Download - Congregação Judaico-Messiânica Netivyah
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ÍNDICE<br />
Sedentarismo ................................................. 04<br />
Restaurando o “governo teocrático” ................ 12<br />
Prevensão contra desvios e armadilhas ............ 16<br />
O amor ............................................................ 22<br />
Limite ............................................................ 27<br />
Judeus x Gentios ............................................. 32<br />
Identidade de Yeshua ...................................... 36<br />
Honra ............................................................. 41<br />
Cobiça ............................................................ 43<br />
Cades-Barnéia ............................................... 47<br />
Advertência para os crentes ............................ 52<br />
Eventos Bíblicos para Israel e Igreja de Yeshua .. 58<br />
Comentário sobre Mateus 10:1-15 .................. 64<br />
A remoção do pecado para vinda de Yeshua ..... 69<br />
A disciplina não será permanente ................... 74<br />
A bondade do Eterno ..................................... 77<br />
As leis sexuais submetem a liberdade do Homem<br />
à restrição ........................................................ 82<br />
Ordem Divina de Autoridade ........................ 88<br />
Fazei, pois morrer, a vossa natureza carnal ..... 94<br />
Trindade ....................................................... 103<br />
A verdade arespeito do natal ........................ 105<br />
Três conceitos básicos para celebrarmos Pessach ..<br />
....................................................................... 109<br />
Retornar para restaurar ................................. 116<br />
Restauração (Parte 1) .................................... 119<br />
Restauração (Parte 2) .................................... 125<br />
Restauração (Parte 3) .................................... 131<br />
Tz’michat Hador - Suscitar e educar Gerações .....<br />
...................................................................... 139<br />
Estabelcimento do Shabat ............................ 145<br />
Tu B’shvat - Ano novo das árvores ................ 149
SEDENtarISmo<br />
ConCeito<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Fixo, preso a um lugar. Pouco movimento, que não<br />
obriga a caminhar.<br />
Causas do sedentarismo<br />
Riquezas materiais - O profeta Miquéias denuncia<br />
com clareza a amarga realidade dos abusos sociais<br />
e morais em decorrência do acúmulo de bens,<br />
possessões e propriedades.<br />
“Ai daqueles que nas suas camas intentam a<br />
iniqüidade e maquinam o mal! À luz da alva<br />
o praticam porque está no poder da sua mão.<br />
Cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as<br />
tomam. Assim fazem violência a um homem e<br />
à sua casa, a uma pessoa e à sua herança”. (Mq<br />
2:1-2)<br />
Uma vida de muitos bens materiais causa sedentarismo.<br />
É também tendenciosa, ou seja, denuncia<br />
uma intenção secreta, uma idéia pré-concebida –<br />
egoísmo humano – podendo tornar-nos imundos<br />
moralmente; as muitas riquezas sempre nos levam<br />
a oprimir os mais fracos.<br />
Vejamos a denúncia do profeta Isaías no capítulo<br />
um, nos versos de dez a dezoito:<br />
“Ouvi a palavra do Eterno, vós príncipes de<br />
Sodoma; dai ouvidos à lei de nosso D’us, vós, ó<br />
povo de Gomorra. De que me serve a multidão<br />
dos vossos sacrifícios? Diz o Eterno. Já estou<br />
farto dos holocaustos de carneiro, e da gordura<br />
de animais cevados; não folgo com o sangue<br />
de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.<br />
Quando vindes à minha presença, quem requereu<br />
isto das vossas mãos, que viésseis pisar os<br />
meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs!<br />
O incenso é para mim abominação, e também as<br />
luas novas, os sábados, e a convocação das congregações;<br />
não posso suportar iniqüidade, nem<br />
o ajuntamento solene. As vossas luas novas, e as<br />
vossas solenidades, a minha alma as aborrece. Já<br />
me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Pelo<br />
que, quando estendeis as vossas mãos, escondo<br />
de vós os meus olhos; sim, quando multiplicais<br />
as vossas orações, não as ouço. As vossas mãos<br />
estão cheias de sangue; lavai-vos, e purificai-vos.<br />
Tirai a maldade dos vossos atos de diante dos<br />
meus olhos! Cessai de fazer o mal, e aprendei a<br />
fazer o bem! Praticai o que é reto, ajudai o oprimido.<br />
Fazei justiça ao órfão, tratai da causa das<br />
viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o Eterno;<br />
Ainda que vossos pecados sejam como a escarlata,<br />
eles se tornarão brancos como a neve.” (Is<br />
1:10-18)<br />
O profeta Miquéias aconselha levantar e andar;<br />
deixar todo sedentarismo e o desejo intenso de<br />
acúmulo de bens, porque, aqui neste mundo não<br />
teremos o descanso que almejamos.<br />
“Levantai-vos e andai! Porque não é aqui o<br />
vosso descanso, por causa da imundícia que<br />
traz destruição enorme.” (Mq 2:10)<br />
As injustiças sociais e as obras da carne tais como:<br />
prostituição, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizade,<br />
ciúme, ira, peleja, dissensão, facção, inveja e<br />
bebedice, nos tornam imundos espiritualmente,<br />
diz o profeta; traz destruição, porque a ira de D’us<br />
produz total ruína.<br />
É importante lembrar que ainda não possuímos a<br />
pátria celestial, a herança espiritual que o Eterno<br />
nos promete em Sua palavra. Nesta terra somos<br />
apenas peregrinos e forasteiros, não devendo aceitar,<br />
por isso, uma vida sedentária.<br />
4
o exemplo de JaCó<br />
O Eterno criou todo conflito entre José e seus irmãos<br />
na intenção de remover Jacó do sedentarismo.<br />
“Jacó habitou na terra das peregrinações de seu<br />
pai, na terra de Canaã.” (Bereshit / Gn. 37:1)<br />
No texto original encontramos: “Jacob permanece<br />
habitando a terra das residências de seu pai, a terra<br />
de Kena-âu Yashab.”<br />
O verbo permanecer no versículo acima, indica<br />
certo grau de estabilização e sedentarismo de Jacó<br />
em seu país. O Eterno usará seu filho preferido<br />
José para removê-lo de um local fixo, seu país de<br />
origem, obrigando-o a caminhar. O objetivo é fazer<br />
cumprir as promessas do Eterno a Abraão e<br />
toda sua descendência.<br />
O Espírito Santo denuncia: O problema está em<br />
nossa falta de memorização. Não conseguimos<br />
lembrar ou mesmo guardar que estamos aqui de<br />
passagem; somos estrangeiros e peregrinos, nos<br />
encontramos sempre em situações muito precárias;<br />
somos aceitos nesse mundo, mas sem direitos<br />
estabelecidos.<br />
o exemplo do patriarCa abraão<br />
“Peregrino e morador sou entre vós; dai-me<br />
posse de um terreno para sepultura, entre vós,<br />
e enterrarei minha morta que está diante de<br />
mim.” (Bereshit / Gn.23:4)<br />
Memória vem a ser a faculdade que possuímos de<br />
registrar ou reter sinais e ensinos. Se a denúncia é a<br />
falta de memorização, podemos entender que não<br />
estamos conseguindo reter os ensinos espirituais,<br />
ou seja, estamos esquecendo o que já aprendemos.<br />
A falta de memória pode ocorrer sob dois aspectos:<br />
Inadvertência: falta de atenção, distração, irreflexão.<br />
Negligência: falta não intencional daquele que se<br />
omite no cumprimento de um ato que lhe foi determinado.<br />
Abandonamos os ensinos, deixando-os de lado<br />
por falta de consideração, e de reconhecimento. É<br />
importante lembrar que a motivação de nosso trabalho,<br />
não deve estar centrada no acúmulo de riquezas,<br />
na satisfação de nossos desejos ou na busca<br />
da elevação de nosso ego. Precisamos colocar em<br />
prática, o que aprendemos com os ensinamentos<br />
de Yeshua HaMashiach, Jesus o Messias.<br />
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas<br />
pela comida que permanece para a vida eterna,<br />
a qual o Filho do homem vos dará, porque<br />
D’us, o Pai, o marcou com Seu selo”. ( Jo 6:27)<br />
Advertências da Torá – os cinco primeiros livros<br />
da Bíblia Sagrada:<br />
Caso haja negligência as questões espirituais, o<br />
Eterno trará nossa iniqüidade à memória e nos<br />
fará lembrar.<br />
“... então esse homem trará a sua mulher perante<br />
o sacerdote, e juntamente trará a sua oferta<br />
por ela; a décima parte de um efa de farinha<br />
de cevada, sobre a qual não deitará azeite, nem<br />
porá incenso, porque é oferta de cereais de ciúmes,<br />
oferta memorativa, que traz a iniqüidade<br />
em memória”. (Nm 5:15)<br />
Trazer à memória nossas iniqüidades tem como<br />
objetivo a esperança de que possa haver arrependimento.<br />
Vejamos como a viúva de Sarepta tinha<br />
conhecimento da Torá a esse respeito:<br />
“Depois destas coisas adoeceu o filho da mu-<br />
5
lher, da dona da casa. A sua doença se agravou<br />
tanto que ele parou de respirar. Disse ela a<br />
Elias: que tens contra mim, homem de D’us?<br />
Vieste a mim para trazeres à memória a minha<br />
iniqüidade, e matares a meu filho?”. (I Rs 17:<br />
17-18)<br />
O profeta Isaías traz à memória do povo de Judá<br />
os seus pecados, na esperança do arrependimento<br />
de alguns.<br />
“Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da<br />
casa de Israel, vós a quem sustentei desde o ventre,<br />
e levei desde o nascimento. Até à vossa velhice<br />
eu serei o mesmo, e ainda até às cãs eu vos carregarei.<br />
Eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei,<br />
e eu vos guardarei. A quem me fareis semelhante,<br />
e com quem me igualareis? A quem me comparareis,<br />
para que sejamos semelhantes? Gastam o<br />
ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças; assalariam<br />
o ourives, e ele faz um deus, e diante dele<br />
se prostram, e se inclinam. Sobre os ombros o<br />
tomam, levam-no, e põem no seu lugar. Ali está,<br />
do seu lugar não se move. Se recorrerem a ele,<br />
resposta nenhuma dá, e a ninguém livra da sua<br />
tribulação. Lembrai-vos disto, considerai, trazei-<br />
-o à memória, ó rebeldes. Lembrai-vos das coisas<br />
passadas da antiguidade; Eu Sou D’us, e não há<br />
outro; Eu Sou D’us, e não há outro semelhante a<br />
mim. Eu anuncio o fim desde o princípio, desde<br />
a antiguidade as coisas que ainda não sucederam.<br />
Eu digo: o Meu propósito subsistirá, e farei toda<br />
a minha vontade”. (Is 46:3-10)<br />
Muitas vezes não conseguimos deter os ídolos, por<br />
causa da inveja (sentimento de cobiça à vista da<br />
felicidade e superioridade de outrem) que temos<br />
uns dos outros e até mesmo dos ímpios.<br />
Os ensinamentos bíblicos mostram que a inveja<br />
dos irmãos de José foi devido a sua superioridade<br />
espiritual<br />
“E Israel amava a José mais que a todos os seus<br />
filhos, porque filho da velhice era para ele; e<br />
fez-lhe túnica talar de várias cores com mangas<br />
compridas. E viram seus irmãos que seu<br />
pai amava mais a ele que a todos seus irmãos,<br />
e odiaram-no, e não podiam falar-lhe em paz”.<br />
(Bereshit / Gn 37:3-4)<br />
A túnica talar (que desce até os calcanhares) de<br />
várias cores, cuja descrição vemos no Livro de Gênesis,<br />
no hebraico traduz-se por: Ketonét Passim<br />
(Alva Sagrada que vestia Arão e os sacerdotes do<br />
Templo em Jerusalém) em acadiano são os Pisa-<br />
nu – ornamentos caros, aplicados sobre as vestes;<br />
trajes usados pelos príncipes de Canaã.<br />
Podemos concluir que o presente dado por Jacó a<br />
seu filho José, não era uma veste comum, mas sim,<br />
um Hábito Sacerdotal que consagrava a superioridade<br />
de José sobre seus demais irmãos.<br />
Vejamos no Livro de Shemot (Ex):<br />
“E estes são os vestidos que farão: peitoral,<br />
efod, manto, túnica com cavidades, tiara e cinto;<br />
e farão vestidos de santidade para Aarão,<br />
teu irmão, e para seus filhos, para servir-me.” (<br />
Shemot / Ex 28:4)<br />
“E aos filhos de Aarão farás túnicas; e lhes farás<br />
cintos e mitras, para glória e para formosura.”<br />
(Shemot / Ex 28:40)<br />
“E a seus filhos farás chegar e os farás vestir as<br />
túnicas.” (Shemot / Ex 29:8)<br />
Confira em Vayicrá (Lv):<br />
“E pôs sobre ele a túnica, cingiu-o com cinto,<br />
o vestiu com o manto e pôs sobre ele o efod;<br />
e cingiu-o com o cinto de adorno do efod e<br />
6
ornou-o com ele.” (Vayicrá / Lv 8:7)<br />
“E fez chegar Moisés aos filhos de Aarão, e<br />
fez-lhes vestir túnicas, cingiu-os com cintos e<br />
amarrou-lhes as tiaras, como ordenou o Eterno<br />
a Moisés.” (Vayicrá / Lv 8:13)<br />
No Livro de Cânticos dos Cânticos, no capítulo<br />
cinco, versos de dois a oito, podemos observar a<br />
veste Sagrada – Ketonét Passim – da Sulamita.<br />
“Eu dormia, mas o meu coração velava. Ouvi!<br />
A voz do meu amado, que está batendo: Abre-<br />
-me, minha irmã, amada minha, pomba minha,<br />
minha imaculada. A minha cabeça está cheia de<br />
orvalho, os meus cabelos das gotas da noite. Já<br />
despi a minha túnica; como os tornarei a sujar?<br />
O meu amado meteu a sua mão pela fresta da<br />
porta, e as minhas entranhas estremeceram por<br />
amor dele. Eu me levantei para abrir ao meu<br />
amado, e as minhas mãos destilavam mirra, os<br />
meus dedos gotejavam mirra sobre a maçaneta<br />
da fechadura. Eu abri ao meu amado, mas já o<br />
meu amado se tinha retirado, e se tinha ido; a<br />
minha alma se derreteu quando antes ele me<br />
falou; busquei-o e não o achei. Chamei-o, mas<br />
ele não me respondeu. Acharam-me os guardas<br />
que rondavam pela cidade. Espancaram-me e<br />
me feriram; tiraram-me o manto os guardas<br />
dos muros. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,<br />
se achardes o meu amado, que lhe digais que<br />
estou enferma de amor.” (Ct 5:2-8)<br />
Estudando os textos bíblicos acima, vemos com<br />
clareza que a inveja foi a principal razão de todo<br />
ciúme dos irmãos de José. Na medida em que<br />
seus sonhos eram revelados e recebidos como reais,<br />
avançavam as chances da concretização dos<br />
mesmos.<br />
“E viram seus irmãos que seu pai amava mais a<br />
ele que a todos seus irmãos, e odiaram-no, e não<br />
podiam falar-lhe em paz. E teve José um sonho,<br />
e anunciou-o a seus irmãos; e passaram a odiá-<br />
-lo mais. E disse a eles: escutai, rogo, o sonho<br />
que tive: e eis que nós estávamos atando feixes<br />
no campo, e eis que se levantava meu feixe e ficava<br />
em pé, e eis que o rodeavam vossos feixes, e<br />
prostravam-se diante do meu feixe. E disseram-<br />
-lhe seus irmãos: será que reinarás sobre nós, ou<br />
terás domínio sobre nós? E passaram a odiá-lo<br />
ainda mais, por seus sonhos e por suas palavras.<br />
E sonhou ainda outro sonho, e contou a seus irmãos,<br />
e disse: eis que sonhei outro sonho, e eis<br />
que o sol e a lua e onze estrelas se prostravam<br />
diante de mim. E contou a seu pai e seus irmãos.<br />
E repreendeu-lhe seu pai, e disse-lhe: que sonho<br />
é este que tiveste? Viremos pois, eu e tua mãe, e<br />
teus irmãos, a prostrar-nos na terra perante ti?<br />
E invejaram-no seus irmãos, e seu pai esperou o<br />
fato”. (Bereshit / Gn 37:4-11)<br />
Mediante os fatos, a decisão é tomada: a conspiração<br />
para matar José é traçada com o objetivo de<br />
impedir a concretização dos objetivos espirituais.<br />
“E viram-no de longe, e antes que chegasse a<br />
eles, tramaram matá-lo”. (Bereshit / Gn, 37:18)<br />
Inveja é um sentimento com procedência maligna.<br />
Não existe inveja santa, como popularmente ouvimos<br />
falar. Todo aquele que cobiça o que não é seu,<br />
inveja. Faz campanhas de perseguição contra suas<br />
vítimas, que na maioria das vezes, não têm qualquer<br />
culpa por despertar tal sentimento ao invejoso.<br />
Em geral são mal sucedidos e compensam seu<br />
fracasso rebaixando e criticando os bem sucedidos.<br />
Buscam sempre trazer a glória para si.<br />
O salmista declara:<br />
“A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu<br />
coração; não há temor de D’us perante os seus<br />
olhos. Pois em seus próprios olhos se lisonjeia, e<br />
7
diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta<br />
nem detestada.” (Sl 36:1-2)<br />
O verbo lisonjear, empregado no versículo acima,<br />
pode também significar: elogio para obter estima<br />
ou prestígio; louvor a si mesmo com interesse.<br />
A inveja penetra no indivíduo através dos olhos,<br />
eleva o ego e traz a glória para si; depois o invejoso<br />
julga, diz a Palavra de D’us.<br />
“... e diz que a sua iniqüidade não há de ser<br />
descoberta nem detestada”. (Sl 36:2b)<br />
Diante desse comportamento, o invejoso dá início<br />
às campanhas de perseguição às suas vítimas.<br />
“As palavras da sua boca são malícia e engano;<br />
deixou de entender e de fazer o bem.” (Sl 36:3)<br />
Seus pensamentos são forjados na cama, contra<br />
D’us e contra seu próximo.<br />
“Maquina o mal na sua cama; detém-se em caminho<br />
que não é bom, e não odeia o mal.” (Sl<br />
36:4)<br />
O invejoso geralmente blasfema contra o Eterno,<br />
atribuindo-lhe culpa por não ser bem sucedido.<br />
Biblicamente podemos exemplificar este ensinamento<br />
com o Salmo 73, Salmo de Asafe:<br />
“Verdadeiramente bom é D’us para com Israel,<br />
para com os limpos de coração. Quanto a mim,<br />
os meus pés quase se desviaram; pouco faltou<br />
para que escorregassem os meus passos. Pois eu<br />
tive inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade<br />
dos ímpios. Não há apertos na sua morte; o seu<br />
corpo é forte e sadio. São livres das tribulações<br />
dos mortais; não são afligidos pelos males humanos.<br />
Portanto, a soberba lhes cinge o pescoço<br />
como um colar; vestem-se de violência como de<br />
um adorno. Os olhos deles estão inchados de<br />
gordura; não têm limite as imaginações do seu<br />
coração. Zombam, e falam com malícia; na sua<br />
arrogância ameaçam com opressão. Erguem a<br />
boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.<br />
Pelo que o seu povo volta a eles, e bebe águas<br />
em abundância. Dizem: como o sabe D’us? Ou<br />
há conhecimento no Altíssimo? São assim os<br />
ímpios; sempre em segurança, e as suas riquezas<br />
aumentam. Na verdade que em vão purifiquei o<br />
meu coração; em vão lavei as minhas mãos na<br />
inocência. O dia todo sou afligido; sou castigado<br />
cada manhã. Se eu tivesse dito: falarei assim; teria<br />
traído a geração de teus filhos. Quando tentei<br />
compreender isto, fiquei sobremodo pertur-<br />
bado, até que entrei no santuário de D’us; então<br />
entendi o fim deles. Certamente Tu os pões em<br />
lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição.<br />
Quão repentinamente são destruídos, totalmente<br />
consumidos de terrores! Como faz com<br />
um sonho o que acorda, assim, ó Eterno, quando<br />
acordares os desprezarás como fantasias. Quando<br />
o meu coração se amargurou, e senti picadas<br />
nos meus rins, estava embrutecido, e nada sabia;<br />
era como um animal perante Ti. Todavia estou<br />
de contínuo contigo; Tu me seguras pela minha<br />
mão direita. Guias-me com o Teu conselho, e<br />
depois me receberás na glória. A quem tenho eu<br />
no céu, senão a Ti? E na terra não há quem eu<br />
deseje além de Ti. A minha carne e o meu coração<br />
desfalecem, mas D’us é a fortaleza do meu<br />
coração, e a minha porção para sempre. Os que<br />
se distanciam de Ti perecerão; Tu destróis todos<br />
aqueles que Te são infiéis. Mas para mim, bom<br />
é aproximar-me de D’us. Pus o meu refúgio no<br />
Eterno D’us; anunciarei todas as obras.” (Sl:73)<br />
O profeta Jeremias culpa o Eterno por causa da<br />
perseguição que seus irmãos empreenderam contra<br />
ele:<br />
“Justo és, ó Eterno, ainda quando entro contigo<br />
num pleito. Contudo falarei contigo da Tua jus-<br />
8
tiça: Por que prospera o caminho dos ímpios?<br />
Por que vivem em paz todos os que procedem<br />
perfidamente?” ( Jr 12:1-2)<br />
A perseguição ao profeta está descrita no livro de<br />
Jeremias. Vejamos:<br />
“Porque o Eterno me fez saber a sua conspiração,<br />
eu o soube, pois nesse dia me fez ver as<br />
suas ações. Eu era como um manso cordeiro,<br />
que levam à matança; não sabia que tramavam<br />
projetos contra mim, dizendo: destruamos a<br />
árvore com o seu fruto; cortemo-lo da terra<br />
dos viventes, para que não haja mais memória<br />
do seu nome. Mas ó Senhor dos Exércitos, que<br />
julgas com retidão, que provas a mente e o coração,<br />
veja eu a Tua vingança sobre eles, pois a<br />
Ti descobri a minha causa.” ( Jr 11:18-2o)<br />
Amós denuncia os maus tratos aos nazireus e aos<br />
profetas:<br />
“Dentre vossos filhos levantei profetas, e dentre os<br />
vossos jovens, nazireus. Não é isto assim, filhos de<br />
Israel? Diz o Eterno. Mas vós aos nazireus destes<br />
vinho a beber, e aos profetas ordenastes: não profetizeis.”<br />
(Am 2:11-12)<br />
O profeta Malaquias adverte aos invejosos: não<br />
blasfemem contra o Eterno.<br />
“As vossas palavras foram agressivas para mim,<br />
diz o Eterno. Mas vós dizeis: Que temos falado<br />
contra Ti? Vós dizeis: Inútil é servir a D’us. O<br />
que nos aproveitou termos cuidado em guardar<br />
os seus preceitos, e em andar de luto diante do<br />
Senhor dos Exércitos? Mas agora nós reputamos<br />
por bem-aventurados os soberbos. Os que<br />
cometem impiedade certamente prosperam,<br />
e até os que tentam ao Eterno escapam”. (Ml<br />
3:13-15)<br />
O homem quando se arrepende e pratica justiça, o<br />
Eterno ouve e abençoa.<br />
“Quando eu também disser ao ímpio: Certamente<br />
morrerás; se ele se converter do seu<br />
pecado, e fizer juízo e justiça, restituindo esse<br />
ímpio o penhor, pagando o furtado, andando<br />
nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade,<br />
certamente viverá, não morrerá. De todos<br />
os seus pecados que cometeu não se fará<br />
memória contra ele; juízo e justiça fizeram;<br />
certamente viverá. Todavia, os filhos do Teu<br />
povo dizem: Não é reto o caminho do Eterno.<br />
Mas o próprio caminho deles é que não é reto.<br />
Desviando-se o justo da sua justiça, e praticando<br />
iniqüidade, morrerá nela. E convertendo-se<br />
o ímpio da sua impiedade, e fazendo juízo e<br />
justiça, viverá por isto mesmo. Todavia, vós dizeis:<br />
Não é reto o caminho do Eterno. Mas eu<br />
julgarei a cada um conforme os seus caminhos,<br />
ò casa de Israel.” (Ez 33:14-20)<br />
Conferir: Malaquias capítulo três, versos dezesseis<br />
a dezoito.<br />
“Então aqueles que temiam ao Eterno falaram<br />
uns aos outros, e o Eterno atentou e ouviu. Um<br />
memorial foi escrito diante dele, para os que<br />
temiam ao Eterno, e para os que se lembravam<br />
do seu nome. Eles serão meus, diz o Eterno<br />
dos Exércitos, minha possessão particular naquele<br />
dia que prepararei. Poupá-los-ei, como<br />
um homem poupa a seu filho, que o serve. Então<br />
vereis outra vez a diferença entre o justo e<br />
o ímpio, entre o que serve a D’us e o que não<br />
serve.” (Ml 3:16-18)<br />
A palavra ressentir, num sentido mais amplo quer<br />
dizer: tornar a sentir, ofender-se, magoar-se outra<br />
vez ou até mesmo sentir os efeitos de alguma coisa.<br />
A inveja, por sua vez, vem sempre acompanhada<br />
por algum tipo de ressentimento.<br />
9
Transmutar significa: transformar um elemento<br />
químico em outro. Quando o indivíduo consegue<br />
disfarçar o ressentimento que sente, tendo zelo<br />
por algo ou alguém, entendemos esse comportamento<br />
como um processo de transmutação.<br />
A inveja (no grego: zelo, ciúme) praticada sem<br />
controle pelo invejoso, combate sua vítima sem<br />
uma causa justa. Busca esconder-se agora, atrás de<br />
um falso zelo mudando somente a tática.<br />
O zelo pode ser negativo ou positivo, porém a inveja<br />
é sempre negativa.<br />
Zelo Negativo: A ação do Rei Saul contra os Gibeonitas,<br />
favoreceu a ira de D’us sobre Israel.<br />
“Houve nos dias de Davi uma fome de três<br />
anos consecutivos. Consultou Davi o Eterno,<br />
e o Eterno lhe disse: É por causa de Saul e da<br />
sua casa sanguinária; porque matou os Gibeonitas.<br />
Chamaram o rei os Gibeonitas, e lhes falou<br />
(ora, os Gibeonitas não eram dos filhos de<br />
Israel, mas do restante dos Amorreus; os filhos<br />
de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém<br />
Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos<br />
de Israel e de Judá).” (2 Samuel 21:1-2)<br />
O Apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, testemunha<br />
que Israel tinha zelo de D’us, mas sem entendimento.<br />
“Irmãos, o desejo do meu coração e a oração a<br />
D’us por Israel é para que se salvem. Pois lhes<br />
dou testemunho de que têm zelo de D’us, mas<br />
que não com entendimento. Visto que não conheceram<br />
a justiça de D’us, e procuraram estabelecer<br />
a sua própria justiça, não se sujeitaram<br />
à que vem de D’us. O fim da lei é Yeshua Ha-<br />
Mashiach, Jesus o Messias, para justiça de todo<br />
aquele que crê”. (Rm 10:1-4)<br />
Zelo Positivo: Podemos tomar como exemplo o<br />
Salmo 69:<br />
“... pois o zelo da Tua casa me consome, e as<br />
injúrias dos que Te afrontam caem sobre mim”.<br />
(Sl 69:9)<br />
A Bíblia Sagrada fala do Zelo Positivo em: I Co<br />
12:31 e 2 Co 7:7, confira:<br />
“Portanto, procurai com zelo os melhores dons.<br />
E agora eu vos mostrarei o caminho mais excelente.”<br />
(1 Co 12:31)<br />
“... e não somente com a sua vinda, mas também<br />
pela consolação com que foi consolado de vós,<br />
contando-nos as vossas saudades, o vosso choro,<br />
o vosso zelo por mim, de maneira que muito me<br />
regozijei.” (2 Co 7:7)<br />
A inveja é um vício e está associada ao ódio contra<br />
D’us e ao crime contra os homens. O invejoso<br />
na sua incapacidade de atacar o Criador, a quem<br />
considera causa do seu insucesso, ataca o seu semelhante.<br />
“E viram-no de longe, e antes que se chegasse a<br />
eles, tramaram mata-lo. E disse cada um a seu<br />
irmão: Eis que aquele dono dos sonhos vem. E<br />
agora vinde, o mataremos e o jogaremos num<br />
dos poços e diremos: Um animal mau comeu.<br />
E veremos o que serão seus sonhos. E escutou<br />
Rubem, e livrou-o das mãos deles, e disse: Não<br />
o feriremos de morte. E disse-lhes Rubem:<br />
Não derrameis sangue! Jogai-o neste poço que<br />
está no deserto, e não ponhais mão nele; (isto<br />
disse) para livrá-lo de suas mãos, e devolvê-lo a<br />
seu pai. E foi quando veio José e seus irmãos, e<br />
tiraram de José sua túnica, a túnica talar, de várias<br />
cores que tinha sobre si. E tomaram-no, e<br />
jogaram-no ao poço, e o poço estava vazio; não<br />
havia água nele. E sentaram-se a comer pão.<br />
10
E levantaram os olhos e viram, e eis que uma<br />
caravana de Ismaelitas vinha de Guilad, e seus<br />
camelos levavam cera, bálsamo e goma odorífera,<br />
que iam baixar no Egito. E disse Judá a<br />
seus irmãos: Que proveito teremos matando a<br />
nosso irmão e ocultando seu sangue (morte)?<br />
Vamos e o venderemos aos Ismaelitas, e não<br />
poremos nossas mãos nele; pois ele é nosso<br />
irmão, nossa carne ele é. E escutaram seus irmãos.<br />
E passaram homens Midianitas, mercadores;<br />
e (os irmãos) puxaram e fizeram subir a<br />
José do poço; e venderam José aos Ismaelitas<br />
por vinte pratas. E levaram a José ao Egito. E<br />
voltou Rubem ao poço e eis que José não estava<br />
no poço, e rasgou suas roupas. E voltou a seus<br />
irmãos e disse: O menino não está; e eu, aonde<br />
vou? E tomaram a túnica de José e degolaram<br />
um cabrito e molharam a túnica no sangue. E<br />
enviaram a túnica talar, e trouxeram-na a seu<br />
pai, e disseram: Isto encontramos; reconhece,<br />
por favor, se a túnica é de teu filho ou não. E a<br />
reconheceu e disse: A túnica é de meu filho; algum<br />
mau animal o comeu. Devorado foi José!<br />
E rasgou Jacob suas roupas, e pôs um saco na<br />
cintura, e enlutou-se por seu filho muitos dias.<br />
E levantaram-se todos os seus filhos e todas as<br />
suas filhas (noras) para consolá-lo; e recusou-<br />
-se a ser consolado, e disse: Descerei enlutado<br />
por meu filho à sepultura! E chorou seu pai. E<br />
os Midianitas o venderam no Egito a Potifar,<br />
oficial da corte do Faraó, chefe dos verdugos.”<br />
(Bereshit / Gn, 37:18-36)<br />
Yeshua foi vítima dessa inveja, diz a bíblia.<br />
“Yeshua foi posto perante o governador, e este<br />
o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus?<br />
Respondeu-lhe Yeshua: Tu o dizes. E, sendo<br />
acusado pelos principais sacerdotes e pelos<br />
anciãos, nada respondeu. Perguntou-lhe então<br />
Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem?<br />
Yeshua nem uma palavra lhe respondeu, de sorte<br />
que o governador estava muito admirado. Ora,<br />
por ocasião da festa, costumava o governador<br />
soltar um preso, escolhendo o povo aquele que<br />
quisesse. Tinham então um preso bem conhecido,<br />
chamado Barrabás. Portanto, estando eles<br />
reunidos, perguntou-lhes Pilatos: Qual quereis<br />
que vos solte? Barrabás, ou Yeshua, chamado<br />
Cristo? Pois sabia que por inveja o haviam entregado.”<br />
(Mt 27:11-18)<br />
O indivíduo espiritualmente e materialmente bem<br />
sucedido, não pode abandonar seu sucesso somente<br />
para satisfazer os caprichos da pessoa invejosa.<br />
A inveja apodrece os ossos:<br />
“O coração tranqüilo é a vida da carne, mas a<br />
inveja é a podridão dos ossos”. (Pv 14:30)<br />
A melhor maneira de evitar o invejoso é fugir dele:<br />
“Cruel é o furor e impetuosa a ira, mas quem<br />
pode parar na presença da inveja?” (Pv 27:4)<br />
11
EStauraNDo o<br />
“GovErNo tEo-<br />
CrátICo” No Coração<br />
DE IGrEja<br />
DE YEShua Sandra Mara Oliveira<br />
“Hosana! Bendito aquele que vem em nome do<br />
Senhor! Bendito o Rei de Israel.” ( Jo 12:13)<br />
(Mt 21:1-11)<br />
Governar é: (Administrar, reger, dirigir, ter autoridade,<br />
conduzir).<br />
Forma política de um Estado (isto é governo).<br />
É um conjunto dos que tem a seu cargo a administração<br />
de um Estado.<br />
Também é um período que alguém governa.<br />
Governo é: regulamento, norma, “exemplo”.<br />
Existem várias formas de governo. Queremos citar<br />
apenas as mais comuns.<br />
1º Democracia: “Demos” primeira porção da palavra<br />
significa “Povo”, que indica o governo entregue<br />
na mão do Povo.<br />
2º Monarquia: O governo de um único homem<br />
ou de um rei.<br />
3º Hierocracia: O governo dos sacerdotes.<br />
Finalmente Teocracia; Governo de D-us.<br />
A palavra “Théos”, D-us e “Kratéo”, governo. Governo<br />
de D-us.<br />
Como surgiu a Teocracia? D-us reclamou o povo<br />
de Israel como sua propriedade, por havê-los remido<br />
da servidão aos egípcios.<br />
Os grandes “atos libertadores” da época da saída<br />
de Israel do Egito, e durante os quarenta anos de<br />
vagueação, declararam o Senhor como o eterno<br />
Governante de Israel.<br />
“O Senhor reinará eterna e perpetuamente.”<br />
(Ex 15:18)<br />
Moisés, foi tão somente o homem por intermédio<br />
de quem D-us transmitiu a sua vontade ao seu<br />
povo terreno. No âmago (a parte mais íntima de<br />
uma pessoa) dessa idéia fica a relação “ímpar” entre<br />
“Adonai” e Israel como seu povo peculiar.<br />
Como se deu esta relação? Como foi constituída?<br />
Essa relação é constituída pela “aliança” que vinculou<br />
o povo de Israel a “Adonai”.<br />
“Viste o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre<br />
asas de águias, e vos cheguei a mim. Agora<br />
pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e<br />
guardardes a minha aliança, então sereis a minha<br />
propriedade peculiar dentre todos os povos;<br />
porque toda a terra é minha; vós me sereis<br />
reino de sacerdotes e nação santa. São estas as<br />
palavras que falarás aos filhos de Israel. Veio<br />
Moisés, chamou os anciãos do povo, e expôs<br />
diante deles todas estas palavras que o Senhor<br />
lhe havia ordenado. Então o povo respondeu<br />
à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. E<br />
Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo.<br />
Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti<br />
numa nuvem escura, para que ouça quando Eu<br />
falar contigo, e para também creiam sempre em<br />
ti. Porque Moisés tinha anunciado as palavras<br />
do seu povo ao Senhor.” (Ex 19:4-9)<br />
Em Ex 20 Adonai escreveu em Tábuas sua lei cujo<br />
propósito é moldar a vida do povo de D-us, a fim<br />
de prepará-lo para a conduta apropriada, e tendo<br />
em vista a glória final de Israel, entre as nações,<br />
como a cabeça das nações.<br />
Antes de surgir a Monarquia em Israel, profetas,<br />
12
sacerdotes e Juízes, foram os intermediários na<br />
expressão da Teocracia. D-us governa o seu povo<br />
através de representantes. Assim, no período de<br />
Juízes, na guerra de Israel contra Sísera, a profetiza<br />
Débora e o Juiz Baraque aparecem como agentes<br />
do livramento de D-us. ( Jz 4:4-7)<br />
Os sacerdotes, os levitas também aparecem, com<br />
freqüência, como os mensageiros da vontade divina.<br />
( Jz 20;28)<br />
Depois do surgimento da “Teocracia institucionalizada”<br />
veio a Monarquia em Israel, a teocracia<br />
passou a se manifestar de forma muito menos direta,<br />
e o governo de Israel passou a assemelhar-se<br />
mais ao governo das nações gentílicas.<br />
“Constitui-nos agora, um rei sobre nós, para<br />
que nos governe, como o têm todas as nações.<br />
Porém esta palavra não agradou a Samuel<br />
quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos<br />
governe. Então Samuel orou ao Senhor. E o<br />
Senhor lhe disse: ouve a voz do povo em tudo<br />
que te dizem, pois não rejeitaram a ti, mas a<br />
mim, para que Eu não reine sobre eles.” (I Samuel<br />
8:5b-7)<br />
Porém, o povo não atendeu a voz de Samuel, esta-<br />
beleceram o seu próprio rei, sua própria vontade,<br />
tornando-se igual as outras nações, achando assim<br />
que estavam satisfazendo os interesses de toda a<br />
coletividade.<br />
“Porém o povo não atendeu a voz de Samuel.<br />
Disseram: não, mas haverá sobre nós um rei,<br />
para que sejamos como toas as outras nações;<br />
o nosso rei nos governará, saíra adiante de nós<br />
e fará as nossas guerras.” (I Samuel 8:19-20)<br />
Apesar de tudo isto, Adonai não desiste dos seus<br />
planos. A partir do Rei Davi, o rei passou a ser<br />
considerado o símbolo do Governo Teocrático.<br />
Os reis de Israel não eram apenas reis no sentido<br />
comum do termo, eram “Ungidos do Senhor”, em<br />
sentido puramente teológico.<br />
“Os reis da terra se levantam, e os príncipes se<br />
reúnem contra o Senhor, e contra o seu ungido...”<br />
(Sl 2:2) (Sl 20:6)<br />
Considerado o rei, um príncipe do Senhor. (I Samuel<br />
10:1) (II Samuel 5:2)<br />
“...porque é o Senhor que saiu diante de ti.” (II<br />
Samuel 5:24)<br />
A Monarquia existia sim, mas o governante Real<br />
é Adonai, e toda autoridade do trono de Davi deriva-se<br />
do Senhor.<br />
O trono de Davi aparece no centro da teologia<br />
bíblica, com seu reconhecimento de D-us como<br />
governante Oficial. Em sua essência, em sua intenção,<br />
o reino é um instrumento de redenção,<br />
inseparavelmente vinculado às expectações messiânicas.<br />
Agora sim, podemos entender (Mt 21:1-11) a entrada<br />
triunfal do Rei de Israel em Jerusalém, nosso<br />
amado Yeshua.<br />
O profeta Isaías setecentos anos antes do nascimento<br />
de Yeshua, ele profetizou o objetivo desse<br />
reino: “Justiça e Paz”.<br />
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos<br />
deu; o principado está sobre os seus ombros e o<br />
seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, D-us<br />
forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do<br />
aumento do seu governo e Paz não haverá fim.<br />
Reinará sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,<br />
para o estabelecer e o fortificar em retidão e<br />
justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor<br />
dos Exércitos fará isto.”<br />
13
Podemos assim extrair do texto (Mt 21:1-11) três<br />
características muito importantes do governo de<br />
Yeshua. Essas características precisam ser reais nas<br />
nossas vidas como líderes. Assim sendo, permitiremos<br />
que a Teocracia governe.<br />
1ª CaraCterístiCa: Governo independente<br />
e próspero.<br />
2ª Característica: Humildade.<br />
3ª Característica: Governo Mundial visando o<br />
“Reino dos céus”.<br />
1ª Característica: Governo Independente e Próspero.<br />
(Mt 12:1) “Quando aproximaram de Jerusalém e<br />
chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras...”<br />
Betfagé significa “Figos Verdes” uma aldeia existentes<br />
nas faldas do Monte das Oliveiras. Tomaremos<br />
como símbolo a “Figueira”.<br />
A figueira é muito comum no oriente, especialmente<br />
nas regiões montanhosas.<br />
Suas flores permanecem ocultas à vista. Seu fruto,<br />
(figo), é uma alimentação favorita dos orientais. O<br />
figo é usado em seu estado natural, ou como passas,<br />
numa forma seca.<br />
Se a figueira for bem cultivada pode atingir até 9<br />
metros de altura, seu crescimento é muito rápido.<br />
Se a figueira for deixada sem cultivo, em lugar seco<br />
e rochoso, a árvore permanece anã, espalhando-se<br />
por cima das rochas, sempre muito baixa.<br />
Existem 2 colheitas anuais, e é possível ficar recolhendo<br />
figos durante 10 meses.<br />
1ª Colheita - em Maio e Junho (Figos de Verão)<br />
2ª Colheita - Amadurece Agosto ou setembro<br />
(Figos do Inverno)<br />
Uma figueira pode sobreviver 400 anos se não for<br />
atingida por nenhuma praga.<br />
Além dos figos, a figueira produz boa sombra, devido<br />
massa compacta de suas grandes folhas.<br />
O ideal do povo hebreu, o governo de Yeshua é<br />
produzir Independência individual, Prosperidade,<br />
Segurança pessoal.<br />
A figueira é o símbolo ideal.<br />
Independência: seu próprio lugar, com as necessidades<br />
básicas supridas, na própria terra, e produzida<br />
pelo nosso próprio labor.<br />
“Judá e Israel habitavam seguros cada um debaixo<br />
da sua videira e debaixo da sua figueira,<br />
desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão.”<br />
(I Rs 4:25)<br />
Tudo isto lógico, produzia Segurança Pessoal no<br />
simbolismo da figueira.<br />
Enquanto Salomão se manteve na presença do<br />
Senhor, seu governo esteve sobre o regime Teocrático.<br />
A figueira portanto, é um “Sinal” simbólico de<br />
prosperidade material.<br />
Se a figueira não produzisse, então o resultado seria<br />
miséria e aflição.<br />
“Feriu as suas vinhas e as suas figueiras, e quebrou<br />
as árvores da sua terra”. (Sl 105:33)<br />
*A figueira também simboliza a esterilidade espiritual,<br />
quando ela tem muitas folhas mas não se<br />
encontra nela nenhum fruto. Ela ostenta uma be-<br />
14
leza mas sem produção. Ela é enganosa, tem uma<br />
aparência atrativa mas enganadora. Esse foi o motivo<br />
do Juízo de Yeshua descrito em. (Mt 21:19)<br />
2ª CaraCterístiCa: Humildade e mansidão<br />
(Mt 21:2) “Ide a aldeia aí em frente, e logo encontrarei<br />
uma jumenta presa, e com ela um jumentinho.<br />
Desprendei-o e trazei-mo.”<br />
Quando Yeshua pede que busquem um jumentinho,<br />
para que Ele pudesse entrar em Jerusalém,<br />
estava se cumprindo a profecia de Zacarias.<br />
“Alegra-te muito, ó filha de Sião! Exulta ó<br />
filha de Jerusalém! Vê o teu rei virá a ti, justo e<br />
salvador, “humilde” montado em jumenta, num<br />
jumentinho.” (Zc 9:9)<br />
Humildade: (Ausência completa de orgulho rebaixamento<br />
voluntário por um sentimento de fraqueza<br />
ou respeito. É aquele que se diminui voluntariamente).<br />
1º O Rei rejeitou toda condição de Orgulho, a fim<br />
de deixar a marca do seu governo: Humildade.<br />
Tomou atitudes modestas e disse:<br />
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de<br />
mim porque sou manso e humilde de coração,<br />
e encontrareis descanso para as vossas almas.”<br />
(Mt 11:29)<br />
Seus discípulos então lhe perguntaram: “Mestre,<br />
que é o maior no seu “governo”, no seu reino?<br />
Jesus, chamou uma criança, colocou-a no<br />
meio deles e disse: Em verdade, em verdade vos<br />
digo, se não vos converterdes e não vos tornardes<br />
como uma criança, de modo algum entrareis<br />
(e fareis parte do meu governo) do meu<br />
reino. Portanto aquele que se tornar, humilde<br />
como esta criança, esse é o maior no reino dos<br />
céus.” (Mt 18:1-4)<br />
Yeshua não imitou ou copiou os grandes conquistadores,<br />
que entravam nas cidades após conquistá-las,<br />
montados em cavalos ou carruagem demonstrando<br />
todo o orgulho da conquista.<br />
Yeshua como “Príncipe da Paz” Ele sabe que o Orgulho,<br />
a soberba anula os *propósitos da Graça (I<br />
Pd 1:6)<br />
“...Olha, o teu Rei aí te vem, manso e montado<br />
em jumenta...”<br />
3ª CaraCterístiCa: “Governo mundial”<br />
(Mt 21:8-11) Yeshua entra em Sião, como o Messias,<br />
o ungido, exercendo muito mais domínio do<br />
que Davi e Salomão.<br />
Porque o seu Reino, seu Governo, será até as extremidades<br />
da terra.<br />
“...O seu domínio se estenderá de mar a mar,<br />
desde o Rio até as extremidades da terra” (Zc<br />
9:10b)<br />
A entrada triunfal de Yeshua em Jerusalém é uma<br />
vitória de Adonai, e de seu governo Teocrático.<br />
Governa Yeshua sua Igreja, a qual Tu és a cabeça<br />
“...cresçamos em tudo naquele que é o cabeça,<br />
Cristo.” (Ef 4:15)<br />
15
PrEvENção CoNtra<br />
oS DESvIoS E<br />
aS armaDIlhaS<br />
Base Bíblica: Dt 13<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Três elementos podem destruir os propósitos de<br />
D’us na nossa vida. A Torá nos previne que devemos<br />
nos resguardar dos desvios e das armadilhas<br />
de três formas de acordos que se apresentam da<br />
seguinte maneira.<br />
Primeiro: Através do falso profeta. (Dt 13:2-5)<br />
Segundo: Por um parente próximo, ou amigo. (Cf<br />
Dt 13:6-11)<br />
Terceiro: Através de elementos revolucionários,<br />
homens filhos de Belial, que na liderança podem<br />
desviar cidades e comunidades inteiras. (Dt<br />
13:12-18)<br />
Vamos analisar o primeiro ponto: O desvio através<br />
do falso profeta. “Quando um profeta ou um<br />
sonhador se levantar no meio de ti, e ele te der um<br />
sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio<br />
de que te houver falado, e disse: Vamos após<br />
outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los.”<br />
(Dt 13:1-2)<br />
A Torá afirma que, para o profeta se fazer acreditar,<br />
ele tem sonhos e realiza sinais e prodígios.<br />
Os prodígios são acontecimentos extraordinários,<br />
milagres. Se, os milagres acontecem, a nossa inclinação<br />
natural é seguir o profeta sem questionar,<br />
ou seja, sem procurar saber se este, se trata de um<br />
falso ou verdadeiro profeta.<br />
Antes de mais nada, precisamos conhecer as características<br />
bíblicas do verdadeiro profeta.<br />
Profeta no hebraico é: aybn “nabi” parece mais próximo<br />
da raiz hebraica. “Nabi” é um inspirado que<br />
extravasa palavras, como aqueles que falam com<br />
mente fervorosa ou sob inspiração Divina. A função<br />
do “nabi” é expressar revelações vindas do Espírito<br />
de D’us. A idéia essencial da palavra é a de porta-voz<br />
autorizado ou oficial que ilumina as consciências sobre<br />
o que é bom ou mau aos olhos do Eterno.<br />
Primeiro texto clássico de um “nabi” autorizado<br />
encontra-se nas objeções que Moisés levanta para<br />
ser um porta-voz nomeado por D’us junto aos filhos<br />
de Israel e a Faraó. (Cf Ex 3:10-11) (Ex 4:1)<br />
Geralmente o “nabi” autorizado contesta muito o<br />
seu chamado, pois, parece-nos que ele vê com antecipação<br />
toda hostilidade, rejeição, revolta e abandono<br />
que sofrerá por causa do chamado. Portanto,<br />
qualquer que seja a origem da palavra, um “nabi”,<br />
é alguém autorizado a falar em nome de outrem.<br />
Vejamos, Arão falando em lugar de Moisés à Faraó.<br />
Arão é o “nabi” de Moisés. “Então disse o Senhor<br />
a Moisés: Vê que te tenho posto como D’us<br />
sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta.<br />
Tu falarás tudo o que Eu te mandar, e Arão, teu irmão,<br />
falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel<br />
da sua terra.” (Ex 7:1-2)<br />
Segundo texto clássico é quando Miriã e Arão<br />
questionam ser Moisés o único mediador da revelação<br />
Divina. (Cf Nm 12:1-2)<br />
O próprio Eterno veio e interviu, declarando que<br />
somente Moisés teria conversa direta com o Todo-Poderoso<br />
e que Ele, no entanto, se comunicaria<br />
com “profetas” através de sonhos e visões.<br />
“Ele disse: Ouvi agora as minhas palavras: se<br />
16
entre vós há profeta, Eu, o Eterno, em visão<br />
a ele me farei conhecer, ou em sonhos, falarei<br />
com ele.” (Nm 12:6)<br />
Atenção: Temos aqui neste texto, uma convocação<br />
súbita de Miriã e Arão para se juntarem a Moisés<br />
na tenda da <strong>Congregação</strong>. O convite é brusco, sem<br />
aviso prévio, sem tempo de reflexão. Isso é próprio<br />
da profecia, precipitar-se sobre o ser humano, e tomá-lo<br />
sem que haja tempo de uma preparação intelectual<br />
e muito menos afetiva, pois, os sentimentos<br />
humanos não podem infiltrar-se na linguagem<br />
na hora da comunicação da palavra profética. Por<br />
isso que é próprio da profecia lançar-se de cima<br />
para baixo violentamente sobre o ser humano, a<br />
fim de refutar possíveis objeções.<br />
Terceiro texto clássico ocorre antes da morte de<br />
Moisés. Tendo em vista o fim das comunicações<br />
face a face de D’us através de Moisés, podemos<br />
entender que houve um anúncio formal da existência<br />
do ofício do “nabi” de forma contínua.<br />
“O Senhor teu D’us te suscitará um profeta<br />
como eu, do meio de ti, e teus irmão. A ele ouvirás.<br />
Foi o que pediste ao Senhor teu D’us em<br />
Horebe, no dia da <strong>Congregação</strong>, dizendo: Não<br />
ouvirei mais a voz do Senhor meu D’us, nem<br />
mais verei este grande fogo, para que não morra.<br />
Então o Senhor me disse: falaram bem no<br />
que disseram. Eu lhes suscitarei um profeta no<br />
meio de seus irmãos, semelhante a ti; porei as<br />
minhas palavras na sua boca, e ele lhes falarás<br />
tudo o que eu te ordenar.” (Dt 18:15-18)<br />
Ele afirma que uma linhagem de profetas, falaria<br />
ou escreveria, com a mesma autoridade com<br />
que Moisés havia falado (e escrito). O Eterno deu<br />
ordem ao seu povo para prestarem aos profetas a<br />
mesma obediência que Ele havia determinado que<br />
dessem a Moisés.<br />
“Eu mesmo pedirei contas de todo àquele que<br />
não ouvir as minhas palavras, que ele falar em<br />
meu nome.” (Dt 18:19)<br />
Os sinais que confirmarão o profeta:<br />
Primeiro sinal: O profeta deve ser israelita, do<br />
meio de seus irmãos. “O Senhor teu D’us te suscitará<br />
um profeta como eu, do meio de teus irmãos.<br />
A ele ouvirás.” (Dt 18:15)<br />
Atenção: a idéia essencial da palavra “nabi” (profeta)<br />
é a de porta-voz autorizado ou oficial, cuja<br />
função é iluminar as consciências sobre o que é<br />
bom ou mau aos olhos do Eterno.<br />
Portanto, devemos ver que existem aqueles que são<br />
inspirados contra a sua vontade, pois, o Espírito de<br />
D’us toma-os e eles falam palavras proféticas, vejamos:<br />
“No arraial ficaram dois homens, um chamado<br />
Eldade e outro, Medade. Estavam eles entre<br />
os inscritos, mas não tinham ido à tenda. Contudo,<br />
o Espírito repousou sobre eles e profetizavam no<br />
arraial.” (Nm 11:26)<br />
A Torá deixa claro, que esses homens figuravam<br />
na lista dos chamados, porém, recusaram ou simplesmente<br />
negligenciaram comparecer à tenda da<br />
<strong>Congregação</strong>. “... estavam eles inscritos, mas não<br />
tinham ido à tenda.” (Nm 11:26)<br />
Isto demonstra claramente um ato claro, notório e<br />
público de rebelião, pois a tenda, era o local onde<br />
o Eterno revelava-se, e todo aquele que fosse chamado<br />
para ir à tenda, deveria obedecer voluntariamente,<br />
porque fazendo assim, demonstrava sua<br />
submissão à D’us e a Sua palavra.<br />
A tenda fazia parte de um conjunto de órgãos<br />
de ordem Sagrada, instituídos pelo Eterno. Todo<br />
aquele que se revela contra estas ordens estabelecidas,<br />
podemos e devemos colocar em dúvida toda<br />
17
instrução ou palavra profética que provém dele.<br />
Então, podemos perguntar, em que consistia sua<br />
profecia? Em um êxtase! Eles proferiram palavras<br />
proféticas em nome de uma força superior, porém,<br />
será que a força superior veio de Elohîms? Porque<br />
esses inspirados deixaram dúvidas? Porque demonstraram<br />
e declararam publicamente que são<br />
rebeldes. Iehoshoua ( Josué) fica escandalizado, ou<br />
seja, Josué reprova imediatamente o comportamento<br />
de Eldade e Medade e vai a Moshé.<br />
Moshé reage, dominando bem a situação, e anunciando<br />
que o dom profético será dado ao povo inteiro.<br />
“... oxalá que todo o povo do Senhor fosse<br />
profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito!”<br />
(Nm 11:29) Moshé deseja que todos possuam a<br />
função de iluminar as consciências sobre o que é<br />
bom ou mau aos olhos do Eterno. Joel confirma as<br />
palavras de Moshé dizendo que o dia do Eterno<br />
será de um grande derramar do Espírito. (Cf Jl<br />
2:28-29)<br />
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, ele<br />
ensina conforme está na Torá, que seria bom que<br />
todos profetizassem. “Segui o amor, e procurai<br />
com zelo os dons espirituais, mas principalmente<br />
o de profetizar.” (I Co 14:1)<br />
Segundo sinal: que confirma o profeta é quando<br />
ele fala em nome do Eterno. “... porei as minhas<br />
palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que<br />
Eu lhe ordenar.” (Dt 18:18b)<br />
Vejamos o chamado de Jeremias. “Então, estendeu<br />
o Senhor a sua mão, tocou-me na boca, e me disse:<br />
Agora pus as minhas palavras na tua boca.” ( Jr<br />
1:9) (Cf Jr 5:14)<br />
O profeta Jeremias declara que em seus momentos<br />
de desencorajamento e irritação, o profeta desejava<br />
imensamente renunciar o seu ofício. Mas, quando<br />
ele assim fazia a palavra de D’us era abanada dentro<br />
dele e se transformava em chamas. A palavra<br />
convertia em fogo em seus próprios ossos. “Mas<br />
se eu disser: não me lembrarei d’Ele, e não falarei<br />
mais no seu nome, sua palavra é no coração como<br />
fogo ardente, encerrado nos meus ossos. Estou fatigado<br />
de contê-lo, e não posso mais.” ( Jr 20:9)<br />
Finalmente, Jeremias cedia e voltava a bradar,<br />
anunciando a mensagem que foi colocada na sua<br />
boca.<br />
O terceiro sinal: é que o profeta terá o conhecimento<br />
do futuro próximo, este é um dos sinais que<br />
fora realmente designado por D’us. Exemplo: Je-<br />
remias profetizava que o cativeiro babilônico seria<br />
de 70 anos. (Cf Jr 25:11-12) O profeta Daniel confirma<br />
mais tarde as palavras de Jeremias. (Cf Dn 9:2)<br />
No entanto, o falso profeta Hananias previa apenas<br />
dois anos de cativeiro babilônico. (Cf Jr 28:1-4)<br />
O quarto e último sinal: é que a mensagem do<br />
profeta deve estar rigorosamente em conformidade<br />
com Palavra do Eterno, sua vida pessoal, suas<br />
atitudes e ações, pois, qualquer alteração na forma<br />
de conduzir-se deve ser conferido, porque nele não<br />
deve haver nenhuma raiz de rebeldia contra as instituições<br />
de ordem Sagrada.<br />
“Andareis após o Senhor vosso D’us; e a Ele<br />
temereis. Os Seus Mandamentos guardareis,<br />
a Sua voz ouvireis, a Ele servireis, e a Ele vos<br />
achegareis.” (Dt 13:4)<br />
Esta é a exigência de maior realce, pois, o capítulo<br />
treze do livro de Deuteronômio, do versículo um<br />
ao cinco é dedicado a este assunto. (Cf Dt 13:1-5)<br />
O que claramente é afirmado para nós que um<br />
“nabi” (profeta) de verdade só poderá ser porta-<br />
-voz Divino, se D’us lhe der a mensagem para<br />
anunciar, ainda que a mensagem seja de forma<br />
obscura, pouco clara.<br />
18
Os falsos profetas também recebem a mesma designação<br />
“nabi” (Cf I Rs 22:5-28) Mais do que<br />
isto, o profeta Jeremias considera a possibilidade<br />
de que o “sinal” do falso profeta, seu prodígio se<br />
cumpra. (Cf Jr 28:6)<br />
Irmãos, o critério para analisarmos uma profecia<br />
não deve ser de maneira alguma o êxito das transformações<br />
fantásticas, dos efeitos que contrariam<br />
as leis naturais realizadas pelo profeta, pois, os mágicos<br />
do Egito não tiveram nenhuma dificuldade<br />
de imitar Moisés e Arão em suas artimanhas de<br />
feiticeiros, transformando inicialmente seus bastões<br />
em serpentes. (Cf Ex 7:8-10)<br />
O miraculoso não deve ser prova de autenticidade,<br />
pois, nem sempre D’us é a fonte da revelação.<br />
Paulo escrevendo aos Tessalonicenses ele diz que o<br />
iníquo virá com poder, sinais e prodígios. “A vinda<br />
desse iníquo é segundo a eficácia de satanás, com<br />
todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com<br />
todo engano da injustiça para os que perecem...”<br />
(II Ts 2:9-10a)<br />
Embora as pessoas, ingenuamente pensem que os<br />
milagres podem atestar a legitimidade de um profeta.<br />
Yeshua nos adverte: “Acautelai-vos, porém,<br />
dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados<br />
em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.”<br />
(Mt 7:15)<br />
Devemos conhecer que existem três fontes que<br />
podem dar origem ao milagre.<br />
Primeiro: O milagre pode ser de origem humana.<br />
O homem possui energias capazes de fazer<br />
algumas maravilhas, sem apelar para D’us ou os<br />
demônios. Assim tenta afirmar a parapsicologia.<br />
O termo parapsicologia tem a sua base em dois<br />
vocábulos gregos que são: pará (ao lado) psiche<br />
(alma). Esse é um campo de estudos que vai se<br />
firmando como uma ciência. Suas experiências parecem<br />
afirmar que as energias do homem são às<br />
vezes capazes de transcender as leis da natureza.<br />
Segundo: O milagre pode ser de origem malígna.<br />
O falso profeta pela sua curiosidade e vaidade ele<br />
tenta desvendar o futuro. Um bom exemplo disto,<br />
se encontra no livro dos reis, quando o Rei Acabe<br />
e o Rei Josafá decidiram ir juntos para a guerra.<br />
Reuniram 400 profetas para receber o oráculo, e<br />
todos eles responderam: “... sobe, pois o Eterno a<br />
entregará nas mãos do Rei.” (I Rs 22:6b) (Cf I Rs<br />
22:7-22)<br />
O que é isto senão “vaidade”, um desejo imodera-<br />
do de chamar atenção ou então receber elogios. O<br />
falso profeta tem uma necessidade básica, “elevar<br />
o Eu”, ou a idéia exageradamente positiva que ele<br />
faz de si mesmo.<br />
Terceiro: o milagre pode ser de origem Divina.<br />
Geralmente o prodígio verdadeiro é realizado por<br />
meio daquele que o Eterno conferir autoridade e<br />
poder, aquele que é chamado. Porém, o texto que<br />
estamos estudando (Dt 13) nos assegura que D’us<br />
pode fazer até mesmo um profeta falso exibir o<br />
poder de realizar milagres, a fim de nos provar.<br />
“Quando um profeta ou um sonhador se levantar<br />
no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder<br />
o tal sinal ou prodígio de que te houver falado...”<br />
(Dt 13:1-2)<br />
“Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador.<br />
O Senhor vosso D’us vos prova para<br />
saber se amais o Senhor vosso D’us, e todo o<br />
vosso coração e de toda a vossa alma.” (Dt 13:3)<br />
A prova tem a finalidade de levar-nos a crescer espiritualmente<br />
para não sermos vítimas de truques<br />
e para não cairmos em armadilhas.<br />
Conclusão: O falso profeta trás com ele o engano.<br />
O que ele pretende é desmanchar a obra de D’us,<br />
19
ou então torná-la falsa e idólatra.<br />
A única forma eficaz de pôr fim a sua carreira é<br />
montar um processo judicial contra ele, com orientação<br />
do Espírito Santo, e para isto precisamos de<br />
toda paciência (a paciência é a característica do<br />
verdadeiro profeta) perseverança, oração, provas<br />
e testemunhas para serem apresentadas ao justo<br />
juiz Elohîms, para que ele estabeleça sua sentença.<br />
“Aquele profeta ou sonhador será morto, porque<br />
falou “rebeldia” contra o Senhor vosso D’us.” (Dt<br />
13:5)<br />
O segundo aviso contra os desvios ou armadilhas é<br />
a prevenção contra um parente próximo, ou amigo.<br />
(Cf Dt 13:6-11)<br />
Estamos diante de uma questão muito séria, pois,<br />
nela está envolvida nossa vida íntima, nossas emoções,<br />
nossa família. Conseqüentemente, é nesta<br />
última (família) que nasce a mais profunda fraternidade<br />
humana.<br />
Yeshua nos ensina que o Amor a D’us precisa ultrapassar<br />
o amor à família. “Quem ama o pai ou a<br />
mãe mais do a Mim, não é digno de Mim; quem<br />
ama o filho ou a filha mais do que a Mim; não é<br />
digno de Mim.” (Mt 10:37)<br />
Irmãos, um falso profeta anunciaria publicamente<br />
as suas mensagens, tendo como escudo os falsos<br />
milagres. Porém, um membro de uma família, ou<br />
amigo íntimo, ou alguém da família da Fé, age em<br />
secreto diz a Torá. “Se teu irmão, filho da tua mãe,<br />
ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu regaço,<br />
ou o teu amigo mais íntimo, te incitar em<br />
segredo...” (Dt 13:6a)<br />
Tudo é mantido em segredo; pensamentos, intenções,<br />
atitudes, ações, desejos, longe do conhecimento<br />
da comunidade, porque esta não aprovaria<br />
o que ele estava fazendo.<br />
Se eu e você, estamos em comunhão com D’us,<br />
assim que descobrimos o desvio e a armadilha que<br />
estão montando para nós, é hora de fazer alguma<br />
coisa para provar o nosso Amor a D’us. O ofensor<br />
não deve ser protegido, nem a questão deve ser<br />
mantida em segredo. Participando a comunidade<br />
mostra então a nossa lealdade ao Eterno e nossa<br />
resoluta hostilidade contra qualquer coisa que pudesse<br />
atrairmos para longe de Elohîms.<br />
A Torá nos ensina que fazendo assim todo Israel<br />
temerá. “Assim, todo o Israel, ao sabê-lo, temerá,<br />
e já não tornará a fazer maldade como esta no teu<br />
seio.” (Dt 13:11)<br />
O profeta Zacarias declara que quando o Eterno<br />
fizer a purificação contra o pecado e as impurezas,<br />
os sentimentos se manifestarão tão fortemente<br />
contra a idolatria e a impureza até no meio da família.<br />
(Cf Zc 13:1-5)<br />
Irmãos, os laços afetivos tornam-se mais ásperos,<br />
a reprovação a que se expõe aquele cujo comportamento<br />
está em conformidade com a palavra do<br />
Eterno, e essa adesão, o afasta dos seus familiares.<br />
Bom seria, fazer a vontade do Eterno junto com<br />
a família, quando isto acontece é benção dobrada.<br />
Mas, se isto não acontecer, nós iremos orar, e pedir<br />
ao Eterno que faça conosco como Ele fez com<br />
Ioseph, ajudou-o esquecer a casa de seu pai. “Chamou<br />
Ioseph, ao primogênito Manassés, e disse:<br />
D’us me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de<br />
toda a casa de meu pai.” (Gn 41:51)<br />
Terceiro aviso contra os desvios é a prevenção<br />
contra homens filhos de Belial. (Cf Dt 13:12-18)<br />
Belial significa: sem nenhuma utilidade, com o<br />
mesmo sentido de “vadio” em nossa língua.<br />
Em uma cidade existe centenas de pessoas assim.<br />
Porém, a Torá diz que “Homens malignos saíram<br />
20
do meio de ti...” (Dt 13:13) Estas palavras “... saíram<br />
do meio de ti...” não indica mudança de lugar,<br />
mas de espírito. Esses homens eram malígnos, inclinados<br />
a propagar falsas doutrinas desviadoras,<br />
que sempre exerceram forte fascínio sobre massas<br />
populares.<br />
“Então inquirirás e informar-te-ás, e com diligência<br />
perguntarás. Se for verdade que se<br />
cometem tal abominação no teu meio.” (Dt<br />
13:14)<br />
O Eterno exige investigação que confirmasse ou<br />
negasse os rumores que se tinha espalhado, meros<br />
comentários não serão aceitos, pois, uma cidade<br />
inteira estaria prestes a ser executada. Esta é uma<br />
questão séria, que exigia investigação acurada, para<br />
que não se cometa injustiça.<br />
Assim que a investigação é feita, e os fatos provam<br />
a abominação, a impureza e imundícia dos<br />
seus habitantes, que foram inclinados a seguir as<br />
falsas doutrinas desviadoras, o Supremo Tribunal<br />
recorre, apela a uma instância superior, apela para<br />
Elohîms. Vejamos que o Eterno ainda concede<br />
uma outra oportunidade enviando alguém para<br />
chamá-los ao arrependimento. Confere comigo<br />
o exemplo da grande cidade de Nínive, quando o<br />
Eterno enviou o profeta Jonas para pregar o arrependimento.<br />
(Cf Jn 1:2)<br />
Cada um deveria ser avisado com antecedência e<br />
prevenido pessoalmente contra a conseqüência do<br />
seu mau comportamento. (Cf Jn 3:1-4)<br />
Nínive foi salva, pois os ninivitas creram nas palavras<br />
de Jonas. (Cf Jn 3:5)<br />
Os rabis declaram que se encontrarem na cidade<br />
um só exemplar da Torá, seu interdito não é válido.<br />
Isto quer dizer que nesta cidade há alguns homens<br />
e mulheres que: “Ouvem a voz do Senhor nosso<br />
D’us e guarda os Seus mandamentos que hoje te<br />
ordeno, para fazeres o que for reto aos olhos do<br />
Senhor teu D’us.” (Dt 13:18)<br />
Se, depois de tudo isto, a conduta dos seus habitantes<br />
não muda, a cidade é interditada ao fio da<br />
espada. (Cf Dt 13:15).<br />
21
o amor<br />
(lC 7:36-50)<br />
Sandra Mara de Oliveira<br />
“...o amor cobre uma multidão de pecados.” (I<br />
Pd 4:8)<br />
“O ódio excita contendas, mas o amor cobre<br />
todas as transgressões.” (Pr 10:12)<br />
(Aheb) “amor”<br />
Há uma variação no sentido básico deste verbo. A<br />
variabilidade do sentido vai desde o amor infi nito<br />
de D-us por seu povo, até os apetites carnais de<br />
um glutão.<br />
- Os profetas ( Jr 22:20; 30:14) (Ez 16:36; 23:5)<br />
(Os 2:5-13)<br />
Usam a palavra para falar do amor adultero de Israel.<br />
Infi delidade de Israel. A “qedésha”, prostituição<br />
sagrada ou idólatra de Israel.<br />
- “Aheb” descreve freqüentemente o amor entre seres<br />
humanos.<br />
1º O amor do pai com o fi lho (Gn 22:2) Israel<br />
e José (Gn 37:3);<br />
2º Um escravo poderia amar o seu senhor e desejar<br />
pertencer a ele pelo resto de sua vida (Ex<br />
21:8);<br />
3º Rute amava Noemi, a sogra (Rt 4:15);<br />
4º Elcana amava a esposa Ana (I Sm 1:5);<br />
5º Rebeca amava o fi lho Jacó (Gn 25:28);<br />
6º O amor de Hirão por Davi, ilustra a fraternidade<br />
internacional ou a política de “paz”<br />
entre os dois (I Rs 5:1);<br />
7º Nenhuma passagem é mencionada o amor<br />
dos fi lhos pelos pais. Em vez disso, a Bíblia nos<br />
ensina é que os fi lhos devem honrar os seus<br />
pais, reverenciá-los e obedecê-los.<br />
- É possível “amar” coisas concretas e abstratas.<br />
1º Isaque amou comida saborosa (Gn 27:4)<br />
2º Amar presentes (Is 1:23)<br />
3º O salmista amava os “mandamentos” de<br />
D-us (Sl 119:47)<br />
4º A Torah (Sl 119:97)<br />
5º Amor aos “estatutos” “Hukim” (Sl 119:119)<br />
Os homens também podem “amar” o mal (Sl<br />
52:3-5)<br />
A morte (Pr 8:36)<br />
A vaidade (Sl 4:2-3)<br />
A maldição (Sl 109:17)<br />
Falso juramento (Zc 8:17)<br />
Os homens podem amar o bem (Am 5:15)<br />
A verdade e a paz (Zc 8:19)<br />
A salvação (Sl 40: 16-17)<br />
A sabedoria (Pr 29:3)<br />
“Ahab” (Amor, amável, amantes)<br />
Esta palavra no trecho de provérbios tem conotação<br />
positiva (Pr 5:19)<br />
Na passagem de Oséias, a conotação é negativa<br />
(Os 8:9); “Amores”.<br />
No grego se diferencia em várias expressões.<br />
1º Agapao; que originalmente signifi ca “honrar, ou<br />
“dar boas vindas”. No Segundo Testamento (Novo<br />
Testamento), porém, agapao e o substantivo ágape<br />
tomaram um signifi cado especial, sendo que se empregavam<br />
para falar do amor de D-us ou o modo de<br />
vida que nEle se baseia.<br />
- Na LXX “agapao” se emprega de preferência para<br />
traduzir o verbo hebraico “aheb”.<br />
22
O aheb pode referir-se tanto a pessoas como a coisas,<br />
e denota, em primeiro lugar, o relacionamento<br />
entre os seres humanos.<br />
Em segundo lugar, o relacionamento entre D-us<br />
e o homem.<br />
2º Expressão “Philos” é a palavra no grego mais<br />
generalizada para “Amar”, ou considerar com afeição.<br />
Indica uma atração geral para com uma pessoa<br />
ou coisas.<br />
Em primeiro plano, fica o significado de amor<br />
para com os parentes e amigos.<br />
(A formação típica de “philadelphia” o amor pelo<br />
irmão)<br />
Philos; amigo.<br />
Philosophia; amor ao conhecimento<br />
As idéias que se vinculam com “phileo” não tem<br />
ênfase religiosa.<br />
3º Expressão é: O verbo “Erao” e o substantivo<br />
“Eros” denotam o amor entre o homem e a mulher<br />
que abrange o “anseio”, o “anelo”, e o “desejo”.<br />
O deleite dos gregos na beleza do corpo e nos desejos<br />
sensuais acha-se na expressão “eros”.<br />
O deus do amor Eros, que no caminho do êxtase,<br />
esquecia-se de todo o raciocínio, vontade e discrição.<br />
- A êxtase sensual deixa para trás a moderação e a<br />
proporção.<br />
Moderação: “Virtude de permanecer na exata medida,<br />
comedido, afastamento de todo e qualquer<br />
excesso”.<br />
Proporção é: proporcional, simétrico regular. Na<br />
matemática é: igualdade entre duas ou mais razões.<br />
A Bíblia diz: “Seja a vossa moderação conhecida<br />
diante de todos os homens. Perto está o Senhor.”<br />
(Fl 4:5)<br />
Havia um entendimento mais místico que envolve<br />
a palavra Eros, mediante o qual os gregos procuravam<br />
atingir, ir além de todas as limitações humanas,<br />
a fim de chegarem a perfeição.<br />
1º Culto da fertilidade:<br />
Sua glorificação do “Eros” (divindade do Amor<br />
entre os gregos)<br />
2º Havia também a religião de mistérios:<br />
Cujos ritos visavam unir o participante à divindade.<br />
- Para o filósofo Platão, eros era o esforço em<br />
prol da retidão, do autodomínio e da sabedoria;<br />
e a concretização do bem, e o modo de atingir a<br />
imortalidade.<br />
- Aristóteles, desenvolveu ainda mais este conceito.<br />
A aspiração mística era a união espiritual com<br />
a transcendental.<br />
Na época da Igreja Primitiva, os apóstolos escreveram,<br />
admoestaram, e lutaram terrivelmente contra<br />
a gnosis (conhecimento), estas doutrinas filosóficas<br />
penetraram na Igreja produzindo divisão e contenda<br />
e tentando misturar-se com a doutrina bíblica.<br />
Achou lugar na abordagem dos filósofos gregos,<br />
dando diretrizes especiais ao desejo humano pela<br />
autotranscendência (chegar ao auto grau de superioridade<br />
espiritual).<br />
A palavra AMOR se usa com muita cautela, para<br />
descrever o relacionamento entre D-us e o homem.<br />
Na visão judaica, agapao ficou sendo o conceito<br />
23
central para o relacionamento de D-us com o homem<br />
e vice-versa.<br />
Por que? Porque a palavra “eros” é impregnada de<br />
sentimentos, então é bom ter cautela, e também<br />
por causa do misticismo que envolve Eros, que se<br />
originou da Grécia; então, a palavra Eros mantém<br />
suas implicações místicas e carrega com muita força<br />
toda a doutrina filosófica.<br />
No Primeiro Testamento (Antigo Testamento)<br />
no começo dele temos o Elohîm que ama, como<br />
também aquele que elege, que cria mediante a sua<br />
ação direta na natureza e com os homens.<br />
1º Os grandes atos de Adonai;<br />
2º O Êxodo;<br />
3º A dádiva da Terra;<br />
4º A dádiva da Torah;<br />
5º A aliança.<br />
Sua justiça, fidelidade, AMOR e graça, são conceitos<br />
que concretizam suas ações.<br />
- A resposta do povo é Júbilo, Louvor e Obediência.<br />
- Muito rico e incalculável é a proporção e a ma-<br />
neira que os profetas desenvolvem o Tema Central<br />
da Obra da eleição. É expresso por Oséias, de maneira<br />
maravilhosa. O profeta estava cercado pelo<br />
mundo cananita, de cultos à fertilidade e Festas<br />
do Amor.<br />
Essas festas eram carregadas de licenciosidade.<br />
Na Babilônia eram os deuses: Istar e Tamuz;<br />
No Egito: Isis e Osiris;<br />
Na Grécia: Demeter e Persefone.<br />
Representam todo o ciclo anual e o reavivamento<br />
da natureza (nascimento, morte e ressurreição) e<br />
com uma interminável repetição desse processo<br />
ano após ano.<br />
Todas essas festividades eram baseadas no sexo e<br />
na idolatria.<br />
Os profetas inspirados por Adonai escrevem sobre o<br />
relacionamento entre Elohîm e seu povo. O profeta<br />
Oséias vive um ato profético por ordem do Senhor,<br />
simbolizando a infidelidade de Israel para com Elohîm<br />
(de um marido traído e uma prostituta).<br />
No entanto, a despeito do fato de que Israel viola-<br />
ra a aliança, e assim ficara sendo “meretriz” e adúltera,<br />
Adonai ainda iria atrair de volta sua esposa<br />
infiel.<br />
“Desposar-te-ei comigo para sempre; Eu te<br />
desposarei comigo em justiça, em juízo, em benignidade<br />
e em misericórdias. Eu te desposarei<br />
comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.”<br />
(Os 2:19-20)<br />
E esse povo voltará a ser povo mediante o cortejar<br />
paciente e atraente do marido Adonai, O “FIEL”.<br />
“Semeá-la-ei para mim na terra, e mostrarei<br />
amor à não-amada. Direi a não-meu-povo: Tu<br />
és meu povo, e ele dirá: Tu és o meu D-us.” (Os<br />
2:23)<br />
Oséias além de empregar a figura de um casamento,<br />
também emprega a de um pai, para descrever o<br />
AMOR agapao.<br />
Oséias descreve a luta que vai ocorrer dentro do<br />
próprio Adonai entre a ira ciumenta de um marido<br />
traído e seu ardente AMOR.<br />
“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria,<br />
ó Israel? Como te trataria como Admá? Como<br />
24
te faria como Zeboim? Está comovido em mim o<br />
meu coração; todas as minhas compaixões a uma<br />
se acendem. Não executarei o furor da minha ira,<br />
nem voltarei para destruir a Efraim, porque Eu<br />
Sou D-us e não homem, o santo no meio de ti. Eu<br />
não entrarei na cidade. Andarão após o Senhor;<br />
ele bramará como leão. Bramando Ele, os filhos<br />
tremendo, virão do Ocidente.” (Os 11:8-10)<br />
O amor de Adonai (segundo o profeta Oséias) é sem<br />
precedentes (chega antes, existe antes) na sua ousadia.<br />
Isso porque a divindade de D-us não se expressa<br />
em “destruição”, poder destrutivo, mas em amor<br />
compassivo que precede qualquer AMOR humano<br />
e que sofre por causa da infidelidade do seu povo.<br />
No Segundo Testamento (Novo Testamento),<br />
temos palavras simples, mas comoventes, que falam<br />
do amor quase sem paralelo que uma mulher<br />
“pecadora”, demonstrou ter pelo Senhor. Podemos<br />
buscar em todo o registro dos evangelhos, sem jamais<br />
poder encontrar tão grande “efusão” de amor<br />
profundo. O amor desinteressado (O AMOR<br />
AGAPAO) daquela mulher. (Lc 7:36-50)<br />
Provavelmente ela fosse uma “Zanâ” (prostituta)<br />
praticante da prostituição profana que em hebraico<br />
é Zenunîm (Fornicação).<br />
“E, estando por detrás, aos seus pés...”<br />
Os convidados removiam as sandálias antes da refeição<br />
e se reclinavam com os pés para fora. A mulher<br />
impelida por uma gratidão imensa, irresistível<br />
a Yeshua, foi vencida, se rendeu a Ele e em lágrimas<br />
demonstrou o seu afeto. Ela soltou os cabelos em<br />
público, (porque a mulher não fazia isto) naquele<br />
momento ela não se importou com nada, nem<br />
com as tradições humanas, porque ela era guiada<br />
por uma lei muito mais elevada, é a lei do AMOR<br />
AGAPAO.<br />
A mulher estava preparada para ungir a Jesus.<br />
“... levou um vaso de alabastro com ungüento.”<br />
(Lc 7:37)<br />
O alabastro era uma pedra mais suave que o mármore.<br />
Ungüentos, perfumes preciosos, provinham<br />
de Damasco na Síria, mas, o mais excelente ungüento<br />
de Nardo puro procedia de Tarso, na Cilícia.<br />
Aquela mulher providenciou a unção de Jesus, e<br />
no momento de dar cumprimento ao seu propósito,<br />
ela foi tomada pelo Espírito Santo de D-us,<br />
ela chorava intensamente e demonstrava o seu<br />
AMOR puro e desinteressado.<br />
“Quando o fariseu que o tinha convidado viu isto,<br />
disse consigo mesmo: se este fosse profeta, saberia<br />
quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é<br />
pecadora.”<br />
O dono da casa foi assaltado por dúvidas, porque<br />
segundo o que ele via, Yeshua não percebera o caráter<br />
da mulher que o ungia. Sem dúvida aquele<br />
anfitrião “supôs” (imaginou, alegou por hipótese)<br />
que um verdadeiro profeta haveria de evitar qualquer<br />
toque por parte daquela mulher.<br />
A verdade é que aquele homem “julgou” segundo<br />
os seus próprios padrões de justiça.<br />
Yeshua toma a palavra e começa a ensinar uma<br />
parábola, cujo tema central “é o que muito ‘ama’<br />
aquele que muito lhe é perdoado”.<br />
“...o amor cobre uma multidão de pecados.” (I<br />
Pd 4:8)<br />
* O amor neste episódio aparece como uma espécie<br />
de “qualificação” para o perdão divino.<br />
Vemos que o perdão pode ser conseqüência do<br />
amor divino, e que o AMOR pode ser conseqüência<br />
do perdão.<br />
25
Existe uma inter-relação entre a expressão do<br />
amor divino que os pecados são perdoados. Este<br />
é o verdadeiro amor que a Bíblia Sagrada nos ensina,<br />
honrar a D-us e as pessoas, este é o amor<br />
agapao, o amor que tudo sofre, tudo suporta, tudo<br />
esquece. Este amor está correndo risco de desaparecer<br />
definitivamente do coração dos crentes por<br />
causa do materialismo do mundo que nos envolve,<br />
por causa da vaidade dos homens, que ávidos<br />
por posições se excedem em zelar pelo seu próprio<br />
nome, e se esquecem de honrar o nome de Adonai<br />
e de seus irmãos<br />
26
lImItE<br />
No hebraico limitar é: Tawâ<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Em português é uma linha que marca o fi m de<br />
uma extensão.<br />
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria<br />
quanto da ciência de D-us! Quão insondáveis<br />
são os teus juízos, e quão inescrutáveis<br />
os teus caminhos! Quem compreendeu a mente<br />
do Senhor? Ou quem é o seu conselheiro?<br />
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe<br />
seja recompensado? Porque dEle e por Ele são<br />
todas as coisas, glória, pois, a Ele eternamente.<br />
Amém.” (Rm 11:33-36)<br />
- O apóstolo Paulo fala da palavra profundidade e<br />
o seu sinônimo com a força da declaração, a fi m de<br />
transmitir a idéia de algo sem medida, ilimitado,<br />
ou seja, que a mente humana não pode calcular.<br />
Ele usa a próxima palavra riqueza: ela é usada para<br />
indicar a redenção humana e suas bênçãos espirituais<br />
abundantes. Compreendemos aqui que os<br />
recursos usados por Adonai são ilimitados no que<br />
se refere à Salvação da Humanidade e também o<br />
método usado por Ele.<br />
Sabedoria: Temos aqui os insondáveis recursos divinos<br />
de “Julgamento” que Adonai se utiliza, fatos<br />
e conhecimento ilimitado de maneira ordeira e<br />
benefi cente.<br />
Conhecimento: Essa palavra nos dá a idéia de<br />
compreensão perfeita e universal, sobre a qual as<br />
decisões e ações de D-us se fundamentam, resultando<br />
em ações derivadas de sua justa sabedoria<br />
ilimitada.<br />
Quão insondáveis são os teus juízos: A palavra<br />
insondável quer dizer, aquilo que não pode ser<br />
sondado, encontrado ou descoberto, aquilo que é<br />
inescrutável, algo que ultrapassa a sabedoria mental<br />
do homem.<br />
Conclusão: Devido à limitação humana, os métodos<br />
e ações justas de Adonai, não podem ser acompanhados<br />
pelo homem. A mente humana perde-se<br />
ao tentar acompanhar as ações de Adonai.<br />
- No capítulo trinta e oito de Jó, havia terminado<br />
os discursos terríveis dos quatro críticos de Jó. O<br />
tema principal do Livro de Jó é a adoração desinteressada.<br />
1º Continuaria um homem a adorar e a servir a<br />
Adonai, se viesse a sofrer severas afl ições e houvesse<br />
toda “razão” para perder a Esperança?<br />
2º Ou um homem só continuaria a adorar a D-us<br />
se isso o benefi ciasse pessoalmente?<br />
Não e dada nenhuma palavra ou melhor resposta<br />
racional ao problema do mal do livro de Jó, embora<br />
sejamos exortados a confi ar na Providência Divina<br />
com “Fé Cega”, em sua maior parte.<br />
- Jó então exige uma entrevista com “El” com o<br />
poder ilimitado, a fi m de apresentar diante do tribunal<br />
divino e provar sua inocência.<br />
Finalmente apresentou-se a terrível presença de<br />
D-us.<br />
“Depois disto, o Senhor respondeu a Jó de um<br />
redemoinho.” ( Jó 38:1)<br />
Jó não foi acusado pelo Todo Poderoso de ter<br />
transgredido, conforme afi rmaram os seus críticos.<br />
- Mas, mediante um interrogatório irônico da parte<br />
de Adonai, foi mostrado a Jó quão pequeno e<br />
LIMITADO é o homem em comparação a D-us.<br />
27
A sabedoria e o seu poder aparecem, então, como<br />
além de qualquer imaginação ou investigação humana.<br />
- Jó é silenciado. “Uma vez falei, mas não replicarei;<br />
duas vezes porém não prosseguirei.” ( Jó 40:5)<br />
1º O criador tem poder sobre todas as forças cósmicas.<br />
“Então o Senhor falou a Jó do meio da tempestade.<br />
Cinge agora os teus lombos como homem,<br />
Eu te perguntarei e tu me responderás.<br />
Farás tu vã a minha justiça? Ou me condenarás<br />
para te justifi cares? Tens braço como D-us,<br />
ou podes trovejar com voz como a dEle?” ( Jó<br />
40:6-9)<br />
2º Poder sobre o hipopótamo<br />
“Contempla agora o beemote, que Eu criei<br />
contigo, que come a erva como o boi?”( Jó<br />
40:15-24)<br />
3º Poder sobre o leviatã<br />
“Podes pescar com o anzol o leviatã, ou ligar a<br />
sua língua com uma corda?” ( Jó 41:1-26)<br />
4º Poder sobre todos os inimigos imagináveis.<br />
“Ele trata o ferro como palha, e o bronze como<br />
pau podre. A seta não fará fugir, as pedras das<br />
fendas são como restolho para Ele. Na terra<br />
Ele não tem igual; é uma criança sem medo.<br />
Ele olha com desprezo tudo o que é altivo; é<br />
REI sobre todos os orgulhosos.” ( Jó 41:27-34)<br />
- Mais de setenta perguntas são deixadas sem resposta.<br />
As perguntas dizem respeito às coisas que<br />
o conhecimento humano não pode responder, por<br />
causa do estado, da condição limitada do ser humano.<br />
- As perguntas revelam a “natureza” poderosa, majestosa,<br />
ilimitada de Adonai, em comparação ao<br />
estado humilhado e pequeno do homem.<br />
A palavra limitar, marcar no hebraico é: Taw<br />
para indicar a ação de fazer marcas, para designar<br />
a ação de Adonai.<br />
O taw, a última letra (consoante) do alfabeto hebraico,<br />
tinha na maioria dos manuscritos, antigos<br />
o formato de um “X”. o vocábulo designa um sinal<br />
determinado por D-us e que era colocado nas pessoas<br />
com o objetivo de protegê-las.<br />
“O Senhor porém lhe disse: portanto, qualquer<br />
que matar a Caim será vingado sete vezes. E<br />
pôs um sinal em Caim, para que não o ferisse<br />
quem quer que o encontrasse.” (Gn 4:15)<br />
Adonai limitou, marcou a Caim.<br />
A mesma marca que recebeu Caim, agora somente<br />
poucos piedosos escapariam das punições, recebendo<br />
o selo do Senhor, para garantir “Segurança”. O<br />
restante será punido. A um anjo foi dada a tarefa de<br />
passar em Jerusalém e marca (limitar) a testa dos<br />
fi éis que estivessem entristecidos com as perversões<br />
da cidade. As pessoas que recebessem a marca seriam<br />
poupadas.<br />
A marca era a letra taw do alfabeto hebraico, o<br />
“X”.<br />
“Passa pela cidade, pelo meio de Jerusalém, e<br />
marca com um sinal as testas dos homens que<br />
suspiram e gemem por causa de todas as abominações<br />
que se comentem no meio dela.” (Ez<br />
9:4)<br />
“Não danifi ques a terra, nem o mar, nem as árvores,<br />
até que tenhamos selado nas suas testas<br />
os servos do nosso D-us.” (Ap 7:3)<br />
28
“Foi-lhes dito que não causassem dano à erva<br />
da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore<br />
alguma, mas somente aos homens que não têm<br />
na suas testas o selo de D-us.”(Ap 9:4)<br />
D-us sempre impõe limites para os homens. Ele<br />
determina, demarca, reduz a determinadas proporções,<br />
Ele também limita nossos desejos.<br />
Eu creio que Moisés, o legislador de Adonai, o que<br />
ele mais desejava era entrar com o povo na “Terra<br />
Prometida”.<br />
Mas, disse o Senhor a Moisés: “Sobe a este<br />
Monte Abarim e vê a terra que dei aos filhos de<br />
Israel. E tendo-a visto, serás reunido aos teus,<br />
como Arão teu irmão. Pois no deserto de Zim,<br />
quando a <strong>Congregação</strong> contendeu contra mim,<br />
não santificastes o meu nome, diante deles na<br />
questão das águas.” (Nm 27:12-14)<br />
D-us mencionou o pecado de Moisés, porque causastes<br />
que Eu não fosse santificado. Moisés que<br />
guiou o povo durante quarenta anos (o pastor modelo)<br />
na travessia do deserto, não pode realizar o<br />
seu sonho, o seu ideal, pois Adonai o limitou de<br />
entrar na Terra Prometida.<br />
Ele, Moisés, tentou, pregou como última tentativa<br />
para que D-us o deixasse passar pelo Jordão e ver<br />
a “Boa Terra”. Quanta dor se percebe nas curtas e<br />
poucas palavras que Moisés dedica a Adonai em<br />
sua prece.<br />
“Também nessa ocasião, pedi graça ao Senhor<br />
dizendo: Ó Senhor D-us! Já começastes a<br />
mostrar a teu servo a tua grandeza e a tua forte<br />
mão. Pois, que D-us há nos céus e na terra que<br />
possa realizar obras e feitos poderosos como os<br />
teus? Rogo-te que me deixes passar, para que<br />
veja essa boa terra, que está do outro lado do<br />
Jordão, essa boa região montanhosa, e o Líbano!<br />
Porém, o Senhor indignou-se muito contra<br />
mim por vossa causa, e não me atendem. Pelo<br />
contrário, disse-me: Basta, não me fales mais a<br />
esse respeito.” (Dt 3:23-29)<br />
- Quanto mais um homem se eleva na escala espiritual,<br />
tanto mais vulnerável. Para ele, a menor<br />
falta torna-se grave. Quanto mais importante a<br />
pessoa, maior é a responsabilidade, sendo considerado<br />
graves, erros que para os outros são pequenos.<br />
Moisés em lugar de recriminar, queixar-se, contentou<br />
em dar-se por satisfeito, aceitou a limitação<br />
imposta por Adonai e ficou satisfeito em apenas<br />
contemplar a Terra Prometida.<br />
Isso é tão verdadeiro, que Moisés suplica ao Senhor<br />
para não abandonar o rebanho que lhe foi<br />
confiado, e que fosse designado um novo pastor.<br />
Eis aqui um exemplo lindo de um homem completamente<br />
rendido ao Senhor, e preocupado com<br />
o povo de D-us.<br />
“Então disse Moisés ao Senhor: Possa o Senhor<br />
D-us dos espíritos sobre a toda a carne, pôr um<br />
homem sobre esta congregação. Que saia diante<br />
deles e os faça sair, e os faça entrar, para que a<br />
congregação do Senhor não seja como ovelhas<br />
sem pastor.” (Nm 27:15-17)<br />
O verdadeiro homem de D-us deixa de lado seus<br />
próprios interesses, para se ocupar com a causa de<br />
Adonai.<br />
Quando Moisés pediu um sucessor, dirigiu-se ao<br />
Eterno, qualificando-o de D-us dos espíritos de<br />
toda criatura. Somente Ele conhece os corações,<br />
a inteligência, os sentimentos de cada um, sabe<br />
quem é apto para dirigir o povo.<br />
*Moisés pede ao Senhor um guia espiritual, cheio<br />
da “graça” divina, isto é, que conheça inteiramente<br />
a natureza humana, e venha se adaptar a cada ovelha<br />
de seu rebanho.<br />
29
Quando você e eu somos escolhidos para uma<br />
liderança espiritual, é um desafio e também uma<br />
oportunidade de ensinar o povo espiritualmente.<br />
A exigência da Torah para o líder ideal na visão judaico<br />
é ser um homem que “...sai adiante deles...”<br />
Não basta orientar pela palavra ou pelo comando,<br />
mas especialmente pelo cumprimento pessoal e<br />
pelo exemplo de sua conduta e estilo de viver.<br />
- O que pretende guiar, e seguir as normas da Torah<br />
deve abandonar:<br />
1º A esperança de conquistar afeto popular e<br />
aprovação universal;<br />
2º Deve lembrar que ele não está participando<br />
de um concurso de popularidade;<br />
3º Saber que os maiores guias espirituais do<br />
nosso povo não tinham a simpatia das massas<br />
populares.<br />
4º Saber que este é o risco da liderança;<br />
5º Devem aceitar esse supremo sacrifício tendo<br />
a certeza que foram chamados para esta missão.<br />
Devem guiar acima de tudo, com eficácia e vigor,<br />
com grande AMOR ILIMITADO, e devoção aos<br />
fiéis de sua congregação, aproximando-os aos en-<br />
sinos da Torah.<br />
Moisés obedeceu ao Senhor, e se limitou apenas<br />
em contemplar a Terra Prometida, porque sua<br />
maior aspiração não era somente levar o povo à<br />
Terra; ele sentia que, antes de mais nada, Israel<br />
precisava de uma “Pátria Espiritual” a qual pudesse<br />
existir mesmo fora de “Erets Yisrael”.<br />
Porém se torna muito complicado quando nós,<br />
nos mínimos detalhes da vida diária (sem sermos<br />
líderes), rejeitamos as limitações impostas pelo<br />
Senhor. Não sabendo o que diz a palavra.<br />
“...não têm limites as imaginações do seu coração.”<br />
(Sl 73:7)<br />
Devemos partir do seguinte princípio: se Ele impõe<br />
seus limites para seus filhos amados, o faz para o<br />
nosso bem, devemos então obedecer e nos submeter.<br />
Muitas vezes eu e você nos queixamos descontroladamente,<br />
pois desejamos ter mais, para aplicar<br />
na própria causa de D-us. Isso é justo, pensamos!<br />
Só que nós esquecemos que a necessidade maior é<br />
saber o tempo, a hora dEle, e se somos nós a realizar<br />
tudo aquilo que estamos sonhando para a sua obra.<br />
O Senhor nos ensinou que os animais irracionais,<br />
sabem perfeitamente as suas limitações. O Espírito<br />
Santo ministrou ao nosso coração a palavra MAR-<br />
SUPIAL que significa: o animal que tem no abdômen<br />
uma prega em forma de bolsa. Na Zoologia,<br />
é subclasse dos mamíferos, caracterizada pela bolsa<br />
ventral sustentada por dois ossos, e que se destina a<br />
receber os filhotes depois do nascimento. Os dois<br />
tipos principais são:<br />
1º Canguru;<br />
2º Gambá.<br />
A concepção destes filhotes é prematura, ele sabe<br />
que precisa voltar à bolsa ventral e só sai dela<br />
quando se sente seguro. Entendemos então que os<br />
animais sabem as suas limitações melhor que os<br />
homens.<br />
“Não sejais como o cavalo ou a mula, que não<br />
tem entendimento, cuja boca precisa de cabresto<br />
e freio, ou não virão a ti.” (Sl 32: 9)<br />
O Rei Davi desejou ardentemente construir a casa<br />
do Senhor. Reuniu muito material; ferro em abundância,<br />
madeira de Cedro “...assim Davi fez grandes<br />
preparativos antes da sua morte.” (I Cr 21:5b)<br />
“Eu moro em casa de cedro, mas a arca da<br />
30
aliança do Senhor está debaixo de uma tenda<br />
nesta mesma noite veio a palavra do Senhor a<br />
Natã dizendo: Vai e dize a Davi, meu servo:<br />
Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás casa<br />
para eu morar.” (I Cr 17:1-4)<br />
O Rei, submeteu-se ao Senhor, entendeu sua limitação<br />
imposta por Adonai, e como um verdadeiro<br />
líder e príncipe do Senhor, ele orou, glorificando o<br />
nome do nosso D-us.<br />
Quando nos contentamos, quando nos damos por<br />
satisfeitos com as limitações impostas, honramos a<br />
D-us, pois reconhecemos sua soberania, seu poder,<br />
sua autoridade, e que tudo que provém dEle é para<br />
o nosso bem.<br />
oração de davi (i Cr 17:16-20)<br />
“Então entrou o rei Davi, e ficou perante o Senhor;<br />
e disse: Quem sou eu, Senhor D-us? e<br />
qual é a minha casa, para que me tenhas trazido<br />
até aqui? E ainda isto, ó D-us, foi pouco aos<br />
teus olhos; pelo que falaste da casa de teu servo<br />
para tempos distantes; e me trataste como a<br />
um homem ilustre, ó Senhor D-us. Que mais<br />
te dirá Davi, acerca da honra feita a teu servo?<br />
Porém tu conheces bem a teu servo. Ó Senhor,<br />
por amor de teu servo, e segundo o teu coração,<br />
fizeste toda esta grandeza, para fazer notória<br />
todas estas grandes coisas. Senhor, ninguém<br />
há como tu, e não há D-us fora de ti, segundo<br />
tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos.<br />
31
o ENSINamENto<br />
DE YEShua Para<br />
maNtEr<br />
o rElaCIoNamENto<br />
ENtrE ju-<br />
DEuS E GENtIoS.<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
“Naquela mesma hora, os discípulos se aproximaram<br />
de Yeshua, perguntando: Quem é o<br />
maior no reino dos céus?” (Mt 18:1)<br />
Temos aqui alguns dos problemas que surgiram<br />
em face do grupo que se convertia a Yeshua, eles<br />
eram judeus e gentios, formando um só corpo<br />
nEle.<br />
“Mas agora em Yeshua, vós que antes estáveis<br />
longe, já pelo sangue de Yeshua chegastes perto.<br />
Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos os<br />
povos fez um, e destruiu a parede de separação,<br />
a barreira de inimizade que estava no meio,<br />
desfazendo na sua carne.” (Ef 2:13-14)<br />
O problema consistia em como se relacionar com<br />
dois grupos tão diferentes, judeus e gentios. Porém,<br />
se tornariam iguais, pois Yeshua daria sua<br />
vida em favor tanto do gentio como do judeu, a<br />
fim de unir. Então podemos entender que aquela<br />
comunidade era um grupo heterogêneo (são de<br />
natureza diferente, desigual e irregular).<br />
Os apóstolos eram judeus, muitos judeus também<br />
se convertiam, e um crescente número de gentios.<br />
Aquela comunidade precisava viver um relacionamento<br />
de paz, de irmãos, de segurança de respeito<br />
mútuo e amor sincero.<br />
Os apóstolos foram sábios. Eles perguntaram a<br />
Yeshua, como dar origem a este relacionamento<br />
de maneira sadia.<br />
Numa comunidade estritamente espiritual, eles<br />
não poderiam usar métodos do mundo, a fim de<br />
produzir uma saudável relação.<br />
*Se eles usassem a lógica, poderia até funcionar,<br />
porém não seria um relacionamento duradouro.<br />
*Se usassem a fisiologia, que é o conjunto das funções<br />
orgânicas que asseguram a relação do animal<br />
com o meio (motricidade e sensibilidade) em opo-<br />
sição às funções de nutrição e de reprodução.<br />
*A teoria das relações é parte fundamental da lógica<br />
moderna que compreende o cálculo das relações,<br />
bem como o estudo dos diversos tipos de<br />
relações e suas propriedades gerais.<br />
Os apóstolos não tinham nenhuma intenção de<br />
estabelecer uma comunidade distanciada dos<br />
princípios judaicos, pois eles mesmos observavam<br />
a lei de Moisés, a guarda do Sábado e a freqüente<br />
presença deles nas sinagogas. Eles estão tão interessados<br />
em aprender com o seu rabino, como<br />
trabalhar o relacionamento, que fazem a pergunta:<br />
“...quem é o maior no reino dos céus?” Quem será<br />
Yeshua, no teu reino, que terá mais consideração?<br />
Quem será que atingiu a maioridade? São os judeus<br />
ou os gentios?<br />
- No mundo físico é assim: Exemplo do jogo de<br />
baralho, a trinca maior é: o às, o rei, e a dama do<br />
mesmo naipe.<br />
Na música é a terça maior, composta de dois tons.<br />
Yeshua responde, ensinando aos seus discípulos.<br />
“Yeshua, chamando uma criança, colocando-a<br />
32
no meio deles disse: Amém! Em verdade, em<br />
verdade vos digo, que se não vos converterdes e<br />
não vos tornardes como crianças, de modo algum<br />
entrareis no Reino de D-us.” (Mt 18:2-3)<br />
O texto no original diz assim: “...se não retornardes<br />
a Adonai...”<br />
Esse retorno é o retorno sobre si mesmo. Regressar<br />
para o ponto de onde você e eu partimos.<br />
Se éramos antes uma criança, pensávamos como<br />
uma criança, volte a ser uma criança para poder<br />
entrar no Reino dos céus. Yeshua ensina que nós<br />
devemos parar de idolatrar nosso próprio eu, para<br />
liberarmos nosso olhar, pois o olho é uma porta<br />
aberta para vários tipos de concupiscências, como<br />
também uma bênção para nosso corpo, santuário<br />
itinerante, morada de Adonai.<br />
Se eu olhar alienadamente, isto é loucura. Porque<br />
alienação é o estado da pessoa que, tendo sido<br />
educada em condições espirituais (a Torah) e sociais<br />
saudáveis, se o olhar é alienado, submete-se<br />
cegamente aos valores das instituições criadas pelos<br />
homens, projetos com aparência que são espirituais<br />
e bons, e assim perde a consciência, a razão<br />
dos seus verdadeiros direitos.<br />
Temos que nos tornar como crianças, inteiramente<br />
voltadas para o Pai. A criança, antes de ser atingida<br />
pelo orgulho, pela maldade, pela ostentação e pela<br />
ambição pessoal e mundana, é dotada de um espírito<br />
simples, manso, submisso e confiante. Conserva<br />
sua pureza, sua ausência de segundas intenções, sua<br />
espontaneidade.<br />
Essa qualidade da personalidade simples de uma<br />
criança certamente contrasta com o espírito contencioso<br />
e ufano do adulto.<br />
“Portanto aquele que se tornar humilde como<br />
esta criança, esse é o maior no reino dos céus.”<br />
(Mt 18:4)<br />
A humildade se torna aqui, o elemento vital para<br />
que você e eu participemos do Reino de Yeshua,<br />
como também um relacionamento de qualidade<br />
com os nossos irmãos Judeus x Gentios; Israel x<br />
Igreja.<br />
O nosso Senhor não se deixa impressionar pelo<br />
orgulho humano ou por aquilo que neste mundo<br />
é reputado como grandeza. No reino de D-us é<br />
impossível ao homem desenvolver o seu orgulho<br />
nas suas relações com D-us. Portanto, devemos<br />
entender as exigências de Yeshua. Para nós, é mui-<br />
to importante, é vital, entendermos os princípios<br />
de ética que regem o Reino do Senhor; seu código<br />
é a Torah, Ele não vai mudar sua Lei.<br />
“E todo aquele que receber em meu nome, uma<br />
criança como esta, recebe a mim. Mas aquele<br />
que escandalizar um destes pequeninos que<br />
crêem em mim, melhor seria que pendurasse ao<br />
pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse<br />
na profundeza do mar.” (Mt 18:5-6)<br />
É claro para nós que Yeshua estava abordando os<br />
problemas da comunidade local, quando Ele declara:<br />
“Mas, aquele que escandalizar um destes<br />
pequeninos...”<br />
O grupo como já dissemos é heterogêneo. Os líderes<br />
judeus teriam que ter paciência com os gentios<br />
novos convertidos, e que não os destruíssem só para<br />
que houvesse unidade nos serviços das sinagogas e<br />
no ensino. A humildade e a paciência somadas com<br />
o AMOR seriam instrumentalidade maravilhosa<br />
para manter um bom relacionamento no seio da<br />
comunidade, como também evitar toda ameaça de<br />
sisões (divisões) que poderiam arruinar a vida espiritual<br />
de muitos irmãos pequeninos na fé.<br />
A fim de nos ajudar a entender melhor podemos<br />
33
dar o exemplo de Tiago, no livro de Atos dos apóstolos.<br />
Ele salienta que a salvação dos gentios desde<br />
há muito é objeto das profecias do Primeiro Testamento<br />
(Cf Am 9:11-12). E como deveria ser exigido<br />
o comportamento desses novos convertidos,<br />
para que houvesse um bom relacionamento entre<br />
judeus e gentios.<br />
“E com isto concordam as palavras dos profetas<br />
como está escrito. Depois disto voltarei<br />
e reedificarei o Tabernáculo de Davi, que está<br />
caído. Levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei<br />
a edificá-lo, para que o restante dos homens<br />
busque ao Senhor, sim, todos os gentios, sobre<br />
os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor,<br />
que faz todas as coisas, que são conhecidas desde<br />
toda a eternidade. Pelo que julgo que não<br />
se deve perturbar aqueles dentre os gentios que<br />
se convertem a D-us. Mas, escreve-lhes que se<br />
abstenham das contaminações dos ídolos, da<br />
prostituição, do que é sufocado e do sangue.<br />
Pois Moisés, desde os tempos antigos, tem em<br />
cada cidade quem o pregue, e a cada Sábado é<br />
lido nas sinagogas.” (At 15:15-21)<br />
A adoração na modalidade judaica permanecia<br />
muito bem considerada e muito preciosa, também<br />
no coração dos gentios. Essa palavra serve de res-<br />
posta a acusação feita hoje nos nossos dias pela<br />
Igreja, para com o Movimento <strong>Judaico</strong> Messiânico<br />
como uma inovação.<br />
A obra do Senhor não pode ser chamada como tal;<br />
porque as misericórdias do Senhor são eternas; e a<br />
obra que Adonai realiza atualmente deve ser reputado<br />
como algo que foi planejado e proposto por<br />
D-us que judeus e gentios viverão juntos, adorarão<br />
juntos, num relacionamento de AMOR e paz e<br />
respeito mútuo. Sem tentar trazer os judeus para o<br />
modelo de adoração e culto da Igreja, pois eles não<br />
irão aceitar. Quem deixou os princípios básicos<br />
da Torah foi a Igreja, se estabelecendo em Roma<br />
numa modalidade totalmente pagã. Hoje, nosso<br />
dever é nos humilhar e reconhecer que tudo o que<br />
temos em termos espirituais provém dos judeus.<br />
Nós, Igreja que devemos nos ajustar aos padrões<br />
judaicos.<br />
Devemos lembrar sempre que nos sentirmos tentados<br />
a oferecer resistência, e propensos a condenar,<br />
que precisamos nos humilhar, olhar os sinais<br />
dos tempos, e ver que eles nos indicam o retorno<br />
da Igreja para Jerusalém, faz parte do plano Divino<br />
para cumprimento de (Rm 11)<br />
Podemos comparar com as declarações que lemos<br />
na epístola aos Romanos e também aos Efésios<br />
concernente ao ministério da Igreja que vem sendo<br />
ocultado dos séculos e das gerações passadas,<br />
mas que agora foi revelada por já ter chegado o<br />
tempo certo para ser feito essa revelação.<br />
“Ora, aquele que é poderoso para vos confirmar<br />
segundo o meu evangelho, e a pregação<br />
de Yeshua, conforme a revelação do ministério<br />
que desde os tempos eternos esteve oculto, mas<br />
que se manifestou agora, e foi dado a conhecer<br />
pelas Escrituras aos profetas. Segundo o mandamento<br />
do D-us Eterno, a todas as nações<br />
para obediência da fé.” (Rm 16:25-26)<br />
Yeshua continua ensinando. “Ai do mundo por<br />
causa dos escândalos...” (Mt 18:7)<br />
Yeshua era realista sobre a natureza deste mundo<br />
sem D-us, que não se interessa pelas questões<br />
espirituais, mas que só tem interesses ambiciosos,<br />
o qual leva a violência e a injustiça contra a sociedade<br />
humana.<br />
“...ai do homem...” se o mundo em geral (a sociedade<br />
dos homens) e o povo de D-us sofrem por causa<br />
das ofensas, das injustiças e das tentações ao pecado,<br />
quanto mais sofrerão os causadores desses males!<br />
34
“Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos...”<br />
(Mt 18:10)<br />
Desprezar é subestimar, o que inclui a idéia que<br />
aquele que age dessa maneira mantém um espírito<br />
de orgulho ou superioridade. E assim sendo<br />
como discípulos de Yeshua que somos, não podemos<br />
desprezar a ninguém, porquanto todos tem<br />
imenso valor diante de D-us.<br />
“Sede unanimes entre vós. Não ambicioneis as<br />
coisas altivas, mas acomodai-vos às humildes.<br />
Não sejais sábios em vós mesmos.” (Rm 12:16)<br />
35
IDENtIDaDE DE<br />
YEShua Sandra Mara Oliveira<br />
Texto básico: (Mt 11:1-6)<br />
“Quando Yeshua acabou de instruir os seus doze<br />
discípulos...”.<br />
Essas palavras assinalam “o fim” do segundo grande<br />
trecho de ensinos de Yeshua.<br />
O 1º trecho de ensinos se encontra em: (Mt<br />
3 – Mt 7)<br />
O 2º trecho - (Mt 8 – Mt 10)<br />
O 3º trecho - (Mt 11 – Mt 13) em seguida (Mt<br />
14 – Mt 18) (Mt 19 – Mt 25) Os capítulos (Mt<br />
26 – Mt 28) formam a conclusão do evangelho<br />
de Mateus.<br />
“... partiu Yeshua dali para ensinar e clamar nas<br />
cidades deles.” (Mt 11:1)<br />
Yeshua estava cumprindo verdadeiramente sua<br />
“missão sacerdotal” quando “clama na cidade deles.”<br />
A Missão Sacerdotal contém duas funções apenas:<br />
Primeiro: Gritar, clamar e proclamar anunciando<br />
a Vontade do Eterno estabelecida na sua palavra.<br />
Ensinar o povo a separar o santo do profano.<br />
Segundo: Purgar o santuário; limpando-o e esvaziando-o<br />
completamente de toda imundícia,<br />
desembaraçando o caminho do povo. (Por isso<br />
nós encontramos várias denúncias dos profetas,<br />
que os sacerdotes não livravam o caminho do<br />
povo, antes criavam tropeços. (Cf Mq 3:1-7)<br />
“Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos<br />
fizestes tropeçar na Torah, corrompestes a<br />
aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.”<br />
(Ml 2:8)<br />
Yeshua ensinou: “Mas aquele que escandalizar<br />
(fizer tropeçar) um destes pequeninos que<br />
crêem em Mim, melhor seria que pendurasse<br />
ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se<br />
precipitasse na profundeza do mar.” (Mt 18:6)<br />
Tropeço significa: Pisar em falso, dificultar, colocar<br />
obstáculo, cometer erro. Fig. Embaraçar o caminho<br />
de alguém.<br />
A Bíblia nos ensina que é bom não fazer nosso<br />
irmão tropeçar. “Bom é não comer carne, nem<br />
beber vinho, nem fazer outras coisas que teu<br />
irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.”<br />
(Rm 14:21)<br />
Exemplo de tropeço: A “Filosofia”.<br />
O que é Filosofia? A Filosofia, como palavra (etimologicamente)<br />
significa: “Amigos da Sabedoria”.<br />
Acontece que a sabedoria, para alguns, ou para muitos,<br />
está ligada ao mundo das idéias. Idéias nos remetem<br />
ao pensamento lógico; nesse momento, então, a<br />
filosofia é desconectada da Fé, porque Fé não se explica<br />
e a Filosofia busca razões.<br />
O Best-seller mundial, a Bíblia Sagrada, em<br />
sua carta aos hebreus, ensina o que é a Fé. “Ora<br />
a Fé é a certeza das coisas que se esperam, e a<br />
prova das coisas que não se vêem.” (Hb 11:1)<br />
Como entender a razão de estarmos no mundo,<br />
buscando a compreensão das coisas somente através<br />
da lógica? Mesmo a filosofia não conseguiu<br />
responder questões existenciais, que atormentam<br />
os seres humanos pensantes, quando buscam respostas<br />
para questões como: De onde viemos? O<br />
36
que estamos fazendo aqui? Para onde vamos?<br />
Se a Filosofia não consegue explicar, ela busca auxílio<br />
na ciência, mas a ciência também não consegue<br />
satisfazer os anseios da humanidade. Portanto,<br />
Razão e Fé só poderão andar de mãos dadas,<br />
quando nós reconhecemos a nossa inferioridade<br />
como criaturas ignorantes e incapazes de entender<br />
os mistérios da Fé, os mistérios que regem o<br />
mundo.<br />
A Torah deixa bem claro que: “Os mistérios são<br />
de Adonai nosso Elohîm. Porém as coisas reveladas<br />
pertencem a nós e a nossos filhos para sempre,<br />
para que cumpramos todas as palavras desta Lei.”<br />
(Dt 29:29)<br />
Razão implica explicações prontas e acabadas. Fé<br />
implica aceitação e rendição à nossa condição de<br />
comandados por um poder supremo, que a filosofia<br />
e a ciência não conseguem explicar.<br />
Todas a vezes que afrontamos as coisas de D’us,<br />
estamos nos condenando à estagnação que nos<br />
impede de evoluir e seguir o caminho que Yeshua<br />
veio para nos assegurar. A recusa dessa aceitação,<br />
de criaturas dependentes do pai Eterno é a assinatura<br />
da nossa condenação.<br />
Yeshua, “a salvação”, veio para confirmar a Torah já<br />
existente e não para filosofar sobre ela.<br />
Em verdade, filosofar é buscar explicação, é querer<br />
entender o funcionamento do mundo com sua<br />
complexidade e profusão de idéias.<br />
Isso não significa que precisamos ser passivos e<br />
aceitar qualquer coisa. Devemos sim, utilizar o<br />
pensamento, a razão, que nos foram dados pelo<br />
Pai, para que possamos entender a Filosofia como<br />
mais um ponto de apoio para justificar e comprovar<br />
que o pensar, essa capacidade que temos de<br />
“Pensar”, nos foi doada para que possamos obedecer<br />
ao Eterno e aos seus mandamentos.<br />
O Espírito Santo tem nos ensinado que a “Filosofia”<br />
nos últimos dias, será um tropeço bem penetrante,<br />
bem hábil e engenhoso para a Igreja de<br />
Yeshua; serão como “gotas holísticas”.<br />
Gota: É uma quantidade muito pequena de líquido<br />
que se destaca sob forma de um glóbulo; pingo.<br />
Gota a gota, aos pinguinhos, pingo por pingo; lentamente,<br />
pouco a pouco<br />
O Senhor está nos fazendo saber, nos prevenindo,<br />
a respeito da operação que já está sobre nós. Um<br />
medicamento filosófico será utilizado para trata-<br />
mento da Comunidade de Yeshua.<br />
Porque gotas holísticas? Por causa da Medicina<br />
holística. Holístico é um adjetivo relativo ao holismo.<br />
O holismo é uma atitude, uma ação, uma<br />
prática filosófica que busca tudo abranger, ou seja,<br />
conter tudo em si.<br />
A Medicina holística tem sua base na medicina<br />
oriental, e a medicina moderna buscou resgatar<br />
esta prática.<br />
Conceito: Medicina holística é a prática da medicina<br />
alternativa que defende “toda pessoa”, que<br />
abrange tudo. Então compreendemos, que a medicina<br />
holística (alternativa) entendeu que pode tratar<br />
também a alma e o espírito do homem, pois, para<br />
seus praticantes uma pessoa não é apenas um corpo<br />
com parte física, mas também um ser espiritual.<br />
Quanto a isto estão corretos, somos seres espirituais.<br />
Porém, tentar tratar o espírito com atitudes<br />
filosóficas, isto é loucura! Pois, nenhum recurso<br />
humano é capaz de suprir nossas necessidades espirituais,<br />
curar nossa alma ferida, doente, por causa<br />
do pecado.<br />
A função da “Palavra do Eterno” diz a Bíblia é pe-<br />
37
netrar em nós, com a finalidade “... de discernir os<br />
nossos pensamentos e as intenções do nosso coração...”<br />
corrupto; a fim de que possamos arrepender-nos<br />
dos nossos pecados, confessá-los e sermos<br />
curados. (Cf Hb 4:12)<br />
Irmãos, devemos perceber com que sutileza o inimigo<br />
trabalha. Ele materializou, através da medicina<br />
holística uma cura não só para o corpo do<br />
homem, mas também para o espírito.<br />
Porque a medicina holística é considerada uma<br />
medicina alternativa?<br />
Porque se pode escolher em vez de um tratamento,<br />
outro; isto quer dizer um caminho alternativo para<br />
curar as doenças do homem. Seus adeptos buscam<br />
evitar cirurgias, drogas como tratamento; embora<br />
gostem de rezas, das meditações, das dietas exóticas,<br />
como tratamento para diferentes problemas,<br />
inclusive os problemas espirituais.<br />
Irmãos, o que é uma cirurgia, senão a intervenção<br />
da mão do homem ou da mão de D’us? Porque<br />
evitar as cirurgias? Porque evitar a intervenção do<br />
Eterno em nossas vidas?<br />
Quando o Eterno deseja fazer uma cirurgia em<br />
nós, Ele, na realidade quer intervir com objetivo<br />
espiritual, cuja finalidade é julgar nossas ações e<br />
atitudes pecaminosas, para que sejamos curados.<br />
Porém irmãos, são poucos que desejam esse tipo<br />
de tratamento.<br />
Por isto, que os teólogos, os líderes têm buscado<br />
um caminho alternativo, mais fácil, que satisfaça o<br />
“Eu” do homem, para resolver os problemas espirituais.<br />
Gotas filosóficas.<br />
O Instituto de Medicina holística reconhece a<br />
“acumpultura”, homeopatia, a iridologia e a alimentação<br />
natural, como formas de tratamento<br />
holístico.<br />
Yeshua, quando “... clamava nas cidades deles.” (Mt<br />
11:1) Ele simplesmente estava cumprindo a Torah<br />
e sua missão sacerdotal, obedecendo a ordem do<br />
Eterno: clama, grita para que todos ouçam a Minha<br />
Palavra e sejam sarados.<br />
O manual dos sacerdotes é um dos livros da Torah,<br />
cujo nome em hebraico é “Vayikrá” que significa<br />
“Ele clama”. Na tradução para o grego, na LXX<br />
(septuaginta) deu-se o nome de Levitikou (Levítico).<br />
Os exegetas tradicionais chamam-no de Torah-há<br />
Kohanîns, ou seja: Torah dos Ministrantes,<br />
Manual dos Ministrantes.<br />
A Raiz da palavra “Vayikrá” é “qara” que significa:<br />
gritar, anunciar, chamar, ensinar e proclamar a Palavra<br />
do Eterno.<br />
Se, os sacerdotes de Elohîm não proclamarem,<br />
não anunciarem a Vontade do Eterno, estabelecida<br />
em sua palavra, os sacerdotes de “Allah” o farão,<br />
pois qara (que significa: gritar, clamar e anunciar)<br />
no árabe é “Qur’ãn” (O Corão) o livro sagrado dos<br />
mulçumanos, que significa “A Grita” o apelo, a<br />
proclamação pública da palavra de Allah.<br />
Por isso que Davi testifica de Yeshua o seguinte:<br />
“Jurou o Senhor, e não se arrependera: Tu és Sacerdote<br />
Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”.<br />
(Sl 110:4) (Cf Hb 7:1-11)<br />
João Batista se encontrava preso em uma fortaleza<br />
chamada “Maquero” (que sig: Fortaleza da Praia)<br />
segundo o historiador Josefo. Josefo menciona que<br />
em Maquero, João Batista ficou aprisionado e ali<br />
foi decapitado (o profeta que andava ao ar livre do<br />
deserto ficou encerrado quase um ano, antes de ser<br />
decapitado porque proclamou fortemente a Palavra<br />
do Senhor, denunciando o pecado).<br />
38
O encerramento de João ilustra o fato real de que<br />
ninguém deve supor que a vida espiritual ainda<br />
quando vivida em alto nível e sob o favor de D’us,<br />
sempre é acompanhada de prosperidade, paz e ausência<br />
de problemas. Esta é uma questão muito<br />
difícil para os teólogos, os filósofos entenderem,<br />
como também para o crente individualmente.<br />
A Vida Espiritual dessas três classes de pessoas<br />
(o filósofo, o teólogo e a maior parte dos crentes)<br />
não é a Fé que espera no Eterno, mais do que o<br />
conhecimento deste mundo, mais do que o conhecimento<br />
presente.<br />
“Disse-lhes Yeshua: Eu vi satanás, como raio,<br />
cair do céu. Eu vos dei autoridade para pisar serpentes<br />
e escorpiões, e toda força do inimigo, e<br />
nada vos fará dano algum. Mas não vos alegreis,<br />
porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos<br />
antes por estarem os vossos nomes escritos nos<br />
céus.” (Lc 10:18-20)<br />
A fortaleza de Maquero, onde estava João Batista<br />
foi ocupada pelos judeus que se rebelavam do<br />
governo romano. Mais tarde a fortaleza foi entregue<br />
definitivamente ao governador Romano<br />
“Lucilius Bassus” em 71 d.C. Foi deste cárcere que<br />
João enviou dois de seus discípulos a Yeshua per-<br />
guntando-lhe: “João ouvindo no cárcere falar dos<br />
feitos de Yeshua, enviou dois de seus discípulos a<br />
perguntar-lhe: És tu aquele que vem, ou ainda devemos<br />
esperar outro?” (Mt 11:2-3)<br />
O Messias esperado seria aquele que restabeleceria<br />
a Soberania de Israel e lavrá-lo-ia para sempre<br />
de seus inimigos. Israel esperava uma solução para<br />
o tempo presente.<br />
- O Salmista cantou a respeito d’Ele. “Ó Senhor,<br />
salva-nos; ó senhor concede-nos prosperidade.<br />
Bendito aquele que vem em nome do Senhor. Da<br />
casa do Senhor vos bendizemos.” ( Sl 118:25-26)<br />
- O profeta Daniel anunciou a respeito d’Ele. “Eu<br />
estava olhando nas minhas visões da noite, e vi que<br />
vinha nas nuvens do céu um como filho do homem.<br />
Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram<br />
chegar até ele. Foi lhe dão domínio, a honra e o<br />
reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram.<br />
O seu domínio é um domínio eterno, que não passará,<br />
e o seu reino único que não será destruído.”<br />
(Dn 7:13-14)<br />
- O próprio João Batista declarou. “Eu vos batizo<br />
com água, para arrependimento. Mas após mim vem<br />
aquele que é mais poderoso do que eu, cujas sandá-<br />
lias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o<br />
Espírito Santo e com fogo. Na mão Ele tem a pá e<br />
limpará a sua eira, recolhendo o trigo no seu celeiro<br />
e queimando a palha com fogo que nunca se apagará.”<br />
(Mt 3:11-12)<br />
Podemos entender assim, que todos aguardavam<br />
uma solução imediata para os problemas graves<br />
que enfrentava a nação de Israel desde a destruição<br />
do templo, pois, várias nações estrangeiras<br />
dominaram-nos por longos anos.<br />
Yeshua não responde diretamente a questão de<br />
João. Ele se contenta em expor fatos. Ele devolve a<br />
pergunta de João a respeito de sua identidade com<br />
a seguinte proposta. “Respondeu-lhes Yeshua: Ide,<br />
e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes.” (Mt<br />
11:4)<br />
Yeshua leva os seus discípulos a praticar o exercício<br />
de lucidez. Seus adeptos deviam demonstrar<br />
que compreenderam claramente seu ensino. “Os<br />
cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos,<br />
os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados,<br />
e aos pobres é anunciado o evangelho.” (Mt 11:5)<br />
Vejamos que Yeshua só se pronunciará claramente<br />
a respeito de sua identidade, em Samaria, diante<br />
39
da mulher samaritana. “Disse-lhe a mulher: eu sei<br />
que o Messias chamado Yeshua vem. Quando Ele<br />
vier, nos explicará tudo. Disse-lhe Yeshua: Eu o<br />
Sou, Eu que falo contigo.” ( Jo 4:25-26)<br />
Em (Mt 16:15) (Mc 8:29) (Lc 9:21). É Ele mesmo<br />
que interroga os seus adeptos a respeito da sua<br />
identidade.<br />
Yeshua sonda a percepção dos seus discípulos para<br />
ver se eles possuíam uma clarividência, ou seja,<br />
uma visão clara e penetrante a respeito d’Ele e do<br />
seu ensino. Sua intenção é ensinar o tempo inteiro.<br />
Ele então encerra dizendo: “É bem-aventurado<br />
(no hebraico) “asheréi”, que significa “em marcha”<br />
é aquele que não se escandalizar por minha causa.”<br />
(Mt 11:6)<br />
40
hoNra<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
O verbo “hadar”, honrar, ornamento, glo-<br />
rifi car é usado para descrever as relações humanas,<br />
pois, honrar, glorifi car, implica à obediência, mas<br />
também o respeito, a estima e a afeição. Vejamos a<br />
ordem prescrita na Torah.<br />
“Honra (glorifi ca) a teu pai e a tua mãe, para<br />
que se prolonguem os teus dias na terra que o<br />
Senhor teu D’us te dá”. (Ex 20:12)<br />
O termo glorifi ca, no hebraico “kabed” signifi cando<br />
etimologicamente, reconhecer o peso de uma<br />
pessoa, e sua autoridade.<br />
O contrário também acontece. Vejamos: Quando<br />
o sacerdote Eli deixou de corrigir seus fi lhos, que<br />
eram sacerdotes também, porém, desobedientes.<br />
O Eterno matou Eli e seus dois fi lhos Hofní e<br />
Finéias. A Bíblia nos ensina que a mulher de Finéias<br />
estava grávida e próxima ao parto. Quando<br />
ela soube que seu sogro e seu marido haviam morrido,<br />
ela encurvou-se e deu a luz. (Cf I Sm 4:19)<br />
Ela chamou o menino de “Icabode” signifi cando<br />
que: a glória se foi, a honra se foi. Podemos entender<br />
que ninguém mais reconheceria o peso e autoridade<br />
da casa de Eli, pois, o nome da criança já<br />
dizia isto, a honra lhe foi tirada.<br />
Outrora os exegetas e teólogos pensaram que este<br />
Mandamento “Honra a teu pai e a tua mãe...” signifi<br />
cava que os pais fossem representantes visíveis<br />
de Elohîms. Não, não é assim. Dentro de um contexto<br />
judaico, os rabis entendem que o Mandamento<br />
para dar peso ao pai e mãe (honra) insere o<br />
homem em sua realidade própria, recondunzindo-<br />
-o as origens do seu ser, ou seja; acompanhar alguém<br />
ao local de onde saíra. O objetivo é gerar em<br />
nós humildade, gratidão e respeito, por aqueles que<br />
foram usados por D’us, para nos trazer ao mundo.<br />
Ainda, analisando a palavra “hadar” (honrar), no<br />
contexto bíblico das relações humanas; a Torah, no<br />
Código de Santidade no ensina que os jovens devem<br />
honrar os mais velhos. “Diante das cãs te levantarás,<br />
honrarás a face dos anciãos e temerás o teu D’us. Eu<br />
Sou o Senhor.” (Lv 19:32)<br />
1º. Daí se conclui que por trás da Palavra se<br />
encontra a idéia de mostrar respeito pelos mais<br />
velhos.<br />
2º. Demonstrar honra a mulher ideal. “Enganosa<br />
e a graça e passageira a formosura, mas<br />
a mulher que teme ao Senhor, será louvada<br />
(honrada).” (Pr 31:30)<br />
3º. Honrar ao homem como criatura de D’us.<br />
“Que é o homem mortal, para que te lembres<br />
dele; o fi lho do homem para que o visites?<br />
Contudo, pouco menor do que D’us o fi zeste, e<br />
de glória e de honra o coroaste.” (Sl 8:4-5)<br />
4º. Quando o homem faz a vontade do Eterno,<br />
o próprio D’us procura honrá-lo. “Então<br />
entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor,<br />
e disse: quem sou eu, Senhor D’us, e que é a<br />
minha casa, que me trouxeste até aqui? E ainda<br />
isto, ó D’us, foi pouco aos Teus olhos, pelo que<br />
falaste da casa de Teu servo para tempos distantes,<br />
e proveste-me, segundo o costume dos<br />
homens, com esta exaltação, ó Senhor D’us.<br />
Que mais te dirá Davi acerca da honra feita ao<br />
teu servo? Porque tu bem conheces a teu servo.”<br />
(I Cr 17:16-18)<br />
(Cf II Sm 7:18-29)<br />
O verbo “hadar” (honra), envolve outras idéias,<br />
como: Incluindo a proibição bíblica de demonstrar<br />
parcialidade, ou seja, honrar e cortejar os mais ricos,<br />
41
ajulando-os em busca de atenção ou favores. “Não<br />
farás injustiça no juízo; não favorecerás ao pobre,<br />
nem serás complacente com o poderoso, mas com<br />
justiça julgarás o teu próximo.” (Lv 19:15)<br />
“Não te glories na presença do rei, nem te ponhas<br />
no lugar dos grandes.” (Pr 25:6)<br />
“Hadar” (honra), como substantivo é aplicado ao<br />
um rei e a sua majestade real, honrar ao próprio<br />
D’us. No aramaico, o verbo “hadar” (honrar), sempre<br />
significa honrar e glorificar a D’us. “Mas ao<br />
fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei<br />
os olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento,<br />
e eu bendisse ao Altíssimo, e louvei, e<br />
glorifiquei (honrei) ao que vive para sempre, cujo<br />
domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino<br />
é de geração em geração. Agora, pois, eu, Nabucodonosor,<br />
louvo, exalto, e glorifico (honro) ao rei<br />
do céu, porque todas as Suas obras são verdade e<br />
os seus caminhos justos, e pode humilhar aos que<br />
andam na soberba.” (Dn 4:34, 37)<br />
Vejamos que honrar a D’us, é mais que simplesmente<br />
reverenciá-lo, respeitá-lo ou ofertar a Ele,<br />
assim nos ensina o apóstolo Paulo, escrevendo a<br />
Timóteo. “É, é sem dúvida alguma, grande o mistério<br />
da piedade...”. (I Tm 3:16a)<br />
Mistério é tudo que tem causa desconhecida ou<br />
é incompreensível, inexplicável e encoberto. Isto<br />
quer dizer que o homem natural não é piedoso<br />
pela sua própria razão, ou pela intuição ou investigação,<br />
pois, a piedade é a virtude que alguém tem<br />
de dar honra somente a D’us. Então compreendemos<br />
que só o Eterno pode encher o ser humano e<br />
provê-lo de condições espirituais necessárias, afim<br />
de que o homem possa dar honras somente a D’us.<br />
Exemplo: Quando Finéias filho de Eleazar, filho<br />
de Arão o sacerdote desviou a ira de sobre os filhos<br />
de Israel, ele honrou o nome do Eterno e foi premiado<br />
por este feito inédito. A recompensa pela<br />
fidelidade a D’us, e a honra ao Seu nome, foi estabelecido<br />
com Finéias a aliança sacerdotal. (Cf Nm<br />
25:10-13)<br />
Finalmente, honra é um atributo do Messias, do<br />
Rei Yeshua HaMashiach ( Jesus o nosso Messias),<br />
que construirá o templo e terá honra real. “Assim<br />
diz o Senhor dos Exércitos: Aqui está o homem,<br />
cujo nome é renovo (Rei e Sacerdote), e Ele brotará<br />
do Seu lugar e edificará o templo do Senhor.<br />
Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e levará<br />
a glória, e assentar-se-á, e dominará no Seu trono.<br />
E Ele será sacerdote no Seu trono, e haverá harmonia<br />
entre os dois.” (Zc 6:12-13)<br />
42
CobIça<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
O desejo desordenado de adquirir, posição social,<br />
fama, prata, ouro tanto na vida secular quanto religiosa,<br />
esse desejo chama-se “cobiça”, da origem a<br />
vários e numerosos males.<br />
A Bíblia condena esse pecado. Na Torah (Ex.<br />
20:17) “ Não cobiçarás...”<br />
Em Provérbios (Pv 30:8-9) encontramos uma oração:<br />
“Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa;<br />
não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-<br />
-me do pão da minha porção de costume; Para que,<br />
porventura, estando farto não te negue, e venha a<br />
dizer: Quem é o SENHOR? ou que, empobrecendo,<br />
não venha a furtar, e profane o teu nome.”<br />
Paulo escrevendo ao seu filho na Fé Timóteo (I<br />
Tm 6:3-10): “Se alguém ensina alguma outra doutrina,<br />
e se não conforma com as sãs palavras de<br />
nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que<br />
é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas<br />
delira acerca de questões e contendas de palavras,<br />
das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins<br />
suspeitas, Contendas de homens corruptos de en-<br />
tendimento, e privados da verdade, cuidando que<br />
a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.<br />
Mas é grande ganho a piedade com contentamento.<br />
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto<br />
é que nada podemos levar dele. Tendo, porém,<br />
sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos<br />
com isso contentes. Mas os que querem ser ricos<br />
caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências<br />
loucas e nocivas, que submergem os<br />
homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro<br />
é a raiz de toda a espécie de males; e nessa<br />
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram<br />
a si mesmos com muitas dores.”<br />
meditação: (Jz 17 e Jz 18)<br />
A Idolatria de Mica e da Tribo de Dã.<br />
Mãe de Mica era sem dúvida uma boa negociante,<br />
por quanto tinha conseguido acumular uma quantia<br />
em dinheiro incomum para uma mulher.<br />
Mica era natural do monte Efraim, e ele herdou<br />
toda avareza de sua mãe. Furtou 1.100 peças de prata<br />
de sua mãe. Ela lançou uma maldição para aquele<br />
que tivesse furtado aquela enorme quantia de prata.<br />
Mica temendo a maldição confessou a sua mãe<br />
que havia roubado dela aquela importância (um<br />
ciclo de prata representava o salário de um trabalhador<br />
dos campos por mês, e isso significava que<br />
a soma era bastante alta).<br />
Quando a mãe de Mica ouviu a confissão do filho,<br />
tentou contrabalançar sua maldição anterior por<br />
meio de uma bênção.<br />
( Jz 17:3) “...De minha mão dedico este dinheiro<br />
ao SENHOR para meu filho, para fazer uma imagem<br />
de escultura e uma de fundição...”<br />
A ignorância da mãe de Mica era grande. Ela pensava<br />
que “Adonai” podia ser adorado por meio daquelas<br />
imagens. Ela desconhecia a “Torah”, com a<br />
proibição da parte de Elohim de construir ídolos.<br />
(Ex 20:4-5) “ Não farás para ti imagens de escultura...”<br />
(Ex 34:17) “Não farás para ti deuses de fundição...”<br />
O avarento ou a cobiça é a forma de auto-adoração<br />
que expulsa D-us das nossas vidas. O apóstolo<br />
Paulo escrevendo aos Efésios , aos Colossenses, ele<br />
chama o avarento de idólatra.<br />
43
(Ef 5:5) “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente,<br />
ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança<br />
no reino de Cristo e de D-us.”<br />
(Cl 3:5) “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:<br />
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo<br />
maligno e a avareza, que é idolatria;...”<br />
A mãe de Mica entronizou no seu coração essa<br />
modalidade de egoísmo (avareza) de tal modo<br />
que o próprio “Eu” é o deus adorado. Quando ela<br />
manda fazer uma imagem de fundição para o seu<br />
fi lho, ela simplesmente materializou o que existia<br />
dentro do seu coração (Avareza).<br />
Avareza no hebraico é: ( batsa ou betsa )<br />
Conseguir , adquirir, ser cobiçoso, ser avarento, lucro,<br />
ganho injusto, cobiça.<br />
É alguém que pratica a extorsão e “tira “ a sua parte<br />
dos lucros de um negócio nada legítimo. Foi o<br />
que aconteceu com Mica. É a concupiscência do<br />
lucro pessoal.<br />
( Jz 17:5) “E, assim, este homem, Mica, veio a ter<br />
uma casa de deuses; fez uma estola sacerdotal e<br />
ídolos do lar e consagrou a um de seus fi lhos,<br />
para que lhe fosse por sacerdote.”<br />
Começou então na casa de Mica um culto estranho,<br />
desenvolveu-se sob uma forma mais elaborada,<br />
a idolatria cresceu, fl oresceu, “tudo em nome<br />
de Adonai”. Ele contava com uma estola sacerdotal,<br />
imitando o culto efetuado no tabernáculo.<br />
Consagrou, literalmente no hebraico diz: “encheu<br />
as mãos”, de um de seus fi lhos como um sacerdote.<br />
A expressão “encher as mãos” tem o sentido do<br />
sacerdote receber pela primeira vez em suas mãos,<br />
uma oferta para apresentar ao Senhor. (Ex 29:24)<br />
“Todas estas coisas porás nas mãos de Arão e nas<br />
de seus fi lhos e, movendo-as de um lado para outro,<br />
as oferecerás como ofertas movidas perante o<br />
SENHOR.<br />
A Bíblia diz que neste período cada qual “...fazia<br />
o que achava mais reto.” ( Jz 17:6) Esse é um comentário<br />
resumido da situação caótica da época<br />
de Mica. E isso tem prosseguido até os nossos dias<br />
com o corpo de “Yeshua”, fragmentado pelos líderes<br />
por causa do desejo desordenado de adquirir<br />
coisas, posição social, fama, proeminência religiosa<br />
(É avareza). Como poderia haver uma casa de<br />
ídolos dedicada a Adonai? As coisas andavam e<br />
andam enlouquecidas, cada qual querendo fazer<br />
algo diferente, em lugar de deixar-se moldar pela<br />
Torah, para adquirirmos assim uma qualidade de<br />
vida melhor.<br />
Mica então vai agora, aprimorar o seu culto pagão,<br />
colocando um levita a testa do culto. Esse levita<br />
vem de Belém de Judá. (cf. Jz 17:3-13) e chegou a<br />
casa de Mica.<br />
Ele descobre que o levita provia uma grande autoridade,<br />
pois era neto de Moisés, fi lho de Gérson.<br />
( Jz 18:30). Seu nome era Jônatas.<br />
“Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por<br />
pai e sacerdote; e cada ano te darei dez siclos de<br />
prata, o vestuário e o sustento.” ( Jz 17:10)<br />
Tanto o levita quanto Mica devem ter pensado<br />
que Adonai o tinha levado até ali. Sem dúvida,<br />
Mica fi cou muito contente por poder contratá-lo,<br />
porque, mediante a instalação daquele levita em<br />
sua casa, como o cabeça do culto, pois o levita viera<br />
autenticar a Fé sincretista de Mica. Podemos ver<br />
que os levitas tinham prestígio e muito mais Jônatas<br />
sendo descendente de Moisés.<br />
Assim fi cou também satisfeito o levita, seria um<br />
44
líder espiritual que cuidaria do santuário de Mica,<br />
sem dúvida deve ter parecido um bom emprego.<br />
Não ficaria rico, mas também não passaria necessidade.<br />
Afinal, o levita havia sido treinado para exercer<br />
aquela função, tinha know-how, e seria prestigiado.<br />
A verdade é: satanás havia conseguido o que planejara.<br />
“Tudo feito em nome de Adonai”. A presença<br />
do levita servia de forte consolação para mica. Ele<br />
tinha a certeza de que, tendo encontrado um levita<br />
que cuidasse do seu santuário, Adonai haveria de<br />
abençoá-lo. “ Então, disse Mica: Sei, agora, que o<br />
SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita<br />
por sacerdote. ( Jz 17:13)<br />
Ele tinha certeza de que o Senhor haveria agora de<br />
mostrar-se mais favorável, porquanto dispunha de<br />
um genuíno sacerdote levita para que efetuasse apropriada<br />
e eficazmente os ritos religiosos.<br />
Entretanto a idolatria assombrava todo aquele<br />
santuário. “ A avareza tomara também o coração<br />
do levita e ele se tornou um idólatra, como Mica<br />
e sua mãe.<br />
Mica estava consolado!.. Estarmos certos e sentirmos<br />
consolados nem sempre significa que estamos<br />
com razão.<br />
Os contextos nos quais as duas palavras hebraicas<br />
(batsa) ser cobiçoso, ser avarento, (betsa) lucro,<br />
ganho injusto, ocorrem enfatizando dois pontos<br />
importantes relativos a concupiscência do lucro<br />
pessoal.<br />
1) Essa é uma tentação especial para líderes.<br />
Confere comigo o critério exigido pela Torah<br />
na escolha de um líder.<br />
“Procura dentre o povo homens capazes, tementes<br />
a D-us, homens de verdade, que aborreçam<br />
a avareza; põe-nos sobre eles por chefes<br />
de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e<br />
chefes de dez;...” (Ex 18:21)<br />
Muitas vezes o desejo de lucro pessoal “avareza”<br />
por parte dos líderes levou Israel a pecar.<br />
“Porém seus filhos não andaram pelos caminhos<br />
dele; antes, se inclinaram à avareza, e<br />
aceitaram subornos, e perverteram o direito.”<br />
(1 Sm 8:3)<br />
“Estes cães são gulosos, nunca se podem fartar.<br />
São pastores que nada compreendem; todos<br />
eles se tornam para o seu caminho, cada um<br />
para a sua ganância, todos sem exceção.” (Is<br />
56:11) ( Jr 8:10) ( Jr 22:17)<br />
Por isso, os líderes que mostram tal inclinação<br />
não estão qualificados para a liderança. Porque<br />
eles sustentam um desejo “desordenado” de adquirir<br />
posição social, fama, prata, ouro, esse é<br />
um dos principais fatores por detrás de todas<br />
as guerras.<br />
2) O forte desejo (cobiça, avareza) pelo lucro<br />
pessoal esta em contradição direta com a devoção<br />
altruísta (amor desinteressado ao próximo)<br />
devida a D-us.<br />
Tudo isso vai destruir a pessoa que a possui.<br />
“Tais são as veredas de todo aquele que se entrega<br />
a cobiça; ela prende a alma dos que a possuem.”<br />
(Pv 1:19)<br />
“ O que é ávido por lucro desonesto transtorna<br />
a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá.”<br />
(Pv 15:27)<br />
3) Talvez seu resultado mais desastroso seja a<br />
tendência de trazer insensibilidade. “Eles vem<br />
a ti, como o povo costuma vir, e se assentam<br />
diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas<br />
palavras, mas não as põem em prática, pois<br />
45
lisonjeiam com a boca, mas o seu coração vai<br />
após o lucro.”<br />
Um monstro de sincretismo, tinha sido iniciada<br />
na casa de Mica, e era um levita que ali<br />
iniciava. Aquela adoração era uma oposição ao<br />
culto no Tabernáculo.<br />
O território de Efraim não era um lugar legítimo<br />
para um santuário. Mas, o pior estava por vir. Os<br />
danitas estavam localizados (pela justa distribuição<br />
da herança dos Filhos de Israel , por Josué)<br />
( Js 19:40-46), mais para o sudoeste. Mas a pressão<br />
exercida pelos filisteus, ameaçou a tribo de Dã, e<br />
eles insatisfeitos, não consultaram ao Senhor, resolveram<br />
transferir-se para um território mais fácil,<br />
abandonando suas terras ao sul.<br />
( Jz 18) nos diz que cinco “líderes” selecionados<br />
para investigarem a região mais ao norte, afim de<br />
analisar a possibilidade de mudança.<br />
A rota seguida pelos danitas fê-los chegar a casa<br />
de Mica. Ficaram surpresos encontrando ali um<br />
levita. Então aproveitaram a sua presença para<br />
consultar o oráculo, e tendo obtido uma resposta<br />
favorável, prosseguiram com toda confiança.<br />
Os líderes da tribo de Dã, foram totalmente enganados<br />
pelo levita, e pelo espírito das trevas que<br />
ali exercia autoridade naquele santuário pagão,<br />
porque não estavam qualificados por Adonai para<br />
exercerem a liderança. Eram gananciosos, preocupados<br />
com eles mesmos, interessados numa vida<br />
mais fácil; desobedientes ao Senhor e a Sua Palavra.<br />
A Bíblia nos ensina em ( Jz 18:18-20a) “ Entrando<br />
eles, pois, na casa de Mica e tomando a imagem<br />
de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e<br />
a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que<br />
estais fazendo? Eles lhe disseram: Cala-te, e põe<br />
a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e<br />
sacerdote. Ser-te-á melhor seres sacerdote da casa<br />
de um só homem do que seres sacerdote de uma<br />
tribo e de uma família em Israel? Então o coração<br />
do sacerdote se alegrou...”<br />
Os líderes juntamente com os seiscentos homens<br />
da tribo de Dã estavam ali para roubar, e aplicar<br />
violência, se fosse necessário.<br />
Quase sempre, o avarento provoca alguma ação de<br />
violência a fim de adquirir o que ele deseja. O avarento<br />
é maligno e injusto.<br />
Embora isso envolvesse em um ato de traição em<br />
relação a Mica, seu coração ( Jônatas) astucioso<br />
segredou-lhe que a negociação lhe era vantajosa,<br />
porquanto seu prestígio como sacerdote aumentaria.<br />
Tudo foi tomado, todo o equipamento do<br />
oráculo e o sacerdote aliou-se aos seiscentos guerreiros<br />
de Dã.<br />
Resultado: Toda tribo de Dã levantou para si<br />
aquela imagem de escultura, “... e Jônatas, filho de<br />
Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram<br />
sacerdotes da tribo dos danitas até ao dia do<br />
cativeiro do povo.” ( Jz 18:30)<br />
Aquele culto na cidade de Dã, tornou-se rival do<br />
tabernáculo em Siló.<br />
Assim muitos ministérios tem se levantado. Com<br />
toda espécie de paganismo, e se opondo de maneira<br />
gritante ao Senhor e a sua palavra.<br />
Pai, tenha misericórdia de nós!. Dá-nos capacidade<br />
de servir ao Senhor, desinteressadamente, pelo<br />
puro prazer de servi-lo e adorá-lo.<br />
Em nome de Yeshua HaMashiach<br />
46
CaDES-barNéIa<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
nome de duas Cidades do antiGo testamento.<br />
1º Cades-Barnéia<br />
2º Cades no Orantes (uma capital hitita situada às<br />
margens do Rio Orantes, 130 quilômetros ao norte<br />
de Damasco). Mas, nós iremos meditar nos eventos<br />
ocorridos em Cades-Barnéia.<br />
1º Cades-Barnéia<br />
Uma área de FONTES no deserto, localizada 80<br />
quilômetros ao sul de Berseba. Às vezes é chamada<br />
simplesmente de Cades.<br />
DO EGITO À TERRA PROMETIDA<br />
Uma das fontes, “Ain Qedeis”, preserva o antigo<br />
nome.<br />
Cades-Barnéia é citada diversas vezes em relato a<br />
cerca dos Patriarcas. Em Gênesis quatorze a ação<br />
militar de grande envergadura em que Lot, sobrinho<br />
de Abraão foi capturado. A intenção é nos<br />
fornecer um relato preciso sobre a guerra entre os<br />
reinos, na qual Abraão foi envolvido.<br />
Os reis vindos do Oriente e do norte, invadem<br />
a Transjordânia pela estrada que vai de Da-<br />
masco até o sul, sobre as margens do Golfo de Akaba,<br />
e, fi nalmente, até Cades-Barnéia; conquistando,<br />
à sua passagem, e os principais estabelecimentos<br />
cananeus.<br />
47
Após a partida do Egito, os hebreus seguirão o mesmo<br />
itinerário em sentido inverso, saindo de Cades-<br />
-Barnéia; guerreando contra os mesmos povos, atravessando<br />
as regiões antes ocupadas por ele, Abraão.<br />
É notável observar como os hebreus marchavam<br />
e progrediam na mesma proporção, conservando<br />
sempre igualdade do que Abraão fez, e os povos de<br />
que fala o capítulo quatorze de Gênesis não mais<br />
existiam no período de Moisés.<br />
Mas, sobre os “hebreus” estavam fi xos os olhos de<br />
Adonai. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho<br />
que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.”<br />
(Sl 32:8)<br />
Ainda no capítulo quatorze de Gênesis podemos<br />
observar o claro objetivo de Abraão. Expulsando<br />
os reis do norte, torna-se o vencedor dos vencedores,<br />
ele se apropria de suas conquistas. Após haver<br />
tomado posse “Espiritual” da terra de Canaã, nela<br />
implantando os altares de “Adonai”, ele confi rma<br />
seu direito pela força da Espada.<br />
Abraão prova sua capacidade de realizar a promessa<br />
que lhe foi feita. Sua descendência terá direito a<br />
terra de Canaã por promessa divina, por apropriação<br />
“espiritual” e por conquista militar.<br />
* A vitória de Abraão é total; num espírito de<br />
“Paz”ele havia repartido o país e deixado seu sobrinho<br />
Lot com suas terras. Mas, ele foi preso em cativeiro.<br />
Daí a intervenção militar de Abraão salvando<br />
Lot, mas este, salvo por ele, torna-se seu vassalo.<br />
A partilha termina. Abraão tomou militarmente<br />
posse da terra da promessa, de Dã a Eilat, para ele<br />
e para a sua descendência. A promessa de Adonai<br />
realizou-se.<br />
1º Cades-Barnéia (Gn 16:14) Região para<br />
onde Hagar fugiu com Ismael.<br />
2º Cades-Barnéia (Gn 20:1) Abraão estabeleceu-se<br />
ali por algum tempo.<br />
3º Cades-Barnéia aparece com destaque no<br />
período de peregrinação no deserto da história<br />
de Israel. Foi o local de uma prolongada parada<br />
no deserto; “Os dias que caminhamos, desde<br />
Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de<br />
Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda<br />
aquela geração dos homens de guerra se consumiu<br />
do meio do acampamento, como o Senhor<br />
lhes jurara.” (Dt 2:14)<br />
A partir desta longa parada em Cades-Barnéia,<br />
que o Espírito Santo nos leva a entender que ali,<br />
foram gerados os fi lhos de Cades e foram mortos<br />
os fi lhos de Barnéia. Quem são os fi lhos de Cades?<br />
Quem são os fi lhos de Barnéia?<br />
Filhos de Cades.<br />
Cades signifi ca “santo, consagrado”<br />
(qadesh) “Cades”<br />
O sentido que a palavra “Cades” tem, como conseqüência<br />
da associação que é provocada pelo seu<br />
signifi cado. Com a conotação do estado daquilo<br />
que pertence à esfera do que é sagrado, de acordo<br />
com o contexto que distingui-se do que é comum<br />
ou profano.<br />
1º A santidade em sentido mais sublime é aplicada<br />
a D-us.<br />
A santidade na bondade, e não meramente na<br />
ausência do mal.<br />
2º D-us é a essência absoluta da santidade, da<br />
bondade, e da retidão, sendo “Ele” o alvo de<br />
toda a inquirição por santidade, pureza, e bem-<br />
-estar, baseados na retidão.<br />
48
3º A santidade de D-us é perfeita e inspiradora.<br />
“Louvem o teu nome grande e tremendo,<br />
pois és santo.” (Sl 99:3)<br />
4º A santidade de Adonai é exibida em seu caráter.<br />
“Já não permanecerei no mundo por muito<br />
tempo, mas, eles estão no mundo, e eu vou<br />
para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu<br />
nome, o nome que me deste, para que sejam<br />
um, assim como nós.” ( Jo 17:11)<br />
Com o seu caráter, seus atributos santos, Ele pretende<br />
que seus fi lhos obedeçam a sua palavra,<br />
creiam e sejam santos também.<br />
Adonai tirou o seu povo do Egito, e prometeu dar-<br />
-lhes a terra de Canaã. Fez maravilhas no meio<br />
deles, manifestou sua bondade, e exibiu sua “SO-<br />
BERANIA”, sua força seu poder e domínio sobre<br />
todas as coisas criadas tanto no céu quanto na<br />
terra. Levou-os pelo deserto do Sinai até Cades-<br />
-Barnéia, localidade com grandes FONTES a fi m<br />
de dar de beber aos homens e aos animais.<br />
Ele pensou em tudo! Criou um ambiente favorável<br />
a fi m de que os hebreus cumprissem o seu<br />
propósito. Os Filhos de Cades são fi lhos consagrados,<br />
fi lhos santos, obedientes às ordens de Elo-<br />
hîm, prontos para cumprir os seus planos que é<br />
introduzi-los na terra de Canaã.<br />
Mas, os obstáculos que foram surgindo, tornou-se<br />
um problema para o seu povo.<br />
Havia dois grandes obstáculos que os israelitas<br />
criaram e que nós, no nosso dia a dia fazemos<br />
igual a eles, ou pior que eles.<br />
1º Rejeição ao plano de Adonai.<br />
“Então levantou-se a <strong>Congregação</strong>, e gritou em<br />
voz alta, e o povo chorou aquela noite. Todos os<br />
fi lhos de Israel murmuraram contra Moisés, e<br />
contra Arão; e toda a congregação lhes disse: antes<br />
tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou mesmo<br />
neste deserto!<br />
E porque nos traz o Senhor a esta terra para cairmos<br />
à espada, e para que nossas mulheres e nossas<br />
crianças sejam por presa? Não nos seria melhor<br />
voltarmos para o Egito? E diziam uns aos outros:<br />
Levantemos a um para nosso capitão, e voltemos<br />
para o Egito.” (Nm 14:1-4)<br />
Eles estavam gerando fi lhos de Barnéia, fi lhos incrédulos,<br />
mal agradecidos, fi lhos que não obedecem,<br />
que não ouvem conselho, inconstantes; tolos, fúteis.<br />
O Obstáculo: “Incredulidade”.<br />
Incredulidade é não crer. Que difi cilmente se deixa<br />
convencer.<br />
Essa é a incredulidade chamada proposital, que<br />
resulta em revolta.<br />
A verdade já fora revelada. Era o plano de conduzi-los<br />
à terra prometida.<br />
O que acontece com a incredulidade proposital,<br />
além de gerar Filhos de Barnéia?<br />
Ela é uma afronta direta a Veracidade Divina, e<br />
um lugar como Cades-Barnéia de FONTES, com<br />
abundância de águas se tornou lugar de julgamento<br />
para os seu povo.<br />
(mishpat) Justiça.<br />
Mishpat é usado para designar o governo de Adonai<br />
sobre seu povo. E a sua “SOBERANIA” é a<br />
base legal da sua ação governamental, no sentido<br />
de autoridade e direito.<br />
Hoje, nos nossos dias as pessoas estão acostuma-<br />
49
das a encontrar isso em constituições humanas, e<br />
na natureza do homem, declarando os (direitos<br />
naturais), mas, de acordo com as Escrituras Sagradas,<br />
toda Autoridade é divina. Que quer dizer<br />
isso? Se a autoridade não receber “unção divina”<br />
ela não é autoridade, porque o Mishpat é de D-us.<br />
“Não mostrareis parcialidade no julgamento,<br />
ouvireis tanto o pequeno como o grande, não<br />
temereis a ninguém, pois o juízo é de D-us.<br />
Mas se a causa for difícil para vós, fá-la-eis vir<br />
a mim, e Eu a ouvirei”. (Dt 1:17)<br />
Quando a <strong>Congregação</strong> dos filhos de Israel murmuraram,<br />
eles se queixavam de Moisés e Arão?<br />
Sim. Pois eles eram as duas autoridades físicas<br />
investidas de toda “unção divina” para governar e<br />
dirigir o seu povo. Portanto, quando os incrédulos<br />
filhos de Barnéia se queixavam, estavam murmurando<br />
contra o próprio D-us.<br />
“Até quando sofrerei esta má congregação, que<br />
murmura contra mim? Tenho ouvido as queixas<br />
desses murmuradores filhos de Israel.” (Nm<br />
14:27)<br />
Para todo aquele que rejeita o plano de Adonai, numa<br />
incredulidade proposital, que resultou numa revolta<br />
violenta só lhe resta o “Mishpat” de D-us. O julgamento,<br />
o juízo que aconteceu em Cades-Barnéia.<br />
“Dize-lhes: por minha vida, diz o Senhor, que,<br />
como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós<br />
outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres,<br />
como também todos os que de vós foram contados<br />
segundo o censo, de vinte anos para cima, os que<br />
dentre vós contra mim murmurastes. Não entrareis<br />
na terra, pela qual jurei que vos faria habitar<br />
nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de<br />
Num. Mas os vossos filhos de que dizeis: Por presa<br />
serão, farei entrar nela; e eles conhecerão a terra<br />
que vós desprezastes.”<br />
O “Mishpat” (juízo, julgamento) de Adonai estava<br />
estabelecido.<br />
Os filhos de Barnéia morreriam e os filhos de Cades<br />
serão consagrados ao Senhor e conhecerão a terra.<br />
Todo Mishpat verdadeiro tem a sua “fonte” no<br />
próprio D-us e, por esse motivo traz consigo as<br />
exigências divinas.<br />
Quando portanto as Escrituras falam dos Mishpat<br />
de D-us (o que freqüentemente acontece) a palavra<br />
possui a conotação particular, não tanto de<br />
justos estatutos, mas de justas Reivindicações de<br />
D-us. Ele é o Senhor e pode reivindicar.<br />
Que é reivindicar? Adonai reclama uma coisa que<br />
pertence a “Ele”, reivindica sua herança seus filhos<br />
que foram criados por “Ele” para serem santos e<br />
irrepreensíveis.<br />
Adonai exige um melhoramento das condições de<br />
vida do seu povo. Ele reclama para si e quer nos<br />
assumir.<br />
Então, podemos compreender que todo direito e<br />
autoridade que existe é d’Ele.<br />
“...pois o Senhor é D-us de justiça...” (Is 30:18)<br />
Toda desobediência gerada pela incredulidade<br />
tem o seu fim, a morte.<br />
“Eu, o Senhor, falei, e certamente assim farei, a<br />
toda esta má <strong>Congregação</strong>, que se levanta contra<br />
mim neste deserto se consumirão e morrerão.”<br />
(Nm 14:35)<br />
“Pois o salário do pecado é a morte, mas o Dom<br />
gratuito de D-us é a vida eterna, em Cristo Jesus<br />
nosso Senhor.” (Rm 6:23)<br />
50
Assim, nos encontramos hoje, no mesmo paralelo<br />
com Israel; as mesmas dificuldades que os hebreus<br />
enfrentaram para entrar na terra prometida.<br />
A Igreja de Yeshua precisa assumir de todo o coração,<br />
(principalmente os líderes) uma vida de “Obediência<br />
e Fé” para retornar-mos a Jerusalém; e isso significa<br />
retornar aos princípios básicos prescritos na Bíblia<br />
Sagrada para o nosso bem-estar físico e espiritual.<br />
O Shabat, o dia solene de descanso, que foi substituído<br />
pelo Domingo. As festas bíblicas, que a<br />
Igreja tornou sem efeito (Páscoa, Pães Asmos,<br />
Primícias, Pentecostes, Trombetas e Tabernáculos)<br />
dando lugar, ao dia do papai, dia da mamãe, dia do<br />
namorado, natal, etc.<br />
As conseqüências têm sido muito graves.<br />
Uma conseqüência grave, é que a Igreja não tem<br />
autoridade espiritual, perdeu sua credibilidade perante<br />
o mundo secular; o santo mistura-se com<br />
o profano. A necessidade de RETORNAR se<br />
faz necessário, e muito urgente, para legalmente<br />
ajustar-mos a “tudo” que nos foi legitimado pelos<br />
“patriarcas, profetas” e pelo sangue de Yeshua, pois<br />
temos direitos legais como filhos de possuir a herança<br />
que nos foi outorgada.<br />
Existe no nosso meio, duas grandes oposições.<br />
1º São os filhos de Barnéia. Eu considero esta<br />
oposição a pior, pois são eles os revoltados, gerados<br />
pela incredulidade, e se levantam fazendo parceria<br />
com os demônios contra O Plano, O Propósito, O<br />
Projeto de Adonai. Esta oposição mantém-se no<br />
nosso meio de maneira sutil.<br />
Suas características são: eles são perspicaz, hábeis,<br />
e habilidosos na arte do engano. Eles são quase<br />
imperceptíveis (pois se parecem com os santos)<br />
andam sem fazer qualquer ruído, tipo um gato.<br />
João escrevendo para os últimos dias os classifica<br />
muito bem: “...aqueles que se dizem judeus e não<br />
são, mas são sinagoga de satanás.” (Ap 2:9b). São<br />
opositores ao Plano de Adonai de retorno. Eles<br />
estão conosco, perturbando, produzindo todo tipo<br />
de afronta à autoridade maior que é D-us.<br />
2º Oposição são aqueles que tem muito prazer no<br />
estilo de vida mundano e profano, são carnais e<br />
não estão preocupados em buscar se esforçar por<br />
uma vida de “Santidade”.<br />
Esses prejudicam o corpo de Cristo? Sim. Mas, o<br />
prejuízo maior é para eles mesmos.<br />
Quanto aos outros, é mais grave pois enfrentam<br />
com altivez e arrogância, orgulho, o próprio criador.<br />
A tarefa deles é atrasar o projeto, ganhar tempo.<br />
Esses terão que ser eliminados pelo Mishpat<br />
(juízo) de D-us.<br />
Qual é então a nossa posição diante de tantos problemas?<br />
Nos levantar em oração e clamar-mos os “Mishpat”<br />
(juízos e julgamentos) de Adonai na “Celebração<br />
de Pesah” (Páscoa), pois consideramos um período<br />
apropriado para as grandes batalhas, pois é de interesse<br />
de Elohîm nos conduzir, iniciando o ciclo<br />
(já que Pesah é celebrada no 1º mês do ano) (Ex<br />
12:2) com vitórias já estabelecidas, colocando um<br />
marco que irá assinalar com firmeza territórios<br />
conquistados.<br />
“Quem é injusto, faça injustiça ainda; que está<br />
sujo, suje-se mais ainda; que é justo, faça justiça<br />
ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.”<br />
(Ap 22:11)<br />
51
aDvErtêNCIa<br />
Para oS CrENtES<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
“Temamos, portanto, que, tendo-nos sido deixada<br />
a promessa, de entrar no seu descanso,<br />
suceda que algum de vós, tenha falhado.” (Hb<br />
4:1)<br />
Os avisos constantes nesta epístola aos hebreus são<br />
reais, e não meros truques psicológicos que visam<br />
assustar apenas aos crentes, para que não façam o<br />
que não devem.<br />
Afirmamos que são crentes “reais” que são advertidos,<br />
pois são os que reputam ser crentes verdadeiros,<br />
cuja experiência com Yeshua é válida. Notemos<br />
como o autor sagrado se inclui entre esses:<br />
“Temamos...”<br />
Isso estabelece claramente a quem são dirigidas<br />
essas advertências.<br />
O próprio apóstolo Paulo “temia” ser desqualificado<br />
na carreira.<br />
“Antes, subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão,<br />
para que, pregando aos outros, eu mesmo<br />
não venha de alguma maneira a ficar reprovado.”<br />
(I Co 9:27)<br />
Temamos: Sentimento de respeito ou reverência.<br />
Ato ou efeito de temer; receio, susto, medo, pavor,<br />
terror.<br />
Este é o sinônimo da palavra temor na nossa língua<br />
portuguesa. Mas, na linguagem bíblica, você<br />
vai ver, que a palavra ganha uma flexibilidade que<br />
nos capacitará a ver com clareza vários tipos de<br />
temor. Só assim podemos entender a linguagem<br />
do Espírito Santo descrita na carta aos Hebreus<br />
no capítulo quatro.<br />
A palavra hebraica é: (Yare); temeroso, com medo.<br />
Ou (Yir’â); temor, temeroso.<br />
Neste caso, podemos dividir em cinco categorias<br />
o temor:<br />
1º O temor emocional;<br />
2º O temor intelectual;<br />
3º O temor através da adoração formal;<br />
4º O temor pela reverência e respeito;<br />
5º O temor através da piedade e de um comportamento<br />
íntegro.<br />
1º Vamos analisar o Temor Emocional.<br />
Sua característica: Ele é uma perturbação geralmente<br />
passageira, por algum fato que provoca<br />
surpresa, ou mesmo perigo. Afeta diretamente o<br />
nosso espírito.<br />
Exemplo: a mensagem causou-lhe grande emoção,<br />
impressionou muito. Mas, se é emocional apenas<br />
é passageira. Um exemplo bíblico bem claro é o<br />
temor emocional dos hebreus diante do fogo no<br />
Monte Sinai. “Face a face o Senhor falou conosco<br />
no monte no meio do fogo. Nesse tempo, eu estava<br />
em pé entre o Senhor e vós, para vos notificar a<br />
palavra do Senhor, porque temestes o fogo e não<br />
subistes ao Monte, dizendo...” (Dt 5:4-5)<br />
“Quando o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e<br />
o clangor da buzina, e o Monte fumegante, tremeu<br />
de medo, retirou-se e pôs-se de longe.” (Leia por<br />
favor Ex 20:18-21 para que você entenda perfeitamente<br />
sobre o temor emocional).<br />
2º O Temor Intelectual não tem ênfase emocional.<br />
Sua característica: Age para defesa própria. O te-<br />
52
mor intelectual se dá apenas com o entendimento<br />
com a mente, a inteligência. Exemplo bíblico: foi a<br />
reação de Davi, enquanto estava na corte de Áquis;<br />
pois Davi gozava de um bom conceito, estima e<br />
prestígio público, e sua reputação representava um<br />
risco para sua própria vida.<br />
“...não é este Davi, o rei da sua terra? Não foi<br />
deste que cantavam nas danças dizendo: Saul<br />
feriu os seus milhares, porém, Davi, os seus dez<br />
milhares? Davi considerou estas palavras no<br />
seu coração; e teve muito medo de Áquis, rei<br />
de Gate.” (I Sm 21:11-12)<br />
Esse tipo de temor, o temor intelectual não tem<br />
nada a ver com as emoções.<br />
Temeu com a mente, e agiu para defesa *própria.<br />
Foi assim que o apóstolo Pedro também se defendeu,<br />
com um temor intelectual de perda da sua<br />
própria vida. (Mt 26:69-75)<br />
No hebraico o vocábulo refere-se motivos exteriores<br />
de medo.<br />
(Môra) terror. O sentimento provável é: infunde-<br />
-lhes o medo, ou seja, apresenta uma exibição aterrorizante<br />
de poder.<br />
A experiência vivida por Davi, e por Pedro é o<br />
temor pela estrutura governamental estabelecida,<br />
aos olhos deles era uma estrutura bastante poderosa,<br />
capaz de destruí-los.<br />
Podemos entender com mais clareza o exemplo<br />
literal da palavra hebraica “môra”, descrito pelo<br />
profeta Isaías. O Espírito do Senhor, vem sobre<br />
o profeta e o faz declarar palavras divinas contra<br />
os motivos exteriores de medo, acompanhado de<br />
assombramento, vindo de fora. Veja comigo: “Não<br />
chameis conjuração a tudo quanto este povo chama<br />
conjuração; não temais os que eles temem,<br />
nem tomeis isso por temível.” (Is 8:12)<br />
ConJuração siGnifiCa Conspiração.<br />
Era uma acusação que o partido pró-Assíria, na<br />
corte de Judá fazia contra Isaías. O profeta aconselhava<br />
o povo a confiar em D-us. (Is 7:2)<br />
“Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai, seja ele<br />
o vosso temor, seja Ele o vosso espanto.” (Is 8:13)<br />
Isaías declarou: “Forjai projetos, e eles serão frustados;<br />
dai ordens, e elas não serão cumpridas, porque<br />
D-us é conosco.” (Is 8:10)<br />
A fé lança fora todo o temor intelectual. Foi o que<br />
o profeta ensinava ao povo hebreu, e deve ser a<br />
nossa atitude todas as vezes que formos ameaçados<br />
por qualquer espanto, terror que os homens<br />
ou que as circunstâncias tentam produzir em nós.<br />
3º Temor através da Adoração Formal.<br />
Sua característica: Sincretismo religioso.<br />
Sincretismo é: Sistema filosófico ou religioso que<br />
tende a fundir em uma só, várias doutrinas diferentes.<br />
O sincretismo religioso é o responsável pelo temor<br />
ao Senhor com respeito a adoração pública, embora<br />
não temam ao Senhor com respeito a “OBEDI-<br />
ÊNCIA” a sua palavra.<br />
Confere comigo e o exemplo bíblico em: (II Rs<br />
17:32-34) “Temiam ao Senhor, mas dentre os do<br />
povo constituíram sacerdotes dos lugares altos, os<br />
quais exerciam o ministério nas casas dos lugares<br />
altos. Temiam ao Senhor, mas também serviam a<br />
seus próprios deuses, segundo o costume das nações<br />
dentre as quais tinham sido transportados.<br />
Até o dia de hoje fazem segundo os costumes antigos.<br />
Não temem ao Senhor, nem fazem segundo<br />
os seus estatutos e ordenanças, as leis e os manda-<br />
53
mentos que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a<br />
quem deu o nome de Israel.<br />
“Assim, estas nações temiam ao Senhor, mas<br />
serviam as suas próprias imagens de escultura...”<br />
(II Rs 17:41a)<br />
A Torah sugere o tipo de “Temor” que deve ser<br />
aprendido por nós através da adoração pública.<br />
(Dt 14:22-29)<br />
4º Temor pela Reverência e Respeito.<br />
Sua característica: Adonai é o objeto do temor,<br />
então, Ele será a causa, o motivo dos nossos sentimentos<br />
e ações.<br />
Reverência é: Respeito profundo aos pais, consideração<br />
por eles, nos ensina a Torah. “Cada um<br />
temerá a sua mãe e a seu pai...” (Lv 19:3a)<br />
Reverência é: Respeito às coisas sagradas. “Guardareis<br />
os meus sábados, e reverenciareis o meu<br />
santuário. Eu Sou o Senhor. “ (Lv 26:2)<br />
Reverência ao nome de D-us. O salmista ora, pedindo<br />
ao Senhor: “...unifica o meu coração para<br />
temer o eu nome.” (Sl 86:11)<br />
Quando Adonai é o “objeto” de temor, a ênfase<br />
recai sobre a reverência e o respeito.<br />
Então a atitude que eu e você tomamos de reverência<br />
e respeito é a “base” da verdadeira sabedoria.<br />
O livro de provérbios é estabelecido sobre esse<br />
tema: “sabedoria”.<br />
É usada em: (Pr 1:7) “O temor do Senhor é o<br />
princípio da sabedoria...”<br />
Torna a ocorrer em (Pr 9:10) “O temor do Senhor<br />
é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do<br />
santo é a prudência.” E também em outros capítulos<br />
do livro de Provérbios.<br />
5º O Temor através da Piedade e de um Comportamento<br />
íntegro.<br />
Sua característica: Temer e ter uma vida correta estão<br />
intimamente ligados. São quase sinônimos.<br />
O que nos ensina a Torah.<br />
“Ninguém defraude o seu próximo, mas tema<br />
ao seu D-us. Eu sou o Senhor vosso D-us.” (Lv<br />
25:17)<br />
A conclusão que podemos chegar é que o temor<br />
reverente e piedoso produz “motivação” real, desperta<br />
interesse, estimula para uma vida justa e piedosa<br />
e se manifestará na vida prática.<br />
Aquele que teme a D-us com reverência e piedade<br />
age espontâneamente à mensagem divina, esse é<br />
o comportamento do indivíduo que teme a D-us.<br />
Aprendemos o temor reverente e piedoso mediante<br />
a leitura da Torah.<br />
“Ora, este mandamento, que hoje te ordeno,<br />
não te é difícil demais, nem está longe de ti.<br />
Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá<br />
por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça<br />
ouvir, para que o cumpramos? Nem está do outro<br />
lado do mar, para dizeres: Quem atravessará<br />
por nós o mar, para que no-lo traga e no-lo<br />
faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta<br />
palavra está muito perto de ti, na tua boca e no<br />
teu coração, para a cumprires.” (Dt 30:11-14)<br />
Aquele que teme a D-us anda nos caminhos do<br />
Senhor.<br />
“Bem-aventurado é aquele que teme ao Senhor<br />
e anda nos seus caminhos.” (Sl 128:1)<br />
54
Aquele que teme a D-us evita o mal.<br />
“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome<br />
era Jó. Este homem era íntegro e reto, temia a<br />
D-us e se desviava do mal.” ( Jó 1:1)<br />
Quando tememos a Adonai, somos recompensados<br />
por Ele.<br />
“As parteiras temeram a D-us e não fizeram<br />
como o rei do Egito lhes dissera, antes, conservaram<br />
os meninos com vida. Porque as parteiras<br />
temeram a D-us, Ele lhes constituiu família.”<br />
(Ex 1:17-21)<br />
“...portanto...” esta palavra nos leva de volta ao capítulo<br />
três de hebreus do versículo sete a dezenove,<br />
nos ensinando sobre a “geração do deserto”. Todo<br />
o povo de D-us recebera muitos privilégios, vantagens<br />
que foram concedidas somente a eles.<br />
1ª Foram livres miraculosamente do Egito;<br />
2º Viram as maravilhas de Adonai pelo espaço de<br />
quarenta anos.<br />
Mas pereceram!.. Se revoltaram contra Adonai,<br />
murmuraram, fizeram sofrer horrivelmente aque-<br />
les que foram escolhidos (Moisés) para conduzi-<br />
-los à Terra Prometida.<br />
Então, disse o Senhor a Moisés: “...Até quando<br />
me provocará este povo, e até quando não crerá<br />
em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio<br />
deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei...”<br />
(Nm 14:11-12)<br />
Porém, Moisés orou, para que o Senhor perdoasse<br />
o seu povo, e Adonai pela sua infinita misericórdia,<br />
atendeu o pedido do seu servo. Mas, declarou Ele<br />
uma palavra de juízo contra eles. “Nenhum dos<br />
homens que viram a minha glória e os meus sinais<br />
que fiz no Egito e no deserto, me tentaram essas<br />
dez vezes e não obedeceram à minha voz; nenhum<br />
deles, verá a terra que prometi com juramento a<br />
seus pais. Nenhum daqueles que me desprezaram<br />
a verá.” (Nm 14:22-23)<br />
“...somente Calebe, filho de Jefoné e Josué filho<br />
de Num. Mas os vossos filhos, dos quais<br />
dizeis que seriam levados como presa, eu os<br />
introduzirei nela, e eles conhecerão a terra que<br />
desprezastes.” (Nm 14:30-31)<br />
Portanto, irmãos, esses exemplos e ensinos bíblicos,<br />
devem produzir em nós grande “TEMOR”<br />
para não seguirmos os exemplos negativos e fracassar-mos<br />
não obtendo descanso que nos foi prometido.<br />
O que você acha, que todos os Shabats, a<br />
cada Sábado lemos o (Sl 95) que diz: “Não endureçais<br />
o vosso coração como em Meribá, como no<br />
dia da Tentação no deserto, quando vossos pais me<br />
tentaram e viram a minha obra.”<br />
Na realidade oramos a palavra com advertência.<br />
Porque o descanso é uma “Promessa”, como temos<br />
várias promessas divinas. Mas, para o cumprimento<br />
da promessa há uma condição, “OBEDIÊN-<br />
CIA”.<br />
A palavra promessa é usada (53) vezes no Segundo<br />
Testamento, na Epístola aos Hebreus aparece<br />
por catorze vezes. (Hb 4:1; 6:12; 7:6; 8:6; 9:15;<br />
10:36; 11:9, 13, 17, 33, 39)<br />
Você lendo todas essas referências, mostrará que<br />
todas estas promessas são condicionadas. E você<br />
já aprendeu comigo, que condicionar na psicologia<br />
é: *Estabelecer num ser vivo, um novo comportamento.<br />
É preciso haver a reação positiva, favorável do homem,<br />
na forma de “OBEDIÊNCIA”, para que tenha<br />
seu cumprimento.<br />
55
O dever de obedecer não é apenas uma ordem que<br />
flutua no ar acima de nós. Antes está bem perto de<br />
cada um e acessível a todos. “Pois esta palavra está<br />
bem perto de ti, na tua boca, e no teu coração para<br />
a cumprires.” (Dt 30:14)<br />
Se, oferecermos resistência, não poderá haver salvação<br />
para nós.<br />
A promessa foi dada, e permanece de pé, o descanso<br />
é possível, mas poderá ser perdido.<br />
Voltando com você em Números catorze e analisando<br />
a condição do povo da promessa, podemos<br />
ver que eles foram “Julgados” por Adonai e desqualificados<br />
para o descanso.<br />
“Quando Moisés transmitiu estas palavras a<br />
todos os filhos de Israel, o povo se contristou<br />
muito.” (Nm 14:39)<br />
A contrição é uma dor profunda e sincera pelas<br />
ofensas feitas a D-us. Eu creio que eles oraram,<br />
pedindo perdão à Adonai, pelos pecados cometidos<br />
e prometeram não mais pecar.<br />
A Bíblia diz: “Levantaram-se de manhã cedo, subiram<br />
ao cume do monte dizendo: Pecamos, su-<br />
biremos ao lugar que o Senhor prometeu.” (Nm<br />
14:40)<br />
Só que foi tarde demais o arrependimento. Pense<br />
bem, ficaram aquém de tudo que o pai celestial<br />
prometeu. O descanso os aguardava, mas foram<br />
desqualificados.<br />
“Disse Moisés: Não subais porque o Senhor<br />
não estará no meio de vós. Sereis derrotados<br />
diante dos vossos inimigos. Pois os amalequitas<br />
e os cananeus estão ali diante da vossa face...”<br />
(Nm 14:23a)<br />
A promessa é grande, ela aponta para uma realidade<br />
grandiosa.<br />
Mas, a promessa isolada, ela não é suficiente.<br />
Tem que receber a contribuição da Fé mediante a<br />
lealdade a Yeshua.<br />
- A salvação é uma estrada de duas pistas. A um<br />
lado divino e um lado humano. Só é válida quando<br />
o humano coopera com o divino.<br />
A cooperação do homem é a Fé.<br />
“...mas a palavra que ouviram nada lhes apro-<br />
veitou, visto não ser acompanhada pela Fé...”<br />
(Hb 4:2)<br />
“O justo viverá da Fé.” (Rm 1:17)<br />
E a Fé consiste na entrega da sua vida aos cuidados<br />
de Yeshua para que nós sejamos transformados.<br />
O Senhor está nos conclamando ao “Temor”.<br />
Não um “temor” Emocional, cuja característica é<br />
das emoções, bem passageiro.<br />
Muito menos um “temor” Intelectual, ou verbal,<br />
que devemos prestar lealdade à Yeshua, a fim de<br />
agir em defesa própria apenas.<br />
E aquele “temor” Adoração Formal, cuja característica<br />
é o sincretismo, que nos faz estar bem<br />
com todas as religiões (porque preciso estar bem<br />
com todos). Isso é o que produz a adoração formal.<br />
Mas, não temos coragem suficiente para nos<br />
levantar quando precisa, e defender a honra de<br />
Adonai.<br />
Nós sabemos que nada resta para ser feito por<br />
D-us. Suas obras estão cumpridas na sua mente,<br />
antes mesmo da fundação do mundo. Temos provas<br />
da existência de um descanso espiritual, que<br />
56
já foi determinado na mente de D-us; após ter<br />
terminado sua criação material, Ele descansou. “E<br />
abençoou D-us o sétimo dia e o santificou, porque<br />
nele descansou de toda a obra de criação que fizera.”<br />
(Gn 2:3)<br />
Então Ele deu claras provas que o descanso é uma<br />
realidade. E agora convida você e eu a chegar-mos<br />
a mesma realidade pela Fé.<br />
Com um “temor” Reverente, tendo Adonai como<br />
objeto de Temor. Então “Ele” será a causa, o motivo<br />
dos nossos sentimentos e ações.<br />
Com um “temor” Piedoso, que resulta num comportamento<br />
íntegro, cuja motivação real, nos estimula<br />
para um vida justa e piedosa que se manifestará<br />
na prática.<br />
Então, nossa preocupação deve ser a de exercer<br />
Fé, para praticarmos o Temor reverente e o Temor<br />
piedoso, para recebermos seus benefício.<br />
57
EvENtoS bÍblI-<br />
CoS Para ISra-<br />
El E IGrEja DE<br />
YEShua<br />
SaNDra mara<br />
olIvEIra<br />
“Enquanto a terra durar, não deixará de haver<br />
sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno,<br />
dia e noite.” (Gn 8:22)<br />
Ceifar é: Cortar, abater, destruir, ou então colher<br />
o produto do solo. Uma boa colheita é o que se recebe<br />
como retribuição pelo trabalho.<br />
O terrível dia o qual o profeta Jeremias e os demais<br />
profetas profetizaram chegou!..<br />
Israel envolveu-se em uma idolatria e apostasia,<br />
trazendo sobre si um amargo fim.<br />
O país inteiro havia caído em uma insanidade, por<br />
causa da imitação do paganismo, e com isso perdeu<br />
seu caráter distinto, diferente, que não se confun-<br />
dia com outro povo, pois Adonai havia separado a<br />
nação para ser um testemunho para outras nações.<br />
O processo da ceifa era declarado brutalmente<br />
pelo Arauto oficial do governo de Adonai.<br />
“A morte subiu pelas janelas, e entrou em nossos<br />
palácios; exterminou das ruas as crianças, e<br />
o jovens das praças. Dize: assim diz o Senhor:<br />
até os cadáveres dos homens, jazerão como<br />
esterco a face do campo, e cairão como gavela<br />
atrás do “segador”, e não há quem a recolha.”<br />
( Jr 9:21-22)<br />
“Eis que Eu vos apertarei no vosso lugar como<br />
se aperta um carro cheio de feixes. Assim que<br />
de nada valerá a fuga ao ágil, e nem o forte corroborará<br />
a sua força, nem o valente salvará a<br />
sua vida. Não ficará em pé o arqueiro, nem o<br />
ligeiro de pés se livrará a sua alma. Até o mais<br />
corajoso dos guerreiros fugirá nu naquele dia,<br />
diz o Senhor.” (Am 2:12-16)<br />
O cerco, a queda de Jerusalém descrita e proclamada<br />
com choro, pranto e muito sofrimento pelos<br />
profetas deve ser para nós, um ensinamento o qual<br />
devemos tirar proveito, uma lição viva e única, e<br />
consiste num valor espiritual que deve ser assimi-<br />
lado por nós, pois, o Eterno que corrigiu Israel no<br />
passado, com certeza também nos disciplinará, a<br />
fim de nos ajustar a sua vontade.<br />
Ele tem uma característica singular, que é a sua<br />
imutabilidade. Adonai não está sujeito a mudanças,<br />
como nós, seres humanos.<br />
Seus propósitos já estabelecidos, estão firmes. Seus<br />
planos permanecem sem ser impedidos. Jó reconheceu<br />
que o Senhor é soberano: “Eu sei que tudo<br />
podes; nenhum dos teus planos pode ser impedido.”<br />
( Jó 42:2)<br />
“Eu anuncio o fim desde o princípio, desde a<br />
antigüidade as coisas que ainda não sucederam.<br />
Eu digo: O meu propósito subsistirá, e farei<br />
toda a minha vontade.” (Is 46:10)<br />
Se, no passado corrigiu Israel, por causa do paganismo,<br />
devemos parar, meditar e ouvir a sua palavra,<br />
pois Ele não nos poupará porque cremos.<br />
Adonai tem seu plano de retorno com a Igreja de<br />
Yeshua para Jerusalém.<br />
Isto está estabelecido por “Ele”. Ele mesmo disse:<br />
“Fundirei”, Israel e Igreja, a fim de que se desfaça<br />
58
todo ódio, toda inimizade, todo anti-semitismo,<br />
e os farei, um só, em cumprimento a sua palavra.<br />
“Mas, agora, em Yeshua, vós que antes estáveis<br />
longe, já pelo sangue de Yeshua chegaste perto.<br />
Pois ele é a vossa paz, o qual de ambos os povos<br />
fez um, e destruiu a parede de separação,<br />
a barreira de inimizade que estava no meio,<br />
desfazendo-a na sua carne.” (Ef 2:13-14)<br />
Fundir é levar um sólido ao estado líquido. É combinar<br />
Israel e Igreja num todo, tornando uma só<br />
peça, misturar e unir.<br />
Portanto, se houver resistência de quem quer que<br />
seja, qualquer líder eclesiástico ou outro corpo que<br />
reagir contrariamente ao “Plano” do Senhor, com<br />
certeza encontrará uma oposição da parte de Adonai,<br />
muito grande. Tem que se cuidar, pois pode<br />
pagar um preço muito alto pela resistência, até<br />
com a própria vida. O retorno a Jerusalém exigirá<br />
muito esforço, tanto de Israel como da Igreja. Os<br />
líderes terão que ceder em “Nome do AMOR”.<br />
Israel, com certeza, irá abster-se do excesso de<br />
“formalismo” em favor da Igreja. Dando o Primeiro<br />
lugar a um Temor Piedoso e Reverente que a<br />
Igreja de Yeshua não conhece.<br />
(Piedade é a virtude que alguém tem de dar honra<br />
somente a D-us).<br />
O verdadeiro temor do Senhor nos dá conhecimento<br />
e instrução, gerando assim arrependimento<br />
e uma transformação interior genuína e individual.<br />
Em segundo lugar, Israel irá trabalhar para que a<br />
Igreja de Yeshua cumpra com precisão as formalidades<br />
impostas pela tradição judaica.<br />
Eu tenho convicção que Israel com a sabedoria de<br />
Adonai, irá rogar com empenho, atraindo a Igreja,<br />
chamando-a para si no “AMOR”, e ela irá sem<br />
medo.<br />
“Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que<br />
no dia do juízo, tenhamos confiança...” (I Jo<br />
4:17)<br />
E a Igreja irá dobrar-se, curvar-se confirmando<br />
com o povo judeu (que é seu povo), o seu AMOR.<br />
Adonai assim fará com a Igreja, para que por esta<br />
prova saber se somos obedientes em tudo. Tudo<br />
isto acontecerá para edificação e não destruição.<br />
A ceifa estava estabelecida, grande parte do povo<br />
já havia sido levada para o cativeiro babilônico.<br />
Jerusalém havia sido tomada. Assim sendo, em<br />
Ramá, a oito quilômetros ao Norte de Jerusalém,<br />
onde os cativos eram selecionados para serem enviados<br />
a Ribla, e dali, a cidade de Babilônia. Jeremias<br />
capítulo quarenta.<br />
O profeta era bem conhecido pelo próprio Nabucodonosor;<br />
também, o chefe do exército Nebuzaradã,<br />
conhecia as profecias de Jeremias contra<br />
Judá, por causa da horrenda idolatria e apostasia,<br />
pelo que, os líderes babilônicos tinham consciência<br />
do aspecto espiritual da queda de Jerusalém. A<br />
Bíblia nos diz:<br />
“Quando o comandante da guarda encontrou<br />
a Jeremias, disse-lhe: O Senhor teu D-us pronunciou<br />
este mal contra este lugar. E agora o<br />
Senhor o trouxe; Ele fez como havia dito. Tudo<br />
isto aconteceu porque pecastes contra o Senhor<br />
e não obedecestes a tua voz.” ( Jr 40:2-3)<br />
Até o pagão Nebuzaradã reconheceu a lei da colheita<br />
segundo a semeadura. O que Israel plantou,<br />
agora colheria.<br />
Jerusalém, seus nobres estavam abatidos, cortados<br />
e destruídos e colocados em cativeiro. O paganis-<br />
59
mo havia cobrado o seu alto preço. Adonai fora a<br />
causa disso. Os babilônicos foram o instrumento<br />
de D-us.<br />
A Igreja de Yeshua, se encontra nos nossos dias<br />
envolvida com o paganismo na mesma proporção<br />
que se encontrava Israel no período do profeta<br />
Jeremias, Isaías, Ezequiel, entre outros. Portanto,<br />
deve estar atenta para voltar aos princípios bíblicos<br />
estabelecidos na palavra do Senhor. Caso<br />
contrário, nossa situação se tornará crítica espiritualmente.<br />
O profeta Malaquias nos diz: “Ele converterá<br />
o coração dos pais aos filhos, e o coração<br />
dos filhos aos pais, para que Eu não venha e fira a<br />
terra com maldição.” (Ml 4:6)<br />
Os pais que a palavra nos ensina são os patriarcas e<br />
os profetas. Nós estamos orando para que a Igreja<br />
entenda os ensinamentos do Senhor e os ponha<br />
em prática.<br />
Israel é um povo agrícola. O contexto bíblico é<br />
agrícola; de modo que a colheita tem grande significado<br />
para o povo judeu, e também para nós que<br />
amamos e servimos o “Eterno de Israel”. A Torah<br />
nos ensina: “Enquanto a terra durar, não deixará de<br />
haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno,<br />
dia e noite.” (Gn 8:22)<br />
os eventos bíbliCos e os aConteCimentos<br />
para israel e iGreJa de YesHua,<br />
são Contados a partir das ColHeitas,<br />
ou Com “base” nelas.<br />
O evento é um acontecimento de sucesso. Ou o<br />
fortuito, que é o evento imprevisto, aquilo que não<br />
se prevê.<br />
Apesar de saber que na vida do “servo” de D-us<br />
nada acontece por acaso. Porque o Senhor nos ensina<br />
na sua palavra assim: “Certamente o Senhor<br />
D-us, não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o<br />
seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Am 3:7)<br />
D-us avisa aos seus filhos quando Ele vai estabelecer<br />
algum acontecimento. Quer seja um evento<br />
de sucesso, de alegria, quer seja um evento de insucesso<br />
e mau êxito. O acontecimento se torna para<br />
o servo de D-us um fortuito, um imprevisto quando<br />
ele não dá ouvidos aos conselheiros capazes, e<br />
também à palavra de D-us.<br />
Israel sabia pela boca dos profetas que Jerusalém<br />
seria tomada, e o povo levado cativo. Era um acontecimento<br />
que provocava mau êxito para Israel.<br />
Esse evento também conta a partir da colheita.<br />
Confira comigo em Jeremias quarenta, versículo dez.<br />
“Eu mesmo habitarei em Mispa, para estar às<br />
ordens dos caldeus, que vierem a nós, mas vós<br />
recolhei ovinho e as frutas de verão e o azeite, e<br />
metei-os nas vossas vasilhas, e habitai nas cidades<br />
que tomastes.” ( Jr 40:10)<br />
Período de Ceifa. Mês de Julho e Agosto, antes<br />
um pouco da Festa dos Tabernáculos. D-us marcou<br />
a tragédia, da tomada de Jerusalém no PERÍ-<br />
ODO DA COLHEITA.<br />
O tempo da “colheita” freqüentemente anuncia,<br />
mostra, indica sinais de período de destruição. O<br />
tempo da colheita revela os juízos de Adonai.<br />
“Também para ti, ó Judá, está determinada<br />
uma ceifa.” (Os 6:11)<br />
“Lançai a foice, porque já está madura a seara.<br />
Vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos<br />
dos lagares transbordam; porque a sua malícia<br />
é grande.” ( Jl 3:13)<br />
Confere comigo (Ap 14:14-20)<br />
Com base na “colheita” e na escassez dela, Adonai<br />
60
usa a vida de José, para realizar os seus projetos divinos;<br />
a venda de José, para o Egito, será destinada<br />
a fazer viver, dar subsistência a Jacó, seus fi lhos e<br />
cumprir a palavra de Adonai, dirigida a Abraão.<br />
Adonai, com base na colheita e na escassez dela,<br />
cumpre dois objetivos.<br />
1º Dar subsistência a Jacó e seus fi lhos;<br />
2º Cumpre a promessa à Abraão e seus descendentes.<br />
“Mas agora não vos entristeçais, nem vos irriteis<br />
contra vós mesmos, por me haverdes vendido<br />
para cá,porque para a conservação da vida,<br />
D-us me enviou adiante de vós. Pois, já houve<br />
dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco<br />
anos em que não haverá lavoura, nem colheita.”<br />
(Gn 45:5-6)<br />
A colheita é um período também de retribuição.<br />
Retribuição é uma recompensa por trabalhos<br />
prestados. É um reconhecimento, agradecimento<br />
por um favor ou serviço recebido. É gratifi car, pagar,<br />
recompensar.<br />
Lia, foi mãe de seis príncipes das tribos de Israel.<br />
Rubem, Simeão, Levi, Judá, e também Issacar e<br />
Zebulom, e uma fi lha chamada Diná. Quando se<br />
engravidou do seu penúltimo fi lho, era período da<br />
“ceifa” do trigo. Ela lhe deu o nome de Issacar que<br />
signifi ca: “Ele trará recompensa”.<br />
“Saiu Rubem nos dias da ceifa do trigo...” (Gn<br />
30:14-18)<br />
A travessia do Jordão por Josué e todos os fi lhos<br />
de Israel, os sacerdotes e levitas; esse evento foi<br />
marcado pela colheita, (Maio e Junho) colheita de<br />
trigo. ( Js 3:15)<br />
- Batalha de Sansão, contra os fi listeus, se deu durante<br />
a “Ceifa” do trigo.<br />
O objetivo dessa batalha foi separar Judá do paganismo.<br />
( Jz 15:1)<br />
“Assim voltou Noemi da terra de Moabe, e<br />
com ela Rute, sua nora, a moabita; chegaram<br />
a Belém no princípio da Sega da Cevada” (Rt<br />
1:22)<br />
“Assim, Rute se ajuntou com as servas de Baoz,<br />
para respigar, Até que a sega da cevada e a do<br />
trigo acabar...” (Rt 2:23)<br />
- Outro evento que marcou Israel foi no período<br />
do profeta Samuel, quando os Filisteus devolvem<br />
a “arca”em Bete-semes, é período da Sega do trigo.<br />
(I Sm 6:13)<br />
- A intercessão de Rispa, concubina de Saul. Seus<br />
fi lhos foram mortos. “...nos dias da ceifa, nos primeiros<br />
dias no princípio da ceifa da cevada.” (II<br />
Sm 21:9-10)<br />
(Março e Abril) Ela orou e protegeu os cadáveres<br />
dos predadores até “Outubro”, o fi m da “colheita<br />
dos frutos”. Sua intercessão durou 7 meses, até dar<br />
frutos.<br />
Até que o rei tomasse as providências e então fi -<br />
zesse alguma coisa em seu favor. Ela orou e vigiou,<br />
sua oração produziu efeito; deu frutos.<br />
As três Festas principais do Calendário <strong>Judaico</strong><br />
estão relacionadas com três épocas da Colheita.<br />
Páscoa, Pentecostes, Tabernáculos.<br />
Colheita no hebraico signifi ca: terminar.*<br />
(qatsêr) colheita é um substantivo que<br />
é empregado para designar o processo de concluir,<br />
terminar uma ceifa.<br />
61
* É o ato de cortar, e recolher o produto do campo.<br />
“Não dizeis: Ainda há quatro meses até a ceifa?<br />
Eu vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os<br />
campos! Já estão brancos para a Ceifa.” ( Jo 4:35)<br />
Yeshua está dizendo: Eu concluirei o meu trabalho,<br />
porque os campos estão brancos, a colheita deve ser<br />
feita. Ele próprio entregaria sua vida na “Festa da<br />
Páscoa”, a fim de terminar o seu trabalho. O que<br />
Ele plantou, já estava pronto para ser ceifado.<br />
“O Ceifeiro recebe desde já o seu salário, desde<br />
já ceifa a colheita para a vida eterna, e assim se<br />
regozijam tanto o semeador como o ceifeiro.”<br />
( Jo 4:36)<br />
*Mas, a lei de Moisés proibia ceifar uma “colheita”,<br />
para a qual não se tinha trabalhado.<br />
O Ano “Shabático” e o jubileu têm como objetivo<br />
restituir, devolver à sociedade dos Benéi Israel a<br />
seuestado original.<br />
- O Ano Shabático a cada sete anos (Lv 25:1-7)<br />
“O que nascer de si mesmo e da tua seara não<br />
podada não colherás. Ano de descanso solene<br />
será para a terra.” (Lv 25:5)<br />
O que a terra produzir espontaneamente não pertencerá<br />
ao proprietário do campo; estava proibido<br />
fazer comércio, negociar em troca de pagamentos<br />
durante o Ano de descanso.<br />
O “Shabat” da terra consiste assim em uma suspensão<br />
a cada sete anos da propriedade privada.<br />
O homemnão tem direitos sobre sua propriedade<br />
privada; os frutos que ele produz, espontaneamente,<br />
pertencerão ao mundo. (Confere comigo).<br />
“Mas os frutos da terra no seu descanso vos<br />
será por alimento, a ti, ao teu servo, a tua serva,<br />
ao teu empregado e ao estrangeiro que peregrina<br />
contigo.” (Lv 25:6)<br />
Não somente os homens livres, mas até mesmo os<br />
escravos, os metecos (estrangeiros), e obviamente<br />
os pobres.<br />
“Como também ao teu gado e aos animais que estão<br />
na tua terra, todos os seus produtos servirão de<br />
alimento.”<br />
Yeshua nos ensina uma lição tremenda que devemos<br />
ser menos vaidosos e mais desprendidos de<br />
coisas materiais e nossas preocupações devem ser<br />
menos egoístas. Ele adverte a igreja:<br />
“Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhastes.<br />
Outros trabalharam e vós entrastes no trabalho.”<br />
( Jo 4:38)<br />
Os patriarcas do Primeiro Testamento e os profetas<br />
plantaram. Eles foram os primeiros semeadores.<br />
Israel plantou, e a igreja beneficiou-se desse<br />
plantio.<br />
“...assim, se regozijem tanto o semeador como<br />
o ceifeiro.” ( Jo 4:36b)<br />
Trabalharam juntos, Israel e Igreja, cada qual<br />
cumprindo o seu dever, “regozijam-se” (tenham<br />
prazer, alegria um com o outro) compartilhando<br />
dos bem-aventurados resultados de uma Safra<br />
Produzida em comum.<br />
Porque permitir um sentimento egoísta, se preocupando<br />
apenas com seus próprios interesses? Israel<br />
anda muito preocupado consigo mesmo, e a Igreja<br />
da mesma forma. O anseio e anelo do Pai, é que<br />
tanto Igreja, quanto Israel compreenderam isso e<br />
se ponham a trabalhar juntos*.<br />
62
Pois Israel, quando entrou na terra para possuí-la,<br />
ali já existiam vinhas, olivais, que eles também não<br />
plantaram, assim nos ensina a Torah.<br />
“Quando o Senhor teu D-us te introduzir na<br />
terra, que, o Senhor sob juramento prometeu<br />
a teus pais Abraão, Isaac, e Jacó, que te daria<br />
grandes e boas cidades que não edificastes.<br />
Casas cheias de bens que não encheste, poços<br />
abertos que não cavastes, vinhas e olivais que<br />
não plantastes.” (Dt 6:10-11)<br />
O comandante Josué, avisa, repreende e admoesta<br />
Israel assim:<br />
“Vos dei uma terra em que não trabalhastes, e<br />
cidades que não edificastes. E habitais nelas, e<br />
comeis das vinhas e dos olivais que não plantastes.”<br />
( Js 24:13)<br />
Portanto, tudo que Israel e igreja possuem provém<br />
de uma única fonte, Adonai.<br />
“Quem lhe deu primeiro a ELE para que lhe<br />
seja recompensado? Porque d’Ele e por Ele e<br />
para Ele são todas as coisas. Glória, pois, a Ele<br />
eternamente.” (Rm 11:35-36)<br />
O período da “colheita” é quente, e demonstra o<br />
cuidado de Adonai. É período de bastante esforço,<br />
que exige diligência, zelo tanto da Igreja quanto<br />
de Israel.<br />
“Assim diz o Senhor: estarei quieto, olhando<br />
desde a minha morada, como o ardor do sol<br />
resplandece, como a nuvem do orvalho no calor<br />
da sega. Porque antes da sega, quando já caiu a<br />
flor, e quando as uvas amadurecerem, cortará<br />
com a foice os rebentos, e tirará os ramos e os<br />
lançará fora.” (Is 18:4)<br />
Adonai aguarda o tempo certo.<br />
A época da colheita é determinada por Ele. ( Jr<br />
5:23-25)<br />
Porque iremos colher o “fruto” conforme as nossas<br />
obras. Só Elohîm, como justo “juiz” pode estabelecer<br />
o período certo da colheita. (Gl 6:7)<br />
Mas nós devemos estar atentos aos avisos que<br />
temos recebido da parte do Senhor, tanto para<br />
a Igreja, quanto para Israel. O temor verdadeiro<br />
precisa ser estabelecido nos nossos corações, para<br />
que tenhamos sabedoria suficiente a fim de entendermos<br />
o plano do Senhor já estabelecido a dois<br />
mil anos atrás, através da pessoa de Yeshua. Se negligenciarmos<br />
esse temor reverente e piedoso, corremos<br />
o risco de não entrarmos no seu descanso.<br />
Os líderes precisam deixar-se envolver pelo amor<br />
paciente, benigno, o amor que não inveja, que não<br />
se vangloria, nem se ensoberbece. Com certeza,<br />
iremos trabalhar em perfeita harmonia cumprindo<br />
assim a vontade do Senhor.<br />
63
ComENtárIo SobrE<br />
matEuS 10:1-<br />
15<br />
Nas traduções clássicas diz assim: “Chamando a<br />
si os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre<br />
os espíritos imundos, para os expulsarem e para<br />
curarem toda sorte de doenças e enfermidades.”<br />
(Mt 10:1)<br />
Na tradução em hebraico: “Ele chama seus doze<br />
adeptos; e lhes dá autoridade sobre os sopros contaminados,<br />
para expulsá-los, e para curar toda doença<br />
e toda enfermidade.”<br />
O universo é cheio de sopros e de espíritos benéficos<br />
e maléficos. Eles são a causa de toda enfermidade<br />
e de toda doença. Eles estão, em determinados<br />
lugares bem estratégicos, cujo objetivo é<br />
desviar, e impedir o homem de conhecer a Palavra<br />
libertadora do Eterno.<br />
Eles estão situados nas encruzilhadas, (duas vias<br />
que se cruzam) das grandes correntes religiosas, ou<br />
seja, os sopros contaminados e os contaminadores,<br />
estão nos movimentos religiosos já estabelecidos,<br />
aceitos por todos ou pela maioria.<br />
Os sopros contaminados são aqueles que estão<br />
contagiados por uma doença ou por um vício. Os<br />
contaminados estão afetados por uma impureza,<br />
eles são transmissores de doenças, porém, eles não<br />
têm poder para induzir ninguém ao erro; a praticar<br />
as mesmas atitudes que eles. Mas, o contato sem<br />
restrições, sem limites com os contaminados, estabelece<br />
automaticamente a impureza ou vício, por<br />
via de conseqüência, levando ao erro.<br />
Os sopros contaminadores são aqueles que além<br />
das impurezas que carregam, eles possuem poder<br />
sobre outros, esse poder é o poder da persuasão.<br />
Os contaminadores têm a capacidade de induzir<br />
muitos e muitos ao erro. Podemos compará-los ao<br />
movimento rápido de águas ou de qualquer outro<br />
líquido como uma correnteza que arrasta multidões<br />
ao engano.<br />
Além dos contaminados e dos contaminadores,<br />
existia na época, nas camadas mais simples da população,<br />
crenças vivas que outros povos trouxeram,<br />
e a população se defendia com amuletos, fórmulas<br />
mágicas, exorcismo ou encantamentos. Os sopros<br />
benéficos e os sopros maléficos são uma realidade,<br />
porém, é o Eterno que os criou, e também quem<br />
governa, decide e controla tudo e todos.<br />
Na realidade, a crença de Israel chega na época<br />
de Yeshua, a um verdadeiro dualismo (dualismo<br />
é todo sistema religioso ou filosófico que admite<br />
dois princípios opostos como: matéria e o espírito,<br />
o corpo e a alma, o bem e o mal). Esse dualismo<br />
não é judaico em sua origem, pois os judeus vêm o<br />
homem como um todo “nephesh” (ser); e não corpo<br />
e alma, (apesar do corpo e da alma serem uma<br />
realidade) para não admitir dois princípios.<br />
Eu creio, que este zelo judaico é tremendamente<br />
benéfico, pois evita muitos desvios; vejamos: O dualismo<br />
tem sua fonte no “Masdeísmo Zoroastriamo”.<br />
O Masdeísmo é uma religião da Pérsia antiga, que<br />
foi revelada no séc. VIII a.C. por “Ashura Mazdá”<br />
deus do bem, seus ensinamentos estão contidos no<br />
“Avesta”.<br />
Esse é o nome dado ao conjunto dos textos “masdeístas”<br />
e é o livro sagrado dos antigos persas. Zoroastro<br />
ou Zaratustra é o formador da religião iraniana<br />
séc. VIII a.C. Foi Zoroastro que instituiu a casta<br />
dos magos e mágicos, que influenciou profundamente<br />
a religião da Pérsia.<br />
64
Quando Yeshua chamou os seus doze adeptos<br />
para enviá-los, Ele sabia que os povos estrangeiros<br />
que os dominaram, como a dominação persa,<br />
trouxeram todas essas influencias malignas, e a população<br />
foi muito atingida. Diante desta realidade<br />
cruel, com um paganismo reinante é que Yeshua,<br />
com toda prudência chama os seus adeptos para<br />
dar-lhes “... autoridade sobre os sopros contaminados...”.<br />
(Mt 10:1)<br />
As Escrituras nos ensinam que a primeira atitude<br />
de Yeshua é conferir aos Seus adeptos “autoridade”.<br />
Autoridade é um poder legítimo, é o direito de administrar<br />
em benefício de todos.<br />
De frente com o mundo pagão resistente, porém,<br />
decadente. Yeshua e o povo judeu tinham consciência<br />
de sua mais profunda “vocação”, a de ser: “O<br />
sal da terra” (Cf Mt 5:13), um povo que possuía a<br />
“bérith mélah” (Aliança de Sal).<br />
A Torah nos ensina que esta é uma aliança que<br />
o Eterno não pode romper. “Todas as ofertas sagradas<br />
que os filhos de Israel oferecem ao Senhor,<br />
dei-as a ti, a teus filhos e as tuas filhas contigo, por<br />
estatuto perpétuo. É a aliança perpétua de sal perante<br />
o Senhor para ti e para tua semente contigo.”<br />
(Nm 18:19)<br />
Até o ímpio rei Abias, (Cf I Rs 15:17) cujo reinado<br />
curto, de apenas três anos, sabia que a “bérith<br />
mélah” não poderia ser rompida. Assim ele fez<br />
lembrar a Jeroboão, que o Eterno garantiu amizade,<br />
pacto perpétuo com Davi e seus descendentes.<br />
“Pôs-se Abias em pé no alto do monte Zemaraim,<br />
que está nas montanhas de Efraim, e disse: Ouvi-<br />
-me Jeroboão e todo Israel: Não vos convém saber<br />
que o Senhor D’us de Israel deu para sempre a<br />
Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos<br />
por uma (Aliança de Sal).” (II Cr 13:4-5)<br />
O sal foi escolhido para simbolizar o povo do<br />
Eterno, porquê? O Sal é um fogo arrancado das<br />
águas do mar, e que, ao mesmo tempo é puro no<br />
mais elevado grau.<br />
Ele conserva a comida, protege-a contra a putrefação.<br />
Sua virtude protetora e purificadora faz do<br />
sal um condimento fisiologicamente necessário à<br />
vida.<br />
Porém, ele é hostilidade, resistência, empecilho,<br />
estorvo e dificuldade para tudo que espiritualmente<br />
está corrompido, deformado, danificado e<br />
estragado. Assim podemos entender que os apóstolos<br />
irão para cumprir o seu chamado, revestidos<br />
de poder legítimo, e como “... Sal da Terra...”.<br />
“Eis os nomes dos doze apóstolos...”. Yeshua<br />
convoca “doze” porque Ele chama-os segundo o<br />
número dos filhos de Jacó, e das tribos de Israel.<br />
Apóstolo significa “enviado”, entende-se que é<br />
aquele que faz serviço especial em nome, e pela<br />
autoridade de quem o envia. Precisamos conhecer,<br />
as exigências bíblicas, os sinais confirmatórios que<br />
a pessoa é um enviado, ou seja, um apóstolo; são<br />
estes os sinais:<br />
Primeiro: Ter sido testemunha ocular das obras,<br />
da vida e da morte e ressurreição do Senhor. (Cf<br />
At 1:21-22)<br />
2º. Ter sido escolhido pelo próprio Yeshua. “Não<br />
sou eu enviado (apóstolo)? Não sou livre? Não vi<br />
eu a Yeshua HaMashiach Senhor nosso?...” (I Co<br />
9:1)<br />
“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens) nem<br />
por homem algum, mas por Yeshua HaMashiach<br />
e por D’us Pai, que ressuscitou dentre os mortos.”<br />
(Gl 1:1)<br />
3º. Uma das credenciais do apóstolo são os poderes<br />
miraculosos executados por ele. “... autoridade<br />
sobre os sogros contaminados para expulsá-los, e<br />
a cura de toda doença e enfermidade.” (Mt 10:1)<br />
65
4º. Transmitir a outros o Espírito Santo. (Cf At<br />
8:14-17)<br />
Deveria ser óbvio para nós, com base nessas qualificações,<br />
que não deve haver transferência do ofício<br />
apostólico para terceiros, ou seja, o ofício não é<br />
passado de uma pessoa para outra.<br />
Não devemos aceitar que uma autoridade apostólica,<br />
ou qualquer organização religiosa venha nomear<br />
ou dar poderes de “enviado” a alguém.<br />
Irmãos, aqueles que agem assim, estão inventando<br />
doutrinas novas, completamente contrárias as<br />
Sagradas Escrituras, pois, a sucessão apostólica é<br />
um dogma humano, não é doutrina da “Brit Chadashá”<br />
(Novo Testamento). Porém, a Bíblia diz<br />
que outros (além dos doze) têm sido e foram chamados<br />
como apóstolos, como é o caso de Paulo e<br />
Barnabé. (Cf At 14:14)<br />
O ofício apostolar não ficou restrito, limitado aos<br />
doze enviados. Ele estendeu-se à Igreja como<br />
fundamento dela. “Edificados sobre o fundamento<br />
dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio<br />
Yeshua HaMashiach a principal pedra angular.”<br />
(Ef 2:20)<br />
Portanto “o enviado” é aquele que é revestido de<br />
poder, conferido pelo Eterno, e não por homens.<br />
“E Ele mesmo deu uns para apóstolos...” (Ef 4:11)<br />
Assim, devido à natureza e caráter sem par do ofício<br />
apostólico, é que ele não pode ser transferido.<br />
A função das autoridades da Igreja não é nomeá-<br />
-lo, mas sim checar, conferir com exatidão a validade<br />
das qualificações que o candidato ao ofício<br />
de apóstolo apresenta, se estão em linha com as<br />
exigências das Sagradas Escrituras, para assim<br />
confirmá-lo.<br />
“Yeshua enviou este doze, e lhes ordenou: Não<br />
ireis pelo caminho dos gentios, nem entreis em<br />
cidade de samaritanos.” (Mt 10:5)<br />
Temos aqui um termo que possui dois aspectos ou<br />
valores diferentes, um termo ambivalente. “... estrada<br />
dos goîms...”. A palavra estrada no hebraico<br />
significa ao mesmo tempo “estrada” ou a maneira<br />
de viver, e os costumes pagãos. Yeshua limita a<br />
missão dos apóstolos ao território da Galiléia, em<br />
terras de Israel, cumprindo o que o profeta disse:<br />
que Ele havia sido enviado para a casa de Israel.<br />
(Cf Jr 31:33)<br />
Na Galiléia havia numerosa população, ainda que<br />
estivesse sobre influência dos judaizantes, era na<br />
realidade misturada, pois, vários estrangeiros procedentes<br />
de terras vizinhas, estavam ali agregados,<br />
seguindo o costume do povo judeu. Aos olhos dos<br />
habitantes da Judéia, os galileus eram sangue misturado,<br />
mais ou menos suspeitos.<br />
Confere comigo, para entendermos melhor, o diálogo<br />
entre Filipe e Natanael. (Cf Jo 1:43-47)<br />
Por isso, o profeta Isaías a chamou de: “Galiláia<br />
das nações.” (Is 9:1)<br />
Mais tarde, Yeshua enviou setenta homens aos pares,<br />
para ministrar na Galiléia. (Cf Lc 10:1-24).<br />
Esta foi à última viagem a Galiléia.<br />
Yeshua sabe, que um rebanho sem pastor é presa<br />
fácil dos animais ferozes. “Ide às ovelhas perdidas<br />
da casa de Israel: E, indo, pregai, dizendo: O reino<br />
dos céus está próximo.”(Mt 10:6-7)<br />
A natureza das ovelhas demonstra que elas têm<br />
pouquíssima iniciativa, e assim sendo, elas tendem<br />
a perder-se ou ser guiadas erradamente com grande<br />
facilidade. Estas debilidades tornam as ovelhas<br />
incapazes de defender-se. Assim, podemos analisar,<br />
o quanto o homem é moralmente fraco e de-<br />
66
pende completamente do Eterno.<br />
“Curai os enfermos, limpais os leprosos, ressuscitai<br />
os mortos, expulsai os demônios, de graça<br />
recebestes, de graça dai.” (Mt 10:8)<br />
A ordem é dada aos enviados “... dai gratuitamente”.<br />
Porque, os poderes especiais que receberam<br />
para realizar curas, expelir demônios, ressuscitar<br />
mortos, foram dados de graça, pela graça do Eterno.<br />
(Cf I Co 9:14) (II Co 11:7)<br />
“Não leveis ouro, nem prata, nem cobre, em<br />
vossos cintos; nem alforje para o caminho, nem<br />
duas túnicas, nem sandálias, nem bordão; pois<br />
digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mt<br />
10:9-10)<br />
A capacidade de receber a palavra do enviado, está<br />
relacionado diretamente ao desinteresse do anfitrião,<br />
quando este recebe as pessoas em sua casa. Ele<br />
deve recebê-las privando-se de lucros, sem olhar<br />
que a hospitalidade no Oriente é quase sagrada.<br />
O anfitrião encontra-se com o “enviado” que está<br />
de mãos vazias, não tendo nenhuma bagagem além<br />
da Fé. Quando isto acontece, a união é perfeita,<br />
pois, tanto o enviado, quanto aquele que recebeu a<br />
palavra do Eterno, participam do prazer sobrenatural,<br />
do gozo último que causa no homem a chegada<br />
do reino de D’us.<br />
Mas, só participará desse amor sobrenatural, aquele<br />
que vive em uma nudez perfeita; sem ouro, sem prata,<br />
sem bronze, livre de qualquer vínculo.<br />
O enviado por direito, receberá o seu salário de<br />
qualquer maneira. A Torah garante. (Cf Dt 25:4)<br />
(I Tm 5:18)<br />
Tradução em hebraico: “... sim o trabalhador vale<br />
o seu alimento.”<br />
Vejamos como Yeshua confirma a Torah. “Ficai<br />
na mesma casa, comendo e bebendo do que eles<br />
tiverem, pois, digno é o obreiro do seu salário. Não<br />
andeis de casa em casa.” (Lc 10:7)<br />
Para ser um servidor de Elohîm, é necessário<br />
atingir um desapego perfeito.<br />
O homem possui três necessidades vitais: Beber,<br />
comer e vestir. (Cf Mt 6:25) O homem só é capaz<br />
de recusar qualquer pagamento por uma atividade<br />
espiritual, se ele voltar-se inteiramente para<br />
Elohîms,tendo o olhar fixo, não em si mesmo, mas<br />
na divindade do Eterno, e esperando o Reino de<br />
D’us.<br />
O anúncio do reino, não deve tornar-se fonte de<br />
ganhos. Esta proibição encontra-se em:<br />
(I Tm 6:5-8) (I Pd 5:2)<br />
“Ao entrardes numa casa, saudai-a se a casa for<br />
digna, desça sobre ela a vossa paz (shalom)...”.<br />
(Mt 10:12-13a)<br />
A saudação verbal corresponde ao dom real da<br />
Paz, aquele a quem ela é feita. A palavra Shalom é<br />
por si só criadora de valor. Ela não constitui apenas<br />
uma fórmula de saudação, como também não<br />
significa somente ausência de guerras. “Shalom” é<br />
um estado de quem está completo, cheio interiormente<br />
e exteriormente, permitindo assim o amor<br />
resplandecer.<br />
É por isto que Yeshua ordena aos seus adeptos: “...<br />
se a casa não for digna, torne para vós a vossa paz.”<br />
(Mt 10:13)<br />
Se a casa não merecer esse estado de plenitude que<br />
o enviado propõe, “... saindo daquela casa ou cidade,<br />
sacudi o pó dos vossos pés.” (Mt 10:14)<br />
67
Yeshua comparou o juízo que está reservado para<br />
aquele que resiste à vontade do Eterno, a Sodoma<br />
e Gomorra. (Mt 10:15)<br />
Sodoma e Gomorra eram cidades terrivelmente<br />
pervertidas, abusavam daqueles que os visitavam,<br />
por isso o Eterno, retirou Ló, e fez chover fogo e<br />
enxofre do céu. (Cf Lc 17:29-30) ( Jd 7)<br />
B’shem Yeshua HaMashiach<br />
68
a rEmoção Do<br />
PECaDo Como<br />
PrElúDIo Para<br />
vINDa DE YEShua<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
A Sexta visão (Zc 5:1-4) nos fala da severidade do<br />
julgamento. O profeta retoma o assunto do capítulo<br />
três, quando o Senhor declara:<br />
“...tirarei a iniquidade desta terra num só dia.”<br />
(Zc 3:9)<br />
Adonai removerá a iniquidade, para que você e eu<br />
habitemos em “segurança”. “Naquele dia, diz o Senhor<br />
dos Exércitos, cada um de vós convidará o<br />
seu companheiro para debaixo da videira e para<br />
debaixo da Figueira.” (Zc 3:10)<br />
No Primeiro Testamento, muitas referências são<br />
feitas a Figueira e a Videira juntas. Elas são usadas<br />
para referir-se a Israel e Igreja de Yeshua, pois ele<br />
próprio simboliza a Videira.<br />
“Eu Sou a Videira verdadeira, e meu Pai é o<br />
agricultor.” ( Jo 15:1)<br />
- O profeta Jeremias se refere à videira assim:<br />
“Eu mesmo te plantei como vide excelente,<br />
uma semente inteiramente fiel. Como pois, te<br />
tornaste para mim uma planta corrupta, como<br />
de uma vide brava.” ( Jr 2:21)<br />
Assentar-se sob a própria Videira ou Figueira era<br />
participar das:<br />
1º Bênçãos divinas;<br />
2º De paz;<br />
3º De prosperidade e segurança.<br />
- Tanto como uma lembrança do dia de abundância,<br />
fartura e riquezas no período do reinado do<br />
Rei Salomão.<br />
Como também para desfrutar de uma “Esperança”<br />
messiânica escatológica. (Mq 4:1-4)<br />
“Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo<br />
da sua videira, e debaixo da sua figueira,<br />
desde Dã, até Berseba, todos os dias de Salo-<br />
mão.” (I Rs 4:25)<br />
Por isso que quando há escassez ou mesmo absoluta<br />
falta de figos e uvas, (frutos), isso é um “sinal”<br />
de aflição humana ou juízo divino.<br />
O profeta Jeremias no capítulo cinco, versículo<br />
dezessete, escreve “razões de Adonai para trazer<br />
o juízo”.<br />
“Comerão a tua sega e o teu pão, que haviam de<br />
comer teus filhos e tuas filhas; comerão as tuas<br />
ovelhas e as tuas vacas devorarão a tua vide e a<br />
tua figueira...” ( Jr 5:17) ( Jr 8:13)<br />
O Senhor deseja que, tanto Israel como Igreja,<br />
andem nos seus caminhos, a fim de serem instrumentos<br />
em suas mãos, para exercerem o “juízo”.<br />
Mas, o profeta declara; eis aí, quebraram a lei e a<br />
justiça.<br />
“A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel,<br />
os homens de Judá são a planta das suas delícias.<br />
E esperou que exercessem “juízo” e justiça, mas viu<br />
opressão; retidão, mas ouviu clamor.” (Is 5:7)<br />
ENTÃO, É NECESSÁRIO REMOVER O PE-<br />
69
CADO, pois virá um simples, mas severo julgamento.<br />
“Que vês? Eu respondi: Vejo um rolo volante.”<br />
Uma maldição está escrita sobre o rolo, consistindo<br />
em uma predição de melancolia e condenação.<br />
O julgamento em breve estaria atuando.<br />
No rolo da escritura, está escrito uma maldição<br />
para dois casos específicos.<br />
1º Para todo aquele que furtar - 8º mandamento<br />
2º Jurar falsamente - 9º mandamento (Ex 20:15-16)<br />
A Torah nos ensina:<br />
“Não furtareis. Não mentireis, não vos defraudeis<br />
uns aos outros. Não jurareis falsamente<br />
pelo meu nome, pois profanareis o nome do<br />
vosso D-us. Eu Sou o Senhor.” (Lv 19: 11-12)<br />
(Mt 5:33) (Tg 5:12)<br />
“Eu trarei, diz o Senhor dos exércitos...”<br />
Trarei julgamento, um rolo voando, será condu-<br />
zido sobre a casa do ladrão e de todos que “juram<br />
falsamente”. A Torah, a lei de D-us, consumirá<br />
por inteiro casas e pessoas; a palavra do Senhor.<br />
“Disse o anjo: Levanta os olhos e vê o que é<br />
isto que sai...” (Zc 5:5)<br />
“Eu perguntei, que é isto? É um efa que sai.”<br />
Um cesto grande servia para conter essa medida<br />
de “cereal”. O efa provavelmente podia ter de 22<br />
a 30 litros.<br />
- A cesta e o seu conteúdo (efa) representam toda<br />
a “iniquidade”, pecado.<br />
Algo precisava ser feito para livrar-se daquela carga<br />
terrível.<br />
*Iniquidade (é uma grave injustiça, comportamento<br />
desonesto, crime, pecado).<br />
São delitos individuais, de um grupo, ou de uma<br />
nação. Exemplo: “...pois a medida da iniquidade<br />
dos amorreus ainda não está cheia.” (Gn 15:16)<br />
A iniquidade tem o efeito inevitável de destruir o<br />
indivíduo, um grupo e uma nação.<br />
- Deve ser reconhecido como pecado, confessado,<br />
para que possamos ser perdoados.<br />
“O Senhor é longânimo, grande em benevolência,<br />
que perdoa a iniquidade e a transgressão,<br />
que o culpado não tem por inocente, e visita<br />
a iniquidade dos pais sobre os filhos, até<br />
a terceira e quarta geração. Perdoa Senhor, a<br />
iniquidade deste povo, segundo a grandeza da<br />
tua benignidade, como também perdoaste a<br />
este povo desde a terra do Egito até aqui.” (Nm<br />
14:18-19)<br />
O efa e o cereal, simbolizam neste texto a iniquidade.<br />
O cereal deve ser separado da palha.<br />
“...o trigo recolhido no celeiro e a palha queimada<br />
com fogo...” (Mt 3:12)<br />
“Eis que foi levantada a tampa de chumbo...”<br />
(Zc 5:7)<br />
Para surpresa de todos, quando a tampa de chumbo<br />
foi levantada, de cima do cesto, havia uma mulher<br />
sentada lá dentro.<br />
*Esta é a impiedade. (Falta de compaixão, desumano.<br />
Crítica impiedosa e mais desprezo às coisas<br />
70
sagradas, santas).<br />
Quando a tampa foi aberta, a mulher foi descoberta,<br />
e então, tentou fugir escapando rapidamente<br />
para não ser apanhada. O anjo que dava todo<br />
discernimento ao profeta Zacarias, colocou a mulher<br />
(a impiedade) dentro do cesto outra vez, a fim<br />
de removê-la para o seu lugar apropriado.<br />
“...e a lançou dentro do efa, e pôs sobre a boca<br />
deste a tampa de chumbo.”<br />
A mulher já tinha causado muitos males, e muita<br />
confusão.<br />
Adonai já estava trabalhando, e já está agindo em<br />
nosso favor, para remover os nossos pecados, e<br />
também nos livrar de grande “jugo”. Sua “graça” e<br />
seu poder estão em ação.<br />
Então, ocorreu uma surpresa (Zc 5:9)<br />
Duas mulheres voadoras levaram o efa, com a<br />
mulher, a fim de lhe edificarem um templo para<br />
adorá-la na Terra Sinear, “Babilônia” (Gn 11:2)<br />
Pão (Lehem) comida, pão, cereal.<br />
Toda comida é dadiva de D-us. Ele plantou o jardim<br />
do Édem e fez ali crescerem todas as árvores<br />
que eram boas para dar alimento.<br />
“E o Senhor fez brotar da terra toda a espécie<br />
de árvores agradáveis à vista e boas para a comida...”<br />
(Gn 2:9)<br />
- No livro dos salmos, eles asseveram (asseguram,<br />
certificam) que D-us faz crescer a relva para os<br />
animais e as plantas para o serviço do homem, de<br />
sorte que a terra tire o seu pão. (Lehem).<br />
“Ele faz crescer a erva para os animais, e as<br />
plantas para o serviço do homem, de sorte que<br />
a terra tire o seu pão. O vinho que alegra o coração<br />
do homem, o azeite que faz reluzir o rosto<br />
e o pão (lehem) que fortalece o seu coração.”<br />
(Sl 104:14-15)<br />
É o Eterno de Israel que nos instrui na arte de<br />
plantar e colher, nos princípios básicos da agricultura.<br />
(Is 28:26-29)<br />
Por eu e você, precisamos aprender sobre agricultura,<br />
se não vivemos na roça, no interior? Há!.. Não<br />
vou me preocupar com isso, pois, quando preciso<br />
vou ao supermercado, compro o que quero: Não<br />
é assim! Mas a Bíblia nos diz que nós precisamos<br />
aprender a plantar e colher.<br />
“Não vos enganeis: D-us não se deixa escarnecer<br />
(zombar). Tudo o que o homem semear,<br />
isso também ceifará. O que semeia na carne,<br />
na carne ceifará a corrupção; o que semeia no<br />
Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gl<br />
6:7-8)<br />
O profeta Isaías convoca o povo a não “zombar, a<br />
não escarnecer”. (censurar sem piedade, ridicularizar,<br />
zombar), mas é necessário ouvir e compreender.<br />
Se nós nos esforçar-mos para compreender,<br />
por saber, seremos inspirados pelo Senhor a MU-<br />
DAR OS NOSSOS CAMINHOS e evitar parte<br />
do desastre. Porque parte do desastre? Porque um<br />
“decreto” (um juízo) de Adonai já estava “estabelecido”<br />
sobre toda a terra. O profeta viu o “juízo”.<br />
“Agora não mais escarneçais, para que os vossos<br />
grilhões não se façam mais fortes; da parte do Senhor<br />
dos exércitos; ouvi um decreto a destruição<br />
determinada sobre toda a terra.” (Is 28:22) Esse é<br />
o juízo que o profeta Isaías já havia visto.<br />
O profeta dá introdução no ensinamento, como<br />
“sabedoria” para todo aquele que abrir o coração,<br />
71
os ouvidos, e colocar em prática.<br />
“inclinai os ouvidos e ouvi a voz...”<br />
“Ouvi filhos, a instrução do Pai; estai atentos<br />
para conhecerdes a prudência.” (Pr 4:1)<br />
Porque “Eu, o Pai, vou ensinar detalhes e você meu<br />
filho (filha) precisa aguçar a mente para compreender.<br />
Eu como agricultor usarei os métodos necessários<br />
para que todos cheguem ao conhecimento.<br />
Eu, planejo minhas ações, para que o trabalho do<br />
“agricultor” não seja em vão.<br />
Os meus julgamentos são como destorrar do terreno,<br />
(quebrar os torrões) e há um propósito nessa<br />
minha “ação”, aos seus olhos parece violenta.<br />
No processo de “pisar” o grão para você meu filho<br />
(filha) isto é uma violência aparente, mas necessária<br />
para se obter o grão.<br />
Outro ato violento é “Peneirar” o cereal (separação<br />
da casca, os bons elementos dos maus elementos)<br />
mas se faz necessário para o sucesso da boa farinha,<br />
consequentemente um saboroso “Pão”.<br />
Esse é o labor que o agricultor se esforçou para<br />
obter.<br />
1º passo: “Lavrar a terra.”<br />
Isaías declara: “Lavra todo o dia o lavrador para<br />
semear? Ou sulca e esterroa todo dia a sua terra?”<br />
(Is 28:24)<br />
O agricultor mantém por longo tempo seu trabalho<br />
de lavrar a terra.<br />
Ele está ali o dia inteiro, por longos dias, quebrando<br />
os torrões da terra; o agricultor está engajado<br />
num trabalho violento, desgastante, mas Ele não<br />
desiste. Ele “planejou” seu labor de modo que funcione.<br />
Adonai é o agricultor e Ele luta conosco com<br />
grande esforço, a fim de nos quebrar. Ele usa vários<br />
instrumentos, aparentemente violentos, e um<br />
deles é o “arado” (tão conhecido de todos nós) a<br />
fim de desfazer os torrões do solo, para que o terreno<br />
esteja fofo, macio, mole, nivelado (com a sua<br />
superfície plana) pronto para o plantio.<br />
O Espírito Santo tem um trabalho único que é:<br />
Ministrar a mente, trazendo convicção e também<br />
compungir a consciência para o arrependimento.<br />
Somente depois de todo o trabalho de preparação<br />
do solo, o agricultor plantará a sua semente, garantindo<br />
assim a colheita.<br />
Uma vez realizado os devidos preparativos da terra,<br />
Ele irá plantar cada tipo de semente de maneira<br />
apropriada, e no lugar certo.<br />
2º passo: “Semeadura”<br />
“Quando já tem nivelado a sua superfície, não espalha<br />
o endro, não semeia o cominho, não lança<br />
nela o trigo, em leiras ou a cevada no devido lugar<br />
ou a espelta na margem?” (Is 28:25)<br />
Espelta: (trigo de qualidade inferior, cujo grão é<br />
pequeno e escuro, e adere fortemente à gluma, que<br />
é uma membrana situada à base das espigas).<br />
O agricultor espalha o “Endro” e o “Cominho” que<br />
são menos valiosos, e o plantio do trigo e da cevada<br />
com a espelta plantada à margem, a fim de<br />
que o trigo e a cevada quando maduros, fossem<br />
protegidos dos que passavam no caminho, que poderia<br />
arrancá-los se fosse conveniente. As plantas<br />
menores atuariam como uma cerca nos campos de<br />
grãos.<br />
72
“O seu D-us o instrui, o ensina acerca do que há<br />
de fazer.”<br />
3º passo: “Processo trilhar o grão”.<br />
“Não trilha o endro com instrumento de trilhar,<br />
nem sobre o cominho passa roda de carro,<br />
com uma vara se sacode o endro, e o caminho<br />
com o pau.” (Is 28:27)<br />
As plantas mais delicadas não são tratadas como<br />
as mais robustas. Os grãos mais suaves não podem<br />
ser sujeitos aos trilhos (como o trigo e a cevada)<br />
fazendo a carroça passar por cima deles.<br />
Para tratar o endro e o cominho usa-se uma pequena<br />
vara, e não tábua pesada ou outro método<br />
violento.<br />
O que podemos entender? Aqueles que requeressem<br />
menor julgamento, porque seus pecados não<br />
tinham tão pesada natureza, receberiam um julgamento<br />
mais leve, temperado com a misericórdia.<br />
“O trigo deve ser moído para se fazer pão, mas<br />
não é trilhado continuamente, embora passe<br />
sobre ele as rodas do seu carro, não o moem os<br />
seus cavalos.” (Is 28:28)<br />
O uso dos trilhos é limitado, para que não venha<br />
esmagar e inutilizar o cereal. Cada espécie vegetal<br />
tem uma resistência. Depois de trilhado o grão é<br />
recolhido ao moinho onde haviam instrumentos<br />
apropriados para moê-lo.<br />
Da mesma forma D-us lida conosco. A decisão repousa<br />
sobre cada indivíduo, conforme ele mesmo<br />
queira ser tratado em concordância com a “lei” da<br />
semeadura e da colheita.<br />
Mas, amados, existe um pão, que pode ser adquirido<br />
sem dinheiro, nem trabalho. As pessoas podem<br />
conseguir esse “Pão”, mas depende do arrependimento,<br />
esse pão é Yeshua.<br />
“Eu Sou o Pão da Vida. Aquele que vem a mim<br />
não terá fome, e quem crê em mim jamais terá<br />
sede.” ( Jo 6:35)<br />
Eu quero te dizer que nós caminhamos para um<br />
dia melhor, quando Adonai há de restaurar o pão<br />
e os cereais ao seu estado original.<br />
Os céus e a terra produzirão fartamente quando o<br />
homem entrar naquele “descanso”, a Terra Prometida,<br />
a Canaã Celestial. Uma terra em que comeremos<br />
o “pão” sem escassez.<br />
Mas enquanto isto não acontece, é necessário<br />
aprender os princípios básicos sobre agricultura.<br />
Estaremos assim, aprendendo lições espirituais<br />
muito profundas para a vida de cada um de nós.<br />
A Torah nos promete:<br />
“Guarda os mandamentos do Senhor teu D-us<br />
para andares nos seus caminhos, e o temeres.<br />
Pois o Senhor teu D-us te introduz numa boa<br />
terra, terra de ribeiros e de águas, de fontes e de<br />
mananciais profundos, que manam dos vales e<br />
das montanhas. Terra de trigo, cevada, vides,<br />
figueiras, e romãzeiras, terras de oliveiras, de<br />
azeite e mel. Terra que comerás o pão sem escassez,<br />
e nada te faltará nela, terra cujas pedras<br />
são de ferro, e cujas montanhas cavarás o cobre.<br />
Comerás e te fartarás, bendizendo ao Senhor<br />
teu D-us pela boa terra que te deu”. (Dt 8:6-<br />
10)<br />
A natureza vai interromper numa produtividade<br />
sem interrupção, deliciosamente. Os profetas sabiam<br />
dessa promessa e declararam. ( Jo 3:18) (Am<br />
9:13-14)<br />
73
a DISCIPlINa Não<br />
SErá PErmaNENtE<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Base Bíblica para esta declaração: ( Jr. 31: 15-17a).<br />
“Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande<br />
lamento; era Raquel chorando por seus filhos,<br />
e inconsolável por causa deles, porque já<br />
não existem’’.<br />
RAQUEL: Mãe de José (Yoseph) e de Benjamim<br />
(Binyamin).<br />
O lamento de Raquel simboliza o Exílio do Reino<br />
do Norte ( Efraim e Manassés), as duas maiores<br />
tribos, filhos de José. O Exílio do reino do Sul:<br />
Benjamim.<br />
Israel iria para o cativeiro. A disciplina de D-us<br />
seria aplicada. Raquel lamenta e chora por seus<br />
filhos. Mas o que é disciplina? A palavra disciplina<br />
vem do latim: Disciplina é: INSTRUÇÃO,<br />
TREINAMENTO, APRENDIZAGEM. A<br />
nossa palavra discípulo quer dizer: (aprendiz ou<br />
seguidor) deriva de uma raiz latina. É óbvio que<br />
o verdadeiro discípulo precisa ser uma pessoa disciplinada.<br />
usos espeCífiCos da disCiplina.<br />
Método mediante o qual um modo de vida é posto<br />
em execução. Exemplo: pena aplicada aos que<br />
erram.<br />
Treinamento sistemático que prepara uma pessoa<br />
para tarefa específica, propósito a cumprir.<br />
Disciplinar no hebraico; “yasar” (disciplinar, repreender,<br />
instruir) “mûsar” ( disciplina).<br />
Qual seria então o fundamento da disciplina?<br />
O fundamento teológico da disciplina está na<br />
ALIANÇA que Adonai estabeleceu com seu<br />
povo. Aplicação da disciplina corretiva de Adonai<br />
é com o objetivo que seu povo mude. Ex: (Lv. 26:<br />
18-28). (cf .Lv. 26:25 ). “Trarei contra vós a espada,<br />
que vingará a quebra da minha aliança”.<br />
O importante documento de Renovação da Aliança,<br />
é a chave para nós compreendermos a Disciplina<br />
“Musar” (Dt. 11:2). “Considera-se hoje (não<br />
falo com vossos filhos, que não me conheceram,<br />
nem viram) a disciplina do Senhor vosso D-us:<br />
a sua grandeza, a sua mão forte e o seu braço estendido”.<br />
A Mûsar, disciplina de Adonai é a sua atividade<br />
Poderosa. Mas é através da atividade com poder<br />
(disciplinando) que “ELE” se revela. Não devemos<br />
interpretar negativamente a disciplina de Adonai,<br />
pois existem objetivos específicos que o Senhor<br />
deseja atingir em cada um de nós, a fim de nos dar<br />
uma qualidade de vida melhor.<br />
1º OBJETIVO: Nos testar e nos provar para ver<br />
o que está no nosso coração. “Recordar-te-ás de<br />
todo o caminho, pelo qual o Senhor teu D-us te<br />
guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar,<br />
para te provar, para saber o que há no teu<br />
coração, se guardarias ou não os seus mandamentos”<br />
(Dt.8:2).<br />
2º OBJETIVO: Nos fazer entender que nem só<br />
de pão viverá.<br />
Necessitamos de Adonai, de uma vida espiritual<br />
ajustada a “Ele”, porque a comida física, perece.<br />
Mas a comida espiritual o “Maná” dura para<br />
sempre. “ Ele te humilhou e te deixou Ter fome, e<br />
te sustentou com o maná, que tu não conheceste,<br />
74
nem teus pais o conheceram, para te dar a entender<br />
que nem só de pão viverá o homem, mas de<br />
tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá<br />
o homem.” (Dt. 8-3).<br />
3º OBJETIVO: Tornar a “Mûsar” disciplina<br />
,uma educação Teocêntrica.<br />
Teocracia é: Theos D-us, Kratéo, governo ,GO-<br />
VERNO DE D-EUS. Somos o povo de D-us.<br />
Temos uma relação ímpar entre D-us e o seu<br />
povo, Israel e Igreja. Essa relação é constituída pela<br />
“Aliança”, que vinculou o povo a D-us. Na Torah<br />
em: (Ex.19:4-9) (Dt.33:4-9). No Novo Testamento:<br />
(Ef.1:7) (Ap. 5:9). E nos constituiu seu povo<br />
através do sangue da Aliança.<br />
Então , o objetivo de Adonai é voltar conosco para<br />
uma disciplina centrada no Governo de D-us. Pois<br />
a “Mûsar” (disciplina) aponta para um estilo de<br />
vida Teocêntrico. O que é um estilo de vida ? (Maneira<br />
particular exprimir o pensamento. Modo de<br />
vida, procedimento, atitude, maneira de ser. Uso,<br />
costume, hábito). D-us julga o crente com o propósito<br />
de restaurá-lo. “Porque o Senhor corrige a<br />
quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe”.<br />
(Hb. 12:6)<br />
Razão da disciplina: “Mas agora vos escrevo que<br />
não vos associeis com aquele que, dizendo-se<br />
irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou<br />
maldizente, ou beberrão, ou roubador. Com o tal<br />
nem comais.” (cf. 1Co.5:9-11).<br />
1ª razão da disCiplina:<br />
Se recusar a ouvir, não desejar a reconciliação e o<br />
arrependimento.<br />
(Mt. 18:17). Esse é o motivo que o livro de Provérbios<br />
estabelece um paralelo da “Mûsar” (disciplina<br />
) com o Temor a D-us. “O Temor do Senhor<br />
é o princípio do conhecimento, mas os loucos desprezam<br />
a sabedoria e a instrução”.<br />
(Pv. 1:7) (no hebraico é: “yasar” disciplinar). E a<br />
bíblia diz que aqueles que desprezam a disciplina<br />
são tolos.”O tolo despreza a disciplina de seu pai,<br />
mas o que atende a correção mostra prudência”.<br />
2ª razão da disCiplina:<br />
Questão doutrinária. Para que sobreviva a Igreja<br />
do Senhor Jesus, sem infiltração do paganismo.<br />
Sempre na história da Igreja houve o perigo do<br />
retorno ao paganismo. O apóstolo Paulo escreve<br />
aos Coríntios, Tessalonicenses, acerca do desvio<br />
doutrinário, Gálatas e as epístolas de João. No caso<br />
de desvio, sempre, D-us levantou os seus profetas<br />
para falar aos líderes. Os profetas desenvolvem o<br />
tema “Musar” (disciplina)tal como visto em (Dt.<br />
11:2). Revelando a disciplina divina através de seus<br />
atos poderosos na história do povo de Israel e de<br />
Judá, em particular e das nações em geral. Atenção:<br />
D-us lida com seu povo tendo como ponto de<br />
partida a advertência e a correção. É assim que se<br />
deve entender a SEVERIDADE DO EXÍLIO.<br />
(Os. 5:2) (7:12 ) (Is.8:11). Mas, todos esses atos<br />
de disciplina tornaram-se inúteis com a resistência<br />
e a obstinação daqueles que a recebem. ( Jr.2:30)<br />
( Jr.5:3). “Ó Senhor, não procuram os teus olhos a<br />
verdade? Feriste-os mas não lhes doeu; consumiste-os,<br />
mas não quiseram receber a correção. Endureceram<br />
a sua face mais do que uma rocha, e não<br />
quiseram arrepender-se.” Mas com tudo isto ,a<br />
disciplina não é permanente. “Assim diz o Senhor:<br />
reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus<br />
olhos; porque há recompensa para as tuas obras,<br />
diz o Senhor, pois os teus filhos voltarão da terra<br />
do inimigo. Há esperança para o teu futuro, diz o<br />
Senhor”. ( Jr.31:16-17)<br />
O profeta Jeremias profetisa, que o choro de Raquel,<br />
a mãe de José e Benjamim poderia cessar.<br />
Porque haveria RESTAURAÇÃO para os seus.<br />
75
“Há esperança para o teu futuro...” A DISCI-<br />
PLINA NÃO SERÁ PERMANENTE. “Não<br />
contenderei para sempre, não continuamente me<br />
indignarei, pois o espírito do homem se enfraqueceria<br />
perante a minha face, o fôlego do homem<br />
que Eu criei.” (Is. 57:16). Porque os dias de disciplina<br />
tinham feito o seu trabalho.<br />
A ira divina tem uma tarefa a cumprir. (Hb.11:5-<br />
11). Levar os filhos a um modo de vida ajustado<br />
a sua palavra. Procedimento, atitude, maneira de<br />
ser, uso, costumes hábito. O estilo de vida bíblica<br />
é posto em execução, a disciplina realizou sua tarefa.<br />
Adonai então , cede espaço à ministração da<br />
misericórdia do Espírito Santo. “Quem ó D-us é<br />
semelhante a ti, que perdoas as iniqüidades, e te<br />
esqueces da transgressão do resto da tua herança?<br />
Ò Senhor não retém a sua ira para sempre, porque<br />
tem prazer misericórdia”. (Mq. 7:18)<br />
76
a boNDaDE Do<br />
EtErNo é o quE<br />
NoS lEva ao arrEPENDImENto<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
O capítulo quatorze de Bereshit (Gênesis) descreve<br />
uma guerra entre reinos, e Abraão foi envolvido nela.<br />
“Os quatorze reis tomaram todos os bens de Sodoma<br />
e Gomorra, e todo o seu mantimento, e se<br />
foram. Tomaram também a Ló, filho do irmão<br />
de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens<br />
dele, e partiram. Então veio um que escapara, e<br />
contou a Abrão, o hebreu. Ora, habitava Abrão<br />
junto aos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão<br />
de Escol e de Aner, os quais eram aliados<br />
de Abrão. Quando Abrão ouviu que seu parente<br />
estava preso, chamou trezentos e dezoito homens<br />
treinados, nascidos em sua casa, e perseguiu<br />
os reis até Dã.” (Gn 14:11-14)<br />
Os reis que vieram do oriente e do Norte invadiram<br />
a Transjordânia, vejamos: “Naquele tempo,<br />
Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Que-<br />
dorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goim.” (Gn<br />
1:1)<br />
Anrafel: o sentido do seu nome é incerto. Ele foi<br />
rei do Sinear, as terras baixas de aluvião do sul da<br />
Babilônia.<br />
* Aluviões são inundações, e enxurrada. Depósito<br />
de materiais orgânicos e inorgânicos deixados pelas<br />
águas.<br />
Arioque: Ele era rei de uma cidade do sul da Babilônia,<br />
Elasar, localizada entre UR e Ereque.<br />
Quedorlaomer: Rei de Elão. Elão era um país a<br />
leste da Babilônia, território dos elamitas. Elão<br />
ficava localizado no outro lado do rio Tigre, limitado<br />
ao Norte pela Assíria e pela Média e ao Sul<br />
pelo Golfo Pérsico. Quedorlaomer aliou-se aos<br />
outros três reis, a fim de combater contra os cinco<br />
reis da região do mar morto.<br />
Tidal: Sem nome no hebraico significa resplendor<br />
ou renome. Com o vocabulário Goim veio associar<br />
o território de Tidal, à porção Norte da Síria.<br />
Goim indica a idéia de raças pagãs, não judaicas.<br />
Eles faziam parte da coligação dos quatro reis;<br />
Anrafel, Arioque, Quedorlaomer e Tidal. Eles<br />
combateram um grupo de reis da região do Mar<br />
Morto. Sodoma, Gomorra, Adimá, Zeboim e<br />
Bela. Os primeiros derrotaram os últimos. (Cf Gn<br />
1:1-11)<br />
No processo de luta, Lót foi levado cativo. Assim<br />
o caso torna-se mais grave, pois, nessa captura, Lót<br />
revelou-se incapaz de ajudar os que o hospedavam<br />
e de dar segurança a sua mulher e suas posses.<br />
“Tomaram também a Lót, filho do irmão de<br />
Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens, e<br />
partiram.”(Gn 14:12)<br />
Abrão se viu obrigado a socorrer Lót, pois o sentimento<br />
de solidariedade aflorou, e, ainda mais, ele<br />
era o único socorro para seu sobrinho.<br />
“Então veio um que escapara, e contou a Abrão,<br />
o hebreu. Ora, habitava Abrão junto aos carvalhais<br />
de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e<br />
de Aner, os quais eram aliados de Abrão.” (Gn<br />
14:13) (Cf Gn 14:14)<br />
Vejamos, que o assalto é empreendido a noite,<br />
para melhor surpreender o inimigo. “Dividiu-se<br />
contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu,<br />
77
perseguindo-se até Habá, que fica a esquerda de<br />
Damasco.” (Gn 14:15)<br />
Abrão pessoalmente assume o comendo do ataque,<br />
como um bom guerreiro; e que maneja com destreza<br />
a sua espada. Assim trouxe todos os prisioneiros,<br />
os bens foram recuperados, a vitória foi total.<br />
“Assim trouxe de novo todos os seus bens, e<br />
também a Lót, seu sobrinho, e os bens dele, e<br />
também as mulheres e o povo.” (Gn 14:16)<br />
O objetivo do Eterno é o seguinte: Abrão expulsando<br />
os reis do Norte torna-se vencedor dos vencedores,<br />
e ele apropria de suas conquistas.<br />
Primeiro: Abrão tomou posse da terra de Canaã<br />
de forma mística, ou seja, espiritualmente. (Cf Gn<br />
12:1)<br />
Segundo: Nela implantou os altares de Elohîms.<br />
(Cf Gn 12:8) (Gn 13:18)<br />
Terceiro: Abrão confirma seu direito pela terra de<br />
Canaã, agora, na força da espada.<br />
Irmãos, temos aqui, um significativo incidente. Lót<br />
tinha tomado uma série de mais decisões, e agora<br />
merecia um tratamento severo, porém, o Eterno,<br />
por meio de Abrão, livrou-o milagrosamente. No<br />
capítulo anterior, podemos acompanhar a escolha<br />
de Lót pela rica aparência do vale do Jordão, um<br />
verdadeiro paraíso. (Cf Gn 13:7-11)<br />
Lót, aproveitou a oferta de Abrão, quando este lhe<br />
deu o benefício da escolha da Terra, buscou então<br />
desfrutar vantagens da oportunidade que lhe<br />
foi oferecida; porém, foi logrado quem acreditava<br />
lograr não é o mesmo? O texto deixa bem claro, a<br />
maldade dos habitantes de Sodoma, que provocarão,<br />
bem próxima sua ruína. “Ora, eram maus os<br />
homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o<br />
Senhor”. (Gn 13:13)<br />
Contudo, por causa da bondade do Eterno, através<br />
do seu servo Abrão, as grandes perdas de Lót<br />
foram quase completamente revertidas. Mas Lót,<br />
não aprendeu a lição. Se Lót não aprendeu, nós<br />
precisamos conceber conhecimento de D’us,<br />
pois, temos aqui, um poderoso ensino que precisamos<br />
adquirir, porque Lót não soube ser agradecido,<br />
quando o Eterno usou Abrão e seus servos<br />
para livrá-lo das mãos do reis do norte.<br />
A prova disto é o regresso de Lót para Sodoma,<br />
após, grande batalha a fim de livrá-lo.<br />
O apóstolo Paulo nos ensina que a bondade de<br />
D’us, tem o propósito de conduzir-nos ao arrependimento.<br />
Esta ainda é, a melhor maneira de<br />
alguém ser levado ao arrependimento.<br />
“Ou desprezas tu as riquezas da sua bondade,<br />
tolerância e paciência, ignorando que a bondade<br />
de D’us te leva ao arrependimento.” (Rm<br />
2:4)<br />
A bondade é usada duas vezes nesse versículo,<br />
dentro do qual devemos incluir todos os demais<br />
termos mencionados como: Tolerância (longanimidade)<br />
e paciência. Essas duas qualidades fazem<br />
parte da manifestação da bondade de D’us.<br />
Bondade no hebraico é rot “hesed”. Durante séculos,<br />
“hesed” foi traduzida por misericórdia, bondade<br />
e amor de D’us. Em 1927 Nelson Geneck<br />
publicou sua tese em alemão, e depois traduzida<br />
para o inglês por “Hesed in the Bible”. Suas<br />
idéias têm ampla aceitação. Ele teve como ponto<br />
de partida o pensamento de que Israel estava ligado<br />
a Elohîms por meio de alianças, tais como<br />
os tratados dos hititas e de outros povos. Glueck<br />
sustentava que D’us é descrito como alguém que<br />
se relaciona com Israel basicamente desta maneira.<br />
Assim, a “hesed” Divina não era fundamenta-<br />
78
da na misericórdia, mas na lealdade; em face das<br />
obrigações da aliança; uma lealdade que os israelitas<br />
também deviam demonstrar. Glueck foi em<br />
grande parte seguido por: W.F. Loftihouse (1933)<br />
N.H. Snaith (1944), H.W. Hobinson (1946), Ugo<br />
Masing (1954) e muitos outros.<br />
Obviamente, D’us está em aliança com os patriarcas<br />
e com Israel. Desse modo “hesed” (bondade)<br />
pode ser chamada, sem dúvida de: “Hesed da<br />
Aliança” (bondade da aliança). Dentro desse mesmo<br />
raciocínio está a retidão Divina, seus juízos e<br />
sua fidelidade. “Mas faço misericórdia até mil gerações<br />
daqueles que me amam e guardam os meus<br />
mandamentos.” (Ex 20:6) (Cf Dt 5:10)<br />
O texto ainda sustenta que àqueles que são leais e<br />
obedecem receberão “hesed” (bondade), enquanto<br />
que os desleais, isto é, os que odeiam-no serão<br />
castigados.<br />
Irmãos, graças a D’us que outros discordaram de<br />
Nelson Glueck, pois isso não procede. Declarar,<br />
que o amor de Elohîms seja simplesmente resultado<br />
de uma aliança, de modo algum. A aliança é,<br />
o sinal, e a expressão visível do AMOR de D’us.<br />
A primeira aliança, ou seja, a aliança original tem<br />
por sinal o “shabat”, que diz respeito ao correr do<br />
tempo. (Cf Gn 2:3)<br />
A consagração do tempo, pelo Shabat prevalece,<br />
onde podemos ver a insistência dos textos em recomendar<br />
sua observância cuidadosa e minuciosa.<br />
“Os filhos de Israel guardarão o Shabat, celebrando-o<br />
nas suas gerações por aliança perpétua. Entre<br />
Mim e os filhos de Israel será ele um sinal para<br />
sempre, pois, em seis dias fez o Senhor o céu e a<br />
terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento.”<br />
(Ex 31:16-17)<br />
A Segunda Aliança, com “Noah” tinha por sinal<br />
o arco-íris desdobrado no espaço. “O meu arco tenho<br />
posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver<br />
uma aliança entre Mim e a terra.” (Gn 9:13)<br />
Elohîms não mais destruirá a terra, não haverá<br />
mais dilúvio, a vida do homem será protegida. O<br />
contrato Divino é cósmico.<br />
Terceira Aliança foi estabelecida com Abraão e<br />
sua descendência. A descendência de Abraão carregará<br />
o sinal da aliança em sua própria carne. (Cf<br />
Gn 17:9-12) (Gn 34:14-25) (Ex 4:24-26) (Ex<br />
12:43-49) (Lv 12:3) (Dt 30:6) (Is 5:2-9)<br />
Assim podemos entender que a tese de Nelson<br />
Glueck seja apenas uma pressuposição ilusória<br />
que “hesed” bondade e misericórdia do Eterno seja<br />
somente por causa das alianças.<br />
Precisamos entender a “hesed” (bondade) do<br />
Eterno que está por trás da aliança.<br />
É conveniente olhar a palavra “hesed” (bondade)<br />
no seu uso secular, ou seja, entre uma pessoa e<br />
outra. Hesed (bondade) é praticada numa relação<br />
que eticamente vincula parentes, amigos, aliados,<br />
hóspedes e governantes. Aí está, a fidelidade às<br />
obrigações implícitas ou explícitas. Podemos concluir<br />
que de fato há um relacionamento presente,<br />
e o amor quase torna necessário nesses casos, para<br />
manter o relacionamento. Porque dissemos que o<br />
amor quase torna necessário? Porque, para sustentar<br />
um relacionamento “a hesed” (a bondade) é<br />
gratuitamente concedida. Alguém está em posição<br />
de ajudar o outro,o ajudador o faz dentro da sua<br />
própria liberdade, sem necessariamente amar. Podemos<br />
citar um exemplo bíblico, que encontra-se<br />
no segundo livro de Samuel. (Cf II Sm 2:4-7)<br />
A hesed (bondade) praticada pelos homens de<br />
Jabes-Gileade. O cuidado que eles tiveram com o<br />
corpo do Rei Saul, foi claramente um ato espontâ-<br />
79
neo de bondade, sem necessariamente amar. Davi<br />
foi informado que: “... foram os homens de Jabes-<br />
-Gilade que sepultaram a Saul”. (II Sm 2:4b)<br />
O rei Davi envia mensageiros aos homens de Jabes-Gileade<br />
para agradecê-los por tamanha bondade.<br />
“Então Davi enviou mensageiros aos homens de<br />
Jabes-Gileade e disse-lhes: Benditos sejais vós do<br />
Senhor, que fizestes tal benevolência para com o<br />
vosso senhor, para com Saul porque o sepultaste!<br />
O Senhor use convosco de benevolência e fidelidade,<br />
e eu também vos retribuirei este bem que<br />
fizeste”. (II Sm 2:5-6)<br />
Porém, irmãos, a hesed (bondade) que o apóstolo<br />
Paulo faz referência em (Rm 2:4 e Rm 11:22) não<br />
tem origem em nenhuma obrigação de aliança,<br />
muito menos no seu uso secular, entre uma pessoa<br />
e outra. A hesed (bondade) que Paulo faz alusão<br />
no contexto que temos na carta aos Romanos, diz<br />
respeito a um pedido de auxílio que apela à providência<br />
Divina; porque o ajudador não faz hesed<br />
(bondade) dentro da sua liberdade, pois, a tarefa<br />
que lhe foi exigida não é compatível com o homem<br />
natural. O ajudador precisa receber uma dosagem<br />
de hesed (bondade) em face a tantos erros,<br />
e misericórdia diante de muitas fraquezas, e tolerância<br />
ante a obstinação humana.<br />
Conclusão: o ajudador perde sua liberdade, pois<br />
ele não tem condições de realizar uma operação<br />
de salvamento de alguém, ou praticar um ato profético<br />
em benefício de muitos, sem interesse próprio,<br />
se ele não for revestido de: amor, paciência,<br />
Fé, humildade e resignação. E essas são características<br />
Divinas. O termo “hesed” (bondade) traz<br />
em si responsabilidades daqueles que pertencem<br />
um ao outro.<br />
Vamos aos exemplos bíblicos.<br />
Primeiro: Quando Labão libera Rebeca para<br />
casar-se com Isaque. Labão facilmente poderia<br />
ter dito “não”. Todavia, ele reconhece que a hesed<br />
(bondade) que ele teria que realizar para com<br />
Abrão vinha de D’us. Labão foi obrigado a fazê-lo.<br />
Labão não possuía liberdade para dizer não.<br />
“Agora, pois, se haveis de usar de benevolência<br />
e de verdade para com o meu senhor, fazei-mo<br />
saber; se não, declarai-mo, para que eu vá, ou<br />
para a direita ou para a esquerda. Então, responderam<br />
Labão e Betuel: Isto procede do Senhor,<br />
nada temos a dizer fora da sua verdade.<br />
Eis Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te;<br />
seja ela a mulher do filho do teu senhor, segundo<br />
a Palavra do Senhor”. (Gn 24:49-51)<br />
Segundo exemplo: se encontra no livro de Rute.<br />
A bela história de Rute, perderia o brilho, a unção,<br />
se fosse motivada por obrigações contratuais,<br />
ou simplesmente entre amigos. Nós sabemos que<br />
Rute, uma jovem viúva, não possuía condições de<br />
tamanha bondade para com sua sogra, uma senhora<br />
idosa, sem filhos. Aquela mulher idosa, não<br />
tinha nada para dar a Rute que pudesse ajudar a<br />
construir seu futuro. Rute foi com Noemi por pura<br />
hesed (bondade) misericórdia e amor Divino.<br />
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que<br />
te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque,<br />
aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que<br />
pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu<br />
povo, o teu D’us é o meu D’us”. (Rt 1:16)<br />
Vejamos que Boaz reconhece como bondade o ato<br />
de Rute. (Cf Rt 2:11-12) Boaz chama a ação de<br />
Rute de hesed (bondade). (Cf Rt 3:10)<br />
Terceiro exemplo: É o de Raab. A ação de Raab<br />
foi de hesed (bondade) para com o povo de D’us.<br />
“Agora pois, jurai-me, vos peço, pelo Senhor, pois<br />
80
vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência<br />
a casa de meu pai, e dai-me um sinal certo”.<br />
( Js 2:12)<br />
Irmãos, naturalmente e legalmente, a lealdade de<br />
Raab deveria ser para com o Rei e a sua cidade, e<br />
não com os hebreus.<br />
Se você e eu pertencemos ao Senhor, nossa responsabilidade<br />
se torna mútua, o que é d’Ele também<br />
é meu, o que é meu também é de responsabilidade<br />
d’Ele.<br />
Assim, aquele que entender que a hesed (bondade)<br />
que estamos praticando em seu favor, é por causa<br />
das riquezas e das misericórdias de D’us, e não pela<br />
nossa bondade. Portanto, aguardamos que eles sejam<br />
compelidos ao arrependimento, pois Paulo diz:<br />
“... é a bondade de D’us que te leva ao arrependimento”.<br />
(Rm 2:4b)<br />
Depois de toda esta grande operação de “hesed”<br />
bondade de Abrão para com Lót, o rei de Sodoma<br />
tira espontaneamente as conclusões da vitória de<br />
Abrão, e assim ele apressa-se para apresentar-se<br />
diante dele, para o ato de rendição. (Cf Gn 14:17)<br />
A vitória de Abrão necessita de uma consagração<br />
espiritual. O Rei de Salém (Salém é explicado pela<br />
raiz Shalôm que significa: estar em paz, em prosperidade,<br />
em saúde e plenitude) encontra-se com<br />
Abrão voluntariamente e faz um ato também de<br />
rendição. Abrão o recebe-o como ministrante de<br />
Él-Éliôn, e oferece-lhe o dízimo de todos os seus<br />
bens. (Cf Gn 14:20)<br />
A oferta de Malki-Sédéq constituí-se em pão e<br />
vinho, marcando o início de todo AMOR Sagrado.<br />
(Cf Gn 14:18) Malki-Sédéq assegura a continuidade<br />
das tradições de Noah, Abrão e à religião,<br />
o qual Abrão é fundador. Abrão encontra-se apto<br />
para exercer suas funções reais e sacerdotais. (Cf Sl<br />
110) (Hb 7:1)<br />
O relato entre as ralações de Abrão com o Rei de<br />
Sodoma é interrompida para que Malki-Sédéq<br />
consagre espiritualmente a vitória de Abrão. Assim<br />
retorna o rei de Sodoma para renunciar aos<br />
despojos de guerra e pede em troca dos despojos,<br />
as pessoas. (Cf Gn 14:21)<br />
Abrão corta qualquer discussão possível com o Rei<br />
de Sodoma, jurando em nome de Él-Éliôn, o criador<br />
dos céus e da terra. “Abrão, porém disse ao rei<br />
de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o D’us<br />
altíssimo, o possuidor do céu e da terra.” (Gn 14:22)<br />
Abrão cria uma rivalidade com o rei em generosidade,<br />
pois, aproveitar dos bens que lhe pertenceram,<br />
seria, pôr-se moralmente em sua dependência.<br />
Abrão rejeita até a correia do sapato do rei de<br />
Sodoma. “E juro que, desde um fio até a correia<br />
de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo<br />
que é teu; para que não digas: eu enriqueci Abrão.”<br />
(Gn 14:23)<br />
81
aS lEIS SExuaIS<br />
SubmEtEm a lIbErDaDE<br />
Do homEm<br />
à rEStrIção<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
“Todas as coisas me são licitas, mas nem todas<br />
as coisas me convêm. Todas as coisas me são<br />
licitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma<br />
delas.” (I Co 6:12)<br />
Em nossos dias, é muito comum ouvir das pessoas<br />
que as preferências sexuais são uma questão individual;<br />
somos levados a reconhecer essas preferências,<br />
aprendendo a respeitar as diferenças de cada<br />
um. Isso implica que os valores morais dependem<br />
da vontade de cada ser humano?<br />
Para os que acreditam em D’us, e amam a Sua<br />
Palavra, é sabido que as práticas sexuais, em particular<br />
o sexo oral e anal, acarretarão implicações<br />
morais, espirituais e prejuízos inquestionáveis ao<br />
nosso corpo físico.<br />
Do ponto de vista fisiológico, o sexo anal coloca<br />
milhões de homens e mulheres em situações de<br />
risco - infecção pelo HIV.<br />
Quarta Conferência Internacional de Microbicidas<br />
- Nova Deli,Índia.<br />
Estudos recentes mostram que o sexo anal, geralmente<br />
considerado um comportamento estritamente<br />
“gay”, também faz parte da rotina dos casais<br />
heterossexuais e é, geralmente, tratado com indiferença<br />
- Relatório publicado pelo Presidente da<br />
Associação pela Defesa dos Microbicidas Rectais<br />
(IRMA - inglês) - durante a conferência.<br />
O relatório “Menos Silêncio, mais Ciência” (Less<br />
Silence, more Silence,) advertiu que pesquisadores<br />
não podem mais ignorar o sexo anal - um dos principais<br />
vetores da epidemia; pediu mais pesquisas<br />
no desenvolvimento de microbicidas rectais. Devemos<br />
examinar a possibilidade de que o sexo anal,<br />
mesmo quando praticado raramente, seja na verdade,<br />
uma fonte importante de transmissão do HIV,<br />
em muitos contextos, disse o relatório. As mulheres<br />
também são suscetíveis a se engajarem em relações<br />
anais para satisfação dos seus parceiros, onde a virgindade<br />
é particularmente importante.<br />
Ian Mc Gowan, da Rede de Investigação sobre<br />
Microbicidas (Microbicides Triais Network) -<br />
alerta que o perigo do sexo anal, se dá pela maior<br />
fragilidade da membrana do reto em relação à da<br />
vagina e do colo uterino, o que facilita a transmissão<br />
de doenças. Por ser altamente vulnerável<br />
à infecção, a membrana anal passa a ser um portal<br />
muito frágil para a infecção do HIV. O reto apresenta<br />
uma natureza frágil, contendo uma única camada<br />
de células; pode ser danificado mesmo que o<br />
sexo anal seja praticado raramente.<br />
Sexo oral pode aumentar o risco de câncer de garganta,<br />
afirma pesquisa - (Da France Press, Chicago<br />
– 10 de maio de 2007.)<br />
Cientistas americanos revelam - Um vírus comum,<br />
cuja transmissão é atribuída à prática do<br />
sexo oral, é a causa de um tipo raro de câncer de<br />
garganta encontrado tanto em homens quanto em<br />
mulheres. Segundo um artigo publicado na edição<br />
do New England Journal of Medicine esse estudo<br />
é o primeiro a provar o elo entre Papilomavírus<br />
Humano (HPV) e a principal causa do câncer de<br />
útero e do câncer orofaringeal.<br />
Os cientistas ainda não descobriram porque algumas<br />
pessoas simplesmente não notam o vírus,<br />
enquanto outras ficam doentes, mas insistem em<br />
82
dizer que há boas razões para se acreditar que ele<br />
seja transmitido via sexo oral.<br />
O HPV pode ser encontrado na saliva, no sêmen e<br />
na urina, mas tem uma afinidade particular com as<br />
células da mucosa do pênis e da vagina. Os cânceres<br />
orais vinculados ao HPV estão em ascensão nos<br />
Estados Unidos desde 1973 - tendência que pode<br />
ser explicada, em parte, pela popularidade do sexo<br />
oral entre adolescentes americanos, explicaram os<br />
autores.<br />
No Livro de I Coríntios, o apóstolo Paulo nos<br />
ordena: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o<br />
homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui<br />
peca contra seu próprio corpo.” (I Co 6:18)<br />
O uso degradante do corpo é um pecado grave;<br />
desonra e rebaixa o indivíduo, danificando o próprio<br />
corpo -“Ou não sabeis que o nosso corpo é<br />
santuário do Espírito Santo, que habita em vós,<br />
proveniente de D’us? Não sois de vós mesmos.” (I<br />
Co 6:19)<br />
Para muito crentes, o sexo oral e anal são práticas<br />
consideradas permissivas, pois declaram que<br />
a Bíblia não as contradiz de forma explícita. Pensar<br />
assim é conhecer mal a composição da Torah<br />
e todo restante da Bíblia, onde encontramos, com<br />
freqüência, passagens que se referem às atividades<br />
sexuais proibidas, e textos que não expressam claramente<br />
sobre o assunto.<br />
A Torah menciona o clamor contra os pecados<br />
graves de Sodoma e Gomorra. * “IHVH diz: O<br />
clamor de Sodoma e de Gomorra, sim, multiplicou-se.<br />
Seu erro, sim, é muito pesado.” (Gn 18:20)<br />
* Texto transcrito do original hebraico.<br />
O Eterno expõe os motivos da condenação. Como<br />
justo juiz, vai constatar, Ele mesmo, os fatos antes<br />
de executar seu julgamento. “Eu descerei, portanto,<br />
e verei; se fizeram tal como o clamor que veio<br />
a mim, o aniquilamento! Caso contrario, saberei.”<br />
(Gn 18:21)<br />
A corrupção da cidade é em si um aniquilamento<br />
– uma destruição completa, um abatimento, um<br />
extermínio. A destruição física será uma manifestação<br />
inevitável.<br />
Dois anjos são enviados a Sodoma e a Gomorra,<br />
pois têm uma questão com as cidades: um vai<br />
destruí-la, e o outro vai salvar Ló. “Os dois mensageiros<br />
chegam a Sodoma ao anoitecer. Ló está<br />
sentado à porta de Sodoma. Ló vê, ergue-se ao<br />
seu encontro. Prostra-se com as narinas por terra.”<br />
(Gn 19:1)<br />
Ló recebe os mensageiros, desejoso de cumprir o<br />
dever da hospitalidade, mas temente às acusações<br />
dos habitantes de Sodoma, cujos costumes bem<br />
conhecia.<br />
“Ele diz: Eis IHVH. Apartai-vos até a casa de<br />
vosso servidor; pernoitai, banhai vossos pés, depois<br />
vos levantai cedo e retomai vosso caminho.<br />
Eles dizem: Não pernoitaremos na rua.” (Gn 19:2)<br />
O anfitrião prepara-lhes um bom banquete e eles<br />
comem.<br />
“Antes de haverem deitado os homens da cidade,<br />
os homens de Sodoma cercam a casa, adolescentes<br />
e anciãos, todo o povo, de toda a parte. Eles gritam<br />
para Ló. E lhe dizem: Onde estão os homens que<br />
vieram a ti esta noite? Faze-os sair até nós: vamos<br />
penetrá-los”(Gn 19 4-5).<br />
O verbo “iada” (penetrar) é tomado aqui, evidentemente,<br />
no sentido brutal da penetração física; o<br />
contexto não pode deixar qualquer dúvida. Daí o<br />
sentido adquirido pela palavra “sodomia” que significa:<br />
perversão sexual, coito anal, pederastia. So-<br />
83
doma e Gomorra tornaram-se nomes proverbiais<br />
que indicam a ira Divina, contra os crimes sexuais.<br />
a vida sexual oCupa luGar importante<br />
na bíblia saGrada.<br />
O estado de união entre homem e mulher deve ser<br />
limitado em sua essência; a união total só existe no<br />
ápice, ou seja, (no mais alto grau) na unidade absoluta<br />
do Eterno. É neste sentido que as leis sexuais<br />
submetem a liberdade do homem a restrições.<br />
leis sexuais<br />
“Nenhum de vós se chegará a qualquer parente<br />
próximo, para descobrir a sua nudez. Eu Sou o<br />
Eterno. Não descobrirás a nudez do teu pai, nem<br />
a nudez da tua mãe. É tua mãe; não descobrirás a<br />
sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher do<br />
teu pai. Não descobrirás a nudez de tua irmã, quer<br />
seja filha de teu pai quer filha de tua mãe, quer seja<br />
nascida em casa, quer fora dela, a sua nudez não<br />
descobrirás. Não descobrirás a nudez da filha de<br />
teu filho, ou da filha de tua filha; pois te desonrarias<br />
a ti mesmo. Não descobrirás a nudez da filha<br />
da mulher de teu pai, gerada de teu pai; ela é tua<br />
irmã. Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai;<br />
ela é parente próxima de teu pai. Não descobrirás<br />
a nudez da irmã de tua mãe; ela é parenta próxima<br />
de tua mãe. Não desonrarás o irmão de teu<br />
pai, aproximando-se da sua mulher; ela é tua tia.<br />
Não descobrirás a nudez da tua nora. Ela é mulher<br />
de teu filho; não descobrirás a sua nudez. Não<br />
descobrirás a nudez da mulher de teu irmão; é a<br />
nudez de teu irmão. Não descobrirás a nudez de<br />
uma mulher e de sua filha. Não tomarás a filha de<br />
seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a<br />
sua nudez; são parentes próximos. É maldade. Não<br />
tomarás a irmã de tua esposa como esposa rival,<br />
para lhe descobrir a nudez enquanto tua esposa<br />
viver”. (Lv 18:6-18)<br />
“O homem que se deitar com a mulher de<br />
seu pai, descobriu a nudez de seu pai. Ambos<br />
certamente serão mortos, e o seu sangue será<br />
sobre eles. Se um homem se deitar com a sua<br />
nora, ambos certamente serão mortos. Cometeram<br />
perversão, e o seu sangue será sobre<br />
eles. Se também um homem dormir com outro<br />
homem, como se fosse com mulher, ambos fizeram<br />
abominação. Certamente serão mortos,<br />
e o seu sangue será sobre eles. Se um homem<br />
desposar ao mesmo tempo uma mulher e a mãe<br />
dela, é maldade. A ele e a elas queimarão com<br />
fogo, para que não haja maldade no meio de<br />
vós. Se um homem se deitar com um animal,<br />
certamente será morto, e matareis o animal.<br />
Se uma mulher se aproximar de um animal,<br />
para juntar-se com ele, matarás tanto a mulher<br />
como o animal. Certamente serão mortos, e o<br />
sangue será sobre eles. Se um homem tomar a<br />
sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe,<br />
e vir a nudez dela, e ela vir a sua, é torpeza.<br />
Serão eliminados aos olhos dos filhos de seu<br />
povo. Descobriu a nudez de sua irmã, e levarão<br />
sobre si a sua iniqüidade. Se um homem<br />
se deitar com uma mulher durante o período<br />
menstrual, e descobrir a sua nudez, serão ambos<br />
eliminados do meio do seu povo por terem<br />
posto a descoberto a fonte do sangue. Também<br />
não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe,<br />
ou da irmã de teu pai, pois é descobrir a nudez<br />
de seu parente próximo; sobre si levarão a sua<br />
iniqüidade. Se um homem se deitar com a sua<br />
tia, descobriu a nudez de seu tio. Seu pecado<br />
levarão sobre si, e sem filhos morrerão. Se um<br />
homem tomar a mulher de seu irmão, é imundícia;<br />
descobriu a nudez de seu irmão, e sem<br />
filhos ficarão”. (Lv 20:11-21)<br />
De acordo com o ensinamento, cada união proibida:<br />
com a mãe, a irmã, a cunhada, homem com<br />
homem, homem e animal - a sanção prevista é o<br />
“Karet”(corte do ser), porque a falta não é de or-<br />
84
dem civil, nem criminal, mas de ordem espiritual.<br />
A ordenança começa pela lei solene de não imitar<br />
as práticas dos povos pagãos.<br />
“Disse o Eterno a Moisés: Fala aos filhos de Israel,<br />
e dize-lhes: Eu Sou o Eterno Vosso D’us. Não<br />
imitareis os costumes do Egito, onde habitastes,<br />
nem os da terra de Canaã, para a qual vos conduzo,<br />
nem andareis segundo os seus estatutos. Praticareis<br />
os meus juízos, e guardareis os meus estatutos,<br />
para andardes neles. “Eu sou o Eterno vosso D’us”.<br />
(Lv 18:1-4)<br />
O hábito e os costumes dos povos pagãos são de<br />
uma vida descomedida, cheia de devassidão e intemperança.<br />
Portanto, para eles, sexo oral, sexo<br />
anal e outras práticas que não estão escritas na<br />
palavra, como: literatura obscena, filmes, revistas,<br />
gravuras, pinturas e cenas pornográficas “... eles<br />
não se importaram de ter um conhecimento de<br />
D’us, Ele os entregou a um sentimento pervertido,<br />
para fazerem coisas inconvenientes.” (Rm 1:28)<br />
Pelo que D’us os abandonou as paixões infames.<br />
Até as suas mulheres mudaram o uso natural, ao<br />
contrário da natureza. (Rm 1:26)<br />
“... Ele os entregou...” essa entrega é um castigo<br />
Divino Judicial, onde a graça de D’us é retirada<br />
dos homens em que a restrição Divina é suspensa,<br />
e assim a enfermidade maligna do pecado se instaura<br />
e se propaga até a morte física (por causa das<br />
doenças sexualmente transmissíveis).<br />
Conseqüentemente, se não houver arrependimento<br />
em tempo oportuno, também acontecerá<br />
a morte espiritual - o pecado, nessa proporção<br />
não se satisfaz com os exageros, com a violência e<br />
com a vileza; também requer perversões distintas<br />
como: homem com homem, mulher com mulher,<br />
sexo oral, sexo anal etc. “Até as mulheres mudaram<br />
o uso natural, ao contrário da natureza” (Rm<br />
1:26b)<br />
A introdução solene contida em Levítico capítulo<br />
dezoito, a respeito das relações sexuais ilícitas, enfatiza<br />
a importância das leis que se seguem, onde é<br />
o próprio D’us quem fala.<br />
“Eu, IHVH, vosso Elohîns.” Em nossas traduções:<br />
“Eu Sou o Senhor vosso D’us.” (Lv 18:2).<br />
Moisés não é o intermediário, é o próprio D’us<br />
quem promulga as leis mais graves, como fez no Sinai<br />
com o Decálogo.Fica bem entendido, que para<br />
os que crêem em D’us, não podem, nem devem vi-<br />
ver uma vida sexual desregrada e dissoluta, como<br />
vivem as nações e o mundo pagão.<br />
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis.<br />
Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça?<br />
E que comunhão tem a luz com as trevas?”<br />
(II Co 6:14)<br />
Fazer o sexo, como faz os infiéis e imitá-los, é estar<br />
sob opressão moral num preito de obediência, vassalagem<br />
e dependência ao inimigo. Isso é jugo! Os<br />
romanos obrigavam os inimigos vencidos a passarem<br />
por baixo da forca, assim procuravam estabelecer<br />
igualdade e comunhão entre eles. O apóstolo<br />
Paulo exortando-nos a santidade diz:<br />
“... Pois vós sois santuário do D’us vivente,<br />
como D’us disse: Neles habitarei, e entre eles<br />
andarei; e Eu serei o seu D’us e eles serão o<br />
meu povo. Pelo que saí do meio deles, apartai-<br />
-vos diz o Eterno. Não toqueis nada imundo,<br />
e Eu vos receberei. Eu serei para vós Pai, e vós<br />
sereis para mim filhos e filhas diz o Eterno<br />
Todo- poderoso.” (II Co 6:16b -18)<br />
A Torah ensina: “Portanto, os meus estatutos e os<br />
meus juízos guardareis, pois o homem que os cumprir,<br />
por eles viverá. Eu Sou o Eterno.” (Lv 18:5)<br />
85
O fim do capitulo dezoito, do Livro de Levítico,<br />
nos (vers. 4-30), retorna Sua advertência de distanciar-se<br />
das abominações das nações principalmente<br />
dos Cananeus. * “A terra foi contaminada,<br />
e sancionarei seu erro contra ela; a terra vomitara<br />
seus habitantes.” (Lv 18:25) *Texto transcrito do<br />
original hebraico.<br />
Não é conveniente imitar as nações, porque a<br />
contaminação se estende dos seres humanos à<br />
terra*personificada. D’us vai fazê-la tomar um<br />
medicamento rude, uma punição salutar, um vômito,<br />
que irá expulsar a causa do mal. Esta punição<br />
traz à lembrança - reproduz a imagem que abateu<br />
as cidades de Sodoma e Gomorra, destruídas pelo<br />
enxofre e pelo fogo do céu.<br />
Agora podemos entender, porque o Eterno chamou-nos<br />
para uma acareação, para um confronto<br />
com Ele.“Vinde então, e argüi-me, diz o Eterno”.<br />
(Is 1:18a)<br />
Nós afrontamos a D’us com os nossos depoimentos<br />
irreverentes e atos de desacato tais como:<br />
se não estiver escrito “claramente” na Palavra de<br />
D’us, a respeito do sexo oral e anal e outras práticas<br />
semelhantes, eu “posso continuar” com esses<br />
hábitos, sem problema algum.<br />
*dar a terra um Caráter pessoal<br />
Quão injusta é essa declaração! Quão distorcida e<br />
deformada é a imagem que reproduzimos da Palavra<br />
do Eterno nosso D’us.<br />
Em função desses e outros depoimentos é que o<br />
profeta Isaias clamou: “... Criei filhos, e os engrandeci,<br />
mas eles estão revoltados contra mim.” (Is<br />
1:2b). Isso é uma demonstração de pura negligência,<br />
de falta de cuidado e displicência quanto ao<br />
conhecimento das Sagradas Escrituras.<br />
Eu e você podemos negligenciar o “conhecimento”<br />
de forma não intencional, no entanto, precisamos<br />
reconhecer que omissão no cumprimento de um<br />
ato que me é incumbido, é pecado. Nem por isso a<br />
falta deixa de ser grave. Se eu não conheço o que<br />
a Bíblia Sagrada diz sobre práticas sexuais proibidas,<br />
é porque sou displicente e desatento. Quando<br />
o Eterno chamou Jó para confrontá-lo disse:<br />
“Quem é este que escurece o Meu conselho com<br />
palavras sem conhecimento?” ( Jó 38:2)<br />
D’us revelou a ignorância de Jó quanto ao propósito<br />
Divino. Jó ficou perplexo ao perceber quão<br />
pouco os seres humanos sabem e conhecem a respeito<br />
do Todo - poderoso.<br />
ConClusão<br />
Só nos resta o caminho do arrependimento como<br />
fez Jó: “Quem é aquele, perguntaste que sem conhecimento<br />
encobre conselho? Certamente falei<br />
do que não entendia coisas maravilhosas demais<br />
para mim, e que eu não compreendia. Escuta-me,<br />
disseste e eu falarei; eu Te perguntarei, e Tu me<br />
responderás. Com os ouvidos eu ouvira falar de<br />
Ti, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me<br />
abomino, e me arrependo no pó e na cinza. ( Jó<br />
42:3-6)<br />
Embora vivendo numa sociedade onde o pecado<br />
sexual é comum e aceitável, nós não podemos<br />
nos levantar contra verdade e a santidade de D’us.<br />
Não podemos rebaixar os padrões morais para<br />
acomodá-los às idéias e tendências da sociedade<br />
moderna.<br />
oremos a palavra<br />
“Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos<br />
no Senhor Yeshua ( Jesus), que como<br />
recebestes de nós, quanto à maneira por que<br />
devereis viver e agradar a D’us, assim andai,<br />
para que possais progredir cada vez mais. Porque<br />
vós bem sabeis que mandamentos vos te-<br />
86
mos dado pelo Senhor Yeshua ( Jesus). Porque<br />
esta é a vontade de D’us, para a vossa santificação;<br />
que vos abstenhais da prostituição; que<br />
cada um de vós saiba possuir o próprio corpo<br />
em santificação e honra; não na paixão da concupiscência,<br />
como os gentios, que não conhecem<br />
a D’us. Ninguém oprima ou engane a seu<br />
irmão em negócio algum, porque o Eterno é<br />
vingador de todas estas coisas, como também<br />
antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque<br />
não nos chamou D’us para a imundícia, mas<br />
para a santificação. Portanto, quem despreza<br />
isto não despreza ao homem, mas sim a D’us,<br />
que nos deu também o seu Espírito Santo”. (I<br />
Tes. 4:1-8)<br />
87
orDEm DIvINa DE<br />
autorIDaDE<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
O problema mais sério que temos quanto à autoridade<br />
é com as Escrituras Sagradas, se partirmos<br />
do fato que devemos considerar as mesmas como<br />
um documento necessário, que nos dará: direção,<br />
orientação, estabelecimento de normas, e o conceito<br />
mais importante da vontade de D’us universal<br />
revelada e literalmente fixada.<br />
deuteronÔmio 4:44,45<br />
“Eis a Torah, que Moisés põe em faces dos Benéi<br />
Israel. Eis as testemunhas, as leis, os julgamentos,<br />
de que Moisés falou aos Benéi Israel à sua saída<br />
do Egito.”<br />
deuteronÔmio 30:10<br />
“Sim, ouvirás a voz de IHVH, teu Elohîms, para<br />
guardares teus mandamentos, suas regras, escritas<br />
nesta ata da Torah. Sim, retornarás para IHVH,<br />
teu Elohîms com todo o teu coração e todo teu<br />
ser.” Texto transcrito do original hebraico.<br />
prinCípiode autoridade das esCrituras<br />
saGradas<br />
A autoridade das Escrituras Sagradas é um poder<br />
legítimo, um direito. É a autoridade da Lei, contendo<br />
lugar para a orientação de D’us a toda humanidade<br />
por Ele criada. Para os cristãos, a perda<br />
da autoridade da Bíblia se deu pelo modo que eles<br />
adquiriram para lidar com as Escrituras Sagradas,<br />
assumindo assim, uma postura de paixão partidária.<br />
O que vem a ser isto?<br />
A unidade entre a Torah e os Evangelhos foi quebrada;<br />
a separação instituída com a quebra dessa<br />
unidade abriu espaço para a formulação de um<br />
conhecimento teológico e eclesiástico negativo da<br />
Lei. Isso tem dominado por muitos e muitos anos.<br />
Os pais gregos têm a certeza que uma melhor filosofia<br />
grega, como a de Platão, serve de mestre<br />
escola para uma maior inquirição espiritual dos<br />
cristãos. Se esta afirmativa dos gregos encerra alguma<br />
verdade, então acabamos de adicionar outra<br />
autoridade, reconhecida por alguns. Os conceitos<br />
de recusa quanto a Torah pelo protestantismo, foi<br />
a partir do iluminismo (doutrina de certos místicos<br />
do Séc. XVIII que se bastava na crença de uma<br />
inspiração sobrenatural). Essa Influência deixou<br />
marcas terríveis quanto à autoridade das Escritu-<br />
ras Sagradas como um todo. O resultado foi uma<br />
perda considerável de qualidade quanto à vida espiritual<br />
dos crentes.<br />
Tōqep (ףקת) - no hebraico significa: autoridade,<br />
poder, força. O verbo no hebraico tem o sentido<br />
de“sobrepujar” – que em português significa: exceder<br />
em altura, elevar-se sobre, no sentido de vencer<br />
e dominar o adversário.<br />
Temos encontrado muita resistência no meio cristão,<br />
para recuperarmos o peso de autoridade que a<br />
Bíblia contém. Se, não promovermos o retorno do<br />
povo de D’us para a Palavra como um todo (una)<br />
- sem cismas esem divisões, não poderemos falar<br />
da autoridade do pai, do chefe, do marido, da autoridade<br />
administrativa, do governo e autoridades<br />
civis e militares.<br />
Necessitamos recobrar o ânimo e lutar, em prol da<br />
unidade da Torah e dos Evangelhos, readquirindo<br />
o prestígio e a força que a Palavra de D’us contém;<br />
que ela venha elevar-se sobre nós, como autoridade,<br />
no sentido real do verbo hebraico Tōqep (sobrepujar).<br />
oremos daniel 9:4-19<br />
88
“Orei ao Eterno meu Elohim, confessei e disse:<br />
Ó Adonai, Elohim grande e terrível, que guardas<br />
a aliança e a misericórdia para com os que<br />
te amam e observam os teus mandamentos; temos<br />
pecado, temo-nos havido perversamente,<br />
procedido impiamente, e nos temos rebelado,<br />
desviando-nos dos teus preceitos, e dos teus<br />
juízos; nem temos escutado os teus servos, os<br />
profetas, que falaram em teu nome aos nossos<br />
reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, e a<br />
todo o povo da terra. Ó Adonai, a ti pertence<br />
a justiça, porém a nós confusão de rosto, como<br />
hoje se vê, aos homens de Judá, aos habitantes<br />
de Jerusalém, e a todo o Israel, que estão perto<br />
e que estão longe, em todos os países para onde<br />
os tens lançado, por causa das suas transgressões<br />
que cometeram contra ti. Ó Eterno, a nós<br />
pertence confusão de rosto, aos nossos reis, aos<br />
nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos<br />
pecado contra ti. A Adonai, nosso Elohim,<br />
pertencem as misericórdias e os perdões; porque<br />
nos temos rebelado contra ele, nem temos<br />
obedecido à voz do Eterno nosso Elohim para<br />
andarmos nas suas leis, que nos propôs pelos<br />
seus servos, os profetas.Todos os de Israel têm<br />
transgredido a tua lei, desviando-se, para não<br />
obedecerem a tua voz; por isso tem sido a maldição<br />
derramada sobre nós, e bem assim o jura-<br />
mento que está escrito na lei de Moisés, servo<br />
de Elohim, porque temos pecado contra ele.<br />
Ele acaba de confirmar as suas palavras, que<br />
falou contra nós, e contra os nossos juízes que<br />
nos julgaram, trazendo sobre nós um grande<br />
mal; pois debaixo de todo o céu nunca se fez o<br />
que se tem feito a Jerusalém. Como está escrito<br />
na lei de Moisés, todo este mal nos é sobrevindo;<br />
contudo não temos implorado o favor do<br />
Eterno nosso Elohim, para nos convertermos<br />
das nossas iniqüidades, e termos discernimento<br />
na tua verdade. O Eterno vigiou sobre o mal, e<br />
o trouxe sobre nós: pois o Eterno nosso Elohim<br />
é justo em todas as obras que faz, e nós<br />
não temos obedecido à sua voz. Agora, Adonai<br />
nosso Elohim, que tiraste ao teu povo com mão<br />
poderosa da terra do Egito, e adquiriste para<br />
ti renome, como hoje se vê; temos pecado, temos<br />
procedido impiamente. Ó Adonai, segundo<br />
toda a tua justiça, apartem-se da tua cidade<br />
Jerusalém, teu santo monte, a tua ira e o teu<br />
furor; pois por causa dos nossos pecados, e por<br />
causa das iniqüidades de nossos pais, servem<br />
de opróbrio Jerusalém e o teu povo a todos os<br />
que nos rodeiam. Agora, pois, Elohim nosso,<br />
escuta a oração do teu servo, e as suas súplicas,<br />
e por amor do Adonai faze brilhar o teu rosto<br />
sobre o teu santuário que está desolado. Inclina<br />
Elohim meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os<br />
teus olhos, e contempla as nossas desolações, e<br />
a cidade que é chamada do teu nome; pois não<br />
é por causa das nossas justiças que apresentamos<br />
perante ti as nossas súplicas, mas por causa<br />
das tuas grandes misericórdias. Adonai perdoa;<br />
Adonai escuta e põe mãos à obra; não te demores,<br />
por amor de ti mesmo, Elohim meu,<br />
porque a tua cidade e o teu povo são chamados<br />
do teu nome.”<br />
Agora sim, podemos entender claramente a sátira<br />
que o Espírito Santo fez, contra nossos hábitos<br />
e costumes; ridicularizou-nos dizendo: se nós<br />
mulheres quisermos restaurar o princípio de autoridade,<br />
teremos que riscar esse deus SHIVA do<br />
nosso meio.<br />
SHIVA é o deus hindu, celebrado com muita tradição<br />
anualmente na Índia nos meses de fevereiro<br />
e março. Em São Paulo a noite de SHIVA é comemorada<br />
em centros de estudos de hinduísmo e<br />
escolas de Ioga. SHIVA é o criador da Ioga e compõe<br />
a tríade de deuses indianos ao lado de Brahma<br />
(O criador) e Vishnu (o preservador).<br />
A imagem de uma das personalidades desse deus<br />
é a cabeça de mulher e o corpo de homem. Cabeça<br />
89
fala de direção e autoridade. Então... A direção e<br />
a autoridade estão com a mulher? Compreendemos<br />
que aordem foi alterada, que a autoridade está<br />
anulada pela mulher. O livro de Provérbios ensina:<br />
provÉrbios 30:21,23<br />
“Por três coisas se alvoroça (agita) a terra e a quarta<br />
não a pode suportar. O escravo quando reina o<br />
toloquando anda farto de pão, a mulher desdenhada<br />
quando se casa, e a serva quando fica herdeira<br />
de sua senhora.”<br />
“O escravo quando reina...” - É impróprio que<br />
um escravo suba ao oficio real e passe a dar ordens<br />
aos príncipes. Embora alguns escravos sejam<br />
honrados, em troca de um serviço fiel e longo,<br />
dificilmente sobem a posição de monarcas. Um<br />
escravo liberto pode tornar-se arrogante, atrevido,<br />
com falta de respeito, e pisará aos pés àqueles que<br />
o trataram bem.<br />
“... o tolo quando anda farto de pão...” - O insensato<br />
preguiçoso que come bem forma um tipo de contradição<br />
da Palavra que nos ensina: “Se não trabalhar,<br />
também não coma.” (II Ts 3:10)<br />
“... a mulher desdenhada quando se casa...” - No<br />
original hebraico – “a mulher odiada” – não como<br />
em algumas das nossas traduções bíblicas: “mulher<br />
não amada”, “mulher odiada” – Implica em uma<br />
mulher escandalosa, que não merece um bom casamento,<br />
porque ela perturba a paz; ela é dotada<br />
de um temperamento difícil, teimosa, egoísta e<br />
insensível. Vê! Tais mulheres escondem suas qualidades<br />
negativas, até casarem. Quando se casam,<br />
revelam sua estupidez, e assim fazem seus maridos<br />
desejarem nunca ter casado.<br />
Esta última situação, a bíblia diz que: “... não<br />
podemos suportar a serva quando fica herdeira de<br />
sua senhora”. Esta posição da mulher é causadora<br />
de um abalo difícil de suportar; a escrava torna-se<br />
a dona da casa, em lugar de sua senhora. Sendo<br />
assim, a oposição se estabeleceu contrariando a<br />
harmonia. A harmonia no seio da comunidade, da<br />
família, é encorajada por pessoas que mantém seus<br />
papéis apropriados, não vindo ocupar posições difíceis<br />
de executar.<br />
O apóstolo Paulo apelou para a ordem Divina de<br />
autoridade a fim de enfatizar a necessidade de submissão<br />
das mulheres aos seus maridos. EFÉSIOS<br />
5:23 - “... pois o marido é o cabeça da mulher,<br />
como também O Mashiach (Cristo) é o cabeça<br />
da igreja, sendo Ele próprio o salvador do corpo.”<br />
Cf. I CORÍNTIOS 11:3 - “Quero, entretanto,<br />
que saibais ser O Mashiach (Cristo) o cabeça de<br />
todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e<br />
D’us, o cabeça do Mashiach (do Cristo).”<br />
O evento do livro de Ester, no capitulo primeiro,<br />
trata do espírito arrogante da rainha Vasti (negação<br />
de autoridade) – e de como sua rebeldia foi<br />
cortada pela raiz, para que outras mulheres não<br />
fossem tentadas a imitá-la.<br />
ester 1:10-22<br />
“Ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre<br />
do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona,<br />
Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete eunucos<br />
que serviam na presença do rei Assuero,<br />
que introduzissem a presença do rei a rainha<br />
Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos<br />
e aos príncipes a formosura dela, pois era em<br />
extremo formosa. Porém a rainha Vasti recusou<br />
vir por intermédio dos eunucos, segundo a<br />
palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu<br />
e se inflamou de ira. Então, o rei consultou<br />
os sábios que entendiam dos tempos (porque<br />
assim se tratavam os interesses do rei na presença<br />
de todos os que sabiam a lei e o direito;<br />
e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar,<br />
90
Admata, Társis, Meres, Marsena e Memucã, os<br />
sete príncipes dos persas e dos medos, que se<br />
avistavam pessoalmente com o rei e se assentavam<br />
como principais no reino) sobre o que<br />
se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por<br />
não haver ela cumprido o mandado do rei Assuero,<br />
por intermédio dos eunucos. Então, disse<br />
Memucã na presença do rei e dos príncipes: A<br />
rainha Vasti não somente ofendeu ao rei, mas<br />
também a todos os príncipes e a todos os povos<br />
que há em todas as províncias do rei Assuero.<br />
Porque a notícia do que fez a rainha chegará a<br />
todas as mulheres, de modo que desprezarão a<br />
seu marido, quando ouvirem dizer: Mandou o<br />
rei Assuero que introduzissem à sua presença a<br />
rainha Vasti, porém ela não foi. Hoje mesmo,<br />
as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem<br />
o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os<br />
príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e<br />
indignação. Se bem parecer ao rei, promulgue<br />
de sua parte um edito real, e que se inscreva<br />
nas leis dos persas e dos medos e não se revogue,<br />
que Vasti não entre jamais na presença<br />
do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra<br />
que seja melhor do que ela. Quando for ouvido<br />
o mandado, que o rei decretar em todo o<br />
seu reino, vasto que é, todas as mulheres darão<br />
honra a seu marido, tanto ao mais importante<br />
como ao menos importante. O conselho pareceu<br />
bem tanto ao rei como aos príncipes; e fez<br />
o rei segundo a palavra de Memucã. Então, enviou<br />
cartas a todas as províncias do rei, a cada<br />
província segundo o seu modo de escrever e a<br />
cada povo segundo a sua língua: que cada homem<br />
fosse senhor em sua casa, e que se falasse<br />
a língua do seu povo.”<br />
A Torah apresenta a mulher na mais alta estima –<br />
numa posição de prestígio, confira: O homem não<br />
encontrou em nenhum dos animais, por ele nomeados<br />
e revelados em seu ser, capacidade de mostrar-<br />
-se suficiente, adequado ou próprio para ser seu:<br />
“... auxiliar *contra ele.” (Gn 2:20b) *(transcrito do<br />
original hebraico) - “contra ele.” No hebraico “Nagad”<br />
(que significa: estar próximo, relatar, narrar,<br />
expor) resume de forma verbal, ou por escrito, o<br />
conteúdo de um processo de um projeto de Lei.<br />
Esta é a posição que a mulher vai exercer assim<br />
que for criada; unir-se a ele, pelo sentimento, pelo<br />
pensamento, fazendo uma aliança. Sua situação<br />
social não a inferioriza, pelo contrário, enobrece-a.<br />
Genesis 2:21-22<br />
“Então o Eterno nosso Elohim fez cair um<br />
sono pesado sobre o homem, e este adormeceu;<br />
tomou, então, uma das suas costelas, e fechou<br />
a carne em seu lugar. Então da costela que o<br />
Eterno nosso Elohim tomou do homem, edificou<br />
a mulher, e a trouxe ao homem.”<br />
Os rabis ensinam que o fato da mulher ter sido<br />
tirada do corpo do homem, é para sublinhar, em<br />
relação ao homem, sua vocação de interioridade,<br />
ou seja: suas inclinações serão de natureza moral<br />
elevada, pois ela surge do interior dele. Podemos<br />
compreender assim, a relação fundamental entre<br />
homem e mulher, que é posicionada por YHVH<br />
unida a ele.<br />
Genesis 2:23<br />
“O terroso diz: Esta aqui, esta vez, é osso de meus<br />
ossos, carne de minha carne, e esta será chamada<br />
mulher – “ishá” – sim, do homem “ish” - esta aqui<br />
foi tirada.” Texto transcrito do original hebraico.<br />
A alegria do homem ao receber sua mulher é marcada<br />
pelo termo “Zot” que significa (esta aqui); é<br />
empregado três vezes nesse versículo, revelando<br />
seu ato solene de reconhecimento pela criação<br />
da mulher. A palavra hebraica “ish” que significa;<br />
“homem”, no seu feminino é “isha” mulher.<br />
91
Os termos “ish” e “isha” contêm uma das primei-<br />
ras letras do tetragrama, IH. O homem e a mulher<br />
unidos reúnem essas duas letras, impondo desse<br />
modo, a presença de IHVH no casal. Quando o<br />
mesmo está em desarmonia – a mulher exercendo<br />
uma posição que não é dela, ou negando a autoridade<br />
de seu marido, passam a estar desunidos<br />
sendo adversários; eles separam as letras IH e rechaçam<br />
a presença de IHVH de seu meio.<br />
O governo do mundo determina, estabelece, obriga<br />
a mulher a aceitar padrões que não são bíblicos para<br />
seu casamento, ou seja: deuses que a humanidade<br />
constrói, com a conseqüente imposição de seus costumes;<br />
a influência da opinião pública; um leque de<br />
opções que influenciam não apenas o resultado das<br />
nossas escolhas, mas também a forma como as desfrutamos.<br />
No mundo moderno a liberdade de escolha<br />
tornou-se um mito, ou seja: (uma lenda, uma<br />
fantasia, uma coisa que não existe). Nossas escolhas<br />
não são baseadas em princípios racionais; muito<br />
menos na Palavra de Elohim, devido à autoridade<br />
que os meios de comunicação e outros, exercem<br />
sobre nós. Portanto, hoje, escolher servir a Elohim<br />
e submeter-se a autoridade constituída, soa agudamente<br />
aos ouvidos da maioria dos crentes.<br />
Para solucionar esse problema, as igrejas evangéli-<br />
cas desenvolveram um meio filosófico grego, para<br />
manter a unidade no casamento e na família: “a<br />
idolatria ao amor”, onde o valor absoluto está em<br />
nós – chamado de transcendência na iminência –<br />
diz o filosofo francês Luc Ferry. É aquilo que está<br />
fora do alcance de nossa ação ou pensamento. Filosoficamente<br />
a iminência é um ser que se identifica<br />
a outro ser, assim... Tudo é o amor, o amor é lindo!<br />
As igrejas evangélicas promovem vários encontros<br />
de casais, em lugares inspiradores ao amor com<br />
preletores ungidos de psicologia e filosofia dos<br />
deuses gregos, romanos, babilônicos e católicos.<br />
Sim, adotam a filosofia humanista ou sabedoria<br />
do amor. Esta é uma doutrina que tem permeado<br />
o meio evangélico; seu objetivo é desenvolver<br />
as qualidades do homem – uma delas é o amor<br />
– endeusar, ou seja, divinizar o homem. Por isso<br />
chamamos de idolatria ao amor!<br />
O amor é bíblico, pois Elohim é amor; mas onde<br />
está a prática da justiça? O apóstolo João com<br />
muita sabedoria ensina:<br />
i João 2:3-6<br />
“E nisso sabemos que o conhecemos: se guardarmos<br />
os seus mandamentos. Aquele que diz:<br />
Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos,<br />
é mentiroso, e nele não está a verdade.<br />
Mas qualquer que guarda a sua palavra, o<br />
amor de Elohim nele tem-se verdadeiramente<br />
aperfeiçoado. E nisso conhecemos que estamos<br />
Nele. Aquele que diz estar Nele, também deve<br />
andar como Ele andou.”<br />
Nós continuaremos a ensinar o que a Bíblia Sagrada<br />
diz: aquele que encontrou uma esposa descobriu<br />
uma fonte de benção; achou aquela esposa<br />
que a Torah lhe deu – que está próxima do seu marido<br />
“nagad” e não está como cabeça dele, (como<br />
deus hindú Shiva).<br />
PROVÉRBIOS 18:22 : “O que acha uma esposa,<br />
acha uma coisa boa, e recebe favor do Eterno.”<br />
A posição de honra da mulher é clara pelo fato de<br />
vir do Eterno. PROVÉRBIOS 19:14b : “... mas do<br />
Eterno vem a mulher prudente.”<br />
O livro de Provérbios termina com uma nota elevada<br />
sobre as mulheres. Foi escrito como elogio à<br />
boa esposa em estilo acróstico, ou seja, a primeira<br />
letra de cada verso segue a ordem do alfabeto hebraico.<br />
Cada um dos seus vinte e dois versos começa<br />
com uma letra consecutiva do alfabeto.<br />
92
Os homens da <strong>Congregação</strong> Rechovot, assim<br />
como os judeus, abençoam suas esposas e as mulheres<br />
presentes à celebração do Shabat, orando<br />
Pv 31:10-31.<br />
asHet - CHaYil (mulHer virtuosa)<br />
PROVÉRBIOS 31:10-31<br />
ת alef - Mulher virtuosa, quem a achará? O seu<br />
valor muito excede o de rubis<br />
ב bet - O coração de seu marido confia nela, e não<br />
haverá falta de ganho<br />
ג guimel - Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias<br />
da sua vida<br />
ד dalet - Ela busca lã e linho de bom grado trabalha<br />
com as mãos<br />
ה he - É como o navio mercante: de longe traz o<br />
seu pão<br />
ו vav - É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento<br />
à sua casa, e a tarefa às suas servas<br />
ז zain - Examina uma propriedade e adquire-a;<br />
planta uma vinha com o fruto de suas mãos<br />
ח chet - Cinge os lombos de força, e fortalece os<br />
braços<br />
ט tet - Prova e vê que é boa a sua mercadoria, e sua<br />
lâmpada não se apaga de noite<br />
י Iud - Estende as mãos ao fuso, e as palmas de<br />
suas mãos pegam na roca<br />
כ khaf - Abre a sua mão para o pobre, estende ao<br />
necessitado as suas mãos<br />
ל lamed - Não tem medo da neve pela sua família<br />
pois todos os da sua casa estão vestidos de lã escarlate<br />
מ mem - Faz para si cobertas, veste-se de linho<br />
finíssimo e de púrpura<br />
נ nun - Conhece-se seu marido nas portas, quando<br />
se assenta com os anciãos da terra<br />
ס samech - Faz vestidos de linho e vende-os, e<br />
entrega cintas ao negociante<br />
ע ain - A força e a dignidade são os seus vestidos,<br />
e ri-se do tempo vindouro<br />
פ pei - Abre a sua boca com sabedoria, e a instrução<br />
amável está na sua língua<br />
צ tzadi - Atende ao bom andamento da sua casa, e<br />
não come o pão da preguiça<br />
ק kof - Seus filhos levantam-se e chamam-na<br />
bem-aventurada; também seu marido a louva, dizendo<br />
ר reish - Muitas mulheres procedem virtuosamente,<br />
mas tu a todas sobrepujas<br />
ש shin - Enganosa é a graça, e vã a formosura; mas<br />
a mulher que teme ao Eterno, essa será louvada<br />
ת tav - Dai-lhe do fruto das suas mãos; e nas portas<br />
louvem-na as suas obras<br />
93
“FazEI, PoIS morrEr,<br />
a voSSa NaturEza<br />
CarNal...”<br />
(Cl 3:5a)<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
A vida é renovada todos os dias pela oração, e suplica<br />
diante de Elohim. A oração nos dá uma nova<br />
aparência, substituindo as rugas que decorrem geralmente<br />
da idade, dos desgostos ou até mesmo<br />
das preocupações. A oração recompõe e revigora.<br />
Oremos:<br />
lamentaçÕes 3:22-42<br />
“As misericórdias do Eterno são a causa de não<br />
sermos consumidos, porque as suas misericórdias<br />
não têm fim; renovam-se cada manhã.<br />
Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o<br />
Eterno, diz a minha alma; portanto, esperarei<br />
nele. Bom é o Eterno para os que esperam por<br />
ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a<br />
salvação do Eterno, e isso, em silêncio. Bom é<br />
para o homem suportar o jugo na sua mocida-<br />
de. Se assente solitário e fique em silêncio; porquanto<br />
esse jugo Elohim pôs sobre ele; ponha<br />
a boca no pó; talvez ainda haja esperança. Dê a<br />
face ao que o fere; farte-se de afronta. Adonai<br />
não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça<br />
a alguém, usará de compaixão segundo<br />
a grandeza das suas misericórdias; porque não<br />
aflige, nem entristece de bom grado os filhos<br />
dos homens. Pisar debaixo dos pés a todos os<br />
presos da terra, perverter o direito do homem<br />
perante o Altíssimo, subverter ao homem no<br />
seu pleito, não o veria Adonai? Quem é aquele<br />
que diz, e assim acontece, quando Adonai<br />
o não mande? Acaso, não procede do Altíssimo<br />
tanto o mal como o bem? Por que, pois, se<br />
queixa o homem vivente? Queixe-se cada um<br />
dos seus próprios pecados. Esquadrinhemos os<br />
nossos caminhos, provemo-los e voltemos para<br />
o Eterno. Levantemos o coração, juntamente<br />
com as mãos, para Elohim nos céus, dizendo:<br />
Nós prevaricamos e fomos rebeldes, e tu não<br />
nos perdoaste.”<br />
Será que o Eterno está evocando um rejuvenescimento<br />
físico? Com certeza, não! Ele está convocando-nos<br />
a uma transformação interior.<br />
romanos 12:2<br />
“Não vos conformeis com este mundo, mas<br />
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,<br />
para que experimenteis, qual seja<br />
a boa, agradável e perfeita vontade de Elohim.”<br />
Isso vai requerer uma rendição total, ou seja: pedir<br />
um juízo, aplicação de uma pena para nós mesmos.<br />
Agindo assim, estou reclamando como direito.<br />
Eu aspiro e desejo ser transformado, como Paulo<br />
prescreve em:<br />
Colossenses 3:5-10<br />
“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:<br />
prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo<br />
maligno e a avareza, que é idolatria; por estas<br />
coisas é que vem a ira de Elohim sobre os filhos<br />
da desobediência. Ora, nessas mesmas coisas<br />
andastes vós também, noutro tempo, quando<br />
vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente,<br />
de tudo isto: ira, indignação, maldade,<br />
maledicência, linguagem obscena do vosso falar.<br />
Não mintais uns aos outros, uma vez que<br />
vos despistes do velho homem com os seus<br />
feitos e vos revestistes do novo homem que se<br />
refaz para o pleno conhecimento, segundo a<br />
imagem daquele que o criou;”<br />
94
O Espírito Santo faz à seguinte denúncia a nosso<br />
respeito. O coração de vocês é “Terra Colcci”, terra<br />
sensual, terra animal – É o coração segundo a parábola<br />
do semeador<br />
Cf. mateus 13:18-22<br />
“Escutai vós, pois, a parábola do semeador.<br />
Ouvindo alguém a palavra do Reino e não a<br />
entendendo, vem o maligno e arrebata o que<br />
foi semeado no seu coração; este é o que foi<br />
semeado ao pé do caminho; porém o que foi<br />
semeado em pedregais é o que ouve a palavra e<br />
logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em<br />
si mesmo; antes, é de pouca duração; e, chegada<br />
a angústia e a perseguição por causa da Palavra,<br />
logo se ofende;”<br />
A filosofia “Colcci” é identificada porque seus<br />
adeptos agem pelo instinto, cujo propósito é formar<br />
uma geração para os últimos dias, com normas<br />
e comportamentos sensuais.<br />
*Instinto é o primeiro movimento que dirige o homem<br />
e os animais em seu procedimento. É uma<br />
ação sem reflexão, que não obedece a leis nem autoridades.<br />
O individuo “Colcci” (sensual), na maioria das vezes,<br />
é impulsionado conscientemente, porque são<br />
experimentados no comportamento que querem<br />
determinar. Muitos provocam reações nas pessoas,<br />
apenas com palavras – sabem que a palavra em si é<br />
criadora de valores.<br />
Yeshua ensina: MATEUS 12:36-37<br />
“... toda palavra ociosa, (inútil e nociva) que os<br />
homens pronunciam, eles deverão dar conta no<br />
dia do juízo. Sim, por tuas palavras és justificado,<br />
e por tuas palavras és condenado.”<br />
Assim, esse conjunto de ações e palavras pecaminosas<br />
é chamado de “síndrome de desobediência”<br />
(doença infecciosa que precisa ser expiada pela<br />
oração).<br />
Cf. nÚmeros 16:41-49<br />
“Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos<br />
filhos de Israel murmurou contra Moisés e<br />
contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do<br />
Eterno. E aconteceu que, ajuntando-se a congregação<br />
contra Moisés e Arão e virando-se<br />
para a tenda da congregação, eis que a nuvem a<br />
cobriu, e a glória do Eterno apareceu. Vieram,<br />
pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação.<br />
Então, falou o Eterno a Moisés, dizendo:<br />
Levantai-vos do meio desta congregação,<br />
e a consumirei como num momento; então, se<br />
prostraram sobre o seu rosto, e disse Moisés a<br />
Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo<br />
do altar, e deita incenso sobre ele, e vai depressa<br />
à congregação, e faze expiação por eles; porque<br />
grande indignação saiu de diante do Eterno; já<br />
começou a praga. E tomou-o Arão, como Moisés<br />
tinha falado, e correu ao meio da congregação;<br />
e eis que já a praga havia começado entre<br />
o povo; e deitou incenso nele e fez expiação<br />
pelo povo. E estava em pé entre os mortos e<br />
os vivos; e cessou a praga. E os que morreram<br />
daquela praga foram catorze mil e setecentos,<br />
fora os que morreram por causa de Coré.”<br />
Toda esta sucessão de sentimentos, idéias, pensamentos<br />
e palavras provêm de uma única fonte:<br />
“Terra Colcci” – coração sensual – por ser o homem<br />
amante de si mesmo. Este é o indivíduo dos<br />
últimos dias.<br />
O apóstolo Paulo escreve na segunda epístola a<br />
Timóteo, minuciosamente, quais são as características<br />
do homem e da mulher dos últimos dias.<br />
95
ii timóteo 3:1-2a<br />
“Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão<br />
tempos difíceis, pois os homens serão amantes<br />
de si mesmos...”<br />
*Este é o primeiro conceito traçado por Paulo “...<br />
os homens serão amantes de si mesmos...”<br />
Este conceito encabeça e dirige os atributos seguintes,<br />
percorrendo com exatidão a maneira de<br />
conduzir do indivíduo, que é estimulado pelo extinto,<br />
vejamos:<br />
ii timóteo 3:2-5<br />
“... gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos,<br />
desobedientes a pais e mães, ingratos,<br />
profanos, sem afeição natural, irreconciliáveis,<br />
caluniadores, sem domínio de si, cruéis, sem<br />
amor para com os bons, traidores, atrevidos,<br />
orgulhosos, mais amigos dos prazeres que amigos<br />
de Elohim tendo aparência de piedade,<br />
mas negando-lhe o poder. Afasta-te também<br />
destes.”<br />
A expressão: “culto a si mesmo”, pode ser encontrada<br />
em:<br />
Colossenses 2:23<br />
“Tem na verdade, aparência de sabedoria, em<br />
culto voluntário (culto a si mesmo) humildade<br />
fingida, e severidade para com o corpo, mas não<br />
tem valor algum contra satisfação da carne.”<br />
O apóstolo Paulo ensina que tudo isso só tem aparência<br />
de sabedoria, sem qualquer substância ou<br />
evidência espiritual – “Não têm valor algum contra<br />
a sensualidade.” Ou seja: tais coisas não possuem<br />
essência, nem robustez; não têm valor, mas<br />
realmente promovem a satisfação carnal. *Promove<br />
para elevar a carne a um grau superior. Finalizando:<br />
tudo isso é uma sucessão de sentimentos e<br />
ações carnais do homem dos últimos dias.<br />
*Dar impulso a: pôr em execução a ganância, presunção,<br />
desobediência a pai e a mãe, ingratidão,<br />
falta de afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores,<br />
cruéis.<br />
Essa gama de pensamentos e idéias da carne é<br />
dotada de poderosa ação fisiológica. Paulo quer<br />
dizer: “culto a si mesmo” – é simplesmente uma<br />
manifestação da força da carne, e é claro, não honra<br />
a Elohim.<br />
A Torah em (Deuteronômio 16:18-20) trata da<br />
administração da justiça:<br />
“Juízes e oficiais porás em todas as tuas portas<br />
que o Eterno, teu Elohim, te der entre as tuas<br />
tribos, para que julguem o povo com juízo de<br />
justiça. Não torcerás o juízo, não farás acepção<br />
de pessoas, nem tomarás suborno, porquanto o<br />
suborno cega os olhos dos sábios e perverte as<br />
palavras dos justos. A justiça, somente a justiça<br />
seguirás, para que vivas e possuas em herança a<br />
terra que te dará o Eterno, teu Elohim.”<br />
Reserva também, no Livro de Deuteronômio, dois<br />
versículos, encerrando o capítulo dezesseis, para<br />
ajustar a questão de: “não estabelecer um poste<br />
ídolo junto altar que levantares para Elohîms teu<br />
Elohim. Nem levantarás para ti estátuas, coisas<br />
que o Eterno teu Elohim detesta.” (Dt 16:21-22)<br />
Por quê? Creio que primeiro teremos de administrar<br />
“justiça privada” – julgar a pendência particular,<br />
ou seja, a disputa entre o altar de Elohîms e<br />
um altar para si mesmo. Só estaremos aptos para o<br />
exercício legal da justiça, quando a natureza carnal<br />
estiver subjugada ao comando do Espírito Santo.<br />
Em nenhum lugar da Escritura, o direito se apresenta<br />
como obra de um governo, de um partido ou<br />
de um soberano. A prática da justiça é uma ordem<br />
96
Sagrada, da qual o juiz ou soberano é “servidor”;<br />
não é lícito modificá-la.<br />
A execução das leis é confiada a juizes, que nos<br />
tempos bíblicos, não eram profissionais. Em contrapartida,<br />
quando se recorria ao Supremo Tribunal<br />
situado em Jerusalém (no lugar escolhido), os<br />
juízes eram escolhidos entre os Kohanîms – sacerdotes<br />
da tribo de Levi.<br />
Cf. deuteronÔmio 17:8-13<br />
“Quando alguma coisa te for difícil demais em<br />
juízo, entre caso e caso de homicídio, e de demanda<br />
e demanda, e de violência e violência, e outras<br />
questões de litígio, então, te levantarás e subirás<br />
ao lugar que o Eterno, teu Elohim, escolher. Virás<br />
aos levitas sacerdotes e ao juiz que houver naqueles<br />
dias; inquirirás, e te anunciarão a sentença do<br />
juízo. E farás segundo o mandado da palavra que<br />
te anunciarem do lugar que o Eterno escolher; e<br />
terás cuidado de fazer consoante tudo o que te ensinarem.<br />
Segundo o mandado da lei que te ensinarem<br />
e de acordo com o juízo que te disserem, farás;<br />
da sentença que te anunciarem não te desviarás,<br />
nem para a direita nem para a esquerda. O homem,<br />
pois, que se houver soberbamente, não dando<br />
ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao<br />
Eterno, teu Elohim nem ao juiz, esse morrerá; e<br />
eliminarás o mal de Israel, para que todo o povo o<br />
ouça, tema e jamais se ensoberbeça.”<br />
Os ministrantes, os Levi, são encarregados de administrar<br />
o serviço litúrgico e de ensinar a Lei.<br />
Para aquele que ensina a Lei do Eterno, se faz necessário<br />
ser um perito, versado no ofício e no conhecimento<br />
adquirido pela prática do *exercício.<br />
*Exercício é uma tarefa dada a alunos para adquirir<br />
vigor agilidade ou aprendizagem de um ofício. A<br />
<strong>Congregação</strong> Rechovot recebe do Eterno, a cada<br />
ciclo anual, um exercício para aferir e consolidar<br />
uma lição; chamamos de “dever de casa”.<br />
A formulação dos textos da Torah, no que tange<br />
à administração da justiça, não é feita em termos<br />
jurídicos, mas sim, em termos morais e proféticos.<br />
Veja o exemplo dos termos proféticos, da cláusula:<br />
“culto a si mesmo, amantes de si mesmo.”<br />
ezeQuiel 34:1-14<br />
“Veio a mim a palavra do Eterno, dizendo: Filho<br />
do homem profetiza contra os pastores de<br />
Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Elohim:<br />
Ai dos pastores de Israel que se apascen-<br />
tam a si mesmos! Não apascentarão os pastores<br />
as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã<br />
e degolais o cevado; mas não apascentais as<br />
ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não<br />
curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada<br />
não tornastes a trazer e a perdida não buscastes;<br />
mas dominais sobre elas com rigor e dureza.<br />
Assim, se espalharam, por não haver pastor,<br />
e se tornaram pasto para todas as feras do campo.<br />
As minhas ovelhas andam desgarradas por<br />
todos os montes e por todo elevado outeiro; as<br />
minhas ovelhas andam espalhadas por toda a<br />
terra, sem haver quem as procure ou quem as<br />
busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do<br />
Eterno: Tão certo como eu vivo, diz Elohim,<br />
visto que as minhas ovelhas foram entregues à<br />
rapina e se tornaram pasto para todas as feras<br />
do campo, por não haver pastor, e que os meus<br />
pastores não procuram as minhas ovelhas, pois<br />
se apascentam a si mesmos e não apascentam<br />
as minhas ovelhas, portanto, ó pastores, ouvi a<br />
palavra do Eterno: Assim diz Elohim: Eis que<br />
eu estou contra os pastores e deles demandarei<br />
as minhas ovelhas; porei termo no seu pastoreio,<br />
e não se apascentarão mais a si mesmos;<br />
livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para<br />
que já não lhes sirvam de pasto. Porque assim<br />
diz Elohim: Eis que eu mesmo procurarei as<br />
97
minhas ovelhas e as buscarei. Como o pastor<br />
busca o seu rebanho, no dia em que encontra<br />
ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas<br />
ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para<br />
onde foram espalhadas no dia de nuvens e de<br />
escuridão. Tirá-las-ei dos povos, e as congregarei<br />
dos diversos países, e as introduzirei na sua<br />
terra; apascentá-las-ei nos montes de Israel,<br />
junto às correntes e em todos os lugares habitados<br />
da terra. Apascentá-las-ei de bons pastos, e<br />
nos altos montes de Israel será a sua pastagem;<br />
deitar-se-ão ali em boa pastagem e terão pastos<br />
bons nos montes de Israel.”<br />
zaCarias 11:3-17<br />
“Eis o uivo dos pastores, porque a sua glória é<br />
destruída! Eis o bramido dos filhos de leões,<br />
porque foi destruída a soberba do Jordão! Assim<br />
diz o Eterno, meu Elohim: Apascenta as<br />
ovelhas destinadas para a matança. Aqueles<br />
que as compram matam-nas e não são punidos;<br />
os que as vendem dizem: Louvado seja o Eterno,<br />
porque me tornei rico; e os seus pastores<br />
não se compadecem delas. Certamente, já não<br />
terei piedade dos moradores desta terra, diz o<br />
Eterno; eis, porém, que entregarei os homens,<br />
cada um nas mãos do seu próximo e nas mãos<br />
do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei<br />
das mãos deles. Apascentai, pois, as ovelhas<br />
destinadas para a matança, às pobres ovelhas<br />
do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma<br />
chamei Graça, e à outra, União; e apascentei<br />
as ovelhas. Dei cabo dos três pastores num<br />
mês. Então, perdi a paciência com as ovelhas,<br />
e também elas estavam cansadas de mim. Então,<br />
disse eu: não vos apascentarei; o que quer<br />
morrer morra o que quer ser destruído, seja, e<br />
os que restarem, coma cada um a carne do seu<br />
próximo. Tomei a vara chamada Graça e a quebrei,<br />
para anular a minha aliança, que eu fizera<br />
com todos os povos. Foi, pois, anulada naquele<br />
dia; e as pobres do rebanho, que fizeram caso<br />
de mim, reconheceram que isto era palavra do<br />
Eterno. Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-<br />
-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram,<br />
pois, por meu salário trinta moedas de prata.<br />
Então, o Eterno me disse: Arroja isso ao oleiro,<br />
esse magnífico preço em que fui avaliado por<br />
eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei<br />
ao oleiro, na Casa do Eterno. Então, quebrei<br />
a segunda vara, chamada União, para romper<br />
a irmandade entre Judá e Israel. O Eterno me<br />
disse: Toma ainda os petrechos de um pastor<br />
insensato, porque eis que suscitarei um pastor<br />
na terra, o qual não cuidará das que estão pe-<br />
recendo, não buscará a desgarrada, não curará<br />
a que foi ferida, nem apascentará a sã; mas comerá<br />
a carne das gordas e lhes arrancará até as<br />
unhas. Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho!<br />
A espada lhe cairá sobre o braço e sobre<br />
o olho direito; o braço, completamente, se lhe<br />
secará, e o olho direito, de todo, se escurecerá.”<br />
Os resultados são desastrosos para as ovelhas: se<br />
tornaram corruptas, não aprendem a prática da<br />
justiça, e se espalham nos campos da vida, sem nenhuma<br />
direção ou propósito.<br />
O apóstolo Paulo em I Co 15:34-50, nos convida<br />
a despertamos para a Justiça.<br />
i Coríntios 15:34-50<br />
“Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não<br />
pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento<br />
de Elohim; isto digo para vergonha<br />
vossa. Mas alguém dirá: Como ressuscitam os<br />
mortos? E em que corpo vêm? Insensato! O<br />
que semeias não nasce se primeiro não morrer;<br />
e, quando semeias, não semeias o corpo que há<br />
de ser, mas o simples grão, como de trigo ou<br />
de qualquer outra semente. Mas Elohim lhe dá<br />
corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das<br />
98
sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda<br />
carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens,<br />
outra, a dos animais, outra, a das aves, e<br />
outra, a dos peixes. Também há corpos celestiais<br />
e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é<br />
a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.<br />
Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e<br />
outra, a das estrelas; porque até entre estrela e<br />
estrela há diferenças de esplendor. Pois assim<br />
também é a ressurreição dos mortos. Semeia-<br />
-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção.<br />
Semeia-se em desonra, ressuscita em<br />
glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em<br />
poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo<br />
espiritual. Se há corpo natural, há também<br />
corpo espiritual. Pois assim está escrito: O primeiro<br />
homem, Adão, foi feito alma vivente. O<br />
último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas<br />
não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois,<br />
o espiritual. O primeiro homem, formado<br />
da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.<br />
Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são<br />
também os demais homens terrenos; e, como é<br />
o homem celestial, tais também os celestiais.<br />
E, assim como trouxemos a imagem do que é<br />
terreno, devemos trazer também a imagem do<br />
celestial. Isto afirmo irmãos, que a carne e o<br />
sangue não podem herdar o reino de Elohim,<br />
nem a corrupção herdar a incorrupção.”<br />
Paulo está chamando a atenção para “despertarmos<br />
para a justiça” – uma alusão à idéia de que<br />
devemos sair do estado de tonteira e vertigem provocada<br />
por nosso comportamento sensual, e não<br />
pelo álcool e das nossas ações que só satisfazem<br />
à carne. Tudo isso, porque ainda não morremos;<br />
nossa natureza carnal ainda está viva! Continuamos<br />
contestando a Torah que diz:<br />
deuteronÔmio 32:39<br />
“Eu, Eu, Eu sou Ele; sem outro Elohîms comigo.<br />
Eu faço morrer e faço viver, mutilo e curo. Contra<br />
minha mão nenhum socorro.” *Transcrito do original<br />
hebraico.<br />
Negamos a ressurreição dos mortos. A verdadeira<br />
vida só começa com a morte do “eu”. O apóstolo<br />
Paulo explica com clareza sobre ressurreição dos<br />
mortos, confessando solenemente que:<br />
“Eu vos declaro que cada dia eu morro...” (I Co<br />
15:31)<br />
“Voltai à sobriedade e não pequeis...”, ou seja:<br />
acordai para a prática da justiça e não pequeis<br />
mais... (I Co 15:34a)<br />
Na qualidade de indivíduos “sensuais” dificilmente<br />
tais pessoas suportarão a disciplina, pois não se<br />
submetem. O apóstolo Judas descreve “os sensuais”<br />
aqueles que provocam divisões e que não têm<br />
o Espírito Santo. Confira:<br />
Judas 1:17-19<br />
“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras<br />
anteriormente proferidas pelos apóstolos de<br />
nosso Senhor Yeshua, O Messias, os quais vos<br />
diziam: No último tempo, haverá escarnecedores,<br />
andando segundo as suas paixões ímpias.<br />
São estes os que promovem divisões, *sensuais,<br />
que não têm o Espírito.”<br />
*Sensual – Do grego PSUCHIKOS – não espiritual,<br />
ou seja, sensual, carnal, animal aquilo que é<br />
vinculado ao corpo físico. Natureza sensual, com<br />
sua dependência dos desejos e das paixões.<br />
Devemos ser sinceros, ponderados e refletir com<br />
muita prudência; e não agir pelo instinto. É necessário<br />
refletir qual das duas atitudes humanas<br />
(muito populares) eu devo escolher. Essas atitudes<br />
estão descritas em:<br />
99
mateus 20:20-21:<br />
“Então, se chegou a Ele a mulher de Zebedeu,<br />
com seus filhos, e, adorando-o, fez-lhe um pedido:<br />
Perguntou-lhe Ele: Que queres? Ela respondeu:<br />
Concede que, no teu reino, estes meus<br />
dois filhos se assentem, um à tua direita, e o<br />
outro à tua esquerda no Teu reino.”<br />
Segundo Marcos (Cf. Mc 10:32-45) os filhos de<br />
Zebedeu são Tiago e João.<br />
“Estavam a caminho, subindo para Jerusalém, e<br />
Yeshua ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam<br />
e o seguiam tomados de apreensões. E<br />
Yeshua, tornando a levar à parte os doze, passou a<br />
revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo:<br />
Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho<br />
do Homem será entregue aos principais sacerdotes<br />
e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão<br />
aos gentios; hão de escarnecê-lo, cuspir<br />
nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias,<br />
ressuscitará. Então, se aproximaram dele Tiago<br />
e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre<br />
queremos que nos concedas o que te vamos pedir.<br />
E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça?<br />
Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória,<br />
nos assentemos um à tua direita e o outro à<br />
tua esquerda. Mas Yeshua lhes disse: Não sabeis<br />
o que pedis. Podeis vós beber o cálice que Eu hei<br />
de beber e ser batizados com o batismo que estou<br />
para ser batizado? Responderam-lhe: podemos.<br />
Tornou-lhes Yeshua: bebereis o cálice que eu bebo<br />
e recebereis o batismo com que eu sou batizado;<br />
quanto, porém, ao assentar-se à minha direita<br />
ou à minha esquerda, não me compete concedê-<br />
-lo; porque é para aqueles a quem está preparado.<br />
Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago<br />
e João. Mas Yeshua, chamando-os para junto de<br />
si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados<br />
governadores dos povos têm-nos sob seu domínio,<br />
e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.<br />
Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem<br />
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que<br />
vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós<br />
será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem<br />
não veio para ser servido, mas para servir e<br />
dar a sua vida em resgate por muitos.”<br />
Segundo a tradição, a mãe de Tiago e João, chama-<br />
-se “Shelomit” e é irmã de Mirian mãe de Yeshua.<br />
Sua pretensão se fundamenta no fato de que, sendo<br />
tia de Yeshua, seus filhos deveriam ter proeminência<br />
(superioridade) no reino restaurado em sua<br />
glória. A mulher, sem dúvida, ignora que Yeshua<br />
caminha lúcido em direção à morte. Pela resposta<br />
de Yeshua em (Mt 20:22)podemos analisar:<br />
mateus 20:22<br />
“Jesus, porém, respondendo, disse: não sabeis o<br />
que pedis. Podeis vós beber o cálice que Eu hei<br />
de beber e ser batizados com o batismo que estou<br />
para ser batizado? Responderam-lhe: podemos”.<br />
O cálice seria o sofrimento; a dor pelo pagamento<br />
e pela libertação de muitos prisioneiros, soldados e<br />
escravos. Aqui, o preço de resgate é com sua própria<br />
vida. O batismo significa: quando descemos<br />
às águas morremos para o mundo, morre nossa<br />
sensualidade, e ressurgimos em novidade de vida.<br />
romanos 6:3-4<br />
“Ou não sabeis que todos quantos forem batizados<br />
em Yeshua, fomos batizados em sua morte? De<br />
sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo<br />
na morte, para que, como Yeshua, ressurgiu dentre<br />
os mortos,(ressurreição dos mortos) pela glória do<br />
Pai, assim andemos nós em novidade de vida.”<br />
Assim encontramos no texto, explicitamente, qual<br />
sugestão Shelomit provocava para seus filhos. Ela<br />
exteriorizou sua intenção de garantir para Tiago<br />
100
e João uma supremacia governamental futura.<br />
Assim,Shelomit pensava assegurar a felicidade<br />
dos filhos. “Essa não é a sabedoria que vem do<br />
alto, mas é terrena, animal (sensual) e diabólica”.<br />
TIAGO 3:15<br />
Toda preferência tem conseqüências com frutos<br />
resultantes das nossas escolhas. Qualquer que seja<br />
nossa escolha, por opção, beberemos dos cálices; ou<br />
o cálice da ira de Elohim ou o cálice da salvação.<br />
Primeira Escolha:<br />
Servidão dos povos, sob o reinado do império<br />
cruel deste mundo, cuja conseqüência é necessária<br />
e evidente: a dessacralização do homem, ou<br />
seja, tirar-lhe a qualidade de sagrado e profaná-lo.<br />
Conseqüentemente o resultado desta preferência,<br />
o fruto dela será o cálice da fúria Divina.<br />
Jeremias 25:15:27<br />
“Porque assim me disse o Eterno, o Elohim de<br />
Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho<br />
do meu furor e darás a beber dele a todas<br />
as nações às quais eu te enviar. Para que bebam,<br />
e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada<br />
que eu enviarei para o meio delas. Recebi o<br />
cálice da mão do Eterno e dei a beber a todas<br />
as nações às quais o Eterno me tinha enviado:<br />
a Jerusalém, às cidades de Judá, aos seus reis e<br />
aos seus príncipes, para fazer deles uma ruína,<br />
objeto de espanto, de assobio e maldição, como<br />
hoje se vê; a Faraó, rei do Egito, a seus servos,<br />
a seus príncipes e a todo o seu povo; a todo<br />
misto de gente, a todos os reis da terra de Uz, a<br />
todos os reis da terra dos filisteus, a Asquelom,<br />
a Gaza, a Ecrom e ao resto de Asdode a Edom,<br />
a Moabe e aos filhos de Amom; a todos os reis<br />
de Tiro, a todos os reis de Sidom e aos reis das<br />
terras dalém do mar; a Dedã, a Tema, a Buz e a<br />
todos os que cortam os cabelos nas têmporas; a<br />
todos os reis da Arábia e todos os reis do misto<br />
de gente que habita no deserto; a todos os reis<br />
de Zimri, a todos os reis de Elão e a todos os<br />
reis da Média; a todos os reis do Norte, os de<br />
perto e os de longe, um após outro, e a todos os<br />
reinos do mundo sobre a face da terra; e, depois<br />
de todos eles, ao rei da Babilônia. Pois lhes dirás:<br />
Assim diz o Eterno dos Exércitos, o Elohim<br />
de Israel: bebei, embebedai-vos e vomitai;<br />
caí e não torneis a levantar-vos, por causa da<br />
espada que estou enviando para o vosso meio.”<br />
lamentaçÕes 4:21<br />
“Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que<br />
habitas na terra de Uz; o cálice se passará também<br />
a ti; embebedar-te-ás e te desnudarás.”<br />
apoCalipse 14:10<br />
“... também esse beberá do vinho da cólera de<br />
Elohim, preparado, sem mistura, do cálice da<br />
sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre,<br />
diante dos santos anjos e na presença do<br />
Cordeiro.”<br />
apoCalipse 16:19<br />
“E a grande cidade se dividiu em três partes,<br />
e caíram as cidades das nações. E lembrou-se<br />
Elohim da grande Babilônia para dar-lhe o cálice<br />
do vinho do furor da sua ira.”<br />
apoCalípse 17:14<br />
“Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro<br />
os vencerá, pois é o Eterno dos senhores e o<br />
Rei dos reis; vencerão também os chamados,<br />
eleitos e fiéis que se acham com ele.”<br />
apoCalipse 18:6<br />
101
“Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu,<br />
pagai-lhe em dobro segundo as suas<br />
obras e, no cálice em que ela misturou bebidas,<br />
misturai dobrado para ela.”<br />
Segunda Escolha:<br />
A liberdade com anulação de si mesmo, morte da<br />
vida sensual (animal); do culto a si mesmo. Quando<br />
isso acontece, nossas preferências mudam, somos<br />
transformados, quando procuramos servir uns<br />
aos outros; assim, a palavra que Yeshua ensinou a<br />
Shelomit tem valor para nós.<br />
mateus 20:26-28<br />
“Não será assim entre vós; pelo contrário, todo<br />
aquele que, entre vós, quiser tornar-se grande,<br />
seja vosso servo, e quem dentre vós quiser ser<br />
o primeiro, seja nosso escravo tal como o Filho<br />
do Homem não veio para ser servido, mas para<br />
servir e dar a sua vida em regate por muitos.”<br />
A segunda virtude que nasce e cresce em nós<br />
quando anulamos a nós mesmos, é a consciência<br />
de que osofrimento está intimamente ligado à vocação<br />
de Israel e a Igreja.<br />
isaías 49:10-11<br />
“Vê, eu te purificarei, mas não como a prata;<br />
provei-te na fornalha da aflição. Por amor de<br />
Mim, por amor de Mim faço isto. Como seria<br />
profanado o meu nome? A minha glória não a<br />
darei a outro.”<br />
Jeremias - lamentaçÕes 3:1<br />
“Eu sou o homem que viu a aflição pela vara<br />
do seu furor.”<br />
João 16:33<br />
“Disse-vos estas coisas para que em mim tenhais<br />
paz. No mundo tereis aflições. Mas tende<br />
bom ânimo! Eu venci o mundo.”<br />
Yeshua bebeu o cálice que o Eterno colocou diante<br />
d’Ele, cônscio de suas obrigações e sofrimentos.<br />
mateus 26:39<br />
“E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o<br />
seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai se é possível,<br />
passa de mim este cálice; todavia, não seja<br />
como eu quero, mas como tu queres.”<br />
O salmista de volta ao banquete da vida por gozar<br />
de uma liberdade, agora completa, expressa seu<br />
sentimento com cânticos e ações de graças traduzidas<br />
assim:<br />
salmo 116:12-15<br />
“Que darei eu ao Eterno, por todos os benefícios<br />
que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação,<br />
e o invocarei o nome do Eterno. Pagarei<br />
os meus votos ao Eterno na presença de todo<br />
o seu povo”.<br />
Ele anuncia por meio de idéias e palavras a anulação<br />
de si mesmo e declara que o Eterno tem prazer<br />
na morte da natureza sensual e animal dos seus<br />
santos.<br />
102
trINDaDE Sandra Mara Oliveira<br />
A teoria da Trindade é um conhecimento especulativo<br />
sistematizado de opiniões e idéias sobre o<br />
assunto. Na realidade o termo trindade não é encontrado<br />
no Segundo Testamento.<br />
A única declaração que a teologia cristã encontra,<br />
como base para tentar explicar a trindade se encontra<br />
no Livro de João, confira:<br />
I João 5:7-8 - “Pois, três são os que dão testemunho<br />
no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e<br />
estes três são um. E três são os que dão testemunhos<br />
na terra: e estes três concordam”.<br />
Não há nenhum documento com uma definição<br />
clara de trindade. Os escritores e estudiosos da Bíblia<br />
Sagrada rejeitam enfaticamente a genuinidade<br />
do texto I Jo 5:7-8.<br />
O vocábulo trindade evidentemente foi usado pela<br />
primeira vez por Tertuliano - Homem versado na<br />
filosofia, direito e literatura. Nascido na província<br />
romana de Cartago na África. Converteu-se, e<br />
serviu como presbítero em sua cidade natal. Foi o<br />
mais rigoroso e mais intransigente dos primeiros<br />
apologistas cristãos. Atacava incansavelmente o<br />
paganismo, mas no fim da vida, tornou-se membro<br />
do movimento montanista, que os principais<br />
cristãos consideravam como heresia.<br />
Na última década do século II D.C, a doutrina da<br />
trindade formulada por Tertuliano, não encontrou<br />
lugar na teologia formal da igreja até o século IV<br />
D.C – período em que a doutrina recebeu ampla<br />
expressão, pela primeira vez, resultante do conjunto<br />
de regras e leis sistematicamente organizadas,<br />
para servir de base a doutrina da trindade em meados<br />
do século IV D.C pelos capadócios Gregório<br />
de Nissa e Gregório Nazianzeno. Trabalharam<br />
em fórmulas ortodoxas da trindade, e a declaração<br />
resultante foi oficializada pelo Concílio de Constantinopla<br />
em 381 D.C. Ainda antes, tal como no<br />
credo de Nicéia, declarou-se oficialmente em favor<br />
da idéia, e fez o trinitarismo tornar-se a posição<br />
ortodoxa. Esse fato ocorreu em 325 D.C.<br />
Nos escritos dos chamados pais da igreja, Inácio,<br />
Irineu e Origines, encontram-se fórmulas e regras,<br />
leis que serviram de apoio para o desenvolvimento<br />
histórico dessa doutrina, cujo objetivo era satisfazer<br />
um grupo de teólogos que desenvolviam uma<br />
obra erudita. Tomás de Aquino, Karl Barth foram<br />
notáveis defensores desse conceito que, na ortodoxia<br />
cristã, continua a prevalecer.<br />
David Flusser – “Acredito que a erudição sabia,<br />
sem partidarismo, remove obstáculos e pavimenta<br />
o caminho para a verdade e para a compreensão<br />
mútua. Porém, o confronto entre lados opostos<br />
por causa de uma doutrina como a da trindade,<br />
é menos honesto e menos durável do que a busca<br />
pela verdade” - “Porque estreita é a porta e difícil<br />
o caminho que conduz à vida e são poucos que a<br />
encontram”. (Mt 4:14)<br />
A Torah ensina:<br />
Deuteronômio 4:35 - “A ti te foi mostrado para<br />
que soubesses que o Eterno, Ele, o Elohim, nenhum<br />
outro, exceto Ele”.<br />
O profeta Isaias diz: “Eu sou o Eterno, e não há<br />
outro fora de Mim não há D’us. Eu te fortalecerei,<br />
ainda que não me conheces”. (Is 45:5)<br />
Marcos 12:29 – “Respondeu-lhe Yeshua: O principal<br />
de todos os mandamentos é: Ouve ó Israel, o<br />
Eterno nosso Elohim, é o único D’us”.<br />
I Coríntios 8:4 - “Quanto ao comer das coisas sa-<br />
103
crificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no<br />
mundo e que não há outro Elohim, senão um, só”.<br />
É verdade que a Igreja do primeiro século, vivia<br />
sem uma teologia sofisticada e não era formada<br />
por uma ortodoxia1 central e todo-poderosa.<br />
Ortodoxo: aquele que é rígido em suas convicções,<br />
que está conforme uma doutrina definida. Nós<br />
podemos assumir uma posição ortodoxa em qualquer<br />
domínio.<br />
Com certeza, os primeiros crentes não formularam<br />
nenhum conceito de trindade – reconheciam<br />
Yeshua ( Jesus, o Messias) como Salvador e também<br />
como Divino. O profeta Isaias declara:<br />
Isaías 9:6 - “Porque um menino vos nasceu, um filho<br />
se nos deu; o principado está sobre os seus ombros,<br />
e o seu nome será: Maravilhoso, conselheiro,<br />
Elohim, forte, Pai da Eternidade, príncipe da paz”.<br />
Miquéias 5:2 - “Mas tu, Belém Efrata, posto que<br />
pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá àquele<br />
que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde<br />
os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.<br />
Colossenses 2:9 - “Pois Nele habita corporal-<br />
mente toda a plenitude da Divindade”.<br />
Hebreus 1:3 - “O filho é o resplendor da sua glória,<br />
e a expressa imagem da sua pessoa, sustentando<br />
todas as coisas pela palavra do seu poder. Havendo<br />
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados,<br />
assentou-se à destra da majestade nas alturas”.<br />
Não há como explicar com palavras humanas essa<br />
unidade: Pai, Filho e Espírito Santo, pois envolve<br />
uma dimensão do conhecimento e da verdade que<br />
as nossas mentes não conseguem atingir. Mas na<br />
“... Fé temos a certeza das coisas que se esperam<br />
e a prova das coisas que não se vêem. Foi por ela<br />
que os antigos alcançaram bom testemunho.” (Hb<br />
11:1-2)<br />
Portanto, qualquer debate a respeito da trindade, é<br />
ineficaz, pois, como já comentamos nem o termo<br />
trindade é encontrado no Segundo Testamento.<br />
Devemos procurar seguir o conselho de Paulo a<br />
Timóteo.<br />
I Timóteo 1:4 - “Não se ocupasse com fábulas ou<br />
genealogias intermináveis, que antes produzem<br />
controvérsias do que o serviço de Elohim na fé”.<br />
A <strong>Congregação</strong> Rechovot tem buscado empregar<br />
toda diligência para fazer conforme o modelo da<br />
Igreja do primeiro século; sabendo que deixamos<br />
muito a desejar no que tange a satisfazer completamente<br />
o som perfeito, porém, avançamos por fé<br />
“... para ver se de alguma maneira posso incitar ao<br />
ciúme os da minha carne, e salvar alguns deles“.<br />
(Rm 11:14)<br />
Marcos 12:29 - “Ouve, o Israel, o Eterno nosso<br />
Elohim é o único”.<br />
104
a vErDaDE a rES-<br />
PEIto Do Natal<br />
Francisco Leonardo Cardoso<br />
Certa vez, estando na sala de aula do curso de Administração,<br />
deparei-me com o tema principal da<br />
aula: “A necessidade da mudança e a dificuldade<br />
da mesma”.<br />
Uma das mais difíceis decisões que o ser humano<br />
precisa exercer é quando o curso de sua vida exige<br />
dele uma mudança. Geralmente, quando ocorre<br />
uma mudança, há a necessidade de alterar o procedimento,<br />
o futuro se torna incerto e as decisões<br />
se tornam mais complexas. O principal motivo de<br />
não querer a mudança é o costume ao qual o ser<br />
humano está inserido, e, talvez por isto, encontramos<br />
tantas dificuldades das pessoas deixarem<br />
suas práticas habituais e se voltarem para Palavra<br />
de D’us. Por exemplo, os costumes familiares, de<br />
pensamentos, de nacionalidade e de religião. Talvez<br />
por isso, Yeshua ( Jesus) tenha dito:<br />
“O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra<br />
o pai, a mãe contra a filha, e a filha contra mãe,<br />
sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.” (Lucas<br />
12: 53).<br />
Essa divisão ocorrerá porque uns mudarão suas<br />
vidas, seus procedimentos e costumes, outros não.<br />
Quantas vezes nos deparamos com a Palavra nos<br />
ensinando algo, e o nosso proceder é outro? Quando<br />
isto acontece, requer mudança. O costume, ou<br />
melhor, a prática habitual de determinado procedimento,<br />
é importante quando procedemos de<br />
acordo com a Palavra de D’us. Entretanto, quando<br />
fazemos ao contrário, torna-se uma arma mortal<br />
em nossas vidas e, para nos relacionarmos com<br />
D’us, precisamos interromper tal prática.<br />
Quando falamos de costumes, vemos a celebração<br />
de natal inserida neste contexto. Na verdade, esta<br />
se tornou a tradição favorita entre os cristãos, e é<br />
tão bem aceita que qualquer tentativa de se buscar<br />
a verdadeira origem, a qual pode ser facilmente encontrada<br />
nas enciclopédias e em documentos históricos,<br />
tende a ser mal recebida. Muitas pessoas nem<br />
são “cristãs” e celebram o natal simplesmente porque<br />
receberam esta tradição de sua família, de sua<br />
nação, ou de sua denominação, e assim por diante.<br />
O que é realmente ser cristão?<br />
Cristão é um termo derivado do cristianismo, que<br />
é uma religião monoteísta baseada na vida e nos<br />
ensinamentos de Yeshua. O discipulo João, em<br />
sua primeira carta, define cristão como: “Aquele<br />
que diz que está nele, também deve andar como<br />
ele andou.” (1 João 2: 6). Assim, se o que define o<br />
homem como cristão é o fato dele viver de igual<br />
forma como Yeshua ( Jesus) viveu, então porque<br />
celebrar o natal? Encontramos, em alguma parte<br />
da biblía, Yeshua festejando ou citando o seu próprio<br />
nascimento? Possuímos alguma referência de<br />
seus discípulos celebrando o seu nascimento? A<br />
resposta é não!<br />
Então, por que o “cristianismo” celebra o natal se<br />
não existe nenhuma referência nas escrituras e<br />
nem na história até a data de 350 D.C? Simplesmente<br />
porque alguns não sabem da verdade a respeito<br />
do natal e outros porque sabem da verdade,<br />
mas preferem viver em seus costumes. Esse estudo<br />
tem o objetivo de apresentar a verdade a respeito<br />
do natal.<br />
O natal teve origem bem antes do nascimento de<br />
Jesus, seu surgimento ocorreu na Babilônia, cidade<br />
esta que veio da antiga Babel. Os judeus afirmam<br />
que Babel vem do Hebraico e significa “confusão”.<br />
Seu fundador foi Ninrode (Gênesis 10: 10),<br />
e o nome Ninrode, em Hebraico, deriva da palavra<br />
105
Marádh, que significa rebelar.<br />
Existem alguns textos históricos que falam a respeito<br />
de como Ninrode rebelou-se contra Deus, o<br />
Talmud Babilônico, por exemplo, diz: “Então, por<br />
que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou<br />
todo o mundo a se rebelar contra a Sua soberania<br />
(a de Deus)”.<br />
Flavio Josefo, um historiador judeu contemporâneo<br />
ao período da igreja do primeiro século, escreveu:<br />
“Pouco a pouco, (Ninrode) transformou o<br />
estado de coisas numa tirania, sustentando que a<br />
única maneira de afastar os homens do temor a<br />
D’us era fazê-los continuamente dependentes dos<br />
seus próprios poderes. Ele ameaçou vingar-se de<br />
D’us, caso Este quisesse novamente inundar a terra.<br />
Vingança esta, em que construiria uma torre<br />
mais alta do que poderia ser atingida pela água,<br />
conseguindo, também, vingar-se da destruição<br />
dos seus antepassados. O povo estava ansioso de<br />
seguir este conselho (de Ninrode), pois achavam<br />
que submeter-se a deus fosse escravidão. Assim,<br />
empreenderam-se em construir a torre, e ela subiu<br />
com rapidez além de todas as expectativas.” (Antiguidades<br />
Judaicas). Possivelmente, Flavio Josefo<br />
estava referindo-se à torre de Babel, descrita no<br />
capitulo 11 de Gênesis.<br />
Ninrode teve participação importante na origem<br />
do natal. Consta, em alguns relatos de sua vida,<br />
que Ninrode era tão perverso que casou com sua<br />
própria mãe, cujo nome era Semíramis. Depois da<br />
sua morte, sua mãe-esposa propagou a doutrina<br />
maligna da sobrevivência de Ninrode como um<br />
ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro<br />
havia crescido da noite para o dia, de um pedaço<br />
de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da<br />
morte de Ninrode para uma nova vida. Todo ano,<br />
no dia do seu aniversário de nascimento, ela alegava<br />
que Ninrode visitava a árvore “sempre viva”<br />
e deixava presentes nela - e este dia era 25 de dezembro.<br />
Conforme os relatos foram tomando força,<br />
Semíramis foi ganhando status de uma deusa,<br />
o que a levou a ser chamada de “Rainha dos Céus”<br />
dos babilônicos.<br />
Ninrode passou a ser adorado como um verdadeiro<br />
“salvador” da Babilônia, “filho de Baal”, o deus-sol.<br />
Nessa falsa salvação babilônica, “a mãe e a criança”<br />
isto é, “Semíramis e Ninrode”, transformaram-se<br />
em objetos principais de adoração, e essa adoração<br />
da “Mãe e o Menino” espalhou-se pelo mundo<br />
afora. Em Babilônia era Semíramis e Ninrode, no<br />
Egito chamava-se Isis, irmã e esposa de Osíris, na<br />
Grécia Afrodite e Eros, em Roma Fortuna e Júpiter,<br />
em Éfeso era Diana (Atos 19:34). Os costumes<br />
das outras nações permanecem até hoje, entretanto,<br />
com personagens diferentes, por exemplo, Maria<br />
e seu filho. Não é assim no Brasil?<br />
Nos séculos IV e V, quando centenas de milhares<br />
de pagãos do mundo romano eram obrigatoriamente<br />
introduzidos no cristianismo, as pessoas<br />
levavam consigo as antigas crenças e costumes,<br />
porém, agora com personagens cristãos. Retiraram<br />
a figura de Semíramis e Ninrode (ou outros deuses)<br />
e modificaram para Maria e seu filho. Assim,<br />
tornou-se popular também a idéia da “Virgem e o<br />
Menino”, especialmente durante a época do natal.<br />
A comemoração do natal, utilizando personagens<br />
cristãos, surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou,<br />
em 350, que o nascimento de Yeshua deveria<br />
ser comemorado no dia 25 de Dezembro. E,<br />
por que esta data, se tantos os historiadores, quanto<br />
os exegetas (comentaristas bíblicos) concordam<br />
que Yeshua não nasceu neste dia?<br />
A explicação mais comentada, pelos próprios estudiosos<br />
da igreja católica, é que, os patriarcas da<br />
igreja romana levaram em conta, ao escolherem<br />
esta data, o conhecimento de que, nos séculos anteriores,<br />
todos os “grandes mestres” ou “grandes homens<br />
reencarnados” e que eram considerados filho<br />
106
de deus e tidos como “salvadores” ou “redentores”<br />
pela suas nações, haviam nascido ou em 25 de dezembro<br />
ou em data próxima. Deste modo, esta data<br />
foi escolhida pelo Papa Júlio I como uma forma<br />
de “cristianizar” as festas pagãs já existentes. Como<br />
relata a Enciclopédia Católica (edição de 1911): “A<br />
festa do Natal não estava incluída entre as primeiras<br />
festividades da Igreja… os primeiros indícios<br />
dela são provenientes do Egito”.<br />
Veja alguns exemplos, espalhados pelo mundo<br />
afora, da celebração deste dia antes da era cristã:<br />
Na China, muitos séculos antes da Era Cristã, era<br />
celebrado o Solstício de Inverno em que, no dia<br />
24 ou 25 de dezembro, fechava-se o comércio e<br />
tudo o mais. Assim também ocorria com os antigos<br />
persas, que celebravam esplêndidas cerimônias<br />
em homenagem a Mitra, cujo nascimento ocorrera<br />
em 25 de dezembro.<br />
Vários deuses egípcios nasceram no dia 25 de dezembro,<br />
e em praticamente todas as histórias religiosas<br />
de povos antigos encontramos celebrações<br />
idênticas às referidas. Osíris, um dos maiores deuses<br />
egípcios, filho da deusa Nut, nasceu em 25 de<br />
dezembro, assim como os gregos também celebravam,<br />
nesta mesma data, o nascimento de Hércules.<br />
Na Índia, este período já era comemorado muitos e<br />
muitos séculos antes da Era Cristã na forma de um<br />
festival religioso, durante o qual o povo ornamentava<br />
suas casas com flores e as pessoas trocavam presentes<br />
com amigos e parentes.<br />
Em 274, o Imperador Aureliano proclamou o dia<br />
25 de dezembro como “Dies Natalis Invicti Solis”<br />
(O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O<br />
sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor,<br />
que ficava no espaço muito acima do frio do inverno<br />
na terra. O início do inverno passou a ser<br />
festejado como o dia do “deus sol”.<br />
Como podemos ver, o dia 25 de dezembro vem<br />
sendo considerado um dia místico há muito tempo<br />
e por muitos povos diferentes. Simplesmente<br />
substituíram a veneração ao deus sol ou a uma divindade<br />
reencarnada, pela falsa adoração a Yeshua.<br />
O nascimento de Yeshua passou a ser comemorado<br />
no Solstício do Inverno em substituição às<br />
festividades do dia do nascimento do sol. É neste<br />
contexto que está a celebração de natal. Usam-se<br />
personagens do cristianismo e uma falsa adoração<br />
a Yeshua, mas a realidade é uma adoração a entidades<br />
mortas e inanimadas (sem vida).<br />
E tudo que cerca a celebração segue esta carac-<br />
terística, como: Papai Noel, representando uma<br />
entidade morta; Árvore de Natal representando a<br />
reencarnação de Ninrode; a Guirlanda, representando<br />
a oferenda aos deuses, e assim por diante.<br />
Tudo que rodeia a celebração tem seu fundamento<br />
no paganismo, e mesmo assim, as pessoas dizem<br />
que o objetivo do natal é trazer amor e o perdão.<br />
Grande parte das nações tem celebrado o natal há<br />
mais de 1500 anos, e onde conseguimos encontrar<br />
amor e perdão neste mundo tão perverso? Será<br />
que as armas “espirituais” que estão sendo utilizadas<br />
são realmente espirituais? Claro que não!<br />
Então, se o protestantismo recebeu o natal pela<br />
Igreja Católica Romana, e esta por sua vez recebeu<br />
do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual<br />
é a origem verdadeira? Sua origem é diabólica e<br />
mundana! Por isso a palavra nos adverte abundantemente<br />
a respeito dos costumes dos povos.<br />
“E não andeis nos costumes das nações que eu expulso<br />
de diante de vós, porque fizeram todas estas<br />
coisas; portanto fui enfadado deles.” (Lv 20: 23).<br />
O profeta Jeremias diz: Não aprendais o caminho<br />
das nações ( Jr 10: 2a).<br />
Porque os costumes dos povos são vaidade (Jr 10: 3a).<br />
107
Tiago escreveu: Adúlteros e adúlteras, não sabeis<br />
que a amizade do mundo é inimizade com D’us?<br />
Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo<br />
constitui-se inimigo de D’us.” (Tg 4: 4).<br />
Por todos estes motivos comecei esse estudo dizendo<br />
à respeito da necessidade da mudança. Temos duas<br />
escolhas: preferir viver nos costumes das nações e<br />
continuar na inimizade com D’us, ou mudarmos a<br />
prática habitual e nos adaptarmos a Sua palavra. A<br />
escolha é pessoal!<br />
Muitas pessoas preferem viver em sua prática habitual,<br />
pois querem sair pela tangente de que o sentido<br />
do natal hoje é outro. Que sentido bom pode haver<br />
onde não há a presença de D’us?<br />
O discípulo Tiago disse: “Toda a boa dádiva e<br />
todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai<br />
das luzes, em quem não há mudança nem sombra<br />
de variação.” (Tiago 1: 17).<br />
Temos que ter a capacidade de questionar as autoridades<br />
eclesiásticas a origem das coisas que fazemos<br />
para D’us. Questionar é um direito que temos,<br />
e é totalmente diferente de “se levantar” contra uma<br />
autoridade, porque este direito (de se levantar) não<br />
nos foi dado por D’us. Contudo, buscar entender<br />
aquilo que oferecemos a D’us é uma obrigação<br />
de todo servo Dele, como diz João: “Amados, não<br />
creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos<br />
são de D’us, porque já muitos falsos profetas se têm<br />
levantado no mundo.” (I João 4: 1).<br />
Precisamos provar os mestres, pergunte-os a respeito<br />
da origem do natal! Se a resposta for o relatado<br />
do estudo acima (de que o natal veio do<br />
paganismo), você já saberá toda a verdade que está<br />
por trás do falso amor e perdão que o natal quer<br />
transmitir.<br />
Devemos ter sempre a referência da palavra de<br />
D’us, isso é tudo que precisamos para manter-<br />
-nos longe da idolatria. Não devemos participar,<br />
ou pensar, que D’us está presente nessa falsa festa,<br />
pois, para termos a certeza da ausência de D’us,<br />
só precisamos compreender o que diz o apostolo<br />
Paulo:<br />
“Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos;<br />
pois que sociedade tem a justiça com a<br />
injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as<br />
trevas? Que harmonia há entre Yeshua e Belial?<br />
Ou que parte tem o crente com o incrédulo? E<br />
que consenso tem o santuário de D’us com ídolos?<br />
Pois nós somos santuário do D’us vivo, como D’us<br />
disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu se-<br />
rei o seu D’us e eles serão o meu povo. Pelo que,<br />
saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Eterno;<br />
e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei; e<br />
eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e<br />
filhas, diz o Eterno Todo-Poderoso.” (2 Coríntios<br />
6: 14 – 18).<br />
Que D’us nos abençoe, em nome de Yeshua Há<br />
Mashiach, o nosso Messias.<br />
108
trêS CoNCEItoS<br />
báSICoS Para CElEbrarmoS<br />
PES-<br />
SaCh<br />
Sandra Mara de Oliveira<br />
Oséias 6:4b - “... o vosso amor é como nuvem da<br />
manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo<br />
passa.”<br />
A denúncia do profeta Oséias contra Israel, diz<br />
respeito a um “amor superficial” - um amor que<br />
não vai fundo nas coisas, leviano, incompleto e<br />
sem profundidade. “Por isso os despedacei com<br />
meus profetas, com palavras da minha boca os<br />
matei; os meus juízos saíram como o relâmpago<br />
sobre vós.” (Os 6:5)<br />
Hoje nossa realidade a respeito do amor a Elohim<br />
é bem pior que no período do profeta Oséias, pois<br />
o amordeixa de ser superficial e torna-se idolatria<br />
ao amor.<br />
A partir da idade média, o cristianismo toma para<br />
si a questão da “aprendizagem da vida” ou do “sa-<br />
ber viver”.<br />
A filosofia surgiu na Grécia, e era uma aprendizagem<br />
sobre a vida. Naquela época, as escolas de filosofia<br />
passavam as lições de casa - exercícios para<br />
os alunos viverem melhor e mais livres. Só depois<br />
da vitória do cristianismo sobre a cultura grega é<br />
que a filosofia vira uma questão religiosa e acadêmica<br />
ensinando uma doutrina humanista, cujo<br />
objetivo é desenvolver as qualidades (qualidade:<br />
maneira de ser - boa ou má) do homem.<br />
A filosofia moderna tem procurado explanar um<br />
conceito de superioridade e excelência para o<br />
homem,considerando que o ser humano é uma<br />
das ultimas coisas sagradas hoje em dia, ou seja,<br />
na história - o sagrado (aquilo que somos capazes<br />
de arriscar nossa vida) segundo conceito filosófico<br />
de Luc Ferry.<br />
Luc Ferry milita na direita francesa, ao contrário<br />
de muitos intelectuais. Membro do atual governo<br />
do presidente Nicola Sarkozy; foi ministro da<br />
educação entre 2002 e 2004 - seu ato mais polêmico<br />
foi o de proibir as crianças de usarem símbolos<br />
religiosos nas escolas. É um intelectual pessimista<br />
na sua maneira de viver e pensar do ocidente; seus<br />
livros são fáceis de ler (lembram os livros de auto-<br />
-ajuda como: “Aprender a viver”, “O que é uma<br />
vida bem sucedida” e “Famílias, amo vocês.” Seus<br />
livros estão sempre na lista dos dez mais vendidos<br />
na. Segundo Luc Ferry a questão é saber como o<br />
ser humano pode viver melhor - só a filosofia é<br />
capaz de respondê-la.<br />
Com esta pequena introdução podemos entender:<br />
Luc Ferry quer fazer crescer nas pessoas uma<br />
qualidadeque é má, pois suas idéias são hostis e<br />
contrárias aos mandamentos às leis de Elohim. O<br />
filósofo Luc Ferry introduz através dos seus livros<br />
a doutrina humanista. Ele diz que os europeus já<br />
morreram por três grandes motivos: 1º Deus, 2º<br />
Pátria e 3º A Revolução.<br />
Os jovens ocidentais de hoje não são capazes de<br />
morrer pela pátria, nem por Deus e nem pela revolução;<br />
e diz: isso acabou! No entanto, os únicos seres<br />
pelos quais seríamos capazes de arriscar nossas vidas<br />
são os outros seres humanos: nossos filhos, amigos,<br />
ou até mesmo por pessoas que passam por situações<br />
graves de miséria - como as famílias da África que<br />
os movimentos humanistas tentam salvar.<br />
Luc Ferry: o sagrado não desapareceu, apenas<br />
mudou de lugar e encarnou na humanidade. A<br />
doutrina humanista tem como objetivo endeusar e<br />
109
divinizar o homem. O filósofo Francês ainda diz:<br />
passamos datranscendência vertical, Deus/pátria,<br />
para a transcendência horizontal, o homem,<br />
(transcendência - aquilo que está fora do nosso<br />
alcance, da nossa ação de pensamento) - surgindo<br />
daí a preocupação excessiva com a família, um<br />
dos aspectos que os filósofos chamam de novo<br />
humanismo do mundo moderno ou “Sabedoria<br />
do Amor”; nós que conhecemos a Bíblia Sagrada,<br />
chamamos de “Idolatria ao Amor”. A família<br />
no contexto bíblico é muito importante, porém o<br />
mandamento nos ensina que devemos amar a Elohim<br />
(D’us) acima de todas as coisas.<br />
Hoje entendemos porque tanta literatura religiosa<br />
a respeito de como manter unida a família, os<br />
filhos e os amigos. Intermináveis congressos chamados<br />
“religiosos” para família e para casais. Os<br />
filósofos dizem que o “amor” é uma das poucas<br />
coisas absolutas e indiscutíveis, no entanto, o soberano<br />
continua sendo Elohim e não a família. O<br />
objetivo dessa postura filosófica é fazer o homem<br />
amar mais o amor do que a Elohim, mais à família,<br />
aos filhos e amigos do que a Elohim.<br />
Luc Ferry - Antigamente o valor absoluto era Elohim<br />
e a eternidade, ou seja, algo abstrato e superior<br />
a nós.Agora, ele está em nós porque a verdade<br />
hoje não é descoberta sob argumentos autoritários<br />
ou superiores, mas sim na parte mais intima do<br />
homem - no coração.<br />
As idéias de Luc Ferry torrnaram-se cada vez mais<br />
resistentes a palavra de Elohim.<br />
Provérbios 21:2 - “Todo caminho do homem é<br />
reto aos seus olhos, mas o Eterno sonda os corações.”<br />
Jeremias 17:9-10 - “Enganoso é o coração, mais do<br />
que todas as coisas, é incorrigível. Quem o conhecerá?<br />
Eu o Eterno, esquadrinho o coração, e provo<br />
a mente, e isto para dar a cada um segundo os seus<br />
caminhos, e segundo o fruto das suas ações.”<br />
Mateus 15:18-19- “Mas o que sai da boca, procede<br />
do coração, e é isso que contamina o homem.<br />
Pois do coração procedem maus pensamentos, assassínio,<br />
adultério, prostituição, furto, falso testemunho,<br />
blasfêmia.”<br />
O panorama filosófico é presunçoso a respeito<br />
da divinização e do endeusamento do homem,<br />
é algo totalmente imaginário. É como no deserto,<br />
quando a areia quente reflete ondas de calor<br />
projetando a visão de um oásis com lagos e muita<br />
água na mente de um viajante sedento; a realidade<br />
é que se trata apenas de uma miragem, de uma<br />
visão fantasma de coisas que não existem. Se num<br />
dado momento subsistir essa idéia, será por pura<br />
opressão, jugo, tirania e violência por abuso e autoridade.<br />
O amor a Elohim é um sentimento que precisa<br />
estar bem determinado dentro de nós, para celebrarmos<br />
Pessach e darmos início ao ciclo anual<br />
dos festivais, ou seja, dar início à guerra espiritual<br />
do Reino de Elohim.Essa campanha militar é um<br />
trabalho do Reino de Elohim. Sendo assim, nosso<br />
amor não deve seguir padrões humanos, ou chavões<br />
impostos pela comunicação, como as cenas<br />
do filme Amor onde a marca de temperos “Sazon”,<br />
tornou-se conhecida. Os criadores dessa campanha<br />
publicitária confirmam que não foi a marca<br />
que ficou famosa, mas sim, o slogan “É o amor” ou<br />
“Quem ama usa” (tempero Sazon) - “Só o amor<br />
tem esse sabor.” Tudo isso só ratifica a carência do<br />
homem por um amor verdadeiro.<br />
Para fazer frente a uma necessidade tão presente e<br />
uma privação de amor tão real que a humanidade<br />
vive, nós, que cremos, devemos fazer valer os conceitos<br />
próprios de Pessach.<br />
110
primeiro ConCeito de pessaCH<br />
O amor a Elohim deve ser incondicional, professado<br />
com toda convicção e ajustado à obediência<br />
aos seus mandamentos.<br />
“Shema Yisrael Adonai Elohenu Adonai Echad-<br />
Entende Israel! O Eterno nosso Elohim é o único.<br />
Amarás o Eterno teu Elohim de todo teu coração,<br />
de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Dt 6:4-<br />
5)<br />
seGundo ConCeito de pessaCH - lavaGem<br />
e purifiCação<br />
Ex 19:10 -11 - “Disse também o Eterno a Moisés:<br />
Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e lavem<br />
eles as suas vestes e estejam prontos para o terceiro<br />
dia; porquanto, no terceiro dia, o Eterno descerá<br />
diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte<br />
Sinai.<br />
O povo deve separar-se de toda coisa ordinária ou<br />
comum e devotar-se totalmente ao encontro com<br />
seu Elohim. Suas túnicas devem passar por uma<br />
perfeita limpeza. Isso faz parte dos ritos de separação<br />
e de purificação preliminares a uma intervenção<br />
visível do Eterno.<br />
Gn 35:2 - “Então, disse Jacó à sua família e a todos<br />
os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos<br />
que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as<br />
vossas vestes”.<br />
A ação de lavar as roupas faz parte dos ritos de<br />
purificação e de consagração que precedem uma<br />
solenidade como Pessach.<br />
Na tradição helenista e midráshica, o período do<br />
Egito marca, para nós, a ruptura completa com o<br />
mundo do pecado (representada pelo Egito), para<br />
assim celebrarmos Pessach, nossa libertação. Devemos<br />
se curados, lavados e purificados das tenazes<br />
manchas que contraímos.<br />
(Cf: Nm 9:1-13) - “E falou o Eterno a Moisés no<br />
deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da<br />
terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem<br />
os filhos de Israel a Páscoa a seu tempo determinado.<br />
No dia catorze deste mês, pela tarde,<br />
a seu tempo determinado a celebrareis; segundo<br />
todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos,<br />
a celebrareis. Disse, pois, Moisés aos filhos de<br />
Israel que celebrassem a Páscoa. Então celebraram<br />
a Páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela tarde,<br />
no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o<br />
Eterno ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos<br />
de Israel. E houve alguns que estavam imundos<br />
por terem tocado o corpo de um homem morto; e<br />
não podiam celebrar a Páscoa naquele dia; por isso<br />
se chegaram perante Moisés e Arão naquele mesmo<br />
dia; E aqueles homens disseram-lhe: Imundos<br />
estamos nós pelo corpo de um homem morto; por<br />
que seríamos privados de oferecer a oferta do Eterno<br />
a seu tempo determinado no meio dos filhos de<br />
Israel? E disse-lhes Moisés: Esperai, e eu ouvirei o<br />
que o Eterno vos ordenará. Então falou o Eterno<br />
a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo:<br />
Quando alguém entre vós, ou entre as vossas<br />
gerações, for imundo por tocar corpo morto, ou<br />
achar-se em jornada longe de vós, contudo ainda<br />
celebrará a Páscoa ao Eterno. No mês segundo, no<br />
dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos<br />
e ervas amargas a comerão. Dela nada deixarão até<br />
à manhã, e dela não quebrarão osso algum; segundo<br />
todo o estatuto da Páscoa a celebrarão. Porém,<br />
quando um homem for limpo, e não estiver em<br />
viajem, e deixar de celebrar a Páscoa, essa alma do<br />
seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a<br />
oferta do Eterno a seu tempo determinado; esse<br />
homem levará o seu pecado.<br />
(Cf I Co 5:7-8) - Alimpai-vos, pois, do fermento<br />
velho, para que sejais uma nova massa, assim como<br />
estais sem fermento. Porque O Mashiach (Cristo),<br />
111
nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos<br />
a festa, não com o fermento velho, nem com<br />
o fermento da maldade e da malícia, mas com os<br />
ázimos da sinceridade e da verdade”.<br />
(Cf Hb 10:22-37) - “Cheguemo-nos com verdadeiro<br />
coração, em inteira certeza de fé, tendo os<br />
corações purificados da má consciência, e o corpo<br />
lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão<br />
da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.<br />
E consideremo-nos uns aos outros, para<br />
nos estimularmos ao amor e às boas obras, não<br />
deixando a nossa congregação, como é costume de<br />
alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e<br />
tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando<br />
aquele dia. Porque, se pecarmos voluntariamente,<br />
depois de termos recebido o conhecimento da<br />
verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,<br />
mas uma certa expectação horrível de juízo,<br />
e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.<br />
Quebrantando alguém a Torah (lei) de Moisés,<br />
morre sem misericórdia, só pela palavra de duas<br />
ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais<br />
vós será julgado merecedor aquele que pisar o<br />
Filho de Elohim, e tiver por profano o sangue da<br />
aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao<br />
Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele<br />
que disse: Minha é a vingança, eu darei a recom-<br />
pensa, diz o Eterno. E outra vez o Eterno julgará o<br />
seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Elohim<br />
vivo. Lembrai-vos, porém, dos dias passados,<br />
em que, depois de serdes iluminados, suportastes<br />
grande combate de aflições. Em parte fostes feitos<br />
espetáculo com vitupérios e tribulações, e em<br />
parte fostes participantes com os que assim foram<br />
tratados. Porque também vos compadecestes das<br />
minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo<br />
dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos<br />
tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.<br />
Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que<br />
tem grande e avultado galardão. Porque necessitais<br />
de paciência, para que, depois de haverdes feito a<br />
vontade de Elohim, possais alcançar a promessa.<br />
Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há<br />
de vir virá, e não tardará.<br />
terCeiro ConCeito de pessaCH<br />
Tomar posição, colocar carga - jugo sobre si<br />
A exigência Divina para com Abraão não deixa<br />
espaço algum para qualquer escapatória. Trata-se,<br />
de fato, de Isaque seu bem amado; seu filho único,<br />
já que Elohim repudiou Agar, e Ismael partiu.<br />
O termo filho único deve ser compreendido as-<br />
sim: aquele que está unido por um laço de amor<br />
essencial. “Ele diz: toma então teu filho, teu único<br />
filho, aquele que amas, Isaque. Vai por ti, em terras<br />
de Moryah, lá, fá-lo subir em holocausto num dos<br />
montes que Eu te disser.” (Gn 22:2) - texto retirado<br />
do original hebraico.<br />
“Vai por ti...” (lekh lekha) - Essa é uma ordem<br />
idêntica à descrita no parágrafo anterior- ela será<br />
dada à Sulamita - “O meu amado fala e me diz:<br />
Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem”<br />
(Ct 2:10). Abraão já conhecia a expressão “lekh<br />
lekha”- a mesma ordem já havia sido recebida<br />
quando da separação de sua ascendência.<br />
Gênesis 12:1 - “Ora, disse o Eterno a Abraão: Sai<br />
da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e<br />
vai para a terra que te mostrarei;” - Agora as mesmas<br />
palavras ordenam que Abraão renuncie a sua<br />
descendência, seu filho único. Abraão entende que<br />
“lekh lekha” (vai por ti) significa: ir além das suas<br />
forças humanas, porque é para seu bem! Como na<br />
primeira ordem, Abraão deveria escolher e livremente<br />
decidir seu destino e do seu filho, por um<br />
ato de livre vontade, um ato de renúncia absoluta.<br />
Assim, Abraão coloca sobre si a carga, o jugo bem<br />
pesado (uma opressão), cuja sensação física é de<br />
sufocamento e dificuldade para respirar; tudo isso<br />
112
por causa da humilhação a que Elohim lhe submetera.<br />
Gênesis 22:3 - “Levantou-se, pois, Abraão de madrugada,<br />
albardou o seu jumento, tomou consigo<br />
dois de seus servos, e a Isaque, seu filho. Tendo<br />
cortado lenha para o holocausto, partiu para o lugar<br />
que Elohim dissera.” Abraão preparou o animal<br />
de carga que carregou o combustível para o<br />
holocausto. O animal dividiu com Abraão o peso.<br />
A vida de Balaão é equivocada em relação à vida<br />
de Abraão, observe: o patriarca Abraão havia sido<br />
igualmente enviado a uma terra desconhecida para<br />
cumprir a vontade Divina. Mais tarde ele recebe<br />
uma ordem de ir e sacrificar seu único filho. Devemos<br />
fazer uma aproximação dos versículos hebraicos<br />
- Abraão e Balaão fizeram ambos, os mesmos<br />
gestos; “... levantaram-se de manhã cedo, albardaram<br />
seu animal de carga.”<br />
Gênesis 22:3 - “Levantou-se, pois, Abraão de madrugada<br />
e, tendo preparado o seu jumento, tomou<br />
consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho;<br />
rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar<br />
que Elohim lhe havia indicado.” Abraão não conhecia<br />
o objetivo da missão, porém, tomou a carga<br />
sobre si, o jugo e marchou com passos firmes.Ba-<br />
laão recebeu instruções preciosas de Elohim “... se<br />
levantou de manhã, albardou sua jumenta, e partiu<br />
com os príncipes de Moabe”. (Nm 22:21)<br />
Então, o que então distingue Abraão de Balaão?<br />
Balaão não toma posição, o jugo, o peso, a opressão<br />
da ordem recebida, pois, ele não apaga sua íntima<br />
personalidade diante do apelo Divino. Balaão não<br />
se humilha não se curva, seu coração está dividido<br />
entre obedecer à ordem de Elohim e as ofertas do<br />
rei Balaque. O animal de carga, a jumenta, sim, recebeu<br />
sozinho o peso, o jugo, a carga do momento.<br />
Números 22:22-33<br />
“Acendeu-se a ira de Elohim, porque ele se foi;<br />
e o Anjo do Eterno pôs-se-lhe no caminho por<br />
adversário. Ora, Balaão ia caminhando, montado<br />
na sua jumenta, e dois de seus servos, com<br />
ele. Viu, pois, a jumenta o Anjo do Eterno parado<br />
no caminho, com a sua espada desembainhada<br />
na mão; pelo que se desviou a jumenta<br />
do caminho, indo pelo campo; então, Balaão<br />
espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.<br />
Mas o Anjo do Eterno pôs-se numa<br />
vereda entre as vinhas, havendo muro de um e<br />
outro lado. Vendo, pois, a jumenta o Anjo do<br />
Eterno, coseu-se contra o muro e comprimiu<br />
contra este o pé de Balaão; por isso, tornou a<br />
espancá-la. Então, o Anjo do Eterno passou<br />
mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde<br />
não havia caminho para se desviar nem para a<br />
direita, nem para a esquerda. Vendo a jumenta<br />
o Anjo do Eterno, deixou-se cair debaixo de<br />
Balaão; acendeu-se a ira de Balaão, e espancou<br />
a jumenta com a vara. Então, o Eterno fez falar<br />
a jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz<br />
eu, que me espancaste já três vezes? Respondeu<br />
Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim;<br />
tivera eu uma espada na mão e, agora, te mataria.<br />
Replicou a jumenta a Balaão: Porventura,<br />
não sou a tua jumenta, em que toda a tua vida<br />
cavalgaste até hoje? Acaso, tem sido o meu costume<br />
fazer assim contigo? Ele respondeu: Não.<br />
Então, o Eterno abriu os olhos a Balaão, ele viu<br />
o Anjo do Eterno, que estava no caminho, com<br />
a sua espada desembainhada na mão; pelo que<br />
inclinou a cabeça e prostrou-se com o rosto em<br />
terra. Então, o Anjo do Eterno lhe disse: Por<br />
que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que<br />
eu saí como teu adversário, porque o teu caminho<br />
é perverso diante de mim; a jumenta me<br />
viu e já três vezes se desviou de diante de mim;<br />
na verdade, eu, agora, te haveria matado e a ela<br />
deixaria com vida.”<br />
113
Podemos analisar outro texto que se encontra no<br />
livro de I Reis. O homem de Elohim que veio de<br />
Judá a Betel a fim de profetizar para Jeroboão (Cf<br />
I Rs:13). O profeta, que a Bíblia não diz o nome,<br />
obedece à ordem de Elohim, toma o jugo, o peso<br />
sobre si, a carga, entrega a profecia, dá um sinal,<br />
e ela se cumpre, porém é enganado por um falso<br />
profeta. (Cf IRs 13:18) Observe que nesse caso<br />
não é o profeta que albarda o jumento, e sim o<br />
falso profeta que coloca a carga sobre o animal (Cf<br />
I Rs 13:23), porque o profeta não suportou o jugo<br />
- “Bom é para o homem suportar o jugo na sua<br />
mocidade. Assente-se solitário e fique em silêncio,<br />
porque Elohim o pôs sobre ele.” (Lm 3:27-28)<br />
A conclusão desse episódio foi muito trágica e<br />
culminou com a morte do profeta de Elohim por<br />
desobedecer a uma ordenança dada por Elohim.<br />
Outro exemplo: a entrada triunfal de Yeshua em<br />
Jerusalém.<br />
Mt 21:1-9<br />
“Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram<br />
a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou<br />
Yeshua dois discípulos, dizendo-lhes: Ide<br />
à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis<br />
presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho.<br />
Desprendei-a e trazei-mos. E, se alguém vos<br />
disser alguma coisa, respondei-lhe que o Eterno<br />
precisa deles. E logo os enviará. Ora, isto<br />
aconteceu para se cumprir o que foi dito por<br />
intermédio do profeta: Dizei à filha de Sião:<br />
Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em<br />
jumento, num jumentinho, cria de animal de<br />
carga. Indo os discípulos e tendo feito como<br />
Yeshua lhes ordenara, trouxeram a jumenta e<br />
o jumentinho. Então, puseram em cima deles<br />
as suas vestes, e sobre elas Yeshua montou. E a<br />
maior parte da multidão estendeu as suas vestes<br />
pelo caminho, e outros cortavam ramos de<br />
árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões,<br />
tanto as que o precediam como as que o<br />
seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi!<br />
Bendito o que vem em nome do Eterno! Hosana<br />
nas maiores alturas!<br />
No oriente, o jumento não tem a triste reputação,<br />
totalmente injusta, que lhe é dado na literatura do<br />
ocidente. O jumento é um forte animal de carga, o<br />
mais próximo do homem, sem o qual a vida teria<br />
sido impossível nas montanhas da Judéia - “Isto<br />
aconteceu para que se cumprisse o que afirmou o<br />
inspirado que disse: Dizei a filha de Siôn: Eis teu<br />
rei; Ele vem em tua direção, humilhado, montado<br />
num jumento, num jumentinho, filho de um ani-<br />
mal de carga.” (MT 21:4-5). Ele veio humilhado,<br />
com peso, com carga e com jugo, sobre si. O animal<br />
carregou o combustível para o holocausto.<br />
Nós estamos em falta com o Eterno, pois temos<br />
atenuado - tornado menos grave o cumprimento<br />
dos conceitos de Pessach.<br />
1º conceito: o amor a incondicional a Elohim<br />
2º conceito: lavagem e consagração<br />
3º conceito: tomada de posição - colocar carga,<br />
jugo sobre si.<br />
Yeshua diz: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei<br />
de mim, porque sou manso e humilde de coração,<br />
e encontrareis descanso para as vossas almas.<br />
Pois jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt<br />
11:29-30) - Por que o jugo imposto por Ele é suave<br />
e seu fardo leve? Porque sempre Ele porá um<br />
animal de carga, um jumentinho próximo a mim<br />
e a você para nos ajudar. Se nos humilharmos, e<br />
obedecermoslivraremos até o que não é inocente.<br />
“Apega-te, pois, a Ele, e tem paz, e assim te<br />
sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a lei da sua<br />
boca, e põe as Suas palavras no teu coração. Se<br />
114
te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado;<br />
se afastares a iniqüidade da tua tenda, e deitares<br />
o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir nas pedras<br />
dos ribeiros, então o Todo-Poderoso será<br />
o teu tesouro, e a tua prata acumulada. Porque<br />
então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás<br />
o teu rosto para Elohim. Orarás a Ele, e<br />
Ele te ouvirá, e pagarás os teus votos. Determinarás<br />
tu algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz<br />
brilhará em teus caminhos. Quando te abaterem,<br />
então tu dirás: Haja exaltação! E Elohim<br />
salvará ao humilde. E livrará até ao que não é<br />
inocente; porque será libertado pela pureza de<br />
tuas mãos”. ( Jó 22:21-30)<br />
115
EtorNar Para<br />
rEStaurar Sandra Mara Oliveira<br />
Retornar é prioridade. A restauração virá após o<br />
retorno.<br />
Retornar é regressar, voltar para o ponto de onde<br />
se partiu. A comunidade de Yeshua ( Jesus) teve<br />
seu começo em Jerusalém. Na ação do retorno, podemos<br />
fazer a seguinte leitura: que nos devolvam,<br />
nos restituam o que nos tiraram, privando-nos de<br />
direitos lícitos como:<br />
a) O relacionamento entre pais (judeus) e filhos<br />
(gentios) - O ódio e a inimizade mataram a relação<br />
(a conexão) existente entre essas duas grandezas:<br />
Israel e Igreja.<br />
“Vede, eu vos enviarei o profeta Elias, antes<br />
que venha o dia grande e terrível do Eterno,<br />
Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e<br />
o coração dos filhos aos pais, para que Eu não<br />
venha e fira a terra com maldição. (Ml 4:5-6)<br />
“Irá adiante dele no espírito e poder de Elias,<br />
para converter os corações dos pais aos filhos,<br />
converter rebeldes a prudência dos justos e preparar<br />
um povo bem disposto.” (Lc 1:17)<br />
b) O estudo do Primeiro Testamento e da Torah<br />
- O Primeiro Testamento, e juntamente com ele a<br />
Torah, foi abolido e apagado, pois assim, as leis sociais,<br />
os direitos dos pobres, das viúvas, dos estrangeiros<br />
também foram extintos, ou seja, a prática da<br />
justiça de forma integral, inteira, total e completa<br />
foi apagada, extinta.<br />
Sabemos que praticar justiça é prioridade -<br />
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom. E o<br />
que é que o Eterno pede de ti, senão que pratiques<br />
a justiça, ames a misericórdia, e andes humildemente<br />
com teu Elohim? A voz do Eterno<br />
clama à cidade; temer-lhe o nome é sabedoria.<br />
Escutai a vara, e quem a ordenou.” (Mq 6:8-9)<br />
c) A guarda do Sábado e dos Festivais - Essas<br />
ordenanças bíblicas que nos são de direito foram<br />
também extintas; desapareceram com a guarda do<br />
sábado e dos festivais que compõem o ciclo bíblico<br />
religioso anual.<br />
Quando afirmamos que primeiro temos que retornar<br />
para depois restaurar, é com base nas Sa-<br />
gradas Escrituras. Retornar, na linguagem bíblica,<br />
é voltar-se sobre si, face a face consigo mesmo, isto<br />
é: converter-se e mudar de opinião.<br />
Verifique o que diz a Torah. “Retorna para Adonai<br />
teu Elohim, ouve sua voz, como tudo que te ordeno.<br />
Eu mesmo, hoje, tu e teus filhos, com todo<br />
teu coração, com todo teu ser.” (Dt 30:2) - Este<br />
versículo bíblico de Deuteronômio foi extraído<br />
do original hebraico.<br />
“Adonai teu Elohim, circundará o teu coração e o<br />
coração da tua semente para amares Adonai, com<br />
todo o teu ser, a fim de que vivas.” (Dt 30:6). A<br />
circuncisão do coração consiste em abrir o coração,<br />
arrancando o prepúcio que o recobre.<br />
Cf Dt 30:10 - “... se deres ouvidos à voz do Eterno,<br />
teu Elohim, guardando os seus mandamentos e os<br />
seus estatutos, escritos neste Livro da Lei, se te<br />
converteres ao Eterno, teu Elohim, de todo o teu<br />
coração e de toda a tua alma.”<br />
Cf Dt 30:16 - “... se guardares o mandamento<br />
que hoje te ordeno, que ames o Eterno, teu Elohim,<br />
andes nos seus caminhos, e guardes os seus<br />
mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos,<br />
então, viverás e te multiplicarás, e o Eterno, teu<br />
116
Elohim, te abençoará na terra à qual passas para<br />
possuí-la. “<br />
Essa operação será feita pelo próprio Eterno, que<br />
virá dos céus em socorro do seu povo, e estará de<br />
volta à sua terra e de volta à sua Palavra. A circuncisão<br />
do coração tem como finalidade abri-lo para<br />
o amor de Elohim; não mais para um amor de aspiração,<br />
ou seja, um coração que apenas pretende e<br />
deseja ardentemente, mas sim, para um amor penetrante,<br />
de oblação e de unidade. Um amor penetrante,<br />
de oferta e de unidade, tem como último<br />
objetivo o triunfo da vida sobre a morte, da paz<br />
sobre a guerra, da unidade sobre a divisão, do amor<br />
sobre o ódio.<br />
“Eu e tu, tu retornarás, e ouvirás a voz de Adonai,<br />
farás todas as suas ordens que Eu mesmo te ordeno<br />
hoje.” (Dt 30:8). O profeta repete os verbos<br />
“retornar” e “ouvir”, como que para provocar irresistível<br />
admiração, que causará no ouvinte satisfação,<br />
por ser liberto por seu arrependimento, isto é,<br />
seu retorno a Elohim.<br />
Daniel, quando entende pelos livros que os 70 anos<br />
do cativeiro babilônico (que falou o profeta Jeremias)<br />
estavam completos pôs-se a orar, a confessar<br />
os seus pecados, e os pecados de Israel. O arrepen-<br />
dimento veio pela intercessão expiando os pecados,<br />
levando-os a retornar.<br />
“Como está escrito na lei de Moisés, todo aquele<br />
mal nos sobreveio; contudo, não buscamos o favor<br />
do Eterno nosso Elohim convertendo-nos das<br />
nossas iniqüidades e aplicando-nos à tua verdade.”<br />
(Dn 9:13)<br />
Compare com o texto de Amós quantas vezes o<br />
profeta convoca o povo ao retorno:<br />
“Por isso também vos dei limpeza de dentes em<br />
todas as vossas cidades, e falta de pão em todos<br />
os vossos lugares; contudo não vos convertestes<br />
a mim, disse o Eterno. Além disso, retive de vós<br />
a chuva quando ainda faltavam três meses para<br />
a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e<br />
não chovesse sobre a outra cidade; sobre um<br />
campo choveu, mas o outro, sobre o qual não<br />
choveu, secou-se. E andaram errantes duas ou<br />
três cidades, indo à outra cidade para beberem<br />
água, mas não se saciaram; contudo não vos<br />
convertestes a mim, disse o Eterno. Feri-vos<br />
com queimadura, e com ferrugem; a multidão<br />
das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das<br />
vossas figueiras, e das vossas oliveiras, comeu<br />
a locusta; contudo não vos convertestes a mim,<br />
disse o Eterno. Enviei a peste contra vós, à maneira<br />
do Egito; os vossos jovens matei a espada,<br />
e os vossos cavalos deixei levar presos, e o mau<br />
cheiro dos vossos arraiais fiz subir às vossas narinas;<br />
contudo não vos convertestes a mim, disse<br />
o Eterno. Subverti a alguns dentre vós, como<br />
Elohim subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós<br />
fostes como um tição arrebatado do incêndio;<br />
contudo não vos convertestes a mim, disse o<br />
Eterno.” (Amós 4:6,8,9,10,11)<br />
Retornar é primazia na escala de valores espirituais<br />
e na ordem do tempo - depois deste entendimento,<br />
podemos compreender quando as Escrituras<br />
Sagradas mostram Yeshua avisando a Pedro<br />
que ele ainda não havia feito o retorno - ”Disse<br />
também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás<br />
vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu<br />
roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu,<br />
quando te converteres, (retornares) confirmas teus<br />
irmãos.” (Lc 22:31-32)<br />
Yeshua sabia muito bem que o retorno, aqui em<br />
Mateus, é o face a face consigo mesmo. Eles devem<br />
parar de idolatrar seu próprio ego (eu). A pergunta<br />
dos discípulos é reveladora: “Naquela mesma<br />
hora os discípulos se aproximaram de Yeshua<br />
e perguntaram: Quem é maior no reino dos céus?<br />
117
Yeshua chamou uma criancinha. Ele a põe entre<br />
eles, e diz: Amém, eu vos digo: se vós não retornardes<br />
como criancinhas, não entrareis no reino<br />
dos céus.” (Mt 18:1-3)<br />
A condição para que nos tornemos como uma<br />
criança, inteiramente voltada para seu Pai, é a de<br />
liberarmos um olhar alienado. Na linguagem popular,<br />
o individuo alienado é aquele que perdeu<br />
a razão, que é demente; concluímos então que<br />
alienar é uma linguagem até pejorativa. Porém,<br />
na linguagem bíblica e no reino de Yeshua, é diferente.<br />
O próprio Yeshua ensina que precisamos<br />
liberar um olhar alienado, ou seja, liberar o olhar<br />
de nós mesmos (deixar a idolatria ao nosso eu),<br />
pois, mesmo que tenhamos sido pessoas educadas<br />
em condições sociais determinadas, podemos e<br />
devemos nos submeter cegamente, como crianças,<br />
conservando pureza, ausência de segundas intenções,<br />
simplicidade, espontaneidade e abandono<br />
completo à vontade do Pai. Yeshua nos estimula<br />
a abandonar até direitos naturais para fazermos o<br />
retorno.<br />
Uma tríplice revolução marcará o retorno do povo<br />
à situação ideal de suas origens. Por que revolução?<br />
Porque será uma mudança radical, profunda<br />
e completa nos corações.<br />
Estejam atentos porque essas mudanças geralmente<br />
surgem por meios violentos, acarretando<br />
total modificação nas denominações, nas instituições<br />
civis e religiosas e nos seus costumes dominantes.<br />
Elas vão entrar em colapso!<br />
Obs.: Na medicina colapso é um achatamento<br />
anormal das paredes de uma parte ou de um órgão.<br />
A figura de um achatamento é uma diminuição<br />
súbita de poder, de forças. Revolução na física<br />
é um movimento circular ou elíptico no qual um<br />
móvel volta a sua posição inicial. Na vida individual<br />
o achatamento ocorre quando a pessoa realmente<br />
retorna ao Eterno.<br />
Acontecerá a tríplice revolução do retorno:<br />
Primeiro, será a revolução das Palavras de Adonai<br />
no coração. Em segundo lugar será a revolução dos<br />
ouvidos que irão se abrir, e em terceiro lugar será a<br />
revolução de Adonai retornando para o Seu povo.<br />
Toda benção é condicionada por essa ordem: ouvir<br />
a voz do Eterno, guardar seus mandamentos,<br />
obedecer a Torah e retornar para ela com todo seu<br />
coração e todo o seu ser.<br />
Que o Eterno nos abençoe!<br />
118
EStauração<br />
PartE 1<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Restaurar no hebraico é “devolver” - como um<br />
simples ato de devolução em face de algum dano<br />
causado.<br />
“E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto,<br />
a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu<br />
grande exército que enviei contra vós.” ( Joel<br />
2:25)<br />
“Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido,<br />
pois ele é profeta, e rogará por ti, para que vivas.<br />
Mas se não restituíres, certamente morrerás, tu<br />
e tudo o que é teu.” (Gênesis 20:7)<br />
Abraão é apresentado por Elohim como um inspirado,<br />
cuja prece é ouvida e como alguém que goza<br />
de uma proteção especial. Somente para os profetas<br />
a ordem passa a ter um sentido de promessa<br />
- os exilados voltariam e retornariam à sua terra!<br />
O texto da Torah passa então, a ter um sentido escatológico<br />
para os últimos dias. A mulher simboliza<br />
a Igreja, e Abraão, o profeta, simboliza Yeshua<br />
HaMashiach ( Jesus Cristo).<br />
As diversas escolas escatológicas do cristianismo<br />
não têm dado a devida importância ao ensino<br />
bíblico sobre a restauração. Por quê? Porque elas<br />
não levam em conta o aspecto profético, declarado<br />
pela Torah, pois não crêem nela.<br />
Observem como indagaram a Yeshua sobre a restauração<br />
- “Aqueles que se haviam reunido perguntaram-lhe:<br />
Senhor, tu restaurarás neste tempo,<br />
o reino a Israel?” (Atos 1:6) Perceba que Yeshua<br />
negou precisar “o tempo” da restauração, mas não<br />
negou sua “realidade futura” - “Ele lhes disse: Não<br />
vos pertence saber os tempos ou as épocas que o<br />
Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.” (Atos 1:7)<br />
Mais tarde, o apóstolo Paulo retoma o assunto,<br />
vinculando-o à volta de Yeshua - “Arrependei-vos,<br />
pois, e convertei-vos, para que sejam apagados<br />
os vossos pecados, e venham assim os tempos do<br />
refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a<br />
Yeshua HaMashiach que já dantes vos foi pregado.<br />
O qual convém que o céu contenha até aos<br />
tempos da restauração de tudo, dos quais Elohim<br />
falou pela boca de todos os seus santos profetas,<br />
desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais:<br />
O Eterno vosso Elohim levantará de entre vossos<br />
irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis<br />
em tudo quanto vos disser. E acontecerá que<br />
toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada<br />
dentre o povo. Sim, e todos os profetas,<br />
desde Samuel, todos quantos depois falaram, também<br />
predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos<br />
profetas e da aliança que Elohim fez com nossos<br />
pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão<br />
benditas todas as famílias da terra.”(Atos 3:19-25)<br />
O apóstolo Paulo diz: “Não quero irmãos, que ignoreis<br />
este segredo (para que não presumais* de<br />
vós mesmos -*presumir - ter presunção, vangloriar-se),<br />
que o endurecimento veio em parte a Israel,<br />
até que aplenitude dos gentios haja entrado.”<br />
(Rm 11:25) - Plenitude: qualidade do que está<br />
completo, cheio, inteiro - totalidade.<br />
A Igreja expressará sabedoria e poder, cuja finalidade<br />
é um amor incondicional a Elohim, que por<br />
sua vez a levará a uma vida de oblação e unidade,<br />
tendo como objetivo o triunfo da vida sobre<br />
a morte, da paz sobre a guerra, da unidade sobre<br />
divisão, do amor sobre o ódio.<br />
Na verdade, quase todo comentário cristão a respeito<br />
de plenitude (no grego pleroma; palavra usada<br />
para significar a natureza de Elohim com seus<br />
119
atributos) vem do movimento histórico e religioso<br />
cristão denominado “gnosticismo”. Este movimento<br />
floresceu durante os séculos II e III, e suas<br />
bases filosóficas eram da antiga gnose (palavra<br />
grega cujo significado é conhecimento).<br />
Influência do neoplatonismo e dos pitagóricos<br />
- Este movimento reivindicava a posse de conhecimento<br />
secreto (gnose no grego: apócrifa), que<br />
segundo eles os tornava diferentes dos cristãos,<br />
alheios a esse conhecimento.<br />
Origem da Gnose - provavelmente na Ásia Menor<br />
e tem como base as filosofias pagãs que floresciam<br />
na Babilônia, Egito, Síria e Grécia.<br />
O gnosticismo combina elementos da astrologia<br />
com mistérios das religiões gregas tais como: mistérios<br />
Elêusis, Hermetismo (Hermes - deus grego<br />
filho de Zeus e de Maia) e com as doutrinas do<br />
cristianismo. Em seu sentido mais abrangente, o<br />
gnosticismo significa a crença da salvação pelo conhecimento.<br />
O gnosticismo tem origem no termo<br />
grego “gnosis” que significa conhecimento; não um<br />
conhecimento racional, científico, filosófico, teórico<br />
ou empírico (que apóia exclusivamente na experiência<br />
e observação). O conhecimento dos gnósticos<br />
é de caráter intuitivo e transcendental.<br />
Intuição - é o conhecimento imediato da verdade<br />
sem o auxílio do raciocínio.<br />
Pressentimento - é a faculdade de prever, predizer<br />
o futuro ou decifrar algo. É usada pelos gnósticos<br />
para designar um conhecimento profundo do homem<br />
e do mundo, para dar sentido a vida humana<br />
tornando-a plena de significados que irão permitir<br />
ao homem o encontro com sua essência eterna.<br />
Observação: Sabemos que o Espírito Santo confere<br />
ao homem o conhecimento imediato da verdade,<br />
sem o auxilio da nossa mente. O Espírito<br />
Santo decifra para nós, o sentido de uma escrita<br />
desconhecida ou pouco legível. Exemplo: “Então<br />
dele foi enviada aquela parte da mão, que escreveu<br />
este escrito. Este, pois, é o escrito que se escreveu:<br />
MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM.<br />
Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou<br />
Elohim o teu reino, e o acabou. TEQUEL: Pesado<br />
foste na balança, e foste achado em falta. PE-<br />
RES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e<br />
aos persas.”(Daniel 5:24-28). Ele fala, ora de um<br />
modo, ora de outro.“Antes Elohim fala uma e duas<br />
vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho<br />
ou em visão noturna, quando cai sono profundo<br />
sobre os homens, e adormecem na cama. Então<br />
o revela ao ouvido dos homens, e lhes sela a sua<br />
instrução, Para apartar o homem daquilo que faz,<br />
e esconder do homem a soberba. Para desviar a<br />
sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.”<br />
( Jó 33:14-18). Porém todo conhecimento<br />
recebido precisa ser conferido para ver se está em<br />
linha com as Escrituras Sagradas. Exemplo: A<br />
Torah nos ensina que: “Tudo o que eu te ordeno,<br />
observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem<br />
diminuirás.” (Dt 12:32)<br />
“E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te<br />
houver falado, dizendo: Vamos após outros<br />
deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não<br />
ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador<br />
de sonhos; porquanto o Eterno vosso Elohim<br />
vos prova, para saber se amais o Eterno vosso<br />
Elohim com todo o vosso coração, e com toda<br />
a vossa alma. Após o Eterno vosso Elohim andareis,<br />
e a Ele temereis, e os seus mandamentos<br />
guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis,<br />
e a Ele vos achegareis. E aquele profeta ou sonhador<br />
de sonhos morrerá, pois falou rebeldia<br />
contra o Eterno vosso Elohim, que vos tirou da<br />
terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão,<br />
para te apartar do caminho que te ordenou<br />
o Eterno teu Elohim, para andares nele: assim<br />
tirarás o mal do meio de ti. Quando te incitar<br />
teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua<br />
120
filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que<br />
te é como a tua alma, dizendo-te em segredo:<br />
Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste,<br />
nem tu nem teus pais;”(Dt 13:2-6)<br />
O critério para analisarmos se uma palavra ou um<br />
fato é falso ou verdadeiro, não deve ser de maneira<br />
alguma o êxito dos passes de mágica realizados<br />
por uns e por outros. Porque, com efeito, os feiticeiros<br />
e os mágicos do Egito não tiveram nenhuma<br />
dificuldade em imitar Moisés e Arão, quando<br />
estes precisaram recorrer ao milagre, transformando<br />
seus bastões em serpentes - “E o Eterno falou a<br />
Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar,<br />
dizendo: Fazei vós um milagre, dirás a Arão: Toma<br />
a tua vara, e lança-a diante de Faraó; e se tornará<br />
em serpente. Então Moisés e Arão foram a Faraó,<br />
e fizeram assim como o Eterno ordenara; e lançou<br />
Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus<br />
servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também<br />
chamou os sábios e encantadores; e os magos do<br />
Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos.<br />
Porque cada um lançou sua vara, e<br />
tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão<br />
tragou as varas deles. Porém o coração de Faraó<br />
se endureceu, e não os ouviu, como o Eterno tinha<br />
falado.” (Ex 7:8-13)<br />
Tudo que recebermos espiritualmente deve ser<br />
julgado. A mensagem só é verdadeira se estiver em<br />
conformidade com a Palavra de Elohim.<br />
“Toda palavra que vos ordeno Eu mesmo, vos<br />
guardareis para fazê-la, tu não acrescentarás, tu<br />
não lhe suprimirás.” (Dt 12:32)<br />
Para entendermos sobre plenitude dos gentios, teremos<br />
que expurgar do meio de nós toda herança<br />
gnóstica, toda influência grega, babilônica e romana.<br />
O gnosticismo tornou-se uma forte influência<br />
na igreja do primeiro século, levando muitos<br />
cristãos da época como Marcião (160 d.c) e Valentim<br />
de Alexandria a ensinar sobre cosmo-visão<br />
dualista, a qual uma visão leiga aparenta ser a premissa<br />
básica do movimento. Efetivamente para<br />
os gnósticos existem dois deuses: o deus criador<br />
imperfeito, que eles associam a Jeová do Primeiro<br />
Testamento, e outro bom, associado ao Segundo<br />
Testamento.<br />
Os dois deuses do gnosticismo - O primeiro deus<br />
criou o mundo com imperfeição, e é desta imperfeição<br />
que o sofrimento humano teve sua origem.<br />
A essência humana seria oriunda de uma centelha<br />
divina que perpassa todo cosmo, mesmo sem nele<br />
se situar; o segundo deus, o deus bom, teve pena<br />
e lhes deu a capacidade de despertar deste mundo<br />
de ilusões e de imperfeições. Temos neste conceito<br />
o início da doutrina de mais de um deus.<br />
O pré-requisito essencial da filosofia gnóstica é o<br />
postulado da existência de uma entidade imortal,<br />
que não é parte deste mundo, que pode ser chamado<br />
de deus interno, centelha divina, crístico, divina<br />
essência, etc.; que existe em todos os homens (sua<br />
única parte imortal). Os gnósticos consideram que<br />
o estado do homem neste mundo é “antinatural”,<br />
pois o homem está submetido a todo tipo de sofrimento.<br />
Para eles, é necessário que o homem se<br />
liberte deste sofrimento, o que só pode ocorrer<br />
através do conhecimento.<br />
Segundo a doutrina do gnosticismo, Jesus se esgueirou<br />
(dirigiu-se com cautela, retirou-se sorrateiramente,<br />
safou-se,) através dos poderes das<br />
trevas para transmitir o conhecimento secreto<br />
(gnosis) e libertar os espíritos da luz cativos no<br />
mundo material terreno, para então conduzi-los a<br />
um mundo espiritual mais elevado.<br />
Algumas linhas gnósticas pregam que Jesus não<br />
veio em carne, nunca assumiu um corpo físico e<br />
nunca foi sujeito às fraquezas ou até mesmo às<br />
emoções humanas; embora parecesse ser um ho-<br />
121
mem, a principal linha de gnosticismo cristão<br />
- a Valentiniana - defende uma tese próxima do<br />
nestorianismo (doutrina cristã, nascida no século<br />
V), segundo a qual em Jesus Cristo há duas pessoas<br />
distintas - uma humana e outra divina, sendo<br />
Cristo (o ungido) o éon celestial que há um tempo<br />
se une a Jesus.<br />
Alguns historiadores afirmam que o apóstolo João<br />
se refere a esse assunto quando enfatiza que “E o<br />
Verbo se fez carne...” ( Jo 1:14) e em sua primeira<br />
epístola que: “... e todo o espírito que não confessa<br />
que Jesus Cristo veio em carne não é de D’us...”(I<br />
Jo 4:3). Os escritos Joaninos são do final do primeiro<br />
século, quando nasceu o gnosticismo. No<br />
entanto, muitas comunidades gnósticas tinham o<br />
evangelho de João como algo de grande relevância.<br />
Os cristãos gnósticos constituíram, nos primeiros<br />
anos da nossa era, uma comunidade fechada que<br />
guardou os aspectos esotéricos dos evangelhos;<br />
apresentaram um cristianismo, muito mais profundo<br />
e filosófico do que aqueles cristãos que ficaram<br />
conhecidos como ortodoxos, por guardarem<br />
o sábado, os festivais bíblicos do ciclo anual, por<br />
não comerem sangue e nenhum animal sufocado -<br />
conforme descreve a Torah.<br />
Dentre os grupos cristãos gnósticos mais ativos<br />
nos dois primeiros séculos da nossa era destacam-<br />
-se os: Naassenos (palavra aramaica com o mesmo<br />
significado de ofitas, de origem grega), o Perates,<br />
Sethianos (de origem judaica), os Docéticos<br />
(propunham que a natureza exterior de Jesus era<br />
ilusória), os Corpocráticos, Basilidianos e Valentinianos.<br />
Com o passar do tempo, os herdeiros da tradição<br />
gnóstica e maniqueísta (religião de Maniqueu, baseada<br />
num gnosticismo dualista – dois princípios<br />
opostos: o bem e o mal) foram mudando de nome;<br />
podemos indicar o aparecimento dos seguintes<br />
grupos:<br />
Entre os séculos III e IX: Euchites, Magistri, Comacini,<br />
Artífices Dionisianos, Nestorianos e Eutychianos;<br />
no século X: Paulicianos e Bogomilos;<br />
no século XI: Cátharos, Patarini, Cavaleiros de<br />
Rodes, Cavaleiros de Malta, Místicos Escolásticos;<br />
no século XII: Albigenses, Cavaleiros Templários,<br />
Hermetistas; no século XIII: a Fraternidade<br />
Winklers, os Beghards, e Beguinen, os Irmãos<br />
do Livre Espírito, os Lollards e os trovadores; no<br />
século XIV: os Hesychastas, os Amigos de Deus;<br />
os Rosacruzes e os Fraticelli; no século XV: os<br />
Fraters Lucis, a Academia Platônica, a Socieda-<br />
de Alquímica, a Sociedade da Trolha e os Irmãos<br />
da Boêmia (Unitas Fratrum), no século XVI: A<br />
Ordem de Cristo (derivada dos Templários), os<br />
Filósofos do Fogo, a Militia Crucífera Evangélica<br />
e os Ministérios dos Mestres Herméticos; no século<br />
XVII: os Irmãos Asiáticos (Irmãos Iniciados<br />
de São João Evangelista da Ásia), a Academia di<br />
Secreti e os Quietistas; no século XVIII: os Martinistas;<br />
no século XIX: a Sociedade Teosófica (A<br />
Teosofia é uma forma sincrética de religião, ciência<br />
e filosofia, fundada em Nova Iorque (1875)<br />
por Helena Petrovna Blavatsky e continuada por<br />
Annie Besant, e que ensina um conceito panteísta<br />
de Deus e a perfeição do homem através de uma<br />
série de reencarnações. Panteísmo (doutrina que<br />
identifica Deus e o mundo como uma realidade<br />
subordinada, emanação, processo de Deus segundo<br />
“Spinoza”). Com toda influência gnóstica, podemos<br />
afirmar que a maior parte do corpo de doutrinas<br />
das comunidades cristãs, quanto à Plenitude<br />
dos Gentios, tem origem no gnosticismo. Muitas<br />
suposições foram juntadas à questão plenitude dos<br />
gentios<br />
Suposições quanto à Plenitude dos Gentios: Alguns<br />
julgam que a plenitude dos gentios significa<br />
certo número de gentios que haverá de formar o<br />
número total dos remidos; outros chegam ao ex-<br />
122
tremo de declarar que plenitude dos gentios será<br />
quando todos se salvarem - salvação universal. Há<br />
também outros julgamentos que envolvem a questão<br />
da plenitude dos gentios. No livro de Romanos<br />
11 - “Porque não quero irmãos, que ignoreis<br />
este segredo (para que não presumais de vós mesmos):<br />
que o endurecimento veio em parte sobre<br />
Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.”<br />
(Rm 11:25). O apóstolo Paulo neste versículo<br />
está esclarecendo aos gentios que não há porque se<br />
ensoberbecerem afirmando que os mesmos estão<br />
inclusos no plano Divino, e que não há razão para<br />
orgulho – isto porque Elohim ainda não terminou<br />
sua obra para com Israel, embora os crentes gentios<br />
houvessem aprendido a desprezar os judeus.<br />
“Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo,<br />
tributo; a quem imposto, imposto; a quem<br />
temor, temor; a quem honra, honra”.(Rm 13:7)<br />
Logo em seguida o apóstolo Paulo começa ministrar<br />
sobre AMOR. “A ninguém devais coisa alguma,<br />
a não ser o amor com que vos ameis uns aos<br />
outros; porque quem ama aos outros cumpriu a<br />
lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não<br />
furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás;<br />
e se há algum outro mandamento, tudo nesta<br />
palavra se resume: Amarás ao teu próximo como<br />
a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De<br />
sorte que o cumprimento da lei é o amor. E isto<br />
digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos<br />
do sono; porque a nossa salvação está<br />
agora mais perto de nós do que quando aceitamos<br />
a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos,<br />
pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das<br />
armas da luz. Andemos honestamente, como de<br />
dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem<br />
em desonestidades, nem em dissoluções, nem em<br />
contendas e inveja. Mas revesti-vos de Yeshua Ha-<br />
Mashiach, e não tenhais cuidado da carne em suas<br />
concupiscências.” (Rm 13:8-14)<br />
Os crentes julgam que em Romanos 14 o apostolo<br />
Paulo está condenando ou reprovando as leis<br />
alimentares de Levítico 11. De modo algum; o<br />
apóstolo está reprovando a indiferença da Igreja<br />
aos costumes judaicos. “Ora, quanto ao que está<br />
enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre<br />
dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode<br />
comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que<br />
come não despreze o que não come; e o que não<br />
come, não julgue o que come; porque Elohim o<br />
recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo<br />
alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou<br />
cai. Mas estará firme, porque poderoso é Elohim<br />
para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia,<br />
mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja<br />
inteiramente seguro em sua própria mente.<br />
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz<br />
e o que não faz caso do dia para o Senhor o não<br />
faz. O que come, para o Senhor come, porque dá<br />
graças a Elohim; e o que não come, para o Senhor<br />
não come, e dá graças a Elohim. Porque nenhum<br />
de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque,<br />
se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos,<br />
para o Senhor morremos. De sorte que, ou<br />
vivamos ou morramos, somos do Senhor. Porque<br />
foi para isto que morreu O Mashiach, e ressurgiu,<br />
e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos,<br />
como dos vivos. Mas tu, por que julgas teu irmão?<br />
Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois<br />
todos havemos de comparecer ante o tribunal Do<br />
Mashiach. Porque está escrito: Como eu vivo, diz<br />
o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E<br />
toda a língua confessará a Elohim. De maneira<br />
que cada um de nós dará conta de si mesmo a Elohim.”<br />
(Rm 14:1-12)<br />
O plano Divino de “unir” Israel e Igreja será executado<br />
em sua inteireza. Apesar de existir, inimizade,<br />
entre ambos, ainda não curada, eu creio, que<br />
a Palavra de Elohim é viva e que não passará uma<br />
vírgula dela, sem que tudo se cumpra. “E é mais<br />
fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.”<br />
(Lc 16:17) - “... o meu propósito subsistira, e farei<br />
toda a minha vontade” (Is 46:10b)<br />
123
O primeiro passo que os gentios precisam dar em<br />
direção à plenitude é: arrepender-se por causa da<br />
obra da carne chamada inimizade, ou antissemitismo.<br />
A inimizade é uma forma de ódio contra o<br />
que é bom ou o que é mau. Nós precisamos admitir<br />
que os cristãos desde os primeiros séculos, foram<br />
imbuídos de doutrinas gnósticas, e constituíram<br />
um cristianismo muito mais filosófico, esotérico e<br />
místico, do que um ensino sobre arrependimento,<br />
justiça, misericórdia e fé. Ensinaram o povo a<br />
suprimir a Torah e os profetas e assim surgiu o<br />
cisma, formando uma nova religião, separada do<br />
judaísmo. Tudo isso é fruto de uma mente carnal.<br />
A carne não se submete a Lei de Elohim diz o<br />
apóstolo Paulo - “Porquanto a inclinação da carne<br />
é inimizade contra Elohim, pois não é sujeita à lei<br />
de Elohim, nem, em verdade, o pode ser. Portanto,<br />
os que estão na carne não podem agradar a Elohim.<br />
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,<br />
se é que o Espírito de Elohim habita em vós.<br />
Mas, se alguém não tem o Espírito do Mashiach,<br />
esse tal não é dele.” (Rm 8:7-9) - “Ora, o homem<br />
natural não compreende as coisas do Espírito de<br />
Elohim, porque lhe parece loucura; e não pode<br />
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.<br />
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e<br />
ele de ninguém é discernido.” (I Co 2:14-15)<br />
o Que devemos Que fazer?<br />
Derrubar a parede, o muro que levantamos de<br />
ódio, inimizade que chamamos de antissemitismo.<br />
Apesar da inimizade ainda não tratada, creio que<br />
a noiva com tribulação retornará - “Castigá-la-ei<br />
pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso,<br />
e se adornou dos seus pendentes e das suas<br />
jóias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim<br />
se esqueceu, diz o Eterno. Portanto, eis que eu a<br />
atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao<br />
coração. E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de<br />
Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como<br />
nos dias de sua mocidade, e como no dia em que<br />
subiu da terra do Egito.” (Os 2:13-15). Assim<br />
ela dará inicio a obra da restauração; a restauração<br />
fará o seu trabalho de reparo, de conserto no<br />
relacionamento desgastado entre os pais espirituais<br />
(judeus) e os filhos (gentios). Quando a Igreja<br />
compreender isso e se colocar de acordo com os<br />
pais, entrará em plenitude - “Portanto, lembrai-<br />
-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne,<br />
e chamados incircuncisão pelos que na carne se<br />
chamam circuncisão feita pela mão dos homens;<br />
que naquele tempo estáveis sem O Mashiach<br />
(Messias), separados da comunidade de Israel, e<br />
estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança,<br />
e sem Elohim no mundo. Mas agora no<br />
Mashiach Yeshua, vós, que antes estáveis longe, já<br />
pelo sangue do Mashiach chegastes perto. Porque<br />
ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um;<br />
e, derrubando a parede de separação que estava no<br />
meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei<br />
dos mandamentos, que consistia em ordenanças,<br />
para criar em si mesmo dos dois um novo homem,<br />
fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com<br />
Elohim em um corpo, matando com ela as inimizades.<br />
E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que<br />
estáveis longe, e aos que estavam perto; Porque<br />
por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo<br />
Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem<br />
forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família<br />
de Elohim; Edificados sobre o fundamento<br />
dos apóstolos e dos profetas, de que Yeshua Ha-<br />
Mashiach é a principal pedra da esquina; No qual<br />
todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo<br />
santo no Senhor. No qual também vós juntamente<br />
sois edificados para morada de Elohim em Espírito.”<br />
(Ef 2:11:22)<br />
124
EStauração<br />
PartE 2<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Para restaurar precisamos analisar detalhadamente<br />
os livros de Esdras e Neemias. Na Bíblia Hebraica,<br />
os livros de Esdras e Neemias compõem um único<br />
volume. Também na Lxx (Septuaginta) os livros de<br />
Esdras e Neemias ainda aparecem unidos. A unidade<br />
Esdras - Neemias pertence à terceira divisão<br />
da Bíblia Hebraica. A grande verdade, concluem<br />
os comentaristas, é que a unidade literária Esdras-<br />
-Neemias é praticamente a única fonte informativa<br />
autorizada que dispomos quanto ao período histórico<br />
que envolve a restauração de Judá e de Jerusalém.<br />
O período histórico coberto por Esdras e<br />
Neemias é revestido de uma importância especial,<br />
pois nesse período se dá a ressurreição da nação de<br />
Israel em sua fé.<br />
doutrina bíbliCa da ressurreição<br />
O que é ressurreição? É voltar à vida que se tinha<br />
perdido. Yeshua fala de duas ressurreições: a ressurreição<br />
para a vida e a ressurreição para o juízo<br />
- “Não vos, maravilheis disto, pois vem a hora em<br />
que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua<br />
voz e sairão. Os que fizeram o bem para ressurreição<br />
da vida, e os que praticaram o mal, para a<br />
ressurreição da condenação.” ( Jo 5:28-29)<br />
Cf. I Ts. 4: 14-17 - “Pois, se cremos que Yeshua<br />
morreu e ressuscitou, assim também Elohim, mediante<br />
Yeshua, trará, em sua companhia, os que<br />
dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra<br />
do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até<br />
à vinda do Senhor, de modo algum precederemos<br />
os que dormem.Porquanto o Senhor mesmo, dada<br />
a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e<br />
ressoada a trombeta de Elohim, descerá dos céus,<br />
e os mortos no Mashiach ressuscitarão primeiro;<br />
depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados<br />
juntamente com eles, entre nuvens, para<br />
o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos<br />
para sempre com o Senhor.”<br />
Cf Ap. 20:4 - “Vi também tronos, e nestes sentaram-se<br />
aqueles aos quais foi dada autoridade de<br />
julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa<br />
do testemunho de Yeshua, bem como por causa da<br />
palavra de Elohim, tantos quantos não adoraram<br />
a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam<br />
a marca na fronte e na mão; e viveram e<br />
reinaram com o Mashiach durante mil anos.”<br />
A base na Torah para que Esdras e Neemias combatam<br />
trazendo de volta à vida (a ressurreição) de<br />
Judá e Jerusalém é a seguinte:<br />
“E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como<br />
o Elohim Todo-Poderoso; mas pelo meu nome,<br />
o Eterno, não lhes fui perfeitamente conhecido.<br />
E também estabeleci a minha aliança com<br />
eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra de<br />
suas peregrinações, na qual foram peregrinos.<br />
E também tenho ouvido o gemido dos filhos<br />
de Israel, aos quais os egípcios fazem servir, e<br />
lembrei-me da minha aliança. Portanto dize<br />
aos filhos de Israel: Eu sou o Eterno, e vos tirarei<br />
de debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei<br />
da servidão, e vos resgatarei com grandes<br />
juízos. E eu vos tomarei por meu povo, e serei<br />
vosso Elohim; e sabereis que eu sou o Eterno<br />
vosso Elohim, que vos tiro de debaixo das cargas<br />
dos egípcios; E eu vos levarei à terra, acerca<br />
da qual levantei minha mão, jurando que a daria<br />
a Abraão, a Isaque e a Jacó, e vo-la darei por<br />
herança, eu o Eterno.”(Ex 6:3-8)<br />
Sete verbos descrevem a ação do Eterno para trazer<br />
de volta à vida, (a ressurreição) se encontram<br />
nos versículos (Ex 6: 6, 7 e 8) são eles: tirar, livrar,<br />
resgatar, tomar, tirar, levar para dar a terra<br />
125
em herança ao eleito. Todo itinerário percorrido<br />
por Israel do Egito em direção a Canaã (Terra<br />
Prometida) está resumido nesta forte promessa de<br />
livramento.<br />
Nós que cremos na ressurreição, também nos<br />
apoiamos na promessa contida na Torah e a tomamos<br />
como base, para trabalharmos com restauração,<br />
pois Elohim fará com que Israel e Igreja<br />
voltem à vida que perderam.<br />
Quanto a Igreja temos como base também as<br />
palavras de Yeshua: “... Eu construirei minha<br />
comunidade(original hebraico) e as portas de Shéol<br />
(morada dos mortos) não serão mais fortes do<br />
que ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus;<br />
tudo o que ligares na terra será ligado nos céus,<br />
e tudo o que desligares na terra, será desligado<br />
nos céus.” (Mt 15:18b-19). Yeshua promete que<br />
a comunidade que Ele está fundando, não desaparecerá<br />
jamais. E as “chaves” fazem daquele que<br />
a detém “o senhor” ou no mínimo o mordomo da<br />
casa. Aquele que detém o poder das chaves implica<br />
no dever de declarar ligado ou desligado, ou<br />
seja:permitido ou proibido.<br />
A importância desses versículos é grande, e eles<br />
não cessam de suscitar comentários dos teólogos<br />
da Igreja Católica Romana, que, para eles, Petros<br />
e seus sucessores (sucessores - nos referimos aos<br />
papas) detêm “o poder das chaves”. O poder das<br />
chaves é claro, nos comentários do Profeta Isaias e<br />
no Livro do Apocalipse.<br />
Cf Is 22:20-25 - “Naquele dia, chamarei a meu<br />
servo Eliaquim, filho de Hilquias, vesti-lo-ei da<br />
tua túnica, cingi-lo-ei com a tua faixa e lhe entregarei<br />
nas mãos o teu poder, e ele será como pai para<br />
os moradores de Jerusalém e para a casa de Judá.<br />
Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi;<br />
ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém<br />
abrirá. Fincá-lo-ei como estaca em lugar firme, e<br />
ele será como um trono de honra para a casa de seu<br />
pai. Nele, pendurarão toda a responsabilidade da<br />
casa de seu pai, a prole e os descendentes, todos os<br />
utensílios menores, desde as taças até as garrafas.<br />
Naquele dia, diz o Eterno dos Exércitos, a estaca<br />
que fora fincada em lugar firme será tirada, será<br />
arrancada e cairá, e a carga que nela estava se desprenderá,<br />
porque o Eterno o disse.”<br />
Ap. 3:7 - “Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve:<br />
Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que<br />
tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará,<br />
e que fecha, e ninguém abrirá.”<br />
Sendo assim, cremos que possuímos base sólida na<br />
Torah, nos profetas e em Yeshua para nos ocuparmos,<br />
com empenho e esforço na obra de restauração,<br />
como fez Esdras e Neemias, pois criam que<br />
Judá e Jerusalém ressurgiriam num dia como disse<br />
o profeta: “antes que estivesse de parto, deu a luz;<br />
antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho.<br />
Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante?<br />
Poder-se-ia fazer nascer uma terra num<br />
só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas<br />
Sião mal sentiu as dores de parto, e já deu à luz e<br />
seus filhos. Abriria eu a madre, e não faria nascer?<br />
Diz o Eterno. Faria nascer e fecharia a madre, diz<br />
e teu Elohim,” (Is 66:7-9)<br />
O nome Esdras no hebraico significa - “Asarias”<br />
que significa: “ajuda”. Esdras era descendente de<br />
Finéias, neto de Arão; portanto, Esdras trazia sobre<br />
si uma linhagem sacerdotal autêntica, e considerável.<br />
Cf. Ed 7:1-5 - “E, passadas essas coisas,<br />
no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras,<br />
filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,<br />
filho de Salum, filho de Zadoque, filho de<br />
Aitube, filho de Amarias, filho de Azarias, filho de<br />
Meraiote, filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de<br />
Buqui, filho de Abisua, filho de Finéias, filho de<br />
Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote.” Seu ofício<br />
na Babilônia era o de escriba e secretário oficial<br />
126
da corte persa - Cf. Ed 7:6 “este Esdras subiu de<br />
Babilônia; e era escriba hábil na Lei de Moisés,<br />
dada pelo Eterno, Elohim de Israel; e, segundo<br />
a mão do Eterno, seu Elohim, que estava sobre<br />
ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.”Esdras<br />
serviu na posição de conselheiro do rei, em questões<br />
pertinentes aos judeus cativos. Cf Ne 11:23-<br />
24 - “Porque havia um mandado do rei a respeito<br />
deles e certo acordo com os cantores, concernente<br />
às obrigações de cada dia. Petaías, filho de Mesezabel,<br />
dos filhos de Zera, filho de Judá, estava à<br />
disposição do rei, em todos os negócios do povo.”<br />
Esdras retornou do cativeiro babilônico com Zorobabel<br />
e Josué aproximadamente (536 a.c) - Cf.<br />
Ne 12:1 - “São estes os sacerdotes e levitas que<br />
subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com<br />
Jesua: Seraías, Jeremias, Esdras...”<br />
Segundo o decreto do Rei “Ciro” - “No primeiro<br />
ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse<br />
a palavra do Eterno, pela boca de Jeremias), despertou<br />
o Eterno o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o<br />
qual fez passar pregão por todo o seu reino, como<br />
também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro,<br />
rei da Pérsia: O Eterno Elohim dos céus me deu<br />
todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe<br />
edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.<br />
Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu<br />
Elohim com ele, e suba a Jerusalém, que está em<br />
Judá, e edifique a casa do Eterno Elohim de Israel<br />
(ele é o D’us) que está em Jerusalém. E todo aquele<br />
que ficar atrás em algum lugar em que andar<br />
peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão<br />
com prata, com ouro, com bens, e com gados, além<br />
das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que<br />
está em Jerusalém. Então se levantaram os chefes<br />
dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e<br />
os levitas, com todos aqueles cujo espírito Elohim<br />
despertou, para subirem a edificar a casa do Eterno,<br />
que está em Jerusalém. E todos os que habitavam<br />
nos arredores lhes firmaram as mãos com<br />
vasos de prata, com ouro, com bens e com gado,<br />
e com coisas preciosas; além de tudo o que voluntariamente<br />
se deu. Também o rei Ciro tirou os<br />
utensílios da casa do Eterno, que Nabucodonosor<br />
tinha trazido de Jerusalém, e que tinha posto na<br />
casa de seus deuses. Estes tirou Ciro, rei da Pérsia,<br />
pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os<br />
entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá. E<br />
este é o número deles: trinta travessas de ouro, mil<br />
travessas de prata, vinte e nove facas, Trinta bacias<br />
de ouro, mais outras quatrocentas e dez bacias de<br />
prata, e mil outros utensílios. Todos os utensílios<br />
de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos;<br />
todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro<br />
subiram de babilônia para Jerusalém.” (Ed 1:1-11)<br />
“Estes são os filhos da província, que subiram do<br />
cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor,<br />
rei de babilônia, tinha transportado a Babilônia, e<br />
tornaram a Jerusalém e a Judá, cada um para a sua<br />
cidade; ” (Ed 2:1)<br />
Observe este detalhe: Todo acontecimento bíblico<br />
de amplitude, ocorre no inicio do ciclo religioso<br />
anual, ou seja, no primeiro mês do ano - “Mês de<br />
Nissan”.<br />
Esdras 6:9 - “Começou a sua jornada no primeiro<br />
dia do primeiro mês, e chegou a Jerusalém no primeiro<br />
dia do quinto mês, segundo a boa mão do<br />
seu Elohim sobre ele.”<br />
Esdras 8:31 - “Partimos do rio Aava, no dia doze<br />
do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém;<br />
e a boa mão do nosso Elohim estava sobre nós<br />
e livrou-nos das mãos dos inimigos e dos que nos<br />
armavam ciladas pelo caminho.”<br />
Data da chegada a Jerusalém - “No quinto mês Esdras<br />
chegou a Jerusalém, no sétimo ano deste rei.”<br />
(Ed 7:8). Esdras liderou um grupo de Judeus de volta<br />
totalizando cerca de 1754 pessoas. (Cf. Ed 8)<br />
O nome Neemias no hebraico significa - “Elo-<br />
127
him consola”. Neemias era filho de Hacalias e<br />
tinha um irmão cujo nome era Hanani – “As palavras<br />
de Neemias, filho de Hacalias. No mês de<br />
quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela<br />
de Susã, veio Hanani, um de meus irmãos, com<br />
alguns de Judá; (Ne 1: 1,2)<br />
Neemias ocupava a posição de copeiro do rei Artaxerxes<br />
durante o tempo do exílio - “Nesse tempo<br />
eu era copeiro do rei.” (Ne 1:11b) - “No mês de<br />
Nissan, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, uma<br />
vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para oferecer<br />
e lho dei; ora, eu nunca antes estivera triste<br />
diante dele.” (Ne 2:1b). Quando Neemias soube,<br />
através de Hanani, das condições que os judeus se<br />
encontravam e que Jerusalém encontrava-se em<br />
estado de calamidade, “... os que sobreviveram ao<br />
exílio estão de volta na província, encontram-se<br />
em grande aflição e opróbrio. Os muros de Jerusalém<br />
estão derrubados, e suas portas queimadas<br />
a fogo.” (Ne 1:3) Neemias considerou o relatório<br />
com preocupação, responsabilidade e lealdade a<br />
Elohim. “Quando ouvi estas palavras, assentei-me<br />
e chorei. Lamentei por uns dias e estive jejuando<br />
e orando perante o Elohim dos céus.” (Ne 1:4) -<br />
A aflição, os gemidos, os clamores e o jejum dão<br />
inicio ao processo de retorno de Neemias (individualmente)<br />
estando ainda na Babilônia.<br />
O retorno só acontece com arrependimento; primeiro<br />
meu e depois seu. O princípio da sua oração,<br />
e seus aspectos é expiatório. Neemias começa<br />
exaltando o poder e a onipotência de Elohim,<br />
declarando sua misericórdia e seu amor - “Então<br />
eu disse: Ah! Eterno Elohim, Elohim dos céus,<br />
Elohim grande e temível, que guardas a aliança<br />
e a benignidade para com aqueles que te amam e<br />
obedecem aos teus mandamentos.” (Ne 1:5)<br />
A confissão de pecados acompanha aquele que<br />
retorna. Neemias arrepende-se por ele e por todo<br />
Israel - “Estejam atentos os teus ouvidos, e os teus<br />
olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo,<br />
que hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos<br />
filhos de Israel, teus servos. Faço confissão pelos<br />
pecados dos filhos de Israel, que temos cometido<br />
contra ti: e também eu e a casa de meu pai pecamos.”<br />
(Ne 1:6)<br />
Por que você e eu precisamos retornar (converter,<br />
arrepender-se dos pecados) como fizeram os<br />
restauradores Esdras e Neemias? Porque primeiro<br />
precisamos estabelecer nossa adoração interior,<br />
depois então, veremos que adoração externa, litúrgica<br />
formal ou ritual, vem depois, muito depois. A<br />
adoração interna consiste em liberação de impurezas<br />
(limpar, corrigir e sanear).<br />
passos para restauração da adoração<br />
interior:<br />
Expulsar o sultão e o senhor que há dentro de<br />
nós - Sultão é um príncipe poderoso, um senhor<br />
absoluto (O Espírito Santo para nos ensinar, usa<br />
duas figuras de linguagem: sultão e sócio). O sultão<br />
dentro de nós faz com que pronunciemos um<br />
bom sermão para os outros, mas a nossa vida não<br />
é condizente com o que pregamos ou pronunciamos.<br />
Provar o amor que declaramos ter à Elohim com<br />
atitudes – Isto porque, eu e você declaramos que<br />
amamos a Elohim, mas não provamos esse amor<br />
com atitudes. Esse senhor absoluto, esse sultão interno<br />
é nosso sócio. O que vem a ser um sócio?<br />
O sócio é um cúmplice, um parceiro, um companheiro<br />
– nesse caso, o sócio é o “nosso eu”, o<br />
ídolo interno que impede o meu relacionamento<br />
com Elohim. Esse príncipe poderoso torna-se um<br />
obstáculo para a adoração interior, pois ele é um<br />
ídolo. È necessário que nos vejamos livres desse<br />
ídolo, pois ele consiste na liberação de impurezas.<br />
O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios diz<br />
que não há acordo entre o templo de Elohim e<br />
os ídolos (geralmente nós entendemos esse texto<br />
128
como proibição dos casamentos de crentes com<br />
não crentes. Está correto ensinarmos assim, porém<br />
o Espírito Santo está nos falando de algo bem<br />
mais profundo, a respeito da idolatria a si mesmo<br />
o “eu” que o profeta Ezequiel denuncia.).<br />
Cf Ez 14:1-11 - “Então, vieram ter comigo alguns<br />
dos anciãos de Israel e se assentaram diante de<br />
mim. Veio a mim a palavra do Eterno, dizendo:<br />
Filho do homem, estes homens levantaram os seus<br />
ídolos dentro do seu coração, tropeço para a iniqüidade<br />
que sempre têm eles diante de si; acaso,<br />
permitirei que eles me interroguem? Portanto, fala<br />
com eles e dize-lhes: Assim diz o Eterno Elohim:<br />
Qualquer homem da casa de Israel que levantar os<br />
seus ídolos dentro do seu coração, e tem tal tropeço<br />
para a sua iniqüidade, e vier ao profeta, eu, o<br />
Eterno, vindo ele, lhe responderei segundo a multidão<br />
dos seus ídolos; para que eu possa apanhar a<br />
casa de Israel no seu próprio coração, porquanto<br />
todos se apartaram de mim para seguirem os seus<br />
ídolos. Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz<br />
o Eterno Elohim: Convertei-vos, e apartai-vos<br />
dos vossos ídolos, e dai as costas a todas as vossas<br />
abominações, porque qualquer homem da casa de<br />
Israel ou dos estrangeiros que moram em Israel<br />
que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos<br />
dentro do seu coração, e tiver tal tropeço para a<br />
iniqüidade, e vier ao profeta, para me consultar<br />
por meio dele, a esse, eu, o Eterno, responderei por<br />
mim mesmo. Voltarei o rosto contra o tal homem,<br />
e o farei sinal e provérbio, e eliminá-lo-ei do meio<br />
do meu povo; e sabereis que eu sou o Eterno. Se o<br />
profeta for enganado e falar alguma coisa, fui eu, o<br />
Eterno, que enganei esse profeta; estenderei a mão<br />
contra ele e o eliminarei do meio do meu povo<br />
de Israel. Ambos levarão sobre si a sua iniqüidade;<br />
a iniqüidade daquele que consulta será como a<br />
do profeta; para que a casa de Israel não se desvie<br />
mais de mim, nem mais se contamine com todas<br />
as suas transgressões. Então, diz o Eterno Elohim:<br />
Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Elohim.”<br />
Cf. 2 Co 6:14-18 - “Não vos prendais a um jugo<br />
desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem<br />
a justiça com a injustiça? E que comunhão tem<br />
a luz com as trevas? E que concórdia há entre o<br />
Mashiach e Belial? Ou que parte tem o fiel com<br />
o infiel? E que consenso tem o templo de Elohim<br />
com os ídolos? Porque vós sois o templo do<br />
Eterno vivente, como Eterno disse: Neles habitarei,<br />
e entre eles andarei; e eu serei o seu Elohim e<br />
eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles,<br />
e apartai-vos, diz o Eterno; E não toqueis nada<br />
imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós<br />
Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o<br />
Senhor Todo-Poderoso.”<br />
Que o Eterno tenha misericórdia de nós para aprendermos<br />
com a experiência de vida dos personagens<br />
bíblicos, que sofreram, lutaram e venceram por fé.<br />
Que o nosso processo de retorno seja consciente a<br />
fim de adotarmos posições de valor, e não apenas<br />
emocionais, que inclua nossa participação ativa na<br />
adoração interior; sem a interferência do sócio.<br />
Neemias apresentou uma petição ao monarca persa,<br />
a fim de que lhe fosse dado permissão de ir a<br />
Jerusalém para reconstruí-la. Esse pedido lhe foi<br />
concedido e ele recebeu o titulo de governador.<br />
Neemias recebeu carta branca para agir; ele foi<br />
enviado com uma escolta de cavalaria, munido de<br />
cartas da parte do rei, endereçadas a diversas sátrapas<br />
(governador de uma província entre os persas)<br />
pelas quais teria que passar. Uma das cartas era<br />
para Asafe, que cuidava das florestas do rei. Ele recebeu<br />
ordens para suprir Neemias de toda madeira<br />
necessária para a tarefa da reconstrução.<br />
Cf. Ne 2:2-9 - “O rei me disse: Por que está triste<br />
o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza<br />
do coração. Então, temi sobremaneira e lhe<br />
respondi: viva o rei para sempre! Como não me<br />
estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os se-<br />
129
pulcros de meus pais, está assolada e tem as portas<br />
consumidas pelo fogo? Disse-me o rei: Que me<br />
pedes agora? Então, orei ao Elohim dos céu e disse<br />
ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha<br />
mercê em tua presença, peço-te que me envies a<br />
Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para<br />
que eu a reedifique. Então, o rei, estando a rainha<br />
assentada junto dele, me disse: Quanto durará a<br />
tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei<br />
enviar-me, e marquei certo prazo. E ainda disse ao<br />
rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para<br />
os governadores dalém do Eufrates, para que me<br />
permitam passar e entrar em Judá, como também<br />
carta para Asafe, guarda das matas do rei, para que<br />
me dê madeira para as vigas das portas da cidadela<br />
do templo, para os muros da cidade e para a casa<br />
em que deverei alojar-me. E o rei mas deu, porque<br />
a boa mão do meu Elohim era comigo. Então, fui<br />
aos governadores dalém do Eufrates e lhes entreguei<br />
as cartas do rei; ora, o rei tinha enviado comigo<br />
oficiais do exército e cavaleiros.”<br />
Observe que Neemias também retornou para<br />
restaurar no primeiro mês, o mês de Nissan. “No<br />
mês de Nissan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes,<br />
quando lhe trouxeram o vinho, eu tomei e o dei<br />
ao rei. Nunca antes eu estivera triste na presença<br />
dele.” (Ne 2:1)<br />
Que o Eterno nos abençoe!<br />
130
EStauração<br />
PartE 3<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Conforme o relato de Neemias, seu retorno à Jerusalém<br />
se deu no vigésimo ano do reinado do<br />
Rei Artaxerxes: “No mês de Nissan, no ano vigésimo<br />
do rei Artaxerxes (Ne 2:1), Esdras retornou:<br />
“Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos<br />
de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores,<br />
dos porteiros e dos servidores do templo, no sétimo<br />
ano do rei Artaxerxes.” (Ed 7:7b). Segundo a<br />
narrativa dos fatos, entendemos que Esdras subiu<br />
primeiro à Jerusalém, como que abrindo o caminho<br />
para a restauração “... chamando à existência<br />
as coisas que não são como se já fossem.” (Rm<br />
4:17b). Podemos perceber que primeiro temos que<br />
agir espiritualmente, cumprindo por fé a ordem de<br />
Elohim dita pelo profeta: “Passai, passai pelas portas!<br />
Preparei o caminho ao povo. Aplanai a estrada!<br />
Limpai-a das pedras. Arvorai a bandeira aos povos.<br />
O Eterno proclamou até as extremidades da terra:<br />
Dizei a filha de Sião: Vê, a tua salvação vem! Vê,<br />
com Ele vem o seu galardão e a sua obra diante<br />
dele.” (Is 62:10-11)<br />
No segundo capítulo do Livro de Esdras temos as<br />
informações necessárias para conhecermos aqueles<br />
que fizeram a primeira viagem de volta para<br />
a casa.<br />
Conferir Esdras 2:1-67 - “Estes são os filhos da<br />
província que subiram do cativeiro, dos transportados<br />
que Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha<br />
levado para Babilônia, e tornaram a Jerusalém e<br />
a Judá, cada um para a sua casa, os quais vieram<br />
com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías,<br />
Mardoqueu, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná.<br />
O número dos homens do povo de Israel: os filhos<br />
de Parós, dois mil cento e setenta e dois. Os filhos<br />
de Sefatias, trezentos e setenta e dois. Os filhos de<br />
Ará, setecentos e setenta e cinco. Os filhos de Paate-Moabe,<br />
dos filhos de Jesua-Joabe, dois mil oitocentos<br />
e doze. Os filhos de Elão, mil duzentos e<br />
cinqüenta e quatro. Os filhos de Zatu, novecentos<br />
e quarenta e cinco. Os filhos de Zacai, setecentos<br />
e sessenta. Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta<br />
e dois. Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.<br />
Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.<br />
Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.<br />
Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis. Os<br />
filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro.<br />
Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito. Os<br />
filhos de Besai, trezentos e vinte e três. Os filhos<br />
de Jora, cento e doze. Os filhos de Hasum, duzen-<br />
tos e vinte e três. Os filhos de Gibar, noventa e<br />
cinco. Os filhos de Belém, cento e vinte e três. Os<br />
homens de Netofa, cinqüenta e seis. Os homens de<br />
Anatote, cento e vinte e oito. Os filhos de Azmavete,<br />
quarenta e dois. Os filhos de Quiriate-Arim,<br />
Cefira e Beerote, setecentos e quarenta e três. Os<br />
filhos de Ramá e Gibeá, seiscentos e vinte e um.<br />
Os homens de Micmás, cento e vinte e dois. Os<br />
homens de Betel e Ai, duzentos e vinte e três. Os<br />
filhos de Nebo, cinqüenta e dois. Os filhos de Magbis,<br />
cento e cinqüenta e seis. Os filhos do outro<br />
Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. Os filhos<br />
de Harim, trezentos e vinte. Os filhos de Lode,<br />
Hadide e Ono, setecentos e vinte e cinco. Os filhos<br />
de Jericó, trezentos e quarenta e cinco. Os filhos de<br />
Senaá, três mil seiscentos e trinta. Os sacerdotes:<br />
os filhos de Jedaías, da casa de Jesua, novecentos e<br />
setenta e três. Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e<br />
dois. Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e<br />
sete. Os filhos de Harim, mil e dezessete. Os levitas:<br />
os filhos de Jesua e Cadmiel, dos filhos de Hodavias,<br />
setenta e quatro. Os cantores: os filhos de<br />
Asafe, cento e vinte e oito. Os filhos dos porteiros:<br />
os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de<br />
Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita,<br />
os filhos de Sobai, por todos, cento e trinta e nove.<br />
Os netineus: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa,<br />
os filhos de Tabaote, os filhos de Queros, os filhos<br />
131
de Sia, os filhos de Padom, os filhos de Lebana,<br />
os filhos de Hagaba, os filhos de Acube, os filhos<br />
de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,<br />
os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de<br />
Reaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda,<br />
os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de<br />
Paséia, os filhos de Besai, os filhos de Asná, os filhos<br />
dos meunitas, os filhos dos nefuseus, os filhos<br />
de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de<br />
Harur, os filhos de Baslute, os filhos de Meida, os<br />
filhos de Harsa, os filhos de Barcos, os filhos de<br />
Sísera, os filhos de Temá, os filhos de Nesias, os<br />
filhos de Hatifa, os filhos dos servos de Salomão:<br />
os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de<br />
Peruda, os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os<br />
filhos de Gidel, os filhos de Sefatias, os filhos de<br />
Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim, os filhos<br />
de Ami. Todos os netineus e os filhos dos servos<br />
de Salomão, trezentos e noventa e dois. Também<br />
estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube,<br />
Adã e Imer, porém não puderam mostrar a casa<br />
de seus pais e sua linhagem, se de Israel eram. Os<br />
filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de<br />
Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois. E dos filhos<br />
dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de<br />
Coz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das<br />
filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado<br />
do seu nome. Estes buscaram o seu registro entre<br />
os que estavam registrados nas genealogias, mas<br />
não se acharam nelas; pelo que por imundos foram<br />
rejeitados do sacerdócio. E o tirsata lhes disse<br />
que não comessem das coisas sagradas até que<br />
houvesse sacerdote com Urim e com Tumim. Toda<br />
essa congregação junta foi de quarenta e dois mil<br />
trezentos e sessenta, afora os seus servos e as suas<br />
servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete;<br />
também tinham duzentos cantores e cantoras. Os<br />
seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos,<br />
duzentos e quarenta e cinco; os seus camelos,<br />
quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil<br />
setecentos e vinte.”<br />
O Neemias citado no Livro de Esdras (2:2) não<br />
é o mesmo homem do livro que tem esse nome.<br />
Há muita dificuldade quando comparamos as listas<br />
dos que subiram a Jerusalém em (Ed 2:2-63 e<br />
Ne 7:6-69). Não há um paralelo perfeito entre um<br />
livro e outro assim nos informa os comentaristas.<br />
A segunda lista contém a relação de nomes que<br />
vieram na segunda viagem de volta a Jerusalém. Só<br />
um edito real para tornar possível essa segunda<br />
viagem - Esdras capítulo sete. O Eterno aprontou<br />
tudo antecipadamente no coração de Esdras para<br />
ensinar a Torah - “Pois Esdras tinha preparado o<br />
seu coração para buscar e cumprir a Torah do Eter-<br />
no, e para ensinar em Israel os seus decretos e as<br />
suas leis.” (Ed 7:10)<br />
esdras teria Que Conduzir o povo a<br />
uma trípliCe tarefa:<br />
Primeiro: Conhecer a Torah<br />
Segundo: Obedecer a Torah<br />
Terceiro: Como é óbvio que o conhecimento não<br />
é o suficiente, a chave é: colocá-la em prática.<br />
Um dos pontos nevrálgicos da restauração em<br />
nossos dias, ou seja, a parte mais importante da<br />
questão é conduzir o povo a conhecer, obedecer<br />
e praticar a Torah.<br />
Elohim controla tudo e todos. O rei Artaxerxes<br />
prepara um documento para Esdras em nome das<br />
autoridades seculares, especialmente em nome do<br />
rei da Pérsia, para que Esdras não fosse impedido<br />
de prosseguir. (Artaxerxes - seu nome deriva-se de<br />
persa, reino de Arta). Foi nome de três monarcas<br />
persas: Artaxerxes I, II, III. Algumas evidências<br />
(não bíblicas) nos mostram quais deles estiveram<br />
envolvidos no relato bíblico. Os papiros de Elefantina<br />
mostram que em 408 a.c Sambalate era<br />
um homem idoso, e seu papel de governador era<br />
132
ealmente preenchido por dois de seus filhos Sacham<br />
Pap. 1:29. Isso parece indicar que Artaxerxes<br />
I (464-424 A.C) provavelmente era quem governava<br />
a Pérsia nos dias de Esdras e Neemias.<br />
No sétimo ano de seu reinado, ele comissionou<br />
Esdras para que retornasse a Jerusalém conferindo-lhe<br />
extenso privilégio, juntamente com aqueles<br />
que viajaram em sua companhia (457 A.C). Aproximadamente<br />
13 anos depois, ele deu permissão<br />
a Neemias para assumir o controle das questões<br />
civis de Jerusalém – Neemias 2:1 - “Sucedeu, pois,<br />
no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes,<br />
que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o<br />
vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera<br />
triste diante dele.”<br />
Interessante notar que no documento o rei autoriza<br />
estabelecimento do “Estado de Israel”, conforme<br />
a prática dos serviços prescritos pela Torah.<br />
Observemos o texto de Esdras 7:11-26 - em especial<br />
os versículos 12,13,15,17 e 24 – em destaque.<br />
Esdras 7:11-26 – “Esta é, pois, a cópia da carta<br />
que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o<br />
escriba das palavras, dos mandamentos do Eterno<br />
e dos seus estatutos sobre Israel: Artaxerxes, rei<br />
dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da Lei de<br />
Elohim do céu, paz perfeita! Por mim se decreta<br />
que, no meu reino, todo aquele do povo de Israel<br />
e dos seus sacerdotes e levitas que quiser ir<br />
contigo a Jerusalém, vá. Porquanto da parte do<br />
rei e dos seus sete conselheiros és mandado, para<br />
fazeres inquirição em Judá e em Jerusalém, conforme<br />
a Lei do teu Elohim, que está na tua mão;<br />
e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus<br />
conselheiros voluntariamente deram ao Elohim<br />
de Israel, cuja habitação está em Jerusalém; e toda<br />
a prata e o ouro que achares em toda a província<br />
de Babilônia, com as ofertas voluntárias do povo<br />
e dos sacerdotes, que voluntariamente oferecerem,<br />
para a Casa de seu Elohim, que está em Jerusalém.<br />
Portanto, comprarás com este dinheiro novilhos,<br />
carneiros, cordeiros, com as suas ofertas de manjares<br />
e as suas libações e oferece-as sobre o altar<br />
da Casa do vosso Elohim, que está em Jerusalém.<br />
Também o que a ti e a teus irmãos bem parecer<br />
fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme<br />
a vontade do vosso Elohim. E os utensílios<br />
que te foram dados para o serviço da Casa de teu<br />
Elohim, restitui-os perante o Elohim de Jerusalém.<br />
E o resto do que for necessário para a Casa<br />
de teu Elohim, que te convenha dar, o darás da<br />
casa dos tesouros do rei. E por mim mesmo, o rei<br />
Artaxerxes, se decreta a todos os tesoureiros que<br />
estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o<br />
sacerdote Esdras, escriba da Lei do Elohim dos<br />
céus, apressuradamente se faça. Até cem talentos<br />
de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos<br />
de vinho, e até cem batos de azeite, e sal sem conta.<br />
Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do<br />
Deus do céu, prontamente se faça para a Casa do<br />
Elohim dos céus, porque para que haveria grande<br />
ira sobre o reino do rei e de seus filhos? Também<br />
vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes,<br />
levitas, cantores, porteiros, netineus e ministros<br />
desta Casa de Elohim que se lhes não possa impor<br />
nem direito, nem antigo tributo, nem renda.<br />
E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Elohim,<br />
que está na tua mão, põe regedores e juízes que<br />
julguem a todo o povo que está dalém do rio, a<br />
todos os que sabem as leis de teu Elohim, e ao que<br />
as não sabe as fareis saber. E todo aquele que não<br />
observar a lei do teu Elohim e a lei do rei, logo<br />
se faça justiça dele, quer seja morte quer degredo,<br />
quer multa sobre os seus bens, quer prisão.”<br />
A Esdras caberia estabelecer e administrar justiça<br />
porque a Torah seria o tribunal superior de apelo<br />
sobre qualquer questão. “E tu, Esdras, conforma<br />
a sabedoria de teu Elohim, que possuis, constitui<br />
magistrados e juízes que julguem a todo povo que<br />
está além do Eufrates, a todos os que sabem a Torah<br />
de teu Elohim, e aos que não a sabem, que as<br />
133
façam saber.” (Ed 7:25)<br />
A Torah regula a conduta dos homens, mantém a<br />
paz e a boa ordem. A sabedoria é expressa no livro<br />
na Torah e controla todos os aspectos da vida humana<br />
- assim declara um dos mais belos salmos.<br />
O salmista conta “a glória da Torah” – Salmo119.<br />
O salmo é designado por 10 termos hebraicos que<br />
se repetem em cada um dos oito versículos das<br />
vinte e duas estrofes do salmo alfabético.<br />
as palavras apareCem sustentando<br />
o desenvolvimento líriCo<br />
Torah (1ª palavra) - Torah vai designar a relação<br />
de Elohim, porém a maior parte dos exegetas<br />
(pessoa que se dedica e exegese – explicação e comentários<br />
de textos (principalmente textos bíblicos)<br />
seguindo a LXX (septuaginta ou tradução dos<br />
setenta, o que explica sua familiar representação<br />
em números romanos)traduziu a palavra Torah<br />
como lei. Ora, a Torah não é lei, mas sim a palavra<br />
viva de Elohim com grito de amor e de fé.<br />
Assim como é determinada em hebraico por várias<br />
outras palavras contidas nos versos do poema<br />
do Salmos 119.<br />
Derekh (2ª palavra) - O caminho<br />
Edouth (3ª palavra) - O testemunho<br />
Pikkudîms (4ª Palavra) - Preceitos<br />
Amira (5ª Palavra) - Palavra<br />
Hog (6ª Palavra) - Lei<br />
Misva (7ª Palavra) - Ordem<br />
Mishpât (8ª Palavra) - Julgamento<br />
Dabar (9ª Palavra) - Verbo<br />
Orah (10ª Palavra) - Senda (caminho estreito,<br />
atalho, vereda) - “Entrar pela porta estreita. Pois<br />
larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a<br />
perdição e muitos são os que entram por ela.” (Mt<br />
7:13) A Torah é a porta bem estreita.<br />
Esses 10 termos determinam a direção para o homem<br />
que busca a verdade. Esdras, como você e eu,<br />
estava cercado por riscos e ameaças a fim de não<br />
cumprir a Torah. O rei fica com precisão a seguinte<br />
ordem. “Todo aquele que não observar a Torah<br />
de Elohim e a lei do rei, certamente deve ser condenado<br />
a morte, ou desterro, ou a confiscação dos<br />
bens, ou a prisão.” (Ed 7:26)<br />
O que vai ordenar com exatidão, para execução da<br />
Torah, será o verbo (dabar) de Elohim que articulará<br />
(articular é unir pelas juntas, juntar pelas<br />
articulações, falando especialmente de ossos) a<br />
promessa para o cumprimento.<br />
A resposta de Esdras ao decreto do Rei da Pérsia<br />
serve para demonstração de seu caráter. Ele agradece<br />
a Elohim, o Elohim dos patriarcas de Israel,<br />
por tudo quanto tinha feito através do rei Ciro.<br />
Esdras crê que só a influência Divina poderia<br />
produzir o que havia acontecido. “Bendito seja o<br />
Eterno Elohim de nossos pais, que tal inspirou ao<br />
coração do rei, para ornar a casa do Eterno, que<br />
está em Jerusalém. E que estendeu para mim a sua<br />
benignidade perante o rei e os seus conselheiros<br />
e todos os príncipes poderosos do rei. Assim me<br />
animei, segundo a mão do Eterno meu Elohim<br />
sobre mim, e ajuntei dentre Israel alguns chefes<br />
para subirem comigo.” (Ed 7:27-28).<br />
os patriarCas de israel são CHamados<br />
e favoreCidos por eloHim:<br />
Nm 32:11 – “Certamente, os varões que subiram<br />
do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra<br />
que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a<br />
Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-me.”<br />
Dt 1:8 – “Eis aqui a terra que eu pus diante de vós;<br />
entrai e possuí a terra que o Eterno, com juramento,<br />
deu a vossos pais, Abraão, Isaque e Jacó, a eles e<br />
à sua descendência depois deles”.<br />
134
Dt 6:10 – “Havendo-te, pois, o Eterno teu Elohim,<br />
introduzido na terra que, sob juramento, prometeu<br />
a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria,<br />
grandes e boas cidades, que tu não edificaste;”<br />
Dt 9:5 – “Não é por causa da tua justiça, nem pela<br />
retitude do teu coração que entras a possuir a sua<br />
terra, mas pela maldade destas nações o Eterno, teu<br />
Elohim, as lança de diante de ti; e para confirmar a<br />
palavra que o Eterno, teu Elohim, jurou a teus pais,<br />
Abraão, Isaque e Jacó.”<br />
Dt 9:27 – “Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque<br />
e Jacó; não atentes para a dureza deste povo,<br />
nem para a sua maldade, nem para o seu pecado.”<br />
Esdras 7:28a - “Que estendeu para mim a sua<br />
misericórdia ...” - Neste caso, Esdras está falando<br />
do amor constante, do amor que Elohim assegurou<br />
aos patriarcas. Em hebraico “Hesedh”, porque<br />
está em vista o amor do Pacto, que envolve o trato<br />
de Elohim com seu povo; tornando-nos um povo<br />
distinto, ou seja, um povo que não se confunde<br />
com outro – um povo separado.<br />
Esdras, o sacerdote, foi comissionado por Elohim<br />
para restituir o templo, e Neemias para restaurar<br />
o muro. Porém, devemos observar o paralelo<br />
entre o templo de Jerusalém e o templo não feito<br />
por mãos humanas, e as muralhas - são análogos<br />
(semelhança) à proteção, para manter o relacionamento<br />
com Elohim. Esdras e Neemias enfrentaram<br />
muita oposição para restaurar. Esdras<br />
encarou o inimigo na reconstrução do templo.<br />
(Conferir Esdras 4) Neemias foi ridicularizado<br />
sem piedade na edificação e no reparo do muro<br />
(Conferir Neemias 4).<br />
Porém a resistência à obra da restauração tanto do<br />
templo quanto do muro inspirou interesses diferentes.<br />
Na reconstrução do templo o interesse é<br />
espiritual, porque adoramos o mesmo Elohim dos<br />
Judeus. Assim concluímos que temos os mesmos<br />
direitos. Todavia esta é uma questão muito delicada<br />
fisicamente, mas espiritualmente bem definida,<br />
porque é a Torah que determina e fixa o padrão<br />
exato dos edificadores. Na reconstrução do muro<br />
a oposição possui interesses políticos, comerciais.<br />
Com certeza esta resistência é mais branda, comparada<br />
à hostilidade espiritual que é sutil, perspicaz, e<br />
em alguns casos, quase imperceptível.<br />
Observe comigo a explicação das duas oposições,<br />
do templo e do muro. O texto de Esdras no capítulo<br />
quatro nos diz assim: Esdras 4:1-2 - “quando<br />
os adversários de Judá e Benjamim ouviram que<br />
os que voltavam do exílio estavam edificando o<br />
“templo” ao Eterno Elohim de Israel; chegaram a<br />
Zorobabel e aos cabeças de familiares, e lhes disseram:<br />
deixa-nos edificar convosco, porque, como<br />
vós, buscamos a vosso Elohim como também lhe<br />
sacrificamos desde os dias Esar-Hadom, rei da<br />
Assíria, que nos trouxe para aqui.”<br />
Esses que reivindicam direitos na edificação do<br />
Templo são samaritanos. Samaria é considerada<br />
como as terras que foram ocupadas pela tribo de<br />
Efraim e pela porção ocidental de Manasses. O<br />
termo “samaritano” só começou a ser usado após a<br />
conquista de Samaria por Sargão II da Assíria em<br />
621 a.c. O primeiro testamento só usa a terminologia,<br />
com o sentido de território de Samaria em:<br />
II Rs 17:29 - “Porém os grupos nacionais faziam<br />
os seus deuses, e os punham nas casas dos altos<br />
que os samaritanos tinham feito, cada grupo nas<br />
cidades em que habitavam”.<br />
Sargão II deu a Samaria o nome de Província de<br />
Samarena, e trouxe grande número de deportados<br />
para a Província de Samaria provenientes da Babilônia<br />
“... de Cuta, de AVA, de Hamate e Sefarvaim<br />
e fez habitar nas cidades de Samaria...” (2Rs<br />
17:24).Chegaram a Samaria trazidos por Esar-<br />
-Hadom e seu filho Assurbanipal. De acordo com<br />
fontes informativas judaicas e textos bíblicos, os<br />
135
samaritanos (assim foram designados os descendentes<br />
de colonos que os assírios implantaram no<br />
Reino do Norte, que se misturaram com os israelitas,<br />
que os assírios deixaram na terra em 621 a.c).<br />
“No princípio da sua habitação ali, não temeram<br />
ao Eterno, assim mandou o Eterno entre<br />
eles leões, que mataram alguns deles. Pelo que<br />
se disse ao rei da Assíria: a gente que deportaste,<br />
e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não<br />
sabe o que exige Elohim da terra. Ele mandou<br />
entre ela leões que a matam porque não sabe o<br />
que exige o Elohim da Terra.” (II Rs 17:25-26)<br />
O Monarca assírio enviou um sacerdote para ensinar<br />
a Torah aos transportados. “Então o rei da<br />
Assíria mandou dizer: levai para lá um dos sacerdotes<br />
que de lá trouxestes cativos, que ele vá e lá<br />
habite, e lhes ensine o que exige Elohim da terra.”<br />
(II Rs 17:27) No entanto o sacerdote que para lá<br />
fora enviado, não conseguiu obter autoridade para<br />
que prevalecesse os mandamento de Elohim, porque<br />
o território do norte (Samaria) estava infestado<br />
de ídolos dos israelitas, conforme nos diz a<br />
Escritura Sagrada - “Os filhos de Israel fizeram<br />
secretamente coisas que não eram retas, contra o<br />
Eterno seu Elohim. Edificaram para si altos em<br />
todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até<br />
a cidade fortificada. Levantaram para si colunas e<br />
postes-ídolos em todos os altos outeiros e debaixo<br />
de todas as árvores frondosas. Queimaram incenso<br />
em todos os altos, como nações, que o Eterno<br />
expulsara de diante deles. Cometeram ações iníquas<br />
que provocaram a irá do Eterno. Serviram<br />
aos ídolos, dos quais o Eterno lhes dissera: Não<br />
fareis estas coisas.”(II Rs 17:9-12)<br />
Os esforços do sacerdote foram inúteis, pois<br />
nem mesmo ele, obedecia a Torah. Ninguém<br />
pode reclamar (cobrar) uma tradição bíblica sem<br />
começar por obedecê-la. A Torah diz: “Não haverá<br />
para ti outros Elohîns contra minhas faces”.<br />
(Ex 20:3 -> Texto retirado do original hebraico).<br />
A relação do Eterno com seu povo exclui qualquer<br />
relação com outras divindades. Assim, o versículo<br />
confere caráter absoluto à relação entre o homem<br />
consagrado ao Elohim Único, que se define como:<br />
a origem de toda a vida, de toda paz, de toda justiça<br />
e de todo amor.<br />
O primeiro uso do termo “samaritano” indicando<br />
um povo misto o qual adotou sua própria forma<br />
de adoração é mais tarde confirmado, com sua<br />
própria versão da Torah, chamada “Pentateuco<br />
Samaritano” que foi preservado no antigo tipo de<br />
letras hebraicas redondas (também chamada es-<br />
crita fenícia) que deixou de ser usado pelos judeus<br />
depois que estes definiram os tipos de caracteres<br />
que determinariam a escrita hebraica.O Pentateuco<br />
Samaritano por várias vezes não concorda<br />
com o texto da Torah. Em alguns trechos há<br />
provas de alterações intencionais, feitas por razões<br />
doutrinárias, como a substituição do Monte Ebal<br />
pelo Monte Gerizim, como lugar em que a Lei<br />
deveria ser escrita nas pedras do altar - (Cf Dt<br />
27:4). A primeira cópia do Pentateuco Samaritano<br />
chegou a Europa no século XVII D.C quando<br />
Pietro Della Valle comprou uma cópia do mesmo.<br />
Desde então dúzias de outras cópias tem chegado<br />
a Europa. No começo do século XIX, o notável<br />
hebraísta Genésio, ao examinar o texto samaritano<br />
declarou-o tão eivado (contaminado, infectado no<br />
sentido moral) de pequenos erros, e foi considerado<br />
espúrio (falsificado, adulterado) para o estudo.<br />
Quando no período da restauração do templo, os<br />
samaritanos ofereceram-se com intenção de reparar<br />
o templo junto com os judeus; a resposta dos<br />
lideres foi: ”... não convém que vós e nós edifiquemos<br />
casa a nosso Elohim. Nós sozinhos a edificaremos<br />
ao Eterno, Elohim de Israel como nos<br />
ordenou Ciro, rei da Pérsia.” (Ed 4:3)<br />
O critério usado pelos chefes das famílias judias<br />
para proibir os samaritanos de participar da re-<br />
136
construção do templo foi a Torah. A razão para<br />
a determinação desse critério é devido aos princípios<br />
contidos na Torah que nos permitem distinguir<br />
o que é formado por diversos elementos, ou<br />
seja, misto, e aquele que está sem mistura (puro).<br />
Mas toda medida de profilaxia tomada pelos líderes<br />
judeus, custou-lhes um elevado preço. A obra<br />
foi paralisada por 15 anos, desde 536 a.c até 520<br />
a.c. - Ed 4:24 - “Então cessou a obra da casa de<br />
Elohim, que estava em Jerusalém, até o segundo<br />
ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.”<br />
O reinício do trabalho no templo se deu com o<br />
estímulo dos profetas Ageu e Zacarias. Ed 5:1-<br />
2 - “E os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido,<br />
profetizaram aos judeus que estavam em Judá, e<br />
em Jerusalém; em nome do Elohim de Israel lhes<br />
profetizaram. Então se levantaram Zorobabel, filho<br />
de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram<br />
a edificar a casa de Elohim, que está em<br />
Jerusalém; e com eles os profetas de Elohim, que<br />
os ajudavam”. Ageu profetizou de agosto a dezembro<br />
520 a.c. Zacarias profetizou por dois anos.<br />
Eles ajudaram, exortando e encorajando os judeus.<br />
Oposição novamente! Uma carta foi enviada ao<br />
rei Dario, por Tatenai o governador da Província<br />
e Setar-Bozenai questionando a autoridade do<br />
projeto do templo (conferir Esdras 5:3-16). Conclusão<br />
da carta de Tatenai: recomendação para fazer<br />
uma investigação nos arquivos reais. Esd 5:17<br />
- “Agora se parece bem ao rei, busque-se nos arquivos<br />
reais em Babilônia, se é verdade haver uma<br />
ordem do rei Ciro para edificar esta casa de Elohim<br />
em Jerusalém. Então sobre isto nos faça o rei<br />
saber a sua vontade.” Em Acbátama, na província<br />
da Média, foi encontrado o rolo que continha o<br />
decreto de Ciro (Conferir Esdras 6:1-12).<br />
O término da obra do templo se deu no mês de<br />
Adar (fevereiro e março no nosso calendário) - Ed<br />
6:15 - “Acabou-se esta casa no terceiro dia do mês<br />
de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.”.<br />
Portanto foram quatro anos e meio entre inicio e<br />
o término da obra, assim nos informa Ageu 1:14-<br />
15 – “O Eterno despertou o espírito de Zorobabel,<br />
filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito<br />
de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o<br />
espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se<br />
puseram ao trabalho na Casa do Eterno dos Exércitos,<br />
seu Elohim, ao vigésimo quarto dia do sexto<br />
mês.” Ínício: 21 setembro 520 A.C e o Término:<br />
12 de março de 515 A.C<br />
A Restauração/Reconstrução do Muro por Neemias<br />
aconteceu com muita oposição, porém ele<br />
venceu com ajuda de Elohim e com o incentivo<br />
dos profetas. Neemias terminou a reconstrução do<br />
muro no mês de Elul - Ne 6:15 - “Assim, acabou-<br />
-se o muro aos 25 dias do mês de Elul, em cinqüenta<br />
e dois dias.”<br />
Na dedicação do muro houve grande festa; com louvores,<br />
com canto, com címbalos, alaúdes e harpas.<br />
Neemias 12:27-46 – “Na dedicação dos muros de<br />
Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus<br />
lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a<br />
dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos,<br />
alaúdes e harpas. Ajuntaram-se os filhos dos cantores,<br />
tanto da campina dos arredores de Jerusalém<br />
como das aldeias dos netofatitas, como também<br />
de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete;<br />
porque os cantores tinham edificado para<br />
si aldeias nos arredores de Jerusalém. Purificaram-<br />
-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram<br />
o povo e as portas e o muro. Então, fiz<br />
subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei<br />
dois grandes coros em procissão, sendo um à mão<br />
direita sobre a muralha para o lado da Porta do<br />
Monturo. Após eles, ia Hosaías e a metade dos<br />
príncipes de Judá, Azarias, Esdras, Mesulão, Judá,<br />
Benjamim, Semaías e Jeremias; e dos filhos dos<br />
sacerdotes, com trombetas: Zacarias, filho de Jô-<br />
137
natas, filho de Semaías, filho de Matanias, filho<br />
de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe, e seus<br />
irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai,<br />
Netanel, Judá e Hanani, com os instrumentos músicos<br />
de Davi, homem de Deus; Esdras, o escriba,<br />
ia adiante deles. À entrada da Porta da Fonte, subiram<br />
diretamente as escadas da Cidade de Davi,<br />
onde se eleva o muro por sobre a casa de Davi, até<br />
à Porta das Águas, do lado oriental. O segundo<br />
coro ia em frente, e eu, após ele; metade do povo ia<br />
por cima do muro, desde a Torre dos Fornos até ao<br />
Muro Largo; e desde a Porta de Efraim, passaram<br />
por cima da Porta Velha e da Porta do Peixe, pela<br />
Torre de Hananel, pela Torre dos Cem, até à Porta<br />
do Gado; e pararam à Porta da Guarda. Então,<br />
ambos os coros pararam na Casa de Elohim, como<br />
também eu e a metade dos magistrados comigo.<br />
Os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim,<br />
Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias iam com<br />
trombetas, como também Maaséias, Semaías, Eleazar,<br />
Uzi, Joanã, Malquias, Elão e Ezer; e faziam-<br />
-se ouvir os cantores sob a direção de Jezraías. No<br />
mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se<br />
alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria;<br />
também as mulheres e os meninos se alegraram,<br />
de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu<br />
até de longe. Ainda no mesmo dia, se nomearam<br />
homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas,<br />
das primícias e dos dízimos, para ajuntarem nelas,<br />
das cidades, as porções designadas pela Lei para os<br />
sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre,<br />
porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali; e<br />
executavam o serviço do seu Elohim e o da purificação;<br />
como também os cantores e porteiros, segundo<br />
o mandado de Davi e de seu filho Salomão.<br />
Pois já outrora, nos dias de Davi e de Asafe, havia<br />
chefes dos cantores, cânticos de louvor e ações de<br />
graças a Elohim.”<br />
Que o Eterno nos abençoe!<br />
138
tz’mIChat<br />
haDor<br />
SuSCItar E EDu-<br />
Car GEraçÕES<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Suscitar descendência é fazer nascer (provocar)<br />
para dar origem a uma série de indivíduos (filhos)<br />
procedentes de um só progenitor IHVH -<br />
“Shema Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad<br />
– Entenda do Espírito Israel! O Eterno é o<br />
nosso Elohim! O Eterno é Um! Bendito seja o<br />
Nome Daquele cujo Glorioso Reino é eterno”.<br />
(Dt. 6:4) - cujos objetivos são: cultivar o espírito<br />
e despertar aptidões naturais nos filhos tais como:<br />
espontaneidade e simplicidade, desenvolvendo assim<br />
um caráter e uma índole moral que tenham a<br />
aprovação da sociedade e que estejam de acordo<br />
com os padrões bíblicos desejados por Elohim,<br />
pois a promessa é: “Todos os teus filhos serão ensinado<br />
do Eterno, e grande será a paz (shalom) de<br />
teus filhos”. (Is. 54:13).<br />
O texto usado pelo Espírito Santo para nos falar<br />
de: TZ’MICHAT HADOR - SUSCITAR<br />
E EDUCAR GERAÇÕES - encontra-se em no<br />
Livro de Gênesis, no capítulo 38.<br />
O erro de Judá em não transmitir orientação aos<br />
seus filhos, no sentido de modificar o seus comportamentos,<br />
e a audácia de Tamar para suscitar<br />
uma descendência - nasce, assim, o ancestral do<br />
Rei Messias.<br />
Alguns comentaristas veem o início da queda de<br />
Judá, no seu casamento com uma mulher Cananéia,<br />
porém, o texto contém algo bem mais profundo<br />
(Gn. 38:2-4) (Gn. 38: 5) – “Torna a crescer,<br />
e dá a luz um filho. Ela chama seu nome Shelá”.<br />
“Ele estava em Kezib, quando ela o pariu”.<br />
A vulgata e uma tradição aramaica interpretam<br />
esse termo “Kezib” como: Ela parou de conceber,<br />
pois a raiz “Kazab” comporta uma ideia de decepção.<br />
A concepção foi interrompida (fazer cessar,<br />
cortar a continuidade) devido à decepção (engano,<br />
logro, desilusão, desapontamento).<br />
Pesava sobre Judá a responsabilidade de educar<br />
seus filhos, de temer e obedecer ao Elohim de Israel.<br />
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei;<br />
medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado<br />
de fazer conforme tudo o que nele está escrito.<br />
Então farás prosperar o teu caminho, e serás bem<br />
sucedido.” ( Js. 1:8). “Antes tem o seu prazer na<br />
Lei (Torah) do Eterno, e na sua Torah medita de<br />
dia e de noite”. (Sl. 1:2).<br />
A dor de sua esposa é de desapontamento, sentimento<br />
de desgosto. Apesar de ser estrangeira, esperava<br />
que seu marido não a enganasse. A palavra<br />
engano traz sobre si o sentido de iludir-se. Esse é o<br />
engano dos sentidos ou do espírito, que toma aparência<br />
por realidade, que interpreta erradamente<br />
um fato ou uma ação. É o engano dos sentidos<br />
ou do espírito – uma miragem (ilusão da vista) -<br />
pensamento, esperança, quimérica; é fazer do filho<br />
um troféu, ou seja, um objeto como os que os<br />
vencedores recebem em competições; sentimento<br />
de triunfo ou de vitória por tê-los – pura vaidade.<br />
A Bíblia diz que: “Os filhos são herança do Eterno...”<br />
(Sl. 127). O salmo 127 dá início com uma verdade<br />
definitiva e sem apelação. A palavra “vão” no hebraico<br />
é “shaw”; aparece por três vezes significando vaidade,<br />
inutilidade (Cf. Sl. 127:1-2).<br />
“Os filhos são herança do Eterno...” (Sl. 127:3).<br />
Herança é um bem, um direito. Na genética, é um<br />
conjunto de caracteres hereditários transmitidos<br />
pelos genes; hereditariedade. Os filhos têm os ca-<br />
139
acteres do Pai (Elohim), basta desenvolvê-los.<br />
O verdadeiro bem de um homem não se encontra<br />
no que ele acumula, mas nesse dom da vida,<br />
que são seus filhos – aqueles nascidos do casal e os<br />
discípulos de um mestre, do qual são seus descendentes<br />
espirituais.<br />
“... e o fruto dos ventres o seu galardão”. Perceba<br />
que, no original hebraico, é “... fruto dos ventres”...<br />
Por quê? Os filhos devem nascer da fecundidade<br />
tanto do ventre como da Torah: “... O Eterno me<br />
chamou desde o ventre; desde as entranhas da minha<br />
mãe fez menção do meu nome”. (Is. 49:1). O<br />
verdadeiro valor do homem é o que lhe conferem<br />
seus filhos, pois são eles que garantem a continuidade<br />
da espécie, do clã da pessoa. Um guerreiro só<br />
vale pelas flechas que estão em sua aljava: “Como<br />
flechas na mão do valente assim são os filhos da<br />
mocidade”. (Sl. 127:4). “Em marcha o homem que<br />
enche deles a sua aljava. Não serão envergonhados<br />
quando falarem com seus inimigos a porta”. (Sl.<br />
127:5). Os filhos saberão honrar o Pai, quando estiverem<br />
nos tribunais, perante seus inimigos: “Se<br />
sábio filho meu e alegra o meu coração, para que<br />
tenha alguma coisa que responder àquele que escarnecer<br />
de Mim.” (Pr. 27:1). O filho carrega em<br />
seu coração um sentimento de dignidade moral de<br />
glória e estima pelo seu Pai. O filho diz: Meu pai<br />
e minha mãe me educaram com tanto pudor, com<br />
tanto talento e castidade e diz: “Fiz minha boca<br />
como uma espada aguda, na sombra da sua mão<br />
me cobriu; pôs-me como uma flecha limpa e me<br />
escondeu na sua aljava.” (Is. 49:2).<br />
Apesar de ser estrangeira, a esposa de Judá esperava<br />
que seu marido não a enganasse. Estava convencida<br />
que ele possuía uma ascendência espiritual<br />
elevadíssima. Judá é filho do patriarca Jacó, neto de<br />
Isaque, bisneto de Abraão, o Pai da Fé. Judá acumulava<br />
bens morais e espirituais adquiridos com o<br />
testemunho dos familiares e a história do seu povo.<br />
A esperança de sua esposa era que os ensinamentos<br />
do pai alterassem o comportamento de Er, Onã e<br />
Selá; esperança de que neles fosse plantada a semente<br />
da obediência. Como suas expectativas foram<br />
frustradas e não alcançadas, grande decepção<br />
e dor moral tomaram conta de seu ser de tal forma,<br />
que não gerou mais filhos. “Judá tomou uma mulher<br />
para Er, o seu primogênito, e o nome dela era<br />
Tamar.” (Gn 38:6).<br />
Tamar significa palmeira, tâmara. Ela é considerada<br />
nobre e de elevado caráter. Ela foi dada a Er<br />
como esposa, porém, o Eterno o matou, pois: “Er<br />
era mau aos olhos do Eterno”. (Cf. Gn. 38: 7).Judá<br />
deu-a como esposa a Onã e lhe disse: ”Vem reunir-te<br />
à mulher de teu irmão, levira-a, suscite uma<br />
semente ao teu irmão.” (Gn. 38:8). (“Levira-a” - é<br />
um neologismo para traduzir o verbo “iabém” que<br />
no original quer dizer: fazer nascer, dar a luz ou<br />
praticar o dever do levir – o levirato é uma instituição<br />
explicável, pelo estado de dependência da<br />
mulher (a mulher depende da semente para fazer<br />
nascer, para dar a luz). Aquela que tivesse entrado<br />
em uma família e enviuvasse, não poderia sair livremente,<br />
ou ser cedida a outros. Sendo assim, é<br />
lógico que o direito aos serviços conjugais de um<br />
homem da família lhe era lícito: “Quando dois irmãos<br />
morarem juntos, e um deles morrer sem deixar<br />
filho, a mulher do defunto não poderá casar-se<br />
com outro estranho, fora da família. Seu cunhado<br />
a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para<br />
com ela a obrigação de cunhado.” (Dt. 25:5).<br />
Esse dever era cumprido por um irmão do defunto,<br />
ou se necessário, por um parente mais distante. O<br />
exemplo disso podemos ver no texto abaixo:“Boaz<br />
saiu à porta da cidade, e assentou-se ali. Quando o<br />
remidor de que ele havia falado ia passando, disse-<br />
-lhe Boaz: Meu amigo vem cá, assenta-te aqui.<br />
Ele se virou, e se assentou. Então Boaz tomou dez<br />
homens dentre os anciãos da cidade, e lhes disse:<br />
Assentai-vos aqui. E eles se assentaram. Disse<br />
140
Boaz ao remidor: Noemi, que voltou da terra ds<br />
moabitas, vendeu a parte da terra que pertencia a<br />
Elimeleque, nosso irmão. Resolvi informar-te disto,<br />
e dizer-te: Compra-a na presença dos que estão<br />
assentados aqui, na presença dos anciãos do meu<br />
povo. Se hás de redimi-la, redime-a e, se não, declara-mo,<br />
para que o saiba, pois outro não há senão<br />
tu que a redima, e eu depois de ti. Então disse ele:<br />
Eu a redimirei. Então disse Boaz: No dia em que<br />
comprares a terra da mão de Noemi, também tomarás<br />
Rute, a moabita, que foi mulher do falecido,<br />
para suscitar o nome dele sobre a sua herança. Então<br />
disse o remidor: Não poderei redimi-la, para<br />
mim, para que não prejudique a minha própria<br />
herança. Redime tu o que me cumpria redimir.<br />
Eu não o poderei fazê-lo. Outrora em Israel, para<br />
confirmar qualquer negócio relativo à remissão e à<br />
permuta, o homem descalçava e o dava a seu próximo.<br />
Isto era por testemunho em Israel.<br />
Portanto disse o remidor a Boaz: Compra-a tu.<br />
E descalçou o sapato. Então disse Boaz aos anciãos<br />
e a todo povo: Sois hoje testemunhas de que<br />
comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a<br />
Elimeleque, a Quilom e a Malom. Também tomo<br />
por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de<br />
Malom, para suscitar o nome do falecido sobre<br />
sua herança, para que o nome dele não seja de-<br />
sarraigado dentre seus irmãos, e da porta da sua<br />
cidade. Disto sois hoje testemunhas. Todo o povo<br />
que estava na porta, e os anciãos disseram: Somos<br />
testemunhas. Faça o Eterno a esta mulher, que entra<br />
em tua casa, como a Raquel e como a Lia, que<br />
juntas edificaram a casa de Israel. E tu, Boaz, há-te<br />
valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado<br />
em Belém. Seja a tua casa como a casa de Perez,<br />
que Tamar teve de Judá, pela descendência que o<br />
Eterno te der desta moça. Assim tomou Boaz a<br />
Rute, e ela lhe foi por mulher.<br />
Então ele a conheceu, e o Eterno lhe concedeu<br />
que concebesse, e teve um filho. As mulheres disseram<br />
a Noemi: Bendito seja o Eterno, que não te<br />
deixou hoje sem remidor, e seja afamado em Israel<br />
o nome deste. Ele será restaurador da tua vida,<br />
e consolador da tua velhice, pois a tua nora, que<br />
te ama, e que é melhor do que sete filhos, o deu<br />
à luz. Então Noemi tomou o menino no colo e<br />
cuidou dele. As mulheres que moravam ali disseram:<br />
A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram<br />
Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi. São estas<br />
as gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom;<br />
Hezrom gerou a Rão, e Rão gerou a Aminadabe;<br />
Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a<br />
Salmom; Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a<br />
Obede; Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.”<br />
(Rt:4) - “Onã sabe que a semente não será dele.<br />
E quando ele se une a mulher de seu irmão, derrama<br />
por terra para não dar semente a seu irmão.”<br />
(Gn 38:9). A interpretação dessa situação pelos<br />
rabis é: COITUS INTERRUPTUS - para matar<br />
a semente e não garantir a continuidade do clã do<br />
irmão. A gravidade do ato é devido ao fato de que<br />
constitui um verdadeiro desafio a IHVH à ordem<br />
fundamental da criação: “A morte de Onã é decidida<br />
e executada pelo Eterno, que não admite que<br />
se fraude a vida. (Gn. 38:10).<br />
Judá propõe a sua nora habitar na casa de seu pai.<br />
“Então disse Judá a Tamar, sua nora: Permanece<br />
viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho,<br />
venha a ser homem. Pois pensava: Para que não<br />
morra também este, como seus irmãos. Assim<br />
se foi Tamar e morou em casa de seu pai.” (Gn<br />
38:11).<br />
O caráter de Judá vem à luz, Elohim permite<br />
situá-lo numa categoria determinada, pois assim<br />
podemos distinguir suas qualidades com traços<br />
definidos. Ele é materialista. Educou seus filhos<br />
com distração e divertimento, com a finalidade de<br />
satisfazer apenas a carne, pois considerava a matéria<br />
como única realidade. Agora, é fácil entender<br />
porque Judá imaginou que havia algum tipo<br />
141
de maldição ligada a Tamar.Ele buscou culpar alguém<br />
pela morte de seus fi lhos; a fi m de aliviar sua<br />
própria consciência, ele frauda, engana, e age de<br />
má fé com a sua nora; cria embaraço e prejuízo à<br />
aplicação da lei do levirato que é fazer nascer, dar<br />
a luz a uma descendência que obedeça a Elohim e<br />
coloque em prática os seus mandamentos.<br />
Tamar aceita a proposta de Judá, mas permanece<br />
em observação e aguarda cuidadosamente o momento<br />
de obedecer a Elohim e suscitar descendência.<br />
O materialismo baseia-se na lógica que é o oposto<br />
da fé. Lógica vem do grego clássico logos que<br />
signifi ca palavra, pensamento, idéia, argumento,<br />
razão; é uma ciência de índole matemática, fortemente<br />
ligada a fi losofi a onde o pensamento é a<br />
manifestação do conhecimento e que o conhecimento<br />
busca a verdade. Assim fi ca fácil entender<br />
porque o homem estabelece regras para alcançar<br />
seus objetivos.<br />
Aprendemos que a Torah compara o homem à<br />
árvore. Judá não estava preocupado em alicerçar<br />
sua árvore genealógica sob bases sólidas com água<br />
abundante, porque o mesmo levava em seu coração<br />
o ídolo “Eu”.<br />
O indivíduo que não anda pela fé, trabalha para<br />
erguer (criar materialmente) uma árvore hiperbólica,<br />
diz o Espírito Santo. A árvore hiperbólica<br />
é, portanto, formada por nós que contém informações<br />
que se desdobram em seus componentes<br />
hierarquicamente dependentes, representadas por<br />
seus nós, os fi lhos. Os nós são laços apertados, embaraço<br />
dado em fi os ou cordéis - Existem árvores<br />
tão duras que têm em seus troncos saliências,<br />
elevações dispostas de forma irregular. Os nós são<br />
considerados desnecessários na botânica, pois desequilibram<br />
a harmonia de um todo. No homem, a<br />
medicina comprova a existência de tumores (nós)<br />
mais ou menos volumosos na superfície de um órgão,<br />
que impedem o seu funcionamento normal.<br />
ÁRVORE HIPERBÓLICA É UM MÉTODO<br />
DE ORGANIZAR O CONHECIMENTO<br />
LÓGICO. PODE SER CONSIDERADA A<br />
ÁRVORE DO CONHECIMENTO.<br />
Ela é chamada hiperbólica por ser uma dúvida<br />
exagerada, mas construída fi losofi camente. A razão<br />
de ser é examinar minuciosamente os conceitos<br />
de modo a só admitir o que é verdadeiro.<br />
Na bíblia, dúvida é pecado: “Imediatamente,<br />
Yeshua estendeu a mão, tomou-o e lhe disse:<br />
Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (Mt.<br />
14:31); “Yeshua respondeu: Em verdade vos digo<br />
que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis<br />
o que foi feito à fi gueira, mas até se a este monte<br />
disserdes: Erque-te e precipita-te no mar, assim<br />
142
será feito.” (Mt 21:21); “Meus irmãos, tende por<br />
motivo de grande gozo o passardes por provações,<br />
sabendo que a prova da vossa fé desenvolve<br />
a perseverança. Ora, a perseverança deve terminar<br />
a sua obra, para que sejais maduros e completos,<br />
não tendo falta de coisa alguma. Ora, se algum de<br />
vós tem falta de sabedoria, peça a Elohim, que a<br />
todos dá liberalmente, e não censura, e ser-lhe-<br />
-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando,<br />
porque aquele que duvida é semelhante à onda<br />
do mar, impelida e agitada pelo vento. Não pense<br />
tal homem que receberá de Adonai alguma coisa;<br />
homem vacilante que é, e inconstante em todos os<br />
seus caminhos.” (Tg 1:2-8).<br />
Devemos estar preocupados em alicerçar nossa<br />
àrvore genealógica em bases sólidas, com águas<br />
abundantes para nutrí-las – veja fi gura.<br />
dúvida hiperbólica (dúvida exagerada) é um conceito<br />
derivado do pensamento de René Descartes<br />
a respeito do contínuo inquirir acerca da veracidade<br />
das coisas que nos são apresentadas como<br />
verdadeiras.René Descartes – fi lósofo francês,<br />
matemático e físico. Sua contribuição científi ca foi<br />
defi nir uma clara e precisa lógica da ideia baseada<br />
na dedução, que parte do simples para o complexo.<br />
Construiu sua metafísica seguindo o mesmo método<br />
que parte de uma dúvida metódica, levando-<br />
-o a fazer tábua rasa de todo conhecimento sem<br />
base; só subsiste a certeza do pensamento que<br />
duvida. René Descartes faz uma clara oposição a<br />
Elohim, à sua palavra e a fé.<br />
Esses ensinos são perigosos porque são tendenciosos,<br />
dirigem-se para um ponto em comum – injustiça.<br />
Yeshua não condena os que ensinam, mas<br />
condena a injustiça que eles praticam – “Qualquer<br />
que violar um destes menores mandamentos, e assim<br />
ensinar aos homens, será chamado o menor<br />
no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir<br />
e os ensinar serão chamados grandes no reino dos<br />
céus. Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder<br />
a dos escribas e fariseus, de modo nenhum<br />
entrareis no reino dos céus. Ouvistes que foi dito<br />
aos antigos: Não matarás, e quem matar estará sujeito<br />
a julgamento. “Eu, porém, vos digo que quem<br />
arde sem razão contra seu irmão é passível de julgamento.<br />
Quem diz a seu irmão raca, vadio, (imprestável,<br />
idiota - tradução aramaica) é passível do<br />
sinédrio. E quem o chama louco é passível do fogo<br />
do inferno.” (Mt. 5:19-22).<br />
A exegese hebraica tradicional não vê nenhuma diferença<br />
na essência entre grandes e pequenos mandamentos.<br />
Tudo na Torah exprime a vontade de<br />
IHVH, seu plano para Israel e para a humanidade.<br />
“Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a<br />
dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no<br />
reino dos céus.” (Mt. 5:20).<br />
Yeshua rejeita, reprova fariseus e escribas incapazes<br />
no serviço que executam “o ensino”. São reprovados<br />
e censurados por Ele, por causa da injustiça<br />
que eles fazem. Os fariseus eram os primeiros a estigmatizar<br />
(censurar, condenar) em termos duros<br />
os membros que consideravam indignos de sua seita.<br />
“Eu, porém, vos digo que quem arde sem razão<br />
contra seu irmão é passível de julgamento. Quem<br />
diz a seu irmão raca, vadio, (imprestável, idiota -<br />
tradução aramaica) é passível do sinédrio. E quem<br />
o chama louco! é passível do fogo do inferno.” (Mt<br />
5:22).<br />
Outra tradução “raca” seria possível a partir do he-<br />
143
aico “rasha” (criminoso). A Torah diz que ele é<br />
maldito. “Maldito aquele que fizer o cego errar o<br />
caminho...” (Dt 27:18). Criminoso é aquele que<br />
ensina errado, só com base no conhecimento lógico<br />
e não fé.<br />
Voltemos ao texto base para concluirmos - “Depois<br />
de muito tempo, morreu a filha de Sua, mulher<br />
de Judá. Depois de consolado, Judá subiu aos<br />
tosquiadores de suas ovelhas, em Timna, ele e Hira,<br />
o adulamita. E avisaram Tamar.” (Gn. 38:12-13).<br />
Ela se afasta de suas vestes de viúva, cobre-se com<br />
um véu, esvai-se nele... Esvai-se nele, o termo aqui<br />
é tomado no sentido de desaparecer sem deixar<br />
traços. Esvaziar-se é esgotar, exaurir-se (morre a<br />
natureza carnal de Tamar) para cumprir, por fé,<br />
o mandamento de Elohim e fazer nascer uma<br />
descendência espiritual, que ame e obedeça ao<br />
Eterno.<br />
A ação extraordinária de Tamar levou-a a desprezar<br />
os obstáculos e perigos e com ousadia e intrepidez<br />
concretizar o seu plano - “Passados cerca de<br />
três meses, foram dizer a Judá: Tamar, tua nora,<br />
adulterou, pois está gravida. Então disse Judá: Tirai-a<br />
para fora, e seja queimada. Enquanto ela era<br />
tirada para fora, mandou dizer a seu sogro: Do homem<br />
de quem são estas coisas eu concebi. E disse<br />
mais: Reconhece de quem é este selo com o cordão<br />
e este cajado.” (Gn. 38:24-25).<br />
Quando reconhecemos nossa culpa e nos arrependemos,<br />
somos fortalecidos de ânimo e elevados em<br />
nossos sentimentos, autoridade e poder - “Reconheceu-os<br />
Judá, e disse: Mais justa é ela do que eu,<br />
porque não a dei a lho Selá. E meu finunca mais a<br />
conheceu.” (Gn. 38:26).<br />
“Estando ela para dar a luz, havia gêmeos em seu<br />
ventre. Dando ela à luz, um pôs fora a mão, e a<br />
parteira tomou um fio escarlate e o atou em sua<br />
mão, dizendo: Este saiu primeiro. Mas, recolhendo<br />
ele a mão, e saindo o outro, ela disse: Como<br />
tens tu rompido! E lhe chamaram Perez. Depois<br />
saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio escarlate,<br />
e foi chamado Zerá.” (Gn. 38:27-30) - Perez,<br />
o filho segundo, sai primeiro e goza o direito de<br />
primogenitura. Perez remonta a filiação de Davi.<br />
(Cf. Rute 4). A fita amarrada a seu pulso, cuja cor<br />
é escarlate, vai protegê-lo contra a morte.<br />
144
EStabElECImENto<br />
Do Shabat<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
“E guardarão os filhos de Israel o sábado, para<br />
fazer do sábado por suas gerações, uma aliança<br />
perpétua. Entre Mim e os filhos de Israel, um<br />
sinal é ele para sempre, que em seis dias o Eterno<br />
fez os céus e a terra, e no sétimo dia folgou<br />
e descançou”. (Ex.31:16-17)<br />
A cidade de Vitória no dia 8 de setembro de 2010,<br />
ao completar 459 anos de sua fundação, foi abençoada<br />
através de um Ato Profético realizado pela<br />
Beit Tefilah Rechovot. Ato Profético é uma manifestação<br />
de fé. “Ora, a fé é a certeza das coisas que<br />
se esperam, e a prova das coisas que não se veem”.<br />
(Hb 11:1). É uma apropriação de coisas que esperamos<br />
exemplo: o retorno do povo para Elohim.<br />
O Ato Profético repousa sobre o fato real daquilo<br />
que não é revelado aos sentidos. Agimos de acordo<br />
com o mesmo e somos sustentados por ele, em<br />
face de tudo quanto parece contradizê-lo. A fé<br />
tem sua substância nas promessas de Elohim (o<br />
cumprimento daquilo que esperamos) tornando-<br />
-as realidades presentes “... porque viu aquele que<br />
é invisível”. (Hb 11:27b)<br />
O Ato Profético, na cidade de Vitória, foi realizado<br />
em frente à Porta Marítima “Porto de Capuaba”.<br />
Porta é uma abertura para dar entrada ou<br />
saída. Na Bíblia Sagrada, “A porta” possui váriossimbolismos.<br />
• Porta da Comunhão “Eis que estou à porta, e<br />
bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,<br />
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.<br />
(Ap 3:20). “Eu sou a porta...“( Jo 10:9). Porta<br />
da Salvação e Porta da Provisão, de Israel e do<br />
mundo.<br />
• Porta da Esperança - “Ali eu lhe darei as suas<br />
vinhas, e o vale de Acor, por porta de esperança...”<br />
(Os 2:15a).<br />
O juízo é determinado à porta. Elohim desce em<br />
uma coluna de nuvem e para na abertura da tenda.<br />
“Ele chama: Arão! Miriam! Os dois saem”. (Nm<br />
12:5). “Cada um toma o seu defumador, acende o<br />
fogo e coloca por cima o incenso. Moisés e Arão<br />
permanecem na abertura da tenda do encontro”.<br />
(Nm 16:18)<br />
O confronto é ordenado na Porta Marítima (Porto<br />
de Capuaba) localizada no centro da cidade de<br />
Vitória, no estado do Espírito Santo. Em frente<br />
ao Porto de Capuaba, está a Praça Pio XII e também<br />
sua estátua - Eugênio Maria Giuseppe Gio-<br />
145
vani Paceli foi eleito papa no ano 1939, ano em<br />
que teve início a Segunda Guerra Mundial. Líder<br />
maior do Vaticano (como estado soberano) e do<br />
Catolicismo. Ao longo da história, a Igreja bateu<br />
de frente com os princípios bíblicos judaicos da<br />
nossa fé, incluindo o Shabat, parte da estrutura bíblica<br />
da semana terminada pelo Dia do Repouso,<br />
quando o homem deve cultivar sua semelhança<br />
com o Criador.<br />
A estela de Pio XII encontra-se em local de entrada<br />
ou de saída da cidade de Vitória, ostentan-<br />
do o domínio de Roma. Porém, a ordem do céu é<br />
confirmar a batalha e profetizar a queda do poder<br />
controlador de Roma.<br />
A cerimônia profética teve início na Praça Costa<br />
Pereira com orações, cânticos de Shabat e com os<br />
anciãos da <strong>Congregação</strong> Rechovot na condução<br />
do Sefer Torah (rolo da Torah). Os homens levaram<br />
dois pães nas mãos, pois simbolizam as duas<br />
porções do Shabat. “Ao sexto dia, prepararão o que<br />
colherem, e será o dobro do que colhem cada dia”.<br />
(Êx 16:5). O pão de Shabat é conhecido como Pão<br />
dos Céus ou Pão dos Anjos - “Cada um come o pão<br />
dos anjos; mandou-lhes comida com abundância”.<br />
(Sl 78:25). Pão dos Fortes e Pão dos Condutores<br />
também denominam o Pão de Shabat, dando a<br />
idéia de força e poder, para transportar a mensagem<br />
de Elohim - lembrar e guardar o Shabat.<br />
Caminhamos entoando cânticos de louvor até a<br />
Praça Pio XII, e ali chegando, próximo à estela,<br />
montamos a mesa de Shabat com os utensílios<br />
necessários para a realização do Kidush – palavra<br />
hebraica cujo sentido literal é santificação. O Kidush<br />
é composto de um fundamento, cujo objetivo<br />
é santificar o Dia de Shabat, detentor de uma santidade<br />
que os demais dias não têm. “Lembra-te do<br />
Dia do Sábado para o santificar”. (Êx 20:8)<br />
146
Pastor José Maria deu início à cerimônia, com toda<br />
civilidade pública, com o toque do shofar. O shofar<br />
é um instrumento de sopro, feito de um chifre de<br />
animal, geralmente de carneiro ou antílope, exceto<br />
de boi ou vaca. É tocado como uma trombeta. O<br />
shofar é utilizado para anunciar todo evento bíblico<br />
importante. O início do Shabat, no jubileu, proclamando<br />
o término de 49 anos. Na revelação no<br />
Monte Sinai (cf. Êx 19:13-16). É utilizado também<br />
a fim de proclamar o Dia de Yom Kippur (Dia do<br />
Arrependimento) e para convocar o exército para<br />
guerra. “Quando vierdes à guerra em vossa terra,<br />
contra o agressor que vos oprime, tocai trombetas,<br />
sede memorizados em faces de Adonai, vosso Elohim,<br />
e sereis salvos de vossos inimigos”. (Nm 10:9)<br />
• A mensagem que o shofar anuncia é poderosa.<br />
• Proclama a coroação do Eterno como Rei do<br />
Universo.<br />
• Convoca o povo para retornar ao bom caminho,<br />
e os pecadores ao arrependimento.<br />
• Faz ecoar a forte determinação para que o povo<br />
obedeça a Torah (Lei) de Elohim.<br />
• Provoca temor e nos mantém em constante alerta.<br />
• Anuncia os atos e os decretos de Elohim.<br />
• Ouvir o toque do shofar é ter presente, na mente,<br />
o “Dia do Juízo Final” e temê-lo; desperta a consciência<br />
humana.<br />
147
Em seguida às orações referentes à benção do vinho<br />
e do pão, para santificação do Shabat, servimos<br />
o pão e vinho para todos os presentes. Assim<br />
que terminamos de comer e beber, seguimos caminhando,<br />
conduzindo o Sefer Torah e cantando.<br />
No trajeto de volta, andamos pela Av. Princesa<br />
Isabel e retornamos ao ponto de partida (Praça<br />
Costa Pereira). Ali chegando, oramos o Shemah<br />
Israel, recebemos a bênção sacerdotal (Nm 6:22-<br />
27), e encerramos a solenidade.<br />
O Ato Profético foi realizado para manifestar a<br />
vontade e as determinações de Elohim contidas<br />
na Torah e na Graça, na Graça e na Torah e seus<br />
valores intrísecos. Temos que correr com a mensagem,<br />
enquanto é dia, porque “... se alguém caminha<br />
de dia, não tropeça porque vê a luz deste<br />
universo”. ( Jo 11:9)<br />
Sem dúvida, o caminhante vê a luz do Sol, mas vê<br />
também Yeshua, Ele próprio, A Luz do Universo<br />
- “Eu Sou a luz do mundo. Quem me segue não<br />
andará em trevas, mas terá a luz da vida”. ( Jo 8:12)<br />
Então, Yeshua lhes disse: ”A luz ainda está convosco<br />
por um pouco.<br />
Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não<br />
vos apanhem. ”Quem anda nas trevas não sabe<br />
para onde vai”. ( Jo 12:35). Porque já é tempo para<br />
que todos, judeus e gentios, observem, guardem<br />
os mandamentos e atentem para as consequências<br />
que certamente virão no não cumprimento deles.<br />
148
tu bIShvat (aNo<br />
Novo DaS árvorES)<br />
Sandra Mara Oliveira<br />
Afinal, quantas vezes os judeus celebram o Ano<br />
Novo?<br />
Segundo o calendário judaico são comemorados<br />
quatro “Anos Novos”.<br />
Nissan - Na Bíblia Sagrada este é o primeiro mês<br />
do ano - “Este mês será para vós o primeiro mês,<br />
o primeiro mês do ano.” (Ex 12:2). Mês da Festa<br />
de Pessach (Páscoa), que marca a comemoração da<br />
passagem da escravidão para a liberdade. O tempo<br />
é contado a partir do momento que passamos a<br />
ser livres.<br />
Elul - “Ano Novo do Gado”. No primeiro dia deste<br />
mês, retirava-se o dízimo (um décimo dos animais<br />
nascidos nos últimos 12 meses) e doava-se ao<br />
Templo em Jerusalém.<br />
Tishrei - Sétimo mês bíblico - “Dize aos filhos de<br />
Israel: No sétimo mês, ao primeiro do mês, tereis<br />
descanso solene, um memorial com som de trombeta,<br />
santa convocação. Nenhum trabalho servil<br />
fareis, mas trareis oferta queimada ao Eterno.” (Lv<br />
23:24-25). É considerado o começo do Ano Civil<br />
<strong>Judaico</strong>, por ser o mês da criação, uma espécie de<br />
aniversario do Mundo e do homem, quando o julgamento<br />
Divino para com os seres humanos acontece.<br />
Ele também marca o início da contagem da<br />
Shemitá (Ano Sabático); do lovel ( Jubileu, quando<br />
eram libertos os escravos e as propriedades<br />
voltavam às mãos dos donos originais); da Orlá<br />
(três (3) anos a partir do plantio de uma árvore<br />
frutífera, durante os quais não se pode comer seus<br />
frutos) bem como do ano para cálculo do dízimo<br />
da colheita de vegetais e grãos. (Por curiosidade,<br />
você sabia que estamos em ano de Shemitá?)<br />
Tu Bishvat - No calendário judaico, o dia é fixo e<br />
define o nome da festa. “TU” é a sigla formada, em<br />
hebraico, pelas letras “Tet” (ט- corresponde ao nº<br />
9) e “Vav” (ו - corresponde ao nº 6); a combinação<br />
destas duas letras totaliza o número 15. Shevat é o<br />
nome do mês que, pelo calendário judaico, ocorre<br />
no fim do inverno. Tu Bishvat então, refere-se ao<br />
15º dia do mês de Shevat.<br />
Este dia é significativo porque nesta época, as<br />
chuvas de inverno já caíram na terra de Israel, en-<br />
tão podemos vislumbrar uma época mais calorosa,<br />
com o surgimento de frutas deliciosas que lá<br />
nascem. Por esta razão, Tu Bishvat é considerado<br />
(Ano Novo) para as árvores frutíferas, ou seja,<br />
como um “Ano Novo” e um dia de julgamento.<br />
Em Tu Bishvat, o Eterno decide quão frutíferas<br />
serão as árvores no ano vindouro.<br />
A Torah faz a conexão do homem à terra -“O homem<br />
é como a árvore do campo”. A Torah compara<br />
o ser humano às árvores (é proibido danificar<br />
uma árvore que dá fruto). “Quando sitiares uma<br />
cidade por muitos dias, combatendo contra ela<br />
para a tomar, não destruas as árvores (que dão fruto)<br />
metendo nelas o machado, porque do seu fruto<br />
comerás. Não as cortarás...” (Dt 20:19-20).<br />
Yeshua ( Jesus) nos ensina que a árvore que dá fruto<br />
deve ser podada, não cortada. “... todo ramo que<br />
produz fruto Ele o poda, para que produza mais<br />
fruto ainda.” ( Jo 15:2b)<br />
Assim como as pessoas são julgadas em Rosh<br />
Hashanah, as árvores são julgadas em Tu Bishvat.<br />
Nesta data, é uma boa oportunidade para pensarmos<br />
nos exemplos que as árvores nos inspiram.<br />
A árvore, assim como o homem, é composta de:<br />
149
aízes, tronco e frutos<br />
Raízes - Não se vê, estão escondidas sob a terra,<br />
mas é delas que a árvore tira sua força e vitalidade.<br />
Quanto mais fortes forem as raízes, mais forte será<br />
a árvore. É a raiz que sustenta a árvore. Israel é a<br />
raiz, pois são eles os guardiões da Torah - fonte de<br />
nutrição, força e vida espiritual para todos judeus e<br />
gentios, diz o apóstolo Paulo – “... fostes enxertados<br />
no lugar deles, e frutos participantes da raiz e<br />
da seiva da oliveira não te gloriem contra os ramos.<br />
Se contra eles te gloriares, considera isto: não és tu<br />
que sustenta a raiz, mas a raiz a ti.” (Rm 11:17b,18).<br />
São nas raízes que o homem, pela fé, absorve todo<br />
o entendimento da Palavra de Elohim.<br />
Tronco - É a parte mais evidente da árvore e por<br />
onde também o homem se define, ou seja, é do<br />
tronco que surgem os ramos (galhos) da árvore<br />
anunciando, demarcando e fixando características<br />
bíblicas judaicas da fé. O tronco com os ramos<br />
possuem a finalidade de mostrar ao mundo que os<br />
frutos produzidos vêm de Elohim.<br />
Fruto - A árvore só atinge sua plenitude quando<br />
começa a dar fruto - “O fruto do Espírito é: amor,<br />
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,<br />
mansidão, domínio próprio.” (Gl 5:22-23)<br />
Yeshua diz: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!<br />
Dais o dízimo da hortelã, do endro e do<br />
cominho, mas negligenciais o mais importante da<br />
lei, a justiça, a misericórdia e a fé. Devereis, porém,<br />
fazer estas coisas, sem omitir aquelas.” (Mt 23:23)<br />
- Fruto da Justiça, misericórdia e da fé - sendo<br />
assim, nos tornamos árvores sólidas, curvadas (humildes)<br />
pelo peso dos frutos.<br />
Costumes em tu bisHvat<br />
1. Plantar uma árvore - Assim fazendo, aproximamos<br />
as pessoas da “Terra de Israel” por ser este<br />
um costume judaico; também praticamos o reflorestamento,<br />
mostrando ao mundo que esta é uma<br />
prática ecológica muito antiga.<br />
2. Celebrar preparando uma mesa com frutos, especialmente<br />
os sete enunciados na Torah – “como<br />
especiais de Israel: trigo, cevada, uva, figo, romã,<br />
azeitona e tâmara.” (Dt 8:8). Podemos também<br />
usar frutos diferentes - uma fruta da estação para<br />
que possamos cumprir e manter a mitzvah (mandamento).<br />
Bênção dos Frutos - Baruch ata Adonai Eohenu<br />
melech haolam bore peri haets. B’Shem Yeshua<br />
HaMashiach. Amen.<br />
Tradução: Bendito és Tu, Eterno, nosso Elohim,<br />
Rei do Universo, que criaste o fruto da árvore. Em<br />
nome de Yeshua, o Messias. Amém.<br />
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