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Setembro de 2011 | ano XXIII | nº 912 | R$ 12,00<br />

A <strong>DIVINA</strong> <strong>COM<strong>É</strong>DIA</strong><br />

<strong>DA</strong> PROPAGAN<strong>DA</strong><br />

<strong>É</strong> <strong>HUMANA</strong><br />

OU DESUMANA?


sumário<br />

4<br />

6<br />

14 Cannes 2011<br />

Estados Unidos mantêm liderança com 7 Grand Prix<br />

50 Anunciantes<br />

Os melhores entre os melhores<br />

52 Carla Schmiztberger<br />

54 Cristina Duclos Amaral da Silveira<br />

56 Fernando Chacon<br />

58 João Batista S. Ciaco<br />

60 José Vicente Marino<br />

62 Luiz Carlos Dutra Jr.<br />

64 Maria Luisa Askar Lópes<br />

66<br />

Editorial<br />

Deuses também amam os infernos<br />

Entrevista<br />

Antonio Lino Pinto<br />

Eleitores da enquete “Os 7 melhores<br />

executivos de anunciantes do Brasil”<br />

Setembro de 2011 | ano XXIII | nº 912 | R$ 12,00<br />

A <strong>DIVINA</strong> <strong>COM<strong>É</strong>DIA</strong><br />

<strong>DA</strong> PROPAGAN<strong>DA</strong><br />

<strong>É</strong> <strong>HUMANA</strong><br />

OU DESUMANA?<br />

Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 3


editorial gisele centenaro<br />

Deuses também amam os Infernos<br />

SSem sair de uma poltrona, ou ainda que fora dela, sem<br />

abandonar a posse d’a minha alma, a propaganda leva-me,<br />

como a qualquer outro ser humano neste mundo, tanto aos Céus<br />

como aos Infernos. Quem é imune? O fazedor da propaganda?<br />

O publicitário criador, dono-pai da ideia? Ele vai também, ou<br />

ela. Para Céus e Infernos, deleitando-se ou desesperando-se ao<br />

ter diante dos olhos, por exemplo, um Grand Prix! “Pau nela”,<br />

gritam os afoitos aculturados na falta de cultura, conhecimento<br />

e perspicácia. Mas se ela pode levar um homem aos Infernos,<br />

por que não extraditá-la dos paraísos terrestres? Por que não<br />

neutralizá-la?<br />

Tomada pelo sentido global, de total abrangência, a propa-<br />

ganda faz parte da criação do mundo, isto é, vem dos primórdios<br />

do ser-pensar. <strong>É</strong> uma tremenda estupidez querer arrancar as<br />

raízes da propaganda para avaliá-la e julgá-la somente pela<br />

perspectiva da sociedade de consumo. Ela tem sua parte na<br />

constituição positiva e normatizante das comunidades. Ela tem<br />

seus deveres, ainda que, por uso da força bruta, ou do descaso, ou da<br />

inoperância, fique a propaganda, em derminadas circunstâncias,<br />

relegada ao simples saber dos “fazedores de anúncios”.<br />

Aliás, há épocas de safras tão ruins, de fato, na criação<br />

publicitária do mundo todo, seja por falta de mentes geniais entre<br />

os “inspirados”, seja por falta de verdadeiros agentes de mudanças<br />

dentre os anunciantes, que ninguém consegue mesmo distinguir<br />

como “produtivo” para consumidores e vendedores nada além de<br />

um bobo anúncio sem grandes efeitos na construção de um amanhã<br />

qualquer, motivo pelo qual vemos resultados chochos em festivais<br />

e premiações do setor de tempos em tempos.<br />

Ora, se leva aos Céus, ainda que seu contraponto leve aos<br />

Infernos, a propaganda tem grande razão em existência. E para<br />

não perdermos este contraponto, podemos nos perguntar: que<br />

cabimento há nesse alento se o homem tem de se conformar, se<br />

entreter e se formar pelo livre arbítrio? Uma provável resposta:<br />

aquilo que cabe de compaixão aos homens que nascem com<br />

oportunidades lhes estendidas para ter mais instrução que a<br />

maioria de uma população. Quem sabe mais tem, além do direito,<br />

o sentimento de obrigação de dividir o seu quinhão se, ao pousar<br />

seus olhos nos olhos de um “colega de viagem interplanetária”<br />

mais carente – justamente por lhe faltar condições para ter mais<br />

larga visão, imprescindível na hora das decisões, das escolhas –,<br />

em vez de se deixar abalar inutilmente, buscar corresponder à<br />

sua posição na “roda da fortuna”. Não se trata de decidir no<br />

lugar do outro, de convertê-lo ao caminho que creio, mas de<br />

facultar a possibilidade de exposição de ideias, de reflexão sobre<br />

elas, de escolhas feitas após um cenário mais iluminado.<br />

Viver, nos tempos de hoje, é uma comédia em face das<br />

atrocidades que nos rodeiam. Todavia, no passado, nos limites<br />

das curvas de evolução, não foi diferente essa sensação. Houve,<br />

porém, quem ajustasse a medida das coisas em momentos<br />

bastantes difíceis. Um ajuste por vezes tão delicado, contudo,<br />

fundamental: uma comédia, sim, mas D I V I N A. Se viver é uma<br />

comédia, como poderia a propaganda não ser uma comédia<br />

também? Ah! sim… o ponto de estrangulamento dessa corrente<br />

está na armadilha que faz com que a propaganda caia no<br />

buraco da comédia pueril sem alcançar a dimensão do divino,<br />

ou, ampliando o tema tratado, das divindades. Chegamos lá.<br />

E se a Mala fosse você, não uma Samsonite? A Mala lá em<br />

cima, confortavelmente sentada numa boa poltrona de avião,<br />

seja da econômica, seja da primeira, e você lá embaixo, no ir e<br />

vir, de mãos em mãos dos demônios, muitos deles os vermelhos<br />

demônios da fortuna que também o impelem a se inscrever<br />

como delegado num festival como o de Cannes, a acreditar mais<br />

na propaganda que te leva pros Infernos do que pra segurança<br />

dos Céus de uma compra não compulsiva, do cultivo da relação<br />

com uma marca socialmente responsável, da disciplina que<br />

impede o desperdício pelo consumo burro?<br />

O anúncio do corredor do inferno que está na capa desta<br />

edição, Grand Prix de 2011 no Festival de Cannes, está inspirado<br />

na Porta do Inferno, de Auguste Rodin, onde posa de pensador<br />

um mini-homem sem as chaves. Quem é mais subalterno, às<br />

vezes pária, de mecenas: os criadores da JWT Shangai (China)<br />

que fizeram o anúncio para a Samsonite ou Rodin, com tantas<br />

EXPEDIENTE: <strong>About</strong> é uma publicação da Artveras Conhecimento, Cultura e Serviços Editoriais Ltda. / PUBLISHER - Gisele Centenaro (gisele@about.com.br) / RE<strong>DA</strong>ÇÃO - Gisele Centenaro e Rafael Sampaio<br />

(rafael.sampaio@uol.com.br) / DIAGRAMAÇÃO - André Carvalho (arslonga@gmail.com) / COMERCIAL E MARKETING - Rafael Sampaio / IMPRESSÃO - RWA / DISTRIBUIÇÃO – Correios / JORNALISTA<br />

RESPONSÁVEL - Gisele Centenaro, Mtb 15.208 / RE<strong>DA</strong>ÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICI<strong>DA</strong>DE - Rua Cardoso de Almeida, 788, 11º andar, CEP 05013-001, São Paulo (SP) , Fone e Fax 55 11 3675-9065 /<br />

TIRAGEM - 5.000 exemplares<br />

obras sob encomenda, produzidas por tantos de seus aprendizes,<br />

para tornar mais requintadas vilas e mansões? E pra que pensar<br />

nessas coisas se de Céu e Inferno quem deve entender, mesmo,<br />

mais do que nós, os operários do fazer vidas serem vividas,<br />

são os Anjos e Demônios da construção dos labirintos das<br />

4 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 5<br />

consciências?<br />

Pois é. Se ao ler a manchete na capa desta <strong>About</strong> você pensou<br />

que nossa intenção era, aqui dentro, botar lenha na fogueira<br />

pela discussão sobre a “tal” desumanidade da propaganda,<br />

errou de revista. A propaganda, na nossa visão, assim como<br />

na dos sete melhores profissionais de anunciantes que nos dão<br />

a honra de participar como entrevistados desta edição, tem<br />

de ser desumana, sim. Lógico. Afinal, tudo que é divino vem<br />

de divindades, portanto, não é inspiração de mortais comuns,<br />

de humanos sem lastros nos Céus e Infernos. A comédia da<br />

propaganda somente é humana quando não é divina. E, nesse<br />

caso, é uma grande porcaria, não há dúvidas, sob sóis ou sob<br />

luas. O que nós queremos enfocar aqui é a essência e o poder<br />

da propaganda divina, da divina comédia da propaganda que<br />

transmite uma comunicação tão vivificante, tão dignificante,<br />

que chegamos a crer na superação, por meio dela, da inteligência<br />

humana. Que os deuses digam amém!


Só vale a pena<br />

trabalhar se for por prazer<br />

entrevista Antonio Lino Pinto<br />

por Rafael Sampaio<br />

fotos: Ismar Almeida<br />

Ele é o sócio discreto de uma agência discreta. Quase nunca aparece na mídia, mesmo<br />

estando ligado à Talent há três décadas, ser vice-presidente da Abap e, por diversas gestões,<br />

ser dirigente do Sindicato das Agências de São Paulo, onde também foi presidente.<br />

Seu foco tem sido colaborar com o enorme sucesso da agência à qual está ligado e, adicionalmente,<br />

ajudar a todos seus colegas empresários e dirigentes de agências a melhorar<br />

sua performance na área administrativa e financeira, campos nos quais Antonio Lino da<br />

Silva é realmente um craque de primeira grandeza. Recentemente, decidiu organizar o<br />

que tem apresentado nas muitas palestras que faz sobre gestão de agências em um livro<br />

– Pequenas agências, grandes resultados –, no qual oferece um completo e prático vade<br />

mecum sobre como gerir com maior eficiência e eficácia uma agência de publicidade.<br />

Nenhum detalhe essencial deixa de ser exposto e explicado nessa obra, a primeira já<br />

escrita sobre o tema específico no Brasil. No livro, Lino explora bastante uma situação<br />

muito comum, que é falta de atenção com a gestão por parte da maioria dos proprietários<br />

de agências e nas queixas recorrentes do pessoal de administração, que não vê grande<br />

sentido naquilo que fazem. Para eles, seja no livro, seja nas palestras e conversas, Lino<br />

sempre repete seu bordão: “Faça a sua parte. Você só tem a ganhar”.<br />

ABOUT – A história demonstra que<br />

a boa gestão de uma agência faz uma<br />

enorme diferença em termos de seu crescimento<br />

e continuidade. Ou seja, a gestão<br />

sempre foi fundamental, apesar de<br />

pouco valorizada. E agora, ela é mais<br />

relevante ainda ou é a mesma coisa?<br />

ANTONIO LINO PINTO – <strong>É</strong> mais<br />

importante, sem dúvida, porque a concorrência<br />

entre as agências é muito<br />

maior, a pressão para reduzir a remuneração<br />

nunca foi tão grande e os custos<br />

têm aumentado de forma desproporcional<br />

às receitas, pela demanda de mais<br />

serviços e maior qualidade por parte do<br />

cliente e a escassez de bons profissionais<br />

no mercado.<br />

ABOUT – O nível de rentabilidade do<br />

negócio caiu? Tem ideia de quanto?<br />

LINO – Tudo indica que caiu. Todo<br />

mundo sente na pele. Mas não se pode<br />

precisar quanto, pois como a imensa<br />

maioria das agências é limitada não<br />

existem padrões de receita e rentabilidade<br />

conhecidos. Temos apenas uma base<br />

do faturamento, que ainda por cima não<br />

é precisa. O setor tem essa falha, pois<br />

não estabelece padrões de benchmarks.<br />

ABOUT – Hoje é mais difícil abrir uma<br />

agência com chances de sucesso? Alcançar<br />

o break even point é mais duro que<br />

no passado?<br />

LINO – Já foi possível abrir uma agência<br />

sem capital e sem clientes, caso da<br />

Talent, que o Julio Ribeiro abriu sozinho,<br />

sem grandes recursos, e aí foi buscar<br />

clientes. Hoje, ou se tem o cliente<br />

base na mão, ou é preciso contar com<br />

um bom capital. Senão o negócio fica<br />

muito pequeno e desaparece muito<br />

facilmente.<br />

ABOUT – Na orelha de seu livro tem<br />

uma estatística do Sebrae que mostra<br />

que 27% das pequenas empresas desaparece<br />

no primeiro ano e 62% não chega<br />

ao quinto ano. No negócio de agência, as<br />

estatísticas seriam piores?<br />

LINO – Esse dado não existe. Mas eu<br />

acredito que é daí para mais. Vamos<br />

pegar o Cenp, por exemplo, que quando<br />

abriu, há 11 anos, credenciou perto<br />

Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 7


de 5.500 agências e hoje tem cerca de<br />

2.500 credenciadas...<br />

ABOUT – Portanto, para uma agên-<br />

cia ter chance de evoluir e permanecer<br />

ela precisa ter massa de clientes e de<br />

capital...<br />

LINO – ...e de recursos profissionais,<br />

pois a qualidade da entrega passou a<br />

ser essencial, os clientes estão cada vez<br />

mais exigentes e não está nada fácil<br />

manter a competitividade.<br />

ABOUT – O negócio de agência é como<br />

qualquer outro ou é diferente?<br />

LINO – <strong>É</strong> diferente. Pois além da en-<br />

trega racional, capaz de ser estruturada<br />

de forma objetiva, tem o lado subjetivo<br />

do talento e da criatividade. Existem<br />

outros setores que demandam isso, é<br />

claro, mas são bem poucos. Alguns de-<br />

les são mais permanentes como o nos-<br />

so. Veja a Apple, por exemplo: ela con-<br />

segue colocar um produto criativo no<br />

mercado e ele perdura por anos, com<br />

alguns incrementos. No nosso caso, po-<br />

rém, o produto criativo tem vida curta,<br />

ele se esgota rapidamente e precisa ser<br />

feito de novo.<br />

ABOUT – Sobre esse ponto, aliás, qual<br />

é a fórmula de gerir uma agência com<br />

excelência e não asfixiar a criatividade?<br />

Caso da Talent, que se destaca nos dois<br />

aspectos...<br />

LINO – Para começar, o perfil do exe-<br />

cutivo administrativo-financeiro<br />

tem de ser diferente, ele precisa ser<br />

ao mesmo tempo duro e suave. Não<br />

pode ficar implicando com horário,<br />

por exemplo, mas não pode deixar de<br />

cobrar responsabilidade financeira de<br />

todos os chefes de área. Tem de saber<br />

ponderar quando liberar recursos não<br />

previstos e quando é preciso até mesmo<br />

cortar com velocidade. <strong>É</strong> necessário<br />

fazer um orçamento bastante preciso<br />

e acompanhá-lo de perto, pois, ele<br />

sofre alterações o tempo todo e é<br />

8 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />

essencial calibrar a “sintonia fina” a<br />

cada momento. Nós, aqui na Talent,<br />

temos reuniões rigorosamente todas as<br />

semanas, quando revisamos o orçamento<br />

e tomamos as providências necessárias<br />

para manter o negócio com alto nível<br />

de lucratividade; pois sem lucro a<br />

agência desaparece muito rapidamente,<br />

já que não consegue manter sua<br />

qualidade e padrão de entrega e perde<br />

competitividade de forma imediata.<br />

ABOUT – De fato, nesse ramo se contra-<br />

ta rapidamente e se despede lentamente...<br />

LINO – Esse é um dos problemas cen-<br />

trais, pois nossa maior despesa é gente.<br />

E há dois fatores que contribuem para<br />

essa demora em fazer o que tem que ser<br />

feito: a conexão emocional entre as pes-<br />

soas que trabalham nas agências e o oti-<br />

mismo exagerado de achar que já-já vai<br />

entrar uma conta grande e tudo voltará<br />

ao normal.<br />

“A pressão<br />

para reduzir a<br />

remuneração<br />

pode comprometer<br />

o negócio<br />

de agências”<br />

ABOUT – Quais os principais desafios<br />

atuais do negócio de agência?<br />

LINO – São quatro. O primeiro é<br />

enfrentar a pressão para reduzir a<br />

remuneração, que é legítima por parte<br />

dos clientes, que têm seus próprios<br />

problemas, mas pode comprometer<br />

o negócio de agências, inclusive com<br />

prejuízos até para os anunciantes. O<br />

segundo é a concorrência pelo talento;<br />

como a atividade vem crescendo muito,<br />

a oferta de gente realmente talentosa<br />

e qualificada não tem acompanhado<br />

a demanda, o que aumenta salários<br />

e torna difícil manter as equipes<br />

de primeira linha que os clientes<br />

requerem. O terceiro é a quantidade<br />

de coisas que agora precisam ser feitas<br />

para atender as boas contas, o que<br />

pede mais tempo, gente e recursos,<br />

mas que raramente são compensadas<br />

pelos clientes em termos de comissão<br />

ou fee. E o quarto tem sido o leilão<br />

dos custos de produção, o que acaba<br />

dificultando a materialização de<br />

uma grande ideia; como você sabe,<br />

algumas delas necessitam de uma<br />

produção à altura e nem sempre o<br />

menor preço contempla a melhor<br />

qualidade; fotógrafos, produtores<br />

de trilhas e diretores de comercias<br />

têm suas características e qualidades<br />

diferenciadas e não é simples<br />

comparar os valores de cada um.<br />

ABOUT – Você acredita que o mode-<br />

lo de negócios da agência vai mudar?<br />

LINO – Não vejo isso a médio pra-<br />

zo, pois o nosso modelo é vencedor<br />

e, apesar de vez em quando falarem<br />

contra, os anunciantes percebem que<br />

o resultado é melhor para eles em<br />

termos que abrangência e qualidade<br />

de serviços. Temos veículos bastante<br />

comprometidos e que suportam esse<br />

modelo. Há uma boa quantidade de<br />

agências sólidas, que têm como man-<br />

ter o modelo. E as entidades das par-<br />

tes sempre negociam e terminam se<br />

acertando. Acredito que haverá ajus-<br />

tes, não uma revolução.<br />

ABOUT – Há diferenças significati-<br />

vas no modelo de gestão das pequenas,<br />

médias e grandes agências?<br />

LINO – Elas são poucas. <strong>É</strong> claro que<br />

nas grandes é mais sofisticado. Mas se<br />

analisarmos as médias, veremos que<br />

muitas são grandes em seus mercados<br />

e têm que operar de forma semelhan-<br />

te. E as pequenas também deveriam<br />

levar a gestão a sério, mas muitas não<br />

levam. Por isso são instáveis... E é


para elas que meu livro é destinado,<br />

prioritariamente.<br />

ABOUT – Como a agência peque-<br />

na pode se virar?<br />

LINO – Geralmente, como o dono<br />

faz de tudo, ele deixa a gestão para<br />

o final da lista e acaba fazendo isso<br />

mal. Aqueles que têm visão, portan-<br />

to, escapam dessa armadilha e dão<br />

valor à gestão, seja com recursos in-<br />

ternos, seja com opções de terceiri-<br />

zação. O que tenho reparado é que<br />

planejar o que tem que ser feito em<br />

termos de previsões, orçamentos e<br />

ações não é assim tão difícil e raro...<br />

o mais complicado e que se vê pou-<br />

co é cumprir o planejado.<br />

ABOUT – Porque você participa<br />

tão intensamente do sindicato, da<br />

Fenapro, da Abap e do Cenp?<br />

LINO – Para contribuir. O setor<br />

me deu muito e eu tenho o prin-<br />

cípio que a gente precisa devolver<br />

parte do que ganha. <strong>É</strong> quase uma<br />

obrigação que faz parte da receita<br />

do sucesso.<br />

10 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />

ABOUT – A recente questão da mudança<br />

de padrão de faturamento dos honorários<br />

de agência, que agora se recomenda que<br />

elas façam diretamente para os clientes e<br />

não através dos veículos, está resolvida?<br />

LINO – Basicamente sim. Em muitos ca-<br />

sos já era assim. Em outros, os mercados<br />

locais estão se ajustando, com a compre-<br />

ensão dos veículos. Não veja isso como<br />

um grande problema para o negócio.<br />

ABOUT – Dá para uma pessoa da área<br />

de gestão vir a ser o CEO de uma agência?<br />

LINO – Dá, temos vários casos. Glo-<br />

balmente, o mais famoso é do Martin<br />

Sorrell, que organizou e preside um dos<br />

maiores grupos de agências do mundo.<br />

No Brasil, temos o Luiz Leite, na Ogilvy;<br />

o Luis Sales e o Paulo Salles, na hoje ex-<br />

tinta Salles; o Guga Valente, primeiro na<br />

DM9DDB e agora no Grupo ABC.<br />

ABOUT – Você já pensou nessa possibi-<br />

lidade?<br />

LINO – Nunca, nossa situação aqui sem-<br />

pre foi muito bem resolvida e nunca hou-<br />

ve nem mesmo motivação para se pensar<br />

no assunto.<br />

“Como a atividade<br />

ABOUT – Depois de mais de 30 anos<br />

dirigindo uma agência de propaganda,<br />

você seria capaz de fazer um anúncio?<br />

LINO – Não sei, nunca tentei. Nun-<br />

ca precisei, pois sempre tive sócios e<br />

equipes altamente competentes para<br />

fazer isso. Minha visão é simples: cada<br />

macaco no seu galho.<br />

ABOUT – A formação de um gestor de<br />

agências tem algum viés importante?<br />

LINO – Não, pois o que o gestor pre-<br />

cisa é fazer os cursos básicos sobre a<br />

área – eu, por exemplo, sou adminis-<br />

trador de empresas –, entrar para o se-<br />

tor e aprender fazendo. Não há cursos<br />

superiores ou de pós-graduação com<br />

essa especialização.<br />

ABOUT – No passado, inclusive,<br />

a maioria tinha exclusivamente o lado<br />

prático...<br />

vem crescendo<br />

muito, a oferta de<br />

gente realmente<br />

LINO – <strong>É</strong> verdade, mas desde há al-<br />

gum tempo isso vem mudando e hoje<br />

boa parte tem formação universitária.<br />

Entretanto, ela só é complementa-<br />

da na prática e demanda constante<br />

atualização.<br />

talentosa e<br />

qualificada não tem<br />

acompanhado a<br />

demanda”


ABOUT – De um modo geral, a área de<br />

gestão de RH é um dos pontos fracos das<br />

agências, não é?<br />

LINO – <strong>É</strong> mesmo, com raras exceções,<br />

como aqui na Talent, na qual temos<br />

investido bastante. Mas o padrão é não<br />

ter nem um método nem uma atenção<br />

muito grande para esse ponto. Os donos<br />

de agências são até mesmo refratários a<br />

uma gestão mais sofisticada de RH.<br />

ABOUT – E no caso da Talent, o que<br />

vocês têm feito nesse particular?<br />

LINO – A verdade é que a gestão de<br />

RH tradicional não combina com a mo-<br />

dernidade e a dinâmica das empresas<br />

atuais, especialmente as agências. Ten-<br />

tamos a abordagem clássica na Talent<br />

e não funcionou. E resolvemos inovar<br />

nessa área desde a década de 80, com o<br />

saudoso Flávio Toledo, um profissional<br />

que tinha sido presidente de grandes<br />

12 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />

empresas e que sempre teve uma visão<br />

moderna sobre gestão. Nos últimos 15<br />

anos, temos trabalhado muito com o<br />

Luiz Fernando Giorgio, da LFG Con-<br />

sultoria. O Luiz é uma pessoa jovem,<br />

“O atual leilão<br />

dos custos de<br />

produção acaba<br />

dificultando a<br />

materialização de<br />

uma grande ideia”<br />

foi presidente da Suzano, presidente da<br />

Hay e hoje é conselheiro de várias em-<br />

presas no Brasil. Com ele temos feito<br />

trabalhos muito produtivos na área. Em<br />

2009 e 2010, fizemos um projeto com<br />

todos os diretores e mais ou menos<br />

outras 40 pessoas do staff principal<br />

da Talent. Além disso, temos investi-<br />

do bastante em workshops com pro-<br />

fissionais que realmente trazem algo<br />

para reflexão. O projeto Interferências<br />

é um exemplo do que fazemos aqui.<br />

No mais tradicional, temos trabalhado<br />

com construção de clima organizacio-<br />

nal, avaliações, bônus no final de ano,<br />

essas coisas... mas sempre procurando<br />

manter os princípios da Talent que, en-<br />

tre outros, segue a máxima de que só<br />

vale a pena trabalhar se for por prazer.<br />

ABOUT – Isso tem dado certo?<br />

LINO – Temos alcançado o objetivo<br />

principal, que é o de manter a agên-<br />

cia efervescente e totalmente volta-<br />

da aos clientes. O “tempo de casa” e<br />

a satisfação deles demonstram que<br />

estamos no caminho certo.


cannes 2011 rafael sampaio e gisele centenaro<br />

Estados Unidos mantêm liderança com 7 Grand Prix<br />

Perto de atingir os 1.000 pontos com seus<br />

prêmios, os Estados Unidos ficaram ainda mais<br />

isolados na posição de grande vencedor do<br />

Cannes Lions 2011, inclusive porque a nação presidida<br />

por Barack Obama conquistou o impressionante<br />

número de 7 Grand Prix e quase o triplo de Leões<br />

de Ouro do que o segundo mais premiado, a Alemanha,<br />

ou o terceiro, o Reino Unido. O Brasil alcançou<br />

seu recorde histórico em número de Leões, com<br />

65, sendo 6 de Ouro, 23 de Prata e 36 de Bronze.<br />

Só não podemos dizer que foi nossa melhor performance<br />

na história porque já voltamos<br />

de Cannes no passado com mais<br />

Ouros e um Grand Prix (como em<br />

2010) e em alguns anos atingimos<br />

o segundo lugar entre<br />

os mais premiados. A Almap-<br />

BBDO mais uma vez sagrou-se<br />

The Agency of the Year. Nossa<br />

cobertura do evento, iniciada na<br />

edição do Guia <strong>About</strong> Cannes e<br />

no www.portaldapropaganda.com,<br />

é finalizada nesta matéria que traz<br />

todos os detalhes da premiação.<br />

O patrocínio dessa cobertura é da<br />

FilmBrazil, Fischer& Friends e Rede<br />

Globo de Televisão.<br />

Brasil alcança o recorde de 65 Leões<br />

PPelo segundo ano consecutivo e pela<br />

terceira vez, a AlmapBBDO sagrou-<br />

se The Agency of the Year no Cannes<br />

Lions, mesmo sem o GP e a quantidade<br />

de Ouros de 2010. E contribuiu mui-<br />

to, evidentemente, para a BBDO ser a<br />

Rede do Ano. Entre as agências brasilei-<br />

ras, sua performance foi bem superior à<br />

da segunda colocada, a Ogilvy.<br />

Com 28.828 inscrições de 90 países<br />

feitas nas 13 áreas do Festival de Cannes<br />

de 2011, houve um aumento de 19% no<br />

volume de concorrentes em relação ao<br />

ano passado (24.242) e se alcançou o re-<br />

corde histórico da competição (que era<br />

de 2008, com 28.284).<br />

Houve crescimento em todas as áreas<br />

que já existiam, com destaque para PR<br />

Lions, que registrou 43% a mais em nú-<br />

mero de competidores (819 contra 571<br />

trabalhos em 2010); Design, com 37%<br />

(1.774 contra 1.297); Media, com 34%<br />

(2.895 contra 2.162); e Promo & Activa-<br />

tion Lions, com 33% a mais que no ano<br />

passado (2.125 contra 1.595). O menor<br />

crescimento foi da área mais tradicio-<br />

nal, a de Film, com 4% (3.310 contra<br />

3.191 em 2010).<br />

A nova área de Creative Effective-<br />

ness já nasceu com 142 concorrentes,<br />

um número muito bom, não há dúvi-<br />

da, mas ainda distante de outra área<br />

“nobre” de Cannes, a de Titanium &<br />

Integrated, que agora em 2011 registrou<br />

480 concorrentes (19% a mais que no<br />

14 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 15<br />

ano passado).<br />

O mercado nacional manteve o se-<br />

gundo lugar em termos de concorrentes,<br />

com um total de 2.647 peças inscritas<br />

este ano, contra 2.114 em 2010 (aumento<br />

de 25%). Os Estados Unidos continuam<br />

liderando a competição, com 4.045 tra-<br />

balhos. Em terceira posição, permane-<br />

ceu a Alemanha (com 1.971 inscrições)<br />

e, em quarto lugar, o Reino Unido (com<br />

1.922 trabalhos, algarismos que tra-<br />

zem à mente o ano da Semana de Arte<br />

Moderna no Brasil). A França (1.817<br />

inscrições), que ficou em quinta posi-<br />

ção entre os que mais inscreveram, des-<br />

bancou a Índia (1.777 trabalhos, belos<br />

números na partilha também!).<br />

No caso brasileiro, a JWT ultrapas-<br />

sou a AlmapBBDO em quantidade de<br />

concorrentes e chegou a Cannes com<br />

183 trabalhos; sendo seguida por Ogil-<br />

vy Brasil, com 178; e por AlmapBBDO,<br />

com 177 (se deu bem, outra vez, ao<br />

aceitar a primazia da magia do 7 sem<br />

reservas).<br />

Além da nova área de premiação, fo-<br />

ram criados alguns prêmios especiais a<br />

mais (que são apontados ao final des-<br />

ta análise). Na parte de seminários e<br />

workhops, mantiveram-se os números<br />

de 2010 (57 e 20, respectivamente), mas<br />

nunca houve uma presença tão grande<br />

de CEOs globais de clientes, anuncian-<br />

tes e agências, incluindo pesos pesados<br />

do porte dos primeiros executivos da<br />

Unilever, Nestlé, Time Warner, Google,<br />

AOL, WPP, BBDO, McCann, Ogilvy<br />

& Mather e Publicis Groupe, assim<br />

como de celebridades globais das<br />

artes e do jornalismo, como Robert<br />

Redford, Malcolm Gladwell e Arianna<br />

Hunffington.<br />

No ranking<br />

dos países,<br />

Alemanha supera<br />

Reino Unido<br />

No final, fazendo um balanço geral<br />

dos resultados, os Estados Unidos au-<br />

mentaram ainda mais sua distancia em<br />

relação aos demais países concorrentes,<br />

com quase o dobro de pontos do segun-<br />

do e do terceiro colocado, o Reino Uni-<br />

do, que perdeu sua costumeira vice-li-<br />

derança para a Alemanha. Quem diria!<br />

Em quarto lugar, permanece o Brasil,<br />

bem acima do quinto colocado, a Aus-<br />

trália. Veja no quadro “Ranking geral<br />

de países” os números dos primeiros 15<br />

países premiados.


Como era previsível, pela quantida-<br />

de de inscrições e histórico na compe-<br />

tição, e foi sendo confirmado à medida<br />

que apareciam as listas de shortlists e<br />

premiados, a AlmapBBDO foi nova-<br />

mente a agência brasileira de melhor<br />

performance este ano, seguida por<br />

Ogilvy Brasil, JWT e Loducca.<br />

Veja no quadro “Agências brasilei-<br />

ras mais premiadas” como ficou a lista<br />

das principais vencedoras no Cannes<br />

Lions 2011, que foi um ano de recor-<br />

de de participação e de resultados em<br />

número de Leões de toda a história do<br />

Brasil no festival.<br />

O toque negativo para nosso País<br />

este ano foi a polêmica dos anúncios<br />

da Moma para a Kia, que haviam con-<br />

quistado 1 Leão de Prata e 1 de Bronze<br />

mas não haviam sido veiculados e nem<br />

serão, pois eles foram acusados de ter<br />

um viés de pedofilia e foram rejeitados<br />

pelo cliente. A organização de Cannes<br />

cassou esses dois leões, posteriormente,<br />

Ranking geral de países – por Leões e por pontos<br />

e “suspendeu” as inscrições da agência<br />

para 2012.<br />

Além das agências brasileiras cons-<br />

tantes do quadro, voltaram de Can-<br />

nes com diplomas de Finalistas: CCZ<br />

(3); BorghiErh/Lowe, Master e Salles<br />

Chemestri (2 cada); e Agência3, Boca,<br />

Dentsu, Dim Canzian Facci, Santa<br />

Clara, Script e WMcCann (1 cada).<br />

Como já vem acontecendo há al-<br />

guns anos, as campanhas e casos que<br />

realmente se destacam pela inovação<br />

acabam conquistando mais de um prê-<br />

mio máximo, inclusive porque utilizam<br />

uma variedade de plataformas e de<br />

mídias. Veja no quadro “Grand Prix –<br />

por país, anunciante e agência”, os gran-<br />

des premiados no Cannes Lions 2011.<br />

Como se poderá notar, os Estados<br />

Unidos levaram a impressionante mar-<br />

ca de 7 GPs, a Romênia emplacou 2<br />

e os demais países vencedores ficaram<br />

com 1 cada: África do Sul, Austrália,<br />

China, Coréia, Holanda e Reino Unido.<br />

Posição Países GP Ouros Pratas Bronzes Finalistas Pontos<br />

1º Estados Unidos 7 41 35 60 241 937<br />

2º Alemanha 16 29 33 119 475<br />

3º Reino Unido 1 15 19 44 130 472<br />

4º Brasil 6 23 36 186 451<br />

5º Austrália 1 8 9 23 142 274<br />

6º França 5 13 20 92 249<br />

7º Argentina 8 17 17 49 246<br />

8º Espanha 2 10 15 72 181<br />

9º Suécia 8 7 15 48 171<br />

10º Japão 9 6 11 21 147<br />

11º África do Sul 1 3 11 7 53 144<br />

12º Índia 3 7 13 49 144<br />

13º Holanda 1 4 7 9 39 139<br />

14º Canadá 5 3 9 45 122<br />

15º Cingapura 2 5 10 40 109<br />

Foram considerados 10 pontos para cada Grand Prix, 7 para cada Leão de Ouro, 5 para cada Leão de Prata, 3 para cada Leão de Bronze e 1 ponto para cada Finalista<br />

(número de peças na short-list menos o total de Leões na área). Consideramos cada Titanium Lion como sendo de Ouro, para efeitos de pontuação.<br />

Agências brasileiras mais premiadas – por Leões e por pontos<br />

Posição Agências Ouros Pratas Bronzes Finalistas Pontos<br />

1º AlmapBBDO 1 8 5 28 90<br />

2º Ogilvy Brasil 5 6 18 61<br />

3º JWT 1 2 9 14 40<br />

4º Loducca 2 1 1 16 38<br />

5º Leo Burnett 1 2 15 26<br />

6º DM9DDB 1 1 1 9 24<br />

7º Y&R 4 9 21<br />

8º Z+ 3 10 19<br />

9º Moma 2 13 19<br />

10º Giovanni DrafFCB 1 9 12<br />

11º F/Nazca S&S 1 1 3 11<br />

12º Dontrythis 1 1 8<br />

13º Lew’Lara\TBWA 1 3 8<br />

13º Age Isobar 2 2 8<br />

14º Publicis 1 2 7<br />

14º Talent 1 2 7<br />

15º Grey 1 4 7<br />

16º FSB 1 2 5<br />

17º Artplan 1 2 5<br />

18º Babel 1 3<br />

19º Monumenta 1 3<br />

20º New360 1 3<br />

Foram considerados 7 pontos para cada Leão de Ouro, 5 para cada Leão de Prata, 3 para cada Leão de Bronze e 1 ponto para cada Finalista<br />

(número de peças na short-list menos o total de Leões na área).<br />

16 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 17


Grand Prix – por país, anunciante e agência<br />

Área País Trabalho Anunciante Agência<br />

Integrated Estados Unidos<br />

Outdoor Estados Unidos<br />

Decode Jay-Z with<br />

Bing<br />

Decode Jay-Z with<br />

Bing<br />

Bing Droga 5<br />

Bing Droga 5<br />

Direct Romênia American Rom Kandia Dulce McCannErickson<br />

Promo & Activation Romênia American Rom Kandia Dulce McCannErickson<br />

Creative Effectiveness Reino Unido Sandwich Pepsico AMV BBDO<br />

Film Holanda Write the future Nike W+K Amsterdam<br />

Film Craft Estados Unidos After hours athletes Puma Droga 5<br />

Press China Heaven and hell Samsonite JWT Shangai<br />

Design Estados Unidos<br />

Cyber – Websites Estados Unidos<br />

The Cosmopolitan<br />

digital…<br />

The wilderness<br />

downtown<br />

The Cosmopolitan Digital Kitchen<br />

Google Chris Milk<br />

Cyber – Viral Estados Unidos Pay with a tweet Innovative Thunder R/GA NY<br />

Cyber – Other Estados Unidos Response campaign Old Spice (P&G) W+K Portland<br />

Radio África do Sul<br />

Media Coréia<br />

Accident avoidance<br />

features<br />

Subway virtual<br />

store<br />

Mercedes-Benz Net#work BBDO<br />

Tesco Cheil<br />

Public Relations Austrália Break up National Australia Bank Clemenger BBDO<br />

Brasil conquista 2 Bronzes em Young Lions<br />

Houve cinco competições para os Young Lions este ano e o Brasil participou de todas. Infelizmente, não conseguimos<br />

o primeiro lugar em nenhuma, mas emplacamos dois Bronzes. Em Media, a dupla vencedora foi André Gramorelli,<br />

da F/Nazca S&S, e Guilherme Barbato, da DM9DDB. Em Marketers, na qual concorremos pela primeira vez, os<br />

vencedores foram André Sabó, da Sadia, e Joanna Moura, da Vivo.<br />

Muitos prêmios<br />

especiais<br />

Houve um recorde histórico de<br />

prêmios especiais neste ano, compondo<br />

um formato que deverá ter continuidade<br />

nos próximos festivais.<br />

A Direct Agency of the Year foi a<br />

Ogilvy Argentina, com a Åkestam Holst<br />

(de Estocolmo, Suécia) e a Ogilvy Brasil<br />

vindo em seguida.<br />

A Media Agency of the Year foi a<br />

alemã Jung von Matt (de Hamburgo),<br />

seguida pela Cheil Worldwide (Seul,<br />

Coreia) e a Ogilvy Argentina.<br />

O primeiro novo destaque como<br />

Independent Agency of the Year foi<br />

concedido para a americana Wieden +<br />

Kennedy (de Portland, Oregon), segui-<br />

da pela Droga5 (New York) e a alemã<br />

Jung von Matt.<br />

A Palme d´Or de melhor produtora<br />

foi para a Smuggler (Estados Unidos),<br />

seguida pelas também americanas<br />

O Positive e MJZ.<br />

O igualmente novo título de Holding<br />

Company of the Year foi entregue<br />

para a WPP, com 1.219 pontos; tendo<br />

Omnicom (1.152 pontos) e Publicis<br />

Groupe (744 pontos) na sequência.<br />

Como vimos, mais uma vez a Almap-<br />

BBDO São Paulo foi The Agency of the<br />

Year, seguida por Wieden+Kennedy e<br />

18 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 19<br />

BBDO.<br />

O título de Network of the Year foi,<br />

novamente, conquistado pela BBDO,<br />

sendo seguida por Ogilvy & Mather<br />

e DDB.<br />

Previamente ao festival, seus<br />

organizadores anunciaram que a<br />

Ikea seria The Advertiser of the Year,<br />

destaque recebido por Noel Wijsmans,<br />

seu global retail manager e vice-<br />

presidente. O Media Person of the Year,<br />

por seu turno, foi o CEO do Google,<br />

Eric Schmidt<br />

Ainda foi criado um novo destaque<br />

pelo reconhecimento de uma carreira<br />

dedicada ao setor, o Leão de São Marcos,<br />

que foi entregue ao sir John Hegarty,<br />

fundador e líder criativo da Bartle Bogle<br />

Hegarty, a BBH.<br />

No segundo ano do Grand Prix for<br />

the Good, o vencedor foi o comercial<br />

australiano “See the Person”, da Leo<br />

Burnett Melbourne para Scope. O<br />

trabalho foi destacado de uma lista de<br />

31 finalistas extraídos dos vencedores<br />

das diversas áreas do festival, na qual<br />

se sobressaiu a Alemanha, com 7<br />

Finalistas.<br />

Confira a seguir todos os principais<br />

resultados das treze áreas do Cannes<br />

Lions 2011.<br />

O primeiro Leão de São Marcos<br />

foi entregue a sir John Hegarty,<br />

fundador e líder criativo da Bartle<br />

Bogle Hegarty, a BBH


creative effectiveness lions rafael sampaio<br />

Buzz não é business<br />

O primeiro GP de Creative<br />

Effectiveness foi para a campanha que<br />

aumentou as vendas das batatinhas<br />

Walkers em 26%. A campanha do<br />

McDonald´s no Reino Unido, por seu<br />

turno, gerou 7,8% de negócios a mais<br />

O Reino Unido ficou com o primeiro<br />

Grand Prix de Creative Effectiveness<br />

mais 1 Leão, além de 1 Finalista, so-<br />

mando 18 pontos e a melhor perfor-<br />

mance na nova área de Cannes. Os<br />

demais quatro Leões foram para os<br />

Estados Unidos (2); Nova Zelândia e<br />

Índia (1 cada).<br />

O primeiro Grand Prix de Creative<br />

Effectiveness foi entregue a “Sandwich”,<br />

da londrina Abbott Mead Vickers<br />

BBDO para Pepsico. Essa área avalia<br />

apenas trabalhos premiados pelo festival<br />

em anos anteriores e tem seus resultados<br />

auditados pela PricewaterhouseCoopers.<br />

O caso vencedor usou uma competição<br />

realizada na cidade que deu nome a<br />

uma das mais consumidas modalidades<br />

de comida do mundo para fazer uma<br />

campanha propondo (no Reino Unido)<br />

que cada sanduíche poderia ficar<br />

muito melhor com uma batatinha<br />

chips Walkers. Como apenas um em<br />

10 sanduíches naquele mercado era<br />

acompanhado dessa forma, o potencial<br />

de crescimento de 15% dos lucros do<br />

produto com essa campanha parecia<br />

ser factível – número bastante superado<br />

na marca final do esforço, que foi um<br />

aumento de 26%.<br />

Os cinco primeiros laureados em<br />

Creative Effectiveness Lions foram:<br />

“Tem um Mac para cada um”, da Leo<br />

Burnett inglesa para o McDonald´s,<br />

uma campanha de caráter emocional,<br />

destacando o prazer com que consumi-<br />

dores fiéis consomem seu item preferido<br />

do cardápio da rede de fast food e ge-<br />

rando um aumento de vendas de 7,8%<br />

enquanto esteve no ar.<br />

A campanha “The man your man<br />

could smell like” (tema de difícil tradu-<br />

ção para o português), cujo comercial<br />

de lançamento conquistou o GP de Fil-<br />

me no ano passado, feita pela Wieden +<br />

Kennedy Portland para a P&G, fez com<br />

que as vendas do tradicional Old Spice<br />

mais do que dobrassem e a marca alcan-<br />

çasse seu recorde histórico em 71 anos.<br />

“Você não é você quando está com<br />

fome”, da BBDO NY para os chocola-<br />

tes Snickers, da Mars, campanha cuja<br />

“piece de resistence” foi um comercial<br />

(campeão de recall no Super Bowl<br />

2010) mostrando que um jogador de<br />

futebol americano durante um treino<br />

se transforma em uma velha ranzinza e<br />

só volta a ser ele mesmo quando come<br />

o snack, e segue com outras peças até<br />

hoje, tendo resultado, em seu primeiro<br />

ano, em 8% de vendas superiores para a<br />

marca (sendo 13% para a versão single).<br />

O movimento “Mulheres contra<br />

homens preguiçosos que não fazem a<br />

barba”, criado pela BBDO Índia para<br />

o Mach 3 da Gillette (P&G), começou<br />

como uma “ação espontânea”, na inter-<br />

net e diversas outras mídias, foi “adota-<br />

do” pela marca e se transformou em um<br />

fenômeno de repercussão na mídia in-<br />

diana, levando o market share do produ-<br />

to a triplicar (bem mais que o já ousado<br />

objetivo inicial de dobrar).<br />

“O Pacífico”, da Colenso BBDO Au-<br />

ckland para a TVNZ (o canal de TV lí-<br />

der da Nova Zelândia), uma campanha<br />

de começou com o envio de uma supos-<br />

ta carta antiga de um marinheiro da Se-<br />

gunda Guerra a quase 350.000 pessoas<br />

e teve sequência em outras mídias, para<br />

promover a série de programas sobre o<br />

teatro de guerra no Oceano Pacífico,<br />

resultando em 24% de audiência na es-<br />

tréia e o atingimento de 57% da popula-<br />

ção do país em algum de seus episódios.<br />

Passar pela peneira que resultou nos 6<br />

casos premiados (entre 10 classificados<br />

na shortlist selecionada entre 142 con-<br />

correntes) da área de Creative Effective-<br />

ness não foi nada fácil. Para começar, os<br />

casos tinham que contar com alguma<br />

peça ou campanha já destacada em ver-<br />

sões anteriores do Cannes Lions.<br />

Depois que as inscrições chegaram,<br />

os organizadores do festival ainda pedi-<br />

ram dados adicionais para muitos deles,<br />

antes de solicitar a empresa de audito-<br />

ria, a PwC, que checasse as informa-<br />

ções constantes nos cases.<br />

Na fase de julgamento, como expli-<br />

cou o presidente do júri, Jean-Marie<br />

Dru, chairman da TBWA Worldwide,<br />

ainda persistiram dúvidas, pois a forma<br />

de apresentação dos trabalhos não era<br />

homogênea, sendo que mais elementos<br />

precisaram ser considerados e pondera-<br />

dos por meio da análise sob três crité-<br />

rios: estratégia, com 25% de peso; cria-<br />

tividade, 25%; e efetividade, 50%.<br />

No final, além do mencionado desta-<br />

que do Reino Unido, os Estados Unidos<br />

foram agraciados com 2 Leões e 2 Fina-<br />

listas; Nova Zelândia e Índia receberam<br />

1 Leão cada; e Itália destacou-se com 1<br />

A campanha do Old Spice mais que<br />

dobrou suas vendas. O esforço para a<br />

linha Mach 3 triplicou seus números na<br />

Índia. A campanha de Snickers aumentou<br />

suas vendas em 8%. O lançamento da<br />

série “O Pacíco” fez a audiência alcançar<br />

24 pontos na estréia<br />

O júri de Creative Effectiveness analisou<br />

142 trabalhos, selecionou 10 para a<br />

shortlist e concedeu 6 Leões<br />

20 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 21<br />

Finalista.<br />

Hugo Janeba, consultor e advisor da<br />

marca Vivo, foi um dos 20 integrantes<br />

desse júri e, conversando com a im-<br />

prensa brasileira após a coletiva que<br />

anunciou os resultados, ressaltou a im-<br />

portância dessa área para a valorização<br />

da própria atividade da comunicação de<br />

marketing.<br />

Os casos premiados, como avaliou,<br />

apresentaram ótimos resultados em ter-<br />

mos de melhoria de imagem e de au-<br />

mento de vendas, com sólidos ganhos<br />

de share de mercado, ultrapassando os<br />

efeitos em buzz e atingindo o business.<br />

Janeba confirmou que os casos pre-<br />

miados foram de incremento de catego-<br />

rias existentes, mas não de criação de<br />

novas categorias, representando inova-<br />

ções dentro de fórmulas consagradas,<br />

sem nada de revolucionário.<br />

O Brasil também não conseguiu clas-<br />

sificar nenhuma das suas 7 inscrições<br />

nessa nova área do Cannes Lions, na<br />

qual apenas 10 dos 142 inscritos foram<br />

para o final. Os Estados Unidos empla-<br />

caram 4; o Reino Unido, 3; Nova Ze-<br />

lândia, Índia e Itália passaram para a<br />

disputa final com 1 selecionado cada.


titanium & integrated lions gisele centenaro<br />

Garimpo de bravas ideias<br />

O esforço realizado para promover<br />

`o Bing fez aumentar suas visitas em<br />

11,7% e, finalmente, levou o site de<br />

buscas para a lista das 10 maiores<br />

audiências da internet<br />

Deu a lógica: os Estados Unidos<br />

lideraram tranquilamente a competi-<br />

ção de Titanium & Integrated, com<br />

1 Grand Prix, 1 Leão de Titanium,<br />

1 de Ouro, 2 de Prata e 2 Leões de<br />

Bronze, além dos 6 Finalistas (total<br />

de 46 pontos). Em seguida, veio a<br />

Romenia, com 2 Leões de Ouro (14<br />

pontos), e a Suécia, com 1 Leão de<br />

Ouro, 1 de Prata e 2 Finalistas (14<br />

pontos).<br />

O Grand Prix de Integrated Com-<br />

munication foi concedido a “Deco-<br />

de Jay-Z with Bing”, da Droga5 para<br />

Google, que também recebeu o GP<br />

de Outdoor e um Titanium Lion,<br />

além de dois Ouros nesta e em ou-<br />

tras áreas do Festival.<br />

O objetivo do brilhante caso era o<br />

de promover o acesso e as consultas<br />

ao Bing, o concorrente da Microsoft<br />

ao Google. Para isso, foram espa-<br />

lhados, pelos mais diversos lugares,<br />

reproduções das 350 páginas da au-<br />

tobiografia do rapper e empresário<br />

negro Jay-Z, que estava prestes a ser<br />

lançada. Essas páginas foram coloca-<br />

das em locais públicos dos Estados<br />

Unidos e de outros países, de forma<br />

contextualizada a seu conteúdo e<br />

nos mais variados formatos de mí-<br />

dia exterior (muitos criados para a<br />

campanha, conforme pode-se ver na<br />

ilustração).<br />

Para saber onde estavam as pá-<br />

ginas anteriores e posteriores à que<br />

estava vendo, os interessados tinham<br />

que entrar no Bing, que conseguiu<br />

com isso aumentar suas visitas em<br />

11,7% e, finalmente, entrou na lista<br />

dos 10 maiores audiência da inter-<br />

net. A campanha em si gerou o im-<br />

pressionante número de 1,1 bilhões<br />

de impressões ao redor do mundo,<br />

pois um game permitia que as pá-<br />

ginas “descobertas” do livro fossem<br />

sendo montadas, fazendo os fãs vol-<br />

tarem todos os dias para acompa-<br />

nhar o progresso dessa montagem.<br />

Os três Titanium Lions foram<br />

para o mencionado caso do Bing,<br />

o rejuvenescimento do chocolate<br />

Rom (que conquistou os prêmios<br />

máximos de Direct e de Promo &<br />

Activation) e a “Loteria da câmara<br />

de controle da velocidade”, da DDB<br />

Estocolmo para a Volkswagen (que<br />

foi a evolução do caso “The Fun<br />

Theory”, premiado no ano passado).<br />

Os três Integrated Gold Lions<br />

ficaram com a citada campanha do<br />

Rom; a continuação da campanha<br />

“The man your man could smell<br />

like”, da Wieden + Kennedy para<br />

Old Spice; e “Escreva o futuro”,<br />

da Wieden+Kennedy Amsterdam,<br />

AKQA London, MindShare Lon-<br />

don e Razorfish London para a Nike<br />

(cujo comercial conquistou o GP de<br />

Film e será detalhado na página 24).<br />

A brasileira Fernanda Romano fez<br />

parte desse júri, apesar de não repre-<br />

sentar oficialmente o Brasil nessa<br />

competição, cujo julgamento foi pre-<br />

sidido por Bob Scarpelli, chairman<br />

da DDB Worldwide, que ressaltou<br />

a importância da área de Titanium<br />

para garimpar as ideias mais inova-<br />

doras da atividade em todo o mundo,<br />

capazes de oferecer exemplo e inspi-<br />

ração para que agências e anuncian-<br />

tes ousem cada vez mais e consigam<br />

fazer suas marcas destacaram-se no<br />

concorrido panorama do presente.<br />

São as “bravas ideias”, como ele de-<br />

nominou, durante a coletiva de im-<br />

prensa que anunciou os resultados.<br />

Razão pela qual são bem raros os<br />

trabalhos merecedores de um Leão<br />

22 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 23<br />

nessa área.<br />

Em Integrated, por seu lado, o<br />

trabalho do júri, muito elogiado por<br />

Scarpelli, teve como objetivo desta-<br />

car o que conseguiu usar com maes-<br />

tria o mix de plataformas e mídias<br />

disponíveis, maximizando as poten-<br />

cialidades da idéia central da campa-<br />

nha em cada alternativa de comuni-<br />

cação empregada.<br />

O Brasil não conseguiu nem<br />

mesmo entrar na etapa final dessa<br />

área, apesar de comparecer com 28<br />

inscrições. Os Estados Unidos lide-<br />

raram essa fase, com 13 Finalistas,<br />

seguidos por Suécia, com 4; Reino<br />

Unido, com 3; e Austrália, com 2<br />

casos. Dez países conseguiram clas-<br />

sificar 1 trabalho para a análise final:<br />

África do Sul, Alemanha, Argenti-<br />

na, Canadá, Colômbia, Espanha,<br />

Holanda, Nova Zelândia, Polônia e<br />

Romênia.<br />

No total, foram 32 selecionados,<br />

entre 480 inscritos. Uma tremenda<br />

peneira, como se vê, resultando em<br />

apenas 13 trabalhos premiados.<br />

O júri desta área escolheu 13 Leões<br />

entre 32 trabalhos que entraram na<br />

shortlist, selecionados entre os 480<br />

inscritos<br />

A campanha dos chocolates Rom e<br />

a “Loteria da câmara de controle da<br />

velocidade” conquistaram Titanium Lions.<br />

A segunda fase da campanha de Old<br />

Spice e o projeto “Write the future”, da<br />

Nike, foram Ouro em Integrated


O Grand Prix, “Write the future”, custou<br />

20 milhões de dólares e levou seis meses<br />

para ser produzido<br />

film lions gisele centenaro<br />

Exuberância norte-americana<br />

A liderança norte-americana era mais do<br />

que esperada na área de Film Lions, até<br />

pelos seus 938 inscritos, integrantes de<br />

uma disputa com 3.310 concorrentes em<br />

2011, dentre os quais 299 foram selecio-<br />

nados para a shortlist e 102 amealharam<br />

Leões. Do conjunto de peças escolhidas<br />

como benchmark pelos jurados, inacre-<br />

ditáveis três dezenas foram criadas e pro-<br />

duzidas por norte-americanos. <strong>É</strong> isso: 5<br />

Leões de Ouro, 13 Pratas e 12 Bronzes,<br />

além de 81 Finalistas, couberam aos Es-<br />

tados Unidos que, com essa carga de tro-<br />

féus, computaram 217 pontos.<br />

Precisava ganhar o Grand Prix? Não.<br />

O briefing é um filme global, com força<br />

criativa global e uma ideia que pode ter<br />

nascido como inspiração de qualquer Ni-<br />

keman pelo mundo? Yes, we can conce-<br />

der o Grand Prix para um filme de con-<br />

figuração norte-americana, holandesa e<br />

inglesa, criado pela Wieden+Kennedy<br />

Amsterdam e produzido pela Indepen-<br />

dent London. Mas custou 20 milhões de<br />

dólares! E daí? Como bem ressalta Erh<br />

Ray, presidente da BorghiErh/Lowe e ju-<br />

rado brasileiro em Film, a Nike fez uma<br />

vaquinha... Ah! O Brasil entrou com<br />

quanto? Não sei dizer, mas sei que esta<br />

aparentemente simples colocação de Ray<br />

vale uma fortuna nesta reflexão.<br />

Com incríveis 144 pontos abaixo dos<br />

Estados Unidos, a Argentina provou,<br />

mais uma vez, pela conquista de 3 Ou-<br />

ros, 5 Pratas, 3 Bronzes e 13 Finalistas (73<br />

pontos), que a América Latina pode mui-<br />

to, sob todos os parâmetros, sob céu e sol<br />

do lado de cá do Equador. Um segundo<br />

lugar inesquecível, com bandeira fincada<br />

acima do Reino Unido que, pelo jeito, se<br />

contentou com seus 49 pontos sem levar<br />

Leão de Ouro, ficando com apenas 2 de<br />

Prata, 8 de Bronze e 15 Finalistas (quem<br />

produziu mesmo o Grand Prix?).<br />

Correndo por dentro, a Austrália abre<br />

um largo sorriso na quarta posição, com<br />

34 pontos (2 Ouros, 4 Bronzes e 9 Fina-<br />

listas), vindo em seguida, em razão da<br />

cooperação para eleição de um belo GP,<br />

a Holanda, com 33 pontos (1 GP, 1 Ouro,<br />

3 Bronzes e 7 Finalistas).<br />

O sexto lugar poderia ser do Brasil? Po-<br />

deria, sim, pelo menos essa sexta posição<br />

em Film se os profissionais brasileiros do<br />

segmento, que contam com o apoio da<br />

FilmBrazil para investir no banner que<br />

cobre a face do Palais des Festivals na<br />

hora certa, que decora um barracão na<br />

praia com caipirinha e músicas brasilei-<br />

ras, além de champagne, que patrocina<br />

a área de Film Craft, entre outras ações<br />

promocionais, se mantivessem mais<br />

compenetrados no momento de defini-<br />

ções das categorias para inscrições de<br />

seus bons trabalhos (resultados de suor<br />

de um ano inteiro).<br />

Enfim, contar com a sorte também<br />

tem seus “sabores”, mesmo no mundo<br />

dos negócios, e foi Ezra Geld, vice-pre-<br />

sidente de mídia da JWT, representando<br />

o Brasil em Media Lions, que disse aos<br />

jornalistas que os profissionais brasileiros<br />

têm esse jeitinho pra arriscar mais, pra<br />

deixar que o destino coopere com seus<br />

eflúvios positivos na tomada de decisões<br />

que tendem mais para o feeling do que<br />

para os cálculos matemáticos. Lá na mí-<br />

dia funciona, segundo Geld.<br />

E foi assim que o Canadá emplacou a<br />

sexta posição com 32 pontos (1 Ouro, 3<br />

Bronzes e 16 Finalistas), deixando para o<br />

Brasil o sétimo lugar em Film, por causa<br />

de 4 pontos a menos (era ano de se ganhar<br />

mais 1 Leão de Ouro, ou 1 de Prata ou<br />

mais 2 de Bronze, no mínimo).<br />

Quem não me deixa mentir nessa aná-<br />

lise com ares fantasmagóricos para quem<br />

odeia raciocinar em números é a França,<br />

que ficou tranquila com a oitava posição,<br />

fruto de 24 pontos (5 Bronzes e 9 Finalis-<br />

tas), seguida por Alemanha, com 17 pontos<br />

(1 Ouro, 1 Prata, 1 Bronze e 2 Finalistas);<br />

e África do Sul, em décimo lugar, com 17<br />

pontos (2 Pratas, 2 Bronzes e 1 Finalista).<br />

O mercado nacional conquistou os<br />

seguintes prêmios:<br />

Leões de Prata:<br />

“Tradutor”, da AlmapBBDO e Fat<br />

Bastards/Movi&Art para Tiguan<br />

<br />

adorável” e “Não é você”, da<br />

AlmapBBDO, Vetor Zero e Lobo<br />

para as Peças Originais Volkswagen<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

Filmes para Embratel<br />

<br />

24 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 25<br />

para MTV<br />

<br />

Dentre as agências de atuação nacio-<br />

nal, AlmapBBDO, eleita Agência do Ano<br />

no 58º Festival de Cannes, foi aquela que<br />

obteve o maior destaque, pela conquista<br />

de 2 Leões de Prata e 1 de Bronze. Todos<br />

os seus Finalistas foram transformados<br />

em Leões. Na sequência, distinguiram-se<br />

Loducca e Y&R, com 1 Bronze cada; Bor-<br />

ghiErh/Lowe, com 2 Finalistas; Ogilvy,<br />

Talent, Agência3 e Lew Lara/TBWA, com<br />

1 Finalista cada.<br />

Tony Granger, global chief creative<br />

officer da Young & Rubicam e presiden-<br />

te do júri de Film do Festival de Cannes<br />

em 2011, revelou-se confesso amante das<br />

ideias mágicas porque sente prazer inco-<br />

mensurável no emprego de forças capa-<br />

zes de gerar mudanças, transformando<br />

agências internamente e as marcas dos<br />

clientes atendidos por ela, que, por sua<br />

vez, têm condições de mudar compor-<br />

tamentos humanos. Granger deixou<br />

evidente sua tendência para a adoção<br />

de armas sutis, advindas dos poderes da<br />

criatividade, da perspicácia e da ousadia,<br />

ao “produzir” propaganda eficaz, legan-<br />

do as “armas pesadas” para os agentes<br />

das operações promocionais e de campos<br />

one-to-one – reais e virtuais –, áreas que<br />

têm muito a contribuir para o sucesso do<br />

trabalho de gênios da sua estirpe.<br />

Erh Ray, conversando com a imprensa<br />

brasileira após a coletiva de divulgação<br />

dos resultados, “enquadrou” o duríssimo<br />

processo pelo qual os filmes passam para<br />

chegar a disputar um Leão, especial-<br />

mente de Ouro. Processo que também<br />

é cansativo para os jurados, pela quan-<br />

tidade a ser analisada e semelhança en-<br />

tre os melhores. Ele também ressaltou o<br />

velho problema dos orçamentos dos nos-<br />

sos comerciais, muito abaixo do padrão<br />

internacional daqueles que acabam se<br />

destacando no festival, com as raríssimas<br />

exceções no caso das ideias realmente<br />

inovadoras que dispensam produção<br />

mais sofisticada, como tem sido, confor-<br />

me exemplificou, o trabalho argentino,<br />

que geralmente parte de grandes con-<br />

cepções e depende menos de grandes<br />

produções.<br />

Os jurados assistiram 3.310 filmes,<br />

selecionaram 299 Finalistas e<br />

concederam 102 Leões<br />

Os Leões brasileiros foram para VW<br />

Tiguan, Peças Originais Volkswagen,<br />

Embratel, Vivo e MTV (sem ilustração<br />

nesta página)


“After the hours athlete”, para Puma<br />

Social, conquistou o Grand Prix de Film<br />

Craft em 2011<br />

film craft gisele centenaro<br />

Sem chama não tem fogo<br />

Num júri que trabalhou duro, debru-<br />

çando-se 14 horas ao dia sobre os con-<br />

correntes, durante cinco jornadas segui-<br />

das, sob presidência do renomado Keith<br />

Rose, diretor da Velocity Films, da África<br />

do Sul, nosso representante, Alex<br />

Miranda, da Trator Filmes, confessa ter<br />

saído em defesa de trabalhos do mercado<br />

nacional, com a firme intenção de caçar<br />

Leões, sim, pois os julgava merecidos.<br />

O resultado, na opinião dele mesmo, foi<br />

significativo para o País, que conquistou<br />

1 Leão de Ouro, 1 Leão de Bronze e<br />

teve 1 Finalista, salientando-se que esta<br />

é a segunda vez que a área compõe o<br />

festival e a primeira edição na qual os<br />

troféus são distinguidos em Ouro, Prata<br />

e Bronze – em 2010, a única produtora<br />

vencedora entre os concorrentes brasi-<br />

leiros foi a Prodigo Films, com “Invo-<br />

cação” para S.O.S Mata Atlântica, sob<br />

criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi.<br />

“Balões”, da Loducca, ParanoidBR e<br />

Raw para MTV, em Animation, foi ga-<br />

nhador do Leão de Ouro; “Valet bêba-<br />

do”, da Ogilvy, Hungry Man e Jamute<br />

para Bar Aurora e Boteco Ferraz, em<br />

Best Use of Music, recebeu 1 Leão de<br />

Bronze; e “Pelé”, da Young & Rubicam<br />

e O2 para Vivo em Production Value,<br />

terminou como Finalista, mas, de acor-<br />

do com Miranda, foi por muito pouco<br />

que também não saiu da disputa con-<br />

quistando um Leão.<br />

Contra as 37 inscrições efetuadas<br />

pelo nosso país em 2010, este ano o Bra-<br />

sil entrou na competição com apenas 10<br />

concorrentes, dando a impressão de que<br />

as produtoras brasileiras não se sentiram<br />

atraídas pela área como era de se espe-<br />

rar, pois não se pode dizer, de modo<br />

algum, que, apesar de percalços do<br />

mercado como verbas muito enxutas<br />

e falta de determinação dos anuncian-<br />

tes para arriscar mais criativamente,<br />

como, inclusive pontuou Miranda,<br />

o setor nacional de produção não te-<br />

nha um padrão de qualidade à altura<br />

do exigido para sair vitorioso em Film<br />

Craft, assim como tem acontecido nas<br />

demais áreas do Festival de Cannes.<br />

Existe aqui, portanto, uma lacuna<br />

sob a política de inscrições que me-<br />

rece mais carinho e atenção de toda<br />

a indústria de comunicação no Brasil,<br />

principalmente da Apro e da Film-<br />

Brazil, que obviamente podem pres-<br />

tar contribuições valorosas para essa<br />

mudança de cenário. A FilmBrazil,<br />

inclusive, foi a patrocinadora dessa<br />

área em 2011.<br />

Dos 1.322 trabalhos inscritos, os ju-<br />

rados da área selecionaram 116 para<br />

constituir a shortlist e, dentre eles, de-<br />

finiu 54 para compor o rol de premia-<br />

dos com Leões.<br />

Com o dobro de pontos do Reino<br />

Unido (62, oriundos de 2 Leões de<br />

Ouro, 5 de Prata, 2 de Bronze e 17<br />

Finalistas), posicionado em segundo<br />

lugar no ranking de países mais con-<br />

templados com troféus em Film Craft,<br />

os Estados Unidos lideraram a final da<br />

competição, somando 126 pontos, ad-<br />

vindos da conquista de 1 Grand Prix, 5<br />

Leões de Ouro, 6 de Prata, 9 de Bron-<br />

ze e 24 Finalistas.<br />

Do terceiro ao décimo lugar, o<br />

ranking de nações mais premiadas tem<br />

a seguinte configuração: Holanda, 25<br />

pontos (1 Ouro, 3 Pratas e 3 Finalis-<br />

tas); França, 13 pontos (2 Bronzes e<br />

7 Finalistas); Espanha, 12 pontos (1<br />

Ouro e 1 Prata); Argentina, 12 pontos<br />

(1 Prata, 2 Bronzes e 1 Finalista); Bra-<br />

sil, 11 pontos (1 Ouro, 1 Bronze e 1 Fi-<br />

nalista); Austrália, 8 pontos (2 Bronzes<br />

e 1 Finalista); Japão e Índia, 7 pontos<br />

(1 Ouro cada); Alemanha, 7 pontos (1<br />

Prata e 2 Finalistas); e Suíça, 5 pontos,<br />

(1 Bronze e 1 Finalista).<br />

O Grand Prix não se compara, em<br />

termos de impacto, com “Write the<br />

future”, da Nike, que a maioria dos<br />

delegados imaginava ver como cam-<br />

peão nesta área, ocupando seu posto<br />

de vencedor em Film o comercial<br />

“Force”, da Deutsch Los Angeles e<br />

Park Pictures Santa Monica para o<br />

VW Passat, ganhador de 1 Leão de<br />

Ouro em Film e de 1 Leão de Bronze<br />

em Film Craft. Mesmo assim é ine-<br />

gavelmente um trabalho primoroso,<br />

que, dentre outros trunfos, tem aquele<br />

mágico poder de acender o fogo dos<br />

amantes das artes audiovisuais em<br />

busca de novos resultados epifânicos<br />

Não custou 20 milhões de dólares,<br />

está mais próximo do dia a dia de cada<br />

batalhador da indústria da propaganda<br />

e abre, portanto, uma porta para que<br />

Film Craft atraia mais e mais talentos,<br />

concorrendo na área com trabalhos<br />

cujos pequenos detalhes valham a<br />

pena ser destacados como grandezas<br />

da sensibilidade humana e dos avan-<br />

ços da tecnologia. Todo esse “light my<br />

fire” vem de “After the hours athlete”,<br />

da Droga5 New York e Smuggler New<br />

York para Puma Social.<br />

Keith Rose, na coletiva com os<br />

jornalistas presentes em Cannes, res-<br />

saltou que o júri de Film Craft buscou<br />

destacar os “valores de produção” que<br />

foram pertinentes para tornar o con-<br />

junto da mensagem mais impactante<br />

e envolvente. Os jurados analisaram<br />

as partes e os aspectos técnicos dos<br />

comerciais, para conceder os prêmios<br />

nas várias categorias da área, assim<br />

como consideraram o “entrosamento”<br />

com as demais partes para a elabora-<br />

ção de uma peça melhor no seu con-<br />

junto, seguindo os padrões do “fino<br />

artesanato”. E, nesse sentido, o Grand<br />

Prix foi, em suas palavras, “simples-<br />

mente brilhante”.<br />

O jurado brasileiro, Alex Miranda,<br />

salienta que Film Craft já é uma das<br />

áreas mais importantes de Cannes, por-<br />

que considera cada detalhe que contri-<br />

bui para fazer de um filme publicitário<br />

uma grande peça de comunicação. Ele<br />

recomenda, também, que as inscrições<br />

dos nossos bons trabalhos sejam feitas<br />

em mais de uma categoria da área,<br />

assim como os americanos e ingleses<br />

Dois comerciais brasileiros voltaram com<br />

Leões este ano: “Balões”, da MTV, em<br />

Animation, levou Ouro, e “Valet bêbado”,<br />

para o Bar Aurora e Boteco Ferraz ficou<br />

com Bronze em Best Use of Music<br />

26 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 27<br />

ensinam.<br />

Isso teria nos levado a ter uma per-<br />

formance ainda melhor na área, em<br />

sua avaliação. Apesar de que, como<br />

pontuou, o Brasil foi bem em relação<br />

ao baixo número de inscrições. Miran-<br />

da também chama atenção, ao avaliar<br />

o desempenho do Pais, para os eternos<br />

problemas de produção do mercado<br />

nacional, que são falta de verba e de<br />

tempo, além de muito conservadoris-<br />

mo da maior parte dos clientes, avessos<br />

à ousadia na criação e na produção.


“Céu e inferno”, da JWT Shangai<br />

para Samsonite, brindou a China<br />

com o Grand Prix<br />

press lions rafael sampaio<br />

Press é praia brasileira<br />

Com impressionantes 159 pontos, obti-<br />

dos por 1 Leão de Ouro, 7 de Prata e 11<br />

de Bronze, além de 79 Finalistas, o Bra-<br />

sil foi de longe o país mais premiado em<br />

Press, alcançando um resultado que nem<br />

com o GP havia obtido no ano passado.<br />

Com quase 100 pontos a menos, clas-<br />

sificou-se em seguida a Alemanha, que<br />

conquistou 2 Ouros, 1 Prata, 5 Bronzes<br />

e 27 Finalistas; seguida de perto pela Ar-<br />

gentina, com 2 Leões de Ouro, 3 de Pra-<br />

ta e 5 de Bronze, além de 15 Finalistas.<br />

O principal destaque da área de Press<br />

Lions este ano, contudo, foi para a Chi-<br />

na, por um fantástico anúncio de jornal<br />

da JWT Shangai para Samsonite. Bati-<br />

zada de “Céu e inferno”, o anúncio de<br />

dupla meia página mostra que enquanto<br />

as pessoas viajam no céu da cabina do<br />

avião, as malas passam pelo inferno do<br />

porão, e que é preciso ser uma mala mui-<br />

to dura para resistir e chegar incólume ao<br />

final. Sem uma única palavra de título e<br />

texto, fora o nome da marca e da linha<br />

promovida, o anúncio segue o visual dos<br />

alto-relevos dos séculos 18 e 19 e passa<br />

sua mensagem de forma inesquecível.<br />

No mais, os jurados não foram muito<br />

pródigos em Leões: além do Grand Prix,<br />

foram 10 de Ouro, 36 de Prata e 52 de<br />

Bronze para 27 países, mais os 419 Fina-<br />

listas permanentes, selecionados entre<br />

5.415 inscritos.<br />

O presidente do júri, Tony Granger,<br />

chief creative officer global da Young<br />

& Rubican, durante a coletiva dos re-<br />

sultados destacou o rigor do grupo por<br />

ele liderado, que concedeu bem poucos<br />

Leões de Ouro, além do brilhantismo da<br />

peça chinesa que conquistou o Grand<br />

Prix e da exuberante performance do<br />

Brasil na área.<br />

Marcos Medeiros, diretor de arte da<br />

AlmapBBDO e um dos criadores do GP<br />

da área de Press no ano passado, foi o<br />

jurado do nosso país e recebeu o único<br />

Leão de Ouro conquistado pelo Brasil<br />

em 2011 nessa disputa. Ao analisar a<br />

qualidade dos vencedores, ele se derra-<br />

mou de eleogios ao GP, usando o tra-<br />

balho como gancho para afirmar: “Não<br />

acredito em propaganda cuja ideia vem<br />

antes do cliente, que são aqueles fan-<br />

tasmas com permissão para concorrer,<br />

pois cumprem o regulamento do prêmio<br />

mas não passam pelo teste de mercado.<br />

O GP deste ano mostra que é possí-<br />

vel se fazer propaganda de excelência<br />

para produtos de massa e que sempre dá<br />

para ir além, pois o tema de Samsonite<br />

é o mesmo empregado há décadas em<br />

todo o mundo”.<br />

Medeiros ressaltou, ainda, que a exce-<br />

lente performance do Brasil em Outdo-<br />

or e Press deriva do fato de que é nessas<br />

áreas nas quais, mesmo com a falta de<br />

recursos de produção, é possível ao País<br />

concorrer de igual para igual com as na-<br />

ções centrais do mundo da propaganda,<br />

como Estados Unidos e Inglaterra: “Essa<br />

estratégia foi a aposta da geração que nos<br />

precedeu, liderada pelo Marcello Serpa e<br />

Thomaz Lorente”.<br />

Além dos mencionados Brasil, Alema-<br />

nha e Argentina, o ranking dos 15 mais pre-<br />

miados em Press Lions de 2011 é formado<br />

pelos seguintes países: Espanha, 51 pon-<br />

tos (3 Pratas e 3 Bronzes + 27 Finalistas);<br />

A campanha para as ambulâncias<br />

Fiat conquistou um Leão de Prata e a<br />

campanha da revista Billboard ganhou<br />

o único Ouro em uma categoria e Prata<br />

em outra<br />

28 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 29


O anúncio “Idades”,<br />

`para Olay, ficou com<br />

um Leão de Prata<br />

O júri de Press concedeu<br />

135 Leões, escolhidos entre 419<br />

Finalistas, por sua vez selecionados<br />

entre 5.415 concorrentes<br />

França, 50 pontos (2 Pratas e 4 Bronzes +<br />

28 Finalistas); Emirados Árabes, 50 pon-<br />

tos (1 Ouro, 1 Prata e 2 Bronzes + 32 Fi-<br />

nalistas); Tailândia, 33 pontos (1 Ouro, 1<br />

Prata e 1 Bronze + 18 Finalistas); China,<br />

32 pontos (1 Grand Prix, 1 Ouro 1 Prata);<br />

Índia, 31 pontos (2 Pratas e 2 Bronzes +<br />

15 Finalistas); Estados Unidos, 29 pontos<br />

(4 Bronzes + 17 Finalistas); Chile, 27<br />

pontos (2 Pratas e 1 Bronze + 14 Fina-<br />

listas); Turquia, 24 pontos (4 Bronzes +<br />

12 Finalistas); Hong Kong, 21 pontos (1<br />

Ouro, 1 Prata e 1 Bronze + 6 Finalistas);<br />

África do Sul, 21 pontos (3 Pratas + 6 Fi-<br />

nalistas); e Malásia, 19 pontos (1 Ouro +<br />

12 Finalistas).<br />

Os 19 Leões concedidos ao Brasil foram<br />

para os seguintes trabalhos (lembrando<br />

que eram 20, mas que a organização do<br />

festival cassou um de Prata, da Moma):<br />

Leão de Ouro<br />

<br />

Billboard, criada pela AlmapBBDO<br />

Leões de Prata<br />

<br />

Olay, da P&G<br />

-<br />

dyn, da Bayer, criada pela JWT<br />

<br />

Tiguan, da Volkswagen, criada pela<br />

AlmapBBDO<br />

<br />

Ambulâncias Fiat, criada pela Leo<br />

Burnett<br />

<br />

Caminhões Man, da Volkswagen,<br />

criada pela AlmapBBDO<br />

<br />

– Escola de Arte e Design, criada<br />

pela AlmapBBDO<br />

<br />

Billboard, criada pela AlmapBBDO<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

lavadora LG, criado pela Y&R<br />

<br />

Top, da Editora Abril, criada pela<br />

AlmapBBDO<br />

<br />

Image, criada pela AlmapBBDO<br />

<br />

Maximídia, do Grupo Meio &<br />

Mensagem, criada pela Moma<br />

<br />

Mugen, criada pela Age Isobar<br />

<br />

Bandsports, criada pela Ogilvy<br />

Marca<br />

Brasil, criada pela DM9DDB<br />

<br />

Miami Ad School, criada pela Y&R<br />

-<br />

lâncias Fiat, criada pela Leo Burnett<br />

– em 2 categorias<br />

<br />

Y&R para Santa Casa de São Paulo<br />

O ranking da performance das agências<br />

brasileiras nessa disputada área de Press é<br />

30 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 31<br />

o seguinte:<br />

<br />

Pratas e 2 Bronzes + 12 Finalistas<br />

<br />

Bronzes + 12 Finalistas<br />

<br />

<br />

-<br />

listas<br />

<br />

Finalistas<br />

<br />

2 Finalistas cada<br />

<br />

As agências que não conseguiram trans-<br />

formar suas peças que estavam na shortlist<br />

em Leão foram Loducca (6 Finalistas),<br />

Giovanni + DraftFCB (5), CCZ e Grey (3<br />

cada) e Publicis (1).<br />

A excelente performance do Brasil em<br />

Press era esperada, considerando que nos-<br />

so país foi o que mais inscreveu: 662 peças,<br />

seguido pela França (472), Estados Unidos<br />

(401), Alemanha (349) e Índia (267) – e<br />

seu histórico na área é excepcional (2 dos<br />

3 Grand Prix de peças que o Brasil já ga-<br />

nhou em Cannes foram de anúncios, por<br />

exemplo).<br />

Quando a shortlist foi divulgada, nosso<br />

favoritismo confirmou-se, com 99 traba-<br />

lhos seguindo para a avaliação final. Os<br />

Emirados Árabes Unidos, que emplaca-<br />

ram 36 trabalhos entre os 518 selecio-<br />

nados, surpreenderam com a segunda<br />

posição. Depois, com 35 peças ficou a<br />

Alemanha, sendo seguida por França e<br />

Espanha, com 33 cada; Argentina, com<br />

25; Estados Unidos e Tailândia, com 21<br />

cada; Índia, com 18; e Chile, com 17 tra-<br />

balhos selecionados, em décimo lugar.<br />

Outros três Leões de Prata brasileiros<br />

foram conquistados pelas campanhas de<br />

Supradyn, Man Caminhões e EPA Escola<br />

de Arte e Design


A campanha que conquistou o GP de<br />

Outdoor espalhou 350 páginas da<br />

autobiografia de Jay-Z em<br />

locais públicos dos Estados<br />

Unidos e de outros países<br />

outdoors lions gisele centenaro<br />

Austrália e África do Sul<br />

dividem as glórias<br />

Olivier Altmann, chief creative officer<br />

global da Publicis, sintetiza o rigor do<br />

júri de Outdoor nesta 58ª edição do<br />

Festival de Cannes em poucas palavras,<br />

simpáticas, mas firmes como o espera-<br />

do de um profissional de sua grandeza:<br />

“Quem tem um trabalho Finalista neste<br />

ano pode se considerar premiado com<br />

um Leão de Bronze, quem ganhou um<br />

Bronze pode se orgulhar de ter recebi-<br />

do uma Prata e quem foi agraciado com<br />

Ouro deve olhar para o seu trabalho<br />

como se ele fosse um Grand Prix”.<br />

De fato, a lista de vencedores da área<br />

aponta para uma avaliação consistente<br />

dos profissionais que compuseram a<br />

comissão julgadora, que reconheceu,<br />

entre os 426 selecionados para a final,<br />

somente 18 Leões de Ouro, além do<br />

Grand Prix, concedido a “Decode Jay-<br />

-Z with Bing”, da Droga New York para<br />

Bing.<br />

E sob a ótica pela busca do melhor<br />

da propaganda no encontro com as<br />

percepções emocionais e racionais dos<br />

consumidores, o Brasil se destacou<br />

como a nação mais premiada dentre as<br />

concorrentes (113 pontos equivalentes a<br />

5 Leões de Prata, 11 de Bronze e 55 Fi-<br />

nalistas), porém... sem um Ouro sequer,<br />

contra os 3 conquistados em 2010, ao<br />

lado de mais 6 de Prata e 11 de Bronze<br />

(eram 12, mas a organização do festival<br />

cassou um da Moma).<br />

Uma pulguinha que pode se trans-<br />

formar, na mente de bons entendedo-<br />

res, numa grande borboleta roxa diante<br />

da pontuação dos Estados Unidos em<br />

sua segunda colocação no ranking:<br />

63 pontos, ou seja, 53 abaixo do Bra-<br />

sil, mas que embutem, além do Gran-<br />

de Prêmio, mais 5 Ouros, 1 Prata, 3<br />

Bronzes e 4 Finalistas. Que primeiro<br />

lugar é esse que foi conquistado pelas<br />

agências de atuação nacional? Que<br />

segundo lugar é esse com jeitão de<br />

primeiro abocanhado pelos EUA?<br />

Tem mais: a Alemanha ficou um<br />

único pontinho atrás dos norte-ameri-<br />

canos, com seus 3 Leões de Prata, 7<br />

de Bronze e 26 Finalistas (62 pontos),<br />

sinalizando que há algo muito mais<br />

realista nessas seis dezenas do que as<br />

alegrias tão subjetivas da centena bra-<br />

sileira, se bem que dado o fato de que<br />

nosso mercado fez o maior investi-<br />

mento com inscrições nessa área den-<br />

tre todos os países participantes, com<br />

suas 662 peças enviadas a Cannes,<br />

não deixa de ser positivo observar que<br />

foi feita a felicidade de um número<br />

bem proveitoso de agências no Brasil,<br />

valorizando-se atuações locais em vis-<br />

ta da amplitude de nossa complexida-<br />

de geográfica. Pra conferir basta pas-<br />

sar os olhos nos nomes das agências<br />

que dividem a centena de Finalistas e<br />

Leões que enriquecem seus currículos<br />

diante de anunciantes de todos os por-<br />

32 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 33<br />

tes e regiões.<br />

De pronto, o que nos vem é mente<br />

é que os brasileiros têm muita estra-<br />

tégia para inscrever peças nesta área,<br />

têm muito talento para transformar<br />

propaganda em peças dignas de se-<br />

rem apreciadas como arte popular,<br />

contudo, não podem se negar a acei-<br />

tar a sugestão de reflexão soprada por<br />

esta pulguinha atrás da orelha que o<br />

presidente do júri impinge, com suas<br />

explicações sobre o padrão de quali-<br />

dade dos vencedores, aos criadores e<br />

anunciantes que atuam no mercado<br />

nacional.<br />

Feito o parêntese analítico, voltemos<br />

o olhar para os 15 países mais premia-<br />

dos em Outdoor, os quais dividiram<br />

os 18 Leões de Ouro, 33 de Prata e 66<br />

de Bronze, afora os permanentes 305<br />

Finalistas. Confira o ranking a seguir,<br />

do quarto lugar em diante (após Brasil,<br />

EUA e Alemanha), com a sugestão de<br />

firmar a visão nas nações distinguidas<br />

com Ouro, lembrando que, na opinião<br />

de Altmann, este ano eles valem, inten-<br />

cionalmente, um Grand Prix: Reino<br />

Unido, 58 pontos (2 Ouros, 1 Prata, 5<br />

Bronzes e 24 Finalistas); França, 34<br />

pontos (1 Prata, 4 Bronzes e 17 Fina-<br />

listas); Cingapura, 31 pontos (2 Pratas,<br />

2 Bronzes e 15 Finalistas); Espanha,<br />

30 pontos (6 Bronzes e 12 Finalistas);<br />

Tailândia, 26 pontos (1 Ouro, 2 Pra-<br />

tas, 1 Bronze e 6 Finalistas); Malásia,<br />

26 pontos (1 Prata, 3 Bronzes e 12 Fi-<br />

nalistas); China, 25 pontos (2 Ouros, 2<br />

Bronzes e 5 Finalistas); Hong Kong, 23<br />

pontos (1 Prata, 3 Bronzes e 9 Finalis-<br />

tas); Turquia, 22 pontos (3 Bronzes e 13<br />

Finalistas); Japão, 20 pontos (2 Ouros, 1<br />

Bronze e 3 Finalistas); México – 20 pon-<br />

tos (2 Pratas, 1 Bronze e 7 Finalistas);<br />

As séries de cartazes do VW Tiguan<br />

e da BandSports, assim como a caixa<br />

“AXN TV”, conquistaram Leões de Prata


O júri de Outdoor analisou 4.490<br />

concorrentes, selecionou 424<br />

Finalistas e concedeu 119 Leões<br />

A série de embalagens “Divida<br />

com quem precisa...”, para Casa do<br />

Zezinho, ganhou um Leão de Prata<br />

e Índia, 19 pontos (1 Prata, 2<br />

Bronzes e 8 Finalistas).<br />

Alan Strozenberg, sócio e vice-<br />

-presidente de criação da Z+, foi o<br />

representante do Brasil no júri, o qual<br />

também concedeu ao País ser aquele,<br />

dentre os concorrentes, com o maior<br />

número de Finalistas na primeira fase<br />

da disputa, com 72 indicações (10 a<br />

menos que em 2010).<br />

Após o rigoroso crivo dos jurados,<br />

16 trabalhos se sustentaram na caça<br />

aos Leões, distinguindo as agências:<br />

<br />

Bronze + 14 Finalistas<br />

<br />

Finalistas<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

+ 3 Finalistas<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Além delas, voltaram apenas com<br />

diplomas de Finalista as agências<br />

JWT (5); DM9DDB (4); F/Nazca Sa-<br />

atchi & Saatchi e Loducca (3 cada);<br />

e Lew Lara\TBWA, Dentsu, Dim<br />

Canzian Facci e Salles Chimestri<br />

(1 cada).<br />

Os trabalhos brasileiros merece-<br />

dores dos Leões foram:<br />

Leões de Prata<br />

<br />

Tiguan, da Volkswagen, criada<br />

pela AlmapBBDO<br />

<br />

Bandsports, criada pela Ogilvy<br />

<br />

para Sony Television<br />

<br />

com quem precisa...”, da Almap-<br />

-BBDO para Casa do Zezinho<br />

<br />

Noel”, da Ogilvy para Coca-Cola<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

Café Tainá, criada pela<br />

Giovanni + DraftFCB<br />

<br />

revista Billboard, criada pela<br />

AlmapBBDO<br />

<br />

Jumper, criado pela New360<br />

<br />

linha de tênis Penalty, criada<br />

pela Z+<br />

<br />

fones de ouvido da 3M, criada<br />

pela Grey<br />

<br />

Maximídia, do Grupo Meio &<br />

Mensagem, criada pela Moma<br />

<br />

para comida de gato, do Dia<br />

Supermercado, criada pela Z+<br />

<br />

Jamute, criada pela Z+<br />

<br />

criado pela Ogilvy<br />

<br />

tridimensional criada pela<br />

Artplan para Loterias Hebara<br />

<br />

mundo”, criada pela Monumenta<br />

para a Campanha da Verdadeira<br />

Afeição.<br />

radio rafael sampaio<br />

Ironia bem temperada<br />

Como era de se esperar pela tradição<br />

em criar excelentes peça de rádio e<br />

pela grande quantidade de inscrições<br />

que fizeram, Austrália e África do Sul<br />

destacaram-se entre os 27 países que<br />

foram premiados, neste ano, com 9<br />

Leões de Ouro, 16 Leões de Prata<br />

e 24 Leões de Bronze, além de 88<br />

Finalistas, selecionados, julgados<br />

e premiados em meio a um total de<br />

1.263 concorrentes.<br />

No final, a Austrália ficou com 92<br />

pontos, por 1 Leão de Ouro, 3 de Pra-<br />

ta, 1 Bronze e 67 Finalistas; enquanto<br />

a África do Sul fez 73 pontos, com um<br />

GP, 2 Ouros, 4 Pratas, 3 Bronzes e 28<br />

34 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 35<br />

Finalistas.<br />

Os dois países têm em comum o do-<br />

mínio perfeito da língua inglesa – con-<br />

dição essencial para disputar para valer<br />

essa área em Cannes – e um parque<br />

de produção sonora de primeira, que<br />

pode fazer de um simples spot uma<br />

obra prima.<br />

Caso do Grand Prix, que usa com<br />

maestria a ironia e foi para uma cam-<br />

panha da Net#work BBDO, produzida<br />

pela First#Left, de Johannesburg, para<br />

a Mercedes-Benz promover seus equi-<br />

pamentos de segurança. Nos três spots<br />

da série, intérpretes fantásticos relatam<br />

como conheceram, depois de uma pe-<br />

quena batida de carro, dois amigos e<br />

uma namorada, com os quais mantêm<br />

relações entre melodramáticas e cha-<br />

tas – e das quais eles parecem se arre-<br />

pender... E tudo aconteceu porque eles<br />

não estavam em um Mercedes dotado<br />

daqueles recursos para evitar acidentes.<br />

Na fase da shortlist, o Brasil começou<br />

um pouco melhor que no ano passa-<br />

do, com mais peças selecionadas (10).<br />

Mas na etapa final nosso País foi um<br />

pouco pior, não repetindo a conquis-<br />

ta do Leão de Ouro de 2010.<br />

Entre as agências brasileiras pre-<br />

miadas, a JWT levou 2 Leões de<br />

Bronze e 2 Finalistas; a Ogilvy, 1<br />

Leão de Bronze, além de 3 Finalistas;<br />

enquanto Talent e Script só ficaram<br />

com esse diploma.<br />

Nossos Leões de Bronze neste ano<br />

foram:<br />

<br />

para Motorola<br />

<br />

Nova para 91 FM<br />

<br />

Dr. DD para Coca-Cola<br />

A brasileira Zanna, da Zanna<br />

Sound, foi representante do Brasil no<br />

júri presidido por Eugene Cheong,<br />

diretor criativo regional da Ogilvy &<br />

Mather Ásia Pacífico.<br />

Além dos dois países líderes dessa<br />

área, os oito mais distinguidos pela<br />

distribuição dos Radio Lions seguiu<br />

esta ordem: Alemanha, 37 pontos (2<br />

Ouros, 2 Pratas, 2 Bronzes e 7 Fina-<br />

listas); Estados Unidos, 28 pontos (1<br />

Ouro, 1 Prata, 3 Bronzes e 7 Finalis-<br />

tas); Cingapura, 25 pontos (1 Ouro,<br />

1 Prata, 2 Bronzes e 7 Finalistas);<br />

Brasil, 16 pontos (3 Bronzes e 7 Fina-<br />

listas); Tailândia, 15 pontos (1 Ouro,<br />

1 Prata 1 Bronze); Colômbia, 12 pon-<br />

tos (1 Ouro e 1 Prata); Canadá, 11<br />

pontos (2 Bronzes e 5 Finalistas); e<br />

Emirados Árabes, 9 pontos (2 Bronzes<br />

e 3 Finalistas).<br />

Os jurados de Radio escolheram 50<br />

Leões da lista de 88 trabalhos que<br />

entraram na shortlist, selecionada entre<br />

1.263 concorrentes


O júri de Cyber analisou 2.835<br />

concorrentes, selecionou 220 Finalistas<br />

e concedeu 81 Leões<br />

“Street art view”, para<br />

Red Bull, conquistou o único Leão<br />

deste ano, e de Prata<br />

cyber lions gisele centenaro<br />

Território dos Estados Unidos<br />

Cybersedução em número, gênero e<br />

grau. Tão infiltrante e infiltrado que<br />

nosso jurado, Raphael Vasconcelos,<br />

vice-presidente executivo de criação da<br />

AgênciaClick Isobar, pergunta, a si mes-<br />

mo, em voz alta: “que corpo estranho é<br />

esse no festival de Cannes?”. Talvez um<br />

corpo retalhadinho, que vai se mesclan-<br />

do a outros corpos – com suas arquitetu-<br />

ras ósseas, redes de veias, órgãos, peles,<br />

pelos, sensações, emoções, consciências<br />

e inconscientes –, todos eles, em cada<br />

área do festival, nos dando a impressão<br />

de incompletude, porque “a coisa anda<br />

se juntando cada vez mais”, em lingua-<br />

gem mais popular para dar conta desse<br />

blablablá sobre comunicação integrada<br />

O retalhamento fica ainda mais notó-<br />

rio diante da decisão do júri de outorgar<br />

três Grand Prix na área. Foi preciso ex-<br />

plicar o fato, mais uma vez, na sala de<br />

imprensa. E daí que são três? Todos fica-<br />

ram com os Estados Unidos mesmo…,<br />

que continuam indo e vindo, no univer-<br />

so virtual, do simples ao complicado, do<br />

pequeno ao grande, do branco ao preto,<br />

dos pés ao coração e à cabeça, com ta-<br />

lentismo associado à visão de pequeno,<br />

médio e longo alcance, of course. Resul-<br />

tado? 167 pontos no ranking de países<br />

mais premiados, 74 a mais que o segun-<br />

do colocado, o Reino Unido (93 pontos).<br />

Por que os norte-americanos levam<br />

sempre tantos troféus, GPs e, especifi-<br />

camente, tantos Leões de Ouro (8 em<br />

2011)? “Os Estados Unidos têm talento,<br />

têm talentos, têm grandes marcas inter-<br />

nacionais com talento, talentos e inves-<br />

timentos que precisam, continuamente,<br />

de trabalhos talentosos nessa área.” Dá<br />

pra dar o contra nessa conclusão óbvia<br />

do presidente do júri, Nick Law, vice-<br />

presidente executivo e chief creative<br />

officer da R/GA?<br />

Pra dizer a verdade, Nick Law repre-<br />

sentou, em pessoa, a sedução da área de<br />

Cyber Lions ao coordenar o encontro<br />

entre jurados e jornalistas, no Palais des<br />

Festivals. O clima estendeu-se rapida-<br />

mente entre os demais jurados, o que<br />

resultou numa coletiva proveitosa, rica<br />

em dados e descontraída – demorada,<br />

mas nem se viu o tempo passar, o que<br />

deixou a “turma” do Design num cer-<br />

to prejuízo, praticamente começando o<br />

seu meeting com os jornalistas na hora<br />

de acabar em razão da ocupação da sala.<br />

Sob estímulo de Law, houve até aplau-<br />

sos extras para a jurada que representava<br />

a China, eufórica ao prometer que vai<br />

ficar melhor ainda o que já vem sendo<br />

bem feito em seu país nessa área. Como<br />

ela, o representante da Índia também se<br />

explicou pela falta de prêmios no currí-<br />

culo do país, tendo-se em conta que o<br />

mercado indiano é um celeiro de pro-<br />

duções para o mundo virtual. Não con-<br />

venceu com o mesmo grau de impacto<br />

da chinesa, mas prometeu desempenho<br />

mais perspicaz no próximo ano, inclusi-<br />

ve na estratégia de inscrições.<br />

Os prêmios máximos deste ano<br />

Os três GPs de Cyber foram para Arcade<br />

Fire, como Website; para Old Spice,<br />

como Campanha Digital Integrada; e<br />

para Innovative Thunder, em Viral<br />

36 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 37<br />

foram:<br />

<br />

wilderness downtown”, da Chris Milk<br />

Santa Monica para o Arcade Fire, do<br />

Google.<br />

<br />

tweet”, da R/GA New York para Innova-<br />

tive Thunder.<br />

<br />

Integrada para “Response campaign”,<br />

da Wieden+Kennedy Portland para Old<br />

Spice, uma continuação na internet da<br />

vencedora “The man your man could<br />

smell like”.<br />

Além dos Estados Unidos – com seus<br />

183 pontos por 3 GPs, 8 Ouros, 5 Pratas,<br />

11 Bronzes e 39 Finalistas –, as demais<br />

nações com boa performance foram:<br />

Reino Unido, 93 pontos (3 Ouros, 3 Pra-<br />

tas, 10 Bronzes e 27 Finalistas); França,<br />

48 pontos (2 Ouros, 3 Pratas, 1 Bronze<br />

e 16 Finalistas); Japão, 43 pontos (2 Ou-<br />

ros, 1 Prata, 6 Bronzes e 6 Finalistas);<br />

Suécia, 36 pontos (3 Ouros, 5 Bronzes<br />

e 15 Finalistas); Alemanha, 30 pontos<br />

(1 Ouro, 2 Pratas, 3 Bronzes e 4 Fina-<br />

listas); e Holanda, 18 pontos (1 Ouro, 2<br />

Bronzes e 5 Finalistas).<br />

Quando foi divulgada a shortlist, a<br />

ordem de número de Leões que seriam<br />

conquistados já estava mais ou menos<br />

definida, pois o ranking de finalistas<br />

incluía os Estados Unidos em primeiro,<br />

com 68 peças; seguido pelo Reino Uni-<br />

do, com 43; Suécia, com 23; França,<br />

com 22; Japão, com 15; Alemanha, com<br />

10; e Holanda, com 8. No total, foram<br />

220 trabalhos selecionados entre 2.835<br />

concorrentes.<br />

A performance do Brasil, comparada<br />

a de 2010, foi melhor? 1 Leão de Prata e<br />

2 Finalistas contra 1 Leão de Bronze e<br />

9 Finalistas. Creio que ficamos meio no<br />

<br />

somados nos deixaram ao lado da Espa-<br />

nha e, hahahahahaha...... bem na frente<br />

da Argentina, que conseguiu emplacar<br />

apenas 1 de seus 48 concorrentes na<br />

shortlist.<br />

A criadora do Leão brasileiro é a<br />

Loducca, em trabalho institucional para<br />

Red Bull, intitulado “Street art view”,<br />

que na shortlist foi indicado em duas<br />

categorias.


O GP de Direct ficou com a campanha<br />

de rejuvenescimento do Rom, que<br />

alcançou um ganho de 124% no índice<br />

de adesão ao mais popular chocolate<br />

romeno e de crescimento de 20% em<br />

suas vendas<br />

direct lions gisele centenaro<br />

Apaixonados pela Romênia<br />

A“Apaixonados pela Romênia.” Foi assim<br />

que os jurados de Direct Lions se defini-<br />

ram no encontro com os jornalistas para<br />

anunciar os vencedores da área na 58ª<br />

edição do Festival de Cannes. Apaixona-<br />

dos por quê? Porque não deixou de ser<br />

inusitado o fato de a Romênia ter levado<br />

o Grand Prix tanto de Direct como de<br />

Promo&Activation, sendo que o trabalho<br />

é, de fato, apaixonante.<br />

O caso, que conquistou esses dois<br />

GPS, mais quatro Ouros e um Titanium<br />

Lion, foi resultante de um esforço vi-<br />

sando rejuvenescer o produto, lançado<br />

em 1964 e muito ligado aos tempos do<br />

comunismo pelo qual o país passou. A<br />

estratégia foi lançar uma nova embala-<br />

gem, abandonando as cores da bandeira<br />

romena e adotando as cores dos Estados<br />

Unidos, além de fazer uma campanha<br />

em inglês, valorizando os símbolos ame-<br />

ricanos. Uma comoção popular surgiu<br />

como resultado, devidamente estimula-<br />

da pela marca da Kandia Dulce (do gru-<br />

po Cadbury), que foi seguida pela volta<br />

do chocolate na versão tradicional. Além<br />

do grande volume de comunicação es-<br />

pontânea sobre a marca, as pesquisas in-<br />

dicaram um aumento de 124% no índice<br />

de adesão ao mais popular chocolate ro-<br />

meno e de crescimento de 20% em suas<br />

vendas – sendo que o produto temporário<br />

acabou se transformando em um “item<br />

de colecionador” e também “sumiu” do<br />

mercado. O trabalho foi desenvolvido<br />

pela McCann Erickson de Bucareste.<br />

O Brasil teve um excelente desempe-<br />

nho nesta disputa, angariando 1 Leão de<br />

Ouro, 3 de Prata, 2 de Bronze e 10 Fina-<br />

listas, chegando a 38 pontos, troféus que<br />

lhe deram a terceira posição no ranking<br />

das nações mais premiadas, ficando atrás<br />

apenas da Alemanha, cuja pontuação é<br />

maior que a do nosso país, com destaque<br />

para seus 2 Leões de Prata, 4 de Bronze<br />

e 20 Finalistas, mas sem Ouro, atingindo<br />

os 42 pontos; e dos Estados Unidos, estes,<br />

sim, campeoníssimos, com seus 4 Leões<br />

de Ouro, 1 de Prata, 2 de Bronze e 9 Fi-<br />

nalistas, somando 48 pontos.<br />

Completando a lista dos 10 países<br />

mais premiados vieram: Bélgica, com<br />

32 pontos (6 de Bronze e 14 Finalistas);<br />

Suécia, com 28 pontos (2 de Prata, 4 de<br />

Bronze e 6 Finalistas); Argentina, com<br />

26 pontos (2 de Ouro, 1 de Prata, 2 de<br />

Bronze e 1 Finalista); Romênia, com 18<br />

pontos (1 GP, 1 de Ouro e 1 Finalista);<br />

Austrália, com 18 pontos (2 de Bronze e<br />

12 Finalistas); Espanha, com 17 pontos<br />

(2 de Prata, 1 de Bronze e 4 Finalistas) e<br />

Coréia, com 14 pontos (2 de Ouro).<br />

O título de Direct Agency of the Year<br />

foi conquistado pela Ogilvy Argentina,<br />

seguida pela Akestam Holst, de Estocol-<br />

mo, e pela Ogilvy Brasil.<br />

Os trabalhos brasileiros premiados<br />

Dos 1.858 concorrentes,<br />

o júri classificou 204 Finalistas<br />

e concedeu 57 Leões<br />

A campanha “As cartas esquecidas<br />

de Papai Noel”, para Coca-Cola, trouxe<br />

um Leão de Prata para o Brasil, e<br />

“A volta do Ferrorama”, para Estrela,<br />

voltou com 2 Leões: um de Ouro e<br />

um de Prata<br />

38 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 39<br />

foram:<br />

Leão de Ouro<br />

<br />

DM9DDB para Estrela<br />

Leões de Prata<br />

<br />

DM9DDB para Estrela<br />

<br />

Noel”, da Ogilvy para Coca-Cola<br />

<br />

Bar Aurora<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

Bar Aurora<br />

<br />

Age Isobar para Recycling<br />

Environmental<br />

Como Finalistas brasileiros, permane-<br />

ceram 5 da Ogilvy e 1 das agências Boca,<br />

JWT, Leo Burnett e WMcCann.<br />

Dentre os 204 trabalhos (40 a mais<br />

que em 2010) que, na opinião dos<br />

jurados presididos por Alexander Schill,<br />

global chief creative officer & partner<br />

do Serviceplan Group, mereciam ser<br />

cotejados pelas definições de Leões<br />

de Ouro, Prata e Bronze, 26 foram<br />

da Alemanha. Os profissionais belgas<br />

seguiam logo atrás, empatados em<br />

segundo lugar no ranking de maior<br />

número de indicados na shortlist de<br />

Direct, com 20 trabalhos.<br />

Em terceiro lugar nessa listagem, des-<br />

pontavam o Brasil e os Estados Unidos,<br />

com 16 Finalistas cada país, vindo na<br />

sequência: Austrália, com 14 Finalistas;<br />

Suécia, com 12; Noruega e Reino Unido,<br />

com 8 cada; e Espanha, com 7, entre<br />

os principais competidores da área, que<br />

contou com 1.858 inscrições em 2011.<br />

O Brasil foi representado no júri de<br />

Direct Lions por Ana Paula Marques, só-<br />

cia e vice-presidente de criação da Pon-<br />

to de Criação, que em encontro com os<br />

jornalistas afirmou estar extremamente<br />

orgulhosa com o resultado da competi-<br />

ção de modo geral, principalmente com<br />

a qualidade dos trabalhos brasileiros pre-<br />

miados. Ela também destacou que os ju-<br />

rados dessa área levaram muito em conta<br />

a combinação de grandes resultados com<br />

elevada criatividade, mais o tempero da<br />

ousadia – de fazer as coisas com coragem<br />

estratégica.


promo & activation lions gisele centenaro<br />

O primeiro Grand Prix<br />

do leste europeu<br />

Quando conquistou seu GP<br />

em Promo, a Romênia fez<br />

história, pois foi o primeiro<br />

do País, que jamais havia<br />

obtido qualquer destaque<br />

em Cannes. “Valet bêbado”,<br />

para Bar Aurora e Boteco<br />

Ferraz, ficou com um Leão<br />

de Prata nesta área, e<br />

“Parental control”, para<br />

Bandsports, conquistou<br />

um de Bronze<br />

Com 2 Leões de Ouro, 1 de Prata, 7 de<br />

Bronze e 11 Finalistas, totalizando 48<br />

pontos, os Estados Unidos lideraram o<br />

ranking de nações com maior número<br />

de troféus na área de Promo & Activa-<br />

tion do 58º Festival de Cannes, porém<br />

os norte-americanos não comemoram a<br />

conquista do Grand Prix, festa que ficou<br />

para a Romênia, em façanha começan-<br />

do com “American Rom” eleito o único<br />

Finalista do país em duas categorias, em<br />

seguida distinguido com Leão de Ouro<br />

e, por fim, levando o grande prêmio da<br />

área. Foi o primeiro Grand Prix na his-<br />

tória de um país do leste europeu, traba-<br />

lho que ainda conseguiu amealhar um<br />

segundo GP, mais 4 Ouros e 1 Titanium<br />

Lion com essa excepcional campanha.<br />

Após o líder, os seguintes países com-<br />

pletaram a lista dos 10 mais premiados<br />

nesta área: Alemanha, com 30 pontos (1<br />

de Ouro, 2 de Prata, 1 de Bronze e 10<br />

Finalistas); Argentina, com 26 pontos<br />

(3 de Prata, 1 de Bronze e 8 Finalistas);<br />

França, com 26 pontos (4 de Prata e 6<br />

Finalistas); Austrália, com 22 pontos (1<br />

de Prata, 2 de Bronze e 11 Finalistas);<br />

Suécia, com 21 pontos (2 de Prata, 2 de<br />

Bronze e 5 Finalistas); Romênia, com 17<br />

pontos (1 GP e 1 de Ouro); Cingapura,<br />

com 16 pontos (1 de Ouro, 1 de Prata e 4<br />

Finalistas); Brasil, com 15 pontos (1 Pra-<br />

ta, 1 de Bronze e 7 Finalistas); e Canadá,<br />

com 13 pontos (1 de Prata, 2 de Bronze<br />

40 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 41<br />

e 2 Finalistas).<br />

Estavam na liderança do ranking de<br />

países com maior número de Finalistas<br />

em Promo & Activation os Estados Uni-<br />

dos, com 26. De longe, a nação era segui-<br />

da, em Cannes, pela Austrália, com 14<br />

Finalistas, na companhia da Alemanha,<br />

com o mesmo número de selecionados,<br />

14. A Argentina corria por fora, com 12<br />

indicações, tendo na cola França (10),<br />

Brasil (9), Suécia (9) e Espanha (8). O<br />

total de inscritos nessa área, em 2011, foi<br />

de 2.125 trabalhos.<br />

Em comparação aos 5 Finalistas de<br />

2010, o Brasil entrou com pé direito na<br />

disputa este ano, com 4 Finalistas a mais,<br />

portanto, além da boa performance no<br />

júri presidido por Warren Brown, crea-<br />

tive founder da BMF, já despontavam,<br />

nessa primeira etapa da competição, nú-<br />

meros cabalísticos que tendiam para o<br />

favoritismo do nosso país, cujo represen-<br />

tante na comissão de profissionais que<br />

avaliava os concorrentes era Fernando<br />

Figueiredo, presidente do Talkability-<br />

Group, holding da Bullet.<br />

Entretanto, o Ouro mais uma vez nos<br />

fugiu – por pouco, mas fugiu –, ficando<br />

o País agraciado com o Leão de Prata,<br />

concedido a Ogilvy Brasil pelo case “Va-<br />

let bêbado”, do Bar Aurora & Boteco<br />

Ferraz; e o Leão de Bronze, também da<br />

Ogilvy Brasil, conquistado por “Parental<br />

control”, trabalho desenvolvido para Band-<br />

Sports. Um Leão a menos que em 2010,<br />

salientando-se que no ano passado os<br />

Leões brasileiros eram de Bronze.<br />

Dentre as agências de atuacão nacio-<br />

nal, a Loducca emplacou 3 Finalistas; a<br />

Ogilvy, outros 3 (2 deles transformados<br />

em Leões); ambas seguidas por Almap-<br />

BBDO, Leo Burnett e Salles Chemistri,<br />

com 1 trabalho selecionado cada uma de-<br />

las para a shortlist de Promo & Activation.<br />

Segundo Figueiredo, as inscrições bra-<br />

sileiras foram muito bem feitas, técnica<br />

e estrategicamente em 2011, fazendo jus<br />

ao conteúdo dos cases apresentados, cuja<br />

qualidade agradou aos jurados, dentre os<br />

quais o presidente do TalkabilityGroup se<br />

sentiu bastante à vontade para dar todas<br />

as explicações necessárias sobre os nossos<br />

concorrentes, toda vez que solicitadas.<br />

Com relação ao Grand Prix, Figueire-<br />

do revelou que a disputa foi acirrada com<br />

o trabalho merecedor de Leão de Ouro<br />

da DDB Cingapura, “Musical fitting<br />

rooms”, para Online Music Store, contu-<br />

do, ele também acrescentou que ente to-<br />

dos os concorrentes nenhum case se com-<br />

parava, este ano, em termos de impacto,<br />

com o GP de 2010, “Replay”, da TBWA\<br />

Chiat\Day Los Angeles para Gatorade,<br />

que, como se pode observar, fez história<br />

em Cannes.<br />

Os jurados de Promo & Activation<br />

analisaram 2.125 trabalhos,<br />

selecionaram 175 para a shortlist e<br />

destacam 55 com Leões


O júri concedeu 84 Leões,<br />

selecionados de 222 Finalistas<br />

e 2.895 concorrentes<br />

O Grand Prix de Media, para a<br />

Tesco coreana, criou ao mesmo<br />

tempo uma nova mídia e um novo<br />

canal de distribuição<br />

media lions gisele centenaro<br />

Saber fazer bem feito<br />

e sem medo de errar<br />

Com 63 pontos oriundos de 1 Leão de<br />

Ouro, 4 de Prata, 5 de Bronze e 21 Fina-<br />

listas (descontados os troféus recebidos),<br />

os Estados Unidos consagram-se como<br />

o país mais premiado na área de Media<br />

Lions, uma das mais importantes do 58º<br />

Festival de Cannes. A nação presidida<br />

por Barack Obama perdeu em Ouros,<br />

porém, para a Alemanha e o Reino Uni-<br />

do, que ocupam o segundo e o terceiro<br />

lugares, respectivamente, no mesmo<br />

ranking – a Alemanha com 47 pontos ad-<br />

vindos de 3 Leões de Ouro, 2 de Prata, 2<br />

de Bronze e 10 Finalistas; o Reino Unido<br />

com 45 pontos por 2 Leões de Ouro, 1 de<br />

Prata, 6 de Bronzes e 8 Finalistas.<br />

Embora também sem troféus de Ouro,<br />

o Brasil teve excelente pontuação (27<br />

pontos), ficando em quarto lugar com 2<br />

Leões de Prata, 2 de Bronze e 11 Fina-<br />

listas. A quinta posição foi da Austrália,<br />

com 25 pontos (3 Leões de Prata, 1 de<br />

Bronze e 7 Finalistas).<br />

O Grand Prix da área coube a Coréia,<br />

o sexto país mais destacado com prêmios<br />

(19 pontos pelo GP, 1 Leão de Ouro e 2<br />

Finalistas).<br />

Em seguida vieram a China, com 19<br />

pontos (4 Bronzes e 7 Finalistas); Japão,<br />

com 18 pontos (1 Ouro, 2 Pratas e 1 Fi-<br />

nalista); Bélgica, com 18 pontos (1 Prata,<br />

3 Bronzes e 4 Finalistas); e Suécia, com<br />

18 pontos (1 Prata e 13 Finalistas).<br />

Os trabalhos brasileiros distinguidos<br />

com Leões foram:<br />

Leões de Prata<br />

<br />

para Semp Toshiba”, da Talent para<br />

Semp Toshiba<br />

<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

Corinthians”, da F/Nazca<br />

Saatchi&Saatchi para Nike<br />

<br />

O júri de Media, presidido por Maria<br />

Luisa Francoli Plaza, CEO global da<br />

MPG, e tendo como representante brasi-<br />

leiro Ezra Geld, vice-presidente de mídia<br />

da JWT, havia selecionado 222 trabalhos<br />

de 44 países dentre os 2.895 inscritos em<br />

Cannes Lions 2010 para figurar na shor-<br />

tlist. Dentre eles, 15 eram de agências<br />

com atuação no Brasil, permanecendo<br />

10 deles como Finalistas, sendo um em<br />

duas categorias. A Ogilvy ficou com 4 Fi-<br />

nalistas; a Young & Rubicam e a Loduc-<br />

ca ficaram com 2 cada; e a Dontrythis,<br />

Artplan e Master com 1 Finalista cada.<br />

O Grand Prix de Media foi conquis-<br />

tado por “Home Plus Subway Virtual<br />

Store”, da Cheil Worldwide para a Tesco<br />

coreana (que lá se chama Home Plus).<br />

Uma ideia revolucionária, pois criou ao<br />

mesmo tempo uma nova mídia e um<br />

novo ponto de venda, apesar de deman-<br />

dar uma realização complexa e cara.<br />

Para ampliar a capilaridade de sua distri-<br />

buição, a rede de lojas de conveniência<br />

instalou painéis nas plataformas do me-<br />

trô (ver imagens), de forma que os con-<br />

sumidores pudessem fazer compras, com<br />

seus celulares, enquanto esperavam sua<br />

condução. As imagens reproduziam pra-<br />

teleiras reais das lojas e, após a compra e<br />

pagamento, através do celular, as merca-<br />

dorias eram entregues em domicílio.<br />

A Media Agency of the Year foi a Jung<br />

Von Matt, de Hamburgo. As que chega-<br />

ram perto foram a Cheil Worldwide, de<br />

Seul, e a Ogilvy Argentina.<br />

Satisfeito com sua participação no<br />

júri, Ezra Geld salientou, em encontro<br />

com jornalistas após a divulgação dos<br />

resultados, que “tudo é mídia hoje em<br />

dia”, sendo que o modelo brasileiro de<br />

relacionamento entre agências, anun-<br />

ciantes e veículos é, sob a perspectiva<br />

dele, o mais adequado ao atual cenário,<br />

visto que cabe ao profissional de mídia,<br />

em conjunto com as áreas de planeja-<br />

mento e criação, observar e entender,<br />

com acuidade, o processo de interação<br />

de cada plataforma e canal de comunica-<br />

ção com o consumidor, de modo a tirar<br />

o melhor proveito desse posicionamento<br />

e postura entre ambos em benefício das<br />

marcas. “Mídia é branding”, sintetizou<br />

“Gôôôol”, para Coca-Cola, e “Todas as<br />

telas brasileiras mudaram para Semp<br />

Toshiba” conquistaram Leões de Prata;<br />

“Botas”, para Asics”, e “República<br />

Popular do Corinthians” ficaram com<br />

Leões de Bronze<br />

42 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 43<br />

Geld.


design lions gisele centenaro<br />

Alemanha absolu tamente campeã<br />

Os jurados analisaram 1.774<br />

competidores, selecionam 146 para a<br />

shortlist e concederam 86 Leões<br />

O Grand Prix de Design ficou com a<br />

intervenção “The Cosmopolitan digital<br />

experience”, para o The Cosmopolitan<br />

Hotel of Las Vegas<br />

Foram 129 pontos para a Alemanha<br />

no ranking das nações mais premiadas<br />

nesta área, concernentes a 5 Leões de<br />

Ouro, 12 de Prata, 8 de Bronze e 10<br />

Finalistas. Simplesmente 87 pontos à<br />

frente do segundo colocado, o Reino<br />

Unido, que somou 42 pontos com 3<br />

Leões de Ouro, 1 de Prata, 3 de Bronze<br />

e 7 Finalistas. E, atenção, aqui a para-<br />

da é dura, pois não tem aquele monte<br />

de pontos advindos de uma porção de<br />

Finalistas.<br />

Os Estados Unidos ocuparam “ape-<br />

nas” o terceiro lugar, mas levaram o<br />

Grand Prix de Design, concedido a<br />

“The Cosmopolitan digital experien-<br />

ce”, da Digital Kitchen Chicago para<br />

o The Cosmopolitan Hotel of Las Ve-<br />

gas”. Somaram 38 pontos relativos ao<br />

GP, 3 Leões de Ouro e 7 Finalistas.<br />

Uau, neste caso, para a Índia, que<br />

surpreendeu ao ocupar a quarta posi-<br />

ção, com 32 pontos computados por 1<br />

Leão de Ouro, 3 de Prata, 1 de Bronze<br />

e 7 Finalistas. Logo atrás dela ficaram<br />

a Suécia e a Holanda, com 30 pontos<br />

cada, a primeira com 3 Leões de Ouro,<br />

1 de Prata, 1 de Bronze e 1 Finalista; a<br />

segunda com 2 Pratas e 20 Finalistas.<br />

Numa posição também bastante dig-<br />

na, o Brasil dividiu com o Japão o sexto<br />

lugar, por ter somado 29 pontos pela<br />

conquista de 2 Leões de Ouro, 1 de<br />

Prata, 2 de Bronze e 4 Finalistas, por-<br />

tanto, dois troféus a mais que em 2010,<br />

quando nossas equipes receberam 1<br />

Leão de Ouro, 1 de Prata e 1 de Bron-<br />

ze. O Japão recebeu 1 Leão de Ouro a<br />

mais que o Brasil com os mesmos 29<br />

pontos (3 Leões de Ouro, 1 de Prata e<br />

3 Finalistas).<br />

Os demais países que se posiciona-<br />

ram entre os 10 mais premiados na área<br />

foram Canadá, com 28 pontos (3 Ou-<br />

ros, 1 Bronze e 4 Finalistas); França,<br />

com 27 pontos (2 Ouros, 2 Pratas e 1<br />

Bronze); China, com 23 pontos (2 Ou-<br />

ros e 3 Bronzes); e Austrália, com 18<br />

pontos (1 Ouro, 1 Prata e 2 Bronzes).<br />

No total, foram feitas 1.774 inscri-<br />

ções em Design este ano, sendo que<br />

146 chegaram a Finalistas e 86 Leões<br />

foram concedidos (1 GP, 31 de Ouro,<br />

27 de Prata e 27 de Bronze).<br />

Os trabalhos brasileiros distinguidos<br />

com troféus foram:<br />

Leões de Ouro<br />

<br />

Emiliano”, da JWT para o Hotel<br />

Emiliano<br />

<br />

Leão de Prata<br />

<br />

da Lew Lara\TBWA para Virada<br />

Sustentável<br />

Leões de Bronze<br />

<br />

para Escola Panamericana de Arte<br />

<br />

O Brasil conquistou 2 Leões de Ouro,<br />

com “O inacreditável está no Emiliano”,<br />

para o Hotel Emiliano, e “Balões”, para<br />

MTV; e 1 Leão de Prata, para “Livros da<br />

virada sustentável”<br />

44 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 45<br />

ela mesma<br />

Cinco agências brasileiras ficaram<br />

com 1 Finalista cada: Giovanni+<br />

DraftFCB, Santa Clara, Lew Lara\<br />

TBWA, AlmapBBDO e Leo Burnett.<br />

Luciano Deos, presidente do Gad’ e<br />

da Associação Brasileira de Empresas<br />

de Design, presidiu o júri de Design,<br />

portanto, teve de agir com a máxima<br />

isenção durante as etapas de avaliação<br />

dos concorrentes, afinal, não pega nada<br />

bem um presidente ficar puxando sar-<br />

dinha pra si mesmo ou para os amigos<br />

numa onda como essa, ainda que nesse<br />

grupo de amigos se inclua, metafori-<br />

camente, toda a população brasileira<br />

interessada no avanço dos negócios<br />

gerados pelo mercado nacional nos<br />

diversos segmentos da economia que<br />

empregam o design como ferramenta<br />

e alavanca.<br />

Eis porque os jornalistas brasileiros,<br />

em encontro reservado com Deos após<br />

a coletiva oficial no Palais des Festi-<br />

vals, queriam tanto saber dele o porquê<br />

da ausência dos escritórios de design<br />

que atuam no Brasil tanto na shortlist<br />

como entre os premiados (somente re-<br />

ceberam troféus nesta área agências de<br />

propaganda que atuam no nosso país,<br />

salientando-se que a JWT ficou com<br />

dois deles, sendo 1 Leão de Ouro e 1<br />

de Bronze). Antes de explicar com mais<br />

detalhes “a ocorrência”, Deos foi tão<br />

enfático na resposta como os alemães<br />

o costumam ser: “Isso é irrelevante”.<br />

“Ah!”, dissemos nós, em coro, os jorna-<br />

listas brasileiros, dando um tempinho<br />

pra ele pensar melhor na resposta.<br />

Obviamente que Deos também se<br />

ressente dessa falta de prêmios conquis-<br />

tados pelos escritórios de design brasilei-<br />

ros, mas, primeiramente, ele está correto<br />

ao afirmar “irrelevante” se atentarmos<br />

para o fato de que em termos de desta-<br />

que internacional sob a abrangência de<br />

um festival como o de Cannes o País se<br />

viu muito bem representando com os<br />

cinco Leões conquistados, emparelhado<br />

em pontos com o Japão, cujos trabalhos<br />

em design, como se sabe, são um primor.<br />

Segundo, os escritórios de design<br />

nacional ainda têm certa dificuldade<br />

na fase das inscrições na competição,<br />

por carência de estratégia e até verba,<br />

mesmo, para cacifar o investimento;<br />

terceiro, as agências de propaganda,<br />

por sua vez, já sabem de cor e salteado<br />

quais os melhores caminhos para<br />

chegar lá aqui, sejam nas velhas ou<br />

nas recém-criadas áreas do festival;<br />

quarto, o mercado brasileiro não vive,<br />

ainda, tempos de plenitude nos setores<br />

de design, em decorrência do próprio<br />

histórico da Nação – somos jovens<br />

demais culturalmente para gerar gênios<br />

designers em grande número, motivo<br />

pelo qual creio que Deus ainda nos brinda<br />

com Oscar Niemeyer vivo, por exemplo<br />

– e, por extensão, inúmeros núcleos<br />

de atividades são ainda emergentes no<br />

Brasil, assim como nossa economia, por<br />

lógica interna associada aos movimentos<br />

de expansão e retração de investimentos,<br />

inclusive dos investimentos recebidos do<br />

estrangeiro.


pr lions gisele centenaro<br />

Brasil fez charme em PR Lions<br />

O único GP conquistado este ano<br />

pela Austrália foi para “Break up”, do<br />

National Australia Bank<br />

E não é que com apenas 4 trabalhos<br />

Finalistas na reta final para conquista de<br />

Leões na área de PR o Brasil conseguiu,<br />

mesmo, virar o jogo, transformando<br />

dois deles em troféus? Troféus das me-<br />

lhores safras: um de Ouro, outorgado ao<br />

case Skankplay, da agência Dontrythis<br />

para a banda Skank; e um de Prata, con-<br />

quistado pela FSB Comunicações com<br />

um conjunto de ações para o Governo<br />

do Estado do Rio de Janeiro, projeto de<br />

relações públicas que, segundo o jurado<br />

brasileiro, Ronald Mincheff, presiden-<br />

te da Edelman Significa, foi extrema-<br />

mente bem apreciado pela comissão de<br />

profissionais que avaliou os concorren-<br />

tes – cooperou para a boa recepção da<br />

estratégia o fato de estarmos a caminho<br />

da Copa do Mundo e dos Jogos Olím-<br />

picos, em razão do “renascimento” da<br />

paz social na capital carioca e em todo<br />

seu entorno.<br />

Em 2010, o Brasil ficou eufórico com<br />

seus 8 Finalistas nesta competição,<br />

dos quais 3 foram transformados em<br />

Leões de Prata, entretanto, é preciso<br />

levar em conta o fato da área estar<br />

se tornando a cada ano mais com-<br />

petitiva, na esteira da proliferacão e<br />

cruzamentos de plataformas de mídia<br />

em todo mundo associados aos inves-<br />

timentos mais que necessários em<br />

comunicação integrada. Isto signifi-<br />

ca que passarmos de um único Leão<br />

na primeira edição da área em 2009,<br />

quando ainda não havia distinção de<br />

troféus em Ouro, Prata e Bronze, para<br />

este saboroso Leão de Ouro ao lado de<br />

um Leão de Prata em 2011, ao se co-<br />

locar a prova os talentos nacionais de<br />

um segmento da indústria da comu-<br />

nicação em efervescência e batalha<br />

acirrada, é atestar que o nosso merca-<br />

do também vive seu boom desse lado<br />

do balcão, com feras mais que prontas<br />

para o sucesso, fundamentalmente<br />

para fazer o sucesso da clientela.<br />

A soma da pontuação na competição<br />

insere o Brasil, com seus 14 pontos, na<br />

quarta posição do ranking de países<br />

mais premiados em PR, neste 58º Fes-<br />

tival de Cannes, no qual a liderança<br />

ficou nas mãos de Estados Unidos e<br />

Reino Unido, o primeiro computando<br />

3 Leões de Ouro, 1 de Prata e 3 de<br />

Bronze; o segundo, 2 de Ouro, 4 de<br />

Prata e 3 de Bronze. O número de Fi-<br />

nalistas, porém, define a parada entre<br />

ambas as potências: Reino Unido, com<br />

50 pontos, em decorrência dos 7 traba-<br />

lhos inseridos na shortlist já desconta-<br />

dos os merecedores de Leões, vai ao<br />

pódio como a nação mais poderosa do<br />

mundo no setor de relações públicas,<br />

visto que os 13 Finalistas dos Estados<br />

Unidos, sob o mesmo critério, não fo-<br />

ram suficientes para bater os pontos do<br />

concorrente amealhados com Leões<br />

de Prata a mais, chegando “apenas”<br />

O Brasil trouxe um Leão de Prata<br />

para um conjunto de ações do<br />

Governo do Estado do Rio de Janeiro<br />

e um Leão de Ouro para um lançamento<br />

da banda Skank<br />

O jurados de PR concederam 39 Leões,<br />

selecionados entre 105 Finalistas,<br />

apurados de 819 concorrentes<br />

46 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 47<br />

a 48 pontos.<br />

Com um belo Grand Prix na baga-<br />

gem, entregue a “Break up”, da Cle-<br />

menger BBDO Melbourne para o<br />

National Australia Bank, mais 1 Leão<br />

de Ouro, 1 de Prata e 3 Finalistas (des-<br />

contados os Leões), ficou em terceira<br />

posição, com 25 pontos, precedendo o<br />

Brasil, a Austrália, uma bela surpresa,<br />

visto que em 2010 a nação havia rece-<br />

bido apenas 2 Leões de Prata.<br />

Além desses países já mencionados,<br />

também receberam Leões de Ouro<br />

(um cada): Alemanha, Colômbia e<br />

Suécia. Somente com 3 Leões de Pra-<br />

ta foi distinguida a Índia; com 1 de<br />

Prata e 2 de Bronze, Israel; 1 de Prata<br />

e 1 de Bronze, Japão; 1 de Prata, Lí-<br />

bano; 2 de Bronze, Romênia; e 1 de<br />

Bronze cada, Hong Kong, França, Ho-<br />

landa e Noruega.<br />

Na shortlist inicial de PR, 20 indica-<br />

ções eram oriundas dos Estados Unidos<br />

e 16, do Reino Unido, seguido por Aus-<br />

trália, China, Israel, Japão, Espanha e<br />

Suécia, com 5 chances de Leões cada.<br />

Atrás deles, corria a Argentina, com 4<br />

chances de chegar aos cobiçados tro-<br />

féus, além do Brasil<br />

Um total de 819 trabalhos entraram<br />

na disputa este ano em PR, sob júri<br />

presidido por Dave Senay, presidente<br />

e CEO da Fleishmam-Hillard, que se-<br />

lecionou 105 Finalistas e concedeu 39<br />

Leões ao final, sendo 1 GP, 10 de Ouro,<br />

13 de Prata e 15 de Bronze.<br />

Os Finalistas brasileiros, afora os<br />

Leões já citados, foram “Arte na faixa de<br />

pedestres”, da Master para Prefeitura de<br />

Curitiba; e “Arte nas ruas”, da Loducca<br />

para Red Bull.<br />

De acordo com as percepções de Ro-<br />

nald Mincheff, “o ano foi um charme<br />

para o Brasil em PR”, não apenas em<br />

face da qualidade dos trabalhos premia-<br />

dos desenvolvidos por empresas de atua-<br />

ção no mercado nacional, mas também<br />

pela eficácia comprovada dos demais<br />

cases que o país inscreveu. E, embora<br />

algumas categorias tenham deixado a<br />

desejar, em 2011, em número de con-<br />

correntes que de fato representassem de-<br />

terminados setores da economia, como<br />

o financeiro, por exemplo, o padrão ge-<br />

ral causou impressões muito positivas,<br />

conforme salientou Mincheff, orgulho-<br />

so do resultado alcançado com a apre-<br />

sentação dos premiados, considerada<br />

por ele excepcional.


seminários rafael sampaio<br />

Nada como uma história bem contada<br />

João Ciaco, da Fiat, foi um dos<br />

apresentadores do ousado caso do<br />

Fiat Mio, que recebeu 11.000 ideias<br />

para construir um carro inovador,<br />

oriundas de 17.000 consumidores<br />

de 160 países<br />

Nunca houve tanta gente presente no<br />

Festival de Cannes como em 2011, seja<br />

em número de delegados, seja em pre-<br />

sença nas exibições e seminários, tanto<br />

que a maioria das sessões ficou literal-<br />

mente superlotada. Uma delas, que ge-<br />

ralmente era a mais concorrida, a apre-<br />

sentação do rolo dos novos diretores, da<br />

Saatchi & Saatchi, precisou ser repetida.<br />

E o que esta multidão procurava?<br />

Formatos capazes de diminuir o nível<br />

de incerteza que domina a atividade, já<br />

que a maioria do que funcionou durante<br />

décadas vem dando evidentes sinais de<br />

fadiga e nenhuma das foram criadas nos<br />

últimos anos dá a certeza nem da per-<br />

manência nem de aplicação universal,<br />

como foi no passado com as fórmulas do<br />

comercial, do anúncio e do cartaz.<br />

Nunca houve tantas plataformas, re-<br />

cursos e mídias para se fazer a comuni-<br />

cação comercial das marcas e empresas,<br />

mas nunca foi tão complexo conseguir<br />

organizar soluções ao mesmo tempo efi-<br />

cientes nos meios e eficaz nos fins.<br />

Algumas palavras/conceitos, como<br />

crowdsourcing e storytelling, foram mui-<br />

to faladas nos 70 seminários e workshops<br />

realizados, mas o que se pode realmente<br />

ver de comum nos inúmeros casos apre-<br />

sentados e principais premiados foi uma<br />

crescente diversidade e maior integração<br />

no emprego dos instrumentos de comu-<br />

nicação – o que aumenta e não reduz o<br />

espectro de soluções possíveis.<br />

Não faltaram propostas, algumas bas-<br />

tante válidas para alguns casos e situa-<br />

ções, mas nenhuma capaz de atingir a<br />

universalidade das receitas clássicas –<br />

algumas delas ainda válidas em certas<br />

circunstâncias, geralmente com atua-<br />

lizações e combinada com outros ele-<br />

mentos.<br />

A solução mais comentada, crowd-<br />

sourcing, é a utilização dos consumido-<br />

res como fonte de inspiração para a cria-<br />

ção e o desenvolvimento de mensagens<br />

publicitárias, que vem sendo tratadas,<br />

nas suas versões mais sofisticadas, como<br />

storytelling. Esses termos foram empre-<br />

gados e explicados em diversas palestras<br />

e até já apareceram empresas e meto-<br />

dologias destinadas a cuidar da criação<br />

de comerciais e anúncios a partir dess<br />

“fonte” dos consumidores.<br />

Nesse sentido, o Brasil já tem um<br />

caso de sucesso, que é criação do Fiat<br />

Mio, através da internet, no qual 17.000<br />

consumidores de 160 países mandaram<br />

11.000 ideias para construir um carro<br />

novo. O protótipo foi feito, talvez o carro<br />

até venha a ser lançado um dia, mas a<br />

campanha de reforço da marca já está<br />

feita. A apresentação, realizada em con-<br />

junto pela Fiat e AgênciaClick Isobar, foi<br />

o segundo seminário melhor avaliado do<br />

evento, sob forma de uma storytelling. O<br />

próprio protótipo resultante do projeto<br />

foi a Cannes, exposto no estande que o<br />

Estadão montou na área de exibições do<br />

festival.<br />

A UM (novo nome da Universal Mc-<br />

Cann, empresa do grupo Interpublic)<br />

apresentou em conjunto com dirigentes<br />

da BMW e L´Oréal a tese de que os exe-<br />

cutivos com características de empre-<br />

sários (entrepreneurs) são a nova “área<br />

criativa” das empresas e que de suas<br />

idéias e ousadias podem sair produtos,<br />

serviços e campanhas que virem a mesa<br />

e alcancem resultados excepcionais.<br />

Em linha semelhante, a Kraft Foods<br />

trouxe o autor Malcolm Gladwell para<br />

discutir como as empresas, inclusive as<br />

grandes, podem ser criativas e propor<br />

produtos, serviços e campanhas que se-<br />

jam realmente inovadoras e úteis para<br />

ajudar a transformar de forma positiva o<br />

Barry Wacksman e Robert Greenberg,<br />

da R/GA, falaram sobre a evolução<br />

da “antiga” integração horizontal<br />

para a “nova” integração vertical e a<br />

“novísssima” integração funcional<br />

48 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 49<br />

mundo.<br />

Um pouco mais focado no processo<br />

criativo, a Draftfcb convidou o cientista<br />

e autor Jonah Lehrer para discutir como<br />

funcionam os mecanismos criativos<br />

e como é possível aplicar doses de<br />

ciência e pensamento lógico ao trabalho<br />

artístico e intuitivo tradicional da área<br />

de comunicação.<br />

Em vez da Big Idea, a Long Idea. Esta<br />

foi a tese defendida pela Goviral, empre-<br />

sa especializada em disseminar conteú-<br />

dos pela internet, com o auxílio de Mar-<br />

tin Lindstrom, autor e especialista em<br />

branding. O conceito é de que as idéias<br />

publicitárias precisam ser duradouras e<br />

render múltiplas versões de mensagens,<br />

em mídias, contextos e até conteúdos<br />

diferentes, de forma a serem multiplica-<br />

das tanto pela mídia paga (paid media),<br />

como pela sua reverberação (earned<br />

media) e a mídia conquistada de forma<br />

espontânea pela ação dos consumidores<br />

(owned media).<br />

A SapientNitro apresentou o concei-<br />

to de conquistar “capital cultural”, que<br />

faz com que algumas marcas – pou-<br />

cas, como se sabe – possam inserir-se<br />

de forma relevante na cultura de seus<br />

consumidores e admiradores, o que au-<br />

menta sobremaneira sua aderência ao(s)<br />

segmento(s) que a utilizam.<br />

Entre as muitas apresentações de<br />

clientes feitas este ano em Cannes,<br />

chamou a atenção o show de Jonathan<br />

Mildenhall, vice-presidente de Global<br />

Advertising Strategy and Creative Ex-<br />

cellence da Coca-Cola, que falou sobre<br />

comunicação de marketing líquida e<br />

conectada, mostrando como usar a abor-<br />

dagem de storytelling através dos mais<br />

diferentes meios, de forma flexível às<br />

condições do contexto e de modo inte-<br />

rativo com a audiência.<br />

O resultado foi a escolha desse semi-<br />

nário como o melhor deste ano, supe-<br />

rando a intervenção de estrelas de pri-<br />

meira grandeza, como Robert Redford,<br />

o já mencionado Gladwell e Arianna<br />

Hunffington, assim como os CEOs da<br />

Unilever, Nestlé, Time Warner, Google,<br />

AOL, WPP, BBDO, McCann, Ogilvy &<br />

Mather e Publicis Groupe. Mais uma<br />

prova de que nada funciona melhor em<br />

comunicação do que uma história bem<br />

contada...<br />

Robert Greenberg, da R/GA, que ge-<br />

ralmente aparece em Cannes com uma<br />

novidade conceitual, este ano propôs a<br />

evolução da “antiga” integração horizon-<br />

tal (campanhas globais da mesma plata-<br />

forma) para a “nova” integração vertical<br />

(campanhas integradas multi e crossme-<br />

dia) e a “novísssima” integração funcio-<br />

nal (ecossistemas nos quais interagem<br />

produto, marca, empresa, tecnologia e<br />

consumidores).<br />

Como se vê, tudo indica que o futuro<br />

não será nada fácil para anunciantes,<br />

agências, veículos e toda a chamada<br />

“indústria da comunicação de<br />

marketing”.


Na enquete de <strong>About</strong>, 107<br />

dirigentes de empresas<br />

do mercado publicitário<br />

indicaram 208 executivos<br />

de 137 empresas<br />

anunciantes<br />

anunciantes rafael sampaio<br />

A seleção dos melhores<br />

entre os melhores<br />

Realizamos mais uma enquete junto<br />

aos nossos leitores, com o objetivo de<br />

identificar os profissionais que o mer-<br />

cado considera como os sete melhores<br />

executivos das empresas anunciantes.<br />

Fizemos essa pergunta a dirigentes de<br />

agências, veículos, produtoras e forne-<br />

cedores do mercado.<br />

No total, 107 “eleitores” (relaciona-<br />

dos ao final desta matéria) identifica-<br />

ram 208 pessoas de 137 empresas. Nú-<br />

meros que nos surpreenderam. Tanto<br />

pela alta adesão à enquete, como pela<br />

quantidade de executivos e organiza-<br />

ções destacados. <strong>É</strong> sinal evidente de<br />

que existe uma importante massa de<br />

anunciantes que são admirados pela<br />

cadeia de provedores de serviços de<br />

marketing, que servem aos interesses<br />

mercadológicos e de comunicação de<br />

empresas líderes em seus setores de<br />

atuação.<br />

Essas executivas e executivos re-<br />

presentam a parte mais competente,<br />

mais ousada, mais responsável e que<br />

melhor lidera a geração de riquezas no<br />

espectro das organizações usuárias da<br />

comunicação comercial. São grande<br />

exemplos de vida, de capacidade téc-<br />

nica, de inteligência emocional e de<br />

disposição para elevar o padrão de qua-<br />

lidade da nossa propaganda. <strong>É</strong> oportu-<br />

no ler as entrevistas que fizemos com<br />

os sete destacados para fruir valiosas<br />

lições que podem servir de inspira-<br />

ção e benchmark para todos aqueles<br />

que têm a essencial responsabilida-<br />

de de definir objetivos, estabelecer<br />

budgets, organizar briefings, aprovar<br />

estratégias e campanhas, mensurar<br />

resultados, aprender e... começar<br />

tudo de novo, em um ambiente cada<br />

dia mais complexo e competitivo, no<br />

qual a relevância da comunicação<br />

aumenta sistematicamente.<br />

Os sete eleitos pela nossa enquete<br />

foram Carla Schmiztberger, da<br />

Alpargatas; Cristina Duclos, da Vivo;<br />

Fernando Chacon, do Itaú Uniban-<br />

co; João Ciaco, da Fiat; José Vicen-<br />

te Marino, da Natura; Luiz Carlos<br />

Dutra e Malu Lopez, ambos da<br />

Unilever.<br />

<strong>É</strong> interessante apontar a divisão<br />

bem balanceada entre gêneros, com<br />

quatro homens e três mulheres, que<br />

revela que o acesso aos cargos supe-<br />

riores da atividade já está franqueado<br />

às mulheres, o que não acontecia até<br />

pouco tempo atrás, apesar da grande<br />

quantidade delas trabalhando nas<br />

estruturas de marketing e comunica-<br />

ção dos anunciantes.<br />

Vale observar, também, que dois<br />

eleitos são da mesma empresa, Unile-<br />

ver, sendo um deles, uma profissional<br />

com foco em mídia, que chega a ser<br />

uma surpresa, pela baixa quantidade<br />

desses especialistas nas empresas<br />

50 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 51<br />

clientes.<br />

Quatro dentre eles são ligados à As-<br />

sociação Brasileira de Anunciantes,<br />

ocupando a presidência, a co-presidên-<br />

cia do Conselho, uma vice-presidência<br />

e a presidência do Comitê de Mídia &<br />

Marketing Digital. O que parece lógi-<br />

co e natural, já que a entidade de fato<br />

reúne os principais clientes do País.<br />

Quatro dos eleitos nasceram em São<br />

Paulo, um em São João da Boa Vista,<br />

uma em Madrid e uma em Colonia –<br />

mas todos desenvolveram ou a totali-<br />

dade ou a maior parte de sua carreira<br />

no Brasil.<br />

Como formação básica, há dois en-<br />

genheiros, dois administradores de<br />

empresa, um matemático, um advoga-<br />

do e apenas uma com formação espe-<br />

cífica em publicidade.<br />

A faixa de idade oscila entre 36 anos<br />

(Malu López) e 50 anos (João Ciaco),<br />

o que também é natural, pois é o pe-<br />

ríodo no qual os executivos da área<br />

chegam ou se aproximam de seu auge<br />

profissional.<br />

Analisando a totalidade dos “votos”<br />

recebidos, constatamos que a AmBev<br />

teve 8 indicados para a lista dos melho-<br />

res; a P&G, 7; o Itaú Unibanco, 6; e a<br />

Natura e Unilever, 5 executivos cada.<br />

Com quantidade de indicações bem<br />

próxima dos sete eleitos, destacaram-<br />

-se outros sete profissionais: Carlos<br />

Murillo Moreno, da Nissan;<br />

Fernando Martins, do Santander;<br />

Herlander Zola, da Volkswagen;<br />

Hugo Janeba, que recentemente dei-<br />

xou a Vivo; Jorge Nasser, do Brades-<br />

co; Marcio Utsch, da Alpargatas; e<br />

Tarek Farahat, da P&G (os dois úl-<br />

timos presidentes de suas empresas).<br />

Outros presidentes foram indi-<br />

cados, bem como alguns acionistas<br />

controladores, denotando que estes<br />

líderes também acabam colocando<br />

a mão na massa e cuidando do dia<br />

a dia da comunicação de marketing.<br />

Mas a grande maioria foi mesmo<br />

de executivos com foco na gestão<br />

do marketing e da comunicação,<br />

que são os principais responsáveis,<br />

nas empresas clientes, por fazer a<br />

roda da atividade publicitária girar,<br />

garantindo as receitas de milhares<br />

de agências, veículos e provedores<br />

e, ainda mais importante, gerando<br />

expressivos retornos sobre os inves-<br />

timentos feitos pelas empresas em<br />

comunicação.<br />

Leia, a seguir, as entrevistas feitas<br />

com os sete melhores anunciantes,<br />

que resultaram em um conjunto de<br />

ensinamentos muito úteis para todos<br />

que trabalham no setor – incluin-<br />

do os próprios eleitos, todos sempre<br />

abertos a aprender e a evoluir.<br />

Existe uma importante<br />

massa de anunciantes que<br />

são admirados pela cadeia<br />

de provedores de serviços<br />

de marketing


anunciantes<br />

O essencial é ente nder o consumidor<br />

<strong>É</strong> fundamental interagir com<br />

pessoas do ramo, pessoas<br />

de ramos muito distintos e<br />

com pessoas de perfil etário<br />

e demográfico diferentes<br />

A engenheira química Carla Schmizt-<br />

berger, diretora da unidade de negócios<br />

Sandálias, da Alpargatas, formou-se pela<br />

Cornell University, em Nova Iorque,<br />

mas nasceu em Colonia, na Alema-<br />

nha, em 1962, e cresceu no Brasil. Mais<br />

tarde, fez curso de extensão na FDC/<br />

Insead. Contou, portanto, com uma am-<br />

pla e diversidade formação e vivência<br />

nos EUA, Europa e Brasil.<br />

Começou a trabalhar na P&G da<br />

Alemanha, como gerente de produto,<br />

mudou para a Johnson & Johnson, no<br />

Brasil, e voltou para a P&G, aqui em<br />

nosso país, onde passou por diversos<br />

cargos, inclusive no Canadá, e chegou<br />

a diretora associada da unidade brasilei-<br />

ra de Personal Care. Mudou em segui-<br />

da para a área de cartões do Citibank<br />

(Credicard), onde começou como vp<br />

de marketing para o Brasil e saiu, para<br />

a posição atual, como vp da área para a<br />

América Latina.<br />

Carla, como é conhecida no merca-<br />

do, credita à combinação de experiência<br />

internacional, à estratégia e disciplina<br />

da P&G e aos cursos de gestão de recur-<br />

sos humanos, em especial ao da Insead,<br />

a somatória que a fez preparada para sua<br />

posição presente, para a qual também<br />

foi essencial a passagens por cargos dire-<br />

tivos na P&G e no Citibank/Credicard.<br />

“Saber ouvir. Prestar atenção nos de-<br />

talhes. Obter um bom entendimento do<br />

mercado e do consumidor” são as maio-<br />

res virtudes da executiva de marketing,<br />

na visão da profissional. Em oposição,<br />

os principais “pecados” são “achar que<br />

se sabe tudo” e, consequentemente,<br />

“não prestar atenção” em detalhes.<br />

Essas virtudes e “pecados” são os<br />

mesmos de quando começou sua carrei-<br />

ra, em sua avaliação, pois “o essencial<br />

ainda é e sempre será um bom entendi-<br />

mento do consumidor – e atendê-lo da<br />

melhor maneira possível”, mesmo ten-<br />

do mudado quase tudo: os produtos, as<br />

marcas e os meios.<br />

Para se manter atualizada e oxige-<br />

nada, Carla lê muito: revistas, jornais,<br />

relatórios e artigos do meio, jornais e,<br />

evidentemente, navega bastante na in-<br />

ternet, “o meio mais rápido, mais atual<br />

e mais democrático”. Mas também con-<br />

sidera fundamental “interagir com pes-<br />

soas do ramo, pessoas de ramos muito<br />

distintos e com pessoas de perfil etário e<br />

demográfico diferentes”, além de seguir<br />

de perto as tendências internacionais e<br />

globais.<br />

Como um ponto essencial para que<br />

os executivos de anunciantes venham a<br />

se relacionar melhor com seus colegas<br />

de outras áreas da empresa, seus chefes,<br />

seus subordinados e sua “cadeia de pro-<br />

vedores”, a receita da responsável pela<br />

principal unidade de negócios da Alpar-<br />

gatas é clara e sucinta: “Saber ouvir os<br />

outros – procurar entender o porque, os<br />

motivos das decisões”.<br />

Perguntada sobre o quanto e o que<br />

de um bom trabalho de gestão da<br />

comunicação de marketing depende<br />

do talento e do esforço solitário de<br />

um executivo da área, de sua equipe<br />

e de seus parceiros da “cadeia de<br />

provedores”, Carla também vai direto<br />

ao ponto, como é de seu estilo: “O bom<br />

trabalho de comunicação depende de<br />

bons briefings, bom trabalho em equipe<br />

do cliente e de bom trabalho criativo.<br />

Todas as partes são fundamentais”.<br />

Fizemos um ping-pong com Carla<br />

sobre algumas das atividades, conceitos<br />

e públicos que estão diuturnamente na<br />

vida dos executivos de marketing. Eis<br />

as respostas, em tópicos, que merecem<br />

Os trabalhos que marcaram a carreira<br />

de Carla Schmiztberger foram a<br />

campanha de Band Aid Clear com<br />

Ana Paula Arósio em Claudia, os<br />

lançamentos de Pert Plus e de Pampers<br />

Uni no Brasil, a negociação de naming<br />

rights do Credicard Hall, a campanha<br />

impressa de Havaianas Slim e a lojaconceito<br />

Havaianas na Rua Oscar Freire,<br />

em São Paulo<br />

52 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 53<br />

destaque.<br />

Branding: importantíssimo para evi-<br />

tar comoditização.<br />

Estratégia e tática: ambas essenciais<br />

– planejamento é crítico, mas execução<br />

de qualidade também.<br />

Pesquisa: não há como gerir algo que<br />

você não consegue mensurar – todas as<br />

características de seu produto/serviço/<br />

marca podem ser medidas.<br />

Procurement: bons fornecedores fa-<br />

rão a diferença na execução de qualidade.<br />

ROI: não se deve realizar uma ação<br />

que não tenha bom retorno sobre o in-<br />

vestimento.<br />

Agências: parceria e trabalho conjun-<br />

to, além de confiança, são essenciais.<br />

Veículos: são parceiros também<br />

extremamente importantes para rea-<br />

lizar ações diferentes e executar com<br />

qualidade.<br />

Universo digital em geral e redes so-<br />

ciais em particular: novas ferramentas<br />

que são rápidas e essenciais para falar<br />

com o público jovem.<br />

Consumidores e shoppers: são as fi-<br />

guras mais importantes de nosso negó-<br />

cio, pois tomam a decisão final sobre os<br />

nossos produtos/serviços ou marca.<br />

Sustentabilidade: é irresponsável<br />

não atuar hoje dessa forma.


<strong>É</strong> preciso arriscar. Sempre.<br />

Trabalhar com ideias<br />

básicas e por caminhos<br />

mais seguros são um<br />

grande erro<br />

anunciantes<br />

As voltas que uma carreira dá<br />

A paulistana Cristina Duclos Amaral<br />

da Silveira, nascida em 1969 e mais co-<br />

nhecida como Cris Duclos, é diretora de<br />

imagem e comunicação da Vivo, tem<br />

formação em administração de empre-<br />

sas, pós em marketing pela ESPM, MBA<br />

pela Fundação Dom Cabral e pós-MBA<br />

na Kellogg School of Management. Seus<br />

principais cargos diretivos antes de che-<br />

gar à Vivo na atual posição foram geren-<br />

te de customer service da BCP e direto-<br />

ra de marketing de relacionamento da<br />

Claro. Os cursos mais importantes para<br />

sua carreira foram os da Fundação Dom<br />

Cabral e da Kellogg, por aprofundar o<br />

conhecimento em algumas disciplinas<br />

específicas e ter contato de perto com<br />

profissionais de diversas áreas. Especi-<br />

ficamente para a área de comunicação,<br />

ela destaca as várias idas ao Festival de<br />

Cannes. “Na volta, com base no conteú-<br />

do visto no festival, é possível repensar<br />

a maneira como estamos trabalhando.”<br />

Cris Duclos acredita que ter passado<br />

alguns anos na área de relacionamento<br />

com clientes foi o que mais lhe ajudou<br />

na carreira. “<strong>É</strong> ouvindo o cliente que se<br />

aprende tudo.” Evidentemente, seus três<br />

últimos anos na Vivo têm sido os mais<br />

intensos em vida profissional, pela fun-<br />

ção diretiva e os projetos que conseguiu<br />

realizar.<br />

Embora não existe uma “receita” para<br />

se tornar uma boa executiva, sob o norte<br />

de Cris Dulcos, ela alerta: “A persistên-<br />

cia e a busca constante pela excelência<br />

contribuem muito”. Sobre as virtudes<br />

que devem ser estimuladas, suas dicas<br />

são: “Ter uma visão estratégica da marca<br />

e não deixar o tático dominar o estratégi-<br />

co, principalmente em um mercado como<br />

o de telecomunicações que é muito dinâ-<br />

mico. E é preciso arriscar. Sempre. Tra-<br />

balhar com ideias básicas e por caminhos<br />

mais seguros são um grande erro. Saber<br />

ouvir, em qualquer profissão, também é<br />

uma necessidade: boas ideias podem sur-<br />

gir em todas as áreas. Além disso é preciso<br />

fazer o exercício, sempre, de simplificar a<br />

comunicação”.<br />

Muitos são os “pecados” que o profis-<br />

sional incauto pode cometer em sua car-<br />

reira, segundo Cris Duclos, porém, ela se<br />

concentra em quatro principais: “Deixar<br />

de pensar em uma campanha 360°, acre-<br />

ditando que apenas um meio possa ser<br />

eficiente; não olhar devidamente para o<br />

mercado e seus concorrentes; considerar<br />

que vender e construir marca são coisas<br />

diferentes; mas talvez o maior ‘pecado’,<br />

atualmente, seja não entender as mudan-<br />

ças que os meios digitais trouxeram para o<br />

comportamento do consumidor”.<br />

Sobre suas práticas de atualização e<br />

oxigenação, a executiva lembra que, pela<br />

própria natureza do negócio no qual atua,<br />

ela tem de estar conectada todo o tempo,<br />

e constantemente em de busca informa-<br />

ções sobre assuntos que interessam nos<br />

meios digitais e offlines. <strong>É</strong> só isso? E a<br />

vida fora de um escritório? “Família, ami-<br />

gos, cachorro, um pouco de vida social...<br />

No entanto, no meu caso, lazer e trabalho<br />

muitas vezes se misturam, já que me di-<br />

virto com o que faço e não poderia passar<br />

14 horas por dia em um lugar se não esti-<br />

vesse realmente envolvida”.<br />

Suas principais dicas para os executivos<br />

de anunciantes melhor se relacionarem<br />

com aqueles que os cercam são: “Falar<br />

de negócio e não de comunicação, ter<br />

bastante tranquilidade para ouvir, saber<br />

implementar ideias vindas de outras áre-<br />

as e, principalmente, saber reconhecer<br />

erros e acertos. E é importante eliminar<br />

as barreiras com as outras áreas. Não se<br />

pode prescindir da contribuição de cada<br />

um da empresa. Um bom insight pode vir<br />

de qualquer lugar. As pessoas querem e<br />

devem participar”.<br />

Cris Duclos assina as seguintes premis-<br />

sas sobre os pontos temáticos propostos<br />

As campanhas que marcaram a<br />

carreira de Cris Duclos foram o<br />

lançamento do 3G na Claro (2007);<br />

o reposicionamento da Vivo –<br />

“Conexão como nenhuma outra”<br />

(2009); “Eu vivo a seleção”, com<br />

os filme do Pelé e “1284” (2010);<br />

e “Eduardo e Monica” (2011)<br />

54 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 55<br />

para finalizar:<br />

Branding: marca é a essência da em-<br />

presa.<br />

Estratégia e tática: nunca deixar a táti-<br />

ca dominar a estratégia.<br />

Pesquisa: essencial para o direciona-<br />

mento e para obter customer insight.<br />

ROI: é importante não ver apenas o<br />

que estamos medindo no curtíssimo pra-<br />

zo, mas também o que estamos construin-<br />

do no longo prazo.<br />

Agências: uma relação de troca cons-<br />

tante.<br />

Veículos: fundamentais para o sucesso<br />

dos nossos planos de comunicação.<br />

Universo digital em geral e redes so-<br />

ciais em particular: é necessário viven-<br />

ciar estas ferramentas de fato.<br />

Consumidores e shoppers: é preciso<br />

falar com o consumidor todos os dias. Te-<br />

mos que monitorar o seu comportamento<br />

e a segmentação de mercado de uma for-<br />

ma muito precisa.<br />

Sustentabilidade: é fonte de inovação<br />

e redução de custos, já que nos inspira a<br />

fazer mais com menos e a fazermos de<br />

forma diferente – resumindo, é um cami-<br />

nho sem volta.<br />

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O pré-requisito básico<br />

para ser um bom executivo<br />

é fazer tudo com muita<br />

paixão, muita dedicação,<br />

ética e lealdade<br />

anunciantes<br />

Colaboração é o nome do jogo<br />

O matemático Fernando Chacon, dire-<br />

tor de marketing – CMO do Itaú Uni-<br />

banco, nasceu em São Paulo, no ano de<br />

1965, e fez diversos cursos de gestão e de<br />

administração complementares. Suas<br />

principais posições antes de ocupar o<br />

posto atual foram a de vice-presidente de<br />

marketing do Credicard e CFO do Cân-<br />

dia Hipermercados.<br />

Ele prefere não destacar quais posi-<br />

ções foram mais importantes em sua<br />

carreira, mas explica o porquê: “Seria<br />

injusto de minha parte dar mais relevân-<br />

cia a algumas delas. Atuei como profis-<br />

sional de TI, comercial, administrativo<br />

financeiro e marketing. Desempenhei<br />

essas funções em empresa de tecnologia,<br />

banco, varejo (automóveis e alimentos) e<br />

indústria de cartão de crédito (adquiren-<br />

te, emissor, processador etc.). Em cada<br />

função, em cada empresa, com cada<br />

gestor, tive oportunidade de enriquecer<br />

meus conhecimentos e me formar”.<br />

Qual a receita de Chacon para formar<br />

e ser um bom executivo de anunciante?<br />

“O pré-requisito básico para ser um bom<br />

executivo é fazer tudo com muita pai-<br />

xão, muita dedicação, ética e lealdade.<br />

Assim as chances de se dar bem aumen-<br />

tam consideravelmente. Uma virtude<br />

fundamental é o positivismo. Enxergar<br />

tudo como oportunidade, ser sempre<br />

uma fonte de soluções (e não de proble-<br />

mas) sem deixar de ser crítico. O con-<br />

traponto é não cometer o ‘pecado’ de ser<br />

excessivamente crítico com tendências<br />

a enxergar problema em tudo. Assim as<br />

coisas não andam.”<br />

Sobre o modo de se manter atualizado<br />

e oxigenado, ele explica: “Leio tudo que<br />

posso nas mais diversas mídias que exis-<br />

tem. Procuro obter informações do mais<br />

amplo universo, inclusive e prioritaria-<br />

mente nos universos com os quais tenho<br />

pouca convivência. Ouço MUITO as pes-<br />

soas e suas impressões. Adoro pesquisas<br />

e estudos de pessoas e comportamentos.<br />

Costumo fazer cruzamentos de informa-<br />

ções e meios para buscar focos diferentes”.<br />

Parou aí? Estava só começando: “Lem-<br />

brar que Deus quis dizer algo quando nos<br />

fez com dois ouvidos e uma boca só”.<br />

Como dicas para os executivos de<br />

anunciantes melhor se relacionarem com<br />

aqueles que os cercam, Chacon enceta<br />

que cada leitor dê continuidade em suas<br />

reflexões por estes sábios caminhos: “Ser<br />

colaborativo. Colaboração é o nome do<br />

jogo. No mundo atual, é fundamental sa-<br />

ber tomar decisões, mas, sobretudo, viven-<br />

do em um ambiente colaborativo. Tentar<br />

ser o dono da razão, sempre, não leva a<br />

lugar algum. Compartilhar sim. Con-<br />

centrar não”. Além de colaborar, “o bom<br />

executivo de marketing deve ter bom po-<br />

der de síntese, de organização das infor-<br />

mações, de encadeamento das ideias e do<br />

engajamento de todos na mesma causa”.<br />

Confira a essência das tópicas para me-<br />

ditação que propusemos a Chacon.<br />

Branding: é a identidade da empresa e<br />

deve refletir seus valores e atitudes – para<br />

uma marca ser inspiradora, é fundamen-<br />

tal ter gestão irrestrita da marca, integran-<br />

do atitudes da marca, voz da marca, arqui-<br />

tetura de marca e indicadores da marca.<br />

Estratégia e tática: uma empresa de<br />

sucesso deve ter sua missão e sua cultura<br />

corporativa permeando todos os seus<br />

colaboradores.<br />

Pesquisa: importantíssimo instru-<br />

mento para medir assertividade e para dar<br />

As campanhas mais<br />

importantes da carreira<br />

de Chacon: “O melhor da<br />

vida”, com Gisele Bundchen<br />

e Rodrigo Santoro (2002-<br />

2004) para Credicar;<br />

“Itaucard 50%” (2009-<br />

2012); “Só é perfeito para<br />

nós quando é perfeito para<br />

você”, de Itaú Personnalité;<br />

as atuais “O mundo muda e<br />

o Itaú muda com você”; e a<br />

internacional “I am a global<br />

Latin America Bank”; além<br />

dos tutoriais institucionais<br />

e de produtos que em<br />

veiculação desde o começo<br />

deste ano na internet<br />

56 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 57<br />

direção.<br />

Procurement: transparência e eficiên-<br />

cia – desmembramento de funções.<br />

ROI: melhor instrumento de gestão<br />

que existe – nosso principal instrumen-<br />

to de planejamento.<br />

Agências: parceiras e fundamentais<br />

na criação e nas provocações.<br />

Veículos: sem eles não chegaríamos<br />

ao nosso “target”.<br />

Universo digital em geral e redes<br />

sociais em particular: o grande desafio<br />

das organizações. Não se trata de estar<br />

presente por simplesmente estar. Não<br />

se trata de colocar conteúdo em todos<br />

os lugares e achar que terá sucesso ape-<br />

nas com compra de links patrocinados.<br />

Trata-se de construir relevância para os<br />

mais diversos públicos, nas mais diversas<br />

formas e linguagens. <strong>É</strong> claro que é im-<br />

portante estar no universo digital e nas<br />

redes sociais, mas o principal é enten-<br />

der que as relações mudaram. A forma<br />

das pessoas se relacionarem mudou. A<br />

forma de as pessoas consumirem<br />

mudou. E temos de responder a estas<br />

mudanças.<br />

Consumidores e shoppers: muito<br />

deste item está respondido no anterior.<br />

Nunca uma geração teve tanto poder de<br />

influência e, sobretudo, diretamente no<br />

consumo.<br />

Sustentabilidade: é o começo de tudo.<br />

Tem de estar relacionada diretamente à<br />

atividade “core” das empresas. E que<br />

ela comece de dentro para fora. Os co-<br />

laboradores devem ser o epicentro deste<br />

movimento.<br />

O jeito de ver<br />

o anúncio do Itaú mudou.<br />

Baixe um leitor de QR code<br />

em seu celular, fotografe o<br />

código e assista à continuação<br />

deste anúncio. Se preferir,<br />

acesse feitoparavoce.com.br<br />

Os homens<br />

de negócios<br />

mudaram.<br />

O Itaú muda<br />

com eles_ :-)<br />

O mundo muda.<br />

O Itaú muda com você_<br />

Em um mundo onde trabalho<br />

e lazer se misturam, criar um<br />

emprego pode ser melhor do que<br />

procurar por um. Basta uma grande<br />

ideia. E, se você está disposto a<br />

mudar sua vida, o Itaú muda com você.<br />

Itaú. Feito para você :-)<br />

AFC_12699-114_HOMENS_NEGOCIO_RV_VEJA_404X266.indd 1 8/10/11 7:36 PM


O papel fundamental dos<br />

executivos em posições de<br />

liderança é a capacidade de<br />

agregar pessoas<br />

anunciantes<br />

Graduado como agente de mudanças<br />

Nascido em São João da Boa Vista (SP),<br />

no ano de 1961, João Batista S. Ciaco é<br />

graduado em engenharia e administra-<br />

ção de empresas, com pós-graduação em<br />

marketing na UFRGS, mestrado em ad-<br />

ministração de empresas pela Fundação<br />

Getúlio Vargas (Eaesp-SP) e doutorado<br />

em comunicação e semiótica pela PUC-<br />

-SP. Após atuar oito anos nas áreas de<br />

marketing e vendas da Unilever, ocupou<br />

por cinco anos a diretoria de marketing<br />

da Kodak, de onde saiu em 2001 para li-<br />

derar os projetos de CRM e digital como<br />

diretor da Fiat. Hoje, é diretor de publici-<br />

dade e marketing de relacionamento da<br />

Fiat para a América Latina e presidente<br />

da ABA.<br />

Sobre a importância dos cursos, Ciaco<br />

declara: “Todos os cursos que fiz tiveram<br />

uma contribuição na minha carreira.<br />

Desde a formação em engenharia, que<br />

me permitiu desenvolver um lado mais<br />

voltado à lógica, até os cursos de comu-<br />

nicação, que contrabalancearam esta vi-<br />

são metódica com algo mais próximo do<br />

comportamento”.<br />

Ao avaliar a própria carreira, ele não<br />

destaca uma posição que tenha contri-<br />

buído mais para sua trajetória profissio-<br />

nal: “Em todos os momentos da minha<br />

carreira exerci posições em que a minha<br />

principal tarefa era ser um agente de mu-<br />

danças. Na Unilever, fui um dos primei-<br />

ros trainees de vendas. Quando passei<br />

para a Kodak, conduzi um novo modelo<br />

de distribuição que propunha grandes<br />

mudanças no próprio negócio, além de<br />

ter participado da implementação das<br />

estratégias digitais. Na Fiat, entrei com<br />

a proposta de digitalizar a comunicação.<br />

Ou seja, em todos os momentos me foi<br />

dada a função de ser um agente de mu-<br />

danças e trazer inovações”.<br />

Para desenvolver virtudes e afastar “pe-<br />

cados”, Ciaco considera que “um bom<br />

executivo de marketing tem de estar cons-<br />

tantemente em busca de informação; sa-<br />

ber o que acontece no mercado, não ape-<br />

nas visto de sua cadeira, mas vivenciando<br />

a contemporaneidade; ter ciência de que<br />

marketing não é uma ciência, mas sim<br />

uma combinação de aprendizados”.<br />

Seguindo o raciocínio sobre as exper-<br />

tises racionais sob equilíbrio emocional,<br />

Ciaco passa uma lição que não esquece<br />

de rever diariamente: “O anunciante é<br />

constantemente ‘bajulado’ por veículos e<br />

agências. <strong>É</strong> essencial cuidar do ego, por-<br />

que isso pode prejudicar o trabalho e car-<br />

reira como um todo. Por outro lado, com<br />

o ego centrado, o profissional tem mais<br />

tempo e condições de estar na linha de<br />

frente, no campo, participar de pesquisas<br />

e conhecer o seu consumidor de perto<br />

para conseguir traçar estratégias realmen-<br />

te inovadoras”.<br />

O processo de atualização e oxigenação<br />

de Ciaco tem uma postura ativa, da qual<br />

ele é exemplo vivo inclusive como presi-<br />

dente da ABA: “Além de estar conectado<br />

com tudo que acontece, o mais importan-<br />

te é colocar a mão na massa. Ou seja, vale<br />

a leitura de blogs, mas vale mais ainda<br />

você ter seu próprio blog. O mesmo para<br />

Twitter e outras redes. Também é impor-<br />

tante a participação constante em grupos<br />

de discussão, seminários, eventos da área<br />

para agregar cada vez mais conhecimen-<br />

to. Não podemos esquecer que, para co-<br />

nhecer o consumidor, você precisa viver<br />

um pouco a vida do próprio consumidor.<br />

Além disso, dar aulas possibilita um maior<br />

aprendizado do que estar do outro lado,<br />

Os trabalhos inesquecíveis de Ciaco são<br />

o início da digitalização da comunicação<br />

da Fiat e a introdução do CRM como<br />

mecanismo regular de relacionamento<br />

com os consumidores, ambos em<br />

2001; o lançamento do Stilo Connect,<br />

em 2004, que foi a primeira campanha<br />

multimídia interativa para a categoria;<br />

a campanha institucional dos 30 anos<br />

da Fiat no Brasil, que discutiu o futuro<br />

do mundo e do automóvel utilizando o<br />

depoimento de crianças; o lançamento<br />

do Punto, em 2008, que começou no<br />

móbile; e o projeto Fiat Mio –<br />

O carro do futuro<br />

58 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 59<br />

como aluno”.<br />

Humildade sincera? Se não o fosse,<br />

como ele conseguiria dar conta da dica<br />

a seguir sobre a integração das forças in-<br />

dividuais de cada profissional às forças<br />

conjuntas que movimentam uma orga-<br />

nização? “O primeiro passo é focar nos<br />

objetivos comuns entre todas as áreas da<br />

companhia, para que isso norteie o traba-<br />

lho. <strong>É</strong> preciso sair dos pontos de conflito<br />

e focar nos interesses em comum para<br />

chegar a um resultado positivo. Hoje, a<br />

construção da marca não é uma prerroga-<br />

tiva do marketing e sim de diversas áreas<br />

da empresa. Entender como este trabalho<br />

está distribuído é essencial para estabele-<br />

cer boas relações. Nada é feito individual-<br />

mente. Um executivo sozinho pode ser o<br />

motivador, o ponto inicial, mas o desen-<br />

volvimento e todos os processos só têm re-<br />

sultados que agregam quando realizados<br />

coletivamente. O papel fundamental dos<br />

executivos em posições de liderança é a<br />

capacidade de agregar pessoas e conse-<br />

guir operar em conjunto”.<br />

A seguir, as reflexões de Ciaco sobre te-<br />

mas primordiais do setor.<br />

Branding: é ter capacidade de enten-<br />

der que o trabalho com a marca não é<br />

feito só pelo departamento de marketing.<br />

Estratégia e tática: são mutuamente<br />

dependentes.<br />

Pesquisa: é boa desde que ajude e não<br />

substitua a tomada de decisões.<br />

Procurement: é um aliado do marke-<br />

ting para ajudar a área a ser mais eficiente<br />

na utilização de recursos.<br />

ROI: é essencial para qualquer traba-<br />

lho da área de marketing.<br />

Agências: têm um papel maior que a<br />

própria comunicação e devem ter visão<br />

de negócio.<br />

Veículos: a parceria com grandes veí-<br />

culos é essencial.<br />

Universo digital em geral e redes<br />

sociais em particular: os consumidores<br />

não querem mais falar apenas com as<br />

empresas, eles conversam entre si utili-<br />

zando as redes; por isso, as marcas têm<br />

de participar dessas conversas.<br />

Consumidores e shoppers: como as<br />

relações não são apenas de consumo,<br />

mas também sociais, entender a dinâmi-<br />

ca com as marcas é vital.<br />

Sustentabilidade: deve ser contem-<br />

plada dentro de qualquer modelo de<br />

negócio e de comunicação.


Performar de<br />

modo vigoroso na posição<br />

atual garante a evolução<br />

para a futura<br />

anunciantes<br />

Esta chave é fazer acontecer<br />

José Vicente Marino é paulistano, nas-<br />

ceu em 1966, tem graduação em admi-<br />

nistração pela Eaesp-FGV e mestrado<br />

em varejo pela USP. Desde 2008 é vice-<br />

presidente executivo da Natura, respon-<br />

sável pelas unidades de negócios Brasil<br />

e internacional. Entre 2001 e 2008 foi,<br />

respectivamente, diretor, vice-presidente<br />

comercial e de marketing de consumo da<br />

Johnson & Johnson para a América La-<br />

tina e presidente da operação brasileira.<br />

<strong>É</strong> vp da Associação Brasileira de Anun-<br />

ciantes e integra o Conselho Superior do<br />

Conar.<br />

Marino considera difícil destacar os<br />

cursos que foram realmente essenciais<br />

para sua carreira, por terem sido muitos<br />

e variados, exatamente porque visou ter<br />

uma formação transversal e abrangente,<br />

acreditando que o executivo “tem de ser<br />

especialista, ter fortaleza em uma área,<br />

mas saber ‘navegar’ em diversas”. Eis por-<br />

que Marino faz alguns cursos de forma<br />

sistemática a cada um ou dois anos. Mas<br />

ele ressalta a importância de ter feito um<br />

mestrado estruturado, bem como a “re-<br />

velação e inspiração” proporcionada por<br />

Oscar Motomura, no seu APG Amana-<br />

Key. O maior acúmulo de conhecimento<br />

e experiência se deu justamente quando<br />

atingiu as posições de liderança na J&J e<br />

na Natura, pelo grande leque de respon-<br />

sabilidades e pela obrigação da “entrega”.<br />

A receita de Marino para ser um bom<br />

executivo de anunciante, estimulando<br />

virtudes e minimizando os “pecados”,<br />

passa por “buscar uma boa formação<br />

conceitual, ‘quilometragem’ em áreas<br />

diferentes da organização, fazer ciclos<br />

completos, muita transpiração e com-<br />

promisso total; pois ‘performar’ de modo<br />

vigoroso na posição atual garante a evolu-<br />

ção para a futura”.<br />

Dentre as virtudes, o executivo acres-<br />

centa que é preciso aprender continua-<br />

mente e montar equipe complementar às<br />

qualidades do executivo, pontuado como<br />

“pecado” exatamente o contrário: não<br />

montar equipe, ficar na mesma área, não<br />

criar líderes entre os subordinados. “Tam-<br />

bém é ‘pecado’ querer trocar de posição o<br />

tempo todo, só pensar na promoção e não<br />

deixar seu legado na posição que ocupa.”<br />

O que teria mudado do início da sua<br />

carreira para cá? “Fizeram uma cruel-<br />

dade com a minha geração: tivemos que<br />

aprender muita coisa em pouco tempo,<br />

com a revolução da TI e da internet. E<br />

agora temos uma necessidade de atuali-<br />

zação muito rápida e um nível de compe-<br />

tição brutal”.<br />

Para se manter atualizado, eis sua agen-<br />

da: “Muita leitura sobre tudo, internet (se<br />

não tiver sinal, entro em pânico), viagens,<br />

eventos, estar inserido nas entidades de<br />

classe, participar de ONGs, circular e, a<br />

cada dois ou três anos, fazer uma imersão<br />

acadêmica. Este ano fui ao Insead. Vem<br />

daí uma carga elevada de atividade, mas<br />

não tem outro jeito. Domingo, às 6 da tar-<br />

de, depois do jogo do Palmeiras, já come-<br />

ço a minha semana...”<br />

Para permanecer oxigenado, Marino<br />

lista suas defesas: “Minha família, pois es-<br />

tou casado há 15 anos e tenho filhos de 10<br />

e 7 anos, que são meu pilar de segurança,<br />

me dão vontade de viver, não me deixam<br />

sozinho; praticar esportes; e viajar, o que<br />

faço quase todo final de semana”.<br />

Visando a maximização da relação<br />

com seus colegas, chefes, subordinados e<br />

parceiros, as pautas de Marino são, “para<br />

as outras áreas da empresa, ter passado<br />

por elas, entender, se colocar no sapato,<br />

estar conectado; para as chefias, empa-<br />

tia, confiança, liberdade para contestar<br />

e pedir ajuda; para a própria equipe, en-<br />

tender, respeitar, preocupar-se com cada<br />

membro, dar liberdade; para a cadeia de<br />

provedores, entender e fazê-los entender<br />

que eles estão no mesmo barco, são parte<br />

de seu dia a dia, da cadeia que serve o<br />

Para José Vicente Marino, as<br />

campanhas memoráveis nas quais<br />

esteve mais envolvido são as que tem<br />

desenvolvido na Natura, onde atua com<br />

muito empenho e paixão há três anos<br />

60 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 61<br />

consumidor.<br />

Ser ou estar, eis a questão? Eis a res-<br />

posta: “Sua posição é circunstancial,<br />

você não é, você está. O potencial do<br />

solitário é de atingir 0% de resultados; o<br />

time e os parceiros são mais importantes<br />

que o próprio talento e esforço. O essen-<br />

cial é colocar energia, pois a equipe é<br />

fator crítico de sucesso. E se perguntar<br />

sempre: estou contratando alguém que<br />

seja melhor que eu?”.<br />

Em estilo rápido e direto, as reflexões<br />

de base de Marino:<br />

Branding: essência, fundamento de<br />

tudo.<br />

Estratégia e tática: estão à venda, a<br />

chave é fazer acontecer.<br />

Pesquisa: cuidado com a armadilha<br />

de não querer validar seu ponto.<br />

Procurement: parceiro.<br />

ROI: buscar eficiência crescente.<br />

Agências: tem de ser criativa, de bom<br />

gosto e parceira.<br />

Veículos: todos são a nossa “garganta”,<br />

falamos por eles.<br />

Universo digital em geral e redes so-<br />

ciais em particular: todo um mundo in-<br />

teiro a ser entendido, todo mundo apren-<br />

dendo, não existem mais segredos...<br />

Consumidores e shoppers: eles são<br />

seu patrão, seu grande chefe, você têm<br />

de estar apaixonados por eles antes de<br />

tentar fazê-los se apaixonarem por você.<br />

Sustentabilidade: é a minha vida; já<br />

tinha essa visão, mas a Natura reforçou<br />

ainda mais, porém, infelizmente, é uma<br />

minoria que a pratica.


anunciantes<br />

Muito mais realiza ção, menos falação<br />

Hoje já não dá para<br />

a empresa escolher se e<br />

quando vai se expor.<br />

A exposição é obrigatória<br />

Luiz Carlos Dutra Jr. nasceu em São<br />

Paulo, no ano de 1964, tem gradua-<br />

ção em direito pela PUC SP, pós em<br />

administração pelo Mackenzie e MBA<br />

executivo pela USP. Desde 2004 é vice-<br />

presidente de assuntos corporativos<br />

da Unilever para a América Latina. <strong>É</strong><br />

também co-presidente do Conselho da<br />

Associação Brasileira de Anunciantes,<br />

da qual foi presidente de 2000 a 2004.<br />

Entre suas outras atividades associativas,<br />

é vp do Conar desde 1998, presidente da<br />

Abipla (Associação das Indústrias de Pro-<br />

dutos de Limpeza), vp da Abihpec (en-<br />

tidade da indústria de higiene pessoal,<br />

perfumaria e cosméticos) e da Abia (As-<br />

sociação das Indústrias da Alimentação).<br />

Antes da Unilever, foi diretor de comu-<br />

nicação para a América Latina da Dow<br />

Química e diretor de assuntos públicos e<br />

propaganda da Johnson & Johnson, onde<br />

começou sua carreira na área legal<br />

Dutra destaca a prática como o prin-<br />

cipal fator de construção de seu conhe-<br />

cimento na área de comunicação, em<br />

especial uma série de visitas à sede da<br />

J&J nos Estados Unidos e a suas agências<br />

em Nova Iorque, organizada pelo então<br />

presidente da empresa no Brasil, Carlos<br />

Gottschalk, que foi seu “coach” na radi-<br />

cal mudança de carreira – da área legal<br />

para assuntos públicos e propaganda –<br />

junto com Roberto Duailibi, da DPZ.<br />

Na sequência, sua experiência foi am-<br />

pliada e solidificada no seu novo cargo<br />

na J&J; na Down, onde fez a primeira<br />

campanha corporativa da empresa na<br />

América Latina, que se transformou em<br />

padrão global; e uma série de campanhas<br />

assinadas pela ABA, como “O melhor do<br />

Brasil é o brasileiro” e “Propaganda. Faz<br />

diferença”. Destaca também o aprendi-<br />

zado de negócios, na Unilever, e de ges-<br />

tão associativa, na ABA.<br />

A receita para ser um bom executivo,<br />

segundo Dutra, combina as virtudes da<br />

“amplitude de conhecimento e conheci-<br />

mento específico, saber executar as estra-<br />

tégias de longo prazo na prática, entre-<br />

gar no curto prazo e não se acomodar na<br />

torre de marfim”. Com isso, o sucesso na<br />

carreira é conseqüência, mas ele ressalta<br />

que, quando começou, a perspectiva era<br />

da empresa traçar a evolução dentro da<br />

mesma organização, sem grande exposi-<br />

ção externa, sendo que “hoje, quem cui-<br />

da de sua carreira é você mesmo”.<br />

Sua prática de se manter atualizado<br />

deriva da convergência natural de sua<br />

função, que leva a uma perspectiva di-<br />

versificada, interna e externamente, a ter<br />

um olhar transversal, integral, a manter-<br />

lhe conectado permanentemente com<br />

muitos assuntos. “Aspectos que são am-<br />

plificados com minha ampla atuação<br />

associativa”.<br />

Fora do trabalho em si e das leituras<br />

e eventos profissionalizantes, o que o<br />

mantém oxigenado é “não esquecer que<br />

a ordem de prioridades é família, saúde<br />

e trabalho, sendo que meus filhos pe-<br />

quenos trazem o benefício de me levar<br />

a descobrir outros mundos, ao participar<br />

do universo deles”.<br />

A internet e o mundo digital em geral<br />

entram nesse mix de forma integral, pelo<br />

seu impacto extraordinário na vida e na<br />

economia. “Hoje, já não dá para a em-<br />

presa escolher se e quando vai se expor.<br />

A exposição é obrigatória. Mas tem um<br />

tom próprio para as empresa, as marcas e<br />

as pessoas. E é preciso navegar com cui-<br />

dado, pois ainda não conhecemos bem<br />

esses mares e temos que nos reeducar<br />

para essa navegação.”<br />

Suas dicas para que os executivos me-<br />

lhor se relacionem com seu universo pro-<br />

fissional passam pelo “diálogo, respeito<br />

e inspiração dos subordinados; interde-<br />

pendência e busca do ganha-ganha em<br />

relação aos colegas; respeito e transpa-<br />

rência para com os chefes, sem ser um<br />

‘yes man’; e incentivar a capacidade de<br />

sonhar e fazer a diferença junto à cadeia<br />

de provedores”. E ainda acrescenta: “se<br />

for preciso resumir tudo, é fácil, chama-<br />

se inteligência emocional”.<br />

Para se fazer um grande trabalho de<br />

comunicação, Dutra destaca que antes<br />

do bom briefing, a marca tem de ter<br />

consistência operacional, emocional,<br />

aspiracional, tem de ter uma causa. Em<br />

decorrência é preciso combinar visão es-<br />

tratégia com trabalho de equipe integra-<br />

do, cabendo ao chefe ser líder na visão,<br />

na definição e na execução.<br />

Confira seus conceitos, em objetiva<br />

reflexão, sobre temas que propusemos<br />

para encerrar a entrevista.<br />

Branding: gestão de posicionamento<br />

As campanhas que já marcaram a carreira de Dutra foram as da linha Baby e Sundown,<br />

na J&J, além do primeiro trabalho digital da empresa, feito para o shampoo Triatop.<br />

Depois, vieram as campanhas assinadas pela ABA, em especial “O melhor do Brasil é o<br />

brasileiro” e “Propaganda. Faz diferença”. Mas a grande realização publicitária de sua<br />

vida foi, sem dúvida, a campanha da marca corporativa Unilever, que saiu de 7% de<br />

lembrança espontânea (junto à população brasileira) para 73% em apenas oito anos e<br />

se transformou no padrão global da companhia<br />

62 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 63<br />

estratégico.<br />

Estratégia e tática: equilíbrio do lon-<br />

go prazo com entrega efetiva – assumir<br />

riscos.<br />

Pesquisa: boa quando não é demais.<br />

Procurement: não banalizar, tem fun-<br />

ção, mas não pode “mandar” na estratégia.<br />

ROI: sem isso não tem jogo<br />

Agências: pode ser uma grande par-<br />

ceira estratégica ou simples tarefeira –<br />

mas depende mesmo do anunciante.<br />

Veículos: cada vez mais essenciais,<br />

mas é preciso entender o mix e usar<br />

todos da melhor maneira; tem mudado<br />

muito a forma e conteúdo de os utilizar.<br />

Universo digital em geral e redes<br />

sociais em particular: grandes oportu-<br />

nidades, entretanto ainda conhecemos<br />

pouco, temos que evoluir com erros e<br />

acertos.<br />

Consumidores e shoppers: cidadãos<br />

antes de tudo; lembrar que as pessoas<br />

são múltiplas e que o shopper questiona<br />

mais.<br />

Sustentabilidade: todo mundo fala,<br />

poucos fazem direito – tem que estar no<br />

DNA da empresa/marca e vai além do<br />

verde, principalmente no Brasil; a chave<br />

é realizar mais do que falar.<br />

AUTOESTIMA<br />

COM VITALI<strong>DA</strong>DE.<br />

JULIANA TASS<br />

Graças à acredita<br />

na real beleza da mulher<br />

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Não teme o calor<br />

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A Unilever contribui para um mundo com mais<br />

vitalidade, que inspire nossas vidas,<br />

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Comprometimento, paixão e ética<br />

O maior desafio é encontrar<br />

o equilíbrio entre manter<br />

aquilo que está funcionando<br />

bem, mas perceber onde<br />

estão as oportunidades<br />

para fazer melhor<br />

Nascida em Madrid, no ano de 1975,<br />

Maria Luisa Askar López, a Malu, tem<br />

graduação na ESPM, em São Paulo, e<br />

entre seus cursos de extensão destaca-se<br />

o Executive Leadership Program do In-<br />

sead. Suas principais posições foram a de<br />

planejadora de mídia na Salles/D’Arcy<br />

e McCann Erikson, no Brasil, diretora<br />

de communication planning Latam na<br />

Lowe, vp de strategic planning na Initia-<br />

tive de New York e, agora, diretora de mí-<br />

dia da Unilever Brasil. Hoje, ela também<br />

responde pela presidência do Comitê de<br />

Gestão de Mídia & Marketing Digital da<br />

Associação Brasileira de Anunciantes.<br />

Para Malu, a base obtida na ESPM<br />

foi apenas o ponto de partida para<br />

realmente entender sua área de atuação,<br />

nas quatro agências onde trabalhou, em<br />

São Paulo e, principalmente, em New<br />

York, o maior mercado de mídia do<br />

mundo. “Um período passado no Japão<br />

proporcionou-me uma clareza de enten-<br />

dimento sobre o papel da comunicação<br />

na construção de marcas. Finalmente, o<br />

Insead, na França, foi fundamental para<br />

o desenvolvimento da minha função de<br />

líder”, pontua.<br />

Sua experiência e conhecimento so-<br />

bre sua área de atuação cresceu de soma<br />

em soma, começando pela Salles/D’Arcy<br />

e McCann Erickson, grandes “escolas”<br />

nacionais da mídia, ganhando visão in-<br />

ternacional na Lowe e florescendo em<br />

NY, ao trabalhar em uma das principais<br />

agências de mídia globais. “Abriu meus<br />

horizontes e proporcionou-me uma nova<br />

dimensão da atividade, muito além da<br />

mídia e mais como negócio de comuni-<br />

cação. Agora, na liderança de mídia de<br />

um dos maiores anunciantes do País,<br />

cheguei onde está ao padrão de excelên-<br />

cia da profissão.”<br />

Qual é a receita de Malu para ser um<br />

bom executivo de anunciante? “Com-<br />

prometimento, paixão e ética, a meu ver,<br />

são os ingredientes para ser bem sucedi-<br />

do naquilo que se faz. Acredito no pro-<br />

cesso cumulativo das experiências – o<br />

maior ‘pecado’, talvez, é não conseguir<br />

identificar aprendizados também nas pe-<br />

quenas experiências. Sempre tive paixão<br />

pela minha profissão e até hoje tenho<br />

aquele brilho nos olhos ao reconhecer<br />

uma boa ideia e ter a coragem de ir em<br />

frente com ela. Ao longo do caminho,<br />

há uma mudança de mindset que nos<br />

leva do ‘socializing mind’ para ‘self-au-<br />

thorizing mind’ – algo que nos permite<br />

extrair conhecimento das experiências<br />

vividas, mas ao mesmo tempo nos im-<br />

pulsiona a avançar na direção do cres-<br />

cimento pessoal e profissional. O maior<br />

desafio muitas vezes é encontrar o equi-<br />

líbrio entre manter aquilo que está fun-<br />

cionando bem, mas conseguir perceber<br />

onde estão as oportunidades para fazer<br />

diferente e, com isso, melhorar.”<br />

O método de atualização de Malu pas-<br />

sa por muita leitura em todos os meios,<br />

com destaque para a crescente importân-<br />

cia das mídias digitais, e seus múltiplos<br />

desdobramentos, e o networking físico,<br />

em cursos e eventos, além de sua ativi-<br />

dade no comitê e diretoria da ABA. Sem<br />

falar no rico universo da Unilever e seus<br />

muitos parceiros, “que sempre trazem<br />

novidades e perspectivas diferentes”.<br />

Para se manter oxigenada, ela não<br />

abre mão dos passeios de bicicleta nos<br />

finais de semana; para a alma e o espí-<br />

rito, “nada melhor que estar em família<br />

e com amigos, algo que faço regular-<br />

mente e que me reconecta com minha<br />

essência, meus valores e crenças”. So-<br />

bretudo, Malu vai à luta para garantir<br />

a integralização da sua personalidade<br />

com sua história e com a contempora-<br />

neidade. “Tenho na minha fé em Deus<br />

meu maior refúgio e fonte de renovação<br />

Malu destaca primeiro os trabalhos<br />

feitos para General Motors, Nestlé<br />

e Procter & Gamble, na sua fase<br />

de agência. Já na Unilever, seus<br />

xodós são as diversas atividades<br />

na internet, como a Recepedia, as<br />

ações de mídia social para Seda,<br />

a parceria entre Knorr e Nokia no<br />

mobile marketing e as campanhas<br />

de OMO, como a recente Super<br />

Nice. Outra ação memorável<br />

na qual esteve envolvida foi a<br />

intervenção de Hellmann’s no<br />

último programa da série Toma Lá<br />

Dá Cá, da Rede Globo. Finalmente,<br />

há o trabalho de maximização da<br />

relativa pouca verba para a marca<br />

corporativa da Unilever.<br />

64 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 65<br />

diária.”<br />

Ao avaliar sua postura na empresa<br />

e com seus provedores, Malu declara:<br />

“Não sei trabalhar sozinha e não acre-<br />

dito no sucesso isolado – vejo na co-<br />

-criação e no trabalho colaborativo entre<br />

áreas, parceiros e provedores o melhor<br />

caminho para o sucesso”.<br />

Sobre os pontos mais relevantes da<br />

comunicação no presente, eis as sínteses<br />

de Malu:<br />

Branding: é o maior “bem” que uma<br />

marca possui – mas muitas vezes é “atro-<br />

pelado” por objetivos de curto prazo.<br />

Estratégia e tática: vejo certa simplifi-<br />

cação (ou confusão) entre estes conceitos.<br />

Pesquisa: o desafio é transformar<br />

dados em conhecimento e, para isso, é<br />

preciso fazer mais e melhor uso desta<br />

poderosa ferramenta.<br />

Procurement: uma tendência que<br />

deverá evoluir para chegar ao equilíbrio<br />

entre eficiência e eficácia, entendendo<br />

valor e não apenas preço.<br />

ROI: o maior desafio é conseguir in-<br />

tegrar o ROI na gestão de comunicação<br />

e a retro-alimentação do processo.<br />

Agências: na era da especialização,<br />

conseguir excelência em todas as áre-<br />

as, no modelo full-service, é uma tarefa<br />

cada vez mais necessária e difícil.<br />

Veículos: são grandes parceiros e fon-<br />

tes de inovação, desde que tenham flexi-<br />

bilidade e percebam seu papel no todo.<br />

Universo digital em geral e redes<br />

sociais em particular: não tem volta e<br />

ainda devem nos trazer muitas surpresas<br />

e novidades.<br />

Consumidores e shoppers: são pes-<br />

soas e entender a essência do comporta-<br />

mento humano é o que destrava o insi-<br />

ght para uma comunicação eficiente.<br />

Sustentabilidade: é nossa forma de<br />

retribuir (ou compensar) o Planeta. Há<br />

muito oportunismo, mas as empresas lí-<br />

deres, como a Unilever, são as que estão<br />

fazendo a diferença.


Eleitores da enquete<br />

“Os 7 melhores executivos de anunciantes do Brasil”<br />

Adriana Favaro (DPZ)<br />

Adriana Scalabrin (Rede Globo de Televisão)<br />

Alan Strozenberg (Z+)<br />

Alexandre Abdo Hadade (Arizona)<br />

Alexandre Côrte (Cobram)<br />

Alexandre Ugadin (Giovanni + Draftfcb)<br />

Alfrizio Melo (Italo Bianchi)<br />

Alvaro Rezende (RC)<br />

Angélica Armentano (DPZ)<br />

Anselmo Ramos (Ogilvy Brasil)<br />

Antonio Carlos Farina (SD Comunicação)<br />

Antonio Carlos Vieira (Arcos e Sinapro-PE)<br />

Antonio Fadiga (Fischer & Friends)<br />

Ari Meneghini (IAB Brasil)<br />

Armando Strozenberg (Euro RSCG)<br />

Augusto Cruz Neto (Agência Mood)<br />

Aurora Yasuda (Milward Brown)<br />

Bazinho Ferraz (B/Ferraz)<br />

Caio Barsotti (Cenp)<br />

Cesar Paim (Paim)<br />

Claudio Ferreira (Abril)<br />

Claudio Santos (Grupo RBS)<br />

Clovis Mello (Cine)<br />

Clóvis Speroni (Grupo 3+)<br />

Cyd Alvarez (NBS)<br />

Dalton Pastore (DPastore)<br />

Daniel Chalfon (Loducca)<br />

Deyse Dias Leite (Copyright)<br />

Dora Câmara (Ibope)<br />

Eduardo Sirotsky Melzer (Grupo RBS)<br />

Eduardo Tomiya (Brand Analytics)<br />

Eliane Munhoz (Turner Media+)<br />

Elza Tsumori (Cia. Ativadora e Ampro)<br />

Erh Ray (BorghiErh/Lowe)<br />

Fábio Coelho (Google e IAB Brasil)<br />

Fátima Rendeiro (Quê)<br />

Fernando Figueiredo (Talkability Group)<br />

Fernando Musa (Ogilvy Brasil)<br />

Flávio Conti (DPZ)<br />

Flávio Polay (Elemidia)<br />

Francesc Petit (DPZ)<br />

Fred Gelli (Tátil)<br />

Fred Müller (Globosat)<br />

Gal Barradas (F.biz)<br />

Gilberto Strunck (Dia)<br />

Giovanni Di Carlli (Gruponove)<br />

Giovanni Rivetti (New Content)<br />

Hiran Castelo Branco (ESPM)<br />

Hugo Rodrigues (Publicis)<br />

Isabella Mulholland (Loducca)<br />

Ivan Marques (F/Nazca S&S)<br />

Ivan Rysovas (DPZ)<br />

Jairo Mendes Leal (Abril)<br />

Jaques ‘Lew’ Lewkowicz (Lew Lara\TBWA)<br />

66 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />

João Satt (Competence)<br />

José Dionísio Rodrigues (Grupo OM)<br />

José Eustachio (Talent)<br />

José Henrique Borghi (Borghierh/Lowe)<br />

José Luiz Madeira (AlmapBBDO)<br />

José Otaviano Pereira (Rede TV!)<br />

Júlio Moreira (Top Brands)<br />

Leyla Fernandes (Produtora Associados e Apro)<br />

Luciana Schwartz (NeogamaBBH)<br />

Luís “Toco” Monteleone (Ogilvy Brasil)<br />

Luiz Fernando Vieira (Africa)<br />

Luiz Lara (Lew Lara\TBWA)<br />

Luiz Ritton (Lew Lara\TBWA)<br />

Luiz Roberto Valente (Exibição e<br />

Central de Outdoor)<br />

Marcello Pena (F/Nazca S&S)<br />

Marcello Serpa (AlmapBBDO)<br />

Marcelo Duarte (Rede Globo de Televisão)<br />

Márcio Oliveira (Lew Lara\TBWA)<br />

Mario D´Andrea (Fischer & Friends)<br />

Martha Cajado (Band)<br />

Maurício DePaula (Questro)<br />

Mentor Muniz Neto (Bullet)<br />

Monica de Carvalho (DM9DDB)<br />

Nicolino Spina (Valor Econômico)<br />

Orlando Marques (Publicis)<br />

Oscar Mattos (Grupo Estado)<br />

Oswaldo Mendes (Mendes)<br />

Otto de Barros Vidal (PPR)<br />

Paulo Cesar Queiróz (Grupo ABC)<br />

Paulo Gregoraci (W McCann)<br />

Paulo Sant´Anna (Taterka)<br />

Paulo Stephan (Talent)<br />

Pedro Silva (IVC)<br />

Rafael Davini (Turner Media+)<br />

Raphael Vasconcelos (AgênciaClickIsobar)<br />

Raul Dória (Cine)<br />

Renato de Paula (OgilvyOne)<br />

Ricardo Chester (Babel)<br />

Ricardo Esturaro (Rede Globo de Televisão)<br />

Ricardo Nabhan (ZN e Fenapro)<br />

Roberto Grosman (F.biz)<br />

Roberto Mesquita (NeogamaBBH)<br />

Rogério Gabriel Comprido (Editora Abril)<br />

Romano Pansera (Promovisão e Popai Brasil)<br />

Ruy Lindenberg (Leo Burnett Taylor Made)<br />

Sandra Sampaio (Abril)<br />

Sergio Gordilho (Africa)<br />

Sergio Valente (DM9DDB)<br />

Sonia Piazza (Apro)<br />

Thais Chede Soares (Abril)<br />

Ubiratan Macedo (ABDOH)<br />

Washington Olivetto (WMcCann)<br />

Willy Haas (Rede Globo de Televisão)


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