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163133 Damo (M) Para o que der e vier (parte 2)

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outros, mais antigos, portadores da memória coletiva; consultei jornais e revistas<br />

editadas pelos próprios clubes bem como os principais jornais de Porto Alegre; ouvi<br />

rádio como nunca; enfim, fiz-me valer de várias fontes, extensas e diversificadas,<br />

incluindo livros já publicados sobre o Gre-Nal e a cidade. Se este capítulo é um tanto<br />

extenso, talvez se expli<strong>que</strong> em razão da multiplicidade de relatos, informações,<br />

narrativas, enfim, de uma multiplicidade de dados significativos colhidos ao longo do<br />

trabalho de campo e <strong>que</strong>, às vezes, resistem aos inúmeros "cortes" exigidos pela escrita.<br />

Por ser longo, subdividi este capítulo em quatro <strong>parte</strong>s, tendo em comum entre<br />

elas a <strong>que</strong>stão da rivalidade Gre-Nal. No primeiro, "Alguns dados sobre o perfil de<br />

gremistas e colorados", apresento uma série de dados estatísticos extremamente úteis<br />

para corroborar algumas inferências de campo. A maioria destes dados só chegou até<br />

mim depois <strong>que</strong> este capítulo já estava escrito. Por consi<strong>der</strong>á-los pertinentes, decidi<br />

anexá-los. Revelam aspectos importantes, mais gerais, é óbvio, sobre o perfil dos<br />

torcedores do Grêmio e do Internacional, especialmente em relação a classes sociais,<br />

fidelidade clubística, influências na escolha do "clube do coração" e assim por diante.<br />

A segunda <strong>parte</strong>, "A cidade polarizada" - <strong>que</strong> era, originalmente, o início do<br />

capítulo - trata da chegada festiva do futebol a Porto Alegre, do cenário esportivo da<br />

capital na virada do século e, principalmente, da fundação do Grêmio e do<br />

Internacional. Dedico atenção especial à <strong>que</strong>stão do patrimônio, sem qual<strong>que</strong>r<br />

pretensão de trazer uma colaboração a esta sub-área da história ou das ciências sociais.<br />

Importa-me, isto sim, mostrar como gremistas e colorados vão construindo, desde o<br />

princípio, uma rivalidade densa, cujos contrastes são evidentes a partir dos espaços<br />

urbanos por eles apropriados e da forma como o fizeram. No <strong>que</strong> concerne ao período<br />

histórico, esta segunda <strong>parte</strong> vai do início do século até o final da década de trinta.<br />

O "Gre-Nal em preto em branco", correspondente ao terceiro subcapítulo, está<br />

centrado nas transformações forjadas pelo profissionalismo, dentre as quais se destaca a<br />

inserção do negro nos "grandes" clubes de futebol da capital. Pode parecer um enxerto,<br />

parêntese, ou coisa do gênero mas, no fundo, este subcapítulo, centrado entre as<br />

décadas de quarenta e cinqüenta, talvez seja o mais importante para se enten<strong>der</strong> as<br />

razões pelas quais as noções de "raça" e "classe social" tornaram-se traços diacríticos<br />

da identidade do Grêmio e do Internacional. Ou então, como estes últimos tornaram-se<br />

bons para se pensar quando já eram bons para torcer.<br />

Em "Olímpico e Beira-Rio: materializando as diferenças", retomo a <strong>que</strong>stão<br />

patrimonial enfocando o simbolismo dos estádios e a maneira como eles são<br />

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