CAIXA Cultural - Cinema 1 - Encontro de Cronópios
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A literatura <strong>de</strong><br />
no cinema<br />
leituras dramatizadas, performances,<br />
longas metragens e bate-papo com<br />
realizadores, críticos e público<br />
12 a 17 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2013<br />
<strong>CAIXA</strong> <strong>Cultural</strong> - <strong>Cinema</strong> 1
“Não há um parentesco próximo entre<br />
romance e música. Mas existe uma música<br />
na estrutura dos meus livros. E também há<br />
sempre uma música no fundo da minha cabeça<br />
quando escrevo, quase uma trilha sonora, um<br />
assovio, um cantarolar que dita o ritmo”.<br />
Chico em entrevita a Roberto <strong>de</strong> Oliveira<br />
Francisco Buarque <strong>de</strong> Hollanda, Chico Buarque, carioca, nascido em 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1944<br />
Os muitos Franciscos num<br />
só Chico, o Buarque.<br />
Po<strong>de</strong> ser que hoje a gente já não<br />
lembre tanto. Mas lá pelo fim dos anos 70,<br />
começo dos anos 80, Chico Buarque era,<br />
entre outras coisas, uma espécie <strong>de</strong> ponte<br />
permanente ligando o Brasil e o resto da<br />
América Latina, principalmente na música –<br />
principalmente, mas não só.<br />
Ele foi, até os estertores da nossa<br />
ditadura, um dos mais ativos promotores<br />
<strong>de</strong>sse intercâmbio tão necessário e sempre<br />
e ainda tão <strong>de</strong>morado. A diferença é<br />
que, naqueles tempos <strong>de</strong> breu, levar essa<br />
ban<strong>de</strong>ira significava riscos e problemas,<br />
problemas sérios.<br />
Portanto, nada mais natural que seja<br />
ele o primeiro brasileiro a integrar, neste<br />
encontro <strong>de</strong> cronópios, a lista <strong>de</strong> escritores<br />
latino-americanos cuja obra tem vínculos<br />
com o cinema. Afinal, há décadas Chico<br />
<strong>de</strong>scobriu que, ao ser brasileiro, era e é<br />
um cidadão latino-americano. E quem<br />
conhece o Chico <strong>de</strong> perto sabe que ele é<br />
especialmente cronópio.<br />
Po<strong>de</strong> ser que hoje a gente também<br />
já não lembre tanto. Mas a ligação <strong>de</strong><br />
Chico Buarque com a literatura vem <strong>de</strong><br />
longe. Em 1966, no então prestigioso e<br />
prestigiado Suplemento Literário do jornal<br />
O Estado <strong>de</strong> S.Paulo, ele publicou um<br />
conto chamado ‘Ulisses’. Em 1974, veio o<br />
romance ‘Fazenda Mo<strong>de</strong>lo’, que ele chama<br />
<strong>de</strong> ‘novela pecuária’. E a partir do final dos<br />
anos 80, Chico passou a dividir seu tempo<br />
entre a música e a literatura.<br />
Assim foram escritos ‘Estorvo’,<br />
lançado em 1991, ‘Benjamim’, em 1995,<br />
‘Budapeste’, em 2003, e ‘Leite Derramado’<br />
em 2009.<br />
Também no cinema sua atuação tem<br />
sido constante, ao longo dos últimos quase<br />
quarenta anos – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a trilha sonora<br />
que escreveu para ‘O Anjo Assassino’, <strong>de</strong><br />
Dionísio Azevedo, em 1966, até agora. E<br />
se em 1986 o Chico Buarque dramaturgo<br />
chegou ao cinema, pelas mãos <strong>de</strong> Ruy<br />
Guerra, que dirigiu ‘A Ópera do Malandro’,<br />
a partir <strong>de</strong> 1998, com ‘Estorvo’, do mesmo<br />
diretor, sua literatura passou a ser levada<br />
para as telas. Depois vieram ‘Benjamim’,<br />
filmado por Monique Gar<strong>de</strong>nberg em 2004,<br />
e ‘Budapeste’, <strong>de</strong> Walter Carvalho, lançado<br />
em 2009.<br />
E existem, claro, as canções compostas<br />
para filmes. Muitas <strong>de</strong>las se tornaram êxitos<br />
permanentes. Basta lembrar uma: ‘O que<br />
será’, escrita para ‘Dona Flor e seus dois<br />
maridos’, <strong>de</strong> Bruno Barreto.<br />
Deu-se assim a confluência entre os<br />
vários Franciscos: o autor <strong>de</strong> canções,<br />
o autor <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> teatro, o autor <strong>de</strong><br />
livros. Ah, claro, nesse meio tempo houve<br />
ainda espaço para ele aparecer como<br />
ator. A lista seria longa, <strong>de</strong> ‘A Garota <strong>de</strong><br />
Ipanema’, dirigida por Leon Hirzman em<br />
1967, passando por ‘Quando o carnaval<br />
chegar’, que Cacá Diegues lançou em 1972<br />
e chegando ao trabalho que – ele sempre<br />
diz isso com ares pícaros – marcou ‘o início<br />
<strong>de</strong> minha carreira internacional no ramo da<br />
atuação cinematográfica’. Foi no filme ‘Água<br />
e sal’, da portuguesa Tereza Villaver<strong>de</strong>, em<br />
2001, e <strong>de</strong>pois chegou a ‘Fados’, <strong>de</strong> Carlos<br />
Saura, em 2007.<br />
Dito isso, vale a pena recordar alguns<br />
aspectos tanto do processo criativo <strong>de</strong><br />
Chico Buarque como da presença e do<br />
peso da literatura em sua vida. Quando<br />
terminou <strong>de</strong> escrever ‘Estorvo’, ele<br />
disse, numa conversa entre amigos, que<br />
o processo <strong>de</strong> escrita <strong>de</strong> um livro e <strong>de</strong><br />
uma canção tem ao menos um ponto em<br />
comum: ‘É sempre muito misterioso. Os<br />
rumos são inesperados. Demorei um bom<br />
tempo até sentir que tinha o livro na mão’.<br />
Agora mesmo ele está escrevendo um<br />
livro novo. Isso significa virar noites, num<br />
processo tão <strong>de</strong>nso como prazeroso,<br />
carregado <strong>de</strong> imagens e obsessões. Diz<br />
que continua navegando na mesma névoa<br />
do primeiro romance <strong>de</strong>sta nova fase <strong>de</strong><br />
vida dupla, a do escritor <strong>de</strong> canções e a<br />
do escritor <strong>de</strong> livros. E que o mais difícil,<br />
o mais penoso, continua sendo entrar em<br />
<strong>de</strong>terminado clima, encontrar o veio da<br />
narrativa, o caminho.<br />
Lembro que logo <strong>de</strong>pois do lançamento<br />
<strong>de</strong> ‘Estorvo’, que além <strong>de</strong> um êxito imediato<br />
<strong>de</strong> público (era <strong>de</strong> se esperar, por ser o<br />
autor quem é) teve um forte impacto na<br />
crítica (a partir <strong>de</strong> nomes indiscutíveis, como<br />
Alfredo Bosi e Roberto Schwartz), Chico<br />
dizia estar vivendo uma sensação estranha.<br />
‘Você termina um trabalho feito no maior<br />
recolhimento, cheio <strong>de</strong> pudor, e <strong>de</strong> repente<br />
vira um exibicionista, precisa mostrar<br />
aquilo urgentemente. Com a música é mais<br />
fácil, você canta para os amigos, canta em<br />
público, grava em disco, tem um retorno<br />
imediato. Você acaba <strong>de</strong> compor e já<br />
po<strong>de</strong> ver a reação na cara das pessoas. No<br />
teatro, você acompanha os ensaios, assiste<br />
à estreia, vê quando o público ri ou não ri,<br />
aplau<strong>de</strong> ou não aplau<strong>de</strong>. Com o livro, você<br />
nunca sabe o que acontece, não sabe se as<br />
pessoas estão lendo mesmo, se vão <strong>de</strong>vagar<br />
ou <strong>de</strong>pressa, se vão pular uma página, se vão<br />
rabiscar, dobrar <strong>de</strong> qualquer jeito, esquecer<br />
no avião...’.<br />
E disse mais, sobre o ofício <strong>de</strong> escritor:<br />
‘Quando comecei a fazer música, meu<br />
caminho natural talvez fosse a literatura.<br />
Minha geração foi sequestrada pela música’.<br />
Passado o tempo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a publicação<br />
<strong>de</strong> ‘Estorvo’, ficou claro que seu caminho<br />
natural é ser muitos. É viver a <strong>de</strong>nsa<br />
confluência entre escrever canções,<br />
escrever livros – escrever a vida. E ver<br />
tudo isso virar filme.<br />
Eric Nepomuceno
TER. 12/03<br />
17:30h – Abertura da mostra<br />
Leitura do texto “Notas sobre A<br />
banda”, texto escrito pelo poeta<br />
Carlos Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />
publicado no jornal Correio da<br />
Manhã em 14/10/1966.<br />
Atriz: Andrea Claudia<br />
17:50h – Exibição do filme<br />
“Quando o carnaval chegar”<br />
Ano: 1972<br />
Duração: 90 minutos<br />
35mm (exibição em DVD)<br />
Gênero: Musical<br />
Direção: Carlos Diegues<br />
Roteiro: Carlos Diegues, Hugo Carvana e Chico Buarque<br />
Fotografia: Dib Lutfi<br />
Montagem: Eduardo Escorel<br />
Música: Chico Buarque<br />
Produção: Mapa Filmes e Cacá Diegues<br />
Produção Executiva: Zelito Viana<br />
Distribuição: Lívio Bruni<br />
Elenco: Chico Buarque, Nara Leão, Maria Bethânia, Hugo Carvana, Ana Maria<br />
Magalhães, José Lewgoy, Wilson Grey, Elke Maravilha e Antonio Pitanga<br />
Sinopse:<br />
O empresário <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> cantores sem sucesso (Chico Buarque, Nara<br />
Leão e Maria Bethânia) consegue um contrato para que eles façam uma<br />
apresentação em homenagem a um rei que chegará à cida<strong>de</strong> para o Carnaval.<br />
Discussões internas, romances inesperados e <strong>de</strong>sistências impe<strong>de</strong>m que<br />
o espetáculo se realize. Mas os artistas voltam a se juntar, apresentando-se<br />
em shows mambembes.<br />
Comentário do diretor:<br />
“... Quando cheguei (auto-exílio na Europa), abandonei todos os projetos<br />
que tinha na cabeça e na gaveta, <strong>de</strong>cidi fazer esse filme na contracorrente<br />
das tendências do momento, dominadas pela impotência clan<strong>de</strong>stina e pelo<br />
<strong>de</strong>sespero do que então chamávamos <strong>de</strong> “<strong>de</strong>sbun<strong>de</strong>”. “Quando o carnaval<br />
chegar” <strong>de</strong>sejava ser um filme <strong>de</strong> resistência, contando a história <strong>de</strong> artistas<br />
que não se rendiam ao autoritarismo. Uma resistência que escolhia a alegria<br />
como seu instrumento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção e mudança, em vez da <strong>de</strong>pressão e do<br />
pessimismo, então na moda cultural. Aliás, ao lado <strong>de</strong> um roteiro pouco<br />
consistente, esse talvez seja também seu principal <strong>de</strong>feito: uma espécie <strong>de</strong><br />
submissão <strong>de</strong> personagens e situações dramáticas a uma teoria política anterior<br />
ao filme e, por consequência, imposta a ele...”<br />
fonte: Cacá Diegues - Cineasta do Brasil<br />
19:30h – Bate-papo com Eric Nepomuceno e Rodrigo Fonseca
QUA. 13/03<br />
17:30h – Abertura da mostra<br />
Performance <strong>de</strong> fragmentos da<br />
peça “Ópera do Malandro”.<br />
Ator: Thelmo Fernan<strong>de</strong>s<br />
18:00h – Exibição do filme<br />
“Ópera do Malandro”<br />
Baseado na peça “Ópera do Malandro”,<br />
<strong>de</strong> Chico Buarque<br />
Ano: 1985<br />
Duração: 100 minutos<br />
35mm<br />
Gênero: Musical<br />
Direção: Ruy Guerra<br />
Roteiro: Chico Buarque <strong>de</strong> Hollanda,<br />
Orlando Senna e Ruy Guerra<br />
Fotografia: Antonio Luis Men<strong>de</strong>s<br />
Montagem: Mair Tavares e Idê Lacreta<br />
Música: Chico Buarque e Chiquinho <strong>de</strong><br />
Morais<br />
Produção: Marin Karmitz e Ruy Guerra<br />
Produção Executiva: Alberto Graça<br />
Distribuição: Austra <strong>Cinema</strong> e<br />
Comunicações, MK2 Productions e TF1<br />
Elenco: Edson Celulari, Cláudia Ohana,<br />
Elba Ramalho, Fábio Sabag, J.C. Violla,<br />
Wilson Grey, Maria Sílvia, Ney Latorraca<br />
Sinopse:<br />
Em 1941, em plena II Guerra Mundial,<br />
uma dançarina <strong>de</strong> cabaré é<br />
explorada por um cafetão no bairro<br />
da Lapa, Rio <strong>de</strong> Janeiro. O cabaré<br />
pertence a um alemão, odiado pelo<br />
cafetão e seus seguidores, que, num<br />
acesso <strong>de</strong> fúria, resolvem <strong>de</strong>struir o<br />
cabaré. Em represália, o alemão <strong>de</strong>spe<strong>de</strong><br />
a dançarina, mas vê sua filha<br />
seduzida pelo malandro.<br />
Comentário do diretor:<br />
“....Ópera do malandro, a gente<br />
queira ou não queira (po<strong>de</strong>mos dizer<br />
que é uma questão atual vista<br />
do passado), não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma<br />
coisa ancorada nos anos 1940, com<br />
sua especificida<strong>de</strong>. A gente olha <strong>de</strong><br />
uma forma mais especial para o passado.Nós<br />
olhamos o passado como<br />
uma coisa fechada no tempo. Então<br />
o nosso olhar não tem um <strong>de</strong>vir<br />
<strong>de</strong>ntro disso, enquanto numa coisa<br />
mais mo<strong>de</strong>rna nós automaticamente<br />
projetamos as nossas propostas.<br />
Desejos e medos a gente projeta no<br />
tempo. Quando a gente não consegue<br />
fechar um conceito <strong>de</strong>ntro da<br />
realida<strong>de</strong>, a gente projeta para o<br />
futuro. Faz utopias, não é? A utopia<br />
é uma coisa que está <strong>de</strong>scentrada.<br />
A utopia no presente <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />
utopia, ela tem <strong>de</strong> ser lançada no<br />
tempo...”<br />
fonte: trecho <strong>de</strong> entrevista – Ruy Guerra –<br />
Filmar e Viver<br />
19:50h – Bate-papo com Hernani<br />
Heffner e Miguel Faria Jr.<br />
Vera Baungarten<br />
17:30h – Abertura da mostra<br />
Leitura <strong>de</strong> fragmentos do livro<br />
“Estorvo”. Ator: Julio Adrião<br />
18:00h – Exibição do filme<br />
“Estorvo”<br />
Baseado no livro homônimo<br />
<strong>de</strong> Chico Buarque<br />
Ano: 2000<br />
Duração: 95 minutos<br />
35mm<br />
Gênero: Drama<br />
Direção: Ruy Guerra<br />
Roteiro: Ruy Guerra e Chico Buarque<br />
Fotografia: Marcelo Durst<br />
Montagem: Mair Tavares<br />
Música: Egberto Gismonte<br />
Produção: Bruno Stroppiana e Bruno<br />
Cerveira<br />
Produção Executiva: Jom Tob Azulay e<br />
Miguel Mendonza<br />
Distribuição: Art Filmes e<br />
Colúmbia Tri-Star<br />
Elenco: Jorge Perugorría, Bianca Byington,<br />
Suzana Ribeiro, Leonor Arocha, Xando<br />
Graça, Athay<strong>de</strong> Arcover<strong>de</strong>, Candido<br />
Damm, José Antônio Rodriguez, Dandara<br />
Guerra, Tonico Oliveira<br />
Sinopse:<br />
O pesa<strong>de</strong>lo existencialista <strong>de</strong> um<br />
personagem anônimo que vaga por<br />
uma gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, acossado,<br />
<strong>de</strong>sconfiado <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong><br />
todos, afrontando a violência cotidiana,<br />
o seu próprio passado, os seus<br />
QUI. 14/03<br />
fantasmas. Nessa fuga sem <strong>de</strong>stino,<br />
revê amigos, busca a família e se envolve<br />
com uma série <strong>de</strong> personagens<br />
extre mados, na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
o enigma <strong>de</strong> sua caminhada.<br />
Comentário do diretor:<br />
“...Quando li não me surgiu a i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> um filme, <strong>de</strong> imediato. Mas<br />
aquilo ficou trabalhando na minha<br />
cabeça, porque o livro tem uma<br />
estrutura narrativa que interessa<br />
profundamente, uma coisa que<br />
eu estou pesquisando já há algum<br />
tempo, que é, justamente trabalhar<br />
a noção do tempo no cinema. Tem<br />
essa diversificação do imaginário,<br />
do real e do passado, sem que haja<br />
códigos <strong>de</strong> leitura para encaminhar<br />
cada uma <strong>de</strong>ssas dimensões.<br />
Eu me disse: é essa estrutura que<br />
me interessa. Então, partiu <strong>de</strong> um<br />
pressuposto <strong>de</strong> linguagem, mais do<br />
que propriamente da temática...<br />
Tudo isso me interessava como<br />
temática, mas basicamente o que<br />
me interessou foi a manipulação<br />
do tempo, a forma com que era<br />
utilizado o tempo. Foi o ponto <strong>de</strong><br />
vista estrutural mesmo que me<br />
inte ressou...”<br />
Fonte – trecho <strong>de</strong> entrevista<br />
“Ruy Guerra – Filmar e viver”<br />
19:45h – Bate-papo com José Carlos<br />
Avellar e Hernani Heffner
SEX. 15/03<br />
17:30h – Abertura da mostra<br />
Leitura <strong>de</strong> fragmentos do livro<br />
“Benjamim”.<br />
Atriz: Nicole Gomes<br />
18:00h – Exibição do filme<br />
“Benjamim”<br />
Baseado no livro homônimo<br />
<strong>de</strong> Chico Buarque<br />
Ano: 2004<br />
Duração: 97 minutos<br />
35mm<br />
Gênero: Drama<br />
Direção: Monique Gar<strong>de</strong>nberg<br />
Roteiro: Jorge Furtado, Glênio Póvoas e<br />
Monique Gar<strong>de</strong>nberg<br />
Fotografia: Marcelo Durst<br />
Edição: João Paulo Carvalho<br />
Música: Arnaldo Antunes e Chico Neves<br />
Produção: Paula Lavigne e Augusto Casé<br />
Produtores Associados: Fabiano Gullane e<br />
Isa Castro<br />
Co-produção: Gullane Filmes e Estúdios<br />
Mega e Quanta<br />
Distribuição: Europa Filmes e Rio Filmes<br />
Elenco: Paulo José, Cléo Pires, Danton<br />
Mello, Chico Diaz, Guilherme Leme,<br />
Rodolfo Bottino, Ernesto Piccolo, Mauro<br />
Mendonça, Nélson Xavier<br />
Sinopse:<br />
Ao conhecer a jovem Ariela Masé,<br />
<strong>de</strong> espantosa semelhança com o<br />
gran<strong>de</strong> amor <strong>de</strong> seu passado, o vete-<br />
rano e esquecido mo<strong>de</strong>lo publici-<br />
tário Benjamim Zambraia revive as<br />
<strong>de</strong>lícias e horrores da paixão. A “reencarnação”<br />
da sua amada Castana<br />
Beatriz tem algo mais a lhe oferecer:<br />
um acerto <strong>de</strong> contas com a sua<br />
própria consciência.<br />
Comentário do diretor:<br />
“...No início, era uma transcrição<br />
muito próxima do livro. Mas para<br />
fazer um bom cinema é preciso<br />
<strong>de</strong>srespeitar a obra literária. Não<br />
na essência, mas na forma. É preciso<br />
eleger algumas coisas das quais<br />
você queira falar. O Chico <strong>de</strong>vaneia<br />
muito. Você tem que querer contar<br />
uma história só. Fico com pena<br />
porque o Alyandro (interpretado<br />
por Chico Diaz) tem toda a história<br />
<strong>de</strong>le, que não é ruim. O tempo<br />
todo, na história, é preciso se policiar.<br />
No início, era muito próximo<br />
ao livro, mas <strong>de</strong>pois eu fui fazendo<br />
as escolhas e dando uma secada no<br />
roteiro. Man<strong>de</strong>i para o Jorge (Furtado),<br />
que <strong>de</strong>u todo um enca<strong>de</strong>amento<br />
técnico e lógico para o roteiro,<br />
para as idas e vindas. Mas ele<br />
revelava algumas coisas muito cedo<br />
que eu não queria revelar. Veio outro<br />
tratamento. Senti falta <strong>de</strong> mais<br />
emoção e criei algumas cenas para<br />
passar isso, a relação <strong>de</strong> Benjamim<br />
com Ariela/Castana...”<br />
Fonte - Trecho <strong>de</strong> entrevista em 01/04/2004<br />
a Marcelo Bartolomeu - Folha Online<br />
19:50h – Bate-papo com Hernani<br />
Heffner e Monique Gar<strong>de</strong>nberg<br />
17:30h – Abertura da mostra<br />
Leitura <strong>de</strong> fragmentos do livro<br />
“Budapeste”.<br />
Ator: Julio Adrião<br />
18:00h – Exibição do filme<br />
“Budapeste”<br />
Baseado no livro homônimo<br />
<strong>de</strong> Chico Buarque<br />
Ano: 2009<br />
Duração: 113 minutos<br />
35mm<br />
Gênero: Drama<br />
Direção: Walter Carvalho<br />
Roteiro: Rita Buzzar<br />
Fotografia: Lula Carvalho<br />
Edição: Pablo Ribeiro<br />
Música: Leo Gan<strong>de</strong>lman<br />
Produção: Rita Buzzar<br />
Co-produção: Peter Miskolczi (Hungria),<br />
Leonel Vieira (Portugal), Eurofilm,<br />
Stopline, Fam Filmes, Telecine, Teleimage<br />
e Funcine<br />
Distribuição: Imagem Filmes<br />
Elenco: Leonardo Me<strong>de</strong>iros, Gabriella<br />
Hármoni, Giovanna Antonelli, Ivo Canelas,<br />
Nicolau Breyner, Antonie Kamerling<br />
Sinopse:<br />
José Costa é um bem sucedido<br />
ghostwriter. Ao retornar do Congresso<br />
<strong>de</strong> Escritores Anônimos, em<br />
Istambul, uma ameaça <strong>de</strong> bomba faz<br />
com que seu voo aterrisse em Budapeste,<br />
na Hungria. Logo ao chegar,<br />
se apaixona pelo idioma local. Já <strong>de</strong><br />
volta ao Rio ele reencontra Vanda,<br />
sua esposa, e o filho. Entretanto sua<br />
vida torna-se cada vez mais infeliz,<br />
o que faz com que comece a mur-<br />
SAB. 16/03<br />
murar em húngaro enquanto dorme.<br />
Para salvar o casamento Costa passa<br />
a escrever autobiografias, numa tentativa<br />
<strong>de</strong> que a vida <strong>de</strong> outras pessoas<br />
o salve do tédio que sente. Seu maior<br />
sucesso comercial é “O Ginógrafo”,<br />
que conta as aventuras amorosas<br />
<strong>de</strong> um alemão, Kaspar Krabbe, no<br />
Brasil. Só que Vanda se apaixona por<br />
Krabbe, acreditando ser ele o autor<br />
do livro, o que faz com que Costa<br />
sinta-se traído e ressentido com o<br />
trabalho que exerce.<br />
Comentário do diretor:<br />
“...O que tem <strong>de</strong> particular na lite-<br />
ratura do Chico é que existe um<br />
significante sonoro ou, pelo menos,<br />
um significante em que a palavra em<br />
combinação com a outra sugere uma<br />
imagem. E eu comecei a enten<strong>de</strong>r<br />
que a palavra em Chico é como o<br />
plano no cinema. No cinema, o terceiro<br />
plano é o resultado da união <strong>de</strong><br />
dois anteriores. Essa combinação entre<br />
plano e palavra <strong>de</strong> Chico foi aos<br />
poucos me seduzindo, me conquistando.<br />
Eu comecei a ver que eu<br />
po<strong>de</strong>ria manter com a imagem o viés<br />
da literatura <strong>de</strong> Chico sem danificar<br />
a palavra. Porque o filme é também<br />
um filme sobre a palavra, sobre uma<br />
pessoa que escreve, e que escreve<br />
em outra língua. E eu também ia filmar<br />
em outro país, lidar com outra<br />
cultura. Quando você filma, você faz<br />
a sua adaptação em cima do livro e<br />
em cima do roteiro...”<br />
Fonte – Trecho <strong>de</strong> entrevista <strong>de</strong> Walter<br />
Carvalho concedida à Revista Continente<br />
20:00h – Bate-papo com Regina<br />
Zappa e Hernani Heffner
DOM. 17/03<br />
17:00h – Abertura da mostra<br />
Performance inspirada na música<br />
“Olhos nos olhos”.<br />
Intérprete: Julia Vargas<br />
17:30h – Pré-estreia do filme<br />
“O Abismo Prateado”<br />
Inspirado nas música “Olhos nos Olhos”<br />
Ano: 2011<br />
Duração: 83 minutos<br />
35mm<br />
Gênero: Drama<br />
Direção: Karim Aïnouz<br />
Roteiro: Beatriz Bracher e Karim Aïnouz<br />
Fotografia: Mauro Pinheiro Jr.<br />
Montagem: Isabela Monteiro <strong>de</strong> Castro<br />
Música: Tejo Damasceno, Rica Amabis<br />
Produção: Rodrigo Teixeira e Pedro Paulo<br />
Magalhães<br />
Produção Executiva: Eliane Ferreira<br />
Distribuição: Filmes do Estação<br />
Elenco: Leonardo Me<strong>de</strong>iros, Gabriella<br />
Hármoni, Giovanna Antonelli, Ivo Canelas,<br />
Nicolau Breyner, Antonie Kamerling<br />
Sinopse:<br />
Violeta (Alessandra Negrini) é casada<br />
com Djalma há catorze anos,<br />
com quem tem um filho. Em um dia<br />
comum, Violeta recebe um recado<br />
no celular: Djalma avisando que não<br />
voltará para casa. A partir <strong>de</strong>sse<br />
momento, até o próximo nascer do<br />
sol, Violeta percorrerá o caminho<br />
da <strong>de</strong>scrença, tristeza, inquietu<strong>de</strong> e<br />
loucura. As ruas e avenidas escurecidas<br />
pelas antigas árvores <strong>de</strong> Copacabana,<br />
o apartamento novo que<br />
ela não reconhece mais, a praia,<br />
a boate, o aeroporto. “O Abismo<br />
Prateado” narra a longa jornada <strong>de</strong><br />
Violeta para cicatrizar suas feridas<br />
tendo como fundo a <strong>de</strong>slumbrante<br />
paisagem da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Ja-<br />
neiro, na qual a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> gris dos<br />
personagens adquire admirável contraste.<br />
Inspirado na canção<br />
“Olhos nos Olhos”, um dos maiores<br />
sucessos <strong>de</strong> Chico Buarque, “O<br />
Abismo Prateado” é o mais recente<br />
trabalho do premiado diretor Karim<br />
Aïnouz. O filme foi selecionado para<br />
a Quinzaine <strong>de</strong>s Réalisateurs do Festival<br />
<strong>de</strong> Cannes <strong>de</strong> 2011.<br />
Comentário do Diretor:<br />
“Olhos nos Olhos” é uma música<br />
escrita como uma carta <strong>de</strong> amor<br />
imaginária. Conta a história <strong>de</strong> uma<br />
mulher que se reencontra novamente<br />
com um homem que costumava ser<br />
o homem <strong>de</strong> sua vida. Um homem<br />
que um dia, sem qualquer explicação,<br />
a <strong>de</strong>ixou. Ela parece recuperada da<br />
dor, mas sentimos que <strong>de</strong> alguma<br />
forma, ela ainda o ama - como se o<br />
amor jamais pu<strong>de</strong>sse ser esquecido<br />
ou perdoado completamente.<br />
O título foi o gatilho da história –<br />
olhar alguém nos olhos é ter a co-<br />
ragem <strong>de</strong> contar a verda<strong>de</strong>. Olhar<br />
alguém nos olhos é sentir a verda<strong>de</strong><br />
ecoar na outra pessoa. É o ato final<br />
<strong>de</strong> bravura e transparência. Tenho<br />
uma relação <strong>de</strong> anos com essa<br />
música. É uma música importante<br />
no cenário das canções brasileiras.<br />
“Olhos nos olhos” é uma música que<br />
tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aliviar a dor <strong>de</strong> um<br />
amor perdido. É como um remédio<br />
para o coração partido.”<br />
19:30h – Bate-papo com Hernani<br />
Heffner e David França Men<strong>de</strong>s
OBRAS TEATRAIS<br />
Roda Viva – Peça em dois atos escrita<br />
em 1967. No início <strong>de</strong> 1968 ocorre a<br />
estréia da peça no Rio <strong>de</strong> Janeiro, com<br />
muito sucesso. A primeira montagem da<br />
peça contava com Marieta Severo, Heleno<br />
Pests e Antonio Pedro no elenco e José<br />
Celso Martinez Correa na direção.<br />
A segunda montagem da peça foi em<br />
São Paulo, no Teatro Ruth Escobar, com<br />
a atriz Marília Pera e o ator Rodrigo<br />
Santiago no elenco. Durante a temporada<br />
o teatro foi invadido por um grupo<br />
<strong>de</strong> aproximadamente 110 pessoas do<br />
Comando <strong>de</strong> Caça aos Comunistas (CCC)<br />
que espancou os artistas e <strong>de</strong>struiu o<br />
cenário. A peça Roda Viva tornou-se um<br />
símbolo <strong>de</strong> resistência contra a ditadura.<br />
Calabar – Escrita em parceria com<br />
o cineasta Ruy Guerra no final <strong>de</strong><br />
1973. A peça é a história <strong>de</strong> Domingos<br />
Fernan<strong>de</strong>s Calabar no episódio em<br />
que ele fica ao lado dos holan<strong>de</strong>ses<br />
contra a coroa portuguesa. A peça<br />
seria montada em 1974, com direção<br />
<strong>de</strong> Fernando Peixoto; foi proibida pela<br />
censura quando apresentada em ensaio<br />
feito exclusivamente para a obtenção<br />
da liberação... Além da censura à peça,<br />
o nome Calabar também foi censurado,<br />
assim como também ficou proibido que se<br />
falasse da proibição da peça...<br />
Uma nova montagem foi encenada seis<br />
anos mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ssa vez liberada pela<br />
censura. Em 1986 a peça Calabar foi lida<br />
junto com várias peças, inclusive Gota<br />
D’Água, <strong>de</strong> Chico Buarque e Paulo Pontes,<br />
no Ciclo <strong>de</strong> Leituras <strong>de</strong> Peças Proibidas<br />
pela Censura Fe<strong>de</strong>ral, Os Anos do Silêncio<br />
– Leituras Dramáticas – 1964/1980,<br />
organizado pelo Sindicato <strong>de</strong> Artistas e<br />
Técnicos do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
A peça foi editada por: Editora Civilização<br />
Brasileira, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1973.<br />
Gota D’Água – Outra parceria, <strong>de</strong>ssa<br />
vez com Paulo Pontes, escrita em 1975.<br />
Fernando Peixoto, diretor da primeira<br />
montagem, tendo Bibi Ferreira como<br />
protagonista, <strong>de</strong>finiu a peça <strong>de</strong>sta<br />
forma: “Um momento extraordinário<br />
da literatura dramática nacional: Gota<br />
D’Água <strong>de</strong> Chico Buarque e Paulo Pontes<br />
retoma uma obra clássica da dramaturgia<br />
grega, a Medéia <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s (escrita<br />
em 431 A.C.), trazendo sua ação para<br />
um conjunto resi<strong>de</strong>ncial operário <strong>de</strong><br />
um subúrbio do Rio <strong>de</strong> hoje. O texto<br />
conserva a rígida estrutura clássica,<br />
mas não se submete passivamente aos<br />
elementos tradicionais <strong>de</strong>ssa estrutura:<br />
reinventa a cada instante aprofundando<br />
inclusive a pesquisa por um teatro musical<br />
isento do peso <strong>de</strong> colonização cultural<br />
que sufoca o teatro brasileiro.” (retirado do<br />
programa da peça)<br />
Uma segunda montagem <strong>de</strong> Gota D’Água<br />
foi encenada em 2008 com direção <strong>de</strong> João<br />
Fonseca e com a atriz Izabella Bicalho no<br />
papel da protagonista.<br />
A peça foi editada por: Editora Civilização<br />
Brasileira, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1975.<br />
Ópera do Malandro – Musical com texto<br />
baseado na Ópera dos Mendigos <strong>de</strong> John<br />
Gay <strong>de</strong> 1728 e na A Ópera dos Três Vinténs<br />
<strong>de</strong> Bertold Brecht e Kurt Weill <strong>de</strong> 1928.<br />
Chico Buarque localizou a peça no período<br />
que antece<strong>de</strong> o fim do Estado Novo com<br />
Getúlio Vargas no po<strong>de</strong>r, para assim po<strong>de</strong>r<br />
evitar novos problemas com a censura, já<br />
que a peça foi escrita em 1978. A primeira<br />
montagem foi encenada com direção <strong>de</strong><br />
Luiz Antonio Martinez no mesmo ano em<br />
que foi escrita.<br />
Uma segunda montagem foi encenada pela<br />
dupla Charles Möeller e Claudio Botelho<br />
em 2003.<br />
A peça foi editada por: Cultura, São Paulo, 1978.<br />
CANÇÕES PARA TEATRO<br />
Musical Balanço <strong>de</strong> Orfeu – <strong>de</strong> Luiz<br />
Vergueiro (1964) – Música –Tem Mais<br />
Samba.<br />
Peça Morte e Vida Severina – <strong>de</strong> João<br />
Cabral <strong>de</strong> Melo Neto (1965).<br />
Peça O Patinho Preto – <strong>de</strong> Walter<br />
Quaglia (1966). Música original da peça<br />
Show Meu Refrão (1966). Músicas – Meu<br />
Refrão e Noite dos Mascarados. Primeiro<br />
show <strong>de</strong> Chico Buarque no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
com O<strong>de</strong>tte Lara, MPB-4 e Raul <strong>de</strong> Barros<br />
(trombone). O show foi dirigido por<br />
Antonio Carlos da Fontoura, produzido<br />
por Hugo Carvana e Antonio Carlos da<br />
Fontoura, iluminação <strong>de</strong> David Zingg e<br />
cenário <strong>de</strong> Antonio Dias.<br />
Peça Pedro Pedreiro – <strong>de</strong> Renata<br />
Pallottini (1966).<br />
Peça Os Inimigos – <strong>de</strong> Gorki, com direção<br />
<strong>de</strong> José Celso Martinez Correa (1966).<br />
Música original da peça.<br />
Peça Roda Viva – <strong>de</strong> Chico Buarque<br />
(1967). Músicas – Roda Viva e Sem Fantasia.<br />
Musical O Homem <strong>de</strong> La Mancha - <strong>de</strong><br />
Dale Wasserman, com tradução <strong>de</strong> Paulo<br />
Pontes e Flávio Rangel, direção <strong>de</strong> Flávio<br />
Rangel (1972), versões das canções em<br />
parceria com Ruy Guerra. A peça estreou<br />
em São Paulo em 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1972,<br />
no Teatro Municipal <strong>de</strong> Santo André,<br />
tendo Paulo Autran como D. Quixote, Bibi<br />
Ferreira no papel <strong>de</strong> Dulcineia e Dante Rui<br />
como Sancho Pança. No Rio <strong>de</strong> Janeiro a<br />
peça inaugurou o Teatro Adolpho Bloch<br />
em 15 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1973 e Gran<strong>de</strong> Otelo<br />
entrou no elenco como Sancho Pança. A<br />
versão da música The Imposible Dream,<br />
em português O Sonho Impossível foi<br />
apresentada pela cantora Maria Bethânia<br />
em um show históricoque fez com Chico<br />
Buarque. O show foi transformado em<br />
disco posteriormente.<br />
Peça Calabar – <strong>de</strong> Chico Buarque e<br />
Ruy Guerra (1973). Todas as canções em<br />
parceria com Ruy Guerra.<br />
Peça Mulheres <strong>de</strong> Atenas – <strong>de</strong> Augusto<br />
Boal (1976), Música – Mulheres <strong>de</strong> Atenas<br />
com Augusto Boal.<br />
Musical Saltimbancos, texto original<br />
<strong>de</strong> Sérgio Bardotti (1977). Chico fez as<br />
adaptações das canções <strong>de</strong> Luiz Enriquez<br />
e Sérgio Bardotti. A peça Saltimbancos<br />
estreou no Canecão, Rio <strong>de</strong> Janeiro em<br />
1977 com direção <strong>de</strong> Antonio Pedro com<br />
Marieta Severo e Gran<strong>de</strong> Otelo à frente<br />
do elenco.<br />
Peça Murro em Ponta <strong>de</strong> Faca <strong>de</strong><br />
Augusto Boal (1978), Música – Murro em<br />
Ponta <strong>de</strong> Faca.<br />
Peça Ópera do Malandro, <strong>de</strong> Chico<br />
Buarque (1978).<br />
Peça O Rei <strong>de</strong> Ramos, <strong>de</strong> Dias Gomes<br />
(1979), Músicas Amando sobre os Jornais e<br />
Canção <strong>de</strong> Pedroca.<br />
Peça Geni, <strong>de</strong> Marilena Ansaldi (1980),<br />
Músicas Mar e Lua e Pássara em parceria<br />
com Francis Hime.<br />
Ballet Gran<strong>de</strong> Circo Místico (1982),<br />
roteiro original <strong>de</strong> Naum Alves <strong>de</strong> Souza<br />
sobre poema <strong>de</strong> Jorge <strong>de</strong> Lima para<br />
o Ballet Guaíra <strong>de</strong> Curitiba. Todas as<br />
canções em parceria com Edu Lobo.<br />
Peça Dr. Getúlio, <strong>de</strong> Dias Gomes e<br />
Ferreira Gullar (1983), Música Dr. Getúlio,<br />
em parceria com Edu Lobo. A peça<br />
intitulada originalmente Dr. Getúlio,<br />
estreou com o nome Vargas.<br />
Peça O Corsário do Rei, <strong>de</strong> Augusto<br />
Boal (1985), todas as canções em parceria<br />
com Edu Lobo.<br />
Peça As Quatro Meninas, adaptação<br />
<strong>de</strong> Lenita Ploncynski, do romance<br />
Mulherzinhas, <strong>de</strong> Louise May (1986),<br />
Música – As Minhas Meninas.<br />
Ballet Dança da Meia-lua (1987-1988),<br />
todas as canções em parceria com Edu<br />
Lobo.<br />
Peça Suburbano Coração <strong>de</strong> Naum<br />
Alves <strong>de</strong> Souza (1989), Músicas – A Mais<br />
Bonita e É Tão Simples.<br />
Musical Cambaio, <strong>de</strong> Adriana Falcão e<br />
João Falcão (2001).<br />
CANÇÕES PARA CINEMA<br />
O Anjo Assassino, <strong>de</strong> Dionísio Azevedo<br />
(1966). Música original do filme.<br />
Filme Garota <strong>de</strong> Ipanema, <strong>de</strong> Leon<br />
Hirszman (1967). Música – Um Chorinho.<br />
Filme Quando o Carnaval Chegar, <strong>de</strong><br />
Cacá Diegues (1972).<br />
Filme Joana Francesa, <strong>de</strong> Cacá Diegues<br />
(1973). Música: Joana Francesa.<br />
Filme Vai Trabalhar Vagabundo, <strong>de</strong><br />
Hugo Carvana (1975). Músicas: Vai<br />
Trabalhar Vagabundo e Flor da Ida<strong>de</strong>.<br />
Filme A Noiva da Cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Alex Viany<br />
(1975-1976). Músicas: A Noiva da Cida<strong>de</strong>,<br />
Quadrilha e Passaredo, todas em parceria<br />
com Francis Hime.<br />
Filme Dona Flor e seus Dois Maridos,<br />
<strong>de</strong> Bruno Barreto (1976). Músicas: O Que<br />
Será (À Flor da Pele), O Que Será (À Flor<br />
da Terra) e O Que Será (Abertura).<br />
Filme Se Segura Malandro, <strong>de</strong><br />
Hugo Carvana (1977). Música: Feijoada<br />
Completa.<br />
Filme Bye, Bye Brasil <strong>de</strong> Cacá Diegues<br />
(1979). Canção homônima ao título do<br />
filme, feita em parceria com Roberto<br />
Menescal.<br />
Filme República dos Assassinos,<br />
<strong>de</strong> Miguel Faria Jr. (1979). Músicas Sob<br />
Medida e Não Sonho Mais.<br />
Filme Eu Te Amo, <strong>de</strong> Arnaldo Jabor<br />
(1980). Música homônima ao título do<br />
filme, feita em parceria com Tom Jobim.<br />
Filme Os Saltimbancos Trapalhões, <strong>de</strong><br />
J.B. Tanko (1981). Adaptações <strong>de</strong> canções<br />
<strong>de</strong> Luiz Enriquez e Bardotti.<br />
Filme Perdoa-me Por me traíres, <strong>de</strong><br />
Braz Chediak (1983). Música: Mil Perdões<br />
Para o filme Para Viver um Gran<strong>de</strong> Amor,<br />
<strong>de</strong> Miguel Faria Jr. (1983).<br />
Filme Ópera do Malandro, <strong>de</strong> Ruy<br />
Guerra (1985).<br />
Filme Vai Trabalhar Vagabundo II<br />
que teve o título inicialmente <strong>de</strong> Amor<br />
Vagabundo, <strong>de</strong> Hugo Carvana (1991).<br />
Música: Trapaças (1989). A música é <strong>de</strong><br />
1989, o filme só estreou em 1991, pois<br />
esse foi o período do governo Collor <strong>de</strong><br />
graves dificulda<strong>de</strong>s na cultura nacional,<br />
especialmente no cinema.<br />
Filme A Ostra e o Vento, <strong>de</strong> Walter<br />
Lima Jr. (1995). Música: A Ostra e o Vento.<br />
Filme Xangô <strong>de</strong> Baker Street, <strong>de</strong><br />
Miguel Faria Jr. (2001), baseado no<br />
livro homônimo <strong>de</strong> Jô Soares. Música:<br />
Forrobodó.<br />
Filme Lara <strong>de</strong> Ana Maria Magalhães<br />
(2002). Música: Fora <strong>de</strong> Hora, em parceria<br />
com Dori Caymmi.
Não foi tarefa fácil escolher um escritor brasileiro,<br />
é sempre assim, escolher é complicado porque<br />
significa que estamos <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado outros.<br />
Como diz Ruy Guerra, às vezes o que está <strong>de</strong> fora<br />
do quadro interessa também.<br />
A certeza que tinha é que era hora <strong>de</strong> um escritor<br />
brasileiro, um que unisse o erudito e o popular, tornar<br />
a cara do cronópio mais próximo dos trópicos, mais<br />
quente e <strong>de</strong>ntre tantos escritores geniais, cheguei ao<br />
carioca Chico Buarque <strong>de</strong> Hollanda. Chico é o filho<br />
da terra que dá orgulho, reúne qualida<strong>de</strong>s que vão<br />
além <strong>de</strong> seu magnífico talento, como dramaturgo,<br />
compositor, letrista e escritor, ele é também um<br />
homem que pensa o Brasil, arrisco dizer que mesmo<br />
seus inimigos nutrem uma admiração inconfessa pelo<br />
artista e pela pessoa que ele é.<br />
A curadoria parte da escrita, não se trata muito <strong>de</strong><br />
seleção, mas <strong>de</strong> achar as produções, se fôssemos<br />
fazer mostra sobre a carreira <strong>de</strong> Chico Buarque no<br />
cinema, seria outra coisa. O foco <strong>de</strong> <strong>Encontro</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Cronópios</strong> é a literatura latina-americana que virou<br />
filme. O papel da mostra é proporcionar a plateia<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar as criações que os<br />
diretores fizeram a partir <strong>de</strong> sua escrita, o caminho<br />
que cada diretor trilhou e daí, após as sessões, o<br />
bate-papo, a troca da plateia com os convidados que<br />
estudam cinema e literatura, essa é a essência. Vale<br />
dizer que temos aqui um pequeno panorama do<br />
cinema brasileiro, com produções <strong>de</strong> 1972 a 2012.<br />
Parti direto para seus três romances que viraram<br />
filme, Estorvo, Benjamim e Budapeste, <strong>de</strong>pois segui<br />
na direção dos roteiros assinados por ele, Quando o<br />
carnaval chegar, adaptações, Ópera do malandro e o<br />
privilégio <strong>de</strong> fazer uma sessão <strong>de</strong> pré-estreia <strong>de</strong> O<br />
Abismo Prateado <strong>de</strong> Karim Aïnoz, inspirado na letra<br />
da música “ Olhos nos olhos”. Ainda assim, algumas<br />
produções não po<strong>de</strong>rão ser exibidas. Vale dizer<br />
que temos aqui um pequeno panorama do cinema<br />
brasileiro, com produções <strong>de</strong> 1972 a 2012.<br />
Outro fato muito <strong>de</strong>licioso é que quando anunciamos<br />
que o próximo cronópio é Chico Buarque, as<br />
pessoas, não só o público feminino, ficam alegres,<br />
entusiasmadas, falam com intimida<strong>de</strong>, como se<br />
Chico fosse um amigo. Tudo isso vai ao encontro do<br />
espírito que procuro imprimir nesta mostra, bem ao<br />
gosto dos cronópios.<br />
No mais, é bastante inquietante fazer uma mostra<br />
on<strong>de</strong> o homenageado está vivo, perto, uma espécie<br />
<strong>de</strong> monstro submerso o qual não vemos, mas<br />
sabemos que está ali, que a qualquer momento po<strong>de</strong><br />
emergir! Chico Buarque é arrebatador.<br />
Andrea Claudia<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Presi<strong>de</strong>nte da República<br />
Dilma Rousseff<br />
Ministro <strong>de</strong> Estado da Fazenda<br />
Guido Mantega<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Caixa Econômica<br />
Fe<strong>de</strong>ral<br />
Jorge Fontes Hereda<br />
Realização<br />
COLETIVO JOÃO DO RIO<br />
Coor<strong>de</strong>nação Geral / Curadoria<br />
Andrea Claudia<br />
Pesquisa<br />
Andrea Claudia<br />
Claudia Grinsztein Dottori<br />
Produção Executiva<br />
Ronald Almenteiro<br />
Assistente <strong>de</strong> Produção<br />
Claudia Grinsztein Dottori<br />
Nicole Gomes<br />
Assessoria <strong>de</strong> Imprensa<br />
Zezé Sack<br />
Andrea Loureiro<br />
Revisão <strong>de</strong> Texto<br />
Luiza Miriam<br />
Programação Visual<br />
IDEIATRIP - Olavo Parpinelli<br />
Produção Gráfica<br />
ARQUIMEDES EDIÇÕES<br />
Fotos Cedidas<br />
Luz Mágica<br />
Vavy Borges<br />
Vera Baungarten<br />
Monique Gar<strong>de</strong>nberg<br />
Nexus <strong>Cinema</strong><br />
Vitrine Filmes<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Marcia Leitão<br />
Antonio Urano<br />
Rose Gar<strong>de</strong>n<br />
Antonio Carlos <strong>de</strong> Fontoura<br />
Ella Grinsztein Dottori<br />
Bruno Dallavia<br />
Marcia Nogueira<br />
Pedro Zarur<br />
Luiz Mauricio Azedo<br />
Rosângela Sodré<br />
Aida Marques<br />
Vavy Borges<br />
Vera Baungarten<br />
Flavia Celestino<br />
Rogerio Gazzaneo<br />
Nine Fischer<br />
Bernardo Santos<br />
Thereza Almenteiro Gomes<br />
Maria Cristina Cacique Zarur<br />
Marlene Bernardino<br />
Rosane Almenteiro<br />
Maria Lúcia Martins<br />
E sobretudo meus agra<strong>de</strong>cimentos<br />
pela generosida<strong>de</strong> dos diretores e<br />
pela colaboração incansável<br />
dos palestrantes.
REALIZAÇÃO APOIO<br />
PATROCÍNIO<br />
www.caixa.gov.br/caixacultural<br />
www.encontro<strong>de</strong>cronopios.com.br<br />
nexus<br />
C I N E M A<br />
CENTRO TÉCNICO AUDIOVISUAL<br />
SECRETARIA DO AUDIOVISUAL / MINISTÉRIO DA CULTURA<br />
Coletivo João Do Rio<br />
coletivo.joao.rio@terra.com.br<br />
restaurante