strong>do</strong>s raios solares sobre<br />

a Terra. Na <strong>As</strong>tronomia, pesquisou a Lua e a abóboda celeste,<br />

por meio <strong>de</strong> fotografias, o que levou a rainha da Inglaterra,<br />

através da Socieda<strong>de</strong> Real <strong>de</strong> Londres, a contratá-lo<br />

monetariamente para observar um eclipse, em local apropria<strong>do</strong><br />

a esse acontecimento.<br />

Sócrates Platão Aristóteles William Crookes<br />

3


Foram muitos os estu<strong>do</strong>s científicos<br />

feitos por Crookes, principalmente quan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>scobriu os três esta<strong>do</strong>s da matéria:<br />

sóli<strong>do</strong>, líqui<strong>do</strong> e gasoso. Isso talvez não<br />

suscitasse tanto interesse quanto à <strong>de</strong>scoberta<br />

<strong>de</strong> um quarto esta<strong>do</strong> da matéria,<br />

o Faraday, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> matéria radiante.<br />

O importante <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>scoberta, para<br />

Crookes, foi que a matéria, em sua essência,<br />

<strong>de</strong>vesse ser uma e que os corpos vários,<br />

que caem em nossos senti<strong>do</strong>s imperfeitos,<br />

não são senão um grupo forman<strong>do</strong><br />

uma estrutura molecular, apropriada à<br />

matéria <strong>de</strong>nsa.<br />

Queria Crookes confirmar, com to<strong>do</strong>s<br />

esses estu<strong>do</strong>s científicos e físicos, que<br />

os fenômenos espíritas eram reais. Publican<strong>do</strong><br />

toda essa minuciosa análise no<br />

“Quarterly Journal of Science”, a notícia<br />

caiu como uma verda<strong>de</strong>ira bomba sobre<br />

to<strong>do</strong>s os adversários da Doutrina Espírita.<br />

Principalmente quan<strong>do</strong> Crookes citou<br />

ter observa<strong>do</strong>, pesa<strong>do</strong> e medi<strong>do</strong> os fenômenos<br />

mediúnicos que presenciou.<br />

Descreveu que, estan<strong>do</strong> num quarto<br />

fecha<strong>do</strong>, com algumas pessoas sentadas<br />

ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma mesa, esta produziu<br />

pancadas em diferentes locais <strong>do</strong> quarto.<br />

Em da<strong>do</strong> momento, objetos eram levanta<strong>do</strong>s,<br />

pairan<strong>do</strong> no ar sem que ninguém os<br />

movimentasse. Citou ter presencia<strong>do</strong> que<br />

flores molhadas <strong>de</strong> orvalho caíram sobre<br />

a mesa. Em outras ocasiões, Crookes viu<br />

que, junto a algumas pessoas, estan<strong>do</strong><br />

as portas fechadas a ca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>, apareceram<br />

“seres” que atravessaram as pare<strong>de</strong>s<br />

e até a<strong>de</strong>ntraram o recinto, pelas janelas<br />

hermeticamente fechadas.<br />

Notou que essas manifestações se produziram sem causa<br />

conhecida. Pediu, então, para que essas manifestações,<br />

através <strong>de</strong> médiuns, fossem feitas em seu laboratório, para<br />

serem pesadas, medidas e, pelo aspecto científico, mostrarem-se<br />

reais. Afirmava ainda que tu<strong>do</strong> fora realiza<strong>do</strong> com<br />

4<br />

Alexandre Aksakof<br />

Livro “Animismo e <strong>Espiritismo</strong>”<br />

Volumes 1 e 2 - Editora FEB<br />

Florence Cook Katie King<br />

os mais conceitua<strong>do</strong>s médiuns da Inglaterra.<br />

Estes se propuseram a colaborar<br />

com Crookes, pois eram ti<strong>do</strong>s e ironiza<strong>do</strong>s<br />

como “bruxos”. Continuan<strong>do</strong> com suas<br />

experiências, Crookes, toman<strong>do</strong> as mãos<br />

e amarran<strong>do</strong> os pés <strong>de</strong> um médium, viu<br />

uma pequena mão entregan<strong>do</strong>-lhe uma<br />

flor, levemente perfumada.<br />

Observou, logo após, que era a mão <strong>de</strong><br />

uma criança que estava sentada no colo<br />

<strong>de</strong> uma senhora, ao seu la<strong>do</strong>. O Espírito<br />

era da criança.<br />

Outro sábio, famoso por suas pesquisas<br />

com relação às materializações, foi<br />

Alexandre Aksakof. Foi professor da Aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Leipzig, diretor da Psychische<br />

Studien e Conselheiro particular <strong>de</strong> Sua<br />

Majesta<strong>de</strong>, o Impera<strong>do</strong>r da Rússia. Em<br />

uma <strong>de</strong> suas obras, “Animismo e <strong>Espiritismo</strong>”,<br />

ele comenta uma entrevista realizada<br />

através <strong>de</strong> materialização. Essa<br />

reunião aconteceu na casa da médium,<br />

senhorita Florence Cook. O Espírito materializa<strong>do</strong><br />

chamava-se Katie King.<br />

Para Aksakof, esse fenômeno já não<br />

lhe causava admiração, pois estu<strong>do</strong>u e<br />

aceitou plenamente o <strong>Espiritismo</strong>. Não<br />

ficara fazen<strong>do</strong> suposições a respeito da<br />

imortalida<strong>de</strong> da alma porque, para o bom<br />

senso <strong>de</strong> quem quer que raciocinasse,<br />

veria, por razões lógicas, que Deus não<br />

per<strong>de</strong>ria tempo em criar o mun<strong>do</strong> e uma<br />

humanida<strong>de</strong> para exterminar tu<strong>do</strong> e to<strong>do</strong>s,<br />

repentinamente. Mas estava sempre<br />

atento às frau<strong>de</strong>s; por isso, sua obra<br />

Animismo e <strong>Espiritismo</strong> se tornou necessária<br />

aos que analisavam os fenômenos<br />

mediúnicos.<br />

Saben<strong>do</strong> <strong>do</strong> profun<strong>do</strong> interesse <strong>de</strong> seu amigo Willian<br />

Crookes em publicar e aceitar apenas o que via e analisava,<br />

convi<strong>do</strong>u-o para assistir a uma reunião <strong>de</strong> materialização,<br />

para acompanhar <strong>de</strong> perto o <strong>de</strong>senvolvimento da sessão.<br />

Estan<strong>do</strong> em Londres, Crookes foi recebi<strong>do</strong> pela família <strong>de</strong><br />

Florence Cook, a médium <strong>de</strong> materialização.<br />

Após os preparos com a médium, sentada e<br />

com as mãos e o corpo amarra<strong>do</strong>s pelos cintos<br />

que a prendiam, Crookes se certificou que,<br />

como fora preparada para a realização <strong>do</strong> fenômeno,<br />

não po<strong>de</strong>ria haver frau<strong>de</strong>.<br />

Dali a poucos minutos, com o ambiente<br />

ilumina<strong>do</strong> por uma tênue luz, ele começou a<br />

perceber, assim como to<strong>do</strong>s os que assistiam<br />

ao fenômeno, a aparição <strong>de</strong> um ser, em pé,<br />

vesti<strong>do</strong> to<strong>do</strong> <strong>de</strong> branco. O rosto <strong>de</strong>scoberto,<br />

porém a cabeça era envolta com um véu,<br />

também branco. Era Katie King.<br />

O Espírito, materializa<strong>do</strong>, esten<strong>de</strong>u a mão,<br />

na qual havia um pote <strong>de</strong> <strong>do</strong>ces, que ofereceu<br />

a Aksakof, seu conheci<strong>do</strong> <strong>de</strong> outras sessões.<br />

Aksakof pergunta-lhe:<br />

— De on<strong>de</strong> vem esse <strong>do</strong>ce?<br />

Com a voz abafada e meio rouca, respon<strong>de</strong>u<br />

com humor, fazen<strong>do</strong> os assistentes rirem:<br />

— Da cozinha, ora...


William Crookes aproveitou para<br />

informava o en<strong>de</strong>reço completo e<br />

fotografar o fenômeno. <strong>As</strong> fotos<br />

dizia que Eusápia era uma exce-<br />

revelaram a Crookes o que ele relente<br />

médium e que ele gostaria<br />

almente queria saber: a médium<br />

imensamente <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r se mani-<br />

Florence Cook e o Espírito materialifestar<br />

através <strong>de</strong>la, pelos efeitos<br />

za<strong>do</strong> <strong>de</strong> Katie King eram duas indivi-<br />

da materialização, contribuin<strong>do</strong>,<br />

dualida<strong>de</strong>s distintas.<br />

com isso, para o avanço <strong>do</strong>s es-<br />

Continuan<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s sobre<br />

tu<strong>do</strong>s, para a confirmação da con-<br />

materializações, que <strong>de</strong>ram início<br />

tinuida<strong>de</strong> da vida no além-túmulo.<br />

a valiosos estu<strong>do</strong>s com respeito à<br />

A senhora inglesa, <strong>de</strong> imediato,<br />

imortalida<strong>de</strong> da alma, o professor<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> o local, foi em busca <strong>do</strong><br />

Cesar Lombroso veio a ter conheci-<br />

en<strong>de</strong>reço forneci<strong>do</strong> pelo Espírito.<br />

mento da mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Eusápia<br />

Perguntan<strong>do</strong> aqui, baten<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Palladino, através <strong>do</strong> professor Er-<br />

porta em porta, após localizar o<br />

cole Chiaia, que muito a admirava.<br />

pequenino prédio, encontrou fi-<br />

Eusápia Palladino, nascida em<br />

nalmente o local da moradia. Foi<br />

Minervino, Itália, no dia 31 <strong>de</strong> mar-<br />

a própria Eusápia quem a atenço<br />

<strong>de</strong> 1854, era filha <strong>de</strong> campone<strong>de</strong>u.<br />

A senhora inglesa expôs-lhe<br />

ses napolitanos. Cresceu em meio a<br />

o sucedi<strong>do</strong>, mostran<strong>do</strong>-lhe a men-<br />

muita pobreza. Viu seu pai ser morto<br />

sagem. Eusápia espantou-se:<br />

por malfeitores. Não apren<strong>de</strong>u a ler<br />

— Como? Não conheço essa<br />

e só falava napolitano e, muito pou-<br />

entida<strong>de</strong>... Sinceramente, não sei<br />

co, o italiano. Dotada <strong>de</strong> inteligência,<br />

Eusápia Palladino<br />

o que fazer, falava Eusápia, esfre-<br />

tornou-se, em breve tempo, uma<br />

gan<strong>do</strong> nervosamente as mãos.<br />

boa intérprete em francês, idioma que apren<strong>de</strong>u a falar com A senhora inglesa, acalman<strong>do</strong>-a, disse-lhe:<br />

fluência, quan<strong>do</strong> os turistas franceses visitavam os lugares<br />

aprazíveis da Itália.<br />

— Ora, é só comparecer à sessão e veremos o que po<strong>de</strong>rá<br />

acontecer. Esteja amanhã às oito horas e eu falarei<br />

Muito nova, casou-se com o senhor Raphael Deldaiz, com o presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s trabalhos. Mostrarei a mensagem e<br />

com quem foi muito infeliz. Ele, um homem ru<strong>de</strong>, a maltrata- esperaremos o resulta<strong>do</strong>, está bem?<br />

va e a explorava fisicamente em sua moral. Porém a bonda<strong>de</strong><br />

habitava seu coração. Repartia o que possuía com to<strong>do</strong>s<br />

que, como ela, eram necessita<strong>do</strong>s. Seu espírito caritativo<br />

não lhe permitia ver a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> semelhante sem chorar junto.<br />

Talvez seu casamento tenha si<strong>do</strong> tão cheio <strong>de</strong> atritos com<br />

seu companheiro, porque este não conseguia enten<strong>de</strong>r as<br />

visitas que ela fazia, levan<strong>do</strong> para os lares carentes o pouco<br />

que tinha em sua casa. Isso, para o senhor Raphael, era<br />

uma loucura <strong>de</strong> Eusápia.<br />

Algum tempo passa<strong>do</strong>, ele a aban<strong>do</strong>na. Eusápia não se<br />

<strong>de</strong>sespera. Como confiava em Jesus, sabia que, dali por<br />

diante, seu caminho estava aberto. Começou a frequentar<br />

as reuniões numa casa espírita. Sua mediunida<strong>de</strong> ainda<br />

não estava sen<strong>do</strong> aproveitada.<br />

Um fato muito curioso veio a acontecer numa reunião particular,<br />

realizada na casa <strong>de</strong> uma senhora inglesa, casada<br />

com um senhor napolitano, on<strong>de</strong> o Espírito John King enviou<br />

uma mensagem en<strong>de</strong>reçada à médium Eusápia Paladino,<br />

mora<strong>do</strong>ra em Nápoles.<br />

Nessa mensagem, o Espírito John King pedia à senhora<br />

inglesa que procurasse Eusápia, mora<strong>do</strong>ra em Nápoles;<br />

Na noite seguinte, Eusápia lá estava se encontran<strong>do</strong> com<br />

a senhora inglesa e foi levada a sentar-se num local reserva<strong>do</strong>.<br />

Poucas pessoas participavam das reuniões. Muitos<br />

ali compareciam para aliviar suas tensões nervosas e, em<br />

ouvin<strong>do</strong> falar sobre a existência <strong>de</strong> Deus, mudavam seus<br />

pensamentos.<br />

Naquela noite, a curiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estava sobre a presença<br />

<strong>de</strong> Eusápia. Alguns <strong>do</strong>s componentes encarna<strong>do</strong>s,<br />

que colaboravam na casa espírita, conheciam Eusápia pelo<br />

seu <strong>de</strong>sprendimento das coisas materiais, porém aguardavam<br />

o resulta<strong>do</strong> da reunião.<br />

O mari<strong>do</strong> da senhora inglesa, o senhor Damiani foi apresenta<strong>do</strong><br />

a Eusápia pela sua “<strong>de</strong>scobri<strong>do</strong>ra”, a senhora inglesa.<br />

Seria ele que dirigiria a reunião. Eusápia ficou tranquila,<br />

porque sentia confiança em sua nova amiga.<br />

O senhor Damiani tinha conhecimento <strong>do</strong>s fenômenos<br />

<strong>de</strong> materialização; por isso a reunião teve início <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s<br />

preparativos cabíveis, tanto <strong>do</strong>s participantes, quanto da<br />

médium.<br />

No início, a reunião foi realizada com a luz acesa. Aos<br />

poucos, com o ectoplasma cedi<strong>do</strong> pela médium, que se<br />

empenhou profundamente para que essa<br />

experiência fosse válida, foi-se forman<strong>do</strong>,<br />

tenuemente, a presença <strong>de</strong> um vulto. Sua<br />

voz rouca e baixa pô<strong>de</strong> ser ouvida claramente<br />

com o silêncio que se fez entre to<strong>do</strong>s.<br />

O senhor Damiani, agra<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a presença<br />

<strong>do</strong> Espírito, perguntou-lhe:<br />

— Nesse nosso primeiro contato com a<br />

direção <strong>do</strong> Alto, gostaríamos <strong>de</strong> conhecêlo<br />

em seus propósitos. Seria isso possível?<br />

— Sim, respon<strong>de</strong>u. Agra<strong>de</strong>ço à senhora<br />

Damiani, que muito me favoreceu. Há<br />

muito procuro ajudar a senhora Eusápia,<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

5


para que ela possa cumprir sua tarefa<br />

nesta reencarnação. Com sua simplicida<strong>de</strong><br />

e aceitação <strong>de</strong> sua fé em Jesus,<br />

po<strong>de</strong>rá auxiliar a Humanida<strong>de</strong> a progredir<br />

no campo espiritual. Ela <strong>de</strong>verá se<br />

colocar à disposição <strong>do</strong>s sábios <strong>de</strong>sta<br />

época, para que o <strong>Espiritismo</strong> venha a<br />

ser respeita<strong>do</strong> e tornar-se a estrada em<br />

que to<strong>do</strong>s caminharão para existências<br />

melhores, quan<strong>do</strong> enten<strong>de</strong>rem a verda<strong>de</strong>ira<br />

fé cristã e a imortalida<strong>de</strong> da alma.<br />

O senhor Damiani continuou a sua<br />

investigação para conhecer melhor o<br />

Espírito que ali estava e, em seguida,<br />

falou:<br />

— Po<strong>de</strong>rá dizer-nos seu nome?<br />

— Sou, em verda<strong>de</strong>, John King e, em<br />

reencarnação passada, fui pai <strong>de</strong> Eusápia.<br />

Deus permitiu-me continuar velan<strong>do</strong><br />

por ela para que esse momento<br />

chegasse. No passa<strong>do</strong>, pouco pu<strong>de</strong>mos<br />

fazer em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> Cristianismo, mas este é o momento. E,<br />

numa atitu<strong>de</strong> cristã, <strong>de</strong>spediu-se <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, agra<strong>de</strong>ci<strong>do</strong>.<br />

Porém, quase imperceptívelmente, rogou para que ajudassem<br />

Eusápia a cumprir sua tarefa com a lealda<strong>de</strong> que<br />

seu Espírito retinha. Ao término da reunião, Eusápia estava<br />

tranquila e feliz. Os participantes tiveram a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ver materializações como: o levantar <strong>de</strong> objetos, vultos<br />

que se movimentavam, flores colocadas nas mãos <strong>do</strong>s presentes<br />

e flui<strong>do</strong>s que, como orvalho, ume<strong>de</strong>ciam o rosto das<br />

pessoas.<br />

Essas reuniões prosseguiam, sob os cuida<strong>do</strong>s <strong>do</strong> senhor<br />

Damiani. Ele achava que era preciso colocar a médium em<br />

contato com outros pesquisa<strong>do</strong>res e estudiosos <strong>de</strong>sse fenômeno<br />

mediúnico.<br />

Entre os contemporâneos que conheciam profundamente<br />

o assunto, estava à frente <strong>de</strong>ssa tarefa o amigo e professor<br />

Ercole Chiaia. Aceitan<strong>do</strong> o convite para conhecer o trabalho<br />

<strong>de</strong> materializações <strong>de</strong> Eusápia Palladino, ficou o senhor<br />

Chiaia admira<strong>do</strong> com o que apreciara sobre os efeitos produzi<strong>do</strong>s<br />

pela mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Eusápia.<br />

Para que essas materializações ficassem mais autênticas,<br />

e que pu<strong>de</strong>ssem ser divulgadas, foi Eusápia levada à<br />

presença <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> sábio em Metapsíquica, o senhor Charles<br />

Richet.<br />

6<br />

Cesar Lombroso Charles Richet<br />

Após Richet comprovar os fenômenos, foi ela para Milão,<br />

on<strong>de</strong> outro estudioso sobre o assunto, o professor Cesar<br />

Lombroso, entusiasma<strong>do</strong> com o que comprovara, fez realizar<br />

várias sessões <strong>de</strong> materialização, contan<strong>do</strong> com os<br />

mais eminentes estudiosos da época, tais como: Charles<br />

Richet, Aksakof, Ercole Chiaia, Ernesto Bozzano, Albert <strong>de</strong><br />

Rochas, entre outros.<br />

Eusápia Palladino estava sempre colaboran<strong>do</strong>. Por vezes,<br />

em muitas reuniões, para que as aparições ficassem<br />

mais nítidas, ela mesma sugeria mudanças na posição em<br />

que a colocavam. Essas mudanças eram para que a distância<br />

on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse aparecer a materialização <strong>de</strong>sse o espaço<br />

suficiente <strong>de</strong> seu corpo e <strong>do</strong> objeto ou Espírito materializa<strong>do</strong>.<br />

Ela não queria que os sábios que assistissem aos<br />

fenômenos duvidassem <strong>de</strong> sua honestida<strong>de</strong> no trabalho a<br />

que estava sen<strong>do</strong> exposta.<br />

Entre to<strong>do</strong>s os fenômenos que foram estuda<strong>do</strong>s e fotografa<strong>do</strong>s<br />

pelos peritos em materializações constavam:<br />

1º Fenômenos que foram observa<strong>do</strong>s à luz ambiente;<br />

2º Objetos que se movimentavam a distância sem contato<br />

algum;<br />

3º Movimentos da mesa sem ninguém ao re<strong>do</strong>r;<br />

4º Pancadas sobre a mesa com reprodução <strong>de</strong> som;<br />

5º Fenômenos que foram observa<strong>do</strong>s na escuridão;<br />

<strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> “Amor e Esperança”<br />

DIA LIVROS ESTUDADOS<br />

2ª O Evangelho segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong> – Allan Kar<strong>de</strong>c;<br />

Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan<br />

Kar<strong>de</strong>c; Os Mensageiros – André Luiz*<br />

3ª O Evangelho segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong> – Allan Kar<strong>de</strong>c;<br />

Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consola<strong>do</strong>r -<br />

Emmanuel*; O Livro <strong>do</strong>s Espíritos – Allan Kar<strong>de</strong>c<br />

4ª O que é Mediunida<strong>de</strong> – Roque Jacintho; Viagem<br />

Espírita em 1862 – Allan Kar<strong>de</strong>c; Das Leis Morais –<br />

Roque Jacintho<br />

5ª Terapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara <strong>do</strong>s<br />

<strong>Médiuns</strong> – Emmanuel*; O Livro <strong>do</strong>s <strong>Médiuns</strong> – Allan<br />

Kar<strong>de</strong>c<br />

6ª O Evangelho segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong> – Allan Kar<strong>de</strong>c;<br />

Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros –<br />

André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho<br />

Domingo<br />

O Evangelho segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong> – Allan Kar<strong>de</strong>c;<br />

Livro <strong>de</strong> mensagens <strong>de</strong> Emmanuel*<br />

*Livro psicografa<strong>do</strong> por Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier<br />

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas<br />

3ª e 6ª, às 15 horas<br />

Domingo, às 10 horas<br />

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões<br />

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas<br />

Artesanato: Sába<strong>do</strong>, das 10 às 17 horas<br />

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45<br />

3ª e 6ª, às 14h45<br />

Rua das Turmalinas, 56 / 58<br />

Jardim Donini - Dia<strong>de</strong>ma - SP - Tel.: (11) 2758-6345


6º Ruí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mãos que se batiam no ar,<br />

como palmas;<br />

7º Sopros que, <strong>de</strong> leve, pareciam aragens<br />

constantes;<br />

8º Contatos <strong>de</strong> mãos roçan<strong>do</strong> os rostos<br />

<strong>do</strong>s presentes.<br />

Embora muitos quisessem teimar em dizer<br />

que nada <strong>do</strong> que haviam visto era real,<br />

isto é, como se fosse uma frau<strong>de</strong>, os sábios<br />

<strong>de</strong>monstravam ser impossível, pois os pés e<br />

as mãos da médium se conservavam amarra<strong>do</strong>s<br />

e até seu corpo era preso por cordas na<br />

ca<strong>de</strong>ira, em que ela ficava to<strong>do</strong> o tempo das<br />

reuniões.<br />

Richet observava que muitos <strong>do</strong>s que ali<br />

estavam ou eram curiosos ou incrédulos. Jamais<br />

interessa<strong>do</strong>s em levar um assunto tão<br />

sério para o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>spertar para essas realida<strong>de</strong>s<br />

sem fantasias.<br />

Os burburinhos cria<strong>do</strong>s pelos periódicos da<br />

época, principalmente os contrários à imortalida<strong>de</strong> da alma,<br />

diziam que Eusápia se entusiasmara pelo sucesso obti<strong>do</strong> e<br />

que seus ganhos materiais a levaram a ter uma vida confortável<br />

etc. etc. Eusápia, cansada das calúnias e injúrias<br />

a seu respeito, <strong>de</strong>sabafou a uma colunista <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses<br />

periódicos:<br />

— “Dizem, por aí, que tu<strong>do</strong> o que tenho feito é por dinheiro.<br />

Quem assim me <strong>de</strong>screve não me conheceu antes,<br />

porque sou a mesma. Continuo pobre e cuidan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s que,<br />

como eu, vivem na miséria. Sou feliz assim. Se me propus a<br />

servir a uma causa justa, faço-o porque quero, ninguém me<br />

obrigou. Sei que sou testada por gran<strong>de</strong>s figuras, famosas<br />

por seus méritos, mas elas tentam trazer à Humanida<strong>de</strong>, pelas<br />

provas que buscam acima das leis da Terra, que pouco<br />

se sabe <strong>do</strong>s mistérios <strong>do</strong> Pai Eterno. Fiquei rica, sim! Rica<br />

<strong>de</strong> conhecimentos para quem, como eu, não apren<strong>de</strong>u a<br />

ler e a escrever. Hoje posso me consi<strong>de</strong>rar diplomada pelo<br />

muito que esses novos amigos me ensinaram. Sou grata<br />

ao casal Damiani e aos professores Ercole Chiaia, Charles<br />

Richet, Cesar Lombroso e ao meu <strong>de</strong>scobri<strong>do</strong>r espiritual,<br />

John King. Eles me <strong>de</strong>ram uma nova vida, um outro la<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

um mun<strong>do</strong> melhor <strong>do</strong> que este em que vivemos”.<br />

Eusápia Palladino, após esse <strong>de</strong>sabafo à colunista Paola<br />

Lombroso, da revista “La Lettura”, em<br />

maio <strong>de</strong> 1907, foi ainda muito requisitada<br />

pelos interessa<strong>do</strong>s em reuniões<br />

<strong>de</strong> materialização. Em 1909, ela foi a<br />

Nova York, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a um convite <strong>do</strong><br />

senhor Hereward Carrington, para se<br />

apresentar em reuniões que a tornaram<br />

famosa na América.<br />

Eusápia Palladino <strong>de</strong>sencarnou no<br />

dia 16 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1918, em Nápoles,<br />

tão pobre quanto nasceu, mas partiu<br />

rica <strong>de</strong> ter podi<strong>do</strong> viver em favor <strong>de</strong> um<br />

gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al e <strong>de</strong> tê-lo cumpri<strong>do</strong>.<br />

O professor Ernesto Bozzano, emérito<br />

pesquisa<strong>do</strong>r das experiências sobre<br />

materializações, relatou a reunião<br />

realizada com a médium norte-americana,<br />

senhora Ada Bessenet, junto ao<br />

metapsiquista, Dr. Hereward Carrington,<br />

ao qual informavam o que haviam<br />

presencia<strong>do</strong>: luzes que iam e vinham<br />

à altura <strong>do</strong> teto; vozes diretas masculinas<br />

e femininas, que foram ouvidas<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

Ernesto Bozzano Hereward Carrington<br />

Marie Curie<br />

bem alto, cantan<strong>do</strong>, ora em solo ora em dueto. Depois, formas<br />

materializadas, sen<strong>do</strong> que uma <strong>de</strong>ssas formas foi reconhecida<br />

pela senhora Fletcher, ali presente, dizen<strong>do</strong> ser<br />

sua genitora.<br />

Outra materialização reconhecida pela mesma pesquisa<strong>do</strong>ra,<br />

a senhora Fletcher, foi a <strong>de</strong> um Espírito seu amigo,<br />

que trazia em sua face direita, um sinal <strong>de</strong> nascença, tão<br />

evi<strong>de</strong>nte que to<strong>do</strong>s os investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s fenômenos mediúnicos<br />

viram, com facilida<strong>de</strong>.<br />

Outras manifestações, através <strong>de</strong>ssa médium, foram<br />

comprovadas também pela famosa e criteriosa cientista, a<br />

<strong>do</strong>utora Marie Curie, ganha<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> prêmio Nobel <strong>de</strong> Física<br />

e <strong>de</strong> Química.<br />

Ela concluiu que os Espíritos, ao se manifestarem, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> sua sintonia para a realização <strong>do</strong> fenômeno,<br />

este po<strong>de</strong>ria trazer mais autenticida<strong>de</strong>, como o Espírito<br />

materializa<strong>do</strong> que <strong>de</strong>ixou bem visível a marca <strong>de</strong> seu rosto.<br />

Isso po<strong>de</strong>ria influir em seus pesos e estaturas também.<br />

Ada Bessenet, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong>, Ohio, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

era consi<strong>de</strong>rada, pelos pesquisa<strong>do</strong>res, uma médium<br />

séria e <strong>de</strong>dicada em sua tarefa <strong>de</strong> ajudar a provar a realida<strong>de</strong><br />

da vida após a morte.<br />

Outro fato marcante quanto aos fenômenos mediúnicos<br />

foi o das irmãs Fox. Foram estas que<br />

levaram o mestre lionês, Allan Kar<strong>de</strong>c,<br />

a <strong>de</strong>svendar os “mistérios” que começaram<br />

a perturbar a família Fox, em<br />

Hy<strong>de</strong>sville, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Nova York, pela<br />

mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Margareth e Catherine,<br />

filhas <strong>do</strong> casal Fox.<br />

O nome <strong>de</strong>ssa família começou a se<br />

tornar conheci<strong>do</strong> já numa época mais<br />

famosa, por assim dizer, ante os fenômenos<br />

que se propagavam, trazen<strong>do</strong><br />

o <strong>Espiritismo</strong> para a atualida<strong>de</strong>. O fato<br />

teve início no dia 11 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

1847, data em que o senhor John Fox,<br />

fechara o negócio <strong>de</strong> uma casa própria,<br />

em Hy<strong>de</strong>sville, Nova York. Casa que, diga-se<br />

<strong>de</strong> passagem, era conhecida por<br />

ser “mal assombrada”.<br />

Os antigos <strong>do</strong>nos, e outros que ali já<br />

haviam mora<strong>do</strong>, diziam que não tinham<br />

tranquilida<strong>de</strong> porque os barulhos ouvi<strong>do</strong>s<br />

eram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>. Portas<br />

que batiam, janelas que se abriam<br />

7


sozinhas, passos subin<strong>do</strong> a escada, panelas e pratos que<br />

voavam pela cozinha. Isso era horrível! A sensação, diziam<br />

os mora<strong>do</strong>res, era <strong>de</strong> que algo po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>sabar em suas<br />

cabeças.<br />

Nos primeiros meses, a família Fox não sofreu perturbação<br />

alguma. A senhora Fox atribuía os falatórios sobre a casa<br />

como sensacionalismo para chamar a atenção da imprensa.<br />

A mudança atmosférica trouxe, certa noite, um temporal,<br />

que fez muito barulho, com raios e trovões. <strong>As</strong> janelas trepidavam<br />

e, com isso, a família acor<strong>do</strong>u assustada. De imediato,<br />

o senhor Fox procurou calçar as janelas, mas <strong>de</strong> nada<br />

adiantou. Catherine, a filha mais nova acompanhava os esforços<br />

<strong>do</strong> pai. Em da<strong>do</strong> momento, a menina pediu ao pai que<br />

prestasse atenção aos ruí<strong>do</strong>s.<br />

Muito atento, ele ouviu que Catherine estalou os <strong>de</strong><strong>do</strong>s<br />

compassadamente e lhe pareceu que as trepidações das<br />

janelas retornaram, como que respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos estalos <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> Catherine. Daí em diante, os barulhos se fizeram<br />

constantes.<br />

8<br />

<strong>As</strong> irmãs Fox - Margareth, Catherine e Leah<br />

A senhora Fox chegou à conclusão <strong>de</strong> que a casa não<br />

era mal assombrada, mas habitada por Espíritos infelizes.<br />

Ela já tinha ouvi<strong>do</strong> algo a respeito <strong>de</strong>sses acontecimentos,<br />

mas nunca havia testemunha<strong>do</strong> esses fatos como os que<br />

agora se apresentavam em sua casa.<br />

Reuni<strong>do</strong>s certa noite, na sala on<strong>de</strong> as pancadas se faziam<br />

ouvir em toda parte, como nas pare<strong>de</strong>s, na mesa<br />

e no chão, o senhor Fox, irrita<strong>do</strong>, pediu a Catherine que<br />

estalasse os <strong>de</strong><strong>do</strong>s como já fizera, para ver se haveria<br />

resposta.<br />

Catherine, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> ao chama<strong>do</strong> <strong>do</strong> pai, disse:<br />

— “Senhor barulho”, bata palmas, como eu faço agora.<br />

Em seguida, ao retorno, com as palmas <strong>de</strong>volvidas, Catherine<br />

continuou:<br />

— Responda-me, com duas palmas, se é verda<strong>de</strong> a<br />

presença <strong>de</strong> Espíritos nesta sala.<br />

O resulta<strong>do</strong> foram duas palmas rápidas e secas.<br />

Ficara confirmada a conclusão da senhora Fox. Os Espíritos<br />

habitavam aquela casa, muito antes <strong>de</strong>les e <strong>do</strong>s<br />

outros antigos mora<strong>do</strong>res. Portanto, alguma providência<br />

<strong>de</strong>veria ser tomada.<br />

A senhora Fox e seu mari<strong>do</strong> acharam por bem convidar<br />

os vizinhos mais próximos para ajudá-los a <strong>de</strong>svendar os<br />

mistérios envolven<strong>do</strong> os habitantes ocultos, naquela casa.<br />

Em pouco tempo, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hy<strong>de</strong>sville ficou famosa.<br />

<strong>As</strong> notícias se espalharam com tanta rapi<strong>de</strong>z que a família<br />

e as irmãs Fox se tornaram o centro <strong>do</strong>s noticiários locais<br />

e, até mesmo, em outros países. Isso porque os fenômenos<br />

mediúnicos se alastravam, principalmente pela Europa.<br />

O assunto das mesas girantes, ou dançantes como eram<br />

citadas, fizeram com que os sábios da época se voltassem<br />

também para essa mediunida<strong>de</strong>, não só em materializações,<br />

mas para outros fatores mediúnicos que apareciam<br />

constantemente.<br />

Na França, as notícias sobre a residência “assombrada”<br />

da família Fox tomavam conta <strong>do</strong>s burburinhos entre o povo.<br />

A família Fox precisava <strong>de</strong> respostas conclusivas para os<br />

fenômenos ali apresenta<strong>do</strong>s. O senhor Fox, reuni<strong>do</strong> com alguns<br />

vizinhos interessa<strong>do</strong>s nas manifestações, elaboraram<br />

algumas perguntas, para que fossem respondidas através<br />

das pancadas.<br />

— Há nesse momento algum Espírito aqui presente?<br />

Responda com uma pancada...<br />

5 ª Semana<br />

Fabiano <strong>de</strong> Cristo<br />

17 a 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010<br />

<strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> “Amor e Esperança”


E to<strong>do</strong>s ouviram a pancada na pare<strong>de</strong> da sala, on<strong>de</strong> estavam.<br />

— Você Espírito está em sofrimento por algum grave<br />

acontecimento?<br />

Rapidamente duas fortes pancadas sobre a mesa da sala<br />

fez-se ouvir.<br />

Uma das pessoas que faziam parte <strong>de</strong>ssa reunião, imediatamente<br />

perguntou:<br />

— Você teve uma morte violenta?<br />

Ouviu-se batidas na pare<strong>de</strong> e também na mesa, como<br />

se essa pergunta tivesse <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> o Espírito com atitu<strong>de</strong>s<br />

violentas.<br />

O senhor Fox pedin<strong>do</strong> calma, perguntou:<br />

— Você foi vítima <strong>de</strong> algum <strong>de</strong>lito, isto é, foi assassina<strong>do</strong>,<br />

por isso a sua permanência nesta casa?<br />

Fortes batidas novamente foram ouvidas rápidas e dan<strong>do</strong><br />

a impressão <strong>de</strong> que o Espírito estava em <strong>de</strong>sespero.<br />

<strong>As</strong> reuniões investigativas para serem apura<strong>do</strong>s os fatos<br />

Bibliografia<br />

• A Alma É Imortal – Gabriel Dellane, Editora FEB, 1ª ed., 1952.<br />

• <strong>As</strong> Mulheres <strong>Médiuns</strong> – Carlos Bernar<strong>do</strong> Loureiro, Editora FEB, 3ª ed.,<br />

2008.<br />

• Chico Xavier – 40 Anos no Mun<strong>do</strong> da Mediunida<strong>de</strong> – Roque Jacintho,<br />

Editora Luz no Lar, 4ª ed., 1991.<br />

• Fatos <strong>Espíritas</strong> – Willian Crookes, Editora FEB, 6ª ed., 1971.<br />

• <strong>Gran<strong>de</strong>s</strong> <strong>Espíritas</strong> <strong>do</strong> Brasil – Zeus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed., 1969.<br />

• Instruções Psicofônicas – Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier – Esp. Diversos,<br />

Editora FEB, 3ª ed., 1974.<br />

• João, o Evangelista – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar – 1ª ed., 1993.<br />

• O <strong>Espiritismo</strong> Perante a Ciência – Gabriel Dellane, Editora FEB.<br />

• O Livro <strong>do</strong>s <strong>Médiuns</strong> – Allan Kar<strong>de</strong>c, Editora FEB, 30ª ed., 1972.<br />

• O Problema <strong>do</strong> Ser, Destino e da Dor – Leon Denis, Editora Calvário,<br />

2ª ed., 1969.<br />

Tema Livre<br />

Amanhã<br />

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá<br />

amanhã” - (Tiago, 4:14)<br />

Diz o preguiçoso: “Amanhã farei”.<br />

Exclama o fraco: “Amanhã, terei forças”.<br />

<strong>As</strong>severa o <strong>de</strong>linquente: “Amanhã, regenero-me”.<br />

E nós, o que diremos ou faremos hoje? Pois sabemos<br />

muito bem o que fizemos ontem e o amanhã <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />

<strong>do</strong> que fizermos hoje.<br />

O que passamos hoje, sabemos, é o reflexo <strong>do</strong> que<br />

fizemos “ontem”, porém seria ótimo refletirmos que o que<br />

estamos passan<strong>do</strong> “hoje”, nada mais é <strong>do</strong> que as consequências<br />

<strong>do</strong> “ontem”; logo hoje é o “amanhã” refletin<strong>do</strong> o<br />

“ontem”.<br />

Devemos então pon<strong>de</strong>rar e colocar em prática no nosso<br />

dia-a-dia, para bem aproveitar as bênçãos diárias e,<br />

não ficarmos na <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Bem coloca<strong>do</strong> em nosso<br />

caminho.<br />

Precisamos ter e colocar em prática a coragem, não<br />

<strong>de</strong>sanimarmos jamais e avançar na prática das boas<br />

atitu<strong>de</strong>s. Pois quem <strong>de</strong>sanima <strong>de</strong> caminhar cem passos<br />

não caminhará vinte mil.<br />

O lavra<strong>do</strong>r que per<strong>de</strong> a hora <strong>de</strong> semear, não prevê as<br />

consequências <strong>do</strong>s acontecimentos, nem os impedimentos<br />

e lutas graves que possam surgir no caminho.<br />

Muitos aguardam a morte para ter <strong>de</strong>scanso. Será verda<strong>de</strong>iro?<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

tema livre<br />

que continuavam evi<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>ram sequência psicofonicamente,<br />

pois a irmã mais velha Margareth, passou a ser a<br />

médium <strong>do</strong> Espírito.<br />

Este após algum tempo sentia-se mais calmo. A cada reunião<br />

se <strong>de</strong>sabafava e recebia consolo. <strong>As</strong>sim ele pediu para<br />

que escavassem o chão da <strong>de</strong>spensa da casa. Feito isso,<br />

para espanto <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, foram encontra<strong>do</strong>s cabelos e ossos<br />

humanos, que leva<strong>do</strong>s ao médico legista i<strong>de</strong>ntificou-os sen<strong>do</strong><br />

esses pertencentes a um esqueleto humano.<br />

Na sequência o Espírito dizia-se alivia<strong>do</strong>, porque ficara<br />

prova<strong>do</strong> o crime ali aconteci<strong>do</strong>. Porém, para que pu<strong>de</strong>sse<br />

sair dali, pedia ele, que os mora<strong>do</strong>res o ajudasse a encontrar<br />

seu mata<strong>do</strong>r, assim seria feita a sua vingança tão esperada,<br />

on<strong>de</strong> com isso, pu<strong>de</strong>sse se libertar.<br />

O senhor Fox respon<strong>de</strong>u-lhe:<br />

— Esse não é o caminho para a sua tranquilida<strong>de</strong>.<br />

Final da primeira parte.<br />

<strong>As</strong> aves possuem asas, porém nem todas têm a mesma<br />

tarefa.<br />

Cui<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> fazer, sem <strong>de</strong>mora, tu<strong>do</strong> o que <strong>de</strong>vemos<br />

fazer a nosso próprio benefício, pois o “amanhã” será agradável<br />

somente para os que trabalham no bem em i<strong>de</strong>al superior,<br />

abençoan<strong>do</strong> as horas <strong>do</strong> “hoje”.<br />

José<br />

Bibliografia: Vinha <strong>de</strong> Luz – Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier, pelo espírito<br />

Emmanuel - lição 170, Editora FEB, 147ª ed., 1996.<br />

VISITE NOSSO SITE<br />

www.espiritismoeluz.org.br<br />

Eloísa<br />

• Trinta Anos com Chico Xavier – Clovis Tavares, Editora Calvário, 1ª ed.,<br />

1967.<br />

• Imagens:<br />

• http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page<br />

• http://1.bp.blogspot.com/_mOsqmOB4z3s/RoTbXfLJOJI/AAAAAAA-<br />

AA50/xtkTKxnHi78/<br />

• http://2.bp.blogspot.com/_mOsqmOB4z3s/RoTbXvLJOLI/AAAAAAA-<br />

AA6E/b8CZIzNizsk/<br />

• http://3.bp.blogspot.com/_RjnXR1x41UY/ShbzDGNCyqI/AAAAAAA-<br />

AASM/z0gkynca59w/<br />

• http://www.campinaespirita.net/htmlarea/assets/Conteu<strong>do</strong>/personalida<strong>de</strong>s/ernesto_bozzano/Ernesto_Bozzano.gif<br />

• http://www.unexplainedstuff.com/images/geuu_01_img0113.jpg<br />

• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d3/Fox_sisters_1852.jpg<br />

Você po<strong>de</strong>rá obter informações sobre o <strong>Espiritismo</strong>,<br />

encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas<br />

sobre o <strong>Espiritismo</strong> por e-mail. Po<strong>de</strong>rá também<br />

comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.<br />

9


Homenagem homenagem<br />

Chico Xavier<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pedro Leopol<strong>do</strong> - MG marcada pelas andanças<br />

<strong>do</strong> ban<strong>de</strong>irante Fernão Dias recebeu aos 2 <strong>de</strong> abril<br />

<strong>de</strong> 1910, como filho, o mais conheci<strong>do</strong> médium brasileiro,<br />

Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier.<br />

Com seus atos diante da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua terra, <strong>de</strong>monstrou<br />

expressões <strong>do</strong> pensamento <strong>de</strong> uma alma sincera<br />

e leal, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o amor à Verda<strong>de</strong>.<br />

Sua vida foi pontilhada <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, aborrecimentos,<br />

sofrimentos e <strong>de</strong>sgastes, mas, através da <strong>do</strong>r, soube transformar<br />

com simplicida<strong>de</strong> inigualável espinhos em bênçãos<br />

e lágrimas em abençoada luz, graças a <strong>de</strong>votada humilda<strong>de</strong>,<br />

bonda<strong>de</strong> e pacifismo.<br />

10<br />

Exerceu a mediunida<strong>de</strong> com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e comprometimento<br />

com os ensinamentos <strong>do</strong> Mestre Jesus.<br />

A perseverança e a humilda<strong>de</strong> sempre plasmaram sua<br />

existência.<br />

O Espírito Emmanuel esteve presente em sua vida,<br />

como professor, dispensan<strong>do</strong>-lhe atenção constante pois<br />

ambos teriam que cuidar da obra <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> Espiritual, serviço<br />

esse que foi executa<strong>do</strong> com a mais respeitosa disciplina<br />

na psicografia que ultrapassa o número <strong>de</strong> 400 livros,<br />

nos quais houve participação <strong>de</strong> outros inúmeros espíritos.<br />

Já é sabi<strong>do</strong> que Chico <strong>do</strong>ou to<strong>do</strong>s os recursos provenientes<br />

<strong>de</strong>ssas obras para casas <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />

Devi<strong>do</strong> às fortes crises <strong>de</strong> labirintite, em 1958, e ao clima<br />

frio da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pedro Leopol<strong>do</strong>, na maior parte <strong>do</strong><br />

ano, Chico foi aconselha<strong>do</strong> pelos Amigos Espirituais que<br />

transferisse sua residência para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba,<br />

cujo clima é tempera<strong>do</strong>.<br />

Chico comentou em 1977: “Comecei a ouvir vozes<br />

<strong>do</strong>s espíritos amigos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira infância. Começan<strong>do</strong><br />

a ver minha mãe <strong>de</strong>sencarnada, poucos<br />

meses após per<strong>de</strong>r-lhe a presença no plano físico,<br />

quan<strong>do</strong> me achava na ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cinco janeiros e,<br />

<strong>de</strong>pois, passan<strong>do</strong> igualmente ao convívio com outros<br />

benfeitores espirituais, creio que a <strong>de</strong>dicação<br />

<strong>de</strong> tantas criaturas queridas, no plano espiritual,<br />

me sustentou em serviço mediúnico nestes últimos<br />

cinquenta anos. Posso dizer que se minha<br />

permanência nesse trabalho po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como sen<strong>do</strong> constância, essa constância<br />

é da paciência e da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong>les para com<br />

este servi<strong>do</strong>r, <strong>de</strong> vez que me reconheço na<br />

condição <strong>de</strong> um pequenino coopera<strong>do</strong>r <strong>de</strong>sses<br />

mentores cari<strong>do</strong>sos e beneméritos, carrega<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> imperfeições e <strong>de</strong>feitos, e sou eu<br />

mesmo quem me admiro da tolerância e da benevolência<br />

<strong>do</strong>s Amigos da Vida Maior para comigo<br />

neste meio século <strong>de</strong> trabalho que, sem qualquer<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> modéstia da minha parte, pertence a eles<br />

e não a mim”.<br />

Falar sobre Chico Xavier é a<strong>de</strong>ntrar num universo<br />

incomensurável, cujo verbo é insuficiente<br />

para relatar sobre fatos e acontecimentos da vida<br />

<strong>de</strong>sse abnega<strong>do</strong> Obreiro <strong>do</strong> Senhor.<br />

Receba Chico, nossa mais sincera gratidão, na alegria<br />

<strong>de</strong> tê-lo conosco na mais fraternal lembrança viva <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>dicação. Você aten<strong>de</strong>u ao chama<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mestre<br />

Jesus viven<strong>do</strong> a Verda<strong>de</strong>, exemplifican<strong>do</strong> e distribuin<strong>do</strong><br />

o Amor ao Próximo.<br />

Equipe <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong><br />

Amor e Esperança<br />

Bibliografia: Folha Espírita 1977 – Edição<br />

Especial Comemorativa <strong>do</strong>s Cinquenta<br />

Anos <strong>de</strong> Mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chico Xavier.<br />

Imagem: capa da revista Edições<br />

Planeta, Chico Xavier, n° 130-B,<br />

Editora Três,1983.


Contos<br />

Pedrinho era um menino alegre.<br />

Gostava <strong>de</strong> jogar bola, brincar <strong>de</strong> pega-pega, escon<strong>de</strong>escon<strong>de</strong><br />

e todas as brinca<strong>de</strong>iras que os amigos inventassem.<br />

Mas <strong>do</strong> que ele mais gostava era quan<strong>do</strong> o seu pai, o<br />

“Seu” João, vinha brincar com ele. Quan<strong>do</strong> isso acontecia,<br />

Pedrinho se esquecia <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os amigos e ficava brincan<strong>do</strong><br />

com o seu pai. E das brinca<strong>de</strong>iras, a <strong>de</strong> que ele mais<br />

gostava era <strong>de</strong> soltar pipa com seu papai.<br />

“Seu” João, um homem trabalha<strong>do</strong>r e com poucos recursos,<br />

não podia brincar com seu filho sempre, mas, nos fins<br />

<strong>de</strong> semana, no horário <strong>de</strong> folga, não <strong>de</strong>ixava <strong>de</strong> participar.<br />

Iam para um terreno vazio, aon<strong>de</strong> todas as crianças brincavam<br />

e se divertiam.<br />

De vez em quan<strong>do</strong>, “Seu” João, ven<strong>do</strong> que alguma criança<br />

encontrava dificulda<strong>de</strong>s para colocar a pipa no ar, ia ajudar,<br />

mas Pedrinho não gostava disso.<br />

Queria que o seu pai brincasse somente com ele.<br />

“Seu” João, ven<strong>do</strong> que, sempre que dava atenção para<br />

as outras crianças, Pedrinho “emburrava”, <strong>de</strong>cidiu ensinar<br />

ao seu filho uma lição <strong>de</strong> vida. Disse a ele:<br />

— Pedrinho, quan<strong>do</strong> você quer soltar uma pipa e a rabiola<br />

começa a embaraçar, o que você tem que fazer?<br />

— Ah, papai, alguém tem que segurar a pipa levantada<br />

para a rabiola ficar livre.<br />

— E quem faz isto para você?<br />

— Quan<strong>do</strong> estou sozinho os meus amigos me ajudam,<br />

mas quem melhor segura a pipa é o senhor.<br />

— E os seus amigos? Não precisam <strong>de</strong> ajuda? Quan<strong>do</strong><br />

eles estão com dificulda<strong>de</strong>s para soltar a pipa, como eles<br />

fazem?<br />

— Um segura a pipa para o outro!<br />

— Você nunca os ajuda?<br />

— Não. <strong>As</strong> minhas pipas são as melhores. O senhor me<br />

ajuda a fazê-las, aí eu não preciso <strong>de</strong> ajuda.<br />

— Ouça bem o que eu vou lhe dizer: Quan<strong>do</strong> nós vemos<br />

alguém com alguma dificulda<strong>de</strong>, nós <strong>de</strong>vemos nos oferecer<br />

para ajudar. Agin<strong>do</strong> assim, teremos amigos por toda a parte!<br />

Pedrinho ficou quieto, pensativo, pois nunca tinha percebi<strong>do</strong><br />

que os seus amigos podiam estar precisan<strong>do</strong> <strong>de</strong>le.<br />

— Outra coisa. Notei que você não gosta quan<strong>do</strong> eu <strong>do</strong>u<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

contos<br />

Pedrinho e o Egoísmo<br />

atenção para os seus amigos.<br />

Cabeça baixa, Pedrinho respon<strong>de</strong>u:<br />

— É verda<strong>de</strong>, papai. Quan<strong>do</strong> o senhor vem brincar comigo,<br />

não gosto que os outros meninos fiquem pedin<strong>do</strong> ajuda.<br />

— Pedrinho, você já ouviu na aula <strong>de</strong> religião que to<strong>do</strong>s<br />

nós somos irmãos e que precisamos nos amar?<br />

— É. A professora <strong>de</strong> religião sempre fala isso, mas e o<br />

que isto tem a ver com os meus amigos?<br />

— O que nós apren<strong>de</strong>mos com as lições <strong>do</strong> Evangelho é<br />

para serem usadas até na hora das brinca<strong>de</strong>iras!<br />

Pedrinho ficou com cara <strong>de</strong> curioso, e o seu pai continuou:<br />

— Se to<strong>do</strong>s somos irmãos, por que eu não vou dar atenção<br />

para os seus amigos? Aliás, você também <strong>de</strong>ve dar<br />

mais atenção para eles.<br />

— Mas o senhor é MEU pai e não o <strong>de</strong>les!<br />

— Isto se chama egoísmo. Não é porque eu brinco com<br />

eles que eu não gosto <strong>de</strong> você.<br />

No <strong>do</strong>mingo seguinte, “Seu” João e Pedrinho foram brincar<br />

no terreno vazio, junto com todas as crianças.<br />

Já pensan<strong>do</strong> em ensinar o filho, “Seu” João esperou a<br />

oportunida<strong>de</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> Carlinhos, um menino que sempre brincava por<br />

ali, enrolou toda a rabiola <strong>de</strong> sua pipa, “Seu” João pegou<br />

Pedrinho pela mão e o puxou dizen<strong>do</strong>:<br />

— Vamos lá ajudar e ensinar o Carlinhos a colocar a pipa<br />

no alto.<br />

Pedrinho aju<strong>do</strong>u, meio contraria<strong>do</strong>.<br />

Passa<strong>do</strong>s alguns minutos, os meninos tentavam pegar a<br />

bola que tinha fica<strong>do</strong> enroscada em um galho alto <strong>de</strong> uma<br />

árvore.<br />

“Seu” João colocou Pedrinho nos ombros e fez ele alcançar<br />

a bola.<br />

To<strong>do</strong>s os meninos ficaram felizes, pois po<strong>de</strong>riam continuar<br />

jogan<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> chegou no fim <strong>do</strong> dia, Pedrinho estava mais alegre<br />

e <strong>de</strong>scontraí<strong>do</strong>.<br />

“Seu” João disse:<br />

— Gostou das brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> hoje?<br />

— Hoje foi o melhor dia <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, papai! Não sei o que é,<br />

mas me sinto alegre!<br />

— Este é o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> bem pratica<strong>do</strong>, meu filho.<br />

Sempre que auxiliamos alguém, uma gran<strong>de</strong><br />

alegria brota <strong>de</strong> nosso coração. Nunca se esqueça<br />

<strong>de</strong>ste dia e <strong>de</strong>sta lição.<br />

Dai em diante, Pedrinho chamava os seus<br />

amigos para brincarem com ele e com o seu pai.<br />

<strong>As</strong> brinca<strong>de</strong>iras se tornaram mais divertidas e a<br />

amiza<strong>de</strong> entre as crianças era uma coisa bonita<br />

<strong>de</strong> se ver.<br />

“Seu” João agra<strong>de</strong>cia a Deus por ter sabi<strong>do</strong><br />

orientar o seu filho para as atitu<strong>de</strong>s corretas.<br />

Wilson<br />

Imagem: http://www.cartunista.com.br/basfacidt10.gif<br />

11


Está difícil encontrar um bom livro?<br />

A gente te ajuda!<br />

Precos Especiais<br />

para distribui<strong>do</strong>ras e livrarias<br />

KARDEC E EMMANUEL<br />

Nesta obra você tem um encontro<br />

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grandiosos <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c e Emmanuel.<br />

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80 páginas<br />

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O QUE É A VIDA E A MORTE<br />

Uma abordagem simples e direta<br />

sobre a continuida<strong>de</strong> da vida após<br />

a “morte”, revelan<strong>do</strong> os aspectos<br />

básicos da Doutrina Espírita.<br />

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FABIANO DE CRISTO, O PEREGRINO<br />

DA CARIDADE<br />

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Livro em Foco livro em foco<br />

Família<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

familia<br />

Reorganizan<strong>do</strong> a Casa Íntima<br />

Nossa moradia requer manutenção e cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> higiene<br />

e limpeza para se tornar local assea<strong>do</strong> e agradável. Na<br />

intimida<strong>de</strong> <strong>do</strong> lar, nos abrigamos, interagimos, buscamos o<br />

refazimento. O <strong>de</strong>scui<strong>do</strong> levaria a ruínas e, sem os cuida<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> limpeza, tornar-se-ia foco <strong>de</strong> fungos e <strong>de</strong>mais microorganismos<br />

e insetos nocivos à nossa saú<strong>de</strong>.<br />

Nossa casa íntima também requer cuida<strong>do</strong>s indispensáveis.<br />

Sofremos turbulências, constantes ou fragmentadas.<br />

Fatos geram consequências que muitas vezes são sentidas<br />

com mais intensida<strong>de</strong>, as quais enraízam uma tristeza que<br />

<strong>de</strong>ve ser combatida a cada momento. Procurar sempre se<br />

recordar <strong>de</strong> situações felizes, para que o entrave <strong>do</strong> momento<br />

seja contorna<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira mais pon<strong>de</strong>rada. É preciso<br />

buscar, com persistência, ferramentas que auxiliem a<br />

equacionar tu<strong>do</strong> isso.<br />

No entanto, muitas vezes, rever fatos conflitantes <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />

é remexer no monturo das insatisfações cuja negritu<strong>de</strong>,<br />

infelizmente, obscurece os momentos <strong>de</strong> alegria. Melhor<br />

será <strong>de</strong>spejar tu<strong>do</strong> no lixo e esforçar-se para que seja <strong>de</strong>finitivamente<br />

esqueci<strong>do</strong>.<br />

Importante agora é conseguir ferramentas para trabalhar<br />

tu<strong>do</strong> isso e retornar àquela energia saudável que <strong>de</strong>vemos<br />

manter com absoluta transparência.<br />

Vale consi<strong>de</strong>rar que as palavras <strong>de</strong>stiladas com inverda<strong>de</strong>s<br />

a nosso respeito não <strong>de</strong>finem o que somos, nem o que<br />

fazemos ou sentimos. No nosso íntimo sabemos muito bem<br />

quem somos e não nos cabe registrar quaisquer consi<strong>de</strong>rações<br />

in<strong>de</strong>vidas ou acusações menos felizes a nosso respeito,<br />

ou seja, afastar a lembrança <strong>de</strong>ssas contendas.<br />

Nossa casa íntima também precisa da higienização, limpeza<br />

<strong>do</strong>s agendamentos nocivos que registramos, jogan<strong>do</strong>-os<br />

no lixo <strong>do</strong> esquecimento benéfico. Façamos brilhar<br />

a casa íntima com os recursos das mudanças contínuas,<br />

zelan<strong>do</strong> pelo aproveitamento da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta experi-<br />

Família<br />

Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier<br />

Espíritos Diversos<br />

Editora CEU<br />

Obra <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Espíritos diversos, psicografada pelo queri<strong>do</strong> médium, Chico Xavier,<br />

“Família”, como o próprio nome sugere, aborda temas envolven<strong>do</strong> as famílias da Terra.<br />

É um livro <strong>de</strong> fácil leitura e sem intenções <strong>de</strong> cunho científico.<br />

Emmanuel, no prefácio, já <strong>de</strong>ixa claro o objetivo, qual seja: levar-nos a refletir sobre as<br />

situações cotidianas em torno <strong>do</strong> processo reencarnatório, para que possamos encontrar as<br />

respostas às indagações <strong>do</strong> porque estarmos com <strong>de</strong>terminadas pessoas em <strong>de</strong>terminadas<br />

condições.<br />

“Nada é por acaso”, sempre ouvimos essa frase. Só nos resta assimilá-la. Enten<strong>de</strong>r que<br />

“muitas vezes, na condição <strong>de</strong> pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>res<br />

em resgate <strong>de</strong> antigos compromissos”, frase <strong>de</strong> Emmanuel, em um <strong>do</strong>s tópicos<br />

aborda<strong>do</strong>s.<br />

Essa é a chamada Lei <strong>de</strong> Causa e Efeito. Erramos, mas temos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consertar<br />

o erro; criamos inimiza<strong>de</strong>s, mas temos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar o ódio em amor.<br />

Quem não precisa das sábias palavras vindas <strong>do</strong> Mais Alto para enten<strong>de</strong>r o quão abençoada<br />

se faz esta árdua jornada familiar?<br />

Eis um ótimo livro.<br />

Neves<br />

ência aqui na Terra.<br />

A cicatrização das ulcerações é necessária, pois leva-nos<br />

a <strong>de</strong>spejar as energias ruins no lixo, ou pelo menos encaminhá-las<br />

para isso. Esse processo é possível através da<br />

leitura edificante, da música enobrece<strong>do</strong>ra, no convívio com<br />

a natureza, da reflexão íntima.<br />

Esses curativos energéticos, <strong>de</strong>ntre outros, removem-nos<br />

<strong>do</strong> conformismo <strong>de</strong>libera<strong>do</strong>, esclarecen<strong>do</strong>-nos e impulsionan<strong>do</strong>-nos<br />

para novos passos.<br />

Há uma lição esclarece<strong>do</strong>ra no livro “Vinha <strong>de</strong> Luz”, com<br />

o título “Indicações <strong>de</strong> Pedro”, que muito colabora para a<br />

organização íntima.<br />

Vale lembrar que o tempo é remédio homeopático e nos<br />

auxilia a superar dramas e questionamentos <strong>do</strong>s mais diversos.<br />

Recordan<strong>do</strong> e remoen<strong>do</strong> conflitos, conseguiremos <strong>de</strong>sestruturar<br />

não só nossa casa íntima, mas também nosso<br />

corpo físico, somatizan<strong>do</strong> enfermida<strong>de</strong>s das mais diversas.<br />

Melhor colocar foco no que é realmente importante, manten<strong>do</strong><br />

energia saudável, pensamento eleva<strong>do</strong>.<br />

O convívio no Lar muito mais <strong>do</strong> que oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reajuste,<br />

<strong>de</strong>ve ser encara<strong>do</strong> como o gran<strong>de</strong> celeiro repleto <strong>de</strong><br />

elementos que esclarecem, compartilham e refazem.<br />

Observar as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> próximo e procurar ajudar,<br />

nos dará sustentação e bem-estar, pois estaremos em sintonia<br />

com energias superiores.<br />

Luana<br />

Bibliografia: Vinha <strong>de</strong> Luz – Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier, pelo espírito<br />

Emmanuel – lição “Casa Espiritual”.<br />

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO<br />

Sua <strong>do</strong>ação é importante para o custeio da postagem <strong>do</strong> Seareiro e<br />

po<strong>de</strong> ser feita em nome <strong>do</strong><br />

<strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40<br />

Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0<br />

13


Cantinho <strong>do</strong> Verso em Prosa<br />

cantinho <strong>do</strong> verso em prosa<br />

Já nos orienta o Evangelho que o verda<strong>de</strong>iro cristão é<br />

aquele que se esforça para seguir os ensinamentos <strong>de</strong> Jesus,<br />

modifican<strong>do</strong> a si próprio.<br />

Como diz a poetisa, temos a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir os princípios<br />

da Lei Divina mas, em alguns momentos, <strong>de</strong>ixamos<br />

que os <strong>de</strong>feitos e vícios morais que carregamos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

nós venham à tona e nos <strong>de</strong>sviem <strong>do</strong> caminho.<br />

Quan<strong>do</strong>, mesmo com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> acertar, erramos e caímos<br />

não <strong>de</strong>ixemos nos <strong>de</strong>sanimar!<br />

Lembremo-nos da imagem <strong>de</strong> Jesus, reerguen<strong>do</strong> Maria<br />

Madalena, orientan<strong>do</strong> a mulher adúltera ou curan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>entes,<br />

coxos e estropia<strong>do</strong>s.<br />

14<br />

Em muitas ocasiões,<br />

Sofres ante os próprios gritos,<br />

Abafa<strong>do</strong>s nos conflitos<br />

Das tentações a transpor...<br />

É o fel <strong>do</strong> orgulho feri<strong>do</strong>,<br />

A rebeldia, a tristeza,<br />

<strong>As</strong> lutas da natureza,<br />

Agin<strong>do</strong> em nome <strong>do</strong> amor.<br />

Norma <strong>de</strong> Vencer<br />

Queres seguir nos princípios,<br />

Que a Lei Divina te aponta,<br />

Mas as sombras são sem conta<br />

Que o <strong>de</strong>sânimo produz...<br />

Cais, reergue-tes e caminhas,<br />

Às vezes, cambalean<strong>do</strong>,<br />

E, em preces, perguntas quan<strong>do</strong><br />

Chegarás à Gran<strong>de</strong> Luz.<br />

Entretanto, alma querida,<br />

Deus nos conhece os problemas,<br />

Cala-te, serve e não temas<br />

Treva, amargura ou pesar...<br />

O erro é sinal <strong>de</strong> escola,<br />

A <strong>do</strong>r é lição contigo<br />

E Jesus segue contigo.<br />

Não pares <strong>de</strong> trabalhar.<br />

Maria Dolores<br />

Psicografia <strong>de</strong> Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier – Livro “Antologia da Criança” – Autores diversos, Editora IDEAL, 3ª ed., 1992.<br />

Com o propósito <strong>de</strong> evolução, aqui nos encontramos encarna<strong>do</strong>s.<br />

Aguardávamos por esta oportunida<strong>de</strong> e, agora,<br />

chegou a nossa vez.<br />

Faz-se necessário trabalharmos firmes na Seara <strong>do</strong> Senhor<br />

para sermos merece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> um salário digno. Precisamos<br />

também fazer uso <strong>de</strong> muita boa vonta<strong>de</strong>.<br />

Muitos já foram chama<strong>do</strong>s para trabalhar na Vinha <strong>do</strong> Senhor<br />

e poucos foram os que permaneceram no labor, por<br />

vários motivos.<br />

“Na primeira hora, vieram os profetas e Moisés que apontaram<br />

as etapas <strong>do</strong> progresso. Após, chegaram os apóstolos,<br />

os mártires e, por último, os espíritas, preditos <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a aurora da vinda <strong>do</strong> Messias. Aliás, muitos <strong>de</strong>ntre estes<br />

últimos revivem hoje ou reviverão amanhã para terminarem<br />

a obra que começaram outrora.” (O Evangelho segun<strong>do</strong> o<br />

Deus, o Pai <strong>de</strong> Misericórdia, conhece-nos as fraquezas e<br />

sabe que, durante a nossa caminhada, iremos cair muitas<br />

vezes.<br />

Qual é a recomendação?<br />

Cala-te, não reclames, não aches que nunca irás conseguir<br />

modificar os seus próprios erros.<br />

Não pares <strong>de</strong> trabalhar, servin<strong>do</strong> ao próximo que sofre,<br />

pois, só assim, iremos apren<strong>de</strong>r que as virtu<strong>de</strong>s cristãs <strong>de</strong>vem<br />

ser notadas através <strong>de</strong> nossas mãos. Enquanto estivermos<br />

“ocupa<strong>do</strong>s” ajudan<strong>do</strong> o próximo, estamos reorganizan<strong>do</strong><br />

o nosso mun<strong>do</strong> íntimo e solidifican<strong>do</strong> os ensinamentos<br />

<strong>de</strong> Jesus em nós mesmos.<br />

Vitório<br />

Canal Aberto canal aberto<br />

Este espaço é reserva<strong>do</strong> para respon<strong>de</strong>rmos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações <strong>do</strong>s leitores.<br />

Agra<strong>de</strong>cemos por todas as correspondências e e-mails recebi<strong>do</strong>s. Reservamo-nos o direito <strong>de</strong> fazer modificações nos textos a serem publica<strong>do</strong>s.<br />

Trabalha<strong>do</strong>res da Última Hora<br />

Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419<br />

livros psicografa<strong>do</strong>s por Chico Xavier, romances <strong>de</strong><br />

diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas.<br />

Distribuição permanente <strong>de</strong> edificantes mensagens.<br />

<strong>Espiritismo</strong>, capítulo XX, item 3).<br />

Que possamos refletir no objetivo <strong>de</strong> nossa presença<br />

aqui na Terra que se dá por meio da Lei da Reencarnação!<br />

Empreguemos os nossos minutos em tarefas construtivas<br />

em favor <strong>do</strong> próximo, contribuin<strong>do</strong>, assim, na construção <strong>de</strong><br />

um mun<strong>do</strong> melhor on<strong>de</strong> reinem a paz, a fraternida<strong>de</strong>...<br />

Trabalhemos uni<strong>do</strong>s para que não atrasemos a hora da<br />

colheita, pois o <strong>do</strong>no da vinha, que nos espera pacientemente<br />

para nos assalariar, forneceu-nos imenso campo <strong>de</strong><br />

trabalho, cuja porta <strong>de</strong> entrada localiza-se em nosso próprio<br />

coração.<br />

Aremos sem cessar, dia após dia, cultivan<strong>do</strong> a semente<br />

<strong>do</strong> Amor. E, ao cair da tar<strong>de</strong>, receberemos a nossa recompensa.<br />

Carlo Augusto Sobrinho - Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ<br />

Banca <strong>de</strong> Livros <strong>Espíritas</strong> “Joaquim Alves (Jô)”<br />

Praça Presi<strong>de</strong>nte Castelo Branco<br />

Centro - Dia<strong>de</strong>ma - SP<br />

Telefone (11) 4055-2955<br />

Horário <strong>de</strong> funcionamento: 8 às 19 horas<br />

Segunda-feira a Sába<strong>do</strong>


Clube <strong>do</strong> Livro<br />

clube <strong>do</strong> livro<br />

O Clube <strong>do</strong> Livro Espírita<br />

“Joaquim Alves (Jô)” iniciou<br />

este ano apresentan<strong>do</strong> aos<br />

leitores associa<strong>do</strong>s, no mês<br />

<strong>de</strong> janeiro, a leitura da obra<br />

“Desencanto”.<br />

Do mesmo autor e médium<br />

já foram envia<strong>do</strong>s, também,<br />

os livros “Atareve - Os olhos<br />

da Vingança” e “Do outro la<strong>do</strong><br />

da Cruz”.<br />

Espíritos necessita<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

resgatar suas dívidas são abençoa<strong>do</strong>s com a oportunida<strong>de</strong><br />

da reencarnação. Uns aceitam, outros, nem tanto...<br />

Mas a Lei Divina se cumpre e em plena primavera <strong>de</strong><br />

1858, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Como, Lombardia, Itália, a história se<br />

inicia.<br />

O império napoleônico <strong>de</strong>smoronara e movimentos<br />

socialistas vinham crescen<strong>do</strong> a cada dia.<br />

Atualida<strong>de</strong><br />

Política<br />

Estamos conviven<strong>do</strong>, atualmente, com inúmeras notícias<br />

negativas sobre os políticos e prestes a novas eleições para<br />

governantes <strong>do</strong> Brasil.<br />

Não há no mun<strong>do</strong> outro assunto tão polêmico, que divi<strong>de</strong><br />

povos, incita uns contra os outros, gera muitas contendas,<br />

salienta ganâncias e oportunismos e não só retarda a evolução<br />

<strong>do</strong> ser humano como a <strong>de</strong> um país, empurran<strong>do</strong>-o para<br />

abismos incalculáveis.<br />

É tempo <strong>de</strong> reflexão sobre o assunto, mas reflexão consciente<br />

e sensata. Fomos, então, buscar no <strong>Espiritismo</strong> uma<br />

orientação equilibrada.<br />

Dentro da Doutrina Espírita, temos uma página <strong>do</strong> nosso<br />

eterno Chico Xavier, questiona<strong>do</strong> sobre o assunto:<br />

“— Chico, estou <strong>de</strong>scrente <strong>do</strong>s políticos. Com raras, embora<br />

notáveis exceções, esquecem-se <strong>do</strong> interesse público<br />

e só cuidam <strong>de</strong> si mesmos. Não vou votar em ninguém.<br />

To<strong>do</strong>s esperavam a resposta <strong>de</strong>le.<br />

— Votar em branco ou anular não ajuda muito.<br />

— Mas são <strong>de</strong>cepcionantes no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções.<br />

— Se você consi<strong>de</strong>ra assim, escolha o que lhe inspirar<br />

mais confiança.<br />

— Mas não é direito que a pessoa tem <strong>de</strong> votar em branco<br />

ou anular o voto?<br />

— Po<strong>de</strong> até ser, mas antes <strong>do</strong> direito está o <strong>de</strong>ver. Não<br />

po<strong>de</strong>remos ser tão indiferentes. Devemos ser mais patriotas.<br />

Nosso Brasil é um país lin<strong>do</strong> e generoso.”<br />

Chico vê muito além <strong>de</strong> nossa compreensão: o respeito à<br />

terra que nos acolhe.<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

Desencanto<br />

atualida<strong>de</strong><br />

Dario Sandri Jr.<br />

Espírito Fénelon<br />

Editora Aliança - 288 páginas<br />

Em meio a este clima sócio-político, <strong>de</strong>senrola-se a<br />

trajetória <strong>de</strong> Laura.<br />

Resta saber se conseguirá superar suas imperfeições e<br />

mediante o livre-arbítrio concedi<strong>do</strong> por Nosso Pai saberá<br />

escolher o caminho da porta estreita, dizen<strong>do</strong> não às<br />

facilida<strong>de</strong>s que levam ao <strong>de</strong>sengano.<br />

Para isso, terá que apren<strong>de</strong>r a per<strong>do</strong>ar.<br />

Esta é a história <strong>de</strong> Laura, mas a nossa não po<strong>de</strong>ria estar<br />

ocorren<strong>do</strong> agora? Será que estamos nos esforçan<strong>do</strong> para<br />

prosperar nesta reencarnação?<br />

Os mentores espirituais da protagonista trabalharam<br />

incessantemente em seu auxílio.<br />

Nunca estamos sós, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> nós, assim<br />

como foi para Laura e para to<strong>do</strong>s que lhe acompanharam<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resgate, o aproveitamento <strong>de</strong> cada<br />

reencarnação.<br />

Por isso, aproveitem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, os ensinamentos <strong>de</strong>sta<br />

obra e boa leitura!<br />

Rosangela<br />

Vê também a Pátria <strong>do</strong> Evangelho! Lembra a to<strong>do</strong>s nós o<br />

cumprimento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver a essa magnífica Pátria, on<strong>de</strong> viveu<br />

integralmente a seu favor, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-nos os mais sinceros e<br />

verda<strong>de</strong>iros exemplos.<br />

Nossa ignorância nos separa <strong>de</strong> certos assuntos, mas o<br />

nosso Chico, sabe<strong>do</strong>r da sua importância, nos convoca a<br />

revisar nosso entendimento, buscan<strong>do</strong> ver em nossa terra<br />

as belezas que Deus nos conce<strong>de</strong>, na fartura <strong>do</strong> sol, <strong>do</strong> mar,<br />

animais e alimentos. Um povo alegre e acolhe<strong>do</strong>r e <strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós e <strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong> a<br />

escolha i<strong>de</strong>al para seus governantes.<br />

Convoca-nos a retomar o caminho da serieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong> agra<strong>de</strong>cimento<br />

e <strong>do</strong> trabalho para o bem <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.<br />

Complementamos com uma <strong>de</strong> suas psicografias, pelo<br />

espírito <strong>de</strong> D. Pedro <strong>de</strong> Alcântara:<br />

Faze da terra, que nos abençoa<br />

Florão <strong>de</strong> amor e rútila coroa<br />

Para o trono <strong>do</strong> bem, puro e fecun<strong>do</strong>;<br />

E faze-nos, no imenso campo humano,<br />

Servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Cristo Soberano<br />

No ilumina<strong>do</strong> coração <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>.<br />

Há tempo para que possamos repensar nas atitu<strong>de</strong>s que<br />

<strong>de</strong>vemos tomar nas eleições que se aproximam. Façamos<br />

pelo bem <strong>de</strong>sta terra bendita que nos acolhe com o mesmo<br />

carinho que o nosso Chico sempre nos acolheu.<br />

Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier, mais uma vez, nosso muito<br />

obriga<strong>do</strong> e respeito por mais esta lição <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> e amor<br />

ao Brasil e ao nosso próximo.<br />

Anna<br />

Bibliografia: Chico Xavier Pe<strong>de</strong> Licença – J. Herculano Pires / Espíritos<br />

Diversos, Editora GEEM, 6ª ed.,1980.<br />

Momentos com Chico Xavier – A<strong>de</strong>lino Silveira, Miragraf mirassol<br />

Gráfica Ltda, 1ª ed., 1999.<br />

15


Pegadas <strong>de</strong> Chico Xavier<br />

pegadas <strong>de</strong> chico xavier<br />

Leitor amigo.<br />

O que lhe vou relatar po<strong>de</strong> ser imaginação, sonho, alguma<br />

criação elaborada nos escaninhos <strong>de</strong> minhalma.<br />

Faço-o para que você possa sentir, bem lá <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> coração,<br />

a dimensão oceânica <strong>de</strong> uma alma nobre.<br />

Certa tar<strong>de</strong>, antes <strong>do</strong> Natal, estava absorto em meditações<br />

interiores, mais <strong>de</strong>sliga<strong>do</strong> <strong>do</strong> intenso lufa-lufa diário.<br />

E o foco <strong>de</strong>ssas meditações era o centenário <strong>do</strong> nascimento<br />

<strong>de</strong> Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier, cujas comemorações<br />

se iniciarão no primeiro minuto <strong>de</strong> 2010, que está chegan<strong>do</strong>,<br />

e terão seu ápice no dia 2 <strong>de</strong> abril.<br />

Cansa<strong>do</strong>, resolvi cochilar um pouco. Estávamos próximos<br />

das seis da tar<strong>de</strong>, e nuvens escuras escondiam o pôr-<strong>do</strong>-sol.<br />

Semiconsciente, envolvi<strong>do</strong> na penumbra <strong>do</strong> sono leve, <strong>de</strong><br />

súbito, vi-me senta<strong>do</strong> em local estranho, muito agradável.<br />

Parecia que me situava nas faldas <strong>de</strong> uma serra, conviven<strong>do</strong><br />

com a intensa vegetação e os brotos d’água, vin<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> interior da terra fresca.<br />

<strong>As</strong> nascentes <strong>de</strong> um rio ali estavam próximas, com seu<br />

diminuto volume, mas já se podia ouvir o inconfundível arruí<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> movimento das águas. À minha frente, surgiam as<br />

clarida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sol poente lá pelas bandas <strong>do</strong> Atlântico, mais<br />

a oeste, e, surpreso, observei no entorno árvores diferentes.<br />

Não era a vegetação típica <strong>de</strong> nossa Serra <strong>do</strong> Mar, que<br />

apresenta como cartão <strong>de</strong> visitas o manacá da serra e suas<br />

16<br />

Sonho <strong>de</strong> Uma Tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> Verão<br />

flores multicoloridas, e sim tílias, carvalhos, plátanos e pinheiros,<br />

sofren<strong>do</strong> em graus variáveis as primeiras manifestações<br />

<strong>do</strong> frio invernal.<br />

O ambiente me fez compreen<strong>de</strong>r que estava no continente<br />

europeu, em terras que confrontavam o mar a oeste,<br />

evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> tratar-se da faixa oci<strong>de</strong>ntal <strong>do</strong> Velho Mun<strong>do</strong>.<br />

Também os pássaros não eram os nossos conheci<strong>do</strong>s<br />

bem-te-vis, sabiás, sanhaços e tico-ticos, nem tinham o seu<br />

canto exuberante.<br />

Vi tor<strong>do</strong>s, estorninhos, os onipresentes pardais, cujo alari<strong>do</strong><br />

o frio não conseguia calar, entretanto não ouvi o trina<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s rouxinóis, certamente em fuga para o sul, <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong>s<br />

com o frio. Estatela<strong>do</strong> ante aquela natureza tão bela,<br />

não conseguia enten<strong>de</strong>r o que ocorria. Senta<strong>do</strong>, meditava,<br />

giran<strong>do</strong> algum graveto entre os <strong>de</strong><strong>do</strong>s, observan<strong>do</strong> ariscos<br />

esquilos.<br />

Envolto em suave, mas marcante luminosida<strong>de</strong>, eis que<br />

<strong>de</strong>sce <strong>do</strong>s céus e senta-se ao meu la<strong>do</strong> alguém que i<strong>de</strong>ntifiquei<br />

com surpresa e emoção.<br />

— Chico, você está aqui? Não é possível. Os anjos visitam<br />

a Terra?<br />

Pensei <strong>de</strong>sconcerta<strong>do</strong>: não creio ter morri<strong>do</strong>, pois minha<br />

atmosfera espiritual <strong>de</strong>nsa e pobre me situaria, no outro<br />

la<strong>do</strong> da vida, em locais mais tristes...<br />

— Sou eu mesmo, Caio, disse abrin<strong>do</strong> largo sorriso, o<br />

seu inconfundível sorriso.<br />

Vim visitá-lo e pedi aos nossos amigos espirituais que<br />

escolhessem um pouso <strong>de</strong> paz e <strong>de</strong> reminiscências, a fim<br />

<strong>de</strong> que eu pu<strong>de</strong>sse tranquilizar sua alma atormentada.<br />

— Ah! Chico, não sei o que falar. Carrego a mente torturada<br />

por remorsos, busco com sofreguidão rever no trabalho<br />

intenso os momentos caros <strong>de</strong> nossa convivência,<br />

apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o que você me ensinava com tanto <strong>de</strong>svelo.<br />

Aprendi, mas não consegui vivenciar tantos ensinamentos.<br />

Permaneço na medíocre posição em que me situei<br />

na vida, ten<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> e pouco realizan<strong>do</strong>.<br />

— Não, meu caro, as coisas não correm <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong><br />

na vida. Não correm não.<br />

A Divina Misericórdia paira acima <strong>de</strong> nossas limitações,<br />

mostran<strong>do</strong>-nos sem cessar, seja no verão quente <strong>de</strong> nossa<br />

terra ou aqui nesse inverno agradável, nas noites <strong>de</strong><br />

céu pontifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> estrelas ou nos dias <strong>de</strong> tormentas assusta<strong>do</strong>ras,<br />

que o caminho é um só: a longa vereda cultivada<br />

com amor, embora permeada <strong>de</strong> obstáculos aparentemente<br />

intransponíveis.<br />

Não se <strong>de</strong>sespere, pois as portas da re<strong>de</strong>nção nos estão<br />

sempre abertas.<br />

— Infelizmente, obtemperei, é complica<strong>do</strong> aceitar que,<br />

mesmo conhecen<strong>do</strong> as realida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> espírito, erramos<br />

tanto...Por quê?<br />

Com paciência, Chico respon<strong>de</strong>u:<br />

— Você sabe que Paulo <strong>de</strong> Tarso, cultor da lei religiosa<br />

<strong>de</strong> seu tempo, agiu sem pieda<strong>de</strong> com Estevão, e o sena<strong>do</strong>r,<br />

com os eleva<strong>do</strong>s predica<strong>do</strong>s da inteligência, impôs<br />

árduos sofrimentos a Lívia.<br />

Mas, esses gran<strong>de</strong>s benfeitores <strong>de</strong> nossas vidas perseveraram<br />

no bom combate e legaram-nos, ainda nas difíceis<br />

lutas <strong>de</strong> suas reencarnações ao tempo <strong>do</strong> Cristo, os<br />

exemplos mais exuberantes <strong>de</strong> amor e renúncia.


— Você é sempre o mesmo, Chico, amoroso e terno.<br />

Agra<strong>de</strong>ço-lhe a compreensão ante minhas limitações.<br />

Se tivesse o brilho <strong>de</strong> Humberto <strong>de</strong> Campos, tentaria fazer<br />

uma entrevista com você neste recanto <strong>de</strong> tanta paz. Em<br />

nossa gíria popular, contu<strong>do</strong>, dizemos que quem não tem<br />

cão caça com gato.<br />

<strong>As</strong>sim, vou imaginar que em meu lugar estivesse agora o<br />

nosso sau<strong>do</strong>so acadêmico, cujos anos <strong>de</strong> sofrimento tanto<br />

marcaram os brasileiros que o conheceram ou leram seus<br />

livros, escritos com a pena molhada <strong>de</strong> tinta e <strong>de</strong> lágrimas,<br />

e fazer-lhe algumas perguntas. Posso?<br />

— É claro, respon<strong>de</strong>u Chico, acrescentan<strong>do</strong> humil<strong>de</strong>mente:<br />

— Que não seja nos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong> encontro que nosso Humberto<br />

teve, já na Vida Espiritual, com Judas na Jerusalém <strong>de</strong><br />

tantas recordações, pois não tenho a gran<strong>de</strong>za d’alma <strong>do</strong><br />

apóstolo incompreendi<strong>do</strong>...<br />

— Vamos lá, então!<br />

Você tem notícia <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong> Selo Comemorativo que<br />

os Correios vão lançar em sua homenagem. Isso o alegrou?<br />

— Caio, a respeito <strong>do</strong> selo, <strong>de</strong>ixou-me feliz a homenagem<br />

à nossa Doutrina Espírita <strong>de</strong> consolações e esclarecimentos.<br />

Minha imagem, colada nos envelopes, queri<strong>do</strong> amigo, me<br />

trará alegria na medida em que as cartas que percorrerem<br />

nosso país e o mun<strong>do</strong> levarem paz, consolo e esperança.<br />

Eu ficarei feliz, se alguém se <strong>de</strong>tiver no selo e disser:<br />

“aquela pobre alma falou muito <strong>de</strong> Jesus e procurou seguirlhe<br />

os ensinos”. Continuo o mesmo na Vida Espiritual, não<br />

mu<strong>de</strong>i nada. Seria mais razoável que se falasse em centenário<br />

<strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> ‘Cisco’ Xavier...<br />

Olhei para ele com imenso carinho, saben<strong>do</strong> que contemplava<br />

o missionário <strong>do</strong> Bem, a alma engran<strong>de</strong>cida na <strong>do</strong>r e<br />

no trabalho diuturno. Inumeráveis vezes, encontrei-o tu<strong>do</strong><br />

fazen<strong>do</strong> para secar lágrimas e <strong>de</strong>spertar sorrisos <strong>de</strong> alegria<br />

e esperança.<br />

E voltei à entrevista.<br />

— Chico, você tem 100 anos!<br />

Vejo-o com a jovialida<strong>de</strong> que marcou profundamente sua<br />

presença entre nós. Você está <strong>de</strong>scansan<strong>do</strong> na Vida Maior?<br />

— Carregan<strong>do</strong> pedras... O <strong>de</strong>scanso vem com o trabalho.<br />

Parece para<strong>do</strong>xal, não é mesmo?<br />

Há muita gente sofren<strong>do</strong> aí e por lá, no outro plano <strong>de</strong><br />

vida. Urge que se multipliquem as mãos em benefício <strong>de</strong>sses<br />

espíritos liga<strong>do</strong>s ao corpo e também em favor <strong>do</strong>s que<br />

<strong>de</strong>le se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>ram, viven<strong>do</strong> em <strong>de</strong>sespero no mun<strong>do</strong><br />

espiritual.<br />

A Rainha Santa, quan<strong>do</strong> me permite estar a seu la<strong>do</strong>,<br />

ainda que por alguns minutos, sempre observa que a felicida<strong>de</strong><br />

nossa está assentada na paz espiritual daqueles que<br />

amamos e <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os irmãos <strong>de</strong> caminhada que pa<strong>de</strong>cem<br />

<strong>do</strong>res que mal po<strong>de</strong>mos imaginar.<br />

Por isso, a solução é trabalho, muito trabalho na seara <strong>do</strong><br />

Bem, mesmo com injúrias e dificulda<strong>de</strong>s.<br />

— Tu<strong>do</strong> certo, alma querida, mas estou ainda um pouco<br />

distante <strong>de</strong> tanto trabalho, e, falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas <strong>do</strong> coração,<br />

ouso indagar-lhe algo que, em nossos papos, marcou minha<br />

vida:<br />

Lembra-se <strong>do</strong>s bons tempos, os que não voltam mais,<br />

das noites intermináveis em que falávamos sem cessar?<br />

Você, que tanto admira e cultua a música clássica, <strong>de</strong>monstrava,<br />

naqueles momentos, especial simpatia, ao rodar<br />

<strong>do</strong> velho toca-fitas, presença obrigatória nesses encontros,<br />

por uma música popular composta pelo famoso maestro<br />

toscano Mantovani, intitulada Serenata <strong>de</strong> Amor.<br />

Aprendi a gostar <strong>de</strong>ssa música. Você se recorda <strong>de</strong>la?<br />

— E como... tão bela! E, se melhor observar, você vai<br />

perceber que tem a inspiração <strong>do</strong> romantismo clássico <strong>de</strong><br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

Chopin. Por vezes, quan<strong>do</strong> me conce<strong>de</strong>m alguns minutos<br />

<strong>de</strong> lazer, ouço-a com você em seu carro.<br />

Seus acor<strong>de</strong>s suaves, algo tristes, me envolvem em recordações<br />

<strong>do</strong>s bons tempos a que você se refere. Esses<br />

tempos voltam, voltam sim, Caio. Fique tranquilo.<br />

Por alguns momentos, não conseguimos estancar as<br />

lágrimas. <strong>As</strong> minhas pesadas, com algum <strong>de</strong>sespero, e as<br />

<strong>de</strong>le leves, a lhe ressaltar o rosto espiritualiza<strong>do</strong>. Parecia<br />

que Deus as pintava <strong>de</strong> luz.<br />

Vi-me impossibilita<strong>do</strong> <strong>de</strong> continuar a entrevista. Com a<br />

voz embargada, tive muita dificulda<strong>de</strong> em dizer-lhe:<br />

— Não consigo entrevistá-lo mais, Chico. A emoção não o<br />

permite. Per<strong>do</strong>e-me, não sou Humberto <strong>de</strong> Campos... Apenas<br />

lhe farei mais uma, a <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira pergunta:<br />

Daqui a alguns dias, passa o Natal, chega o Novo Ano, e<br />

você completa 100 anos...<br />

Qual a mensagem que gostaria <strong>de</strong> dirigir aos milhões <strong>de</strong><br />

brasileiros que o a<strong>do</strong>ram e respeitam, sejam espíritas ou<br />

estejam envolvi<strong>do</strong>s em crenças diversas da nossa?<br />

— Kar<strong>de</strong>c conclui o capítulo XV <strong>de</strong> nosso Evangelho,<br />

lembran<strong>do</strong>-nos com muita clareza que o verda<strong>de</strong>iro espírita<br />

e o cristão autêntico são uma só e a mesma coisa.<br />

Agra<strong>de</strong>ço a to<strong>do</strong>s o carinho cristaliza<strong>do</strong> no amor que sempre<br />

me dispensaram. É eterno o meu reconhecimento pelas<br />

visitas, pelas orações em meu favor, e rogo <strong>de</strong> coração que<br />

me relevem a condição espiritual ainda tão incipiente.<br />

Não mereço tanta atenção. Suplico a Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo que nos inspire e peço-lhes que juntos não esqueçamos<br />

suas palavras:<br />

— Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.<br />

Lágrimas rolavam <strong>de</strong> seu rosto angelical, e, após alguns<br />

momentos, pena que fugazes, <strong>de</strong> in<strong>de</strong>scritível paz, Chico<br />

falou-me:<br />

— Preciso partir, e você precisa acordar.<br />

Antes <strong>de</strong> partir, contu<strong>do</strong>, ainda fizemos uma breve caminhada<br />

pelo cativante local. E daquele seu jeito tão característico<br />

<strong>de</strong> falar das coisas, enquanto percorríamos um<br />

trecho da serra, chegan<strong>do</strong> próximo a uma nascente, nosso<br />

amigo e benfeitor pon<strong>de</strong>rou:<br />

— Essas águas vão encorpar e, tortuosas, percorrerão<br />

um longo trajeto até o mar.<br />

Nos sítios por on<strong>de</strong> passarem, comunas maiores ou<br />

minúsculos aglomera<strong>do</strong>s da gente nos campos, as águas<br />

transformadas em caudaloso rio recolherão pensamentos e<br />

recordações que, por séculos, permanecem arquiva<strong>do</strong>s em<br />

suas margens, principalmente na margem que olha para o<br />

sul.<br />

E afoitas, não sopitan<strong>do</strong> o ímpeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>saguar no mar,<br />

<strong>de</strong>slizarão até o Atlântico, na ânsia <strong>de</strong> mostrar a toda a humanida<strong>de</strong><br />

as mais comoventes histórias <strong>de</strong> amor.<br />

E partiu.<br />

Ainda não era noite, mas os raios solares mais páli<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> inverno não conseguiam ofuscar o facho <strong>de</strong> luz que o<br />

acompanhou rumo <strong>de</strong> sua morada, lá no alto <strong>do</strong> firmamento.<br />

Abri os olhos com a impressão muito forte <strong>de</strong> que estivera<br />

por alguns momentos com Chico Xavier.<br />

Sonho?<br />

Não sei dizer, mas <strong>de</strong>sses momentos restou aquela sauda<strong>de</strong><br />

que dói. A gente anda <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> para o outro <strong>de</strong>sassisa<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong>pois, volta a dura realida<strong>de</strong>, e compreen<strong>de</strong>mos<br />

que a vida continua.<br />

Até breve, Chico!<br />

Caio Ramacciotti<br />

São Bernar<strong>do</strong> <strong>do</strong> Campo, Natal <strong>de</strong> 2009<br />

Texto extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> livreto Comunicação, Ano 43, n° 187, fevereiro a<br />

junho/2010, GEEM – Grupo Espírita Emmanuel<br />

Imagem: http://static.panoramio.com/photos/original/403844.jpg<br />

http://www.institutoandreluiz.org/chico_jovem.jpg<br />

17


Kar<strong>de</strong>c em Estu<strong>do</strong><br />

kar<strong>de</strong>c em estu<strong>do</strong><br />

Das Ocupações e Missões <strong>do</strong>s Espíritos<br />

O Livro <strong>do</strong>s Espíritos – 2ª parte – capítulo X<br />

Questão 558 : Alguma outra coisa incumbe aos Espíritos fazer, que não seja melhorarem-se pessoalmente?<br />

“Concorrem para a harmonia <strong>do</strong> Universo, executan<strong>do</strong> as vonta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Deus, cujo os ministros eles são. A vida espírita é uma ocupação<br />

contínua, mas que nada tem <strong>de</strong> penosa, como a vida na Terra, porque não há fadiga corporal, nem as angústias das necessida<strong>de</strong>s.”<br />

Na resposta dada a Kar<strong>de</strong>c nesta questão assim como<br />

em outras tantas contidas em O Livro <strong>do</strong>s Espíritos, a Espiritualida<strong>de</strong><br />

Superior traz a explicação das ocupações, das<br />

tarefas e das missões <strong>do</strong>s Espíritos, cada qual <strong>de</strong>ntro da<br />

sua faixa evolutiva.<br />

To<strong>do</strong> Espírito mesmo o mais primitivo contribui, mesmo<br />

sem o saber, para a harmonia <strong>do</strong> Universo. Os Espíritos<br />

mais atrasa<strong>do</strong>s atuam na Natureza, sen<strong>do</strong> os agentes executores<br />

<strong>de</strong> certos fenômenos, sem o saberem. A vida espiritual,<br />

bem o sabemos, é ativa, pois não existe o “morreu,<br />

<strong>de</strong>scansou!”<br />

Ao <strong>de</strong>ixar o corpo físico, segue o Espírito igualzinho ao<br />

que era aqui, com os mesmos gostos e pen<strong>do</strong>res, e já que<br />

ninguém vira “santo” porque <strong>de</strong>sencarnou, segue o Espírito<br />

na erraticida<strong>de</strong> com os mesmos apegos, as mesmas viciações,<br />

os mesmos sentimentos e instintos, sem conseguir<br />

se <strong>de</strong>sligar <strong>do</strong> plano da matéria.<br />

O Espírito permanece junto aos afins encarna<strong>do</strong>s, se refestelan<strong>do</strong><br />

nos vícios ou em cobrança, por vingança pelo<br />

ódio alimenta<strong>do</strong>, servin<strong>do</strong>, sem o saberem, <strong>de</strong> instrutores<br />

uns <strong>do</strong>s outros, até se cansarem <strong>do</strong> mal e, pela própria vonta<strong>de</strong>,<br />

procurarem o Bem, a melhora interior, a mudança <strong>de</strong><br />

hábitos.<br />

Pela Lei <strong>de</strong> Causa e Efeito é assim que a Justiça e a<br />

Misericórdia Divina agem a nosso favor, pois é pelo sofrimento,<br />

pela <strong>do</strong>r que o Espírito encarna<strong>do</strong> expia os próprios<br />

erros. E, no plano espiritual, assim que o Espírito se entedia,<br />

se cansa <strong>do</strong> mal, <strong>do</strong> sofrimento, da situação em que se<br />

encontra e se volta para Deus numa prece, num pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

socorro saí<strong>do</strong> <strong>do</strong> coração, imediatamente o auxílio se faz<br />

presente através <strong>do</strong>s Espíritos socorristas.<br />

São equipes espirituais que trabalham no serviço <strong>do</strong><br />

Bem a favor <strong>do</strong> próximo. Eles recolhem os Espíritos sofre<strong>do</strong>res<br />

e os levam para tratamento nos hospitais, casas e<br />

instituições socorristas, no plano espiritual.<br />

E temos os Espíritos Protetores que inspiram e intuem<br />

os corações das pessoas encarnadas para que, <strong>de</strong>ntro das<br />

suas possibilida<strong>de</strong>s, possam levar auxílio às pessoas que<br />

se encontram em sofrimento.<br />

18<br />

Estes Espíritos que trabalham em nome <strong>de</strong> Jesus no<br />

campo <strong>do</strong> Bem, estudam e recebem todas as instruções<br />

e as orientações sobre as tarefas <strong>de</strong> auxílio e amor aos<br />

irmãos infelizes, <strong>de</strong> forma contínua <strong>do</strong>s instrutores espirituais<br />

que orientam e comandam as equipes socorristas, num<br />

trabalho incessante <strong>de</strong> amor a serviço <strong>do</strong> Bem.<br />

Através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s livros <strong>do</strong> nosso Chico Xavier, na<br />

série ditada pelo Espírito André Luiz, po<strong>de</strong>mos conhecer e<br />

enten<strong>de</strong>r melhor to<strong>do</strong> esse trabalho <strong>de</strong> amor e assistência<br />

<strong>do</strong> Plano Espiritual Superior, em benefício aos encarna<strong>do</strong>s<br />

e <strong>de</strong>sencarna<strong>do</strong>s, em sofrimento e o que significa para<br />

cada Espírito em aprendiza<strong>do</strong> e crescimento, sua melhoria<br />

pessoal pela prática <strong>do</strong> amor ao próximo, como o único caminho<br />

da nossa evolução.<br />

E faz-se necessário que lembremos sempre Emmanuel<br />

a pedir que nos instruamos, que estu<strong>de</strong>mos, sempre disciplinadamente,<br />

os livros <strong>de</strong> Allan Kar<strong>de</strong>c que são a base<br />

da Doutrina Espírita: “O Livro <strong>do</strong>s Espíritos” que respon<strong>de</strong><br />

a todas as nossas dúvidas; “O Livro <strong>do</strong>s <strong>Médiuns</strong>” que nos<br />

esclarece quanto à mediunida<strong>de</strong> séria a serviço <strong>de</strong> Jesus;<br />

“O Evangelho segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong>” que nos traz Jesus<br />

em seus ensinamentos <strong>de</strong> amor; “O Céu e o Inferno” a<br />

nos explicar como nos situaremos no plano espiritual; “A<br />

Gênese” que nos mostra toda a criação e preparação <strong>do</strong><br />

nosso planeta Terra para nos receber e a nossa trajetória<br />

evolutiva e to<strong>do</strong>s os quatrocentos e tantos livros <strong>do</strong> nosso<br />

Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier que traduzem, explicam e simplificam,<br />

trocan<strong>do</strong> em miú<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s os ensinamentos da<br />

base kar<strong>de</strong>quiana, para que não tenhamos <strong>de</strong>sculpas em<br />

dizer que não apren<strong>de</strong>mos porque não enten<strong>de</strong>mos.<br />

Só com o estu<strong>do</strong> sério da Doutrina Espírita que é o Cristianismo<br />

Redivivo, trazi<strong>do</strong> em sua pureza, compreen<strong>de</strong>remos<br />

o quanto é importante trabalharmos por nossa superação,<br />

nossa reforma íntima, nossa melhoria espiritual.<br />

Isto conseguiremos nos <strong>do</strong>an<strong>do</strong>, dan<strong>do</strong> <strong>de</strong> nós mesmos<br />

a favor <strong>do</strong> nosso próximo, aman<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> indulgentes, ten<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>votamento e per<strong>do</strong>an<strong>do</strong> as ofensas.<br />

Fátima<br />

Bibliografia: O Livro <strong>do</strong>s Espíritos – Allan Kar<strong>de</strong>c, Editora FEB, 69ª<br />

ed., 1987.<br />

Imagem: http://www.nasa.gov/centers/jpl/images/content/212037main_1.jpg


Calendário<br />

Abril<br />

DIA01<br />

1858 constituída a Socieda<strong>de</strong> Espírita <strong>de</strong><br />

Paris, ten<strong>do</strong> como funda<strong>do</strong>r Allan Kar<strong>de</strong>c e<br />

outros.<br />

DIA02<br />

1869 sepulta<strong>do</strong> Allan Kar<strong>de</strong>c no cemitério <strong>de</strong><br />

Montmartre, Paris.<br />

1910 nasce Francisco Cândi<strong>do</strong> Xavier (Francisco<br />

<strong>de</strong> Paula Cândi<strong>do</strong>), em Pedro Leopol<strong>do</strong>,<br />

Minas Gerais. Psicografou mais <strong>de</strong> 400<br />

obras espíritas. Sua primeira obra “Parnaso<br />

<strong>de</strong> Além-Túmulo” suscitou <strong>de</strong>bates por to<strong>do</strong><br />

o país, pela originalida<strong>de</strong> e ineditismo. Filho<br />

<strong>do</strong> operário João Cândi<strong>do</strong> Xavier e da <strong>do</strong>méstica<br />

Maria João <strong>de</strong> Deus. A <strong>de</strong>sencarnação <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>na Maria João <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>u-se a 29 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1915, quan<strong>do</strong> Chico tinha apenas 5<br />

anos. Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia,<br />

Carmosina, José, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, Chico,<br />

Raimun<strong>do</strong>, Maria da Conceição e Geralda),<br />

seis foram entregues a padrinhos e amigos.<br />

Chico sofreu muito em companhia <strong>de</strong> sua<br />

madrinha, que era obsediada. Conta ele,<br />

que apanhava três vezes por dia, com vara<br />

<strong>de</strong> marmelo. O pai <strong>de</strong> Chico casou-se novamente<br />

<strong>de</strong>sta feita com Cidália Batista, <strong>de</strong><br />

cujo casamento teve mais seis filhos (André<br />

Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João<br />

Cândi<strong>do</strong>).<br />

2010 centenário <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> Francisco<br />

Cândi<strong>do</strong> Xavier. - Lançamento <strong>do</strong> filme<br />

“Chico Xavier” - Lançamento <strong>do</strong> selo comemorativo<br />

<strong>do</strong> seu nascimento. - Por to<strong>do</strong> o<br />

país e também em várias regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a<br />

figura magnânima e boníssima <strong>de</strong> Chico Xavier<br />

é reverenciada e tida como uma das personalida<strong>de</strong>s<br />

mais brilhantes e amorosas que,<br />

por aqui, viveram.<br />

DIA04<br />

1919 <strong>de</strong>sencarna William Crookes, químico<br />

e físico, pesquisa<strong>do</strong>r espírita e membro da<br />

Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Ciências <strong>de</strong> Londres, autor <strong>do</strong><br />

livro “Fatos <strong>Espíritas</strong>”; durante quatro anos<br />

pesquisou a mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Florence Cook<br />

com as materializações <strong>do</strong> espírito Katie<br />

King.<br />

DIA10<br />

1775 nasce Christian Friedrich Samuel Hahnemann,<br />

o “pai da Homeopatia”, na Alemanha.<br />

1901 <strong>de</strong>sencarna Pierre Gaëtan Leymarie,<br />

Paris, França, médium, sucessor <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c<br />

à frente da Revue Spirite que, em certa<br />

ocasião, escreve sobre Allan Kar<strong>de</strong>c: “Aos<br />

<strong>do</strong>mingos, sobretu<strong>do</strong> nos últimos<br />

dias <strong>de</strong> sua vida, convidava amigos<br />

para jantar em sua Vila Ségur e, após<br />

haverem <strong>de</strong>bati<strong>do</strong> os pontos mais<br />

difíceis e mais controverti<strong>do</strong>s da<br />

Doutrina, esforçava-se para entreter os<br />

convida<strong>do</strong>s. Mostrava-se expansivo,<br />

espalhan<strong>do</strong> o bom-humor em todas as<br />

oportunida<strong>de</strong>s.”<br />

Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>Espíritas</strong> Amor e Esperança<br />

calendario<br />

DIA11<br />

1900 <strong>de</strong>sencarna A<strong>do</strong>lfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes,<br />

no RJ, “O Médico <strong>do</strong>s Pobres”, foi médico,<br />

militar, escritor, jornalista, político e expoente<br />

da Doutrina Espírita no Brasil. Após<br />

estudar por alguns anos as obras <strong>de</strong> Allan<br />

Kar<strong>de</strong>c, em 16 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1886, aos cinquenta<br />

e cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, perante gran<strong>de</strong><br />

público (estima<strong>do</strong>, conforme os seus biógrafos,<br />

entre mil e quinhentas e duas mil pessoas),<br />

justificou a sua opção em abraçar o <strong>Espiritismo</strong>.<br />

<strong>As</strong>sumiu a presidência <strong>do</strong> Centro<br />

da União Espírita <strong>do</strong> Brasil em 21 <strong>de</strong> Abril e,<br />

em 22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1890, oficiou ao então<br />

presi<strong>de</strong>nte da República, marechal Deo<strong>do</strong>ro<br />

da Fonseca, em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s direitos e da liberda<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s espíritas contra certos artigos <strong>do</strong><br />

Código Penal brasileiro <strong>de</strong> 1890.<br />

DIA12<br />

1927 <strong>de</strong>sencarna o francês Léon Denis, o<br />

“Filósofo da Doutrina Espírita”, autor <strong>de</strong> várias<br />

obras tais como: “Depois da morte”; “O<br />

Problema <strong>do</strong> Ser, <strong>do</strong> Destino e da Dor”; Cristianismo<br />

e <strong>Espiritismo</strong>”; “No Invisível”; “O<br />

Porquê da Vida”; “O Gran<strong>de</strong> Enigma”.<br />

DIA14<br />

1949 inicia-se a primeira Feira Nacional <strong>do</strong><br />

Livro Espírita no RJ, patrocinada pelo Conselho<br />

Consultivo <strong>de</strong> Mocida<strong>de</strong>s <strong>Espíritas</strong> <strong>do</strong><br />

Brasil.<br />

DIA15<br />

1865 <strong>de</strong>sencarna Abraham Lincoln, em Washington,<br />

EUA, presi<strong>de</strong>nte norte-americano.<br />

Espírita, realizava sessões na Casa Branca.<br />

DIA18 - DIA DO<br />

LIVRO ESPÍRITA<br />

1857 surge a primeira edição <strong>de</strong> “O Livro<br />

<strong>do</strong>s Espíritos”.<br />

1957 surge no Brasil o primeiro selo espírita,<br />

comemoran<strong>do</strong> o centenário <strong>do</strong> aparecimento<br />

<strong>de</strong> “O Livro <strong>do</strong>s Espíritos”.<br />

1972 lança<strong>do</strong> o primeiro livro espírita infantil<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, “O Lobo Mau Reencarna<strong>do</strong>”,<br />

<strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Roque Jacintho, autor <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> 130 livros espíritas infantis e <strong>do</strong>utrinários.<br />

Escreveu também livros didáticos nas áreas<br />

<strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Direito, livros muito utiliza<strong>do</strong>s<br />

nas Universida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />

1974 lança<strong>do</strong> o jornal “Folha Espírita’’ primeiro<br />

a ser vendi<strong>do</strong> nas bancas em São Paulo.<br />

DIA19<br />

1862 nasce Inácio Bittencourt, na Ilha Terceira,<br />

Arquipélago <strong>do</strong>s Açores, Freguesia da Sé<br />

<strong>de</strong> Angra <strong>do</strong> Heroísmo (Portugal); médium<br />

receitista e cura<strong>do</strong>r, espírita atuante no Brasil.<br />

Fun<strong>do</strong>u o semanário “Aurora” e o “Abrigo<br />

Tereza <strong>de</strong> Jesus”, tradicional obra assisten-<br />

cial, até hoje em pleno funcionamento; fun<strong>do</strong>u<br />

o Centro Cáritas; tomou parte ativa na<br />

fundação da “União Espírita Suburbana” e<br />

<strong>do</strong> “<strong>As</strong>ilo Legião <strong>do</strong> Bem”, que acolhe vovozinhas<br />

<strong>de</strong>samparadas. Durante alguns anos,<br />

exerceu também a Vice-Presidência da Fe<strong>de</strong>ração<br />

Espírita Brasileira; presidiu o “Centro<br />

Humilda<strong>de</strong> e Fé”, on<strong>de</strong> nasceu a “Tribuna Espírita”,<br />

por ele dirigida durante alguns anos.<br />

DIA21<br />

1889 funda<strong>do</strong> o primeiro Centro Espírita <strong>do</strong><br />

Brasil e a primeira escola <strong>de</strong> médiuns pelo Dr.<br />

Bezerra <strong>de</strong> Menezes e Augusto Elias da Silva.<br />

DIA22<br />

1904 <strong>de</strong>sencarna Florence Cook, médium,<br />

por intermédio da qual o Espírito Katie King<br />

se materializava, dan<strong>do</strong> ensejo ao cientista<br />

William Crookes para estudar o fenômeno,<br />

com <strong>de</strong>talhes.<br />

DIA23<br />

1923 <strong>de</strong>sencarna a médium Anna Pra<strong>do</strong>.<br />

Pioneira da prática <strong>de</strong> efeitos físicos no país;<br />

foi uma das maiores colabora<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> escritor<br />

espírita Raymun<strong>do</strong> Nogueira <strong>de</strong> Faria,<br />

para a preparação <strong>de</strong> sua obra “O Trabalho<br />

<strong>do</strong>s Mortos”, publicada pela Fe<strong>de</strong>ração Espírita<br />

Brasileira (FEB) em 1921. A obra <strong>de</strong>talha<br />

os fenômenos <strong>de</strong> efeitos físicos <strong>de</strong> materialização<br />

nos quais Anna Pra<strong>do</strong> era o agente<br />

mediúnico. Sen<strong>do</strong> ilustrada por fotografias,<br />

as sessões aconteciam na residência da família,<br />

sen<strong>do</strong> a filha, Antonina Pra<strong>do</strong>, médium<br />

psicógrafa.<br />

DIA24<br />

1984 <strong>de</strong>sencarna Deolin<strong>do</strong> Amorim, jornalista<br />

e escritor que i<strong>de</strong>alizou os Congressos<br />

<strong>de</strong> Jornalistas e Escritores <strong>Espíritas</strong>, a<br />

ABRAJEE e o Instituto <strong>de</strong> Cultura Espírita<br />

<strong>do</strong> Brasil.<br />

DIA25<br />

1882 <strong>de</strong>sencarna Johann Carl Friedrich<br />

Zollner, em Leipzig, Alemanha; astrônomo<br />

e pesquisa<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s fenômenos mediúnicos,<br />

autor <strong>do</strong> livro “Provas Científicas da Sobrevivência”.<br />

DIA29<br />

1909 <strong>de</strong>sencarna Amália Domingo Soler, em<br />

Barcelona, médium.<br />

1864 lançada a primeira edição <strong>de</strong> “O Evangelho<br />

segun<strong>do</strong> o <strong>Espiritismo</strong>”,<br />

DIA30<br />

1856 transmitida a Allan Kar<strong>de</strong>c a primeira<br />

revelação mediúnica, a respeito da missão<br />

que haveria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar.<br />

1969 <strong>de</strong>sencarna Sebastião Lasneau, em<br />

Barra <strong>do</strong> Piraí, RJ, poeta, cego e um <strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>res<br />

das Semanas <strong>Espíritas</strong>.<br />

Clube <strong>do</strong> Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”<br />

Receba mensalmente obras<br />

selecionadas <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />

com os ensinamentos espíritas.<br />

Informe-se através:<br />

E-mail: contato@espiritismoeluz.org.br<br />

www.espiritismoeluz.org.br<br />

(11) 2758-6345<br />

Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Dia<strong>de</strong>ma - SP<br />

CHICO<br />

19


Órgão divulga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Espíritas</strong> “Amor e Esperança”<br />

Caixa Postal 42<br />

Dia<strong>de</strong>ma - SP<br />

09910-970<br />

Destinatário<br />

FECHAMENTO AUTORIZADO - Po<strong>de</strong> ser aberto pela ECT

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