resumo palavras-chave abstract key words - GV Pesquisa

EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 11/57
autores evidenciam os métodos rígidos e a divisão de trabalho extremamente
estruturada que caracterizam o modus operandi daquela fábrica. Em seguida a
análise de uma segunda organização no setor eletro-eletrônico, uma empresa
especializada no desenvolvimento de novos modelos de TV à cores, lidando com a
mais avançada tecnologia disponível naquela época. A análise dos métodos
administrativos desta segunda empresa revela um quadro diferente daquele
evidenciado na fábrica da rayon: Os procedimentos, os padrões de divisão do
trabalho e a hierarquia são muito mais fluidas do que no primeiro caso.
Burns e Stalker definem então dois sistemas de gestão, o modelo mecânico e um
“sistema alternativo”, que são definidos como tipos ideais no sentido weberiano,
isto é, construções teóricas que representam pólos opostos que orientam a formação
dos sistemas reais de administração. É importante notar que Burns e Stalker
ressaltam que nenhum sistema prático de gestão adere integralmente ao modelo
orgânico ou ao modelo mecânico. Os sistemas práticos de gestão combinam
elementos dos dois sistemas (em combinações variáveis ad-hoc), adaptadas às suas
condições específicas. A contribuição pioneira de Burns e Stalker definiu desta
maneira as principais características estruturais da teoria da contingência,
ressaltando que as organizações são sistemas adaptativos que refletem as condições
do seu ambiente operacional. Segundo esta teoria, diferentes condições ambientais
levam à constituição de diferentes modelos organizacionais por colocarem
diferentes problemas a serem resolvidos pelas organizações. Utilizando a
terminologia proposta por Peter Drucker, ambientes instáveis geram problemas de
eficácia e ambientes estáveis geram predominantemente problemas de eficiência
organizacional.
Embora as interpretações dominantes da teoria da contingência, desenvolvidas por
Thompson, Lawrence & Lorsch, Perrow, pelo grupo de Aston e posteriormente por
autores neo-contingencialistas como Lex Donaldson 2 .tenham focado o aspecto de
2 E também de uma certa maneira por pós-contingencialistas como Nitin Nohria e Sumantra Ghoshal em seu estudo
sobre a adaptação estrutural de empresas multinacionais (Nohria e Ghoshal 1993).
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 16/2003