Família GYRINIDAE
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COLEOPTERA 287<br />
ZIMMERMANN, A.<br />
1920 - Bemerkerswerke Neuerwerkbungen der Zoologischer<br />
Museums in Hambourg; Haliplidae, Dytiscidae &<br />
Gyrinidae,<br />
Ent. Blatt.; 16:224-234.<br />
(Consultar outros trabalhos deste autor)<br />
Familia <strong>GYRINIDAE</strong> ¹<br />
(Gyrinites Latr. 1810; Gyrinides Leach. 1815; Gyrinidae Leach.,<br />
1817; Gyrinoidea Leng, 1920; Böving & Craighead, 1930; Jeannel,<br />
1941)<br />
43. Caracteres - Os autores modernos, adotando a orientação<br />
de LENG em seu catálogo (1920: 26, 81; 1933: 4), isolam<br />
esta família em superfamília Gyrinoidea.<br />
Pela forma do corpo os Gy-<br />
rinideos têm alguma semelhança<br />
com os Ditiscideos, porém deles<br />
se distinguem imediatamente pe-<br />
lo aspecto das pernas, as anterio-<br />
res (figs. 65 e 68) consideràvel-<br />
mente mais alongadas, dirigidas<br />
para diante e, em repouso, aloja-<br />
das em sulcos obliquamente dis-<br />
postos na face inferior do tórax,<br />
as médias e posteriores curtas,<br />
fortemente achatadas e conside-<br />
ràvelmente alargadas (fig. 69),<br />
pelos olhos, de cada lado, um<br />
acima e outro imediatamente<br />
abaixo da margem lateral da ca-<br />
beça e pelas antenas, muito cur-<br />
tas e escondidas em fossetas late-<br />
rais (figs. 66 e 67).<br />
Flg. 65 -- Enhydrus sulcatus<br />
(Wiedman, 1821) (Gyrinidae-<br />
Enhydrinae-Dineutini) ( Lacerda<br />
fot.).<br />
Os últimos segmentos abdominais, principalmente nas<br />
espécies que habitam as águas correntes, prolongam-se além<br />
dos elitros em ponta mais ou menos saliente.<br />
¹ De<br />
(gyros), volta, círculo, movimento circular.
288 INSETOS DO BRASIL<br />
O metasternum não apresenta sutura transversal preme-<br />
tacoxal.<br />
Fig. 66 - Cabeça de Girinideo, vista<br />
de lado; Ant., antena; em cima o<br />
ôlho superior, em baixo o inferior,<br />
que fica submerso (Lacerda del.).<br />
Nos machos os tarsos an-<br />
teriores são mais dilatados que<br />
nas fêmeas e algo escavados<br />
em ventosa em baixo (fig. 68).<br />
As espécies pequenas (al-<br />
gumas com poucos milímetros<br />
de comprimento), ou de porte<br />
médio, são de côr negra, azul<br />
ou verde metálica escura.<br />
Hábitos e espécies mais in-<br />
teressantes - Os Girinideos<br />
encontram-se em águas pouco<br />
agitadas ou correntes. Em rios<br />
ou riachos com corredeiras, quase sempre se acumulam nos<br />
remansos sombreados e aí, na superfície, ziguezagueam ràpi-<br />
damente. Se perturbados nesse movimento habitual, mergu-<br />
lham imediatamente e se escondem no fundo, sob pedras ou<br />
plantas submersas.<br />
Quando apanhados, como os Dytiscideos, expelem líquido<br />
leitoso de cheiro desagradável, secretado por glândulas proto-<br />
ráxicas.<br />
Na fase adulta são predadores e respiram o ar livre, em<br />
parte pelas antenas, que se modificam em órgãos respirató-<br />
rios.<br />
Podem voar a noite atraídos pela luz.<br />
Poem os ovos sôbre as plantas aquáticas.<br />
As larvas têm o corpo e as pernas tinas, a cabeça um tan-<br />
to alongada, 4 urogomphi e cada urômero provido de um par<br />
de traqueo-branquias filiformes e plumosas (o último urô-<br />
mero tem dois pares de tais apêndices). São predadoras e pos-<br />
suem mandíbulas falciformes também providas de canal<br />
mandibular, como em Dytiscidae e Haliplidae. Quando com-
COLEOPTERA 289<br />
Fig. 67 - Antena de Gyrinidae (Lacerda fot.).<br />
Fig. 68 - Pernas anteriores da fêmea (à esquerda e em<br />
cima) e do macho, de Gyrinidae (Lacerda fot.)
290 INSETOS DO BRASIL<br />
pletamente desenvolvidas, via de regra, preparam uma célula<br />
no solo à beira d'água e aí se metamorfoseam em pupa.<br />
Informações mais detalhadas relativas à biologia dêstes<br />
besouros podem ser lidas no trabalho de BALDUF (1935 -<br />
The bionomics of entomophagous Coleoptera.)<br />
Fig. 69 - Perna média (à, esquerda) e posterior do mesmo Girinideo<br />
da fig. 68 (Lacerda fot.).<br />
Há cêrca de 500 espécies descritas, das quais 120 habitam<br />
a região Neotrópica, distribuídas pelas subfamílias Gyrininae.<br />
Orectochilinae e Enhydrinae. A esta subfamília pertence a<br />
espécie maior e mais econtradiça em nossa terra - Enhydrus<br />
sulcatus (Wiedmann, 1821) (fig. 65).<br />
Outra espécie também relativamente comum é Gyretes<br />
dorsalis Brullé 1837, de corpo fortemente convexo e élitros<br />
truncados e espinhosos no ápice.
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