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Cientistas portugueses dão cartas em Portugal e no estrangeiro

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20 20 NACIONAL<br />

7 DE NOVEMBRO DE 2008<br />

ANÚNCIO DO MINISTRO DAS FINANÇAS<br />

Estado vai pagar dívidas às<br />

<strong>em</strong>presas e aos fornecedores<br />

O Conselho de Ministros reuniu extraordinariamente e decidiu pagar<br />

num “curto prazo” as dívidas da administração central e da<br />

administração local e regional, na ord<strong>em</strong> dos 2,45 mil milhões de<br />

euros. O recurso a “meios de tesouraria” será o modo de pagamento,<br />

podendo recorrer-se, se necessário, à <strong>em</strong>issão de dívida pública.<br />

Em conferência de imprensa<br />

<strong>no</strong> final de uma reunião extraordinária<br />

do Conselho de<br />

Ministros, <strong>no</strong> passado dia 2 de<br />

Nov<strong>em</strong>bro, o Ministro das Finanças,<br />

Teixeira dos Santos,<br />

anunciou que “o Gover<strong>no</strong> espera<br />

regularizar dívidas <strong>no</strong><br />

âmbito da administração central,<br />

que se avaliam na ord<strong>em</strong><br />

dos 1200 milhões de euros, e<br />

<strong>no</strong> âmbito da administração<br />

local e regional, na ord<strong>em</strong> dos<br />

1250 milhões de euros”.<br />

Teixeira dos Santos assegu-rou<br />

que a dívida vencida<br />

da administração central será<br />

re-gularizada “<strong>no</strong>s próximos<br />

três meses”. Em relação às<br />

dívidas das autarquias, o Ministro<br />

afirmou que estas serão<br />

regulari-zadas num “prazo curto”,<br />

uma vez que terão que ser<br />

ouvidas as entidades representativas<br />

das autarquias para se<br />

poder estabelecer como essa<br />

regularização será processada.<br />

Possível <strong>em</strong>issão<br />

de dívida pública<br />

Para o pagamento destas<br />

dívidas, será criado um serviço<br />

específico “<strong>no</strong> âmbito do Ministério<br />

das Finanças”.<br />

Para além desse mecanismo,<br />

o Gover<strong>no</strong> admite recorrer à<br />

<strong>em</strong>issão de dívida pública, se<br />

tal for necessário. O valor total<br />

das dívidas ronda, segundo as<br />

estimativas do Ministro, os<br />

2.450 milhões de euros.<br />

Numa fase inicial, “o financiamento<br />

resultará da concentração<br />

de meios de tesouraria<br />

identificados e disponíveis que<br />

serão mobilizados para este<br />

efeito”. “No que for necessário,<br />

ter<strong>em</strong>os de fazer <strong>em</strong>issões de<br />

dívida pública”, acrescentou<br />

Teixeira dos Santos.<br />

Para começar<br />

imediatamente<br />

O Ministro adiantou também<br />

que o pagamento das dívidas<br />

começará de imediato, e que<br />

dentro de duas ou três s<strong>em</strong>anas<br />

já está operacional “um<br />

serviço específico” para gerir o<br />

processo, a partir do Ministério<br />

das Finanças.<br />

As reacções a este anúncio<br />

não tardaram.<br />

José António Barros, presidente<br />

da Associação Empresarial<br />

de <strong>Portugal</strong>, aplaudiu a<br />

decisão.<br />

“É uma medida que aplaudimos<br />

seriamente, porque vai<br />

certamente contribuir para que<br />

as <strong>em</strong>presas possam continuar<br />

a laborar de forma estável”,<br />

afirmou José António Barros.<br />

“Começar a pagar<br />

a t<strong>em</strong>po e horas”<br />

A Associação Empresarial de<br />

<strong>Portugal</strong> – que representa mais<br />

de 2.300 <strong>em</strong>presas – espera que<br />

o processo de pagamento das<br />

dívidas “comece imediatamente,<br />

até porque estas dívidas estão<br />

todas reconhecidas e não vão<br />

ter influência directa <strong>no</strong> Orçamento<br />

de Estado”.<br />

José António Barros entende<br />

também que, para além<br />

do impacto real na eco<strong>no</strong>mia,<br />

esta medida é importante<br />

porque “é o sinal de que <strong>em</strong><br />

<strong>Portugal</strong> se vai começar a pagar<br />

a t<strong>em</strong>po e horas”.<br />

“Introduzir moralidade<br />

<strong>no</strong> sist<strong>em</strong>a”<br />

Armindo Monteiro, presidente<br />

da Associação Nacional<br />

de Jovens Empresários, mostrou-se<br />

igualmente satisfeito<br />

com a decisão do Gover<strong>no</strong>.<br />

“É uma medida muito interessante,<br />

e vai ter um efeito<br />

muito positivo na eco<strong>no</strong>mia”,<br />

afirmou Armindo Monteiro.<br />

Para o presidente desta Associação,<br />

esta decisão vai “introduzir<br />

moralidade <strong>no</strong> sist<strong>em</strong>a”,<br />

mas terá que ser “compl<strong>em</strong>entada<br />

com uma obrigação<br />

do Estado pagar as suas facturas,<br />

<strong>no</strong> máximo, <strong>em</strong> 30 dias”.<br />

Também para João Costa,<br />

MINISTRO DAS FINANÇAS,<br />

TEIXEIRA DOS SANTOS, E<br />

MINISTRO DA PRESIDÊNCIA,<br />

PEDRO SILVA PEREIRA<br />

presidente da Associação Têxtil<br />

e Vestuário de <strong>Portugal</strong>, esta<br />

medida é “um bom ex<strong>em</strong>plo”.<br />

“Vai dinamizar<br />

a eco<strong>no</strong>mia”<br />

“Nesta fase de contracção<br />

económica, vai dinamizar a<br />

eco<strong>no</strong>mia”, ao contornar as dificuldades<br />

que as <strong>em</strong>presas<br />

têm de aceder ao crédito, afirmou<br />

João Costa.<br />

Em seu entender, esta medida<br />

pode permitir que as <strong>em</strong>presas<br />

que não pagavam a<br />

outras <strong>em</strong>presas por causa das<br />

dívidas do Estado o possam vir<br />

a fazer a partir de agora.<br />

Também do lado das autarquias,<br />

esta medida foi recebida<br />

com agrado. Armando Vieira,<br />

presidente da Associação<br />

Nacional de Freguesias, considerou<br />

“positiva” a decisão do<br />

Gover<strong>no</strong>.<br />

Esta medida foi, portanto,<br />

b<strong>em</strong> recebida. Espera-se agora<br />

que seja b<strong>em</strong> executada.<br />

Os credores que têm dívidas<br />

a receber do Estado dev<strong>em</strong> dirigir-se<br />

<strong>em</strong> primeiro lugar às entidades<br />

devedoras, e recorrer ao<br />

serviço do Ministério, dentro de<br />

duas a três s<strong>em</strong>anas, somente<br />

se as dívidas não for<strong>em</strong> ressarcidas,<br />

afirmou fonte do Ministério<br />

das Finanças.<br />

“Apenas <strong>no</strong> caso de o credor<br />

não ver a sua dívida ressarcida<br />

é que poderá contactar o<br />

Ministério das Finanças e da<br />

Administração Pública, que garante<br />

o pagamento das dívidas<br />

certas, líquidas, exigíveis e vencidas”,<br />

acrescentou a mesma<br />

fonte.<br />

PRESTAÇÕES SOCIAIS<br />

Gover<strong>no</strong> generaliza 13ª prestação<br />

do abo<strong>no</strong> de família<br />

O Gover<strong>no</strong> estimou <strong>em</strong> 20 milhões de euros a generalização do<br />

pagamento da 13ª prestação do abo<strong>no</strong> de família, e <strong>em</strong> 25 milhões<br />

de euros o alargamento deste benefício a filhos de trabalhadores<br />

independentes.<br />

As estimativas de encargos para o Estado foram avançadas <strong>em</strong><br />

conferência de imprensa pelo Ministro do Trabalho e da Solidariedade<br />

Social, Vieira da Silva, depois de ter sido aprovado na generalidade<br />

o decreto que revê os critérios de atribuição do abo<strong>no</strong> de<br />

família.<br />

Na conferência de imprensa, Vieira da Silva disse esperar que o<br />

aumento dos encargos do Estado com as prestações do abo<strong>no</strong> de<br />

família, b<strong>em</strong> como o alargamento do universo de beneficiários,<br />

entr<strong>em</strong> <strong>em</strong> vigor logo <strong>no</strong> início de 2009.<br />

De acordo com o Ministro, esta medida vai abranger “780 mil crianças<br />

e jovens que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> famílias <strong>em</strong> que o rendimento de<br />

actividades independentes t<strong>em</strong> um peso significativo”.<br />

Vieira da Silva informou que, “até agora, a lei determinava que o<br />

rendimento contabilizado se referia aos proveitos da actividade de<br />

trabalhador independente. Quando este diploma entrar <strong>em</strong> vigor,<br />

passará a ser contabilizado uma parcela desses proveitos, correspondente<br />

a 70 por cento dos serviços prestados ou a 20 por cento<br />

do valor das vendas de produtos e bens”.<br />

SAÚDE<br />

Misericórdias estão disponíveis<br />

para assegurar cuidados paliativos<br />

Durante um congresso sobre Cuidados Continuados, realizado <strong>em</strong><br />

Lisboa <strong>no</strong> final do mês de Outubro, Manuel L<strong>em</strong>os, presidente da<br />

União das Misericórdias Portuguesas (UMP), afirmou a disponibilidade<br />

da UMP para assegurar a resposta aos Cuidados Paliativos,<br />

defendendo a necessidade de se apostar <strong>no</strong> apoio domiciliário,<br />

sobretudo <strong>em</strong> doentes terminais.<br />

Manuel L<strong>em</strong>os considera ter chegado a altura de se “apostar<br />

decisivamente” <strong>no</strong> apoio domiciliário, e de se “avançar com respostas<br />

específicas para os probl<strong>em</strong>as de saúde específicos”.<br />

Ex<strong>em</strong>plificando, o presidente da UMP afirmou que “a saúde mental<br />

e outras doenças do foro neurodegenerativo, e até unidades específicas<br />

para a recuperação de AVC, são um passo que, a seu<br />

t<strong>em</strong>po, deve ser dado”.<br />

Média de dois a<strong>no</strong>s de atraso na<br />

aprovação de medicamentos<br />

Um estudo internacional indica que <strong>Portugal</strong> é o país europeu que<br />

mais t<strong>em</strong>po d<strong>em</strong>ora a aprovar terapias i<strong>no</strong>vadoras para o tratamento<br />

do cancro.<br />

Esta investigação analisou 20 países da Europa e concluiu que<br />

<strong>Portugal</strong> t<strong>em</strong> uma média de dois a<strong>no</strong>s de atraso <strong>em</strong> relação aos<br />

restantes países.<br />

Em reacção a este estudo, Fernando Barata, do Centro Hospitalar<br />

de Coimbra, aponta o dedo ao Infarmed, que acusa de ser “d<strong>em</strong>asiado<br />

burocratizado” e de trabalhar “de forma mais lenta” que o<br />

resto da Europa.<br />

Ainda assim, Fernando Barata reconheceu que “os <strong>no</strong>vos medicamentos<br />

são caros”, e que, num país com dificuldades orçamentais<br />

<strong>no</strong> Serviço Nacional de Saúde, é <strong>no</strong>rmal que os medicamentos<br />

lev<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po a chegar aos pacientes.<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Nova Lei do Divórcio entra <strong>em</strong> vigor<br />

dentro de um mês<br />

A <strong>no</strong>va Lei do Divórcio acaba de ser publicada <strong>em</strong> Diário da República,<br />

e deverá entrar <strong>em</strong> vigor já <strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro.<br />

O diploma foi aprovado a 17 de Set<strong>em</strong>bro pela esquerda parlamentar<br />

(PS, PCP, BE e ‘Os Verdes’) e por 11 deputados do PSD.<br />

O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou o documento,<br />

mas manifestou o desejo de que a aplicação prática do diploma<br />

seja “acompanhada de perto pelo legislador, com o maior<br />

sentido de responsabilidade e a devida atenção à realidade do<br />

país”.

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