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Carlos Calheiros...14 anos depois - Anti-Benfica.COM

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Fonte: futebolar.portugalmail.pt<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong>..<strong>.14</strong> <strong>anos</strong> <strong>depois</strong><br />

Comemora-se hoje, 18 de Julho de 2009, o 14º ano de uma efeméride que marca indelèvelmente a sordidez entre um<br />

poder corruptor e tentacular e uma arbitragem promíscua, cúmplice e subserviente - a partida de férias para o Brasil,<br />

do árbitro de Viana do Castelo, <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong>.<br />

Aqui se recorda a “linda” história e a sequência de peripécias inacreditáveis, envolvendo o clube recentemente<br />

condenado por corrupção tentada, a agência Cosmos, o árbitro e mais alguns artistas, conforme nos contou num<br />

passado recente, numa publicação desportiva diária, uma conhecida jornalista num dos seus artigos de opinião à 5ª<br />

feira, e que mais abaixo, passo a reproduzir textualmente.<br />

Mais um personagem, a juntar a tantos outros que têm feito destes últimos vinte e cinco <strong>anos</strong> do futebol<br />

português, “os <strong>anos</strong> da podridão e da ignomínia”.<br />

Os <strong>anos</strong> em que, insidiosamente, o grémio da Fruta Corrupção & Putêdo recorrendo à trapaça, à chantagem, à<br />

coacção, à corrupção, às ameaças, ao terror e ao crime, quis e ainda quer esmagar tudo e todos.<br />

Um grémio sujo com as mãos bem sujas.<br />

A Europa e o Mundo conhecem bem esta vergonhosa realidade.<br />

A cada dia que passa mais se vai sabendo sobre este autêntico ninho de vêspas e de víboras.<br />

Ainda bem.<br />

Deste anátema, nem esse grémio, nem todos aqueles que dele fazem e fizeram parte, nunca se livrarão!<br />

No entanto, continuam em actividade muitos “apitadeiros” que em dado momento foram alvo de suspeição.<br />

Para esses, desavergonhadamente, o despautério continua…<br />

Companheiros,<br />

Este ano vai ser mais do mesmo!<br />

Para memória futura...<br />

A viagem de <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> ao Brasil<br />

Neste mês de Julho passam 10 <strong>anos</strong> sobre a viagem de <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> ao Brasil , um rocambolesco episódio<br />

justificado por «lapsos» no debitar de facturas.<br />

Para os amnésicos compulsivos.<br />

No próximo dia 18 de Julho faz dez <strong>anos</strong> que o árbitro <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong>, da Associação de Viana do Castelo, embarcou<br />

para o Brasil na companhia de familiares, para um justo período de férias repartidas entre o Othon Palace do Rio de<br />

Janeiro e o Hotel Sheraton do Recife. A factura da viagem e da estada da família <strong>Calheiros</strong> foi debitada pela Agência<br />

Cosmos ao FC Porto. Por lapso, como mais tarde viriam a explicar o próprio árbitro, o clube e o operador turístico. A<br />

efeméride merece ser celebrada por todos os que se preocupam com a causa da arbitragem nacional neste momento<br />

em, que passada uma década, se volta a discutir se os juízes de campo devem ser sorteados ou nomeados para dirigir


os jogos da Super Liga. A data deve ser lembrada com insistência na face de todos os amnésicos compulsivos para<br />

quem, subitamente, os árbitros se transformaram na escória do futebol português. Só porque o <strong>Benfica</strong> conseguiu, ao<br />

cabo de onze <strong>anos</strong>, conquistar o título de campeão nacional? O episódio é, por ventura, o mais rocambolesco e o mais<br />

exemplificativo de uma época dourada em que os árbitros eram o máximo e só se queixavam dos árbitros os maus<br />

perdedores, os invejosos e os passarinhos. Celebremos, então, entusiasticamente o décimo aniversário da viagem de<br />

<strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> ao Brasil. Foi a SIC quem trouxe o caso para a praça pública, a 1 de Novembro de 1996, e no dia<br />

seguinte os jornais desportivos e generalistas não tiveram outro remédio senão dar seguimento ao assunto.<br />

«<strong>Calheiros</strong>, engenheiro de profissão, viajou ao Brasil em Julho de 1995, na companhia da sua mulher e filha, e a factura<br />

da deslocação, da agência Cosmos e no valor de 761 contos, apresenta o FC Porto como a entidade a quem deveriam<br />

ser debitados os custos das férias. Estranha é também a forma como o ex-árbitro é identificado na factura. O seu nome<br />

completo é José <strong>Carlos</strong> Amorim <strong>Calheiros</strong>, e no documento aparece como José Amorim», lia-se no «Público».<br />

<strong>Calheiros</strong> reagiu ameaçando com a Justiça. O árbitro, em declarações ao «Independente», clamou e reclamou pela sua<br />

inocência: «Vou pôr a Cosmos e o FC Porto em tribunal, por difamação e abuso da minha boa fé. Limitei-me a aceitar<br />

uma viagem da Cosmos e agora aparece isto.» Mas a história da viagem de <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> ao Brasil não se ficou por<br />

aqui. De acordo com declarações de «um vice-presidente do FC Porto» ao «Público» o imbróglio terá tido início quando<br />

o ex-árbitro contactou o clube das Antas para que «o FC Porto, atendendo ao facto de ser um cliente habitual da<br />

Cosmos lhe conseguisse um preço especial». «O próprio <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> foi <strong>depois</strong> à Cosmos tratar das formalidades e,<br />

mais tarde, pagou ao FC Porto», acrescentou o anónimo dirigente portista. Esta versão foi confirmada pelo<br />

administrador da agência de viagens, António Laranjeiro: «<strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> falou com o FC Porto para usufruir das<br />

condições especiais que a agência concede ao clube e acertou as contas posteriormente com o clube.» <strong>Calheiros</strong><br />

apresentou uma perspectiva diferente do assunto: «Informei a Cosmos de que lamentava que, abusivamente, tenha<br />

feito seguir para o FC Porto as facturas e os recibos de uma viagem que eu pensava que me tinha sido oferecida e exigi<br />

que seja feita a emissão do recibo, que eu sempre pedi e que nunca me foi dado, para que possa liquidar a dívida.» O<br />

«Independente» revelaria que na sequência da investigação da SIC, o ex-árbitro terá recebido uma carta do FC Porto,<br />

assinada por Diogo Paiva Brandão, director-geral do clube, confirmando que a factura estava contabilizada nas contas<br />

do FCP com o número 4144, com a data de 18 de Julho de 1995 e que foi liquidada pelo FC Porto à Cosmos.<br />

O semanário teve acesso a esse documento e transcreveu-o: «[a deslocação ao Brasil] foi indevidamente debitada ao<br />

nosso clube. Na realidade, devido ao facto de a factura ter sido enviada num conjunto de diversas outras, passou<br />

despercebida aos nossos serviços e não foi detectada a irregularidade da sua emissão. Por isso, e dado que o clube já<br />

liquidou, por lapso, o respectivo montante à agência de viagens, convidamos Vossa Exª a liquidar de imediato o valor,<br />

em escudos, de 761.713, nos nossos serviços para podermos considerar o assunto encerrado.» A verdade é que o<br />

assunto ficou mesmo encerrado. Foi esmorecendo nas páginas dos jornais, das ameaças de tribunal nunca mais<br />

ninguém ouviu falar, da presumível investigação da Polícia Judiciária também nunca mais ninguém ouviu falar e tudo<br />

leva a crer que <strong>Carlos</strong> <strong>Calheiros</strong> tenha, finalmente, pago a viagem que julgou ser uma benfeitoria desinteressada e<br />

tenha ainda hoje, em sua casa, emoldurados o recibo e a factura desses dez dias no Brasil. Tudo não passou de um<br />

lapso. Ou de vários lapsos, se quiserem. Nenhuma organização é perfeita. Era tudo boa gente. Ai que saudades, ai, ai.<br />

Artigo de Leonor Pinhão no Jornal A Bola em Julho/2005

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