Capítulo 8 - Ecologia e Gestão Ambiental
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Hidrelétricas planejadas no rio Xingu como fontes de gases do efeito Estufa: Belo Monte (Kararaô) e ... Tenotã-Mõ - Parte III - <strong>Capítulo</strong> 8<br />
212<br />
iniciais diminuirão na medida em que eles são progressivamente<br />
exauridos e, nos anos posteriores,<br />
o carbono somente estará disponível de fontes<br />
renováveis, tais como as macrófitas e o<br />
recrescimento na zona de deplecionamento (assim<br />
como também o carbono do solo que entra<br />
no reservatório oriundo de erosão rio acima).<br />
Estão faltando estudos para quantificar o papel relativo<br />
de diferentes fontes de carbono. No caso do<br />
reservatório de Petit Saut, na Guiana francesa, Galy-<br />
Lacaux et al. (1999) acreditam que o carbono do<br />
solo é a fonte principal nos primeiros anos. O estoque<br />
de carbono instável do solo é relativamente<br />
grande, comparado aos outros estoques de carbono<br />
facilmente degradado. O presente cálculo usa o<br />
estoque de carbono instável (hidrossolúvel) do solo<br />
de 54 Mg C/ha medido nos 60 cm superficiais de<br />
um Ultisolo amazônico típico (Trumbore et al., 1990,<br />
pág. 411). Suposições relativas à taxa de decomposição<br />
dos estoques produzem um total teórico para<br />
o carbono liberado na água na forma de CH 4 . Considerando<br />
o efeito de diluição pelos influxos de água<br />
para o reservatório, a quantidade de carbono que<br />
se decompõe anaerobicamente por bilhão de<br />
metros cúbicos de água pode ser calculada. Esta<br />
quantidade foi calculada para dois reservatórios<br />
existentes em áreas de floresta tropical (Petit Saut<br />
e Tucuruí) e relacionado à concentração de CH 4<br />
na água a uma profundidade padronizada (30 m)<br />
nos mesmos reservatórios.<br />
A quantidade de carbono que se decompõe anaerobicamente<br />
é a soma das porções que se decompõe<br />
de folhas originais e liteira de foliça, carbono<br />
instável do solo, macrófitas não encalhadas e vegetação<br />
inundada na zona de deplecionamento.<br />
A quantidade de água é o volume do reservatório<br />
ao final do mês, mais os influxos durante o mês e<br />
o mês anterior. A quantidade de carbono que se<br />
decompõe anaerobicamente (calculada de acordo<br />
com as suposições dadas acima) relacionada à<br />
concentração de CH 4 aos 30 m de profundidade é<br />
mostrada na Figura 2. Os dados de concentração<br />
são de Petit Saut (Galy-Lacaux et al., 1999), com a<br />
exceção do ponto extremo no lado esquerdo, com<br />
6 mg CH 4 /litro aos 30 m de profundidade, que é<br />
de Tucuruí (J.G. Tundisi, citado por Rosa et al.,<br />
1997, pág. 43). A faixa de valores para a quantidade<br />
de carbono que se decompõe anaerobicamente<br />
é dividido em três segmentos para o cálculo da<br />
concentração de CH 4 aos 30 m de profundidade<br />
(equações 1-3).<br />
Para decomposição anaeróbica = 684,4 Mg C/bilhão<br />
de m3 de água:<br />
Y = 0,00877 X (eq. 1)<br />
Para decomposição anaeróbica entre 684,5 e<br />
15.000 Mg C/bilhão de m3 de água:<br />
Y = 0,000978 X + 6 (eq. 2)<br />
Para decomposição anaeróbica > 15.000 Mg C/<br />
bilhão de m3 de água:<br />
Y = 20 (eq. 3)<br />
Onde: X = decomposição anaeróbica (Mg C/bilhão<br />
de m3 de água)<br />
Y = concentração de CH aos 30 m de profundi-<br />
4<br />
dade (mg/litro)<br />
A razão entre a concentração de metano a diferentes<br />
profundidades e a concentração aos 30<br />
metros depende da idade do reservatório, já que<br />
esta razão muda com o passar do tempo à medida<br />
Figura 2 - Concentração de Ch 4 aos 30 m de profundidade versus Mg C/bilhão de m 3 de água