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A Santidade Não Passa de Moda O Mês de Novembro começa com a celebração de todos os santos, é um convite a descobrir que no nosso íntimo o que procuramos é este caminho para chegarmos a Deus. A expressão comunhão dos santos tem dois sentidos que se ligam, a comunhão das coisas santas ( comunhão na fé, nos sacramentos, dos carismas, da caridade) e a comunhão das pessoas santas, neste sentido nós somos a Igreja peregrina, que caminha no tempo e que reza pelos que são a igreja em purificação, que tem os olhos postos e pede a intercessão da Igreja que reina já purificada junto de Deus. A comunhão dos santos é o percebermos que nunca estamos sozinhos, que pedimos ajuda e damos ajuda a outros quando rezamos, quando invocamos os santos e os fazemos próximos, quando recordamos os nossos irmãos defuntos e rezamos por eles. Precisamos de ser construtores desta comunhão, confiando mais, deixando que a palavra de Deus nos interpele e nos guie. A comunhão é também uma procura de uma vida mais sincera e verdadeira na relação com Deus e com os outros. A santidade exige um esforço constante, mas sabemos que está ao alcance de todos porque mais do que uma obra nossa é um dom de Deus, é um querer de Deus que diz respeito a todos os homens. Temos tantos exemplos de homens e mulheres que perceberam e que nos mostram que a santidade é um caminho de felicidade, de encontro. Vamos pedir a Nossa Senhora, rainha de todos os santos que nos ajude a meditar e a viver a interpelação que Deus nos faz: “ Sede Santos”! Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença e de Trento. A Tradição da Igreja, com referência a certos textos da Escritura (por exemplo, 1 Co 3,15; 1 Pe 1, 7), fala do fogo purificador. Esta doutrina apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, de que já fala a Sagrada Escritura (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o sacrifício eucarístico, para que, purificados, pudessem chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos. Catecismo da Igreja Católica, 1030-1032 Uma humilde camponesa austríaca, Maria Simma, tem o carisma de ser ou ter sido visitada pelas almas do Purgatório, durante mais de 50 anos da sua vida. Nesta entrevista notável, feita pela Irmã Emmanuel a Maria Simma, ela conta as suas experiências e revela as confidências recebidas destas almas: Ir. Em. – E nessa noite?..., conte-nos! M.S – Vi que era um estrangeiro, ele ia e vinha lentamente. Perguntei-lhe num tom severo: “Como é que entrou aqui? O que é que perdeu?” Mas ele continuava o seu vaivém no quarto, como se não tivesse ouvido nada. Eu perguntei-lhe ainda: “O que é que está a fazer?” Como ele não respondia, levantei-me de um pulo e quis agarrá-lo, mas só segurei o ar, não havia mais nada… Então voltei a deitar-me; mas de novo o ouvi ir e vir. Eu interrogava-me porque via este homem e não podia segurá-lo. Levantei-me de novo para agarrá-lo e fazê-lo parar de andar; e de novo afundei-me no vazio. Estava perplexa. E tornei a deitar-me. Ele não voltou, mas não pude dormir mais. No dia seguinte, depois da Missa, procurei o meu director espiritual e contei-lhe tudo. Ele disse-me: “Se isso recomeçar, não pergunte “quem é?” mas “o que é que quer de mim?” Na noite seguinte, o homem voltou. Era ele mesmo, e perguntei-lhe: “O que é que quer de mim?” E ele respondeu: “Mande celebrar três Missas por mim e serei libertado.” Então, compreendi que era uma alma do Purgatório. O meu pai espiritual o confirmou. Aconselhou-me também que nunca repelisse as almas do Purgatório, mas que aceitasse o seu pedido com generosidade. (…) Ir.Em. – E o que é que pedem estas almas? M.S. – Na sua maioria, pedem que eu mande celebrar Missas e participe nelas. Pedem a oração de terços e vias sacras. 4 Partilha EJNS .Novembro 2010 Assistente Nacional Pe. Valter Tomás Castel-Branco O Impressionante Segredo das Almas do Purgatório
Santuários Marianos Nossa Senhora do Pilar Nossa Senhora do Pilar é-nos bastante familiar, nem que seja pelas muitas “Marias do Pilar” que temos em Portugal e Espanha. O que talvez muitos não saibam é que a história do Santuário de Nossa Senhora do Pilar está directamente ligada à passagem de S. Tiago por Espanha. Margarida Marcos Santuário de Nossa Senhora do Pilar Saragoça (Zaragoza), Espanha Segundo a antiga tradição, na noite do dia 2 de Janeiro do ano 40 da era cristã a Virgem Maria, ainda antes de subir em corpo e alma aos Céus, apareceu em Zaragoza para confortar S. Tiago, que se encontrava a pregar o Evangelho nas margens do rio Ebro. O Apóstolo Tiago já estivera anteriormente em Espanha, onde, depois de muitas atribulações, tinha deixado sete discípulos. Quando regressou, converteu dezenas de pessoas em Zaragoza apesar dos perigos que passou. Em Granada, mal começou a pregar, foi preso com todos os discípulos e cristãos. Conta a Beata Anna Catharina Emmerich, conhecida pelas visões que Deus lhe concedeu sobre a vida de Cristo e dos primeiros cristãos, que “Tiago invocou no coração o socorro e a protecção da Santíssima Virgem, que nesse tempo ainda vivia em Jerusalém, e Maria salvou-o, com todos os seus discípulos, por intermédio de Anjos.” Mais tarde Tiago, “por causa de uma iminente perseguição e provação da comunidade cristã de Zaragoza, rezava com alguns discípulos numa noite à beira do rio, fora dos muros da cidade, pedindo a Deus conselho, se devia ficar ou fugir. Lembrou-se também da Santíssima Virgem e suplicou-Lhe que o ajudasse a pedir luzes e auxílio do Filho, que certamente não lhas negaria.” Apareceu então “um esplendor no céu e Anjos que entoavam um magnífico canto e transportavam uma coluna vermelha resplandecente, que (…) terminava em cima como um lírio aberto em línguas de luz, das quais uma raiava longe, em direcção a Compostela, a oeste as outras, para as regiões próximas.” No cimo do pilar, diz a Beata Catharina, estava “a figura da Santíssima Virgem em pé, como sempre ficava em vida na terra, durante a oração, toda branca e transparente (…). Tiago, orando de joelhos, levantou os olhos e recebeu interiormente de Maria a ordem de, sem demora, construir nesse lugar um templo em que a intercessão de Maria se representasse como uma coluna”, e daí seguir para Jerusalém. Tendo iniciado em Zaragoza a obra pedida por Maria, Tiago deixou com doze discípulos a tarefa de terminar a ermida e partiu para Jerusalém. Durante a viagem visitou Maria, em Éfeso, que lhe anunciou a morte próxima e o consolou. Depois de se despedir de Maria e do seu irmão S. João, Tiago continuou a viagem para Jerusalém, onde foi decapitado. A capelinha primitiva foi sendo reconstruída e ampliada, e só em 1518 se transformou definitivamente na actual grandiosa basílica de Zaragoza que integra estilos tão diferentes como o românico, gótico, barroco, entre outros. O Santuário de Nossa Senhora do Pilar acolhe permanentemente numerosos fiéis de todo o mundo em peregrinação. A Virgem do Pilar é invocada como refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, Mãe de Espanha. Nuestra Señora del Pilar Virgen Santa, Madre Mía luz hermosa, claro día que la tierra aragonesa te dignaste visitar. Este pueblo que te adora y te aclama y te bendice, abrazado a tu pilar. Pilar sagrado, faro esplendente, rico presente de caridad. Pilar bendito, trono de gloria, tu a la victoria nos llevarás. Cantad, cantad himnos de honor y de alabanza a la Virgen del Pilar. Novembro 2010 . Partilha EJNS 5
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