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percursos de formação através de uma história de vida - Repositório ...

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O 3°ano do Curso foi <strong>de</strong>sastroso; após transferência para a Escola Angelo da<br />

Fonseca, <strong>uma</strong> escola oficial, vivi situações que me exigiram muita força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>,<br />

muita <strong>de</strong>terminação, para conseguir concluir o curso. A <strong>vida</strong> estudantil absorvia muito<br />

tempo e um gran<strong>de</strong> envolvimento emocional, eu queria estar em tudo...não perdia<br />

nenhum acontecimento, o tempo e as forças não se esgotavam...não sei on<strong>de</strong> vamos<br />

arranjar tanta energia....<br />

Na escola <strong>de</strong> Enfermagem era o sistema <strong>de</strong> <strong>uma</strong> pedagogia farisaica, on<strong>de</strong> as<br />

atitu<strong>de</strong>s punitivas nunca assumidas expressamente, mas frequentemente praticadas,<br />

constituíam um obstáculo real, sentido, ao crescimento que promove a maturida<strong>de</strong> e<br />

responsabilida<strong>de</strong>. E que Educar implica sobretudo ajudar na construção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> pessoa<br />

singular apoiando-se em valores e princípios universais. Era a pedagogia da passi<strong>vida</strong><strong>de</strong> e<br />

do conformismo. Muitas vezes, quando tentava pôr em causa o tipo <strong>de</strong> ensino, as formas<br />

como se ensinava, ficava logo com o rótulo <strong>de</strong> «esquerda» e é claro as notas...mas não<br />

era isso que me importava! Não queria ser pela frente <strong>uma</strong> e por trás outra ... O que<br />

tinha a dizer fazia-o no momento - «doesse a quem doesse»<br />

Porque eu acreditava e ainda hoje acredito nesta forma <strong>de</strong> estar na <strong>vida</strong>, talvez se<br />

possa enten<strong>de</strong>r o meu envolvimento e participação, às vezes <strong>de</strong> forma pouco aberta (as<br />

consequências eram pesadas) nos protestos estudantis em Coimbra e também quando<br />

comecei como enfermeira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública. Eu queria assumir responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro<br />

da equipa e mesmo fora <strong>de</strong>la, queria ter <strong>uma</strong> atitu<strong>de</strong> crítica para reflectir na forma <strong>de</strong><br />

como se faz, tanto no <strong>de</strong>sempenho da profissão como também diante <strong>de</strong> novas situações<br />

que a <strong>vida</strong> me ia colocando.<br />

A normalização ritualizada na acção: «Repetir todos os passos até conseguir<br />

fazer <strong>de</strong> olhos fechados»<br />

Um dos objectivos fundamentais da escola na <strong>formação</strong> <strong>de</strong> base foi preparar-me<br />

para o exercício da profissão. Os conhecimentos, o saber-fazer e o saber-ser, orientavam<br />

<strong>de</strong> forma rígida a <strong>formação</strong>. Os conhecimentos, que tínhamos <strong>de</strong> atingir e a <strong>de</strong>streza nas<br />

técnicas que executávamos, eram os objectivos da <strong>formação</strong>. Lembro-me perfeitamente<br />

da professora <strong>de</strong> técnicas nos obrigar a repetir todos os passos sem que pudéssemos<br />

introduzir qualquer alteração e muito menos reflectir e questionar sobre <strong>de</strong>terminada<br />

técnica. Dizia: - "E assim que se faz! Os passos para realizar a técnica são estes, portanto<br />

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