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MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

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<strong>MANACORDA</strong>, <strong>Mario</strong> <strong>Alighiero</strong>. A <strong>educação</strong> <strong>no</strong> <strong>Oitocentos</strong>. <strong>In</strong> História da Educação – Da antiguidade aos<br />

<strong>no</strong>ssos dias.7ª ed. Rio de Janeiro: Cortez, 1999. pp. 269 – 310.<br />

<strong>no</strong>vo processo para a <strong>educação</strong> da infância. Os princípios de Froebel foram buscados <strong>no</strong> cristianismo e na<br />

filosofia clássica alemã 2 . Os eixos fundamentais são: a existência de uma lei eterna em todas as coisas; os<br />

elementos do processo são o educador, o educando, e o Melhor (Deus. ????). O espaço da <strong>educação</strong> infantil<br />

se consolida como espaço religioso que se retoma como objetivo a constituição de uma unidade originária<br />

que existiria, segundo a religião, <strong>no</strong> homem. Papel da escola é então definido: fazer dos alu<strong>no</strong>s<br />

conhecedores da essência das coisas e de si mesmo, a maior delas a descoberta de Deus.<br />

A concepção de homem define a opção didático-pedagógica. O que indica a pedagogia como<br />

um constante devir. Assim, em Froebel se tem a raiz de sua pedagogia em Rousseau combinado com o<br />

idealismo cristão. O trabalho (atividade) ocupa lugar fundamental na primeira <strong>educação</strong>, entendida como<br />

formação desde cedo para a religião e a atividade operativa. O trabalho é então definido como manifestação<br />

do divi<strong>no</strong>. O trabalho da criança na ação pedagógica é o foco. Assim, a pedagogia didática deve ofertar<br />

materiais (esfera, cubo, pauzinhos, mosaicos...). São os Kindergartens, Jardins de <strong>In</strong>fância.<br />

pecado original e a redenção pelo sacrifício de Cristo.<br />

Em Pestalozzi a natureza é entendida de forma dupla: animal e espiritual. Uma natureza inferior e outra melhor. Neste<br />

sentido, situa-se na lógica de dominar instintos e paixões por princípios e pela razão. Neste sentindo compreendia que a função<br />

primordial da <strong>educação</strong> era encorajar a criança “[...] o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal […].<br />

Educação por promovida pela mulher (“[…] força ainda mais poderosa […].” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, P. 262).<br />

Seus argumentos de que na criança existe uma força de origem diferente de qualquer tentação ou corrupção rendeu-lhe<br />

suspeitas dos conservadores. Manacorda explica: valorizar a criança significava valorizar classes inferiores.<br />

<strong>In</strong>stintos e vontades nas crianças segundo Pestalozzia<strong>no</strong> são manifestações necessárias da condição animal que deveriam<br />

ser freadas em seus excessos. Não indica punições ou qualquer <strong>educação</strong> repressiva baseada <strong>no</strong> medo. O que não significa<br />

abando<strong>no</strong> da severidade: “[...] deveríamos decididamente eliminar o temor como meio educativo.” No lugar do sadismo<br />

pedagógico propunha “[...] um método de ensi<strong>no</strong> melhor.” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 263).<br />

2) Quanto Metodologia didática, Pestalozzi firma o interesse e curiosidade infantil como base de qualquer intervenção<br />

educativa. O segredo seria o fomento e a a manutenção do interesse na criança, o relaciona diretamente ao método do mestre e da<br />

mãe, premira mestra. Deste princípio, Pestalozzi busca e ancora um outro: o da intuitividade e da gradualidade do ensi<strong>no</strong>. O<br />

fundamento destes princípios é “[...] agir sobre as mentes das crianças com elementos tirados da realidade e não com regras<br />

abstratas, e se deve ensinar mais com a ajuda de objetos do que de palavras”. Neste sentido, resgatou o método analítico de “[...]<br />

descobrir dadas verdade mediante a solução de problemas […]. (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 264).<br />

O desafio da pedagogia moderna estava estabelecido. Neste sentido a didática é provocada ao uso de métodos, técnicas e<br />

instrumentos que promovessem mais que dominar propriedades abstratas, a capacidade de invenção, a promoção do surgimento<br />

de ideias. Pestalozzi elenca a ginástica, a música, o desenho, com status de disciplinas com potencial de proveito moral uma vez<br />

que contribuíram para o desenvolvimento do “[...] bom gosto e <strong>no</strong>breza do sentir […]”; “[...] suscitar e alimentar os mais<br />

elevados sentimentos [...]” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265).<br />

Pestalozzi alerta que não propunha transformação tudo na instrução em diversão e jogo quando defende que a ação da mãe<br />

e do mestre não deve cansar a criança. A respeito afirmou: “[...] não é possível conseguir sem esforços um saber bem fundado<br />

[…].” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265). Fortalece o espírito de benevolência que não descuida da firmeza, sem o que não<br />

entendia ser possível atingir o mais elevado objetivo da <strong>educação</strong>: o preparo para o integral e livre uso de todas as suas<br />

faculdades físicas e intelectuais de forma a tornar-se o homem útil à sua sociedade, mesmo “[...] nas mais modestas condições<br />

de vida.” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 266). O que <strong>no</strong>s coloca diante da terceira dimensão da pedagogia de Pestalozzi.<br />

3) As relações sociais adquirem em Pestalozzi formulações demcráticas, limitadas pe claro às condições do tempo em que<br />

viveu. O fundamento é ainda a natureza humana, que por ser semelhante em todos os homens deve ser desenvolvida em todas as<br />

suas faculdades (capacidades físicas e intelectuais) e em todos os homens. A <strong>educação</strong> não pode ser compreendida em um só<br />

aspecto. Neste sentido, fez a proclamação da universalização da <strong>educação</strong> do saber a todas as classes sociais. Porém mantém a<br />

compreensão da destinação profissional, embora se participe de elementos comuns que fazem o fundamento das forças<br />

humanas. Assim, defendeu que não seria legítimo limitar ou negligenciar a possibilidade de desenvolvimento de qualquer<br />

criança. (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 265).<br />

2 Filosofia alemã clássica : Kant, idealismo alemão (Fichte, Schelling, Hegel), Marx, Schopenhauer, Nietzsche.

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