“NÃO FOMOS CONVIDADOS”, DIZ PEDRO GODINHO SOBRE A ...
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cidade<br />
cidade@jornaldametropole.com.br<br />
Assalto na fila<br />
Centenas de pessoas que procuram diariamente o<br />
serviço do Núcleo de Atendimento Jurídico da Baixa<br />
dos Sapateiros sofrem com o abandono e os assaltos,<br />
que são frequentes no local.<br />
Projeto parado<br />
O projeto de revitalização da Baixa dos Sapateiros é<br />
do arquiteto João Figueiras Lima (Lelé) e foi apresentado<br />
em 2009, na gestão do antigo secretário da Cultura,<br />
Márcio Meirelles.<br />
Em baixa<br />
Esquecida, região da Baixa dos Sapateiros é sinônimo de insegurança, decadência e mendicância<br />
Na região da Baixa dos Sapateiros, o antigo ‘point’ de comércio e lazer deu lugar a lojas populares, usuários de crack, edificações malconservadas, desenhando um cenário melancólico<br />
Fotos Darío Guimarães<br />
Texto Mariele Góes<br />
mariele.goes@jornaldametropole.com.br<br />
“NA BAIXA DOS SAPATEI-<br />
ROS, eu encontrei um dia a morena<br />
mais frajola da Bahia”. Os<br />
versos do mestre Ary Barroso<br />
foram feitos nos tempos áureos<br />
da região, que tinha grande importância<br />
econômica e era um<br />
dos ‘points’ da cidade, por onde<br />
passava diariamente um fluxo<br />
grande de pessoas motivadas<br />
pelo comércio e pelo lazer. Hoje,<br />
a situação é muito diferente.<br />
Se fosse buscar inspiração<br />
por lá atualmente, o compositor<br />
só acharia abandono e decadência.<br />
O movimento no local<br />
ainda é relativamente grande,<br />
mas quem circula pela Avenida<br />
José Joaquim Seabra (Baixa<br />
dos Sapateiros) é obrigado a<br />
conviver com lixo, insegurança,<br />
confusão nas calçadas e a abor-<br />
dagem constante<br />
de moradores de<br />
rua e usuários de<br />
drogas. A decadência<br />
começou com<br />
a mudança do eixo comercial<br />
de Salvador para a região do<br />
Iguatemi, na década de 70, e<br />
Cinemas<br />
tradicionais deram<br />
lugar a produção<br />
de má qualidade<br />
com a construção da Estação<br />
da Lapa, na década de 80, que<br />
assumiu boa parte do fluxo dos<br />
transportes coleti-<br />
vos antes concentrados<br />
na Estação<br />
da Barroquinha.<br />
Colocado para<br />
escanteio, o local assistiu a<br />
suas lojas se transformarem<br />
em comércios populares me-<br />
nos lucrativos, calçadas serem<br />
invadidas por ambulantes e<br />
cinemas, como o Cineteatro<br />
Jandaia, o Cine Tupi e o Cine<br />
Pax, sumirem ou terem as telas<br />
povoadas por filmes pornográficos<br />
e de baixa qualidade<br />
para se manter. A isso tudo se<br />
somou o descaso das autoridades,<br />
desenhando o cenário melancólico<br />
visto atualmente.<br />
Salvador, 12 de agosto de 2011