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Português I 2º ano - Colégio Odete São Paio

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“Sem limites para crescer”<br />

OBJETIVAS<br />

Texto para as questões 1 e 2.<br />

Nome: ___________________________________________________________ nº _____<br />

Professor(a): _____________________ Série: 2ª Ens. Médio Turma:_________<br />

Data: _____/_____/2013 Desconto Ortográfico: ________ Nota: ________<br />

Exercícios de <strong>Português</strong> I – <strong>2º</strong> <strong>ano</strong><br />

"Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo<br />

livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas<br />

bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.<br />

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos.<br />

De água e luz ele faz seu esplendor, seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh<br />

minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a<br />

luz do teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico."<br />

(Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas)<br />

1) Nas três "considerações" do texto, o cronista preserva, como elemento comum, a idéia de que a<br />

sensação de esplendor:<br />

(a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera;<br />

(b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados;<br />

(c) decorre da predisposição de quem está apaixonado;<br />

(d) projeta-se além dos limites físicos do que a motivou;<br />

(e) resulta da imaginação com que alguém vê a si mesmo.<br />

2) Atente para as seguintes afirmações:<br />

I - O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam algum grau de ilusão.<br />

II - O ser que ama sente refletir em si mesmo um atributo do ser amado.<br />

III - O aparente despojamento da obra de arte oculta os recursos complexos de sua elaboração.<br />

De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas:<br />

(a) as afirmações I e III estão corretas; (b) as afirmações I e II estão corretas;<br />

(c) as afirmações II e III estão corretas; (d) a afirmação I está correta; (e) a afirmação II está correta.<br />

Leia a reportagem para responder a questão 3<br />

“Eles também ficam grávidos<br />

Acabou o privilégio feminino. Os homens também passam por alterações hormonais durante a gravidez da<br />

companheira. De acordo com um estudo canadense feito com 34 casais, quando a mulher está grávida o homem sofre<br />

uma diminuição do hormônio testosterona (influencia a agressividade masculina) e um aumento da prolactina, do<br />

estradiol — considerados hormônios femininos, e do cortisol. Essas alterações são progressivas e normalizam após o<br />

parto. A função delas,<br />

segundo os pesquisadores, seria a de tornar os futuros papais mais preparados para acompanhar a gestação e cuidar do<br />

bebê.”<br />

Istoé, 12 de janeiro de 2000.<br />

3) Assinale a alternativa que apresenta a correta relação de sentido que a oração “De acordo com um<br />

estudo canadense feito com 34 casais” exerce no texto apresentado.<br />

(a) Concessão.<br />

(b) Conformidade.<br />

(c) Proporção.<br />

(d) Conseqüência.


(e) Condição.<br />

Observe a charge e responda as questões 4 e 5.<br />

Nossos filhos<br />

4) De acordo com a leitura do texto, escolha a alternativa correta.<br />

(a) As crianças de hoje perderam o respeito pelos adultos e não lhes obedecem, sendo necessário aos<br />

pais reeducar os filhos para que estes, futuramente, não se tornem jovens assaltantes.<br />

(b) O mau desempenho das crianças na escola está exclusivamente relacionado à falta de atenção dos<br />

pais, que passam mais tempo em frente à TV do que cuidando da educação dos filhos.<br />

(c) A televisão tem contribuído para tornar as pessoas mais agressivas, na medida em que expõe uma<br />

programação que banaliza a violência e deixa os sujeitos insensíveis.<br />

(d) A mensagem veiculada nos dois quadros poderia ser substituída pelo ditado: “Dize-me com quem<br />

andas e te direi quem és.” mantendo-se a ideia expressa no texto original.<br />

(e) Os atos infratores cometidos pelos jovens podem estar relacionados à falta de diálogo na família e ao<br />

mau exemplo dos pais.<br />

5) Aparece uma oração subordinada no segundo quadrinho. Qual sua classificação?<br />

(a) substantiva subjetiva<br />

(b) substantiva objetiva direta<br />

(c) substantiva apositiva<br />

(d) adjetiva restritiva<br />

Leia o trecho a seguir, do médico Dráuzio Varella, e faça o que se pede nas questões 6 e 7.<br />

A preguiça humana<br />

(...) Pessoas instruídas estão cansadas de ler a respeito dos benefícios que a atividade física traz para o corpo<br />

hum<strong>ano</strong>: melhora as condições cardiorrespiratórias, reduz o risco de doenças cardiovasculares, reumatismo, diabetes,<br />

hipertensão arterial, câncer, degenerações neurológicas etc.


Por que, então, preferem aguardar pacientemente a descer um lance de degraus à custa das próprias pernas? Por uma<br />

razão simples: o exercício físico vai contra a natureza humana. (...)<br />

A preguiça para movimentar o esqueleto não é privilégio de nossa espécie: nenhum animal adulto gasta energia à toa.<br />

(...) A escassez milenar de alimentos na natureza fez com que os animais adotassem a estratégia de reduzir o<br />

desperdício energético ao mínimo.<br />

(...) [Portanto,] se você é daquelas pessoas que espera a visita da disposição física para começar a fazer exercícios com<br />

regularidade, desista. Ela jamais virá. Disposição para sair da cama todos os dias, calçar o tênis e andar até o suor<br />

escorrer pelo rosto, nenhum mortal tem. Ou você encara a atividade física com disciplina militar, ou esqueça-se dela.<br />

Na base do quando der eu faço, nunca dará.<br />

6) Assinale a alternativa que interpreta o texto de forma correta.<br />

(a) Como a atividade física vai contra a natureza humana, Dráuzio Varella aconselha não praticá-la.<br />

(b) Sabendo dos benefícios da atividade física, praticá- la com disciplina é antídoto à preguiça natural do<br />

ser hum<strong>ano</strong>.<br />

(c) A preguiça de fazer exercícios físicos surgiu entre seres hum<strong>ano</strong>s apenas na sociedade moderna.<br />

(d) A comparação com a vida dos animais serve para conscientizar-nos de que precisamos poupar energia<br />

como eles.<br />

(e) Influenciada pela escassez de alimentos dos dias atuais, a população mundial deixou de fazer<br />

exercícios físicos.<br />

7) A conjunção grifada no texto marca qual oração subordinada?<br />

(a) substantiva subjetiva<br />

(b) adjetiva restritiva<br />

(c) adjetiva explicativa<br />

(d) adverbial causal


Leia o poema abaixo:<br />

Vamos até a Matriz de Antônio Dias<br />

onde repousa, pó sem esperança, pó sem lembrança, o Aleijadinho.<br />

Vamos subindo em procissão a lenta ladeira.<br />

Padres e anjos, santos e bispos nos acompanham<br />

e tornam mais rica, tornam mais grave a romaria de assombração.<br />

Mas já não há fantasmas no dia claro,<br />

tudo é tão simples,<br />

tudo tão nu,<br />

as cores e cheiros do presente são tão fortes e tão urgentes<br />

que nem se percebem catingas e rouges, boduns e ouros do século 18.<br />

(O vôo sobre as igrejas, Carlos Drumond de Andrade)<br />

8) O “que” do verso 10 apresenta o valor semântico de:<br />

(a) explicação;<br />

(b) condição;<br />

(c) conformidade;<br />

(d) conseqüência;<br />

(e) lugar.<br />

Texto para as questões 9 e 10<br />

O sabão em pó Omo, da Unilever, lançado aqui no Brasil por volta dos <strong>ano</strong>s 60, possuía a seguinte<br />

comunicação:<br />

9) No enunciado “A alvura que só OMO dá torna o sabão antiquado!”, temos:<br />

(a) Um período composto por orações que se ligam por meio de um conectivo de subordinação e a oração<br />

subordinada é adverbial causal.<br />

(b) Um período composto por orações que se ligam por meio de um conectivo de coordenação e a oração<br />

coordenada é explicativa.


(c) Um período composto por orações que se ligam por meio de um conectivo de subordinação e a oração<br />

subordinada é adverbial consecutiva.<br />

(d) Um período composto por orações que se ligam por meio de um conectivo de subordinação e a oração<br />

subordinada é adjetiva restritiva.<br />

(e) Um período composto por orações que se ligam por meio de um conectivo de subordinação e a oração<br />

subordinada é adjetiva explicativa.<br />

10) Se o anúncio fosse divulgado em veículos diferentes e, por um erro de impressão, apresentasse dois<br />

enunciados distintos, como os expostos a seguir, seria correto afirmar que:<br />

I - A alvura que OMO dá torna o sabão antiquado.<br />

II - A alvura, que OMO dá, torna o sabão antiquado.<br />

(a) O enunciado I informa que apenas a alvura de OMO é capaz de tornar o sabão antiquado, enquanto<br />

que o enunciado II informa que toda e qualquer alvura é dada por OMO e por isso todo sabão é<br />

antiquado.<br />

(b) O enunciado I informa que toda e qualquer alvura é dada por OMO e por isso todo sabão é antiquado,<br />

enquanto que o enunciado II informa que apenas a alvura de OMO é capaz de tornar o sabão antiquado.<br />

(c) Tanto o enunciado I como o enunciado II informam que toda e qualquer alvura é dada por OMO e<br />

por isso todo sabão é antiquado.<br />

(d) Tanto o enunciado I como o enunciado II informam que apenas a alvura de OMO é capaz de tornar<br />

o sabão antiquado.<br />

(e) Tanto o enunciado I como o enunciado II informam que toda e qualquer alvura é dada por OMO e<br />

por isso todo sabão é antiquado como também que apenas a alvura de OMO é capaz de tornar o sabão<br />

antiquado.<br />

11)<br />

Muitos textos humorísticos utilizam a analogia como recurso cômico. Qual das alternativas abaixo contém<br />

uma analogia efetivamente utilizada na charge de Daniel Paz?<br />

(a) O anjinho é representado como um cientista.<br />

(b) Os cientistas são representados como hackers.<br />

(c) Os hackers são representados como seres celestes.<br />

(d) O ser hum<strong>ano</strong> é representado como um ser divino.<br />

As questões 12 e 13 referem-se ao fragmento do conto Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector.<br />

Felicidade clandestina


Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme,<br />

enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto,<br />

com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco<br />

aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em<br />

mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas<br />

pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que<br />

talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos<br />

odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma<br />

ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a<br />

implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim<br />

uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.<br />

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E<br />

completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o<br />

emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar<br />

num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.<br />

12) Marque a alternativa que possui ideias desenvolvidas no texto Felicidade clandestina.<br />

I – A autora do texto era gorda, baixa e sardenta.<br />

II – O pai da autora do texto era dono de livraria.<br />

III – A narradora do texto, Felicidade clandestina, possuía a obra As Reinações de Narizinho, de Monteiro<br />

Lobato.<br />

IV – As Reinações de Narizinho, segundo a narradora do texto, era o sonho dela quando menina.<br />

Estão corretas:<br />

(a) I e II. (b) I, II e III. (c) Apenas a III. (d) III e IV (e) Somente a IV.<br />

13) Marque a alternativa que define sintaticamente a oração sublinhada no seguinte trecho: “Como<br />

casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.” (linha 11)<br />

(a) Oração subordinada substantiva objetiva direta.<br />

(b) Oração subordinada adjetiva restritiva.<br />

(c) Oração coordenada adversativa.<br />

(d) Oração subordinada substantival objetiva direta.<br />

(e) Oração subordinada adverbial final.<br />

Texto para as questões de 14 e 15<br />

Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados<br />

às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos<br />

sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas<br />

modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as<br />

muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma,<br />

como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as<br />

outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação.<br />

Celso Cunha. Nova gramática do português<br />

contemporâneo. Adaptado.<br />

14) Depreende-se do texto que uma determinada língua é um:<br />

(a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser<br />

considerada exemplar.<br />

(b) sistema de signos estruturado segundo as normas instituídas pelo grupo de maior prestígio social.<br />

(c) conjunto de variedades linguísticas cuja proliferação é vedada pela norma culta.<br />

(d) complexo de sistemas e subsistemas cujo funcionamento é prejudicado pela heterogeneidade<br />

social.<br />

(e) conjunto de modalidades linguísticas, dentre as quais algumas são dotadas de normas e outras não<br />

o são.


15) Considere as seguintes afirmações sobre os quatro períodos que compõem o texto:<br />

I. Tendo em vista as relações de sentido constituídas no texto, o primeiro período estabelece uma causa<br />

cuja consequência aparece no segundo período.<br />

II. O uso de orações subordinadas, tal como ocorre no terceiro período, é muito comum em textos<br />

dissertativos.<br />

III. Por formarem um parágrafo tipicamente dissertativo, os quatro períodos se organizam em uma<br />

seqüência constituída de introdução, desenvolvimento e conclusão.<br />

IV. O procedimento argumentativo do texto é dedutivo, isto é, vai do geral para o particular.<br />

Está correto apenas o que se afirma em<br />

(a) I e II.<br />

(b) I e III.<br />

(c) III e IV.<br />

(d) I, II e IV.<br />

(e) II, III e IV.<br />

(ENEM ) Leia o texto seguinte:<br />

Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.<br />

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter<br />

consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas.<br />

Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o<br />

crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis<br />

na agricultura de vários países.<br />

O Estado de <strong>São</strong> Paulo, 20 set. 1992, p.32.<br />

16) O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa<br />

perspectiva, conclui-se que:<br />

(a) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.<br />

(B) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do<br />

texto.<br />

(C) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6, reforçam a<br />

ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.<br />

(D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez que<br />

se fala em “estudo” no título do texto.<br />

(E) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2,<br />

reforçando a ideia de catástrofe.<br />

17)<br />

SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.<br />

O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente<br />

chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada primordialmente<br />

pela<br />

(a) transcrição da fala característica de áreas rurais.<br />

(b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.


(c) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.<br />

(d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urb<strong>ano</strong>s.<br />

(e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.<br />

(ENEM)<br />

A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser<br />

encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se<br />

interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se<br />

manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas.<br />

SIMURRO, S. A. B. Ser gentil é ser saudável. Disponível em: http://www.abqv.org.br.<br />

Acesso em: 22 jun. 2006 (adaptado).<br />

18) No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as regras de boa educação. A argumentação<br />

construída:<br />

(a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações de causa e de consequência.<br />

(b) descreve condições para a ocorrência de atitudes educadas.<br />

(c) indica a finalidade para qual a gentileza pode ser praticada.<br />

(d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal.<br />

(e) mostra oposição e acrescenta ideias.<br />

(ENEM)<br />

O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de<br />

uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que tal?<br />

Gosta desse quadro?”<br />

E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá ao cabôco da roça; “Mas pelo amor de Deus, heim dotô! Que<br />

muié feia! Parece fiote de cruis-credo, parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de cego no escuro.”<br />

Ao que o delegado não teve como deixar de confessar uma pouco secamente: “É a minha mãe.” E o cabôco, em<br />

cima da bucha, não perde a linha: “mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.”<br />

BOLDRIN, R.<strong>São</strong> Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, nº 62, 2004 (adaptado)<br />

19) Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero<br />

(a) anedota, pelo enredo e humor característicos.<br />

(b) crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidi<strong>ano</strong>.<br />

(c) depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.<br />

(d) relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos.<br />

(e) reportagem, pelo registro impessoal de situações reais<br />

(ENEM)<br />

XAVIER, C. Quadrinho quadrado.<br />

20) Tendo em vista a segunda fala do personagem entrevistado, constata-se que:


(a) o entrevistado deseja convencer o jornalista a não publicar um livro.<br />

(b) o principal objetivo do entrevistado é explicar o significado da palavra motivação.<br />

(c) são utilizados diversos recursos da linguagem literária, tais como a metáfora e a metonímia.<br />

(d) o entrevistado deseja informar de modo objetivo o jornalista sobre as etapas de produção de um livro.<br />

(e) o principal objetivo do entrevistado é evidenciar seu sentimento com relação ao processo de produção<br />

de um livro.<br />

DISCURSIVAS<br />

Observe a tirinha abaixo e responda:<br />

21) A oração destacada é coordenada ou subordinada? Justifique sua resposta.<br />

__________________________________________________________________________________<br />

Enfocando a estrutura sintática desse fragmento de letra poética abaixo, responda:<br />

“Você não sente, não vê<br />

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo,<br />

Que uma nova mudança em breve vai acontecer:<br />

O que há algum tempo era jovem, novo, hoje é antigo<br />

E precisamos todos rejuvenescer.”<br />

( Belchior)<br />

22) Em que período do texto se identifica uma oração subordinada substantiva objetiva direta? Ela<br />

funciona como objeto direto de que verbo?<br />

____________________________________________________________________________________<br />

Texto para a próxima questão:<br />

O chefe da estação me olhou de cara feia, e me deu a passagem e o troco. Bateu com a prata na mesa. Se fosse<br />

falsa, estaria perdido. Guardei o cartão com ganância no bolso da calça. A estação se enchera. Um vendedor de bilhete<br />

me ofereceu um. Não desconfiava de mim. O chefe foi que me olhou com a cara fechada. Já se ouvia o apito do trem.<br />

Cheguei para o lugar onde paravam os carros de passageiros. E o barulho da máquina se aproximando. Estava com<br />

medo, com a impressão de que chegasse uma pessoa para me prender. Ninguém saberia. E o trem parado nos meus<br />

pés. Tomei o carro num banco do fim, meio escondido. O Padre Fileto me viu. Tirava esmolas para a obra da igreja.<br />

– Não foi para a parada?<br />

– Não senhor, vou ver o meu avô que está doente.<br />

A mesma mentira saída da boca automaticamente. Os meninos passavam vendendo tareco 1 . Quis comprar um<br />

pacote, mas estava com receio. Qualquer movimento de minha parte me parecia uma denúncia. O homem do bilhete<br />

voltou outra vez me oferecendo. Num banco da minha frente estava um sujeito me olhando. Sem dúvida, passageiro<br />

do trem. E me olhando com insistência. Levantou-se e veio falar comigo:<br />

– Menino, que querem dizer estas letras?<br />

– Instituto Nossa Senhora do Carmo.<br />

– Pensei que fosse “Isto não se conhece”...


Ri-me sem querer. E as outras pessoas acharam graça. Pedi a Deus que o trem partisse. Por que não partira<br />

aquele trem? Meu boné me perderia. Podia ter vindo de chapéu. Nisto vi Seu Coelho. Entrei disfarçando para a latrina<br />

do trem. E não vi mais nada. Só saí de lá quando vi pelo buraco do aparelho a terra andando. Sentei-me no mesmo<br />

lugar. Vi a cadeia, o cemitério.(...)<br />

E o Pilar chegando. O Recreio do Coronel Anísio, com a sua casa na beira da linha. E a gente já via a igreja. O<br />

trem apitava para o sinal. Passou o poste branco. Saltei do trem como se tivesse perdido o jeito de andar. Escondi-me<br />

do moleque do engenho. O trem saía deixando no ar um cheiro de carvão de pedra. Lá se ia Ricardo com os jornais<br />

para o meu avô. Faltava-me coragem para bater na porta do engenho como fugitivo.<br />

E fui andando à toa pela linha de ferro. Que diria quando chegasse no engenho? Lembrei-me então que pela<br />

linha de ferro teria que atravessar a ponte. E desviei-me para a caatinga. Pegaria mais adiante o mesmo caminho.<br />

Estava pisando em terras do meu avô. O engenho de Seu Lula mostrava o seu bueiro pequeno, com um pedaço caído.<br />

Que diabo diria no Santa Rosa, quando chegasse? Era preciso inventar uma mentira.<br />

Fiquei parado pensando um instante. Achei a mentira com a alegria de quem tivesse encontrado um roteiro<br />

certo. Sonhara que meu avô estava doente e não pudera aguentar o aperreio do sonho. E fugira. Achariam graça e tudo<br />

se acabaria em alegria. Mas cadê coragem para chegar? Já me distanciava pouco da minha gente. O bueiro do Santa<br />

Rosa estava ali perto, com a sua boca em diagonal. Subia fumaça da destilação. Com mais cinco minutos estaria lá.<br />

Era só atravessar o rio. Fiquei parado pensando. O rio dava água pelos joelhos. O gado do pastoreador passava para o<br />

outro lado. E cadê coragem para agir? E o tempo a se sumir. E a tarde caindo. A casa-grande inteira brigaria comigo.<br />

No outro dia José Ludovina tomaria o trem para me levar. E o bolo, e os gritos de Seu Maciel. Vou, não vou, como as<br />

cantigas dos sapos na lagoa.<br />

Um trem de carga apitou na linha. Tirei os sapatos, arregaçando as calças para a travessia. A porteira do<br />

cercado batia forte no mourão 2 . E no silêncio da tarde, tudo aumentava de voz. (...)<br />

Vocabulário:<br />

1 tareco - biscoito<br />

2 mourão - estaca<br />

JOSÉ LINS DO RÊGO<br />

Doidinho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.<br />

23) (Uerj 2011) Os trechos transcritos abaixo exemplificam o emprego do mesmo conectivo “e” para<br />

exprimir diferentes relações temporais entre dois fatos.<br />

E o barulho da máquina se aproximando. (...) E o trem parado nos meus pés. (1º parágrafo)<br />

E o tempo a se sumir. E a tarde caindo. (11º parágrafo)<br />

Aponte o significado desse conectivo. Em seguida, explicite a relação temporal dos fatos em cada um dos<br />

trechos.<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

Texto para as questões 24 e 25<br />

Corinthians (2) vs Palestra (1)<br />

Prrrrii!<br />

- Aí, Heitor!<br />

A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.<br />

A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:<br />

- Aaaah!<br />

Miquelina cravava as unhas no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mi1 pessoas. De<br />

olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.<br />

Delírio futebolístico no Parque Antártica.<br />

Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se,<br />

esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um segundo.<br />

Não parava.


- Neco! Neco!<br />

Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.<br />

- Gooool! Gooool!<br />

(...)<br />

(Novelas Paulistanas)<br />

24) Há no texto, mais de uma voz. Uma das vozes é a do narrador, que conta a história. De quem são as<br />

outras vozes que aparecem no texto?<br />

____________________________________________________________________________________<br />

25) Observe o penúltimo parágrafo. Que tipo de coordenada predomina?<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

Observe a charge abaixo relativa as questões 26 e 27:<br />

26) “Pois tirem o pirata e tragam o original”. Como o senhor de terno azul espera que essa ordem seja<br />

entendida por seus auxiliares? Como os auxiliares interpretam a ordem dada?<br />

___________________________________________________________________________________<br />

27) Indique o valor semântico da conjunção presente na charge.<br />

____________________________________________________________________________________


Observe o texto abaixo para as questões 28 a 30:<br />

(Faap-1996) Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o<br />

passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda<br />

úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.<br />

Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios,<br />

mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.<br />

Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, o cachimbo a seu lado tinha apagado. Um rapaz de bigode<br />

pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe<br />

retiraram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma saiu do canto da boca.<br />

Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de<br />

uma porta à outra, as crianças foram acordadas e vieram de pijama às janelas. O senhor gordo repetia que Dario<br />

sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via<br />

guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele.<br />

Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo transportou-o na direção do táxi<br />

estacionado na esquina. Já tinha introduzido no carro metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele morresse<br />

na viagem? A turba concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado à parede - não tinha<br />

os sapatos e o alfinete de pérola na gravata.<br />

( Dalton Trevisan)<br />

28) "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (4)embora não pudesse ver.”<br />

Como é chamada a oração (1) ?<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

29) Como é classificada a oração (2)?<br />

____________________________________________________________________________________<br />

30)”Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma saiu do canto da<br />

boca.”<br />

Identifique a oração adverbial deste período, classificando-a.<br />

___________________________________________________________________________________<br />

Observe a tirinha e responda à questão.<br />

31) Considere as frases: “Você tem talento pra cozinha!” e “Você devia fazer um curso de<br />

gastronomia!”. Ligue-as por coordenação, estabelecendo uma relação de conclusão e de<br />

explicação.<br />

_____________________________________________________________________________________


Leia o quadrinho abaixo para as questões 32 e 33:<br />

32) Que idéia você tem da receita, lendo somente o 1º e o <strong>2º</strong> quadrinho? Justifique.<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

33) Que remédio o doutor passou para Helga? Por quê?<br />

_____________________________________________________________________________________<br />

(PUC) Texto para as questões 34 e 35.<br />

A diferença entre a vaidade e o orgulho consiste em que este é uma convicção bem firme de<br />

nossa superiorida de em todas as coisas; a vaidade, pelo ontrário, é o desejo que temos de<br />

despertar nos outros esta persuasão, com a esperança secreta de chegar por fim a convencer a<br />

nós mesmos. O orgulho tem, pois, origem numa convicção interior e, portanto, direta; a<br />

vaidade é a tendência de adquirir a auto-estima do exterior e, portanto, indiretamente. A<br />

vaidade é faladora, o orgulho silencioso. Mas o homem vaidoso deveria saber que a alta<br />

opinião dos outros, alvo de seus esforços, se obtém mais facilmente por um silêncio<br />

contínuo do que pela palavra, mesmo quando há para dizer as coisas mais lindas. Não é<br />

orgulhoso quem quer; pode-se, no máximo, simular o orgulho, mas, como todo<br />

papel de convenção, não logrará ser sustentado até o fim. Porque é apenas a convicção<br />

profunda, firme, inabalável que se tem de possuir méritos superiores e valor excepcional que<br />

dá o verdadeiro orgulho. Esta convicção pode até ser errônea, ou fundada apenas em<br />

vantagens exteriores e de convenção, mas, se é real e sincera, em nada prejudica o orgulho.<br />

Pois o orgulho tem raízes na nossa convicção e não depende, assim como sucede com<br />

qualquer outro conhecimento, do nosso bel-prazer. O seu pior inimigo, quero dizer o seu maior<br />

obstáculo, é a vaidade, que apenas leva o indivíduo a solicitar os aplausos alheios para, em<br />

seguida, formar uma opinião elevada de si mesmo; ao passo que o orgulho supõe uma opinião<br />

já firmemente arraigada em nós. Há quem censure e critique o orgulho; esses sem dúvida nada<br />

possuem de que se orgulhar.<br />

(A. Schopenhauer. Dores<br />

do Mundo.<br />

<strong>São</strong> Paulo: Edições e<br />

Publicações Brasil, 1959 -<br />

tradução revista).<br />

34) O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2ª Edição Revista e Ampliada) lista, entre os<br />

possíveis significados de orgulho, os seguintes: (i) sentimento de dignidade pessoal; (ii) amor próprio<br />

demasiado. Na sua opinião, o autor privilegia algum desses dois sentidos na descrição que faz do orgulho?<br />

Justifique sua resposta.


35) Retire do texto um período que explicite a seguinte idéia:<br />

Há menos chance de se obter um boa imagem pública com autopromoção do que com discrição.<br />

(UNICAMP-adaptado) Tirinha para as questões 36 a 38:<br />

36) O que produz a ironia nessa tira de Hagar?<br />

37) Como você interpreta a resposta de Hagar, no segundo quadrinho da tira? Justifique.<br />

38) Aparecem duas orações subordinadas substantivas no <strong>2º</strong> quadrinho. Identifique-as.<br />

(UFTM - Leia o texto com atenção<br />

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!<br />

Não levo da existência uma saudade!<br />

E tanta vida que meu peito enchia<br />

Morreu na minha triste mocidade!<br />

Misérrimo! votei meus pobres dias<br />

À sina douda de um amor sem fruto...<br />

E minha alma na treva agora dorme<br />

Como um olhar que a morte envolve em luto.<br />

Que me resta, meu Deus? morra comigo<br />

A estrela de meus cândidos amores,<br />

Já que não levo no meu peito morto<br />

Um punhado sequer de murchas flores!<br />

(Álvares de Azevedo, Adeus, meus sonhos!; em Lira dos Vinte Anos)<br />

39) Retire do texto uma oração adverbial consecutiva.<br />

40) Qual a temática dos versos?<br />

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:<br />

O que sonhei ser e não fui<br />

Aos sete <strong>ano</strong>s, projetava que minha vida estaria resolvida aos 37. Administraria somente a felicidade. Dei o<br />

prazo de três décadas para não me preocupar. Talvez o paraíso naquela época fosse cabular temas, não ir à escola,<br />

muito menos ser submetido às provas. Não mirabolava encargos, superações e dificuldades. Até porque a vida adulta é<br />

distante, uma velhice para criança.<br />

Recordo a atmosfera do que imaginava. A sensação de alívio do futuro. A felicidade seria estável e<br />

permanente. Era uma fórmula que deveria encontrar e adotá-la no restante dos dias. Algo como a receita de galinha<br />

recheada da avó.


Uma vez feito o prato, ele se repetiria eternamente. Não enxergava o estado provisório e fugaz do sentimento,<br />

um clarão que nos ajuda a suportar depois o escuro. Hoje entendo que a felicidade é rara, relampeia, olhamos onde<br />

estão nossas coisas e seguimos tateando com mais facilidade.<br />

Não sou sinônimo de sucesso. Moro provisoriamente na residência materna, tenho duas separações, sequer<br />

possuo algum imóvel. Deixei duas vidas, duas casas, tudo que construí e acumulei ficou para trás. Caso não tivesse me<br />

divorciado, estaria confortável e poderia investir na Bolsa de Valores. Guardo a biblioteca em centenas de caixas na<br />

garagem, não há como consultar os livros. Os rendimentos são subjetivos, provados pelos extratos bancários.<br />

Mas não pretendo ser diferente, não entrarei no apartamento de amigos ricos e fingirei igualdade. Não peço<br />

emprestados outros mundos para aliviar o meu. Estou contaminado das manias para mudar.<br />

Apesar da fragilidade, não me coloco como um coitado, uma vítima de decisões erradas. A cada mês, sou<br />

obrigado a inventar um salário. É assustador e delicioso. Eu perco meu emprego todos os dias. Enviúvo compromissos<br />

e caso com expectativas. A rotina não é interrompida por finais de semana. Domingo e terça-feira são iguais. Não me<br />

formei em medicina para justificar plantões, ocupo a família com minhas desocupações.<br />

Espumo águas paradas. Qualquer desastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. 1 Sou rápido o<br />

suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas.<br />

Os filhos não se acostumaram com a atmosfera instável, acham que sofro à toa e que me alegro ainda mais à<br />

toa. A namorada tenta esclarecer as extravagâncias. Na casa dela, não consigo relaxar. Passo aspirador, lustro mesas,<br />

lavo a louça e dobro as roupas para brincar que é minha casa. Ela enlouquece, mas sua ternura atrapalha a raiva. Sinto<br />

saudade de varrer a rua. Saudade não é arrependimento.<br />

Há gente que se gaba em dizer que cumpriu o sonho dos sete <strong>ano</strong>s. Seguiram à risca a ambição de pequenos.<br />

Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão vocacional. Dessa bailarina<br />

que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na encruzilhada.<br />

Nossa cultura valoriza demais o planejamento. Como se a linha reta fosse uma virtude.<br />

Eu não fui o que minha infância traçou. Aquilo era fantasia. O que sei fazer é recomeçar e frustrar<br />

condicionamentos.<br />

Para um escritor, seria uma enorme falta de criatividade ser o que imaginei quando criança.<br />

(CARPINEJAR, Fabrício. Mulher perdigueira: crônicas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.)<br />

41) (Ufrj 2011) Na elaboração de um texto, é possível explorar os mecanismos da coordenação e da<br />

subordinação na estruturação discursiva com o intuito de conferir vigor à expressão.<br />

Explique de que modo a estruturação do sétimo e do décimo parágrafos da crônica de Fabrício Carpinejar,<br />

transcritos abaixo, está em sintonia com o conteúdo.<br />

(7º parágrafo) “Espumo águas paradas. Qualquer desastre não é trágico. Qualquer desmemória não é o fim. Sou<br />

rápido o suficiente para me digitar de novo. Desde o início. Não desmereço as frases porque já foram escritas.”<br />

(10º parágrafo) “Eu fico com dó da coerência. Desse jogador de futebol que não admitiu a confusão vocacional.<br />

Dessa bailarina que não desobedeceu ao contexto. Desse cantor que não reparou na encruzilhada.”<br />

(Ita 2004) Leia o texto abaixo e responda à questão seguinte:<br />

Solar<br />

Minha mãe cozinhava exatamente:<br />

arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas.<br />

Mas cantava.<br />

(PRADO, Adélia. "O coração disparado". Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.)<br />

42) Nesse pequeno poema, a escritora Adélia Prado consegue não só registrar um traço singular do<br />

cotidi<strong>ano</strong> da própria mãe, como também constrói dessa mulher um retrato, que apresenta duas facetas:<br />

uma, relativa à posição social e outra, ao temperamento. Particularize essas duas facetas e aponte como a<br />

estruturação sintática as instaura.<br />

(Fuvest 2004) I. Desespero meu: leitura obrigatória de livro indicado...<br />

II. Uma surpresa: tão bom, aquele livro!<br />

III. Nenhum aborrecimento na leitura.


43) Respeitando a sequência em que estão apresentadas as três frases acima, articule-as num único<br />

período. Empregue os verbos e os nexos oracionais necessários à clareza, à coesão e à coerência desse<br />

período.<br />

44) Transcreva o período abaixo, virgulando-o adequadamente:<br />

A obrigação de ler um livro como toda obrigação indispõe-nos contra a tarefa imposta mas pode ocorrer se<br />

encontrarmos prazer nessa leitura que o peso da obrigação desapareça.<br />

Observe a titinha e responda às questões seguintes:<br />

45) Aparece uma oração adverbial no 1º quadrinho. Identifique-a.<br />

46) Pode-se dizer que há período composto em todas as falas? Justifique.<br />

Leia o fragmento a seguir, extraído da crônica “Vivendo e...”, de Luis Fernando Veríssimo.<br />

Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo e desaprendendo. Não falo daquelas coisas que deixamos<br />

de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando<br />

– mesmo porque não há mais bondes andando. Falo da sabedoria desperdiçada, das artes que nos abandonaram.<br />

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001, p. 46.<br />

47) Que sentimento o autor evidencia alterando o ditado popular “Vivendo e aprendendo”?<br />

48) Aparece uma oração adjetiva no <strong>2º</strong> período. Identifique-a e classifique-a.<br />

(ENEM - adaptado) Texto para as questões 49 e 50.<br />

O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros<br />

sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador rom<strong>ano</strong> Cícero: A Arte do Envelhecimento. Cícero nota,<br />

primeiramente, que todas as idades têm seus encantos e dificuldades e depois aponta um paradoxo da humanidade.<br />

Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos <strong>ano</strong>s. Quando realizamos a meta, em vez de<br />

celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. Ler as palavras de Cícero sobre envelhecimento<br />

pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo.<br />

NOGUEIRA, P. Saúde & Bem-Estar Antienvelhecimento. ^___. 28 abr. 2008<br />

49) O autor discute problemas relacionados ao envelhecimento. Que argumentos ele usa para atingir seu<br />

objetivo?<br />

50) Transforme a oração reduzida destacada em desenvolvida, e classifique-a.

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