23. influência na solubilidade de resinas compostas após a atuação ...
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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba<br />
Centro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong><br />
Curso <strong>de</strong> Graduação em Odontologia<br />
GISÊLDA ROLIM MENDES DE ALMEIDA<br />
INFLUÊNCIA NA SOLUBILIDADE DE RESINAS COMPOSTAS APÓS A ATUAÇÃO DE<br />
ISOTÔNICOS<br />
João Pessoa<br />
2010
GISÊLDA ROLIM MENDES DE ALMEIDA<br />
INFLUÊNCIA NA SOLUBILIDADE DE RESINAS COMPOSTAS<br />
APÓS A ATUAÇÃO DE ISOTÔNICOS<br />
Orientador: Rosenês Lima dos Santos, Doutora<br />
Co-orientador: Germa<strong>na</strong> Coeli <strong>de</strong> Farias Sales, Mestre<br />
João Pessoa<br />
2010<br />
Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />
apresentado ao Curso <strong>de</strong> Graduação em<br />
Odontologia, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da<br />
Paraíba em cumprimento às exigências para<br />
conclusão.<br />
2
DEDICATÓRIA<br />
Dedico essa vitória primeiramente a Deus que com suas mãos po<strong>de</strong>rosas me guiou<br />
durante toda a minha caminhada, encorajando-me a prosseguir e jamais <strong>de</strong>sistir.<br />
Aos meus pais Anselmo e Lígia, exemplos <strong>de</strong> caráter, perseverança e<br />
força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>. Obrigada pela presença constante, presença que sempre me incentiva a<br />
superar os obstáculos e a lutar pela vida com muito trabalho e sabedoria. Vocês que são<br />
exemplos <strong>de</strong> trabalho, dignida<strong>de</strong> e amor, sempre me brindaram com verda<strong>de</strong>iras “lições <strong>de</strong><br />
vida” e que nunca me faltaram com seu apoio. Muitíssimo obrigada!<br />
Ao meu irmão, Aran, pelo carinho e afeto <strong>na</strong>s horas <strong>de</strong> cansaço e pelas brinca<strong>de</strong>iras<br />
carinhosas <strong>na</strong>s horas em que mais precisei. E porque acima <strong>de</strong> tudo, o amor que nos une é<br />
incondicio<strong>na</strong>l e muito especial.<br />
Ao meu noivo, Silmar, pelo tempo subtraído em nosso convívio, pela cumplicida<strong>de</strong> em<br />
todos os momentos, amor e companheirismo. Sua presença em minha vida foi uma dádiva<br />
<strong>de</strong> Deus e sendo assim, <strong>de</strong> suma importância nesse fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> caminhada e sei que será <strong>na</strong>s<br />
novas etapas que estão por vir.<br />
Aos meus avós paternos e maternos , meu eterno carinho, respeito e admiração.<br />
Aos meus familiares e amigos que tanto fazem parte da minha vida e do meu coração.<br />
Aos meus tios <strong>de</strong> coração, Giuseppe Scarano e Regi<strong>na</strong> Zaccara, pelo incentivo pela<br />
profissão e pelo apoio <strong>na</strong>s horas <strong>de</strong> dúvidas e incertezas. O amor que sinto por vocês<br />
trance<strong>de</strong> os laços <strong>de</strong> sangue, vai além <strong>de</strong> tudo.<br />
MUITO OBRIGADA!!!!!!<br />
4
AGRADECIMENTOS<br />
Às minhas orientadoras, Rosênes e Germa<strong>na</strong>, por terem acreditado e confiado no<br />
meu potencial, pela experiência e conhecimentos adquiridos durante suas cuidadosas<br />
orientações em todas as etapas <strong>de</strong>sta pesquisa e em todas as ativida<strong>de</strong>s que juntas<br />
<strong>de</strong>senvolvemos.<br />
Aos professores que fizeram parte da minha Família UFPB durante esses anos <strong>de</strong><br />
graduação, pelas experiências vividas, <strong>de</strong>dicação e por serem verda<strong>de</strong>iros exemplos <strong>de</strong><br />
amor pela profissão.<br />
Aos meus Amigos <strong>de</strong> Turma, pelos anos divididos em busca da realização do sonho<br />
<strong>de</strong> ser odontóloga. Amigos que além <strong>de</strong> terem sido fonte <strong>de</strong> inspiração para as minhas<br />
idéias, ajudaram-me com opiniões, críticas, elogios e muitas risadas. Em especial, Alice,<br />
Bren<strong>na</strong> e Victor, pela amiza<strong>de</strong> sincera, que solidificou ainda mais em meu coração o<br />
verda<strong>de</strong>iro sentido da palavra amiza<strong>de</strong>.<br />
Aos meus amigos, Thiago Isidro e Dened, pela ajuda <strong>na</strong>s minhas incassáveis<br />
pesagens no laboratório durante a realização <strong>de</strong>ssa pesquisa.<br />
À professora Socorro, que com muita compreensão e simpatia permitiu que eu<br />
utiizasse o Laboratório <strong>de</strong> Genética e Microorganismos.<br />
Ao funcionário do Laboratório <strong>de</strong> Genética e Microorganismo, Bosco, por sua<br />
simplicida<strong>de</strong>, carisma e boa vonta<strong>de</strong> em me ajudar nos procedimentos laboratoriais.<br />
Às meni<strong>na</strong>s que fazem parte do Laboratório <strong>de</strong> Genética e Microorganismo,<br />
especialmente Viviane com quem tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conviver alguns anos durante o<br />
período escolar e pu<strong>de</strong> reencontrar em mais uma etapa <strong>de</strong> minha vida.<br />
A todos que <strong>de</strong> forma direita ou indireta presenciaram a minha roti<strong>na</strong>, meu esforço e<br />
minha <strong>de</strong>dicação, obrigada!<br />
5
“As pessoas po<strong>de</strong>m não lembrar exatamente o que você fez ou disse, mas elas sempre<br />
lembrarão como você às fez sentir...”<br />
6<br />
(Autor <strong>de</strong>sconhecido)
RESUMO<br />
Este trabalho teve como objetivo a<strong>na</strong>lisar a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong>: microhíbrida, Filtek Z250 (3M ESPE) e <strong>na</strong>noparticulada, Filtek Z350 (3M<br />
ESPE) <strong>após</strong> a <strong>atuação</strong> dos isotônicos: Gatora<strong>de</strong>, Marathon e i9 hidrotônico (todos com<br />
sabor artificial <strong>de</strong> limão), utilizando para isto uma abordagem experimental, com<br />
procedimento comparativo e estatístico. Para o estudo foram confeccio<strong>na</strong>dos oitenta<br />
corpos <strong>de</strong> prova em tubetes <strong>de</strong> vidro anestésicos divididos em oito grupos (n=10), <strong>de</strong><br />
acordo com o tipo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> e do isotônico utilizado. Durante o experimento os frascos<br />
com os corpos <strong>de</strong> prova ficaram armaze<strong>na</strong>dos a 25 ºC e imersos em saliva artificial. Os<br />
grupos controle (G1 e G2) <strong>após</strong> 7 dias tiveram seus corpos removidos da saliva artificial,<br />
secos com papel absorvente, <strong>de</strong>sidratados em estufa, pesados, e retor<strong>na</strong>ram a saliva<br />
artificial para permanecerem pelo próximo ciclo <strong>de</strong> 7 dias; os grupos experimentais foram<br />
submetidos a ação dos isotônicos por um ciclo sema<strong>na</strong>l com ação diária <strong>de</strong> 10 minutos<br />
on<strong>de</strong> ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cada ciclo tiveram seus pesos mensurados. Foram ao fi<strong>na</strong>l 12 sema<strong>na</strong>s<br />
<strong>de</strong> experimento. Os dados foram a<strong>na</strong>lisados por meio <strong>de</strong> estatística <strong>de</strong>scritiva (medidas<br />
<strong>de</strong> tendência central e variabilida<strong>de</strong>) e inferencial uni e bivariada - testes <strong>de</strong> hipóteses e<br />
análises <strong>de</strong> variância (ANOVA e teste <strong>de</strong> Kruskal-Wallis). A resi<strong>na</strong> Z250 imersa no<br />
Marathon e no i9 hidrotônico apresentou maior variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peso, contrapondo-se<br />
quando imersa em saliva artificial e da resi<strong>na</strong> Z350 imersa no Marathon que<br />
apresentaram menor variabilida<strong>de</strong>, em especial a resi<strong>na</strong> Z250 imersa no Gatora<strong>de</strong> que foi<br />
o que apresentou pesos mais constantes em função do tempo. Para cada uma das<br />
resi<strong>na</strong>s se comprovaram diferenças entre os tempos <strong>de</strong> avaliação sendo maiores as<br />
diferenças sofridas <strong>na</strong>s primeiras sema<strong>na</strong>s do experimento e <strong>após</strong> a ação do isotônico<br />
Gatora<strong>de</strong>. A longevida<strong>de</strong> das resi<strong>na</strong>s no que se refere à sua <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, está<br />
relacio<strong>na</strong>da com sua utilização <strong>de</strong> acordo com as recomendações do fabricante, sendo<br />
respeitados o campo livre <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e os tempos <strong>de</strong> polimerização indicados.<br />
Palavras-chave: Solubilida<strong>de</strong>; Resi<strong>na</strong> composta, Repositores Hidroeletrolíticos .<br />
7
ABSTRACT<br />
This aim of this study was to a<strong>na</strong>lyze the solubility of composite resins: microhybrid,<br />
Filtek Z250 (3M ESPE) and <strong>na</strong>noparticles, Filtek Z350 (3M ESPE) after the action of<br />
sports drinks: Gatora<strong>de</strong>, Marathon and i9 Hidrotônico (all with artificial lemon flavor),<br />
using this an experimental approach, with statistical and comparative procedure. For<br />
the study were ma<strong>de</strong> eighty specimens in glass tubes anesthetics divi<strong>de</strong>d into eight<br />
groups (n = 10), according to the type of resin used and isotonic. During the<br />
experiment the flasks containing the samples were stored at 25 ° C and immersed in<br />
artificial saliva. The control groups (G1 and G2) 7 days after their bodies were<br />
removed from the artificial saliva, dry with paper towels, dried in an oven, weighed,<br />
and returned to artificial saliva to remain for the next cycle of 7 days; experimental<br />
groups were subjected to isotonic by the action of a weekly cycle with 10 minutes of<br />
action every day where at the end of each cycle had their weights measured. They<br />
went to the fi<strong>na</strong>l 12 weeks of experiment. Data were a<strong>na</strong>lyzed using <strong>de</strong>scriptive<br />
statistics (measures of central ten<strong>de</strong>ncy and variability) and inferential univariate and<br />
bivariate - hypothesis tests and a<strong>na</strong>lysis of variance (ANOVA and Kruskal-Wallis).<br />
The Z250 resin immersed in Marathon and i9 Hidrotônico showed greater variability<br />
in weight, opposing when immersed in artificial saliva and immersed in resin Z350<br />
Marathon had lower variability, in particular the Z250 resin immersed in the Gatora<strong>de</strong><br />
that showed the weights most constant as a function of time. For each of the resins<br />
are tested differences between times of assessment were greater differences<br />
suffered in the first weeks of the experiment and after the action of Gatora<strong>de</strong>. The<br />
longevity of resin with respect to its solubility, is related to their use according to the<br />
manufacturer's recommendations, in line with the field free of moisture and the curing<br />
time indicated.<br />
Keywords: Solubility; Composite, hydroelectrolitic reposition.<br />
8
Lista <strong>de</strong> Ilustrações<br />
Figura 1: Resi<strong>na</strong> microhíbrida Filtek Z250 (3M ESPE) ........................................... 33<br />
Figura 2: Resi<strong>na</strong> <strong>na</strong>noparticulada Filtek Z350 (3M ESPE) ...................................... 33<br />
Figura 3: Isotônico Gatora<strong>de</strong>.................................................................................... 34<br />
Figura 4: Isotônico Marathon.................................................................................... 34<br />
Figura 5: Isotônico i9 Hidrotônico............................................................................. 34<br />
Figura 6: Remoção do lacre metálico do tubete anestésico.................................... 37<br />
Figura 7: Deslocamento do êmbolo do tubete anestésico....................................... 37<br />
Figura 8: Distância <strong>de</strong> 2mm para inserção da resi<strong>na</strong> no tubete............................... 37<br />
Figura 9: Remoção da resi<strong>na</strong> da bis<strong>na</strong>ga................................................................ 37<br />
Figura 10: Inserção da resi<strong>na</strong> no tubete .................................................................. 37<br />
Figura 11: Fita <strong>de</strong> poliéster sobre a superfície do corpo <strong>de</strong> prova .......................... 37<br />
Figura 12: Tubete com corpo <strong>de</strong> prova sobre a placa <strong>de</strong> vidro................................ 37<br />
Figura 13: Fotopolimerizador LD Max da G<strong>na</strong>tus.................................................... 37<br />
Figura 14: Fotopolimerização do corpo <strong>de</strong> prova por 20 seg.................................. 37<br />
Figura 15: Remoção do corpo <strong>de</strong> prova do tubete................................................... 38<br />
Figura 16: Corpo <strong>de</strong> prova polimerizado sobre a placa <strong>de</strong> vidro.............................. 38<br />
Figura 17: Saliva artificial......................................................................................... 39<br />
Figura 18: Corpo <strong>de</strong> prova imerso em saliva artificial.............................................. 40<br />
Figura 19: Corpo <strong>de</strong> prova sendo seco em papel absorvente................................. 40<br />
Figura 20: Estufa <strong>de</strong> secagem................................................................................. 40<br />
Figura 21: Corpos <strong>de</strong> prova sendo <strong>de</strong>sidratados em estufa a 100°C...................... 41<br />
Figura 22: Balança <strong>de</strong> alta precisão Ohaus Adventure - AR.................................... 41<br />
Figura 23: Corpo <strong>de</strong> prova sendo pesado <strong>na</strong> balança <strong>de</strong> alta precisão................... 41<br />
9
Lista <strong>de</strong> Tabelas<br />
Tabela 1: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 1<br />
(Filtek Z250 imerso em saliva artificial)................................................................<br />
Tabela 2: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 2<br />
(Filtek Z350 imerso em saliva artificial) ...............................................................<br />
Tabela 3: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 3<br />
(Filtek Z250 imerso no isotônico Gatora<strong>de</strong>) ........................................................<br />
Tabela 4: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 4<br />
(Filtek Z250 imerso no isotônico Marathon) ........................................................<br />
Tabela 5: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 5<br />
(Filtek Z250 imerso no isotônico i9 Hidrotônico) .................................................<br />
Tabela 6: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 6<br />
(Filtek Z350 imerso no isotônico Gatora<strong>de</strong>) ........................................................<br />
Tabela 7: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 7<br />
(Filtek Z350 imerso no isotônico Marathon) ........................................................<br />
Tabela 8: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 8<br />
(Filtek Z350 imerso no isotônico i9 Hidrotônico) .................................................<br />
Tabela 9: Estatísticas inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos em<br />
diferentes datas <strong>de</strong> pesagem e isotônicos...........................................................<br />
Tabela 10: Estatísticas inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos em função<br />
das resi<strong>na</strong>s...........................................................................................................<br />
42<br />
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10
Lista <strong>de</strong> Quadros<br />
Quadro 1: Resi<strong>na</strong>s Compostas com seus respectivos fabricantes,<br />
nº <strong>de</strong> lote e composição.....................................................................................<br />
Quadro 2: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico Gatora<strong>de</strong>................................... 35<br />
Quadro 3: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico Marathon .................................. 35<br />
Quadro 4: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico i9 Hisrotônico............................ 36<br />
Quadro 5: Grupos <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> e <strong>de</strong> isotônico..................... 38<br />
Quadro 6: Composição da saliva artificial ......................................................... 39<br />
34<br />
11
Lista <strong>de</strong> Gráficos<br />
Gráfico 1: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z250 imersa em saliva artificial..........................................................................<br />
Gráfico 2: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z350 imersa em saliva artificial..........................................................................<br />
Gráfico 3: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z250 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>...................................................................<br />
Gráfico 4: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z250 imersa no isotônico Marathon...................................................................<br />
Gráfico 5: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z250 imersa no isotônico i9 Hidrotônico............................................................<br />
Gráfico 6: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z350 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>...................................................................<br />
Gráfico 7: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z350 imersa no isotônico Marathon...................................................................<br />
Gráfico 8: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong><br />
Z350 imersa no isotônico i9 Hidrotônico............................................................<br />
Gráfico 9: Comparação da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos..................................<br />
Gráfico 10: Pesos médios dos grupos em função do tempo <strong>de</strong> imersão<br />
(inversamente proporcio<strong>na</strong>l à <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>) ......................................................<br />
Gráfico 11: Solubilida<strong>de</strong> da resi<strong>na</strong> Z250 em diferentes isotônicos...................<br />
Gráfico 12: Solubilida<strong>de</strong> da resi<strong>na</strong> Z350 em diferentes isotônicos...................<br />
Gráfico 13: Solubilida<strong>de</strong> da saliva artificial em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350...............<br />
Gráfico 14: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico Gatora<strong>de</strong> em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350........<br />
Gráfico 15: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico Marathon em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350.......<br />
Gráfico 16: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico i9 Hidrotônico em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350.<br />
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12
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 14<br />
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................<br />
2.1 Resi<strong>na</strong>s Compostas.......................................................................................<br />
2.2 As resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> e a sorção em água...................................................<br />
2.3 Influência da composição das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>.........................................<br />
2.4 Proprieda<strong>de</strong>s das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>............................................................<br />
2.5 Resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> em diferentes meios <strong>de</strong> imersão....................................<br />
2.6 Testes <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>....................................................................................<br />
2.7 Efeitos da polimerização sobre as proprieda<strong>de</strong>s das resi<strong>na</strong>s........................<br />
2.8 Importância da <strong>de</strong>sidratação durante o experimento.....................................<br />
2.9 Utilização, fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e proprieda<strong>de</strong>s dos isotônicos......................................<br />
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................................. 32<br />
4 METODOLOGIA...............................................................................................<br />
4.1 Universo e Amostra .......................................................................................<br />
4.1.1 Resi<strong>na</strong>s Compostas....................................................................................<br />
4.1.2. Isotônicos...................................................................................................<br />
4.1.2.1 Gatora<strong>de</strong>..................................................................................................<br />
4.1.2.2 Marathon.................................................................................................<br />
4.1.2.3 i9 Hidrotônico..........................................................................................<br />
4.2 Confecção dos corpos <strong>de</strong> prova.....................................................................<br />
4.3 Divisão dos Grupos .......................................................................................<br />
4.4 Saliva artificial................................................................................................<br />
4.5 Coleta <strong>de</strong> dados.............................................................................................<br />
4.6 Análise estatística..........................................................................................<br />
5 RESULTADOS................................................................................................. 42<br />
6 DISCUSSÃO.................................................................................................... 61<br />
7 CONCLUSÕES................................................................................................ 69<br />
REFERÊNCIAS................................................................................................... 70<br />
ANEXOS.................................................................................................................77<br />
18<br />
18<br />
19<br />
21<br />
22<br />
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33<br />
33<br />
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35<br />
36<br />
36<br />
38<br />
39<br />
40<br />
41<br />
13
1 INTRODUÇÃO<br />
Atualmente, a resi<strong>na</strong> composta é o material mais utilizado em restaurações<br />
estéticas diretas. A gran<strong>de</strong> aceitação da resi<strong>na</strong> composta, em virtu<strong>de</strong> das suas<br />
vantagens sobre os outros materiais existentes, incentivou seu <strong>de</strong>senvolvimento. A<br />
partir <strong>de</strong> 1980, houve gran<strong>de</strong>s e constantes transformações a fim <strong>de</strong> aperfeiçoar<br />
suas proprieda<strong>de</strong>s físicas, tor<strong>na</strong>ndo-a mais apropriada tanto para a restauração em<br />
<strong>de</strong>ntes anteriores quanto em <strong>de</strong>ntes posteriores (MICHELON et al., 2009).<br />
A resi<strong>na</strong> composta é um compósito formado por uma matriz orgânica, uma<br />
matriz inorgânica e um agente <strong>de</strong> união. A matriz orgânica é constituída <strong>de</strong><br />
monômeros, <strong>de</strong>ntre eles o Bis-GMA (bisfenol-A glicidil metacrilato) e o UDMA<br />
(uretano dimetacrilato) que são monômeros <strong>de</strong> alto peso molecular, e os monômeros<br />
TEGDMA (trietilenoglicol dimetacrilato) e EGDMA (etilenoglicoldimetacrilato) <strong>de</strong><br />
baixo peso molecular. A incorporação <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> carga inorgânica tem a<br />
função básica <strong>de</strong> aumentar as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e reduzir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
matriz orgânica, minimizando, assim, suas principais <strong>de</strong>svantagens, tais como<br />
contração <strong>de</strong> polimerização e sorção <strong>de</strong> água (REIS; LOGUERCIO, 2007).<br />
Segundo Conceição (2007), as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> po<strong>de</strong>m ser classificadas<br />
quanto ao método <strong>de</strong> ativação (quimicamente ativadas, fotoativadas e duais) e<br />
quanto ao tamanho das partículas inorgânicas (macroparticuladas – 15 a 100 µm;<br />
microparticuladas – 0,4 µm; híbridas – <strong>compostas</strong> por partículas macro e<br />
microhíbridas com tamanho entre 1 e 5 µm; micro ou <strong>na</strong>no-híbridas – apresentando<br />
uma combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> micropartículas (0,04 µm) e <strong>de</strong> partículas maiores (máximo 2<br />
µm) e <strong>na</strong>noparticuladas – <strong>compostas</strong> por partículas <strong>de</strong> carga entre 20 e 75 nm).<br />
As resi<strong>na</strong>s microhibrídas <strong>de</strong>vido ao menor tamanho das suas partículas,<br />
possuem maior proporção entre carga e matriz, conferindo proprieda<strong>de</strong>s mecânicas<br />
i<strong>de</strong>ais para indicação em <strong>de</strong>ntes posteriores (NOGUEIRA, 2009).<br />
Já as resi<strong>na</strong>s constituídas <strong>de</strong> <strong>na</strong>nopartículas é a mais pura <strong>de</strong>monstração da<br />
capacida<strong>de</strong> inovadora e revolucionária que a ciência e a tecnologia po<strong>de</strong>m nos<br />
presentear. A incorporação <strong>de</strong> partículas muito peque<strong>na</strong>s (20nm) a aglomerados<br />
(1,4um) <strong>de</strong> <strong>na</strong>nopartículas <strong>de</strong> zircônia e sílica permite que esses compósitos se<br />
comportem tão bem quanto as microhíbridas, quando indicadas para restaurar<br />
14
<strong>de</strong>ntes posteriores e tão bem quanto as <strong>de</strong> micropartículas <strong>na</strong> região anterior<br />
(NOGUEIRA, 2009).<br />
Segundo a ADA (American Dental Association), uma restauração <strong>de</strong> resi<strong>na</strong><br />
composta i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve cumprir cinco requisitos básicos: ter alta resistência ao<br />
<strong>de</strong>sgaste, boa adaptação margi<strong>na</strong>l, ser resistente à <strong>de</strong>gradação pela água e outros<br />
solventes, ser radiopaca e <strong>de</strong> fácil execução. Estes requisitos ten<strong>de</strong>m a aumentar a<br />
longevida<strong>de</strong> clínica dos trabalhos restauradores. Embora as resi<strong>na</strong>s atualmente<br />
disponíveis apresentem excelentes proprieda<strong>de</strong>s físicas, o compósito resinoso ainda<br />
sofre <strong>de</strong>sgaste <strong>na</strong> cavida<strong>de</strong> oral rotineiramente (GOUVÊA; LIPORINO, 2009).<br />
A reação química que transforma peque<strong>na</strong>s moléculas, os monômeros, em<br />
uma gran<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> polímeros, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>-se polimerização. A tensão<br />
<strong>de</strong>senvolvida durante essa reação proporcio<strong>na</strong> à relação <strong>de</strong>nte-compósito uma das<br />
causas principais da falha <strong>na</strong>s restaurações <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta (BEATRICE et al.,<br />
2009).<br />
Os novos conceitos <strong>de</strong> fotoativação, aliados aos diferentes tipos <strong>de</strong> aparelhos<br />
presentes no mercado, permitem ao <strong>de</strong>ntista inúmeras formas <strong>de</strong> procedimentos<br />
com relação à fotopolimerização das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>. No entanto, é<br />
imprescindível o conhecimento das vantagens e <strong>de</strong>svantagens dos métodos e<br />
sistemas <strong>de</strong> fotoativação, assim como a sua <strong>influência</strong> no selamento margi<strong>na</strong>l das<br />
restaurações, bem como <strong>na</strong> manutenção das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas dos materiais<br />
restauradores. (SANTOS et al., 2002).<br />
Os fatores que mais influenciam o grau <strong>de</strong> conversão da resi<strong>na</strong>, estão sob o<br />
controle dos profissio<strong>na</strong>is, sendo eles: a espessura do incremento (o <strong>de</strong> maior<br />
importância), o tempo <strong>de</strong> exposição à luz, intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz e comprimento <strong>de</strong><br />
onda. Já os que não estão ao alcance do controle clínico, como: tipo <strong>de</strong> partículas<br />
inorgânicas incorporadas, composição do complexo resinoso e matriz do material<br />
apresentam, por sua vez, causam um mínimo impacto se comparados com os<br />
<strong>de</strong>mais (BEATRICE et al., 2009).<br />
A completa polimerização das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> é consi<strong>de</strong>rada um fator<br />
primordial para o sucesso das restaurações realizadas (MACHADO, 2008).<br />
Embora apresentem estética satisfatória, as proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas<br />
das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> estão diretamente relacio<strong>na</strong>das à efetivida<strong>de</strong> da<br />
polimerização. Compósitos pobremente polimerizados têm sido associados com<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas inferiores, aumento no <strong>de</strong>sgaste do material, falhas <strong>na</strong><br />
15
etenção, maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> e respostas adversas do tecido pulpar em <strong>de</strong>corrência<br />
<strong>de</strong> monômeros que não reagiram. A associação <strong>de</strong>sses fatores leva a diminuição da<br />
longevida<strong>de</strong> da restauração (GIORGI; DIAS; PAULILLO, 2008).<br />
Aliada a preocupação com a estética <strong>de</strong> uma maneira geral, o homem<br />
contemporâneo também tem incessantemente almejado a saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada e,<br />
concomitantemente, tem buscado melhorar o condicio<strong>na</strong>mento físico. O <strong>de</strong>sejo pela<br />
obtenção <strong>de</strong> resultados rápidos tem marcado esta realida<strong>de</strong> e o uso <strong>de</strong> substâncias<br />
que possam contribuir para tal efeito é atraente (GOSTON, 2008).<br />
Um gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong>ssas substâncias são as que compõem as bebidas<br />
isotônicas. São bebidas <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>das <strong>de</strong> repositores hidroeletrolíticos, formulados a<br />
partir da concentração variada <strong>de</strong> eletrólitos, associada a concentrações variadas <strong>de</strong><br />
água, sais minerais e carboidratos, com o objetivo <strong>de</strong> reposição hídrica e eletrolítica<br />
<strong>de</strong>correntes da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física. São bastante consumidas pela população,<br />
principalmente por atletas profissio<strong>na</strong>is e por pessoas que praticam esportes, com<br />
uma frequência que varia <strong>de</strong> 12% a 27,7% (XAVIER et al., 2010).<br />
São consi<strong>de</strong>radas como bebidas isotônicas o soro caseiro, a água <strong>de</strong> coco, e<br />
outros isotônicos, como Gatora<strong>de</strong>, SportDrink, Marathon, SportFluid, SportA<strong>de</strong>, etc.<br />
Apesar <strong>de</strong> serem restritas as indicações para o uso <strong>de</strong> suplementos<br />
energéticos, os mesmos estão sendo utilizados cada vez mais, seja com fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong><br />
estética ou para manutenção <strong>de</strong> estilo <strong>de</strong> vida saudável ou com intuito <strong>de</strong> melhorar o<br />
<strong>de</strong>sempenho. O índice <strong>de</strong> usuários tem aumentado drasticamente nos últimos 10<br />
anos, variando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> atletas jovens até pessoas mais velhas, apesar da falta <strong>de</strong><br />
evidências científicas que apontem para a eficácia <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das substâncias<br />
(GOSTON, 2008).<br />
Diferentes estudos a<strong>na</strong>lisaram algumas das proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas dos<br />
isotônicos e revelaram um pH inferior a 4,0. Essa característica faz com que a<br />
bebida apresente elevado potencial erosivo aos tecidos duros <strong>de</strong>ntais,<br />
especialmente quando consumida <strong>de</strong> forma excessiva e/ou por período prolongado<br />
(XAVIER et al., 2010).<br />
O <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>ntal po<strong>de</strong> ser ocasio<strong>na</strong>do por uma série <strong>de</strong> fatores tais como, o<br />
consumo <strong>de</strong> alimentos ácidos e bebidas carbo<strong>na</strong>tadas, bebidas esportivas, vinho,<br />
frutas cítricas e num menor grau, exposições ocupacio<strong>na</strong>is a materiais ácidos<br />
(MATUMOTO, 2008).<br />
16
Essas bebidas ácidas quando consumidas com freqüência, reduzem o pH da<br />
saliva a valores inferiores a 5,5 possibilitando a ocorrência da dissolução do esmalte,<br />
em busca <strong>de</strong> um equilíbrio iônico. Tais alterações po<strong>de</strong>m ser observadas in vitro<br />
quando o esmalte é exposto à uma solução aquosa inorgânica com pH entre quatro<br />
a cinco, insaturada em relação à hidroxiapatita e fluorapatita, formando uma lesão<br />
macro e microscopicamente semelhante à erosão <strong>de</strong>ntária (XAVIER et al., 2010).<br />
Dessa forma, em razão do exposto e pela escassez <strong>de</strong> estudos<br />
estabelecendo a ação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> bebida sobre o esmalte <strong>de</strong>ntário, é que tal<br />
pesquisa foi realizada. Os resultados irão esclarecer se é necessária à substituição<br />
<strong>de</strong>ssas restaurações <strong>após</strong> o uso prolongado <strong>de</strong> tais produtos em virtu<strong>de</strong> da possível<br />
alteração da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>. Estando as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> também<br />
relacio<strong>na</strong>das com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o material resistir ao <strong>de</strong>sgaste e à abrasão e,<br />
conseqüentemente, com o seu <strong>de</strong>sempenho clínico e longevida<strong>de</strong>.<br />
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />
2.1. Resi<strong>na</strong>s Compostas<br />
Des<strong>de</strong> a introdução da resi<strong>na</strong> composta fotopolimerizável <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 70,<br />
inúmeros tipos e marcas comerciais <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> foram lançados no<br />
mercado. Graças ao aprimoramento das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas das resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong>, <strong>de</strong>vido à modificação <strong>na</strong> composição, tipo, formato e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
carga inorgânica, bem como modificações <strong>na</strong> parte orgânica, este material tem<br />
mostrado um bom <strong>de</strong>sempenho clínico em <strong>de</strong>ntes anteriores e também posteriores<br />
(SANTOS, SILVA e SOUZA JUNIOR, MONDELLI, 2002).<br />
A melhora alcançada <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s físicas das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
restauradoras, aliada ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> efetivos sistemas a<strong>de</strong>sivos <strong>de</strong>ntinários,<br />
tem tor<strong>na</strong>do o seu uso rotineiro <strong>na</strong> prática clínica diária. É indiscutível que o material<br />
mais utilizado e mais indicado em <strong>de</strong>ntes posteriores é o amálgama <strong>de</strong> prata, não<br />
po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong>smerecido. No entanto, o crescente interesse <strong>de</strong>monstrado pelos<br />
pacientes a fim <strong>de</strong> receber restaurações o mais próximo do imperceptível, mesmo<br />
nos <strong>de</strong>ntes posteriores, e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas e materiais que facilitam tal<br />
procedimento restaurador têm contribuído para a popularização das restaurações<br />
estéticas em <strong>de</strong>ntes posteriores (VIEIRA et al., 2002).<br />
Apesar <strong>de</strong>ssas melhorias, problemas como sensibilida<strong>de</strong> pós-operatória,<br />
<strong>de</strong>sgaste, contração <strong>de</strong> polimerização e infiltração margi<strong>na</strong>l permanecem. Gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>sses incovenientes estão relacio<strong>na</strong>dos à contração <strong>de</strong> polimerização das<br />
resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>, <strong>de</strong>vido à aproximação molecular durante a formação da ca<strong>de</strong>ia<br />
polimérica, ou seja, quanto maior a conversão dos monômeros em polímeros, maior<br />
a contração <strong>de</strong> polimerização. Esta característica das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> po<strong>de</strong><br />
acarretar <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> um espaço entre o material restaurador e o <strong>de</strong>nte,<br />
permitindo a passagem <strong>de</strong> fluidos e bactérias, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ndo a ocorrência da<br />
microinfiltração e consequentemente compromentimento clínico das restaurações<br />
(SANTOS, SILVA e SOUZA JUNIOR, MONDELLI, 2002).<br />
A morfologia e o tamanho das partículas têm gran<strong>de</strong> <strong>influência</strong> <strong>na</strong>s diversas<br />
proprieda<strong>de</strong>s do material, como a lisura superficial, viscosida<strong>de</strong>, resistência à fratura,<br />
18
<strong>de</strong>sgaste, contração e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização (KAWAGUCHI, FUKUSHIMA,<br />
MIYAZAKI, 1994). Toda esta evolução permitiu a indicação <strong>de</strong>sses materiais <strong>na</strong><br />
região posterior, on<strong>de</strong> os esforços sobre as restaurações são maiores, entre estes<br />
materiais, encontram-se as resi<strong>na</strong>s micro-híbridas e as <strong>na</strong>noparticuladas, sendo esta<br />
com resistência semelhante a das micro-híbridas e com a vantagem do brilho e<br />
polimento duráveis. (DEBASTIANI, LOPES, 2005).<br />
Burgess, Walker e Davidson, em 2002, relataram que as indicações <strong>de</strong><br />
resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> diretas para <strong>de</strong>ntes posteriores têm aumentado, <strong>de</strong>vido à<br />
preocupação com a estética por parte dos pacientes e às melhorias <strong>de</strong>sses<br />
materiais restauradores. As resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> continuaram a ser aprimoradas por<br />
seus fabricantes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua introdução no mercado. O trabalho realizado pelos<br />
autores citados anteriormente teve como objetivo caracterizar as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
diretas para <strong>de</strong>ntes posteriores atuais (híbridas, microparticuladas, flow e<br />
con<strong>de</strong>nsáveis), fazer revisões in vitro e pesquisas clínicas recentes e, além disso,<br />
recomendar indicações para estes materiais. Concluíram que a técnica <strong>de</strong> utilização<br />
das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> é sensível e estas po<strong>de</strong>m ser usadas em cavida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>ntárias gran<strong>de</strong>s, se forem a<strong>de</strong>quadamente manipuladas e o isolamento do campo<br />
operatório po<strong>de</strong>r ser realizado.<br />
2.2. As resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> e a sorção em água<br />
A interação <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> com o meio oral úmido provoca redução <strong>de</strong><br />
suas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas. Quando a resi<strong>na</strong> é imersa em água, dois diferentes<br />
mecanismos ocorrem: o primeiro é a sorção <strong>de</strong> água produzindo aumento <strong>de</strong> massa,<br />
e o segundo é a lixiviação <strong>de</strong> componentes, como partículas ou monômeros<br />
residuais, levando a uma redução <strong>de</strong> massa. A sorção <strong>de</strong> água nos compósitos é um<br />
processo <strong>de</strong> difusão controlada que ocorre principalmente <strong>na</strong> matriz resinosa. Este<br />
fenômeno po<strong>de</strong> causar também perda da união entre carga e matriz ou até mesmo<br />
<strong>de</strong>gradação hidrolítica das partículas. Os fenômenos <strong>de</strong> sorção e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong><br />
po<strong>de</strong>m ser precusores <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos químicos e físicos que<br />
acarretam em efeitos <strong>de</strong>letérios <strong>na</strong> estrutura do material polimérico, po<strong>de</strong>ndo<br />
comprometer seu <strong>de</strong>sempenho clínico. Archegas (1998) através <strong>de</strong> estudo para<br />
19
avaliar a sorção e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> híbridas (Herculite XRV, Tetric<br />
Ceram e Filtek Z250) polimerizadas com luz halóge<strong>na</strong> e LED, <strong>após</strong> vários períodos<br />
<strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento em água (24 horas, 7 dias e 28 dias), teve como objetivo<br />
comparar se as resi<strong>na</strong>s polimerizadas com luz halóge<strong>na</strong> ou LED apresentam o<br />
mesmo grau <strong>de</strong> sorção e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>. Ao fi<strong>na</strong>l, concluiu que a sorção e a<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> testadas não foram afetadas pela polimerização<br />
com diferentes fontes <strong>de</strong> luz, a sorção aumentou com o tempo, a resi<strong>na</strong> Herculite<br />
XRV apresentou menor sorção <strong>de</strong> água entre os compósitos testados e que os<br />
diferentes períodos <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento não influenciaram a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong>, com exceção da Filtek Z250.<br />
As resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> sofrem o processo <strong>de</strong> sorção <strong>de</strong> água, fenômeno esse<br />
que, além da <strong>de</strong>gradação, provoca a mudança <strong>de</strong> peso e possível mudança <strong>de</strong><br />
coloração, principalmente se esse material for continuamente exposto a substâncias<br />
coloridas, existindo então forte relação entre o manchamento <strong>de</strong> uma resi<strong>na</strong><br />
composta e a sua sorção <strong>de</strong> água (FREITAS et al., 2005).<br />
Mesmo com a extensa utilização das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> em <strong>de</strong>ntes<br />
posteriores, avaliações <strong>de</strong> médio e longo prazo <strong>de</strong>stas restaurações são escassas.<br />
Para auxiliar a avaliação clínica das restaurações diretas <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta,<br />
usando a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas disponíveis, é necessário um embasamento em<br />
estudos in vitro <strong>de</strong>stes materiais. Embora os estudos in vitro sejam uma importante<br />
fonte <strong>de</strong> dados para avaliação da performance dos materiais antes <strong>de</strong> eles serem<br />
aplicados clinicamente, <strong>de</strong>ve-se fazer sempre uma relação direta entre o<br />
<strong>de</strong>sempenho in vitro e in vivo (VIEIRA et al., 2002).<br />
A <strong>de</strong>gradação hidrolítica da resi<strong>na</strong> composta é um fator bastante discutido <strong>na</strong><br />
literatura. Örtengren et al. (2001) relataram que a água tem importante papel <strong>na</strong><br />
<strong>de</strong>gradação química dos materiais resinosos, resultando em <strong>de</strong>gradação hidrolítica e<br />
em aumento <strong>de</strong> volume do material. Os autores observaram que a absorção <strong>de</strong> água<br />
e o comportamento <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> dos materiais resinosos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da<br />
composição da matriz. Materiais com monômeros mais hidrófilos (TEGDMA) têm<br />
maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água. Reações químicas entre as partículas da<br />
matriz e a água po<strong>de</strong>m resultar <strong>na</strong> expansão do material.<br />
Em um dos seus estudos, Nicholson et al. (2003) a<strong>na</strong>lisaram a absorção <strong>de</strong><br />
água da resi<strong>na</strong> composta por meio do ganho em massa, concluindo que a interação<br />
20
dos materiais com o meio aquoso (neutro ou ácido) é muito complexa e inclui<br />
absorção <strong>de</strong> água, dissolução <strong>de</strong> substâncias solúveis e neutralização.<br />
2.3. Influência da composição das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
Bowen, em 1963, comparou o efeito do tratamento da superfície <strong>de</strong> partículas<br />
<strong>de</strong> sílica com vinil silano incorporadas <strong>na</strong> resi<strong>na</strong> BisGMA com outros materiais<br />
estéticos (cimento <strong>de</strong> silicato e a resi<strong>na</strong> acrílica) e, também, com a resi<strong>na</strong> BisGMA<br />
com partículas sem tratamento. Para tanto, foi obtida uma mistura <strong>de</strong> 70 % em peso<br />
<strong>de</strong> sílica tratada (55 Vol%) para 30 % do monômero BisGMA diluído em 10 % <strong>de</strong><br />
metil metacrilato e 10 % do monômero TEGDMA para a comparação com os <strong>de</strong>mais<br />
materiais estéticos. Com isso, o autor pô<strong>de</strong> concluir que a resi<strong>na</strong> BisGMA com sílica<br />
tratada diminuiu a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, sorção <strong>de</strong> água, coeficiente <strong>de</strong> expansão térmica e<br />
contração <strong>de</strong> polimerização, aumentando o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, resistência à<br />
compressão e tração quando comparada aos <strong>de</strong>mais materiais do estudo. Portanto,<br />
a resi<strong>na</strong> BisGMA reforçada com sílica tratada melhorou as proprieda<strong>de</strong>s do material<br />
restaurador estético.<br />
Em 1985, Li et al. <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ram os efeitos do conteúdo e tamanho <strong>de</strong> carga<br />
<strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> dois grupos <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta. Ambos grupos<br />
foram preparados pela incorporação <strong>de</strong> carga a base <strong>de</strong> borossilicato <strong>de</strong> bário em<br />
uma matriz fotossensível <strong>de</strong> polietileno polimetacrilato. Um grupo recebeu carga com<br />
tamanho <strong>de</strong> partícula <strong>de</strong> 2 µm, com conteúdo <strong>de</strong> 20, 40, 45, 50 e 53 (Vol%). O<br />
segundo grupo recebeu carga <strong>de</strong> 15 µm <strong>na</strong> quantia <strong>de</strong> 20, 40, 50, 60 e 65 (Vol%).<br />
Os testes realizados foram: profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização, dureza, sorpção <strong>de</strong><br />
água, comportamento tensão-<strong>de</strong>formação sob lenta compressão, abrasão e<br />
<strong>de</strong>sgaste por hidroxiapatita. A análise dos dados indicou que níveis maiores <strong>de</strong><br />
conteúdo <strong>de</strong> carga resultaram num aumento <strong>de</strong> dureza, resistência compressiva e<br />
te<strong>na</strong>cida<strong>de</strong>, mas diminuição <strong>na</strong> sorpção <strong>de</strong> água. A incorporação <strong>de</strong> carga com 2 µm<br />
diminuiu a resistência abrasiva das resi<strong>na</strong>s comparada à resi<strong>na</strong> sem carga,<br />
enquanto a adição <strong>de</strong> carga com 15 µm aumentou a resistência. Houve uma<br />
tendência do aumento <strong>na</strong> resistência ao <strong>de</strong>sgaste com o aumento no nível <strong>de</strong> carga.<br />
O tamanho da partícula apresentou uma mo<strong>de</strong>rada <strong>influência</strong> <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s.<br />
21
Quando comparado com resi<strong>na</strong>s com carga <strong>de</strong> 15 µm ao mesmo volume, o grupo <strong>de</strong><br />
2 µm apresentou proprieda<strong>de</strong>s inferiores em termos <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presa,<br />
resistência compressiva, sorpção <strong>de</strong> água e resistência abrasiva. As proprieda<strong>de</strong>s<br />
que menos foram influenciadas pelo tamanho da carga foram dureza, te<strong>na</strong>cida<strong>de</strong> e<br />
resistência ao <strong>de</strong>sgaste pela hidroxiapatita. (HÖRLLE, 2009)<br />
2.4. Proprieda<strong>de</strong>s das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
Em 1980, O'Brien e Yee, através <strong>de</strong> microscopia eletrônica <strong>de</strong> varredura<br />
exami<strong>na</strong>ram 10 restaurações feitas em diferentes pacientes, que foram removidas<br />
<strong>após</strong> estarem em boca por um período <strong>de</strong> 3 a 8 anos, com o propósito <strong>de</strong> observar<br />
os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material perdido. De<br />
acordo com as microscopias observadas, os autores verificaram que o <strong>de</strong>sgaste das<br />
restaurações <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta po<strong>de</strong> resultar dos seguintes mecanismos:<br />
<strong>de</strong>sgaste da matriz resinosa, perda da carga por falha <strong>na</strong> união com a matriz,<br />
através do cisalhamento das partículas expostas, através <strong>de</strong> rachaduras e fendas da<br />
matriz e exposição das bolhas <strong>de</strong> ar.<br />
Ferracane e Mitchem (1994) avaliaram a resistência à flexão, o módulo<br />
flexural, a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em água e opacida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> indicadas para<br />
<strong>de</strong>ntes posteriores <strong>após</strong> imersão em água e etanol. Os espécimes foram obtidos e<br />
imediatamente estocados nos meios <strong>de</strong> imersão propostos, pelo período <strong>de</strong> 1 e 7<br />
dias, antes <strong>de</strong> serem submetidos aos testes. Os resultados foram sustentados e<br />
compreendidos segundo uma especificação similar a <strong>de</strong>scrita pela ISO 4049,<br />
consi<strong>de</strong>rando os testes <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em água, assim como, para resistência à<br />
flexão e módulo flexural. Baseado nos resultados obtidos neste estudo observou-se<br />
um aumento dos valores aceitáveis para os testes sugeridos. Os resultados<br />
<strong>de</strong>monstram diferenças significativas entre os resultados encontrados para os meios<br />
<strong>de</strong> imersão. Os autores concluem que os resultados apresentam uma força razoável<br />
para a inclusão <strong>de</strong> um ou dois materiais estandardizados <strong>de</strong> acordo com as<br />
especificações que avaliam materiais resinosos indicados para <strong>de</strong>ntes posteriores.<br />
22
2.5. Resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> em diferentes meios <strong>de</strong> imersão<br />
Os materiais restauradores presentes <strong>na</strong> cavida<strong>de</strong> oral são expostos a<br />
diferentes e agressivos meios, principalmente os materiais poliméricos que po<strong>de</strong>m<br />
sofrer diversos tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ou dissolução <strong>na</strong> sua matriz, tanto por meios<br />
ácidos ou <strong>na</strong> presença <strong>de</strong> solventes como o álcool (MALMANN, 2009). Em bebidas<br />
com baixo pH as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> apresentam maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, o que causa<br />
erosão <strong>na</strong> superfície e dissolução da matriz, o que po<strong>de</strong> afetar a dureza da resi<strong>na</strong><br />
(MALMANN, 2009). Em 1995, Diaz et al. mostraram que baixo pH causa erosão em<br />
materiais compósitos híbridos pelo efeito do ácido <strong>na</strong> superfície da matriz.<br />
No estudo realizado por Malmann (2009), foram testadas duas resi<strong>na</strong>s, uma<br />
micro-híbrida e outra <strong>na</strong>noparticulada, que apresentaram maior resistência flexural<br />
quando imerso em Coca-Cola, líquido que apresenta baixo pH, sendo necessário<br />
mais investigações para saber a <strong>influência</strong> da aci<strong>de</strong>z ou algum constituinte <strong>de</strong>sse<br />
líquido sobre a matriz resinosa para que se possa explicar estes resultados.<br />
De acordo com Holloway et al. (1958) e West et al. (2000), outros fatores<br />
po<strong>de</strong>m influenciar o efeito dos ácidos <strong>na</strong> superfície <strong>de</strong>ntinária além do pH, como tipo<br />
<strong>de</strong> ácido presente e sua concentração, aci<strong>de</strong>z titulável, potencial quelante e<br />
presença <strong>de</strong> açúcares. A menor concentração <strong>de</strong> ácido assim como a presença <strong>de</strong><br />
outras substâncias, como açúcares, acidulantes, antioxidantes e corantes nessas<br />
bebidas isotônicas, po<strong>de</strong>riam explicar os resultados obtidos.<br />
Sobral et al. (2000) realizaram um estudo com obejtivo <strong>de</strong> estudar a<br />
importância do pH da dieta líquida <strong>na</strong> etiologia e prevenção das lesões <strong>de</strong> erosão<br />
<strong>de</strong>ntal, bem como conhecer o pH <strong>de</strong> algumas bebidas e sucos, supostamente<br />
ácidos, mais consumidos em nosso meio. As bebidas, incluindo o isotônico<br />
Gatora<strong>de</strong>, e sucos a<strong>na</strong>lisados mostraram valores abaixo do pH crítico <strong>de</strong> dissolução<br />
da estrutura <strong>de</strong>ntal, sugerindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> favorecerem a <strong>de</strong>smineralização.<br />
Foi <strong>de</strong>monstrado por Grando et al. (1995) que os valores médios do pH do<br />
limão, refrigerante tipo cola e guaraná são respectivamente, 2,5, 2,6 e 3,36.<br />
Estudando in vitro a erosão provocada por essas bebidas em <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos,<br />
concluíram que todos os produtos testados são potencialmente erosivos, sendo que<br />
23
o suco <strong>de</strong> limão causou as maiores perdas <strong>de</strong> cálcio e fosfato inorgânico, seguido<br />
pelo refrigerante tipo cola e pelo guaraná.<br />
Musanje et al. (2001) relataram que a estocagem em saliva artificial causou a<br />
absorção <strong>de</strong> água pelos materiais estudados, mas a resistência flexural e o módulo<br />
flexural da resi<strong>na</strong> composta permaneceram relativamente estáveis <strong>na</strong>s condições do<br />
estudo. Chadwick et al. (1990) observaram que a imersão em meio aquoso causou<br />
redução <strong>na</strong> dureza <strong>de</strong> três resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>, o que não resultou no aumento do<br />
grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />
2.6. Testes <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong><br />
Pagliari (2003), através <strong>de</strong> um estudo in vitro, avaliou a sorção e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>de</strong> três resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> - micropartícula (A110 - 3M - ESPE), microhíbrida (Z250 -<br />
3M-ESPE) e microhíbrida do tipo compactável (P60 - 3M - ESPE) - variando-se o<br />
tempo <strong>de</strong> imersäo em água e a área exposta ao meio. Foram confeccio<strong>na</strong>dos 150<br />
corpos <strong>de</strong> prova, 50 para cada tipo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>. As amostras foram divididas em cinco<br />
(05) grupos com <strong>de</strong>z (10) elementos para cada resi<strong>na</strong> estudada. Cada grupo foi<br />
i<strong>de</strong>ntificado <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s impermeabilizadas dos corpos <strong>de</strong><br />
prova (<strong>de</strong> 1 a 5). As amostras foram imersas em água <strong>de</strong>stilada a 37ºC e novas<br />
medições foram feitas <strong>após</strong> os períodos <strong>de</strong> 1h, 24h, 7 dias e 120 dias. Após os 120<br />
dias, as amostras foram submetidas a um <strong>de</strong>ssecador a vácuo por 24 para<br />
condicio<strong>na</strong>mento das amostras. Nos testes <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, a resi<strong>na</strong><br />
microparticulada A110 (3M-ESPE) mostrou-se mais solúvel que as <strong>de</strong>mais, e a<br />
resi<strong>na</strong> micro-híbrida Z250 (3M – ESPE) mostrou-se mais solúvel que a resi<strong>na</strong> micro-<br />
híbrida con<strong>de</strong>nsável P60 (3M – ESPE), em todos os grupos observados.<br />
Ferracane (2005) fez uma revisão a respeito dos efeitos higroscópicos e<br />
hidrolíticos sobre a re<strong>de</strong> polimérica <strong>de</strong> materiais resinosos. O autor ressaltou que os<br />
fenômenos <strong>de</strong> sorção e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> po<strong>de</strong>m servir como precusores <strong>de</strong> uma<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos químicos e físicos, além <strong>de</strong> produzirem efeitos <strong>de</strong>letérios <strong>na</strong><br />
estrutura e função do material polimérico. Relatou ainda que a presença <strong>de</strong><br />
partículas reforçadas po<strong>de</strong> influenciar significativamente a sorção e a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> da<br />
estrutura. A absorção <strong>de</strong> água ou solvente por um compósito po<strong>de</strong> causar aumento<br />
24
<strong>de</strong> volume, o que afeta as dimensões da restauração. Outro fator que influencia <strong>na</strong><br />
sorção <strong>de</strong> água é o grau <strong>de</strong> conversão do polímero.<br />
Juchem (2005) realizou ensaios <strong>de</strong> sorção, <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, <strong>na</strong>nodureza e<br />
módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> da resi<strong>na</strong> composta micro-híbrida Z250 (3M – ESPE) para<br />
avaliar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> quatro aparelhos fotopolimerizadores que utilizam LED<br />
como fonte <strong>de</strong> luz. A autora utilizou cinco (05) corpos <strong>de</strong> prova com 15mm <strong>de</strong><br />
diâmetro e 1mm <strong>de</strong> espessura para cada aparelho fotopolimerizador. Os ensaios<br />
foram realizados segundo a especificação da ISO 4049:2000 e os resultados<br />
mostraram que todos os grupos aten<strong>de</strong>ram às exigências da norma, que permite no<br />
máximo 7,5µg/mm² <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>. Os corpos <strong>de</strong> prova foram fotopolimerizados<br />
durante 20 segundos.<br />
Trabalhos in vitro têm <strong>de</strong>monstrado que a ingestão freqüente <strong>de</strong> frutas e<br />
bebidas ácidas po<strong>de</strong> provocar a perda <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong>ntal (ZANDIM, 2008).<br />
Almeida et al. (2010) realizaram uma pesquisa com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisar a<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> Filtek Z250 (3M-ESPE) e Filtek Z350 (3M-<br />
ESPE). Foram confeccio<strong>na</strong>dos 30 corpos <strong>de</strong> prova que foram dividos em 02 grupos<br />
(n=15), <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>. Cada grupo foi submetido a quatro (04)<br />
análises, <strong>de</strong> acordo com tempo em imersão em saliva artificial (1h, 24h, 7dias e 120<br />
dias). Durante todo o período os corpos <strong>de</strong> prova ficaram numa estufa a 37ºC. Após<br />
cada período, eram removidos das soluções, submetidos a uma estufa a 100ºC para<br />
sua <strong>de</strong>sidratação e pesados em uma balança digital, retor<strong>na</strong>ndo à estufa para<br />
permanecerem até próximo ciclo. As duas resi<strong>na</strong>s avaliadas Filtek Z250 (3M-ESPE)<br />
e Filtek Z350 (3M-ESPE) não mostraram diferenças <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> significativas.<br />
Para cada uma das resi<strong>na</strong>s se comprovam diferenças entre os tempos <strong>de</strong> avaliação<br />
e essas diferenças se <strong>de</strong>ram entre os dois últimos períodos <strong>de</strong> imersão ( 7 dias e<br />
120 dias).<br />
2.7. Efeitos da polimerização sobre as proprieda<strong>de</strong>s das resi<strong>na</strong>s<br />
Pires et al. (1993) relataram que para 2mm <strong>de</strong> distância, a intensida<strong>de</strong><br />
luminosa ficará reduzida em 22%, enquanto que para 6mm, a redução será da<br />
25
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 53 %. Já para Prati et al. (1999) a distância <strong>de</strong> 6mm po<strong>de</strong> diminuir a<br />
intensida<strong>de</strong> em 77% da intensida<strong>de</strong> origi<strong>na</strong>l, assim, nota se a evi<strong>de</strong>nte relação entre<br />
a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz emitida, profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização e consequentemente<br />
dureza.<br />
A incompleta polimerização e baixa conversão dos monômeros po<strong>de</strong>m<br />
resultar em maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> da resi<strong>na</strong> composta. Estudos têm <strong>de</strong>monstrado que<br />
monômeros residuais são os principais componentes liberados dos compósitos<br />
<strong>de</strong>ntais, ocorrendo principalmente nos primeiros dias. O monômero trietileno glicol<br />
dimetacrilato (TEGDMA) tem sido i<strong>de</strong>ntificado como a principal substância liberada<br />
das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>, porém, peque<strong>na</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outros monômeros, tais<br />
como bisfenol A glicidil metacrilato (Bis-GMA) e uretano dimetacrilato (UDMA)<br />
po<strong>de</strong>m também ser liberados <strong>na</strong> água. A lixiviação <strong>de</strong>sses componentes po<strong>de</strong><br />
influenciar a alteração dimensio<strong>na</strong>l inicial, o <strong>de</strong>sempenho clínico, o aspecto estético<br />
das restaurações e a biocompatibilida<strong>de</strong> do material (ARCHEGAS, 2005).<br />
Machado (2008) realizou um estudo com objetivo <strong>de</strong> avaliar a <strong>influência</strong> da luz<br />
fotopolimerizadora <strong>na</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização <strong>de</strong> uma resi<strong>na</strong> composta por<br />
meio do teste <strong>de</strong> micro dureza. Para isto foram confeccio<strong>na</strong>dos 8 corpos <strong>de</strong> prova<br />
com 5mm <strong>de</strong> diâmetro e duas espessuras <strong>de</strong> 2mm e 4mm, divididos em 8 grupos.<br />
Foram utilizados 4 unida<strong>de</strong>s fotopolimerizadoras, sendo uma <strong>de</strong> luz halóge<strong>na</strong><br />
(Optilux - Demetron) e três <strong>de</strong> luz emitida por diodo (Smart Lite PS – Dentsply, DX -<br />
Kavo e Radii-cal- SDI.). A análise estatística mostrou diferenças estatísticas<br />
(P
manutenção das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> duas marcas comerciais <strong>de</strong> resi<strong>na</strong><br />
composta (Silux-Plus e P-50, 3M Dental), em três diferentes cores. Verificaram que<br />
as cores não influenciaram nos resultados, mas a redução da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz ou<br />
do tempo <strong>de</strong> exposição diminuiu significantemente a dureza dos espécimes. Seabra<br />
(2000), testando a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização <strong>de</strong> algumas marcas comerciais <strong>de</strong><br />
resi<strong>na</strong>s con<strong>de</strong>nsáveis, verificou que o tempo <strong>de</strong> exposição à luz interfere <strong>na</strong><br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização, po<strong>de</strong>ndo afetar o grau <strong>de</strong> polimerização mínimo<br />
<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pelos fabricantes. Rueggeberg & Jordan (1993) e Rueggeberg (1999)<br />
observaram que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz necessária para excitar o fotoiniciador é<br />
bastante reduzida à medida que esta passa da superfície para o centro da<br />
restauração, <strong>de</strong>vido à dispersão e à absorção da luz. A partir da superfície, a 0,5mm<br />
<strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, 50% <strong>de</strong> energia é perdida; a 1mm, ape<strong>na</strong>s 25% está disponível; a<br />
2mm, 9% e a 3mm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, somente 3% da energia <strong>de</strong> luz consegue atingir<br />
a canforoquino<strong>na</strong>.<br />
Segundo Santos et al. (2002) a conversão máxima <strong>de</strong> monômeros em<br />
polímeros <strong>na</strong>s resi<strong>na</strong>s atuais fica em torno <strong>de</strong> 60 a 70%.<br />
Archegas (2005) realizou seu estudo com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a sorção e a<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> três resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> híbridas polimerizadas com luz halóge<strong>na</strong> e<br />
luz emitida por diodo (LED). Trinta e dois discos <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> comerciais<br />
(Herculite XRV, Tetric Ceram e Filtek Z250) foram polimerizados com aparelhos d e<br />
luz halóge<strong>na</strong> (Optilux 501 ) e <strong>de</strong> LED (LEDemetron 1) e divididos em grupos<br />
para cada tempo <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento. Os espécimes foram armaze<strong>na</strong>dos a 37ºC e<br />
pesados até uma massa constante (m1). Os discos foram imersos em aguá<br />
<strong>de</strong>ionizada por 24 horas, 7 e 28 dias e pesados novamente (m2). O<br />
recondicio<strong>na</strong>mento dos espécimes foi realizado até a obtenção <strong>de</strong> uma massa<br />
constante (m3). A sorção e a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foram calculadas e submetidas à ANOVA<br />
e teste <strong>de</strong> Tukey (p
Aguiar (2004) em estudo realizado, verificou que o material resinoso não é<br />
totalmente polimerizado, pois contém peque<strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monômeros residuais<br />
entre as estruturas <strong>de</strong> polímeros formadas. Percebendo que assim como o grau <strong>de</strong><br />
conversão está relacio<strong>na</strong>do com as proprieda<strong>de</strong>s físicas do compósito, a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> monômeros remanescentes também é um co-<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte das proprieda<strong>de</strong>s<br />
físicas do polímero resultante. Concluindo que quando em contato com o meio<br />
bucal, o compósito não polimerizado a<strong>de</strong>quadamente po<strong>de</strong>rá ser solubilizado,<br />
acelerando o processo <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> do a<strong>de</strong>sivo, possibilitando infiltração margi<strong>na</strong>l<br />
e cárie secundária. Po<strong>de</strong>ndo portanto, numa situação clínica, a <strong>de</strong>gradação dos<br />
compósitos não po<strong>de</strong> ser atribuída a um único fator ou substância química; ao<br />
contrário, é resultado <strong>de</strong> complexas reações entre diferentes fatores.<br />
Obici et al. (2005) propuseram avaliar as proprieda<strong>de</strong>s mecânicas <strong>de</strong> uma<br />
resi<strong>na</strong> híbrida (Filtek Z250 – 3M/ESPE) sobre diferentes métodos <strong>de</strong> cura. Os<br />
métodos <strong>de</strong> fotoativação foram: luz contínua (800mW/cm² - 40 s), luz exponencial (0<br />
- 800mW/cm² - 40 s), luz intermitente (2s - 600mW/cm² e 2s sem luz – 80s), dupla<br />
intensida<strong>de</strong> (10 s - 150mW/cm², 30s – 650 mW/cm²), PAC (1320 mW/cm² - 3s) e<br />
LED (350 mW/ cm² - 40s). Após fotoativação, os corpos <strong>de</strong> prova foram<br />
armaze<strong>na</strong>dos em ambiente escuro por 24 horas e submetidos aos ensaios<br />
mecânicos até fratura (v = 0,5 mm/min). Os testes <strong>de</strong> variância ANOVA e Tukey<br />
foram aplicados com níveis <strong>de</strong> significâncias <strong>de</strong> 5%. Os resultados <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m que<br />
método <strong>de</strong> polimerização interfira <strong>na</strong>s proprieda<strong>de</strong>s mecânicas da resi<strong>na</strong> Z250,<br />
quando a<strong>na</strong>lisadas em resistência a compressão, tração diametral, flexão e módulo<br />
<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>.<br />
2.8. Importância da <strong>de</strong>sidratação durante o experimento<br />
Segundo as normas preconizadas pela ISO, a <strong>de</strong>sidratação inicial e fi<strong>na</strong>l dos<br />
espécimes po<strong>de</strong> afetar diretamente o valor da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> dos compósitos. Se o<br />
material não for totalmente <strong>de</strong>sidratado no início do processo os valores <strong>de</strong><br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> po<strong>de</strong>m refletir somente o término <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssecação do espécime. Mortier<br />
et al., 2005, em seu estudo avaliou a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> diferentes materiais com e sem<br />
28
um ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssecação inicial e concluiu que há aumento <strong>de</strong> até 8 vezes <strong>na</strong><br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, quando os espécimes não são <strong>de</strong>sidratados.<br />
2.9. Utilização, fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e proprieda<strong>de</strong>s dos isotônicos<br />
Segundo Goston (2008), no Brasil, o uso <strong>de</strong> suplementos nutricio<strong>na</strong>is tem<br />
crescido <strong>na</strong>s aca<strong>de</strong>mias e clubes on<strong>de</strong> se realizam ativida<strong>de</strong>s físicas. Essa prática é,<br />
geralmente, encorajada pelos profissio<strong>na</strong>is responsáveis pelas sessões <strong>de</strong><br />
exercícios ou trei<strong>na</strong>dores. A mídia tem também gran<strong>de</strong> <strong>influência</strong>. A propaganda<br />
diária exerce forte <strong>influência</strong> sobre as pessoas, incentivando-as ou fazendo-as<br />
acreditar que há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementar a dieta, no seu dia a dia, com<br />
suplementos nutricio<strong>na</strong>is. Muitas vezes utilizando os produtos <strong>de</strong> forma errônea e<br />
<strong>de</strong>masiada trazendo diversas conseqüências como, por exemplo, a erosão causada<br />
aos tecidos <strong>de</strong>ntais. E uma vez possuindo restaurações em resi<strong>na</strong> composta, o<br />
usuário po<strong>de</strong> estar vindo a provocar alterações <strong>na</strong>s mesmas também.<br />
Hirschbruch e colaboradores (2008) em seu estudo concluíram que o<br />
suplemento mais consumido é a bebida esportiva (conhecida como isotônico).<br />
Os repositores hidroeletrolíticos foram lançados no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l com a<br />
proposta inicial <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>rem como um repositor <strong>de</strong> líquidos e sais minerais para<br />
os praticantes <strong>de</strong> esportes. Entretanto, em razäo do seu sabor agradável e da<br />
sensasäo <strong>de</strong> "saciar a se<strong>de</strong>", estas bebidas têm se tor<strong>na</strong>do muito populares, sendo<br />
consumidas indiscrimi<strong>na</strong>damente por crianças e adultos (BONFIM et al., 2001).<br />
Em 2000, a American Dietetic Association (ADA), a Ca<strong>na</strong>dian Dietetic<br />
Association (CDA) e o American College of Sports Medicine (ACSM) afirmaram que<br />
existe importante relação entre nutrição e ativida<strong>de</strong> física. Segundo estes órgãos, o<br />
<strong>de</strong>sempenho atlético e a recuperação pós-treinos são melhorados com ótima<br />
nutrição. Contudo, quando o assunto envolve esportistas, as recomendações para<br />
tal grupo têm sido marcadas por controvérsias.<br />
Tirapegui e Men<strong>de</strong>s (2005) afirmam que as recomendações nutricio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />
esportistas diferenciam-se das dos atletas em função do gasto energético<br />
relativamente menor dos primeiros. No entanto, os mesmos autores, afirmam que as<br />
29
necessida<strong>de</strong>s dos esportistas certamente <strong>de</strong>vem ser maiores do que as dos<br />
indivíduos se<strong>de</strong>ntários e que essas, variam <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, da<br />
fase <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento e do momento da ingestão dos nutrientes. Suplementos<br />
nutricio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong>s suas mais variadas formas, têm sido a pa<strong>na</strong>céia domi<strong>na</strong>nte no meio<br />
esportivo, não só pelos atletas, como também por aqueles que buscam no esporte<br />
um meio <strong>de</strong> garantir a saú<strong>de</strong> e o bem estar. Contudo, pouco se conhece sobre sua<br />
utilização por freqüentadores <strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mias. No Brasil, outros estudos, em diferentes<br />
estados, mostraram prevalência variável do uso <strong>de</strong> suplementos por parte <strong>de</strong><br />
praticantes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física, em aca<strong>de</strong>mias.<br />
Diferentes estudos a<strong>na</strong>lisaram algumas das proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas dos<br />
isotônicos e revelaram um pH inferior a 4,0. Essa característica faz com que a<br />
bebida apresente elevado potencial erosivo aos tecidos duros <strong>de</strong>ntais,<br />
especialmente quando consumida <strong>de</strong> forma excessiva e/ou por período prolongado<br />
(XAVIER et al., 2010).<br />
Corso et al. (2006) em seu artigo afirmou que diversos estudos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is avaliaram o efeito erosivo <strong>de</strong> diferentes bebidas isotônicas sobre o<br />
esmalte <strong>de</strong>ntário humano, estando a sua capacida<strong>de</strong> erosiva associada à sua aci<strong>de</strong>z<br />
e à sua capacida<strong>de</strong> tampão.<br />
Na pesquisa realizada por Farias et al. (2009), verificaram que o pH inicial das<br />
bebidas industrializadas acrescidas <strong>de</strong> fruta (pêssego, limo<strong>na</strong>da suíça, laranja,<br />
maçã, morango e uva), tanto em sua forma pura quanto diluída, apresentaram-se<br />
abaixo <strong>de</strong> 4,0, variando entre 3,17 (morango) e 3,73 (limo<strong>na</strong>da suíça), para os puros,<br />
e <strong>de</strong> 3,18 (morango) à 3,82 (limo<strong>na</strong>da suíça) para os diluídos, constatando-se que<br />
ape<strong>na</strong>s o sabor origi<strong>na</strong>l possuiu um pH acima do crítico (5,5) para o esmalte, (6,99<br />
quando em concentração pura e 7,05 quando diluído), sendo este valor estatisti<br />
camente diferente dos <strong>de</strong>mais. Enten<strong>de</strong>ndo-se assim, que o acréscimo da fruta <strong>na</strong><br />
composição <strong>de</strong>stas bebidas é o que as tornou ácidas, e, portanto, potencialmente<br />
erosiva. Nos resultados encontrados <strong>na</strong> pesquisa, verificaram que o pH inicial menor<br />
que pH crítico para o esmalte, estão <strong>de</strong> acordo com outros estudos com bebidas<br />
ácidas industrializada não alcoólicas.<br />
Inúmeros autores têm <strong>de</strong>monstrado que a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s<br />
hidroeletrolíticas, o baixo pH das bebidas isotônicas po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r malefícios à<br />
saú<strong>de</strong> bucal, por meio do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões erosivas do esmalte <strong>de</strong>ntário.<br />
Confirmando essa assertiva, no estudo realizado por Xavier et al. (2010) observou-<br />
30
se que os produtos a<strong>na</strong>lisados apresentaram baixo pH endógeno, o qual variou <strong>de</strong><br />
2,03 a 2,92, segundo o sabor avaliado, estando em concordância com outros<br />
estudos que afirmam que .<br />
Segundo Sobral et al. (2000), pessoas que consomem frutas cítricas mais que<br />
duas vezes ao dia apresentam um risco 37 vezes maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem lesões<br />
por erosão do que aquelas que não consomem. Riscos semelhantes parecem<br />
ocorrer com o consumo <strong>de</strong> vi<strong>na</strong>gre <strong>de</strong> maçã (10 vezes maior), bebidas para<br />
esportistas (4 vezes maior) ou refrigerantes (4 vezes maior), quando consumidas<br />
diariamente. O progresso <strong>na</strong> perda <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong>ntal por erosão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong><br />
aproximadamente 1 µm ao dia.<br />
Pesquisadores europeus estudaram alimentos ácidos e bebidas como fatores<br />
<strong>de</strong> risco para a erosão do esmalte, a maioria com investigações com foco em<br />
bebidas ácidas. Larsen e Nyvad (1999), investigaram in vitro o potencial erosivo <strong>de</strong><br />
refrigerantes, águas minerais e sumos <strong>de</strong> laranja e profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> erosão em<br />
relação ao pH e capacida<strong>de</strong> tampão da as bebidas. Eles relataram que a erosão foi<br />
mínima em bebidas que contenham um pH acima <strong>de</strong> 4.2, mas tornou-se mais<br />
evi<strong>de</strong>nte com pH abaixo <strong>de</strong> 4,0. Hunter et al. (2000) exami<strong>na</strong>ram a susceptibilida<strong>de</strong><br />
in vitro <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos e permanentes à erosão por imersão em uma fruta <strong>de</strong><br />
baixo pH diluído com água. Descobriram que uma duração maior da exposição à<br />
bebida do fruto provocauma erosão mais severa, no entanto, a gravida<strong>de</strong> da erosão<br />
não foi proporcio<strong>na</strong>l ao tempo <strong>de</strong> exposição. Rees et al. (2005) relatou que as<br />
bebidas esportivas à base <strong>de</strong> frutas ácidas possuem pHs baixos e são erosivos<br />
quando o esmalte está imerso <strong>na</strong> bebida esportiva.<br />
Uma série <strong>de</strong> estudos indica que o potencial erosivo <strong>de</strong> uma bebida ácida não<br />
está totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu pH, sendo bastante afetado pelo conteúdo <strong>de</strong><br />
ácido titulável (capacida<strong>de</strong> tampão). Além disso, a concentração <strong>de</strong> cálcio, fosfato e,<br />
em menor grau, o teor <strong>de</strong> fluoreto <strong>de</strong> uma bebida ou alimento são fatores<br />
importantes que influenciam no seu potencial erosivo. Por outro lado, os fatores<br />
biológicos modificadores como a saliva, a composição e estrutura do <strong>de</strong>nte, a<br />
a<strong>na</strong>tomia e oclusão <strong>de</strong>ntária e a a<strong>na</strong>tomia dos tecidos moles da boca em relação<br />
aos <strong>de</strong>ntes e aos movimentos fisiológicos dos tecidos moles, como padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>gluti<br />
ção, po<strong>de</strong>m modificar o potencial erosivo (FARIAS et al., 2009).<br />
31
3 PROPOSIÇÃO<br />
O propósito <strong>de</strong>sse trabalho foi avaliar as alterações <strong>na</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong> <strong>após</strong> a <strong>atuação</strong> <strong>de</strong> isotônicos, e:<br />
• A<strong>na</strong>lisar a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> da resi<strong>na</strong> composta microhíbrida: Filtek<br />
Z250 (3M ESPE) <strong>após</strong> a ação dos isotônicos: Gatora<strong>de</strong>, i9 Hidrotônico e<br />
Marathon;<br />
• A<strong>na</strong>lisar a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> da resi<strong>na</strong> composta <strong>na</strong>noparticulada:<br />
Filtek Z350 (3M ESPE) <strong>após</strong> a ação dos isotônicos: Gatora<strong>de</strong>, i9 Hidrotônico<br />
e Marathon;<br />
• Avaliar comparativamente a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das duas resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
testadas (Filtek Z250 e Filtek Z350);<br />
• A<strong>na</strong>lisar qual das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> testadas melhor se comportou frente a<br />
ação dos isotônicos;<br />
• A<strong>na</strong>lisar qual isotônico, entre o Gatora<strong>de</strong>, i9 Hidrotônico e Marathon, possui<br />
uma maior <strong>influência</strong> sobre a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s testadas;<br />
• Avaliar a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s pesquisados no meio <strong>de</strong> imersão saliva<br />
artificial;<br />
• Avaliar a capacida<strong>de</strong> erosiva dos isotônicos sobre as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong><br />
através da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s pelo período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 91 dias;<br />
• Comparar a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s pesquisadas no meio <strong>de</strong> imersão (saliva<br />
artificial);<br />
• Comparar a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> das resi<strong>na</strong>s pelo período <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 91 dias.<br />
32
4 METODOLOGIA<br />
estatístico.<br />
Foi utilizada uma abordagem experimental, com procedimento comparativo e<br />
4.1 Universo e Amostra<br />
A amostra foi constituída por 02 (duas) resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> indicadas para<br />
<strong>de</strong>ntes anteriores e posteriores, sendo uma (01) microhíbrida: Filtek Z250 (3M<br />
ESPE) e 01 (uma) <strong>na</strong>noparticulada: Filtek Z350 (3M ESPE); e por 03 (três) tipos <strong>de</strong><br />
isotônicos: Gatora<strong>de</strong>, i9 Hidrotônico e Marathon Sport; todos com sabor artificial <strong>de</strong><br />
limão.<br />
4.1.1 Resi<strong>na</strong>s Compostas<br />
Fig. 1- Resi<strong>na</strong> micro-híbrida Filtek Z250 (3M ESPE) Fig. 2- Resi<strong>na</strong> <strong>na</strong>noparticulada Filtek Z350 (3M ESPE)<br />
33
Quadro 1: Resi<strong>na</strong>s Compostas com seus respectivos fabricantes, nº <strong>de</strong> lote e<br />
composição<br />
Filtek<br />
Z250<br />
Filtek<br />
Z350<br />
4.1.2 Isotônicos<br />
Fabricante Data <strong>de</strong> Fabricação e<br />
3M ESPE,<br />
Lote: 8CK /<br />
9FF<br />
3M ESPE,<br />
Lote: 8BW<br />
Lote<br />
Mar/2008 (Lote 8CK)<br />
Nov/2008 (Lote 9FF)<br />
Mar/2011<br />
Composição<br />
Óxido <strong>de</strong> alumínio, sílica,<br />
óxido <strong>de</strong> zircônia, BIS-<br />
GMA, UDMA e BIS-EMA<br />
Partículas inorgânicas<br />
entre 0.01-3.5 µm em 60%<br />
do Volume.<br />
BIS-GMA, BIS-EMA,<br />
UDMA com peque<strong>na</strong>s<br />
quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TEGDMA<br />
e pigmento.<br />
Nanopartículas <strong>de</strong> sílica, e<br />
<strong>na</strong>noaglomerados <strong>de</strong><br />
zircônia/sílica.<br />
Fig. 3 – Isotônico Gatora<strong>de</strong> Fig. 4 – Isotônico Marathon<br />
Fig. 5 – Isotônico i9 Hidrotônico<br />
34
4.1.2.1 Gatora<strong>de</strong><br />
Composição: Água, sacarose, glicose, cloreto <strong>de</strong> sódio, citrato <strong>de</strong> sódio,<br />
fosfato <strong>de</strong> potássio monobásico, acidulante ácido cítrico, aromatizante e corante<br />
<strong>na</strong>tural-betacaroteno.<br />
pH: 3,021 + 0,02<br />
Quadro 2: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico Gatora<strong>de</strong><br />
Quantida<strong>de</strong> por porção % VD (*)<br />
Valor energético 48 kcal 2<br />
Carboidratos 12 g 4<br />
Sódio 90 mg 4<br />
Cloreto 84 mg -<br />
Potássio 24 mg -<br />
(*) Valores Diários <strong>de</strong> Referência com base em uma dieta <strong>de</strong> 2.000 calorias/ porção <strong>de</strong> 200 ml (1 copo)<br />
4.1.2.2 Marathon<br />
Composição: Água potável, açúcar, cloreto <strong>de</strong> sódio, fosfato <strong>de</strong> potássio<br />
monobásico, citrato <strong>de</strong> sódio, acidulante ácido cítrico, aroma idêntico ao <strong>na</strong>tural<br />
limão, espessante: goma arábica, conservantes: benzoato <strong>de</strong> sódio e sorbato <strong>de</strong><br />
potássio, antioxidante: ácido ascórbico e corante artificial: amarelo tartrazi<strong>na</strong> e<br />
sequestrante EDTA, colorido artificialmente.<br />
pH: 3,174 + 0,02<br />
Quadro 3: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico Marathon<br />
Quantida<strong>de</strong> por porção % VD (*)<br />
Valor energético 58 kcal 2<br />
Carboidratos 12 g 4<br />
Sódio 61 mg 3<br />
Cloreto 45 mg -<br />
Potássio 48 mg -<br />
(*) Valores Diários <strong>de</strong> Referência com base em uma dieta <strong>de</strong> 2.000 calorias/ porção <strong>de</strong> 200 ml (1 copo)<br />
35
4.1.2.3 i9 Hidrotônico<br />
Composição: Água, açúcar, cloreto <strong>de</strong> sódio, fosfato <strong>de</strong> potássio, sulfato <strong>de</strong><br />
magnésio, inositol (8mg por 200ml), fosfato <strong>de</strong> cálcio, acidulante ácido cítrico, aroma<br />
<strong>na</strong>tural, conservadores sorbato <strong>de</strong> potássio e benzoato <strong>de</strong> sódio, regulador <strong>de</strong><br />
aci<strong>de</strong>z citrato <strong>de</strong> sódio, emulsificante goma acácia, seqüestrante EDTA cálcio<br />
dissódico e estabilizante goma éster.<br />
pH: 3,185 + 0,02<br />
Quadro 4: Informação nutricio<strong>na</strong>l do isotônico 19 Hidrotônico<br />
Quantida<strong>de</strong> por porção %<br />
Valor energético 51 kcal = 214 kJ 3<br />
Carboidratos 12 g 4<br />
Sódio 57 mg 2<br />
Cloreto 58 mg -<br />
Potássio 50 mg -<br />
VD (*)<br />
(*) Valores Diários <strong>de</strong> Referência com base em uma dieta <strong>de</strong> 2.000 calorias/ porção <strong>de</strong> 200 ml (1 copo)<br />
4.2 Confecção dos corpos <strong>de</strong> prova<br />
A confecção dos corpos <strong>de</strong> prova foi realizada <strong>de</strong> acordo com a seguida por<br />
Ro<strong>de</strong> (2006) modificada para esta pesquisa, on<strong>de</strong> foram utilizados oitenta (80)<br />
tubetes <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> anestésico local, como mol<strong>de</strong> para a inserção das resi<strong>na</strong>s. Os<br />
tubetes anestésicos foram previamente esvaziados, limpos, tiveram os lacres<br />
metálicos removidos (Fig. 6), os êmbolos <strong>de</strong>slocados com o auxílio <strong>de</strong> uma cânula<br />
<strong>de</strong> plástico (Fig. 7) e por fim, foram esterelizados em autoclave. Os êmbolos foram<br />
<strong>de</strong>slocados <strong>de</strong> forma a permitir a inserção <strong>de</strong> 10 mm <strong>de</strong> diâmetro e 2 mm <strong>de</strong><br />
espessura da resi<strong>na</strong> composta (Fig. 8).<br />
A resi<strong>na</strong> composta foi removida da seringa (Fig. 9) e inserida em porção<br />
única, com espátula <strong>de</strong> inserção, preenchendo a cavida<strong>de</strong> do tubete anestésico (Fig.<br />
10). Após a inserção da resi<strong>na</strong>, foi colocada uma fita <strong>de</strong> poliéster sobre a mesma<br />
para promover uma superfície pla<strong>na</strong> e lisa, e sobre esta uma placa <strong>de</strong> vidro (Fig. 11<br />
36
e Fig. 12). Em seguida, a resi<strong>na</strong> foi fotopolimerizada sobre a fita <strong>de</strong> poliéster para<br />
padronizar e manter a mesma distância do fotopolimerizador a superfície da resi<strong>na</strong>,<br />
pelo tempo <strong>de</strong> 20 segundos <strong>de</strong> acordo com o recomendado pelo fabricante, através<br />
da utilização <strong>de</strong> um fotopolimerizador do tipo LED (LD Max da G<strong>na</strong>tus) <strong>de</strong> freqüência<br />
<strong>de</strong> 50/60 Hz, comprimento <strong>de</strong> onda da luz <strong>na</strong> faixa entre 450nm, o qual foi<br />
previamente calibrado (Fig. 13 e Fig 14). Em seguida, o corpo <strong>de</strong> prova foi removido<br />
do interior do tubete anestésico com auxílio da cânula plástica (Fig. 15 e Fig. 16).<br />
Fig. 6 – Remocão do lacre metálico<br />
do tubete anestésico<br />
Fig. 9 – Remocão da resi<strong>na</strong> da<br />
bis<strong>na</strong>ga<br />
Fig.12 – Tubete com corpo <strong>de</strong><br />
prova sobre a placa <strong>de</strong> vidro<br />
Fig. 7 – Deslocamento do êmbolo Fig. 8 – Distância <strong>de</strong> 2mm para<br />
inserção da resi<strong>na</strong> no tubete<br />
Fig. 10 – Inserção da resi<strong>na</strong> no<br />
tubete<br />
Fig.13 – Fotopolimerizador<br />
LD Max - G<strong>na</strong>tus<br />
Fig.11 – Fita <strong>de</strong> poliéster sobre a<br />
superfície do corpo <strong>de</strong> prova<br />
37<br />
Fig.14 – Fotopolimerização do corpo<br />
<strong>de</strong> prova por 20 seg
4.2 Divisão dos Grupos<br />
Fig.15 – Remoção do corpo <strong>de</strong><br />
prova do tubete<br />
4.3 Divisão dos Grupos<br />
Fig.16 – Corpo <strong>de</strong> prova<br />
polimerizado sobre a placa <strong>de</strong> vidro<br />
Para a análise experimental, os corpos <strong>de</strong> prova foram divididos em oito (08)<br />
grupos (n=10), sendo seis (06) experimentais constituídos <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong><br />
resi<strong>na</strong> composta e do isotônico que foram avaliados, e dois (02) grupos controle<br />
compostos pelas resi<strong>na</strong>s e que foram imersos em saliva artificial.<br />
Cada grupo foi submetido à aplicação <strong>de</strong> duas (02) análises, uma 24 horas<br />
<strong>após</strong> a inserção da resi<strong>na</strong> e outra <strong>após</strong> a <strong>atuação</strong> dos isotônicos.<br />
Os corpos <strong>de</strong> prova foram armaze<strong>na</strong>dos em frascos numerados para sua<br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> acordo com cada grupo e numerados <strong>de</strong> 1 a 80, com saliva artificial<br />
e mantidos em temperatura ambiente (25 ºC) durante todo o experimento.<br />
Quadro 5: Grupos <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta e <strong>de</strong> isotônico<br />
Grupos Tipo <strong>de</strong> Resi<strong>na</strong> Tipo <strong>de</strong> Isotônico<br />
G1 Filtek Z250 (3M ESPE) Saliva artificial<br />
G2 Filtek Z350 (3M ESPE) Saliva artificial<br />
G3 Filtek Z250 (3M ESPE) Isotônico – Gatora<strong>de</strong><br />
G4 Filtek Z250 (3M ESPE) Isotônico – Marathon Sport<br />
G5 Filtek Z250 (3M ESPE) Isotônico – i9 Hidrotônico<br />
G6 Filtek Z350 (3M ESPE) Isotônico – Gatora<strong>de</strong><br />
G7 Filtek Z350 (3M ESPE) Isotônico – Marathon Sport<br />
G8 Filtek Z350 (3M ESPE) Isotônico – i9 Hidrotônico<br />
38
4.4 Saliva artificial<br />
Quadro 6: Composição da saliva artificial<br />
Saliva artificial<br />
(fabricada em Farmácia <strong>de</strong><br />
Manipulação – Dilecta)<br />
pH = 6,0<br />
Fig. 17 – Saliva artificial<br />
• Cloreto <strong>de</strong> potássio - 0,625g<br />
• Cloreto <strong>de</strong> sodio – 0,865g<br />
• Cloreto <strong>de</strong> magnésio (6 H2O) - 0,125 g<br />
• Cloreto <strong>de</strong> calcio(2 H2O) - 0,072 g<br />
• Água <strong>de</strong>stilada qsp 1000ml<br />
• Fosfato dibásico <strong>de</strong> potássio – 0, 8035g<br />
• Fosfato acido <strong>de</strong> potássio – 0,326g<br />
• Sorbitol 70% - 42,7g<br />
• Fluoreto <strong>de</strong> sódio - 4,25 mg<br />
• Benzoato <strong>de</strong> sódio 10g<br />
• Nipagin – 0,9g<br />
• Nipasol – 0,1g<br />
• Carboximetilcelulose – 10g<br />
• Água <strong>de</strong>stilada qsp 1000ml<br />
*Saliva, CMC 0,5%, Phenonip 0,1%, Água <strong>de</strong>stilada QSP<br />
39
4.5 Coleta <strong>de</strong> dados<br />
Depois <strong>de</strong> confeccio<strong>na</strong>dos, os corpos <strong>de</strong> prova foram mantidos em um<br />
ambiente com 100% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> relativa durante 24h até o início do experimento,<br />
quando então foram <strong>de</strong>sidratados em uma estufa a 100ºC, durante três (03) minutos<br />
e pesados individualmente em uma balança digital <strong>de</strong> alta precisão e tiveram seus<br />
pesos anotados. Em seguida foram transferidos, individualmente, para frascos<br />
contendo saliva artificial que foram numerados <strong>de</strong> acordo com os seus respectivos<br />
pesos, previamente anotados (Fig. 18).<br />
Durante todo o período experimental os recipientes contendo os corpos <strong>de</strong><br />
prova ficaram armaze<strong>na</strong>dos em temperatura ambiente (25 ºC) e imersos em saliva<br />
artificial para mantê-los hidratados. Os grupos controle <strong>após</strong> o período <strong>de</strong> 7 dias <strong>de</strong><br />
armaze<strong>na</strong>gem <strong>na</strong> saliva artificial, tiveram seus corpos removidos, secos com papel<br />
absorvente (Fig. 19), <strong>de</strong>sidratados em estufa (Fig. 20 e Fig 21), pesados <strong>na</strong> balança<br />
<strong>de</strong> alta precisão (Fig. 22 e Fig. 23), e <strong>após</strong> terem seus pesos <strong>de</strong>vidamente anotados,<br />
retor<strong>na</strong>ram para a saliva artificial on<strong>de</strong> permaneceram até o próximo ciclo <strong>de</strong> 7 dias.<br />
Após mais 7 dias, repetiu-se novamente esse ciclo sendo assim durante 12<br />
sema<strong>na</strong>s consecutivas (os corpos <strong>de</strong> prova tiveram os pesos mensurados ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />
cada ciclo sema<strong>na</strong>l); os grupos experimentais foram submetidos a ação dos<br />
isotônicos por um ciclo sema<strong>na</strong>l com ação diária por um período <strong>de</strong> 10 minutos<br />
on<strong>de</strong> ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cada ciclo sema<strong>na</strong>l tiveram seus pesos mensurados e anotados,<br />
repetindo-se também o ciclo pelo período <strong>de</strong> 12 sema<strong>na</strong>s consecutivas. Ao fi<strong>na</strong>l do<br />
experimento, os corpos <strong>de</strong> prova tiveram mensurados os seus pesos fi<strong>na</strong>is.<br />
Os resultados foram obtidos por intermédio da diminuição relativa dos pesos.<br />
Fig. 18 – Corpo <strong>de</strong> prova<br />
imerso em saliva artificial<br />
Fig. 19 – Corpo <strong>de</strong> prova sendo<br />
seco em papel absorvente<br />
Fig. 20 – Estufa <strong>de</strong> secagem<br />
40
Fig. 21 – Corpos <strong>de</strong> prova sendo<br />
<strong>de</strong>sidratados em estufa a 100°C<br />
4.6 Análise estatística<br />
Os dados foram registrados <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados do programa <strong>de</strong><br />
informática SPSS (Statistical Package for Social Sciences) for Windows, versão<br />
15.0, e a<strong>na</strong>lisados por meio <strong>de</strong> estatística <strong>de</strong>scritiva e inferencial uni e bivariada.<br />
Para os procedimentos <strong>de</strong>scritivos, foram apresentadas medidas <strong>de</strong> tendência<br />
central (média e media<strong>na</strong>) e variabilida<strong>de</strong> (<strong>de</strong>svio-padrão e amplitu<strong>de</strong>). Os<br />
procedimentos <strong>de</strong> inferência estatística, por sua vez, em virtu<strong>de</strong> do tamanho da<br />
amostra e distribuição dos dados, foram feitos com base em estatística paramétrica<br />
(para as comparações intergrupos) e não paramétrica (para as comparações<br />
intragrupos), por meio <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Variância (ANOVA paramétrica e<br />
teste <strong>de</strong> Kruskal-Wallis) e testes para medidas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (U <strong>de</strong> Mann-Whitney)<br />
e repetidas (teste <strong>de</strong> Friedman).<br />
.<br />
Fig. 22 – Balança <strong>de</strong> alta<br />
precisão Ohaus Adventure -<br />
AR 2140<br />
41<br />
Fig. 23 – Corpo <strong>de</strong> prova sendo<br />
pesado <strong>na</strong> balança <strong>de</strong> alta precisão
5 RESULTADOS<br />
Inicialmente, com vistas a observar a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> cada grupo em função<br />
do tempo <strong>de</strong> imersão por um período <strong>de</strong> 3 meses, foram realizadas análises da<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> intragrupos para cada grupo separadamente, por meio do teste <strong>de</strong><br />
Friedman. Para o grupo 1, o grupo imerso em saliva artificial com resi<strong>na</strong> Filtek Z250,<br />
observou-se diferenças significativas: apresentando a maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> primeira<br />
pesagem, com média igual a 0,18734, e menor <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong> sétima pesagem,<br />
cuja média foi <strong>de</strong> 0,18952, apresentando uma maior estabilida<strong>de</strong> <strong>na</strong>s últimas<br />
pesagens (ver tabela 1 e gráfico 1).<br />
Tabela 1: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 1 (Filtek<br />
Z250 imerso em saliva artificial)<br />
Grupo 1<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,18800 ,19295 ,026203 ,1354 ,2143 χ²=101,86<br />
(p
0,19<br />
0,1895<br />
0,189<br />
0,1885<br />
0,188<br />
0,1875<br />
0,187<br />
0,1865<br />
0,186<br />
Solubilida<strong>de</strong> em Z250/saliva artificial<br />
Gráfico 1: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong> Z250<br />
em saliva artificial<br />
Para o grupo 2, imerso também em saliva artificial, mas com resi<strong>na</strong> Z350,<br />
diferenças estatisticamente significativas apontam que as pesagens com maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> (menor peso) foram para a primeira (M=0,15631) e quarta pesagem<br />
(M=0,15702), sendo as <strong>de</strong> menor <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> as pesagens <strong>de</strong> número 5<br />
(M=0,15792) e 6 (M=0,15789), conforme discrimi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> Tabela 2 e gráfico 2.<br />
Apresentando também uma maior estabilida<strong>de</strong> <strong>na</strong>s últimas pesagens.<br />
43
Tabela 2: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 2 (Filtek<br />
Z350 imerso em saliva artificial)<br />
Grupo 2<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,15705 ,15360 ,033276 ,1164 ,2225 χ²=45,238<br />
(p
O grupo 3 (resi<strong>na</strong> Z250 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>) também apresentou<br />
diferenças significativas do ponto <strong>de</strong> vista estatístico quanto à <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong>s<br />
diferentes pesagens (ver tabela 3 e gráfico 3). Na segunda pesagem (M=0,16556)<br />
observa-se maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> dos corpos <strong>de</strong> prova, sendo a menor obtida <strong>na</strong> quinta<br />
pesagem (M=0,16651).<br />
Tabela 3: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 3 (Filtek<br />
Z250 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>)<br />
Grupo 3<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,16534 ,16240 ,027662 ,1198 ,2200 χ²=80,787<br />
(p
Diferenças estatísticas também foram observadas no grupo 4, resi<strong>na</strong> Z250<br />
imersa no isotônico Marathon. Tais diferenças foram maiores <strong>na</strong>s primeiras<br />
pesagens, sendo estas mais constantes <strong>na</strong>s últimas, tais quais os grupos imersos<br />
em saliva (Z250 e Z350). A maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> se <strong>de</strong>u <strong>na</strong> primeira pesagem, com<br />
peso médio <strong>de</strong> 0,17368. Contrapondo-se, assim, ao peso médio obtido <strong>na</strong> sétima<br />
pesagem (M=0,17497), sendo este o <strong>de</strong> menor <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>. Como se verifica <strong>na</strong><br />
tabela 4 e gráfico 4.<br />
Tabela 4: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 4 (Filtek<br />
Z250 imersa no isotônico Marathon)<br />
Grupo 4<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,17395 ,16105 ,039921 ,1072 ,2358 χ²=99,419<br />
(p
0,1755<br />
0,175<br />
0,1745<br />
0,174<br />
0,1735<br />
0,173<br />
Solubilida<strong>de</strong> em Z250/Marathon<br />
Gráfico 4: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo para a resi<strong>na</strong><br />
Z250 imersa no isotônico Marathon<br />
O último grupo <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> Z250 (grupo 5), <strong>de</strong>sta vez imerso no isotônico i9<br />
Hidrotônico apresentou maior variabilida<strong>de</strong> dos pesos <strong>na</strong> primeira parte do tempo,<br />
sendo mais estáveis com o passar do tempo, assim como os grupos anteriores. Em<br />
função das diferenças estatísticas encontradas, os resultados sugerem que a maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> (M=0,19669) se dá <strong>na</strong> primeira pesagem (conforme já foi observado em<br />
dados anteriores), ao passo que a menor se dá <strong>na</strong> terceira pesagem (M=0,19795).<br />
Tais dados estão discrimi<strong>na</strong>dos <strong>na</strong> tabela 5 e gráfico 5.<br />
47
Tabela 5: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 5 (Filtek<br />
Z250 imersa no isotônico i9 Hidrotônico)<br />
Grupo 5<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,19675 ,19530 ,041185 ,1472 ,2661 χ²=93,491<br />
(p
Em relação à resi<strong>na</strong> Z350 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>, segundo as<br />
diferenças estatísticas encontradas, foram observados o menor peso (maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong>) <strong>na</strong> primeira pesagem (M=0,16677). A menor <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foi observada<br />
<strong>na</strong> 12ª pesagem (M=0,16757). Ver tabela 6 e gráfico 6.<br />
Tabela 6: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 6 (Filtek<br />
Z350 imersa no isotônico Gatora<strong>de</strong>)<br />
Grupo 6<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,16677 ,15090 ,031514 ,1351 ,2186 χ²=85,700<br />
(p
0,1678<br />
0,1676<br />
0,1674<br />
0,1672<br />
0,167<br />
0,1668<br />
0,1666<br />
0,1664<br />
0,1662<br />
Solubilida<strong>de</strong> em Z350/gatora<strong>de</strong><br />
Gráfico 6: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong> Z350<br />
no isotônico Gatora<strong>de</strong><br />
A resi<strong>na</strong> Z350 imersa no isotônico Marathon apresentou uma distribuição dos<br />
pesos semelhante a maioria dos grupos anteriores: maior variabilida<strong>de</strong> nos primeiros<br />
períodos <strong>de</strong> imersão, e maior constância nos últimos. Os valores <strong>de</strong> maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> se <strong>de</strong>u <strong>na</strong> primeira pesagem (M=0,15515), ao passo que a menor se<br />
<strong>de</strong>u <strong>na</strong> 12ª pesagem (M=0,15588). Tais resultados foram equivalentes aos achados<br />
no grupo 6. Ver tabela 7 e gráfico 7.<br />
50
Tabela 7: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 7 (Filtek<br />
Z350 imersa no isotônico Marathon)<br />
Grupo 7<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,15512 ,15820 ,027235 ,1154 ,1988 χ²=72,754<br />
(p
Fi<strong>na</strong>lizando-se as análises intragrupos, observaram-se diferenças estatísticas<br />
um pouco individualizadas no meio com o isotônico i9 Hidrotônico (com resi<strong>na</strong><br />
Z350). Tais quais os grupos anteriores, i<strong>de</strong>ntificou-se uma maior variabilida<strong>de</strong> no<br />
início do experimento, entretanto, a partir da sétima pesagem, ocorreu um<br />
<strong>de</strong>créscimo no peso (tor<strong>na</strong>ndo-se mais solúvel). Nesta perspectiva, a maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foi observada <strong>na</strong> décima primeira pesagem (M=0,16597) ao passo que<br />
a menor <strong>na</strong> quarta pesagem (M=0,16647), po<strong>de</strong>ndo isto ser verificado <strong>na</strong> tabela 8 e<br />
gráfico 8.<br />
Tabela 8: Estatísticas <strong>de</strong>scritivas e inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> para o grupo 8 (Filtek<br />
Z350 imersa no isotônico i9 Hidrotônico)<br />
Grupo 8<br />
Média Media<strong>na</strong> Desvio-Padrão Valor mínimo Valor máximo Friedman (p)<br />
Peso Inicial (29/07) ,16586 ,16585 ,032492 ,1224 ,2223 χ²=75,872<br />
(p
0,1666<br />
0,1665<br />
0,1664<br />
0,1663<br />
0,1662<br />
0,1661<br />
0,166<br />
0,1659<br />
0,1658<br />
0,1657<br />
0,1656<br />
0,1655<br />
Solubilida<strong>de</strong> em Z350/i 9 hidrotônico<br />
Gráfico 8: Distribuição gráfica da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em função do tempo da resi<strong>na</strong> Z350<br />
imersa no isotônico i9 Hidrotônico<br />
Conforme o que foi exposto, po<strong>de</strong>-se observar que todas as análises<br />
intragrupos sugeriram diferenças estatisticamente significativas entre as condições<br />
(todas com significância inferior a 0,001), indicando que a <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> é variável em<br />
função do tempo <strong>de</strong> imersão (diferentes datas <strong>de</strong> pesagens) em todos os grupos,<br />
apresentando a maioria maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong>s primeiras pesagens. Fez-se<br />
pertinente, portanto, observar se os grupos diferem entre eles em tempos <strong>de</strong><br />
imersão diversos. O gráfico 9 , por exemplo, ilustra que os grupos 4 (Z250/Marathon)<br />
e 5 (Z250/i9 Hidrotônico), são que os apresentam maior variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peso,<br />
contrapondo-se aos grupos 1 (Z250/saliva) e 7 (Z350/Marathon), que apresentaram<br />
menor variabilida<strong>de</strong>, em especial o grupo 3 (Z250/gatora<strong>de</strong>), que foi o que<br />
apresentou pesos mais constantes em função do tempo.<br />
53
Gráfico 9: Comparação da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos<br />
Voltando-se para uma análise inferencial, com vistas a i<strong>de</strong>ntificar se as<br />
diferenças observadas se <strong>de</strong>ram ao acaso ou se <strong>de</strong> fato apresentam diferenças<br />
significativas, foram realizadas análises <strong>de</strong> variância (ANOVA paramétrica) entre os<br />
grupos. A priori, tais análises se <strong>de</strong>ram com todos os dados (n=80), não fazendo<br />
distinção em função <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> ou ação <strong>de</strong> isotônico. Uma análise geral não sugeriu<br />
diferenças significativas do ponto <strong>de</strong> vista estatístico em qualquer data <strong>de</strong> pesagem<br />
(conforme está <strong>de</strong>talhado <strong>na</strong> Tabela 9), no entanto, uma análise gráfica aponta<br />
diferenças marcadas entre o peso (<strong>solubilida<strong>de</strong></strong>) dos grupos. Isto é, <strong>de</strong> acordo com a<br />
distribuição gráfica representada no gráfico 10, é possível i<strong>de</strong>ntificar diferentes<br />
pesagens entre os grupos, sendo aqueles que apresentam maior peso (menor<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong>): Z250/ i9 Hidrotônico, Z250/ saliva artificial e Z250/ Marathon. Em<br />
contrapartida, os que apresentaram menores pesos (maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>) foram:<br />
Z350/ Marathon e Z350/ saliva artificial.<br />
54
Tabela 9: Estatísticas inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos em diferentes<br />
datas <strong>de</strong> pesagem e isotônicos<br />
Pesagens<br />
Geral Imersão em Z250 Imersão em Z350<br />
F P KW (χ²) p KW (χ²) p<br />
Peso Inicial (29/07) 1,963 0,072 3,877 0,275 0,861 0,835<br />
1ª Pesagem (05/08) 1,929 0,077 4,067 0,254 1,001 0,801<br />
2ª Pesagem (12/08) 1,942 0,075 4,141 0,247 0,815 0,846<br />
3ª Pesagem (19/08) 1,986 0,069 3,983 0,263 0,853 0,837<br />
4ª Pesagem (26/08) 1,952 0,074 4,043 0,257 0,927 0,819<br />
5ª Pesagem (02/09) 1,968 0,071 4,023 0,259 0,860 0,835<br />
6ª Pesagem (09/09) 1,999 0,067 4,043 0,257 0,860 0,835<br />
7ª Pesagem (16/09) 2,001 0,067 4,163 0,244 0,915 0,822<br />
8ª Pesagem (23/09) 1,982 0,069 4,023 0,259 0,915 0,822<br />
9ª Pesagem (30/09) 1,985 0,069 4,150 0,246 0,915 0,822<br />
10ª Pesagem (07/10) 1,997 0,067 4,043 0,257 0,860 0,835<br />
11ª Pesagem (14/10) 1,975 0,070 4,043 0,257 0,860 0,835<br />
12ª Pesagem (21/10) 1,971 0,071 4,023 0,259 0,869 0,833<br />
13ª Pesagem (28/10) 1,970 0,071 4,118 0,249 0,887 0,829<br />
Pesos<br />
0,2<br />
0,195<br />
0,19<br />
0,185<br />
0,18<br />
0,175<br />
0,17<br />
0,165<br />
0,16<br />
0,155<br />
0,15<br />
Gráfico 10: Pesos médios dos grupos em função do tempo <strong>de</strong> imersão<br />
(inversamente proporcio<strong>na</strong>l à <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>)<br />
G0<br />
G1<br />
G2<br />
G3<br />
G4<br />
G5<br />
G6<br />
G7<br />
55
A <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> também foi observada isolando-se as resi<strong>na</strong>s e os isotônicos.<br />
Diferenciando por resi<strong>na</strong>, a<strong>na</strong>lisou-se a variabilida<strong>de</strong> dos pesos entre os diferentes<br />
isotônicos inicialmente <strong>na</strong> resi<strong>na</strong> Z250, e a posteriori <strong>na</strong> resi<strong>na</strong> Z350, por meio do<br />
teste <strong>de</strong> Kruskal-Wallis. Em ambos os grupos, não foram observadas diferenças do<br />
ponto <strong>de</strong> vista estatístico em qualquer um dos dois blocos <strong>de</strong> comparações, segundo<br />
já adiantaram os dados inferenciais da Tabela 9. Entretanto, uma análise gráfica<br />
permite uma melhor ilustração das variabilida<strong>de</strong>s entre os grupos. Isto é, para a<br />
resi<strong>na</strong> Z250, foi observado que, o isotônico que apresentou maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foi o<br />
Gatora<strong>de</strong>, seguido do Marathon, ao passo que àqueles que apresentaram menor<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foram o i9 Hidrotônico e a saliva artificial, como <strong>de</strong>mostra o gráfico 11.<br />
Gráfico 11: Solubilida<strong>de</strong> da resi<strong>na</strong> Z250 em diferentes isotônicos<br />
Já para a resi<strong>na</strong> Z350, o isotônico Marathon permaneceu entre àqueles que<br />
apresentaram maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, assim como o i9 Hidrotônico entre àqueles com<br />
menor <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>. Em contrapartida, a saliva artificial apareceu como o meio <strong>de</strong><br />
imersão mais provável à <strong>solubilida<strong>de</strong></strong>, enquanto o Gatora<strong>de</strong> como o <strong>de</strong> menor<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> (ver gráfico 12).<br />
56
Gráfico 12: Solubilida<strong>de</strong> da resi<strong>na</strong> Z350 em diferentes isotônicos<br />
Para fi<strong>na</strong>lizar, as resi<strong>na</strong>s foram observadas em função dos isotônicos, sendo<br />
isolados estes últimos e utilizando-se, para tanto, <strong>de</strong> comparações emparelhadas<br />
com o teste U <strong>de</strong> Mann-Whitney. De todos os quatro blocos <strong>de</strong> comparações,<br />
ape<strong>na</strong>s foram observadas diferenças significativas <strong>na</strong> saliva artificial (ver Tabela 10),<br />
apresentando maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> a da resi<strong>na</strong> Z350 (ilustrado no gráfico 13). Para o<br />
isotônico Gatora<strong>de</strong>, a distribuição da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> foi equiparável (gráfico 14).<br />
57
Tabela 10: Estatísticas inferenciais da <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> entre os grupos em função das<br />
resi<strong>na</strong>s<br />
Pesagens Saliva<br />
U (p)<br />
Gatora<strong>de</strong><br />
U (p)<br />
Marathon<br />
U (p)<br />
i 9 hidrotônico<br />
U (p)<br />
Peso Inicial (29/07) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 25,000 (0,059)<br />
1ª Pesagem (05/08) 21,000 (0,028)* 46,000 (0,762) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
2ª Pesagem (12/08) 21,000 (0,028)* 46,000 (0,762) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
3ª Pesagem (19/08) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 25,000 (0,059)<br />
4ª Pesagem (26/08) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
5ª Pesagem (02/09) 21,000 (0,028)* 45,500 (0,734) 38,000 (0,364) 25,500 (0,064)<br />
6ª Pesagem (09/09) 21,000 (0,028)* 46,000 (0,762) 38,000 (0,364) 25,000 (0,059)<br />
7ª Pesagem (16/09) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 25,500 (0,064)<br />
8ª Pesagem (23/09) 21,000 (0,028)* 46,000 (0,762) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
9ª Pesagem (30/09) 21,000 (0,028)* 46,000 (0,762) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
10ª Pesagem (07/10) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 25,500 (0,064)<br />
11ª Pesagem (14/10) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
12ª Pesagem (21/10) 21,000 (0,028)* 46,500 (0,791) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
13ª Pesagem (28/10) 21,000 (0,028)* 47,000 (0,821) 38,000 (0,364) 26,000 (0,070)<br />
* Diferença estatisticamente significativa ao nível <strong>de</strong> 5%.<br />
Gráfico 13: Solubilida<strong>de</strong> da saliva artificial em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350<br />
58
Gráfico 14: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico Gatora<strong>de</strong> em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350<br />
Em contrapartida, apesar <strong>de</strong> não haver diferenças estatísticas significativas,<br />
para os isotônicos Marathon e i9 Hidrotônico, observa-se maior <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>na</strong><br />
resi<strong>na</strong> Z350 (ver gráficos 15 e 16).<br />
Gráfico 15: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico Marathon em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350<br />
59
0,2<br />
0,195<br />
0,19<br />
0,185<br />
0,18<br />
0,175<br />
0,17<br />
0,165<br />
0,16<br />
0,155<br />
0,15<br />
Solubilida<strong>de</strong> do i 9 hidrotônico em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350<br />
Gráfico 16: Solubilida<strong>de</strong> do isotônico i9 Hidrotônico em resi<strong>na</strong>s Z250 e Z350<br />
Z250<br />
Z350<br />
60
6 DISCUSSÃO<br />
Na década <strong>de</strong> 70, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> materiais fotopolimerizáveis abriu<br />
caminhos para novas evoluções (JACKSON e MORGAN, 2000). Estudos<br />
<strong>de</strong>monstraram que resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> fotopolimerizáveis eram mais resistentes ao<br />
<strong>de</strong>sgaste e apresentavam maior estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cor que as polimerizáveis<br />
quimicamente (LEINFELDER et al., 1975; POWERS, FAN e RAPTIS, 1980). Além<br />
disso, foram minimizados o tempo <strong>de</strong> presa e a inibição da polimerização pelo<br />
oxigênio (ANUSAVICE, 1998). Assim, aumentaram significativamente as indicações<br />
<strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> fotopolimerizáveis (TERRY, 2004).<br />
A maior <strong>de</strong>manda pela odontologia estética tem conduzido ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> materiais para restaurações diretas com melhores proprieda<strong>de</strong>s<br />
físicas e mecânicas, assim como maior qualida<strong>de</strong> estética e durabilida<strong>de</strong>. Deste<br />
modo, surgiram partículas <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> tamanhos reduzidos, permitindo que se<br />
aumentasse o conteúdo <strong>de</strong> carga inorgânica (JACKSON e MORGAN, 2000).<br />
Embora existam muitas pesquisas nesta área, as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> ainda<br />
apresentam algumas <strong>de</strong>svantagens, como a contração <strong>de</strong> polimerização e os<br />
processos complexos envolvidos nos seus mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Po<strong>de</strong>m ser<br />
utilizadas em <strong>de</strong>ntes anteriores e, quando utilizadas em <strong>de</strong>ntes posteriores, <strong>de</strong>vem<br />
apresentar uma dureza inicialmente alta e satisfatória com o passar do tempo.<br />
O conhecimento das proprieda<strong>de</strong>s físicas, químicas e características <strong>de</strong><br />
manipulação dos materiais <strong>de</strong>ntários, aliado ao conhecimento do funcio<strong>na</strong>mento<br />
básico, das indicações <strong>de</strong> uso, das características ergonômicas das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
fotoativação e das características físicas da luz emitida, certamente garantem ao<br />
profissio<strong>na</strong>l maior segurança <strong>de</strong> aplicação e menor índice <strong>de</strong> insucessos nos<br />
protocolos clínicos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da luz (CONCEIÇÃO, 2007).<br />
Dentre as várias opções <strong>de</strong> materiais disponíveis para restauração em<br />
odontologia, <strong>de</strong>vemos escolher um material que apresente um bom <strong>de</strong>sempenho<br />
clínico e proprieda<strong>de</strong>s físicas e mecânicas superiores.<br />
Vários sistemas <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s laboratoriais indiretas foram introduzidos no<br />
mercado para tentar resolver alguns <strong>de</strong>sses problemas. Alterações em sua<br />
composição foram feitas com o objetivo <strong>de</strong> melhorar suas proprieda<strong>de</strong>s. Um dos<br />
fatores relacio<strong>na</strong>dos ao aumento da resistência das resi<strong>na</strong>s laboratoriais foi à<br />
61
incorporação <strong>de</strong> cargas inorgânicas, com a redução do volume <strong>de</strong> matriz, o que leva<br />
a diminuição da contração <strong>de</strong> polimerização e do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste intra-oral. O<br />
que confirma, pois no enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Anusavice e Phillip (1998) o gran<strong>de</strong> avanço<br />
<strong>de</strong>sses materiais à base <strong>de</strong> polímeros foi o <strong>de</strong>senvolvimento da resi<strong>na</strong> Bis-GMA e a<br />
adição <strong>de</strong> agentes <strong>de</strong> ligação cruzada. A adição <strong>de</strong> sílica, quartzo ou vidro e<br />
cerâmicas, especialmente com agente <strong>de</strong> união silano, melhorou muito suas<br />
proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e físicas (BRITO et al., 2007).<br />
As proprieda<strong>de</strong>s dos compósitos são influenciadas pelo tamanho, tipo e<br />
volume das partículas <strong>de</strong> carga, e pela proporção que essa carga é a<strong>de</strong>rida à sua<br />
matriz resinosa (MIRANDA et al., 2003). O conhecimento da composição do material<br />
nos possibilita uma estimativa <strong>de</strong> seu comportamento mecânico (BRITO et al.,<br />
2007).<br />
A composição química das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> po<strong>de</strong> interferir com a<br />
resistência a ação <strong>de</strong> substâncias químicas, tor<strong>na</strong>ndo os materiais mais ou menos<br />
susceptíveis ao amolecimento e <strong>de</strong>gradação. Com o intuito <strong>de</strong> verificar se tal<br />
afirmativa é verda<strong>de</strong>ira, escolhemos duas resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong>: uma que é referência<br />
no mercado como resi<strong>na</strong> microhíbrida (Z250) e outra que é a única existente no<br />
mercado com 100% <strong>de</strong> <strong>na</strong>nopartículas (Z350). Por apresentarem composições<br />
variadas é que como po<strong>de</strong>mos observar comportamentos diferentes frente a ação <strong>de</strong><br />
substâncias químicas, no caso os isotônicos.<br />
As resi<strong>na</strong>s híbridas e microhíbridas são compósitos que possuem tanto micro<br />
como macropartículas <strong>de</strong> carga. Essas resi<strong>na</strong>s consistem, em sua maioria, <strong>de</strong><br />
aproximadamente 10 a 20% <strong>de</strong> micropartículas <strong>de</strong> sílica coloidal e 75 a 80% <strong>de</strong><br />
macropartículas <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> metais pesados (% em peso). A combi<strong>na</strong>ção entre<br />
essas partículas <strong>de</strong> carga confere proprieda<strong>de</strong>s únicas a esses compósitos, como<br />
aumento das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resistência ao <strong>de</strong>sgaste e o aumento da lisura<br />
superficial, uma vez que melhora a transferência <strong>de</strong> tensões entre as partículas.<br />
As suas características conferem também proprieda<strong>de</strong>s superiores às dos<br />
compósitos híbridos, tais como melhor polimento, fácil manipulação, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
manter a a<strong>na</strong>tomia por longos períodos, a<strong>de</strong>quada resistência para ser indicada em<br />
<strong>de</strong>ntes posteriores, por causa <strong>de</strong> sua alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, e proprieda<strong>de</strong>s<br />
ópticas e <strong>de</strong> lisura semelhantes às resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> microparticuladas<br />
(MICHELON et al., 2009).<br />
62
Acredita-se que materiais <strong>na</strong>noparticulados são capazes <strong>de</strong> oferecer<br />
excelente resistência ao <strong>de</strong>sgaste, resistência e estética, <strong>de</strong>vido a sua excelente<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimento, retenção <strong>de</strong>ste e aparência lustrosa. O <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> que po<strong>de</strong>riam ser usadas em regiões posteriores e anteriores<br />
da boca com alto polimento inicial e com gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong>ste, é<br />
típico das microparticuladas, assim como com proprieda<strong>de</strong>s mecânicas excelentes<br />
tor<strong>na</strong>ndo-as capazes <strong>de</strong> suportar altas cargas <strong>de</strong> estresse interoclusais, típico das<br />
híbridas (MITRA, WU e HOLMES, 2003).<br />
A redução no tamanho e melhor distribuição das partículas <strong>de</strong> carga<br />
inorgânica <strong>na</strong> resi<strong>na</strong> composta formada a partir <strong>de</strong> <strong>na</strong>nopartículas e<br />
<strong>na</strong>noaglomerados proporcio<strong>na</strong>m ao compósito proprieda<strong>de</strong>s mecânicas similares às<br />
<strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s híbridas universais, além da resi<strong>na</strong> composta ser favorecida<br />
esteticamente (MOSZNER e SALZ, 2001; BEUN et al., 2007). Além disso, aumento<br />
no conteúdo <strong>de</strong> carga resulta em aumento da dureza, resistência à compressão e<br />
fadiga, além <strong>de</strong> diminuir a sorção <strong>de</strong> água (LI et al., 1985).<br />
A resistência ao <strong>de</strong>sgaste, principalmente <strong>na</strong> região posterior, tem sido<br />
conseguida pela modificação da composição, associação e diminuição <strong>de</strong> tamanho<br />
das partículas e aumento da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga das resi<strong>na</strong>s. Portanto, partículas<br />
menores e em maior quantida<strong>de</strong> por volume, proporcio<strong>na</strong>m menor <strong>de</strong>sgaste. Outros<br />
fatores que melhoram o <strong>de</strong>sgaste das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> são a estabilida<strong>de</strong> do<br />
agente <strong>de</strong> união silânico e o grau <strong>de</strong> polimerização (NOGUEIRA, 2009).<br />
Os resultados estão <strong>de</strong> acordo com os encontrados por Mitra, Wu e Holmes<br />
em 2003, que em seus estudos concluíram que o sistema <strong>de</strong> <strong>na</strong>nocompósito (Filtek<br />
Supreme), com partículas <strong>na</strong>noméricas e <strong>na</strong>nopartículas agregadas, mantém a<br />
resistência ao <strong>de</strong>sgaste semelhante aos compósitos híbridos (Filtek Z250). Esses<br />
resultados po<strong>de</strong>m ser explicados através do trabalho realizado por Kaway, Iwami e<br />
Ebisu, em 1998, quando concluíram que a presença do monômero resinoso<br />
TEGDMA (Supreme XT, Z350) garante maior resistência ao <strong>de</strong>sgaste quanto maior<br />
seu conteúdo <strong>na</strong>s resi<strong>na</strong>s que contêm BisGMA e UDMA.<br />
De acordo com os autores citados acima, e segundo Asmussen e Peutzfeldt,<br />
em 1998, variando o conteúdo <strong>de</strong> UEDMA, BisGMA e TEGDMA em conjunto à<br />
carga, obtém-se resi<strong>na</strong>s com comportamento mecânico diferentes. Da mesma<br />
forma, Ferracane e Greener, em 1986, afirmaram que resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> com maior<br />
conteúdo <strong>de</strong> diluente TEGDMA apresentam melhores proprieda<strong>de</strong>s mecânicas.<br />
63
Em 2004, Schwartzs e Sö<strong>de</strong>rholm confeccio<strong>na</strong>ram 3 compósitos a partir da<br />
mistura <strong>de</strong> uma matriz resinosa <strong>de</strong> UEDMA/TEGDMA (1:1) com 53 % e volume <strong>de</strong><br />
partículas <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> bário em diferentes tamanhos (1,5, 3,0 e 10 µm tratadas com<br />
silano. Comprovaram que partículas <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> menor diâmetro (1,5 µm)<br />
apresentaram valores menores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Nesta faixa situam-se as resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong> Z350 e Supreme XT (entre 0,6 e 1,4 µm), porém a Z250 possui o<br />
tamanho médio <strong>de</strong> partículas entre 0,19 e 3,3 µm, o que po<strong>de</strong> justificar os resultados<br />
encontrados.<br />
Consi<strong>de</strong>rando as características próprias dos materiais testados esperava-se<br />
e constatou-se que a resi<strong>na</strong> Filtek Z350 se comportou melhor do que a Filtek Z250<br />
provavelmente por se tratar <strong>de</strong> uma resi<strong>na</strong> <strong>na</strong>noparticulada, assim possuindo uma<br />
maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material inorgânico <strong>na</strong> sua composição, e se comportando<br />
melhor frente a ação dos isotônicos.<br />
Com relação aos nossos resultados frente a resi<strong>na</strong> Filtek Z350, que possui<br />
<strong>na</strong>nopartículas, po<strong>de</strong>mos fazer uma discussão no que se refere a sua composição,<br />
explicado conforme mencio<strong>na</strong>do anteriormente por apresentarem partículas cujo<br />
tamanho é <strong>de</strong> 75 nm, e também possuirem <strong>na</strong>noaglomerados com tamanho <strong>de</strong> 0,6 a<br />
1,4 µm formados por <strong>na</strong>nopartículas <strong>de</strong> 75 nm. Neste caso, a porcentagem <strong>de</strong> carga<br />
é <strong>de</strong> 72,5% em peso. Para as resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> <strong>na</strong>noparticuladas a composição<br />
po<strong>de</strong> conter a combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> <strong>na</strong>nopartículas não-aglomeradas <strong>de</strong> sílica com<br />
tamanho <strong>de</strong> 20 nm, e <strong>na</strong>noaglomerados formados por partículas <strong>de</strong> zírcônia e sílica<br />
cujo tamanho varia <strong>de</strong> 5 a 20 nm. O tamanho médio dos aglomerados varia <strong>de</strong> 0,6 a<br />
1,4 µm e, assim tor<strong>na</strong>ndo a espécie <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta com maior porcentagem <strong>de</strong><br />
carga, que é <strong>de</strong> 78,5%. A combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> tamanho <strong>na</strong>nométrico, para a<br />
formulação <strong>de</strong> <strong>na</strong>noagregados reduz o espaço intersticial das partículas <strong>de</strong> carga,<br />
aumentando a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga do compósito, po<strong>de</strong>ndo melhorar as<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas como a rugosida<strong>de</strong> superficial, microdureza e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> em<br />
relação aos compósitos <strong>de</strong> micro-partículas ou micro-híbridos. Concordamos com as<br />
consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Phillips (2005), quando comenta que quanto maior for o número<br />
<strong>de</strong> cargas <strong>na</strong> matriz da resi<strong>na</strong>, melhores serão suas proprieda<strong>de</strong>s físicas, porém se<br />
estas cargas, não possuírem uma boa união com a matriz orgânica, <strong>de</strong> <strong>na</strong>da<br />
adiantará, assim, a questão da união das <strong>na</strong>noparticulas com a sua matriz, é o que<br />
provavelmente po<strong>de</strong> explicar os nossos resultados encontrados para a resi<strong>na</strong> Filtek<br />
Z350.<br />
64
A <strong>de</strong>gradação e erosão <strong>de</strong> materiais à base <strong>de</strong> compósito ocorrem como<br />
resultado <strong>de</strong> uma polimerização incompleta e também sob <strong>influência</strong> <strong>de</strong> fluidos orais,<br />
especialmente a água. Para isso realizamos a polimerização dos corpos <strong>de</strong> prova<br />
pelo tempo <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pelo fabricante, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incremento <strong>de</strong> 2mm, assim<br />
como uma distância i<strong>de</strong>al entre o corpo <strong>de</strong> prova e o aparelho fotopolimerizador.<br />
Para evitar alterações em <strong>de</strong>corrência do contato com os fluidos orais utilizou a<br />
matriz <strong>de</strong> poliéster e a placa <strong>de</strong> vidro sobre o corpo <strong>de</strong> prova durante a<br />
polimerização para obter-se uma superfície lisa, uniforme e pla<strong>na</strong>.<br />
Atualmente, o lançamento no mercado odontológico <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong><br />
aparelhos fotopolimerizadores, que se diferenciam pelo tipo <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> luz emitida,<br />
pela variação no intervalo do comprimento <strong>de</strong> onda, pelo tipo <strong>de</strong> pulso e pela<br />
intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz, tem causado muitas dúvidas aos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas,<br />
principalmente no que diz respeito à seleção do aparelho mais efetivo no processo<br />
<strong>de</strong> polimerização das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> (SANTOS et al., 2006).<br />
Antes <strong>de</strong> tudo, o clínico <strong>de</strong>ve ter em mente que nenhum sistema resinoso<br />
apresenta um grau <strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> monômero para polímero <strong>de</strong> 100%.<br />
Quando a polimerização da resi<strong>na</strong> composta não é conseguida <strong>de</strong> uma forma<br />
satisfatória suas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dureza e resistência são diretamente afetadas,<br />
trazendo como conseqüências clinicas a sensibilida<strong>de</strong> pós-operatória, infiltração<br />
margi<strong>na</strong>l e conseqüentemente o fracasso da restauração (MONTE ALTO, 2006).<br />
As proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contração e profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização <strong>de</strong> uma resi<strong>na</strong><br />
composta são cruciais para o sucesso <strong>de</strong> uma restauração. Estas proprieda<strong>de</strong>s<br />
estão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes não só da composição da resi<strong>na</strong> composta mas também da fonte<br />
<strong>de</strong> luz utilizada, tempo <strong>de</strong> exposição e técnicas <strong>de</strong> manipulação (PORTELA et al.,<br />
2010). Por tal motivo, utilizamos <strong>na</strong> pesquisa o aparelho fotopolimerizador do tipo<br />
LED, uma vez que estudos comprovaram sua eficácia frente a minimização,<br />
principalmente, da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> polimerização.<br />
Na pesquisa empregamos saliva artificial com a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reproduzir a<br />
situação in vivo e que segundo Attin et al., 2003, representa a saliva huma<strong>na</strong>,<br />
possuindo componentes orgânicos e inorgânicos semelhantes. Gurdal et al., 2002,<br />
consi<strong>de</strong>ram que as condições clínicas po<strong>de</strong>m alterar o efeito <strong>de</strong> substâncias<br />
químicas sobre as superfícies <strong>de</strong> materiais restauradores. A presença da saliva,<br />
película <strong>de</strong> saliva, alimentos e bebidas consumidas, po<strong>de</strong>m ativar ou mitigar os<br />
efeitos sobre as proprieda<strong>de</strong>s físicas ou estéticas dos materiais. Portanto os<br />
65
esultados obtidos e as informações encontradas <strong>na</strong> literatura, indicam o importante<br />
efeito tampão da saliva (MAXIMO DE ARAÚJO et al., 2007).<br />
Outro fator a se consi<strong>de</strong>rar é o acabamento e polimento das resi<strong>na</strong>s<br />
<strong>compostas</strong> que as tor<strong>na</strong> mais resistentes as substâncias químicas, porque removem<br />
a camada superficial instável, ficando o material menos susceptível a <strong>de</strong>gradação<br />
(KAO, 1989) o mesmo ocorrendo durante a preparação das amostras para<br />
planificação da superfície teste (GURDAL et al., 2002). Para isso, os corpos <strong>de</strong><br />
prova foram polimerizados utilizando-se sobre eles a matriz <strong>de</strong> poliéster e sobre esta<br />
uma placa <strong>de</strong> vidro. De forma a permitir que a superfície obtida fosse pla<strong>na</strong> e<br />
uniforme. Assim, evitamos rugosida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> superfície que po<strong>de</strong>riam facilitar a ação<br />
<strong>de</strong>gradante das substâncias isotônicas.<br />
A mudança no hábito alimentar da população brasileira, ocorrida <strong>na</strong>s últimas<br />
décadas, tem atraído a atenção dos órgãos reguladores e da comunida<strong>de</strong> científica<br />
como um todo, pois a substituição <strong>de</strong> alimento in <strong>na</strong>tura por alimentos processados<br />
vem contribuindo <strong>de</strong> forma contun<strong>de</strong>nte para o empobrecimento da dieta. No que<br />
concerne à saú<strong>de</strong> bucal do indivíduo, a ingestão <strong>de</strong> alimentos não saudáveis e <strong>de</strong><br />
uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos potencialmente ácidos, ocasio<strong>na</strong>ram um<br />
aumento no número <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong>ntárias erosivas (XAVIER et al., 2010).<br />
A superfície do esmalte <strong>de</strong>ntário está sujeita ao ataque ácido gerador <strong>de</strong><br />
perda mineral aos níveis microscópico e macroscópico, proveniente do processo <strong>de</strong><br />
fermentação <strong>de</strong>senvolvido por bactérias no biofilme <strong>de</strong>ntário. Entretanto, o esmalte<br />
po<strong>de</strong> sofrer perda mineral sem que para isso seja necessária a presença <strong>de</strong><br />
bactérias, como pela ação <strong>de</strong> ácidos provenientes <strong>de</strong> fontes intrínsecas e<br />
extrínsecas (XAVIER et al., 2010).<br />
Parece controverso dizer que a procura <strong>de</strong> uma vida mais saudável também<br />
po<strong>de</strong>, indiretamente, propiciar o aparecimento <strong>de</strong> lesões erosivas, pois o esforço<br />
físico realizado <strong>na</strong>s aca<strong>de</strong>mias promove uma diminuição do fluxo salivar e aumento<br />
<strong>na</strong> transpiração, o que impulsio<strong>na</strong> o indivíduo a repor o líquido perdido ingerindo por<br />
vezes, refrigerantes, sucos <strong>de</strong> frutas, isotônicos ou energéticos. Todas essas<br />
bebidas apresentam pH ácido e seu consumo constante po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r perdas<br />
minerais sucessivas e o aparecimento <strong>de</strong> erosões no esmalte <strong>de</strong>ntal (MATUMOTO,<br />
2008).<br />
Bebidas esportivas apresentam pH entre 2,5 e 3,5 e a exposição crônica da<br />
estrutura <strong>de</strong>ntal aos alimentos com baixo pH resultam em alterações no esmalte<br />
66
com o passar do tempo. O aumento no consumo representa uma maior freqüência<br />
<strong>na</strong> exposição aos baixos pHs, acelerando o processo (SHENKIN et al., 2003).<br />
As bebidas carbo<strong>na</strong>tadas, sucos <strong>de</strong> frutas, bebidas isotônicas ou energéticas,<br />
em função <strong>de</strong> seu pH e composição promoverem alterações <strong>na</strong> superfície do<br />
esmalte <strong>de</strong>ntário, contudo são pouco reportados pela literatura científica<br />
odontológica, sugerindo a necessida<strong>de</strong> da realização <strong>de</strong> estudos in vitro e mesmo<br />
clínicos (in situ) para que sejam avaliados os seus efeitos <strong>de</strong>letérios nos elementos<br />
<strong>de</strong>ntais dos indivíduos que <strong>de</strong>les se utlizam (MATUMOTO, 2008).<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste é complexo no ambiente oral, pois envolve abrasão,<br />
a<strong>de</strong>são, fadiga, erosão e fricção, que interagem entre si (CHIMELLO et al., 2001). O<br />
<strong>de</strong>sgaste clínico <strong>de</strong> uma restauração po<strong>de</strong> resultar dos contatos cêntricos e<br />
funcio<strong>na</strong>is, da atrição do bolo alimentar, das áreas <strong>de</strong> contato interproximais<br />
(CHIMELLO et al., 2001), da ingestão <strong>de</strong> bebidas ácidas, bem como da alteração da<br />
rugosida<strong>de</strong> do material restaurador gerada até mesmo pela escovação mecânica<br />
(FERREIRA et al., 2002).<br />
Há evidências que as <strong>de</strong>gradações químicas das resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> po<strong>de</strong>m<br />
ocorrer por causa das difusões das moléculas e íons dos monômeros não reativos.<br />
Quando a resi<strong>na</strong> é imersa em uma solução aquosa, a sorção <strong>de</strong> água ocorre entre<br />
polímeros que vão <strong>de</strong>gradar a resistência a<strong>de</strong>siva entre a matriz resinosa, mesmo o<br />
silano sendo utilizado para melhorar estas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas. Há<br />
especulações que uma reação ácido-base tardia po<strong>de</strong> ocorrer com a sorção <strong>de</strong><br />
água, por isso uma parte do compósito não é silanizado e po<strong>de</strong> ser atacado por<br />
componentes ácidos da matriz resinosa (MALMANN, 2009).<br />
Estudos anteriores mostram que o valor do pH da dieta líquida é um<br />
importante fator a ser consi<strong>de</strong>rado <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> erosiva das bebidas. Os sucos <strong>de</strong><br />
frutas e outras bebidas apresentam valores abaixo do pH crítico para<br />
<strong>de</strong>smineralização <strong>de</strong>ntal (5,5), sendo portanto potencialmente erosivos (SOBRAL<br />
2000).<br />
Abu-Bakr et al. (2000) observaram que a diferença da dureza e <strong>solubilida<strong>de</strong></strong><br />
dos materiais restauradores <strong>após</strong> imersos em diferentes soluções po<strong>de</strong> ser atribuído<br />
à composição química e ao efeito dos líquidos <strong>na</strong>s diferentes composições químicas.<br />
A matriz polimérica que apresenta maior susceptibilida<strong>de</strong> para sofrer <strong>de</strong>gradações<br />
químicas po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido ao peso molecular que ela possui (MALMANN, 2009).<br />
67
Embora os isotônicos utilizados tenham apresentado resultados iniciais<br />
animadores, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprovações adicio<strong>na</strong>is, clínicas e laboratoriais,<br />
para que possam realmente ser utilizados em larga escala.<br />
Esse trabalho tem como limitação ser ape<strong>na</strong>s um ensaio mecânico visando<br />
comparar materiais quando imersos em diferentes meios líquidos. Assim é sugerido<br />
que novos estudos sejam realizados, testando esta ou outras proprieda<strong>de</strong>s<br />
mecânicas <strong>de</strong>sses materiais, como módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, microdureza, <strong>de</strong>sgaste,<br />
<strong>de</strong>gradação e rugosida<strong>de</strong>, sempre associando a líquidos que possuem ou não<br />
solventes orgânicos e em meio ácidos, variando também os tempos para se<br />
conseguir enten<strong>de</strong>r melhor o comportamento <strong>de</strong>sse materiais poliméricos tão<br />
utilizados para restaurações estéticas.<br />
68
7 CONCLUSÕES<br />
As resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> avaliadas, Z250 e Z350 não apresentaram<br />
diferenças estatisticamente significativas quanto a<strong>na</strong>lisadas isoladamente;<br />
A resi<strong>na</strong> Z250 foi a resi<strong>na</strong> que apresentou maior variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peso<br />
quando imersa nos isotônicos, <strong>de</strong>vido a sua composição;<br />
A resi<strong>na</strong> Z350 quando imersa nos isotônicos apresentou a menor<br />
variabilida<strong>de</strong> em relação ao peso em função do tempo <strong>de</strong> imersão;<br />
O isotônico i9 Hidrotônico provocou uma <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> menor <strong>na</strong>s resi<strong>na</strong>s<br />
a<strong>na</strong>lisadas em relação aos outros isotônicos utilizados;<br />
A <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> variou em função do tempo <strong>de</strong> imersão em todos os grupos<br />
(quando a<strong>na</strong>lisados isoladamente) apresentando a maioria maior<br />
<strong>solubilida<strong>de</strong></strong> durante as primeiras pesagens e valores mais constantes <strong>na</strong>s<br />
últimas.<br />
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Mahwah, v. 16, n. 6., july. 2004.<br />
TIRAPEGUI, J.; MENDES, R. R. Introdução à nutrição e à ativida<strong>de</strong> física. Nutrição,<br />
metabolismo e suplementação <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> física. São Paulo: Atheneu, 2005.<br />
p.3-27.<br />
VIEIRA, L.C.C.; BARATIERI, L.N.; LOPES, G.C.; PORTELA, R.; ANDRADE, C.A. <strong>de</strong>.<br />
Dois anos <strong>de</strong> avaliação clínica <strong>de</strong> restaurações <strong>de</strong> resi<strong>na</strong> composta em <strong>de</strong>ntes<br />
posteriores. JBD, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 72-76, jan./mar. 2002.<br />
XAVIER, A. F. C.; CAVALCANTI, A. L.; MONTENEGRO, R. V.; MELO, J. B. C. A.<br />
Avaliação in vitro da microdureza do esmalte <strong>de</strong>ntário <strong>após</strong> exposição a bebidas<br />
isotônicas. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v. 2, n. 10, p. 145-150,<br />
maio/ago. 2010.<br />
75
ZANDIM, D. L.; GILIO, C.; ROSSA JÚNIOR, C.; SAMPAIO, J. E. C. Influence of<br />
isotonic drinks in removing the smear layer from root surfaces after scaling. An in<br />
vitro study. Rev Odontol, UNESP, v. 37, n. 3, p. 267-273, 2008.<br />
WEST, N. X.; HUGHES, J. A.; ADDY, M. Erosion of <strong>de</strong>ntine and e<strong>na</strong>mel in vitro by<br />
dietary acids: the effect of temperature, acid character, concentration and exposure<br />
time. J Oral Rehabil, v. 27, p. 875-80, 2000.<br />
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ANEXO<br />
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Dados Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Catalogação <strong>na</strong> Publicaçao (CIP)<br />
Biblioteca Setorial <strong>de</strong> Odontologia - UFPB<br />
A447i Almeida, Gisêlda Rolim Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong>.<br />
Influência <strong>na</strong> <strong>solubilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> resi<strong>na</strong>s <strong>compostas</strong> <strong>após</strong> a<br />
<strong>atuação</strong> <strong>de</strong> isotônicos / Gisêlda Rolim Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Almeida. - -<br />
João Pessoa: [s.n.], 2010.<br />
61 f.: il. -<br />
Orientadora: Rosenês Lima dos Santos.<br />
Co-orientadora: Germa<strong>na</strong> Coeli <strong>de</strong> Farias Sales.<br />
Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.<br />
1. Odontologia. 2. Solubilida<strong>de</strong>. 3. Resi<strong>na</strong> composta. 4.<br />
Repositores Hidroeletrolíticos.<br />
BS/CCS/UFPB CDU: 616.314(043.2)<br />
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