18.04.2013 Views

MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

MANACORDA, Mario Alighiero. A educação no Oitocentos. In

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>MANACORDA</strong>, <strong>Mario</strong> <strong>Alighiero</strong>. A <strong>educação</strong> <strong>no</strong> <strong>Oitocentos</strong>. <strong>In</strong> História da Educação – Da antiguidade aos<br />

<strong>no</strong>ssos dias.7ª ed. Rio de Janeiro: Cortez, 1999. pp. 269 – 310.<br />

b)As escolas elementares. Os dois modelos foram Pestalozzi e o ensi<strong>no</strong> mútuo 3 (OLIVEIRA 4 ,<br />

2009). O conflito entre o modelo de Bell e Lancaster também se deu em outros países além da <strong>In</strong>glaterra.<br />

Na questão do método deu-se conservação e progresso. “[...] interesses e ideias mais profundas.” (p.208).<br />

Fundamentos principais da escola elementar: a ciência dos fatos substitui a ciência das palavras<br />

(p.386); <strong>educação</strong> para o povo entendia como obra beneficente <strong>no</strong>rteada pelo princípio produtivo, ou seja,<br />

aprender a trabalhar. Neste sentido a proposta de Ridofini pretendia a escola única meni<strong>no</strong>s<br />

comprovadamente pobres e também para meni<strong>no</strong>s <strong>no</strong>bres. Lembrusquini reforça a necessidade da religião e<br />

<strong>educação</strong> ….<br />

c) As escolas técnicas e as Universidades. (287 – 288). De Charles Dupin e a frequência<br />

das escolas particulares na <strong>In</strong>glaterra por artesãos. A Comissão Parlamentar de Orçamento de 1825 definiu<br />

que o estudo e difusão das ciências era um meio de potência dos gover<strong>no</strong>s monárquicos. No campo<br />

pedagógico postulava a aplicação dos princípios matemáticos às artes do poder, bem como aos operários. A<br />

afirmação de que sem esses conhecimentos se tinham “[...] industriais sem indústria […] especificam bem a<br />

questão da importância que as ciências paulatinamente adquiriam <strong>no</strong> contexto da Revolução <strong>In</strong>dustrial.<br />

A origem de iniciativa na <strong>In</strong>glaterra relativa à instrução técnica e profissional. As legislações<br />

sobre as fábricas foram frequentes na <strong>In</strong>glaterra e, com o tempo passou a situar a instrução das crianças<br />

3 O ENSINO MÚTUO (256 – 261). Ao contrário do que se pensa <strong>no</strong> senso comum, Manacorda alerta que as duas experiências<br />

em tor<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> mútuo que se configuram na <strong>In</strong>glaterra é uma proposta de particulares. A função básica deste método era<br />

ensinar um número cada vez maior de alu<strong>no</strong>s com poucos mestres, usando da figura do monitor. Conforme Manacorda deixa<br />

claro: monitores eram “[...] alguns adolescentes instruídos diretamente pelo mestre, atuando com variedade de tarefas como<br />

auxilares ou monitores, ensinavam por sua vez outros adolescentes, supervisionando a conduta deles e administrandos os<br />

materiais didáticos.” (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, P. 256).<br />

Nosso autor lembra que o método mútuo ou algo parecido pode ser encontrado ao longo da história do ocidente desde os<br />

tempos antigos, Idade Média, até que na proposição dos ingleses Andrew Bell (1753 – 1832), pastor anglica<strong>no</strong>, e, Joseph<br />

Lancaster (1778 – 1838), pertencente à religião Quaker, o método mútuo adquiriu a condição de rigorosa organização didática e<br />

de pla<strong>no</strong> nacional de instrução popular.<br />

Em Madras, sul da Índia, em 1789, Bell dirigiu uma escola da Cia da Índias Orientais organizada para os filhos dos<br />

soldados europeus. Sua publicação “An experiment in education”, 1797, propagou suas ideias. O princípio do método é o ensi<strong>no</strong><br />

realizado por terceiros sob a superitendência de um mestre. Bell expressava em suas publicações posteriores que a intenção era<br />

“[...] a diminuir as despesas da instrução, a abreviar o trabalho do mestre e a acelerar os progressos do alu<strong>no</strong>” (in<br />

<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 257). Segundo o próprio Bello, o sistema “[...] não é formado de indagações bem escritas e elaboradas<br />

e de rebuscadas especulações sobre a natureza da criança ou a filosofia do espírito […]”, mas trata-se algo que persegue<br />

resultados práticos “[...] na ciência do ensi<strong>no</strong>.” (<strong>In</strong> <strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 257).<br />

Lancaster abriu uma escola em Londres em 1798 para atender crianças pobres, e em 1803 publicou “Improvements in<br />

education”, onde indica que o objetivo é melhorar a <strong>educação</strong> das classes do povo. Lancaster propunha uma <strong>educação</strong> religiosa<br />

aconfessional, enquanto Bell representava uma <strong>educação</strong> segundo os princípios da Igreja Anglicana.<br />

A Lancaster se deve o espalhamento método mútuo pela <strong>In</strong>glaterra e <strong>no</strong> mundo de língua inglesa. “[...] em 1811, na<br />

<strong>In</strong>glaterra, contavam-se quinze escolas com 30 mil alu<strong>no</strong>s.” Do ensi<strong>no</strong> elementar masculi<strong>no</strong> o método foi estendido ao ensi<strong>no</strong><br />

femini<strong>no</strong>, <strong>educação</strong> de adultos e ensi<strong>no</strong> superior, nas mais variadas disciplinas.<br />

No Brasil, o método foi adotado na primeira de ensi<strong>no</strong> em 1827 (15 de <strong>no</strong>vembro) como como oficial exatamente por<br />

atender às falta de recursos e carência de professores. Porém, por falta de alu<strong>no</strong>s e ausência de investimentos em material<br />

didático específico do método, bem como de espaços físicos adequados, já na reforma de ensi<strong>no</strong> de 1854, o método foi<br />

abandonado como oficial. (OLIVEIRA, 2009).<br />

Para Manacorda, “Trata-se não somente de um método didático, mas em primeiro lugar de uma opção política, sujeita a<br />

encontrar consensos e dissensos” (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 258), como do alemão José Hamal que em seu livro “Ensi<strong>no</strong><br />

Mútuo”, 1819, se indagava da conveniência da difusão da instrução para as classes inferiores. Segundo esse autor existiam os<br />

que eram contrários sob o argumento “[...] perturbar o status quo para sair dele.” (ibid.).<br />

Para Manacorda, “O ensi<strong>no</strong> mútuo era a resposta a este perpétuo medo dos conservadores, o medo de que a instrução<br />

pudesse 'perturbar o Estado.'” (<strong>MANACORDA</strong>, 1999, p. 258), conforme foi expresso pelo próprio José Hamel em seu livro ao<br />

definir o método mútuo como aquele que “[...] apresenta os meios mais sintéticos e econômicos para dar a instrução elementar<br />

oportuna às classes inferiores [...]”<br />

Perguntamos: que “[...] instrução elementar oportuna às classes inferiores [...]” era essa?<br />

Nas páginas 258 – 261 Manacorda descreve de forma sumariada como funcionada a escola de ensi<strong>no</strong> mútuo.<br />

4 OLIVEIRA, Luiz Antonio de. A contribuição de Primitivo Moacyr na história da escola pública ─ as ações imperiais e<br />

republicanas. 169f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Maria Cristina<br />

Gomes Machado. Maringá, 2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!