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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - Universidade Estadual de Londrina

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Segundo Nappo, Galduróz e Noto (1996) comprovaram que traficantes <strong>de</strong><br />

São Paulo se utilizaram da estratégia <strong>de</strong> reduzir a oferta <strong>de</strong> outras drogas ilícitas<br />

associada a uma abundante oferta do crack, induzindo a a<strong>de</strong>são à substância, no<br />

início <strong>de</strong> década <strong>de</strong> 90. Tal a<strong>de</strong>são <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong>sta possuir um alto grau <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência, baixo preço por unida<strong>de</strong>, fácil manejo, garantindo assim lucro certo.<br />

Apresentou ainda o perfil do usuário como homem, jovem, baixa escolarida<strong>de</strong> e sem<br />

vínculos empregatícios formais. Os efeitos do crack levavam a um uso compulsivo,<br />

sem controle, on<strong>de</strong> a parada ocorria após esgotamento físico, psíquico e financeiro,<br />

mantendo o pensamento fixo na busca <strong>de</strong>ste para o consumo, em função do alto<br />

grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência. Usuários <strong>de</strong> crack, após uso, relatam arrependimento e<br />

consecutivo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> se abster <strong>de</strong>ste, motivando, em algumas situações, a busca<br />

por tratamento.<br />

Galassi, Elias e Andra<strong>de</strong> (2008) verificaram aumento <strong>de</strong> 36% nas internações<br />

hospitalares para tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas<br />

durante os anos <strong>de</strong> 2000 a 2002, das quais a maioria <strong>de</strong>vida ao álcool. Porém, as<br />

internações por uso <strong>de</strong> cocaína e <strong>de</strong>rivados aumentaram em 89,4% durante o<br />

período da pesquisa, seguida <strong>de</strong> “elevação mais discreta” <strong>de</strong> internações por uso <strong>de</strong><br />

múltiplas drogas (7,4%).<br />

Outro aspecto que chama atenção na tabela 3 é o baixo percentual <strong>de</strong><br />

usuários que referiram como substância manifesta o ansiolítico. Sabe-se que o uso<br />

<strong>de</strong>sta substância é bastante disseminado na socieda<strong>de</strong>, sendo a mais utilizada em<br />

todo o mundo. Apenas no Brasil há aproximadamente cem marcas <strong>de</strong> produtos a<br />

venda (CARLINI et al., 2001). A utilização <strong>de</strong> ansioliticos ocorre com mais freqüência<br />

entre as mulheres (TAVARES et al., 2001) na faixa etária com mais ida<strong>de</strong>.<br />

A tabela 4 mostra a distribuição dos usuários por substância manifesta no<br />

momento da triagem segundo sexo, escolarida<strong>de</strong> e ida<strong>de</strong>.<br />

Dos que procuraram o serviço não se observaram diferenças significativas<br />

entre os sexos na proporção <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> álcool e crack. O uso do crack entre<br />

mulheres que procuraram tratamento correspon<strong>de</strong> a 39 casos (54,9%). Comparado<br />

à prevalência <strong>de</strong> uso revelado no II Levantamento Domiciliar (Carlini et al., 2005), a<br />

procura por tratamento se apresenta superior à esperada, principalmente entre as<br />

mulheres, on<strong>de</strong> a prevalência para uso <strong>de</strong> crack na vida foi <strong>de</strong> 0,2%, sendo 1,5%<br />

entre homens.<br />

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