30/10/2005 11:19:22 O 'juridiquês' no banco dos réus ... - AMB
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se sou um pouco retrógrado ou conservador’’.<br />
Presidente da Subsecção de Santos da Ordem <strong>dos</strong> Advoga<strong>dos</strong> do Brasil (OAB), ele acredita que o ideal é o profissional adequar a<br />
linguagem à ocasião. ‘‘Quando vai explicar para um leigo, deve usar termos que ele compreenda’’.<br />
Ele concorda que o Direito tem uma forma de expressão rebuscada, mas considera essa característica natural. ‘‘É como outra<br />
linguagem técnica’’. Por isso, explica: ‘‘Não sou por completo a favor (da campanha)’’.<br />
A seu ver, o estilo não pode ser banalizado. ‘‘O Direito é um pouco conservador. Exige um cuidado. Não que ele não seja mutável, mas<br />
depois de muita discussão’’.<br />
Na faculdade<br />
Os estudantes que começam a tomar contato com a termi<strong>no</strong>logia jurídica na faculdade se assustam. Quem conta é a professora Kátia<br />
Laís Ferreira Patella, doutora em Língua Portuguesa e titular da disciplina Redação e Linguagem Jurídica, <strong>no</strong> curso da Universidade<br />
Santa Cecília (Unisanta).<br />
‘‘No primeiro a<strong>no</strong>, alguns até fazem estágio em escritórios, mas a linguagem ainda choca um pouco. Eles não estão familiariza<strong>dos</strong>’’.<br />
Após uma aula recente sobre a estrutura de petição, alguns demonstraram preocupação: ‘‘Nossa, professora, será que vamos aprender<br />
isso tudo?’’.<br />
Leis<br />
Maristela Low, que cursa o 5º a<strong>no</strong> de Direito na UniSantos, já está habituada com os termos técnicos. ‘‘É importante saber para o<br />
desempenho das atividades’’.<br />
Mas ela garante que não se sente pressionada a adotar um estilo rebuscado. ‘‘Ao contrário, os professores passam tudo com muita<br />
clareza. Nós costuma<strong>no</strong>s fazer petições e eu uso uma linguagem mais objetiva, mais simples. Eles preferem o texto mais objetivo’’.<br />
A respeito da campanha da <strong>AMB</strong>, ela tem uma proposta que vai além das petições e das sentenças. ‘‘As leis também devem ser<br />
simplificadas. Se um cidadão cometer uma infração, ele não pode alegar desconhecimento da lei. Isso não é considerado em seu favor.<br />
Mas como? Se a lei não é escrita numa linguagem acessível a to<strong>dos</strong>?’’.