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Portugal durante a ausência do rei Lúcia M. Bastos P. Neves - USP

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LÚCIA MARIA BASTOS<br />

P. NEVES é professora da<br />

Universidade Estadual <strong>do</strong><br />

Rio de Janeiro.<br />

LÚCIA MARIA BASTOS P. NEVES<br />

nt<strong>rei</strong> hoje pelas 8 horas da manhã em Lisboa, apenas com<br />

a minha vanguarda, constituída por um Regimento de Gra-<br />

nadeiros e pelo 70 o Regimento, e sem uma única peça de<br />

artilharia, mas era preciso salvar a cidade da desordem que<br />

se encontrava. […]<br />

A esquadra portuguesa já há muito tempo se preparava para<br />

sair, e o príncipe regente, até então muito incerto <strong>do</strong> que<br />

deveria fazer, não hesitou em partir para o Brasil logo que<br />

tomou conhecimento da declaração de guerra da França; mas<br />

procurou meios de iludir V. M. <strong>durante</strong> algum tempo a fi m<br />

de atrasar a entrada <strong>do</strong> exército francês”.<br />

Era dessa forma que o general Jean-A<strong>do</strong>che Junot<br />

descrevia ao impera<strong>do</strong>r Napoleão Bonaparte suas primeiras<br />

impressões ao entrar em Lisboa, a 30 de novembro de 1807.<br />

Em sua correspondência procurava, ainda, demonstrar seu<br />

profun<strong>do</strong> desgosto ao ver escapar tão perto de si “o objeto de<br />

tanta fadiga e de tantas privações de to<strong>do</strong>s os gêneros”, ou<br />

seja, D. João (Junot, 2008, pp. 100 e 102). Se a decepção <strong>do</strong><br />

general, bem como sua preocupação em se justifi car frente<br />

ao impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s franceses, era patente, igualmente, a iné-<br />

dita situação <strong>do</strong> povo português ao ver seu soberano partir<br />

constituía-se em um fato inusita<strong>do</strong>.<br />

Para compreender os acontecimentos relaciona<strong>do</strong>s à<br />

transferência da corte portuguesa, em 1808, às três invasões<br />

de <strong>Portugal</strong> pelas tropas de Napoleão, ocorridas em novembro<br />

de 1807 (Jean-A<strong>do</strong>che Junot), em março de 1809 (Nicolas<br />

Jean de Dieu Soult) e em agosto de 1810 (André Massena)<br />

e a seus des<strong>do</strong>bramentos <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Atlântico, entre<br />

1807 e 1811, é indispensável considerar que o espaço luso-<br />

brasileiro daquela época constituía uma realidade bastante

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