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A.N. MIYAZAKI, P. DONEUX S., R.Y. SAITO, D. KUSSAKAWA & S.L. CHECCHIA<br />

ciente, cujo resultado final foi avaliado como excelente. Os<br />

outros dois pacientes apresentaram uma complicação conhecida<br />

como “ombro capturado” (32) , que se constitui em um quadro<br />

clínico <strong>de</strong> dor e restrição <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a a<strong>de</strong>rências<br />

entre a bursa subacromial e o músculo <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>; um <strong>de</strong>les<br />

com resultado bom e outro com resultado regular; este último<br />

paciente tinha a associação <strong>de</strong> síndrome do túnel do carpo no<br />

mesmo membro afetado e evoluiu com distrofia simpáticoreflexa.<br />

DISCUSSÃO<br />

A <strong>de</strong>cisão do tipo <strong>de</strong> tratamento para as lesões do MR tem<br />

sido controversa, sendo possível encontrar relatos <strong>de</strong> bons resultados<br />

com o simples <strong>de</strong>sbridamento da lesão do tendão do<br />

MR, associado ou não à <strong>de</strong>scompressão subacromial (9,17,21-23,<br />

33,34) , mas, em trabalhos mais recentes, a maioria dos autores<br />

concorda que o <strong>de</strong>sbridamento <strong>de</strong>va ser reservado a pacientes<br />

idosos sem gran<strong>de</strong>s expectativas quanto à função do ombro,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser realizado tanto por via aberta como por via artroscópica<br />

(4,6,9,15,21,22,25,35-42) .<br />

Checchia et al. (6) , em 1994, publicaram 71,6% <strong>de</strong> resultados<br />

satisfatórios nas reparações <strong>de</strong> MR por via aberta, numa<br />

série <strong>de</strong> 67 ombros com lesão completa. Outros autores publicaram<br />

índices semelhantes, com uma variação em torno <strong>de</strong><br />

80% <strong>de</strong> resultados satisfatórios (22,25,43) . Com o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da tecnologia do instrumental cirúrgico e a aquisição <strong>de</strong> maior<br />

experiência por parte dos cirurgiões na artroscopia do ombro,<br />

surgiu a idéia do reparo artroscópico das lesões do MR, primeiramente<br />

com o auxílio <strong>de</strong> uma “miniincisão” (5) e, mais recentemente,<br />

totalmente artroscópico (9,18,38) . Entretanto, em<br />

nossa experiência, nem sempre lesões pequenas ou médias<br />

são passíveis <strong>de</strong> sutura artroscópica, por problemas técnicos<br />

como a osteoporose, que impe<strong>de</strong> a fixação das âncoras no tubérculo<br />

maior do úmero. Liu & Baker (20) , em 1994, obtiveram<br />

93% <strong>de</strong> resultados satisfatórios na reparação do MR pela “miniincisão”.<br />

Gartsman (14) , em 1995, obteve com este mesmo<br />

método 88% <strong>de</strong> resultados consi<strong>de</strong>rados bons e excelentes.<br />

Blevins et al. (25) , em 1996, publicaram os resultados <strong>de</strong> 78<br />

pacientes operados com esta técnica, com 83% <strong>de</strong> resultados<br />

satisfatórios. Já em 1997, Weber (24) , no encontro anual da Aca<strong>de</strong>mia<br />

Americana <strong>de</strong> Cirurgiões Ortopedistas (AAOS), apresentou<br />

resultados semelhantes quando comparou grupos <strong>de</strong><br />

pacientes submetidos ao reparo da lesão do MR por artroscopia<br />

e por “miniincisão”, com significativa menor morbida<strong>de</strong><br />

para o primeiro grupo. No entanto, a técnica da “miniincisão”<br />

requer a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classificar artroscopicamente as lesões<br />

do MR e <strong>de</strong>finir quais <strong>de</strong>las são passíveis <strong>de</strong> sutura por esta<br />

técnica.<br />

A sutura pela “miniincisão” não modifica o protocolo <strong>de</strong><br />

reabilitação pós-operatória, pois não altera o tempo para a cicatrização<br />

do tendão suturado, porém minimiza potenciais<br />

complicações, como infecção ou <strong>de</strong>iscência da sutura do músculo<br />

<strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> geralmente ser acompanhada <strong>de</strong> menor<br />

dor pós-operatória em relação à cirurgia aberta.<br />

Os resultados obtidos em nossa casuística, que foram consi<strong>de</strong>rados<br />

satisfatórios, correspon<strong>de</strong>ram a 85,7%, com 13 resultados<br />

excelentes e 5 bons.<br />

O paciente com resultado regular, além <strong>de</strong> apresentar uma<br />

lesão consi<strong>de</strong>rada gran<strong>de</strong>, evoluiu com distrofia simpáticoreflexa<br />

e “ombro capturado”, tendo sido reoperado após cinco<br />

meses. Dos dois pacientes que tiveram resultados consi<strong>de</strong>rados<br />

ruins, um <strong>de</strong>les apresentava uma lesão gran<strong>de</strong> envolvendo<br />

os tendões dos músculos supra-espinhal, infra-espinhal<br />

e redondo menor parcialmente, que talvez fosse melhor abordada<br />

por via aberta, além <strong>de</strong> possuir outras doenças no mesmo<br />

membro, como a rizartrose do polegar e lesão nervosa e<br />

tendinosa crônica da mão. No outro caso, também uma lesão<br />

gran<strong>de</strong> do MR, havia uma lesão associada da cabeça longa do<br />

tendão do músculo bíceps do braço. Este paciente foi reoperado<br />

(via aberta) após <strong>de</strong>corrido um ano da artroscopia, quando<br />

foi verificada uma <strong>de</strong>iscência da sutura, tendo sido feita<br />

uma nova reparação.<br />

O número <strong>de</strong> complicações com este procedimento foi pequeno<br />

(14,3%), sem nenhum caso <strong>de</strong> infecção ou <strong>de</strong> lesão<br />

neurovascular; dois casos <strong>de</strong> “ombro capturado” e um caso <strong>de</strong><br />

lesão aci<strong>de</strong>ntal do músculo <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong> que não influiu no resultado<br />

final, consi<strong>de</strong>rado excelente neste paciente.<br />

A técnica artroscópica oferece vantagens, mas, do nosso<br />

ponto <strong>de</strong> vista, o procedimento por via aberta ainda permanece<br />

como uma opção <strong>de</strong> tratamento, pois nem todas as lesões<br />

são passíveis <strong>de</strong> sutura por “miniincisão”. Analisando os cinco<br />

casos que apresentaram lesões do MR classificadas como<br />

gran<strong>de</strong>s, notamos alta incidência <strong>de</strong> resultados insatisfatórios<br />

(três casos). Talvez estes pacientes tivessem sido melhor tratados<br />

por uma via aberta tradicional, pois esta nos dá melhores<br />

condições <strong>de</strong> trabalharmos os cotos dos tendões que se<br />

encontram retraídos. No entanto, sabemos também que, quanto<br />

maiores as lesões, pior será o resultado funcional final dos<br />

pacientes (6,17,20,33) , pois outros fatores, como a retração e <strong>de</strong>generação<br />

da musculatura do MR, irão ter influência direta neste<br />

resultado.<br />

Em vista <strong>de</strong> nossa experiência, po<strong>de</strong>mos concluir que a acromioplastia<br />

artroscópica associada ao reparo da lesão do MR<br />

418 Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 7 – Julho, 1999

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