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Setembro de 2011 | ano XXIII | nº 912 | R$ 12,00<br />
A <strong>DIVINA</strong> <strong>COM<strong>É</strong>DIA</strong><br />
<strong>DA</strong> PROPAGAN<strong>DA</strong><br />
<strong>É</strong> <strong>HUMANA</strong><br />
OU DESUMANA?
sumário<br />
4<br />
6<br />
14 Cannes 2011<br />
Estados Unidos mantêm liderança com 7 Grand Prix<br />
50 Anunciantes<br />
Os melhores entre os melhores<br />
52 Carla Schmiztberger<br />
54 Cristina Duclos Amaral da Silveira<br />
56 Fernando Chacon<br />
58 João Batista S. Ciaco<br />
60 José Vicente Marino<br />
62 Luiz Carlos Dutra Jr.<br />
64 Maria Luisa Askar Lópes<br />
66<br />
Editorial<br />
Deuses também amam os infernos<br />
Entrevista<br />
Antonio Lino Pinto<br />
Eleitores da enquete “Os 7 melhores<br />
executivos de anunciantes do Brasil”<br />
Setembro de 2011 | ano XXIII | nº 912 | R$ 12,00<br />
A <strong>DIVINA</strong> <strong>COM<strong>É</strong>DIA</strong><br />
<strong>DA</strong> PROPAGAN<strong>DA</strong><br />
<strong>É</strong> <strong>HUMANA</strong><br />
OU DESUMANA?<br />
Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 3
editorial gisele centenaro<br />
Deuses também amam os Infernos<br />
SSem sair de uma poltrona, ou ainda que fora dela, sem<br />
abandonar a posse d’a minha alma, a propaganda leva-me,<br />
como a qualquer outro ser humano neste mundo, tanto aos Céus<br />
como aos Infernos. Quem é imune? O fazedor da propaganda?<br />
O publicitário criador, dono-pai da ideia? Ele vai também, ou<br />
ela. Para Céus e Infernos, deleitando-se ou desesperando-se ao<br />
ter diante dos olhos, por exemplo, um Grand Prix! “Pau nela”,<br />
gritam os afoitos aculturados na falta de cultura, conhecimento<br />
e perspicácia. Mas se ela pode levar um homem aos Infernos,<br />
por que não extraditá-la dos paraísos terrestres? Por que não<br />
neutralizá-la?<br />
Tomada pelo sentido global, de total abrangência, a propa-<br />
ganda faz parte da criação do mundo, isto é, vem dos primórdios<br />
do ser-pensar. <strong>É</strong> uma tremenda estupidez querer arrancar as<br />
raízes da propaganda para avaliá-la e julgá-la somente pela<br />
perspectiva da sociedade de consumo. Ela tem sua parte na<br />
constituição positiva e normatizante das comunidades. Ela tem<br />
seus deveres, ainda que, por uso da força bruta, ou do descaso, ou da<br />
inoperância, fique a propaganda, em derminadas circunstâncias,<br />
relegada ao simples saber dos “fazedores de anúncios”.<br />
Aliás, há épocas de safras tão ruins, de fato, na criação<br />
publicitária do mundo todo, seja por falta de mentes geniais entre<br />
os “inspirados”, seja por falta de verdadeiros agentes de mudanças<br />
dentre os anunciantes, que ninguém consegue mesmo distinguir<br />
como “produtivo” para consumidores e vendedores nada além de<br />
um bobo anúncio sem grandes efeitos na construção de um amanhã<br />
qualquer, motivo pelo qual vemos resultados chochos em festivais<br />
e premiações do setor de tempos em tempos.<br />
Ora, se leva aos Céus, ainda que seu contraponto leve aos<br />
Infernos, a propaganda tem grande razão em existência. E para<br />
não perdermos este contraponto, podemos nos perguntar: que<br />
cabimento há nesse alento se o homem tem de se conformar, se<br />
entreter e se formar pelo livre arbítrio? Uma provável resposta:<br />
aquilo que cabe de compaixão aos homens que nascem com<br />
oportunidades lhes estendidas para ter mais instrução que a<br />
maioria de uma população. Quem sabe mais tem, além do direito,<br />
o sentimento de obrigação de dividir o seu quinhão se, ao pousar<br />
seus olhos nos olhos de um “colega de viagem interplanetária”<br />
mais carente – justamente por lhe faltar condições para ter mais<br />
larga visão, imprescindível na hora das decisões, das escolhas –,<br />
em vez de se deixar abalar inutilmente, buscar corresponder à<br />
sua posição na “roda da fortuna”. Não se trata de decidir no<br />
lugar do outro, de convertê-lo ao caminho que creio, mas de<br />
facultar a possibilidade de exposição de ideias, de reflexão sobre<br />
elas, de escolhas feitas após um cenário mais iluminado.<br />
Viver, nos tempos de hoje, é uma comédia em face das<br />
atrocidades que nos rodeiam. Todavia, no passado, nos limites<br />
das curvas de evolução, não foi diferente essa sensação. Houve,<br />
porém, quem ajustasse a medida das coisas em momentos<br />
bastantes difíceis. Um ajuste por vezes tão delicado, contudo,<br />
fundamental: uma comédia, sim, mas D I V I N A. Se viver é uma<br />
comédia, como poderia a propaganda não ser uma comédia<br />
também? Ah! sim… o ponto de estrangulamento dessa corrente<br />
está na armadilha que faz com que a propaganda caia no<br />
buraco da comédia pueril sem alcançar a dimensão do divino,<br />
ou, ampliando o tema tratado, das divindades. Chegamos lá.<br />
E se a Mala fosse você, não uma Samsonite? A Mala lá em<br />
cima, confortavelmente sentada numa boa poltrona de avião,<br />
seja da econômica, seja da primeira, e você lá embaixo, no ir e<br />
vir, de mãos em mãos dos demônios, muitos deles os vermelhos<br />
demônios da fortuna que também o impelem a se inscrever<br />
como delegado num festival como o de Cannes, a acreditar mais<br />
na propaganda que te leva pros Infernos do que pra segurança<br />
dos Céus de uma compra não compulsiva, do cultivo da relação<br />
com uma marca socialmente responsável, da disciplina que<br />
impede o desperdício pelo consumo burro?<br />
O anúncio do corredor do inferno que está na capa desta<br />
edição, Grand Prix de 2011 no Festival de Cannes, está inspirado<br />
na Porta do Inferno, de Auguste Rodin, onde posa de pensador<br />
um mini-homem sem as chaves. Quem é mais subalterno, às<br />
vezes pária, de mecenas: os criadores da JWT Shangai (China)<br />
que fizeram o anúncio para a Samsonite ou Rodin, com tantas<br />
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TIRAGEM - 5.000 exemplares<br />
obras sob encomenda, produzidas por tantos de seus aprendizes,<br />
para tornar mais requintadas vilas e mansões? E pra que pensar<br />
nessas coisas se de Céu e Inferno quem deve entender, mesmo,<br />
mais do que nós, os operários do fazer vidas serem vividas,<br />
são os Anjos e Demônios da construção dos labirintos das<br />
4 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 5<br />
consciências?<br />
Pois é. Se ao ler a manchete na capa desta <strong>About</strong> você pensou<br />
que nossa intenção era, aqui dentro, botar lenha na fogueira<br />
pela discussão sobre a “tal” desumanidade da propaganda,<br />
errou de revista. A propaganda, na nossa visão, assim como<br />
na dos sete melhores profissionais de anunciantes que nos dão<br />
a honra de participar como entrevistados desta edição, tem<br />
de ser desumana, sim. Lógico. Afinal, tudo que é divino vem<br />
de divindades, portanto, não é inspiração de mortais comuns,<br />
de humanos sem lastros nos Céus e Infernos. A comédia da<br />
propaganda somente é humana quando não é divina. E, nesse<br />
caso, é uma grande porcaria, não há dúvidas, sob sóis ou sob<br />
luas. O que nós queremos enfocar aqui é a essência e o poder<br />
da propaganda divina, da divina comédia da propaganda que<br />
transmite uma comunicação tão vivificante, tão dignificante,<br />
que chegamos a crer na superação, por meio dela, da inteligência<br />
humana. Que os deuses digam amém!
Só vale a pena<br />
trabalhar se for por prazer<br />
entrevista Antonio Lino Pinto<br />
por Rafael Sampaio<br />
fotos: Ismar Almeida<br />
Ele é o sócio discreto de uma agência discreta. Quase nunca aparece na mídia, mesmo<br />
estando ligado à Talent há três décadas, ser vice-presidente da Abap e, por diversas gestões,<br />
ser dirigente do Sindicato das Agências de São Paulo, onde também foi presidente.<br />
Seu foco tem sido colaborar com o enorme sucesso da agência à qual está ligado e, adicionalmente,<br />
ajudar a todos seus colegas empresários e dirigentes de agências a melhorar<br />
sua performance na área administrativa e financeira, campos nos quais Antonio Lino da<br />
Silva é realmente um craque de primeira grandeza. Recentemente, decidiu organizar o<br />
que tem apresentado nas muitas palestras que faz sobre gestão de agências em um livro<br />
– Pequenas agências, grandes resultados –, no qual oferece um completo e prático vade<br />
mecum sobre como gerir com maior eficiência e eficácia uma agência de publicidade.<br />
Nenhum detalhe essencial deixa de ser exposto e explicado nessa obra, a primeira já<br />
escrita sobre o tema específico no Brasil. No livro, Lino explora bastante uma situação<br />
muito comum, que é falta de atenção com a gestão por parte da maioria dos proprietários<br />
de agências e nas queixas recorrentes do pessoal de administração, que não vê grande<br />
sentido naquilo que fazem. Para eles, seja no livro, seja nas palestras e conversas, Lino<br />
sempre repete seu bordão: “Faça a sua parte. Você só tem a ganhar”.<br />
ABOUT – A história demonstra que<br />
a boa gestão de uma agência faz uma<br />
enorme diferença em termos de seu crescimento<br />
e continuidade. Ou seja, a gestão<br />
sempre foi fundamental, apesar de<br />
pouco valorizada. E agora, ela é mais<br />
relevante ainda ou é a mesma coisa?<br />
ANTONIO LINO PINTO – <strong>É</strong> mais<br />
importante, sem dúvida, porque a concorrência<br />
entre as agências é muito<br />
maior, a pressão para reduzir a remuneração<br />
nunca foi tão grande e os custos<br />
têm aumentado de forma desproporcional<br />
às receitas, pela demanda de mais<br />
serviços e maior qualidade por parte do<br />
cliente e a escassez de bons profissionais<br />
no mercado.<br />
ABOUT – O nível de rentabilidade do<br />
negócio caiu? Tem ideia de quanto?<br />
LINO – Tudo indica que caiu. Todo<br />
mundo sente na pele. Mas não se pode<br />
precisar quanto, pois como a imensa<br />
maioria das agências é limitada não<br />
existem padrões de receita e rentabilidade<br />
conhecidos. Temos apenas uma base<br />
do faturamento, que ainda por cima não<br />
é precisa. O setor tem essa falha, pois<br />
não estabelece padrões de benchmarks.<br />
ABOUT – Hoje é mais difícil abrir uma<br />
agência com chances de sucesso? Alcançar<br />
o break even point é mais duro que<br />
no passado?<br />
LINO – Já foi possível abrir uma agência<br />
sem capital e sem clientes, caso da<br />
Talent, que o Julio Ribeiro abriu sozinho,<br />
sem grandes recursos, e aí foi buscar<br />
clientes. Hoje, ou se tem o cliente<br />
base na mão, ou é preciso contar com<br />
um bom capital. Senão o negócio fica<br />
muito pequeno e desaparece muito<br />
facilmente.<br />
ABOUT – Na orelha de seu livro tem<br />
uma estatística do Sebrae que mostra<br />
que 27% das pequenas empresas desaparece<br />
no primeiro ano e 62% não chega<br />
ao quinto ano. No negócio de agência, as<br />
estatísticas seriam piores?<br />
LINO – Esse dado não existe. Mas eu<br />
acredito que é daí para mais. Vamos<br />
pegar o Cenp, por exemplo, que quando<br />
abriu, há 11 anos, credenciou perto<br />
Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 7
de 5.500 agências e hoje tem cerca de<br />
2.500 credenciadas...<br />
ABOUT – Portanto, para uma agên-<br />
cia ter chance de evoluir e permanecer<br />
ela precisa ter massa de clientes e de<br />
capital...<br />
LINO – ...e de recursos profissionais,<br />
pois a qualidade da entrega passou a<br />
ser essencial, os clientes estão cada vez<br />
mais exigentes e não está nada fácil<br />
manter a competitividade.<br />
ABOUT – O negócio de agência é como<br />
qualquer outro ou é diferente?<br />
LINO – <strong>É</strong> diferente. Pois além da en-<br />
trega racional, capaz de ser estruturada<br />
de forma objetiva, tem o lado subjetivo<br />
do talento e da criatividade. Existem<br />
outros setores que demandam isso, é<br />
claro, mas são bem poucos. Alguns de-<br />
les são mais permanentes como o nos-<br />
so. Veja a Apple, por exemplo: ela con-<br />
segue colocar um produto criativo no<br />
mercado e ele perdura por anos, com<br />
alguns incrementos. No nosso caso, po-<br />
rém, o produto criativo tem vida curta,<br />
ele se esgota rapidamente e precisa ser<br />
feito de novo.<br />
ABOUT – Sobre esse ponto, aliás, qual<br />
é a fórmula de gerir uma agência com<br />
excelência e não asfixiar a criatividade?<br />
Caso da Talent, que se destaca nos dois<br />
aspectos...<br />
LINO – Para começar, o perfil do exe-<br />
cutivo administrativo-financeiro<br />
tem de ser diferente, ele precisa ser<br />
ao mesmo tempo duro e suave. Não<br />
pode ficar implicando com horário,<br />
por exemplo, mas não pode deixar de<br />
cobrar responsabilidade financeira de<br />
todos os chefes de área. Tem de saber<br />
ponderar quando liberar recursos não<br />
previstos e quando é preciso até mesmo<br />
cortar com velocidade. <strong>É</strong> necessário<br />
fazer um orçamento bastante preciso<br />
e acompanhá-lo de perto, pois, ele<br />
sofre alterações o tempo todo e é<br />
8 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />
essencial calibrar a “sintonia fina” a<br />
cada momento. Nós, aqui na Talent,<br />
temos reuniões rigorosamente todas as<br />
semanas, quando revisamos o orçamento<br />
e tomamos as providências necessárias<br />
para manter o negócio com alto nível<br />
de lucratividade; pois sem lucro a<br />
agência desaparece muito rapidamente,<br />
já que não consegue manter sua<br />
qualidade e padrão de entrega e perde<br />
competitividade de forma imediata.<br />
ABOUT – De fato, nesse ramo se contra-<br />
ta rapidamente e se despede lentamente...<br />
LINO – Esse é um dos problemas cen-<br />
trais, pois nossa maior despesa é gente.<br />
E há dois fatores que contribuem para<br />
essa demora em fazer o que tem que ser<br />
feito: a conexão emocional entre as pes-<br />
soas que trabalham nas agências e o oti-<br />
mismo exagerado de achar que já-já vai<br />
entrar uma conta grande e tudo voltará<br />
ao normal.<br />
“A pressão<br />
para reduzir a<br />
remuneração<br />
pode comprometer<br />
o negócio<br />
de agências”<br />
ABOUT – Quais os principais desafios<br />
atuais do negócio de agência?<br />
LINO – São quatro. O primeiro é<br />
enfrentar a pressão para reduzir a<br />
remuneração, que é legítima por parte<br />
dos clientes, que têm seus próprios<br />
problemas, mas pode comprometer<br />
o negócio de agências, inclusive com<br />
prejuízos até para os anunciantes. O<br />
segundo é a concorrência pelo talento;<br />
como a atividade vem crescendo muito,<br />
a oferta de gente realmente talentosa<br />
e qualificada não tem acompanhado<br />
a demanda, o que aumenta salários<br />
e torna difícil manter as equipes<br />
de primeira linha que os clientes<br />
requerem. O terceiro é a quantidade<br />
de coisas que agora precisam ser feitas<br />
para atender as boas contas, o que<br />
pede mais tempo, gente e recursos,<br />
mas que raramente são compensadas<br />
pelos clientes em termos de comissão<br />
ou fee. E o quarto tem sido o leilão<br />
dos custos de produção, o que acaba<br />
dificultando a materialização de<br />
uma grande ideia; como você sabe,<br />
algumas delas necessitam de uma<br />
produção à altura e nem sempre o<br />
menor preço contempla a melhor<br />
qualidade; fotógrafos, produtores<br />
de trilhas e diretores de comercias<br />
têm suas características e qualidades<br />
diferenciadas e não é simples<br />
comparar os valores de cada um.<br />
ABOUT – Você acredita que o mode-<br />
lo de negócios da agência vai mudar?<br />
LINO – Não vejo isso a médio pra-<br />
zo, pois o nosso modelo é vencedor<br />
e, apesar de vez em quando falarem<br />
contra, os anunciantes percebem que<br />
o resultado é melhor para eles em<br />
termos que abrangência e qualidade<br />
de serviços. Temos veículos bastante<br />
comprometidos e que suportam esse<br />
modelo. Há uma boa quantidade de<br />
agências sólidas, que têm como man-<br />
ter o modelo. E as entidades das par-<br />
tes sempre negociam e terminam se<br />
acertando. Acredito que haverá ajus-<br />
tes, não uma revolução.<br />
ABOUT – Há diferenças significati-<br />
vas no modelo de gestão das pequenas,<br />
médias e grandes agências?<br />
LINO – Elas são poucas. <strong>É</strong> claro que<br />
nas grandes é mais sofisticado. Mas se<br />
analisarmos as médias, veremos que<br />
muitas são grandes em seus mercados<br />
e têm que operar de forma semelhan-<br />
te. E as pequenas também deveriam<br />
levar a gestão a sério, mas muitas não<br />
levam. Por isso são instáveis... E é
para elas que meu livro é destinado,<br />
prioritariamente.<br />
ABOUT – Como a agência peque-<br />
na pode se virar?<br />
LINO – Geralmente, como o dono<br />
faz de tudo, ele deixa a gestão para<br />
o final da lista e acaba fazendo isso<br />
mal. Aqueles que têm visão, portan-<br />
to, escapam dessa armadilha e dão<br />
valor à gestão, seja com recursos in-<br />
ternos, seja com opções de terceiri-<br />
zação. O que tenho reparado é que<br />
planejar o que tem que ser feito em<br />
termos de previsões, orçamentos e<br />
ações não é assim tão difícil e raro...<br />
o mais complicado e que se vê pou-<br />
co é cumprir o planejado.<br />
ABOUT – Porque você participa<br />
tão intensamente do sindicato, da<br />
Fenapro, da Abap e do Cenp?<br />
LINO – Para contribuir. O setor<br />
me deu muito e eu tenho o prin-<br />
cípio que a gente precisa devolver<br />
parte do que ganha. <strong>É</strong> quase uma<br />
obrigação que faz parte da receita<br />
do sucesso.<br />
10 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />
ABOUT – A recente questão da mudança<br />
de padrão de faturamento dos honorários<br />
de agência, que agora se recomenda que<br />
elas façam diretamente para os clientes e<br />
não através dos veículos, está resolvida?<br />
LINO – Basicamente sim. Em muitos ca-<br />
sos já era assim. Em outros, os mercados<br />
locais estão se ajustando, com a compre-<br />
ensão dos veículos. Não veja isso como<br />
um grande problema para o negócio.<br />
ABOUT – Dá para uma pessoa da área<br />
de gestão vir a ser o CEO de uma agência?<br />
LINO – Dá, temos vários casos. Glo-<br />
balmente, o mais famoso é do Martin<br />
Sorrell, que organizou e preside um dos<br />
maiores grupos de agências do mundo.<br />
No Brasil, temos o Luiz Leite, na Ogilvy;<br />
o Luis Sales e o Paulo Salles, na hoje ex-<br />
tinta Salles; o Guga Valente, primeiro na<br />
DM9DDB e agora no Grupo ABC.<br />
ABOUT – Você já pensou nessa possibi-<br />
lidade?<br />
LINO – Nunca, nossa situação aqui sem-<br />
pre foi muito bem resolvida e nunca hou-<br />
ve nem mesmo motivação para se pensar<br />
no assunto.<br />
“Como a atividade<br />
ABOUT – Depois de mais de 30 anos<br />
dirigindo uma agência de propaganda,<br />
você seria capaz de fazer um anúncio?<br />
LINO – Não sei, nunca tentei. Nun-<br />
ca precisei, pois sempre tive sócios e<br />
equipes altamente competentes para<br />
fazer isso. Minha visão é simples: cada<br />
macaco no seu galho.<br />
ABOUT – A formação de um gestor de<br />
agências tem algum viés importante?<br />
LINO – Não, pois o que o gestor pre-<br />
cisa é fazer os cursos básicos sobre a<br />
área – eu, por exemplo, sou adminis-<br />
trador de empresas –, entrar para o se-<br />
tor e aprender fazendo. Não há cursos<br />
superiores ou de pós-graduação com<br />
essa especialização.<br />
ABOUT – No passado, inclusive,<br />
a maioria tinha exclusivamente o lado<br />
prático...<br />
vem crescendo<br />
muito, a oferta de<br />
gente realmente<br />
LINO – <strong>É</strong> verdade, mas desde há al-<br />
gum tempo isso vem mudando e hoje<br />
boa parte tem formação universitária.<br />
Entretanto, ela só é complementa-<br />
da na prática e demanda constante<br />
atualização.<br />
talentosa e<br />
qualificada não tem<br />
acompanhado a<br />
demanda”
ABOUT – De um modo geral, a área de<br />
gestão de RH é um dos pontos fracos das<br />
agências, não é?<br />
LINO – <strong>É</strong> mesmo, com raras exceções,<br />
como aqui na Talent, na qual temos<br />
investido bastante. Mas o padrão é não<br />
ter nem um método nem uma atenção<br />
muito grande para esse ponto. Os donos<br />
de agências são até mesmo refratários a<br />
uma gestão mais sofisticada de RH.<br />
ABOUT – E no caso da Talent, o que<br />
vocês têm feito nesse particular?<br />
LINO – A verdade é que a gestão de<br />
RH tradicional não combina com a mo-<br />
dernidade e a dinâmica das empresas<br />
atuais, especialmente as agências. Ten-<br />
tamos a abordagem clássica na Talent<br />
e não funcionou. E resolvemos inovar<br />
nessa área desde a década de 80, com o<br />
saudoso Flávio Toledo, um profissional<br />
que tinha sido presidente de grandes<br />
12 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />
empresas e que sempre teve uma visão<br />
moderna sobre gestão. Nos últimos 15<br />
anos, temos trabalhado muito com o<br />
Luiz Fernando Giorgio, da LFG Con-<br />
sultoria. O Luiz é uma pessoa jovem,<br />
“O atual leilão<br />
dos custos de<br />
produção acaba<br />
dificultando a<br />
materialização de<br />
uma grande ideia”<br />
foi presidente da Suzano, presidente da<br />
Hay e hoje é conselheiro de várias em-<br />
presas no Brasil. Com ele temos feito<br />
trabalhos muito produtivos na área. Em<br />
2009 e 2010, fizemos um projeto com<br />
todos os diretores e mais ou menos<br />
outras 40 pessoas do staff principal<br />
da Talent. Além disso, temos investi-<br />
do bastante em workshops com pro-<br />
fissionais que realmente trazem algo<br />
para reflexão. O projeto Interferências<br />
é um exemplo do que fazemos aqui.<br />
No mais tradicional, temos trabalhado<br />
com construção de clima organizacio-<br />
nal, avaliações, bônus no final de ano,<br />
essas coisas... mas sempre procurando<br />
manter os princípios da Talent que, en-<br />
tre outros, segue a máxima de que só<br />
vale a pena trabalhar se for por prazer.<br />
ABOUT – Isso tem dado certo?<br />
LINO – Temos alcançado o objetivo<br />
principal, que é o de manter a agên-<br />
cia efervescente e totalmente volta-<br />
da aos clientes. O “tempo de casa” e<br />
a satisfação deles demonstram que<br />
estamos no caminho certo.
cannes 2011 rafael sampaio e gisele centenaro<br />
Estados Unidos mantêm liderança com 7 Grand Prix<br />
Perto de atingir os 1.000 pontos com seus<br />
prêmios, os Estados Unidos ficaram ainda mais<br />
isolados na posição de grande vencedor do<br />
Cannes Lions 2011, inclusive porque a nação presidida<br />
por Barack Obama conquistou o impressionante<br />
número de 7 Grand Prix e quase o triplo de Leões<br />
de Ouro do que o segundo mais premiado, a Alemanha,<br />
ou o terceiro, o Reino Unido. O Brasil alcançou<br />
seu recorde histórico em número de Leões, com<br />
65, sendo 6 de Ouro, 23 de Prata e 36 de Bronze.<br />
Só não podemos dizer que foi nossa melhor performance<br />
na história porque já voltamos<br />
de Cannes no passado com mais<br />
Ouros e um Grand Prix (como em<br />
2010) e em alguns anos atingimos<br />
o segundo lugar entre<br />
os mais premiados. A Almap-<br />
BBDO mais uma vez sagrou-se<br />
The Agency of the Year. Nossa<br />
cobertura do evento, iniciada na<br />
edição do Guia <strong>About</strong> Cannes e<br />
no www.portaldapropaganda.com,<br />
é finalizada nesta matéria que traz<br />
todos os detalhes da premiação.<br />
O patrocínio dessa cobertura é da<br />
FilmBrazil, Fischer& Friends e Rede<br />
Globo de Televisão.<br />
Brasil alcança o recorde de 65 Leões<br />
PPelo segundo ano consecutivo e pela<br />
terceira vez, a AlmapBBDO sagrou-<br />
se The Agency of the Year no Cannes<br />
Lions, mesmo sem o GP e a quantidade<br />
de Ouros de 2010. E contribuiu mui-<br />
to, evidentemente, para a BBDO ser a<br />
Rede do Ano. Entre as agências brasilei-<br />
ras, sua performance foi bem superior à<br />
da segunda colocada, a Ogilvy.<br />
Com 28.828 inscrições de 90 países<br />
feitas nas 13 áreas do Festival de Cannes<br />
de 2011, houve um aumento de 19% no<br />
volume de concorrentes em relação ao<br />
ano passado (24.242) e se alcançou o re-<br />
corde histórico da competição (que era<br />
de 2008, com 28.284).<br />
Houve crescimento em todas as áreas<br />
que já existiam, com destaque para PR<br />
Lions, que registrou 43% a mais em nú-<br />
mero de competidores (819 contra 571<br />
trabalhos em 2010); Design, com 37%<br />
(1.774 contra 1.297); Media, com 34%<br />
(2.895 contra 2.162); e Promo & Activa-<br />
tion Lions, com 33% a mais que no ano<br />
passado (2.125 contra 1.595). O menor<br />
crescimento foi da área mais tradicio-<br />
nal, a de Film, com 4% (3.310 contra<br />
3.191 em 2010).<br />
A nova área de Creative Effective-<br />
ness já nasceu com 142 concorrentes,<br />
um número muito bom, não há dúvi-<br />
da, mas ainda distante de outra área<br />
“nobre” de Cannes, a de Titanium &<br />
Integrated, que agora em 2011 registrou<br />
480 concorrentes (19% a mais que no<br />
14 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 15<br />
ano passado).<br />
O mercado nacional manteve o se-<br />
gundo lugar em termos de concorrentes,<br />
com um total de 2.647 peças inscritas<br />
este ano, contra 2.114 em 2010 (aumento<br />
de 25%). Os Estados Unidos continuam<br />
liderando a competição, com 4.045 tra-<br />
balhos. Em terceira posição, permane-<br />
ceu a Alemanha (com 1.971 inscrições)<br />
e, em quarto lugar, o Reino Unido (com<br />
1.922 trabalhos, algarismos que tra-<br />
zem à mente o ano da Semana de Arte<br />
Moderna no Brasil). A França (1.817<br />
inscrições), que ficou em quinta posi-<br />
ção entre os que mais inscreveram, des-<br />
bancou a Índia (1.777 trabalhos, belos<br />
números na partilha também!).<br />
No caso brasileiro, a JWT ultrapas-<br />
sou a AlmapBBDO em quantidade de<br />
concorrentes e chegou a Cannes com<br />
183 trabalhos; sendo seguida por Ogil-<br />
vy Brasil, com 178; e por AlmapBBDO,<br />
com 177 (se deu bem, outra vez, ao<br />
aceitar a primazia da magia do 7 sem<br />
reservas).<br />
Além da nova área de premiação, fo-<br />
ram criados alguns prêmios especiais a<br />
mais (que são apontados ao final des-<br />
ta análise). Na parte de seminários e<br />
workhops, mantiveram-se os números<br />
de 2010 (57 e 20, respectivamente), mas<br />
nunca houve uma presença tão grande<br />
de CEOs globais de clientes, anuncian-<br />
tes e agências, incluindo pesos pesados<br />
do porte dos primeiros executivos da<br />
Unilever, Nestlé, Time Warner, Google,<br />
AOL, WPP, BBDO, McCann, Ogilvy<br />
& Mather e Publicis Groupe, assim<br />
como de celebridades globais das<br />
artes e do jornalismo, como Robert<br />
Redford, Malcolm Gladwell e Arianna<br />
Hunffington.<br />
No ranking<br />
dos países,<br />
Alemanha supera<br />
Reino Unido<br />
No final, fazendo um balanço geral<br />
dos resultados, os Estados Unidos au-<br />
mentaram ainda mais sua distancia em<br />
relação aos demais países concorrentes,<br />
com quase o dobro de pontos do segun-<br />
do e do terceiro colocado, o Reino Uni-<br />
do, que perdeu sua costumeira vice-li-<br />
derança para a Alemanha. Quem diria!<br />
Em quarto lugar, permanece o Brasil,<br />
bem acima do quinto colocado, a Aus-<br />
trália. Veja no quadro “Ranking geral<br />
de países” os números dos primeiros 15<br />
países premiados.
Como era previsível, pela quantida-<br />
de de inscrições e histórico na compe-<br />
tição, e foi sendo confirmado à medida<br />
que apareciam as listas de shortlists e<br />
premiados, a AlmapBBDO foi nova-<br />
mente a agência brasileira de melhor<br />
performance este ano, seguida por<br />
Ogilvy Brasil, JWT e Loducca.<br />
Veja no quadro “Agências brasilei-<br />
ras mais premiadas” como ficou a lista<br />
das principais vencedoras no Cannes<br />
Lions 2011, que foi um ano de recor-<br />
de de participação e de resultados em<br />
número de Leões de toda a história do<br />
Brasil no festival.<br />
O toque negativo para nosso País<br />
este ano foi a polêmica dos anúncios<br />
da Moma para a Kia, que haviam con-<br />
quistado 1 Leão de Prata e 1 de Bronze<br />
mas não haviam sido veiculados e nem<br />
serão, pois eles foram acusados de ter<br />
um viés de pedofilia e foram rejeitados<br />
pelo cliente. A organização de Cannes<br />
cassou esses dois leões, posteriormente,<br />
Ranking geral de países – por Leões e por pontos<br />
e “suspendeu” as inscrições da agência<br />
para 2012.<br />
Além das agências brasileiras cons-<br />
tantes do quadro, voltaram de Can-<br />
nes com diplomas de Finalistas: CCZ<br />
(3); BorghiErh/Lowe, Master e Salles<br />
Chemestri (2 cada); e Agência3, Boca,<br />
Dentsu, Dim Canzian Facci, Santa<br />
Clara, Script e WMcCann (1 cada).<br />
Como já vem acontecendo há al-<br />
guns anos, as campanhas e casos que<br />
realmente se destacam pela inovação<br />
acabam conquistando mais de um prê-<br />
mio máximo, inclusive porque utilizam<br />
uma variedade de plataformas e de<br />
mídias. Veja no quadro “Grand Prix –<br />
por país, anunciante e agência”, os gran-<br />
des premiados no Cannes Lions 2011.<br />
Como se poderá notar, os Estados<br />
Unidos levaram a impressionante mar-<br />
ca de 7 GPs, a Romênia emplacou 2<br />
e os demais países vencedores ficaram<br />
com 1 cada: África do Sul, Austrália,<br />
China, Coréia, Holanda e Reino Unido.<br />
Posição Países GP Ouros Pratas Bronzes Finalistas Pontos<br />
1º Estados Unidos 7 41 35 60 241 937<br />
2º Alemanha 16 29 33 119 475<br />
3º Reino Unido 1 15 19 44 130 472<br />
4º Brasil 6 23 36 186 451<br />
5º Austrália 1 8 9 23 142 274<br />
6º França 5 13 20 92 249<br />
7º Argentina 8 17 17 49 246<br />
8º Espanha 2 10 15 72 181<br />
9º Suécia 8 7 15 48 171<br />
10º Japão 9 6 11 21 147<br />
11º África do Sul 1 3 11 7 53 144<br />
12º Índia 3 7 13 49 144<br />
13º Holanda 1 4 7 9 39 139<br />
14º Canadá 5 3 9 45 122<br />
15º Cingapura 2 5 10 40 109<br />
Foram considerados 10 pontos para cada Grand Prix, 7 para cada Leão de Ouro, 5 para cada Leão de Prata, 3 para cada Leão de Bronze e 1 ponto para cada Finalista<br />
(número de peças na short-list menos o total de Leões na área). Consideramos cada Titanium Lion como sendo de Ouro, para efeitos de pontuação.<br />
Agências brasileiras mais premiadas – por Leões e por pontos<br />
Posição Agências Ouros Pratas Bronzes Finalistas Pontos<br />
1º AlmapBBDO 1 8 5 28 90<br />
2º Ogilvy Brasil 5 6 18 61<br />
3º JWT 1 2 9 14 40<br />
4º Loducca 2 1 1 16 38<br />
5º Leo Burnett 1 2 15 26<br />
6º DM9DDB 1 1 1 9 24<br />
7º Y&R 4 9 21<br />
8º Z+ 3 10 19<br />
9º Moma 2 13 19<br />
10º Giovanni DrafFCB 1 9 12<br />
11º F/Nazca S&S 1 1 3 11<br />
12º Dontrythis 1 1 8<br />
13º Lew’Lara\TBWA 1 3 8<br />
13º Age Isobar 2 2 8<br />
14º Publicis 1 2 7<br />
14º Talent 1 2 7<br />
15º Grey 1 4 7<br />
16º FSB 1 2 5<br />
17º Artplan 1 2 5<br />
18º Babel 1 3<br />
19º Monumenta 1 3<br />
20º New360 1 3<br />
Foram considerados 7 pontos para cada Leão de Ouro, 5 para cada Leão de Prata, 3 para cada Leão de Bronze e 1 ponto para cada Finalista<br />
(número de peças na short-list menos o total de Leões na área).<br />
16 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 17
Grand Prix – por país, anunciante e agência<br />
Área País Trabalho Anunciante Agência<br />
Integrated Estados Unidos<br />
Outdoor Estados Unidos<br />
Decode Jay-Z with<br />
Bing<br />
Decode Jay-Z with<br />
Bing<br />
Bing Droga 5<br />
Bing Droga 5<br />
Direct Romênia American Rom Kandia Dulce McCannErickson<br />
Promo & Activation Romênia American Rom Kandia Dulce McCannErickson<br />
Creative Effectiveness Reino Unido Sandwich Pepsico AMV BBDO<br />
Film Holanda Write the future Nike W+K Amsterdam<br />
Film Craft Estados Unidos After hours athletes Puma Droga 5<br />
Press China Heaven and hell Samsonite JWT Shangai<br />
Design Estados Unidos<br />
Cyber – Websites Estados Unidos<br />
The Cosmopolitan<br />
digital…<br />
The wilderness<br />
downtown<br />
The Cosmopolitan Digital Kitchen<br />
Google Chris Milk<br />
Cyber – Viral Estados Unidos Pay with a tweet Innovative Thunder R/GA NY<br />
Cyber – Other Estados Unidos Response campaign Old Spice (P&G) W+K Portland<br />
Radio África do Sul<br />
Media Coréia<br />
Accident avoidance<br />
features<br />
Subway virtual<br />
store<br />
Mercedes-Benz Net#work BBDO<br />
Tesco Cheil<br />
Public Relations Austrália Break up National Australia Bank Clemenger BBDO<br />
Brasil conquista 2 Bronzes em Young Lions<br />
Houve cinco competições para os Young Lions este ano e o Brasil participou de todas. Infelizmente, não conseguimos<br />
o primeiro lugar em nenhuma, mas emplacamos dois Bronzes. Em Media, a dupla vencedora foi André Gramorelli,<br />
da F/Nazca S&S, e Guilherme Barbato, da DM9DDB. Em Marketers, na qual concorremos pela primeira vez, os<br />
vencedores foram André Sabó, da Sadia, e Joanna Moura, da Vivo.<br />
Muitos prêmios<br />
especiais<br />
Houve um recorde histórico de<br />
prêmios especiais neste ano, compondo<br />
um formato que deverá ter continuidade<br />
nos próximos festivais.<br />
A Direct Agency of the Year foi a<br />
Ogilvy Argentina, com a Åkestam Holst<br />
(de Estocolmo, Suécia) e a Ogilvy Brasil<br />
vindo em seguida.<br />
A Media Agency of the Year foi a<br />
alemã Jung von Matt (de Hamburgo),<br />
seguida pela Cheil Worldwide (Seul,<br />
Coreia) e a Ogilvy Argentina.<br />
O primeiro novo destaque como<br />
Independent Agency of the Year foi<br />
concedido para a americana Wieden +<br />
Kennedy (de Portland, Oregon), segui-<br />
da pela Droga5 (New York) e a alemã<br />
Jung von Matt.<br />
A Palme d´Or de melhor produtora<br />
foi para a Smuggler (Estados Unidos),<br />
seguida pelas também americanas<br />
O Positive e MJZ.<br />
O igualmente novo título de Holding<br />
Company of the Year foi entregue<br />
para a WPP, com 1.219 pontos; tendo<br />
Omnicom (1.152 pontos) e Publicis<br />
Groupe (744 pontos) na sequência.<br />
Como vimos, mais uma vez a Almap-<br />
BBDO São Paulo foi The Agency of the<br />
Year, seguida por Wieden+Kennedy e<br />
18 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 19<br />
BBDO.<br />
O título de Network of the Year foi,<br />
novamente, conquistado pela BBDO,<br />
sendo seguida por Ogilvy & Mather<br />
e DDB.<br />
Previamente ao festival, seus<br />
organizadores anunciaram que a<br />
Ikea seria The Advertiser of the Year,<br />
destaque recebido por Noel Wijsmans,<br />
seu global retail manager e vice-<br />
presidente. O Media Person of the Year,<br />
por seu turno, foi o CEO do Google,<br />
Eric Schmidt<br />
Ainda foi criado um novo destaque<br />
pelo reconhecimento de uma carreira<br />
dedicada ao setor, o Leão de São Marcos,<br />
que foi entregue ao sir John Hegarty,<br />
fundador e líder criativo da Bartle Bogle<br />
Hegarty, a BBH.<br />
No segundo ano do Grand Prix for<br />
the Good, o vencedor foi o comercial<br />
australiano “See the Person”, da Leo<br />
Burnett Melbourne para Scope. O<br />
trabalho foi destacado de uma lista de<br />
31 finalistas extraídos dos vencedores<br />
das diversas áreas do festival, na qual<br />
se sobressaiu a Alemanha, com 7<br />
Finalistas.<br />
Confira a seguir todos os principais<br />
resultados das treze áreas do Cannes<br />
Lions 2011.<br />
O primeiro Leão de São Marcos<br />
foi entregue a sir John Hegarty,<br />
fundador e líder criativo da Bartle<br />
Bogle Hegarty, a BBH
creative effectiveness lions rafael sampaio<br />
Buzz não é business<br />
O primeiro GP de Creative<br />
Effectiveness foi para a campanha que<br />
aumentou as vendas das batatinhas<br />
Walkers em 26%. A campanha do<br />
McDonald´s no Reino Unido, por seu<br />
turno, gerou 7,8% de negócios a mais<br />
O Reino Unido ficou com o primeiro<br />
Grand Prix de Creative Effectiveness<br />
mais 1 Leão, além de 1 Finalista, so-<br />
mando 18 pontos e a melhor perfor-<br />
mance na nova área de Cannes. Os<br />
demais quatro Leões foram para os<br />
Estados Unidos (2); Nova Zelândia e<br />
Índia (1 cada).<br />
O primeiro Grand Prix de Creative<br />
Effectiveness foi entregue a “Sandwich”,<br />
da londrina Abbott Mead Vickers<br />
BBDO para Pepsico. Essa área avalia<br />
apenas trabalhos premiados pelo festival<br />
em anos anteriores e tem seus resultados<br />
auditados pela PricewaterhouseCoopers.<br />
O caso vencedor usou uma competição<br />
realizada na cidade que deu nome a<br />
uma das mais consumidas modalidades<br />
de comida do mundo para fazer uma<br />
campanha propondo (no Reino Unido)<br />
que cada sanduíche poderia ficar<br />
muito melhor com uma batatinha<br />
chips Walkers. Como apenas um em<br />
10 sanduíches naquele mercado era<br />
acompanhado dessa forma, o potencial<br />
de crescimento de 15% dos lucros do<br />
produto com essa campanha parecia<br />
ser factível – número bastante superado<br />
na marca final do esforço, que foi um<br />
aumento de 26%.<br />
Os cinco primeiros laureados em<br />
Creative Effectiveness Lions foram:<br />
“Tem um Mac para cada um”, da Leo<br />
Burnett inglesa para o McDonald´s,<br />
uma campanha de caráter emocional,<br />
destacando o prazer com que consumi-<br />
dores fiéis consomem seu item preferido<br />
do cardápio da rede de fast food e ge-<br />
rando um aumento de vendas de 7,8%<br />
enquanto esteve no ar.<br />
A campanha “The man your man<br />
could smell like” (tema de difícil tradu-<br />
ção para o português), cujo comercial<br />
de lançamento conquistou o GP de Fil-<br />
me no ano passado, feita pela Wieden +<br />
Kennedy Portland para a P&G, fez com<br />
que as vendas do tradicional Old Spice<br />
mais do que dobrassem e a marca alcan-<br />
çasse seu recorde histórico em 71 anos.<br />
“Você não é você quando está com<br />
fome”, da BBDO NY para os chocola-<br />
tes Snickers, da Mars, campanha cuja<br />
“piece de resistence” foi um comercial<br />
(campeão de recall no Super Bowl<br />
2010) mostrando que um jogador de<br />
futebol americano durante um treino<br />
se transforma em uma velha ranzinza e<br />
só volta a ser ele mesmo quando come<br />
o snack, e segue com outras peças até<br />
hoje, tendo resultado, em seu primeiro<br />
ano, em 8% de vendas superiores para a<br />
marca (sendo 13% para a versão single).<br />
O movimento “Mulheres contra<br />
homens preguiçosos que não fazem a<br />
barba”, criado pela BBDO Índia para<br />
o Mach 3 da Gillette (P&G), começou<br />
como uma “ação espontânea”, na inter-<br />
net e diversas outras mídias, foi “adota-<br />
do” pela marca e se transformou em um<br />
fenômeno de repercussão na mídia in-<br />
diana, levando o market share do produ-<br />
to a triplicar (bem mais que o já ousado<br />
objetivo inicial de dobrar).<br />
“O Pacífico”, da Colenso BBDO Au-<br />
ckland para a TVNZ (o canal de TV lí-<br />
der da Nova Zelândia), uma campanha<br />
de começou com o envio de uma supos-<br />
ta carta antiga de um marinheiro da Se-<br />
gunda Guerra a quase 350.000 pessoas<br />
e teve sequência em outras mídias, para<br />
promover a série de programas sobre o<br />
teatro de guerra no Oceano Pacífico,<br />
resultando em 24% de audiência na es-<br />
tréia e o atingimento de 57% da popula-<br />
ção do país em algum de seus episódios.<br />
Passar pela peneira que resultou nos 6<br />
casos premiados (entre 10 classificados<br />
na shortlist selecionada entre 142 con-<br />
correntes) da área de Creative Effective-<br />
ness não foi nada fácil. Para começar, os<br />
casos tinham que contar com alguma<br />
peça ou campanha já destacada em ver-<br />
sões anteriores do Cannes Lions.<br />
Depois que as inscrições chegaram,<br />
os organizadores do festival ainda pedi-<br />
ram dados adicionais para muitos deles,<br />
antes de solicitar a empresa de audito-<br />
ria, a PwC, que checasse as informa-<br />
ções constantes nos cases.<br />
Na fase de julgamento, como expli-<br />
cou o presidente do júri, Jean-Marie<br />
Dru, chairman da TBWA Worldwide,<br />
ainda persistiram dúvidas, pois a forma<br />
de apresentação dos trabalhos não era<br />
homogênea, sendo que mais elementos<br />
precisaram ser considerados e pondera-<br />
dos por meio da análise sob três crité-<br />
rios: estratégia, com 25% de peso; cria-<br />
tividade, 25%; e efetividade, 50%.<br />
No final, além do mencionado desta-<br />
que do Reino Unido, os Estados Unidos<br />
foram agraciados com 2 Leões e 2 Fina-<br />
listas; Nova Zelândia e Índia receberam<br />
1 Leão cada; e Itália destacou-se com 1<br />
A campanha do Old Spice mais que<br />
dobrou suas vendas. O esforço para a<br />
linha Mach 3 triplicou seus números na<br />
Índia. A campanha de Snickers aumentou<br />
suas vendas em 8%. O lançamento da<br />
série “O Pacíco” fez a audiência alcançar<br />
24 pontos na estréia<br />
O júri de Creative Effectiveness analisou<br />
142 trabalhos, selecionou 10 para a<br />
shortlist e concedeu 6 Leões<br />
20 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 21<br />
Finalista.<br />
Hugo Janeba, consultor e advisor da<br />
marca Vivo, foi um dos 20 integrantes<br />
desse júri e, conversando com a im-<br />
prensa brasileira após a coletiva que<br />
anunciou os resultados, ressaltou a im-<br />
portância dessa área para a valorização<br />
da própria atividade da comunicação de<br />
marketing.<br />
Os casos premiados, como avaliou,<br />
apresentaram ótimos resultados em ter-<br />
mos de melhoria de imagem e de au-<br />
mento de vendas, com sólidos ganhos<br />
de share de mercado, ultrapassando os<br />
efeitos em buzz e atingindo o business.<br />
Janeba confirmou que os casos pre-<br />
miados foram de incremento de catego-<br />
rias existentes, mas não de criação de<br />
novas categorias, representando inova-<br />
ções dentro de fórmulas consagradas,<br />
sem nada de revolucionário.<br />
O Brasil também não conseguiu clas-<br />
sificar nenhuma das suas 7 inscrições<br />
nessa nova área do Cannes Lions, na<br />
qual apenas 10 dos 142 inscritos foram<br />
para o final. Os Estados Unidos empla-<br />
caram 4; o Reino Unido, 3; Nova Ze-<br />
lândia, Índia e Itália passaram para a<br />
disputa final com 1 selecionado cada.
titanium & integrated lions gisele centenaro<br />
Garimpo de bravas ideias<br />
O esforço realizado para promover<br />
`o Bing fez aumentar suas visitas em<br />
11,7% e, finalmente, levou o site de<br />
buscas para a lista das 10 maiores<br />
audiências da internet<br />
Deu a lógica: os Estados Unidos<br />
lideraram tranquilamente a competi-<br />
ção de Titanium & Integrated, com<br />
1 Grand Prix, 1 Leão de Titanium,<br />
1 de Ouro, 2 de Prata e 2 Leões de<br />
Bronze, além dos 6 Finalistas (total<br />
de 46 pontos). Em seguida, veio a<br />
Romenia, com 2 Leões de Ouro (14<br />
pontos), e a Suécia, com 1 Leão de<br />
Ouro, 1 de Prata e 2 Finalistas (14<br />
pontos).<br />
O Grand Prix de Integrated Com-<br />
munication foi concedido a “Deco-<br />
de Jay-Z with Bing”, da Droga5 para<br />
Google, que também recebeu o GP<br />
de Outdoor e um Titanium Lion,<br />
além de dois Ouros nesta e em ou-<br />
tras áreas do Festival.<br />
O objetivo do brilhante caso era o<br />
de promover o acesso e as consultas<br />
ao Bing, o concorrente da Microsoft<br />
ao Google. Para isso, foram espa-<br />
lhados, pelos mais diversos lugares,<br />
reproduções das 350 páginas da au-<br />
tobiografia do rapper e empresário<br />
negro Jay-Z, que estava prestes a ser<br />
lançada. Essas páginas foram coloca-<br />
das em locais públicos dos Estados<br />
Unidos e de outros países, de forma<br />
contextualizada a seu conteúdo e<br />
nos mais variados formatos de mí-<br />
dia exterior (muitos criados para a<br />
campanha, conforme pode-se ver na<br />
ilustração).<br />
Para saber onde estavam as pá-<br />
ginas anteriores e posteriores à que<br />
estava vendo, os interessados tinham<br />
que entrar no Bing, que conseguiu<br />
com isso aumentar suas visitas em<br />
11,7% e, finalmente, entrou na lista<br />
dos 10 maiores audiência da inter-<br />
net. A campanha em si gerou o im-<br />
pressionante número de 1,1 bilhões<br />
de impressões ao redor do mundo,<br />
pois um game permitia que as pá-<br />
ginas “descobertas” do livro fossem<br />
sendo montadas, fazendo os fãs vol-<br />
tarem todos os dias para acompa-<br />
nhar o progresso dessa montagem.<br />
Os três Titanium Lions foram<br />
para o mencionado caso do Bing,<br />
o rejuvenescimento do chocolate<br />
Rom (que conquistou os prêmios<br />
máximos de Direct e de Promo &<br />
Activation) e a “Loteria da câmara<br />
de controle da velocidade”, da DDB<br />
Estocolmo para a Volkswagen (que<br />
foi a evolução do caso “The Fun<br />
Theory”, premiado no ano passado).<br />
Os três Integrated Gold Lions<br />
ficaram com a citada campanha do<br />
Rom; a continuação da campanha<br />
“The man your man could smell<br />
like”, da Wieden + Kennedy para<br />
Old Spice; e “Escreva o futuro”,<br />
da Wieden+Kennedy Amsterdam,<br />
AKQA London, MindShare Lon-<br />
don e Razorfish London para a Nike<br />
(cujo comercial conquistou o GP de<br />
Film e será detalhado na página 24).<br />
A brasileira Fernanda Romano fez<br />
parte desse júri, apesar de não repre-<br />
sentar oficialmente o Brasil nessa<br />
competição, cujo julgamento foi pre-<br />
sidido por Bob Scarpelli, chairman<br />
da DDB Worldwide, que ressaltou<br />
a importância da área de Titanium<br />
para garimpar as ideias mais inova-<br />
doras da atividade em todo o mundo,<br />
capazes de oferecer exemplo e inspi-<br />
ração para que agências e anuncian-<br />
tes ousem cada vez mais e consigam<br />
fazer suas marcas destacaram-se no<br />
concorrido panorama do presente.<br />
São as “bravas ideias”, como ele de-<br />
nominou, durante a coletiva de im-<br />
prensa que anunciou os resultados.<br />
Razão pela qual são bem raros os<br />
trabalhos merecedores de um Leão<br />
22 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 23<br />
nessa área.<br />
Em Integrated, por seu lado, o<br />
trabalho do júri, muito elogiado por<br />
Scarpelli, teve como objetivo desta-<br />
car o que conseguiu usar com maes-<br />
tria o mix de plataformas e mídias<br />
disponíveis, maximizando as poten-<br />
cialidades da idéia central da campa-<br />
nha em cada alternativa de comuni-<br />
cação empregada.<br />
O Brasil não conseguiu nem<br />
mesmo entrar na etapa final dessa<br />
área, apesar de comparecer com 28<br />
inscrições. Os Estados Unidos lide-<br />
raram essa fase, com 13 Finalistas,<br />
seguidos por Suécia, com 4; Reino<br />
Unido, com 3; e Austrália, com 2<br />
casos. Dez países conseguiram clas-<br />
sificar 1 trabalho para a análise final:<br />
África do Sul, Alemanha, Argenti-<br />
na, Canadá, Colômbia, Espanha,<br />
Holanda, Nova Zelândia, Polônia e<br />
Romênia.<br />
No total, foram 32 selecionados,<br />
entre 480 inscritos. Uma tremenda<br />
peneira, como se vê, resultando em<br />
apenas 13 trabalhos premiados.<br />
O júri desta área escolheu 13 Leões<br />
entre 32 trabalhos que entraram na<br />
shortlist, selecionados entre os 480<br />
inscritos<br />
A campanha dos chocolates Rom e<br />
a “Loteria da câmara de controle da<br />
velocidade” conquistaram Titanium Lions.<br />
A segunda fase da campanha de Old<br />
Spice e o projeto “Write the future”, da<br />
Nike, foram Ouro em Integrated
O Grand Prix, “Write the future”, custou<br />
20 milhões de dólares e levou seis meses<br />
para ser produzido<br />
film lions gisele centenaro<br />
Exuberância norte-americana<br />
A liderança norte-americana era mais do<br />
que esperada na área de Film Lions, até<br />
pelos seus 938 inscritos, integrantes de<br />
uma disputa com 3.310 concorrentes em<br />
2011, dentre os quais 299 foram selecio-<br />
nados para a shortlist e 102 amealharam<br />
Leões. Do conjunto de peças escolhidas<br />
como benchmark pelos jurados, inacre-<br />
ditáveis três dezenas foram criadas e pro-<br />
duzidas por norte-americanos. <strong>É</strong> isso: 5<br />
Leões de Ouro, 13 Pratas e 12 Bronzes,<br />
além de 81 Finalistas, couberam aos Es-<br />
tados Unidos que, com essa carga de tro-<br />
féus, computaram 217 pontos.<br />
Precisava ganhar o Grand Prix? Não.<br />
O briefing é um filme global, com força<br />
criativa global e uma ideia que pode ter<br />
nascido como inspiração de qualquer Ni-<br />
keman pelo mundo? Yes, we can conce-<br />
der o Grand Prix para um filme de con-<br />
figuração norte-americana, holandesa e<br />
inglesa, criado pela Wieden+Kennedy<br />
Amsterdam e produzido pela Indepen-<br />
dent London. Mas custou 20 milhões de<br />
dólares! E daí? Como bem ressalta Erh<br />
Ray, presidente da BorghiErh/Lowe e ju-<br />
rado brasileiro em Film, a Nike fez uma<br />
vaquinha... Ah! O Brasil entrou com<br />
quanto? Não sei dizer, mas sei que esta<br />
aparentemente simples colocação de Ray<br />
vale uma fortuna nesta reflexão.<br />
Com incríveis 144 pontos abaixo dos<br />
Estados Unidos, a Argentina provou,<br />
mais uma vez, pela conquista de 3 Ou-<br />
ros, 5 Pratas, 3 Bronzes e 13 Finalistas (73<br />
pontos), que a América Latina pode mui-<br />
to, sob todos os parâmetros, sob céu e sol<br />
do lado de cá do Equador. Um segundo<br />
lugar inesquecível, com bandeira fincada<br />
acima do Reino Unido que, pelo jeito, se<br />
contentou com seus 49 pontos sem levar<br />
Leão de Ouro, ficando com apenas 2 de<br />
Prata, 8 de Bronze e 15 Finalistas (quem<br />
produziu mesmo o Grand Prix?).<br />
Correndo por dentro, a Austrália abre<br />
um largo sorriso na quarta posição, com<br />
34 pontos (2 Ouros, 4 Bronzes e 9 Fina-<br />
listas), vindo em seguida, em razão da<br />
cooperação para eleição de um belo GP,<br />
a Holanda, com 33 pontos (1 GP, 1 Ouro,<br />
3 Bronzes e 7 Finalistas).<br />
O sexto lugar poderia ser do Brasil? Po-<br />
deria, sim, pelo menos essa sexta posição<br />
em Film se os profissionais brasileiros do<br />
segmento, que contam com o apoio da<br />
FilmBrazil para investir no banner que<br />
cobre a face do Palais des Festivals na<br />
hora certa, que decora um barracão na<br />
praia com caipirinha e músicas brasilei-<br />
ras, além de champagne, que patrocina<br />
a área de Film Craft, entre outras ações<br />
promocionais, se mantivessem mais<br />
compenetrados no momento de defini-<br />
ções das categorias para inscrições de<br />
seus bons trabalhos (resultados de suor<br />
de um ano inteiro).<br />
Enfim, contar com a sorte também<br />
tem seus “sabores”, mesmo no mundo<br />
dos negócios, e foi Ezra Geld, vice-pre-<br />
sidente de mídia da JWT, representando<br />
o Brasil em Media Lions, que disse aos<br />
jornalistas que os profissionais brasileiros<br />
têm esse jeitinho pra arriscar mais, pra<br />
deixar que o destino coopere com seus<br />
eflúvios positivos na tomada de decisões<br />
que tendem mais para o feeling do que<br />
para os cálculos matemáticos. Lá na mí-<br />
dia funciona, segundo Geld.<br />
E foi assim que o Canadá emplacou a<br />
sexta posição com 32 pontos (1 Ouro, 3<br />
Bronzes e 16 Finalistas), deixando para o<br />
Brasil o sétimo lugar em Film, por causa<br />
de 4 pontos a menos (era ano de se ganhar<br />
mais 1 Leão de Ouro, ou 1 de Prata ou<br />
mais 2 de Bronze, no mínimo).<br />
Quem não me deixa mentir nessa aná-<br />
lise com ares fantasmagóricos para quem<br />
odeia raciocinar em números é a França,<br />
que ficou tranquila com a oitava posição,<br />
fruto de 24 pontos (5 Bronzes e 9 Finalis-<br />
tas), seguida por Alemanha, com 17 pontos<br />
(1 Ouro, 1 Prata, 1 Bronze e 2 Finalistas);<br />
e África do Sul, em décimo lugar, com 17<br />
pontos (2 Pratas, 2 Bronzes e 1 Finalista).<br />
O mercado nacional conquistou os<br />
seguintes prêmios:<br />
Leões de Prata:<br />
“Tradutor”, da AlmapBBDO e Fat<br />
Bastards/Movi&Art para Tiguan<br />
<br />
adorável” e “Não é você”, da<br />
AlmapBBDO, Vetor Zero e Lobo<br />
para as Peças Originais Volkswagen<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
Filmes para Embratel<br />
<br />
24 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 25<br />
para MTV<br />
<br />
Dentre as agências de atuação nacio-<br />
nal, AlmapBBDO, eleita Agência do Ano<br />
no 58º Festival de Cannes, foi aquela que<br />
obteve o maior destaque, pela conquista<br />
de 2 Leões de Prata e 1 de Bronze. Todos<br />
os seus Finalistas foram transformados<br />
em Leões. Na sequência, distinguiram-se<br />
Loducca e Y&R, com 1 Bronze cada; Bor-<br />
ghiErh/Lowe, com 2 Finalistas; Ogilvy,<br />
Talent, Agência3 e Lew Lara/TBWA, com<br />
1 Finalista cada.<br />
Tony Granger, global chief creative<br />
officer da Young & Rubicam e presiden-<br />
te do júri de Film do Festival de Cannes<br />
em 2011, revelou-se confesso amante das<br />
ideias mágicas porque sente prazer inco-<br />
mensurável no emprego de forças capa-<br />
zes de gerar mudanças, transformando<br />
agências internamente e as marcas dos<br />
clientes atendidos por ela, que, por sua<br />
vez, têm condições de mudar compor-<br />
tamentos humanos. Granger deixou<br />
evidente sua tendência para a adoção<br />
de armas sutis, advindas dos poderes da<br />
criatividade, da perspicácia e da ousadia,<br />
ao “produzir” propaganda eficaz, legan-<br />
do as “armas pesadas” para os agentes<br />
das operações promocionais e de campos<br />
one-to-one – reais e virtuais –, áreas que<br />
têm muito a contribuir para o sucesso do<br />
trabalho de gênios da sua estirpe.<br />
Erh Ray, conversando com a imprensa<br />
brasileira após a coletiva de divulgação<br />
dos resultados, “enquadrou” o duríssimo<br />
processo pelo qual os filmes passam para<br />
chegar a disputar um Leão, especial-<br />
mente de Ouro. Processo que também<br />
é cansativo para os jurados, pela quan-<br />
tidade a ser analisada e semelhança en-<br />
tre os melhores. Ele também ressaltou o<br />
velho problema dos orçamentos dos nos-<br />
sos comerciais, muito abaixo do padrão<br />
internacional daqueles que acabam se<br />
destacando no festival, com as raríssimas<br />
exceções no caso das ideias realmente<br />
inovadoras que dispensam produção<br />
mais sofisticada, como tem sido, confor-<br />
me exemplificou, o trabalho argentino,<br />
que geralmente parte de grandes con-<br />
cepções e depende menos de grandes<br />
produções.<br />
Os jurados assistiram 3.310 filmes,<br />
selecionaram 299 Finalistas e<br />
concederam 102 Leões<br />
Os Leões brasileiros foram para VW<br />
Tiguan, Peças Originais Volkswagen,<br />
Embratel, Vivo e MTV (sem ilustração<br />
nesta página)
“After the hours athlete”, para Puma<br />
Social, conquistou o Grand Prix de Film<br />
Craft em 2011<br />
film craft gisele centenaro<br />
Sem chama não tem fogo<br />
Num júri que trabalhou duro, debru-<br />
çando-se 14 horas ao dia sobre os con-<br />
correntes, durante cinco jornadas segui-<br />
das, sob presidência do renomado Keith<br />
Rose, diretor da Velocity Films, da África<br />
do Sul, nosso representante, Alex<br />
Miranda, da Trator Filmes, confessa ter<br />
saído em defesa de trabalhos do mercado<br />
nacional, com a firme intenção de caçar<br />
Leões, sim, pois os julgava merecidos.<br />
O resultado, na opinião dele mesmo, foi<br />
significativo para o País, que conquistou<br />
1 Leão de Ouro, 1 Leão de Bronze e<br />
teve 1 Finalista, salientando-se que esta<br />
é a segunda vez que a área compõe o<br />
festival e a primeira edição na qual os<br />
troféus são distinguidos em Ouro, Prata<br />
e Bronze – em 2010, a única produtora<br />
vencedora entre os concorrentes brasi-<br />
leiros foi a Prodigo Films, com “Invo-<br />
cação” para S.O.S Mata Atlântica, sob<br />
criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi.<br />
“Balões”, da Loducca, ParanoidBR e<br />
Raw para MTV, em Animation, foi ga-<br />
nhador do Leão de Ouro; “Valet bêba-<br />
do”, da Ogilvy, Hungry Man e Jamute<br />
para Bar Aurora e Boteco Ferraz, em<br />
Best Use of Music, recebeu 1 Leão de<br />
Bronze; e “Pelé”, da Young & Rubicam<br />
e O2 para Vivo em Production Value,<br />
terminou como Finalista, mas, de acor-<br />
do com Miranda, foi por muito pouco<br />
que também não saiu da disputa con-<br />
quistando um Leão.<br />
Contra as 37 inscrições efetuadas<br />
pelo nosso país em 2010, este ano o Bra-<br />
sil entrou na competição com apenas 10<br />
concorrentes, dando a impressão de que<br />
as produtoras brasileiras não se sentiram<br />
atraídas pela área como era de se espe-<br />
rar, pois não se pode dizer, de modo<br />
algum, que, apesar de percalços do<br />
mercado como verbas muito enxutas<br />
e falta de determinação dos anuncian-<br />
tes para arriscar mais criativamente,<br />
como, inclusive pontuou Miranda,<br />
o setor nacional de produção não te-<br />
nha um padrão de qualidade à altura<br />
do exigido para sair vitorioso em Film<br />
Craft, assim como tem acontecido nas<br />
demais áreas do Festival de Cannes.<br />
Existe aqui, portanto, uma lacuna<br />
sob a política de inscrições que me-<br />
rece mais carinho e atenção de toda<br />
a indústria de comunicação no Brasil,<br />
principalmente da Apro e da Film-<br />
Brazil, que obviamente podem pres-<br />
tar contribuições valorosas para essa<br />
mudança de cenário. A FilmBrazil,<br />
inclusive, foi a patrocinadora dessa<br />
área em 2011.<br />
Dos 1.322 trabalhos inscritos, os ju-<br />
rados da área selecionaram 116 para<br />
constituir a shortlist e, dentre eles, de-<br />
finiu 54 para compor o rol de premia-<br />
dos com Leões.<br />
Com o dobro de pontos do Reino<br />
Unido (62, oriundos de 2 Leões de<br />
Ouro, 5 de Prata, 2 de Bronze e 17<br />
Finalistas), posicionado em segundo<br />
lugar no ranking de países mais con-<br />
templados com troféus em Film Craft,<br />
os Estados Unidos lideraram a final da<br />
competição, somando 126 pontos, ad-<br />
vindos da conquista de 1 Grand Prix, 5<br />
Leões de Ouro, 6 de Prata, 9 de Bron-<br />
ze e 24 Finalistas.<br />
Do terceiro ao décimo lugar, o<br />
ranking de nações mais premiadas tem<br />
a seguinte configuração: Holanda, 25<br />
pontos (1 Ouro, 3 Pratas e 3 Finalis-<br />
tas); França, 13 pontos (2 Bronzes e<br />
7 Finalistas); Espanha, 12 pontos (1<br />
Ouro e 1 Prata); Argentina, 12 pontos<br />
(1 Prata, 2 Bronzes e 1 Finalista); Bra-<br />
sil, 11 pontos (1 Ouro, 1 Bronze e 1 Fi-<br />
nalista); Austrália, 8 pontos (2 Bronzes<br />
e 1 Finalista); Japão e Índia, 7 pontos<br />
(1 Ouro cada); Alemanha, 7 pontos (1<br />
Prata e 2 Finalistas); e Suíça, 5 pontos,<br />
(1 Bronze e 1 Finalista).<br />
O Grand Prix não se compara, em<br />
termos de impacto, com “Write the<br />
future”, da Nike, que a maioria dos<br />
delegados imaginava ver como cam-<br />
peão nesta área, ocupando seu posto<br />
de vencedor em Film o comercial<br />
“Force”, da Deutsch Los Angeles e<br />
Park Pictures Santa Monica para o<br />
VW Passat, ganhador de 1 Leão de<br />
Ouro em Film e de 1 Leão de Bronze<br />
em Film Craft. Mesmo assim é ine-<br />
gavelmente um trabalho primoroso,<br />
que, dentre outros trunfos, tem aquele<br />
mágico poder de acender o fogo dos<br />
amantes das artes audiovisuais em<br />
busca de novos resultados epifânicos<br />
Não custou 20 milhões de dólares,<br />
está mais próximo do dia a dia de cada<br />
batalhador da indústria da propaganda<br />
e abre, portanto, uma porta para que<br />
Film Craft atraia mais e mais talentos,<br />
concorrendo na área com trabalhos<br />
cujos pequenos detalhes valham a<br />
pena ser destacados como grandezas<br />
da sensibilidade humana e dos avan-<br />
ços da tecnologia. Todo esse “light my<br />
fire” vem de “After the hours athlete”,<br />
da Droga5 New York e Smuggler New<br />
York para Puma Social.<br />
Keith Rose, na coletiva com os<br />
jornalistas presentes em Cannes, res-<br />
saltou que o júri de Film Craft buscou<br />
destacar os “valores de produção” que<br />
foram pertinentes para tornar o con-<br />
junto da mensagem mais impactante<br />
e envolvente. Os jurados analisaram<br />
as partes e os aspectos técnicos dos<br />
comerciais, para conceder os prêmios<br />
nas várias categorias da área, assim<br />
como consideraram o “entrosamento”<br />
com as demais partes para a elabora-<br />
ção de uma peça melhor no seu con-<br />
junto, seguindo os padrões do “fino<br />
artesanato”. E, nesse sentido, o Grand<br />
Prix foi, em suas palavras, “simples-<br />
mente brilhante”.<br />
O jurado brasileiro, Alex Miranda,<br />
salienta que Film Craft já é uma das<br />
áreas mais importantes de Cannes, por-<br />
que considera cada detalhe que contri-<br />
bui para fazer de um filme publicitário<br />
uma grande peça de comunicação. Ele<br />
recomenda, também, que as inscrições<br />
dos nossos bons trabalhos sejam feitas<br />
em mais de uma categoria da área,<br />
assim como os americanos e ingleses<br />
Dois comerciais brasileiros voltaram com<br />
Leões este ano: “Balões”, da MTV, em<br />
Animation, levou Ouro, e “Valet bêbado”,<br />
para o Bar Aurora e Boteco Ferraz ficou<br />
com Bronze em Best Use of Music<br />
26 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 27<br />
ensinam.<br />
Isso teria nos levado a ter uma per-<br />
formance ainda melhor na área, em<br />
sua avaliação. Apesar de que, como<br />
pontuou, o Brasil foi bem em relação<br />
ao baixo número de inscrições. Miran-<br />
da também chama atenção, ao avaliar<br />
o desempenho do Pais, para os eternos<br />
problemas de produção do mercado<br />
nacional, que são falta de verba e de<br />
tempo, além de muito conservadoris-<br />
mo da maior parte dos clientes, avessos<br />
à ousadia na criação e na produção.
“Céu e inferno”, da JWT Shangai<br />
para Samsonite, brindou a China<br />
com o Grand Prix<br />
press lions rafael sampaio<br />
Press é praia brasileira<br />
Com impressionantes 159 pontos, obti-<br />
dos por 1 Leão de Ouro, 7 de Prata e 11<br />
de Bronze, além de 79 Finalistas, o Bra-<br />
sil foi de longe o país mais premiado em<br />
Press, alcançando um resultado que nem<br />
com o GP havia obtido no ano passado.<br />
Com quase 100 pontos a menos, clas-<br />
sificou-se em seguida a Alemanha, que<br />
conquistou 2 Ouros, 1 Prata, 5 Bronzes<br />
e 27 Finalistas; seguida de perto pela Ar-<br />
gentina, com 2 Leões de Ouro, 3 de Pra-<br />
ta e 5 de Bronze, além de 15 Finalistas.<br />
O principal destaque da área de Press<br />
Lions este ano, contudo, foi para a Chi-<br />
na, por um fantástico anúncio de jornal<br />
da JWT Shangai para Samsonite. Bati-<br />
zada de “Céu e inferno”, o anúncio de<br />
dupla meia página mostra que enquanto<br />
as pessoas viajam no céu da cabina do<br />
avião, as malas passam pelo inferno do<br />
porão, e que é preciso ser uma mala mui-<br />
to dura para resistir e chegar incólume ao<br />
final. Sem uma única palavra de título e<br />
texto, fora o nome da marca e da linha<br />
promovida, o anúncio segue o visual dos<br />
alto-relevos dos séculos 18 e 19 e passa<br />
sua mensagem de forma inesquecível.<br />
No mais, os jurados não foram muito<br />
pródigos em Leões: além do Grand Prix,<br />
foram 10 de Ouro, 36 de Prata e 52 de<br />
Bronze para 27 países, mais os 419 Fina-<br />
listas permanentes, selecionados entre<br />
5.415 inscritos.<br />
O presidente do júri, Tony Granger,<br />
chief creative officer global da Young<br />
& Rubican, durante a coletiva dos re-<br />
sultados destacou o rigor do grupo por<br />
ele liderado, que concedeu bem poucos<br />
Leões de Ouro, além do brilhantismo da<br />
peça chinesa que conquistou o Grand<br />
Prix e da exuberante performance do<br />
Brasil na área.<br />
Marcos Medeiros, diretor de arte da<br />
AlmapBBDO e um dos criadores do GP<br />
da área de Press no ano passado, foi o<br />
jurado do nosso país e recebeu o único<br />
Leão de Ouro conquistado pelo Brasil<br />
em 2011 nessa disputa. Ao analisar a<br />
qualidade dos vencedores, ele se derra-<br />
mou de eleogios ao GP, usando o tra-<br />
balho como gancho para afirmar: “Não<br />
acredito em propaganda cuja ideia vem<br />
antes do cliente, que são aqueles fan-<br />
tasmas com permissão para concorrer,<br />
pois cumprem o regulamento do prêmio<br />
mas não passam pelo teste de mercado.<br />
O GP deste ano mostra que é possí-<br />
vel se fazer propaganda de excelência<br />
para produtos de massa e que sempre dá<br />
para ir além, pois o tema de Samsonite<br />
é o mesmo empregado há décadas em<br />
todo o mundo”.<br />
Medeiros ressaltou, ainda, que a exce-<br />
lente performance do Brasil em Outdo-<br />
or e Press deriva do fato de que é nessas<br />
áreas nas quais, mesmo com a falta de<br />
recursos de produção, é possível ao País<br />
concorrer de igual para igual com as na-<br />
ções centrais do mundo da propaganda,<br />
como Estados Unidos e Inglaterra: “Essa<br />
estratégia foi a aposta da geração que nos<br />
precedeu, liderada pelo Marcello Serpa e<br />
Thomaz Lorente”.<br />
Além dos mencionados Brasil, Alema-<br />
nha e Argentina, o ranking dos 15 mais pre-<br />
miados em Press Lions de 2011 é formado<br />
pelos seguintes países: Espanha, 51 pon-<br />
tos (3 Pratas e 3 Bronzes + 27 Finalistas);<br />
A campanha para as ambulâncias<br />
Fiat conquistou um Leão de Prata e a<br />
campanha da revista Billboard ganhou<br />
o único Ouro em uma categoria e Prata<br />
em outra<br />
28 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 29
O anúncio “Idades”,<br />
`para Olay, ficou com<br />
um Leão de Prata<br />
O júri de Press concedeu<br />
135 Leões, escolhidos entre 419<br />
Finalistas, por sua vez selecionados<br />
entre 5.415 concorrentes<br />
França, 50 pontos (2 Pratas e 4 Bronzes +<br />
28 Finalistas); Emirados Árabes, 50 pon-<br />
tos (1 Ouro, 1 Prata e 2 Bronzes + 32 Fi-<br />
nalistas); Tailândia, 33 pontos (1 Ouro, 1<br />
Prata e 1 Bronze + 18 Finalistas); China,<br />
32 pontos (1 Grand Prix, 1 Ouro 1 Prata);<br />
Índia, 31 pontos (2 Pratas e 2 Bronzes +<br />
15 Finalistas); Estados Unidos, 29 pontos<br />
(4 Bronzes + 17 Finalistas); Chile, 27<br />
pontos (2 Pratas e 1 Bronze + 14 Fina-<br />
listas); Turquia, 24 pontos (4 Bronzes +<br />
12 Finalistas); Hong Kong, 21 pontos (1<br />
Ouro, 1 Prata e 1 Bronze + 6 Finalistas);<br />
África do Sul, 21 pontos (3 Pratas + 6 Fi-<br />
nalistas); e Malásia, 19 pontos (1 Ouro +<br />
12 Finalistas).<br />
Os 19 Leões concedidos ao Brasil foram<br />
para os seguintes trabalhos (lembrando<br />
que eram 20, mas que a organização do<br />
festival cassou um de Prata, da Moma):<br />
Leão de Ouro<br />
<br />
Billboard, criada pela AlmapBBDO<br />
Leões de Prata<br />
<br />
Olay, da P&G<br />
-<br />
dyn, da Bayer, criada pela JWT<br />
<br />
Tiguan, da Volkswagen, criada pela<br />
AlmapBBDO<br />
<br />
Ambulâncias Fiat, criada pela Leo<br />
Burnett<br />
<br />
Caminhões Man, da Volkswagen,<br />
criada pela AlmapBBDO<br />
<br />
– Escola de Arte e Design, criada<br />
pela AlmapBBDO<br />
<br />
Billboard, criada pela AlmapBBDO<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
lavadora LG, criado pela Y&R<br />
<br />
Top, da Editora Abril, criada pela<br />
AlmapBBDO<br />
<br />
Image, criada pela AlmapBBDO<br />
<br />
Maximídia, do Grupo Meio &<br />
Mensagem, criada pela Moma<br />
<br />
Mugen, criada pela Age Isobar<br />
<br />
Bandsports, criada pela Ogilvy<br />
Marca<br />
Brasil, criada pela DM9DDB<br />
<br />
Miami Ad School, criada pela Y&R<br />
-<br />
lâncias Fiat, criada pela Leo Burnett<br />
– em 2 categorias<br />
<br />
Y&R para Santa Casa de São Paulo<br />
O ranking da performance das agências<br />
brasileiras nessa disputada área de Press é<br />
30 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 31<br />
o seguinte:<br />
<br />
Pratas e 2 Bronzes + 12 Finalistas<br />
<br />
Bronzes + 12 Finalistas<br />
<br />
<br />
-<br />
listas<br />
<br />
Finalistas<br />
<br />
2 Finalistas cada<br />
<br />
As agências que não conseguiram trans-<br />
formar suas peças que estavam na shortlist<br />
em Leão foram Loducca (6 Finalistas),<br />
Giovanni + DraftFCB (5), CCZ e Grey (3<br />
cada) e Publicis (1).<br />
A excelente performance do Brasil em<br />
Press era esperada, considerando que nos-<br />
so país foi o que mais inscreveu: 662 peças,<br />
seguido pela França (472), Estados Unidos<br />
(401), Alemanha (349) e Índia (267) – e<br />
seu histórico na área é excepcional (2 dos<br />
3 Grand Prix de peças que o Brasil já ga-<br />
nhou em Cannes foram de anúncios, por<br />
exemplo).<br />
Quando a shortlist foi divulgada, nosso<br />
favoritismo confirmou-se, com 99 traba-<br />
lhos seguindo para a avaliação final. Os<br />
Emirados Árabes Unidos, que emplaca-<br />
ram 36 trabalhos entre os 518 selecio-<br />
nados, surpreenderam com a segunda<br />
posição. Depois, com 35 peças ficou a<br />
Alemanha, sendo seguida por França e<br />
Espanha, com 33 cada; Argentina, com<br />
25; Estados Unidos e Tailândia, com 21<br />
cada; Índia, com 18; e Chile, com 17 tra-<br />
balhos selecionados, em décimo lugar.<br />
Outros três Leões de Prata brasileiros<br />
foram conquistados pelas campanhas de<br />
Supradyn, Man Caminhões e EPA Escola<br />
de Arte e Design
A campanha que conquistou o GP de<br />
Outdoor espalhou 350 páginas da<br />
autobiografia de Jay-Z em<br />
locais públicos dos Estados<br />
Unidos e de outros países<br />
outdoors lions gisele centenaro<br />
Austrália e África do Sul<br />
dividem as glórias<br />
Olivier Altmann, chief creative officer<br />
global da Publicis, sintetiza o rigor do<br />
júri de Outdoor nesta 58ª edição do<br />
Festival de Cannes em poucas palavras,<br />
simpáticas, mas firmes como o espera-<br />
do de um profissional de sua grandeza:<br />
“Quem tem um trabalho Finalista neste<br />
ano pode se considerar premiado com<br />
um Leão de Bronze, quem ganhou um<br />
Bronze pode se orgulhar de ter recebi-<br />
do uma Prata e quem foi agraciado com<br />
Ouro deve olhar para o seu trabalho<br />
como se ele fosse um Grand Prix”.<br />
De fato, a lista de vencedores da área<br />
aponta para uma avaliação consistente<br />
dos profissionais que compuseram a<br />
comissão julgadora, que reconheceu,<br />
entre os 426 selecionados para a final,<br />
somente 18 Leões de Ouro, além do<br />
Grand Prix, concedido a “Decode Jay-<br />
-Z with Bing”, da Droga New York para<br />
Bing.<br />
E sob a ótica pela busca do melhor<br />
da propaganda no encontro com as<br />
percepções emocionais e racionais dos<br />
consumidores, o Brasil se destacou<br />
como a nação mais premiada dentre as<br />
concorrentes (113 pontos equivalentes a<br />
5 Leões de Prata, 11 de Bronze e 55 Fi-<br />
nalistas), porém... sem um Ouro sequer,<br />
contra os 3 conquistados em 2010, ao<br />
lado de mais 6 de Prata e 11 de Bronze<br />
(eram 12, mas a organização do festival<br />
cassou um da Moma).<br />
Uma pulguinha que pode se trans-<br />
formar, na mente de bons entendedo-<br />
res, numa grande borboleta roxa diante<br />
da pontuação dos Estados Unidos em<br />
sua segunda colocação no ranking:<br />
63 pontos, ou seja, 53 abaixo do Bra-<br />
sil, mas que embutem, além do Gran-<br />
de Prêmio, mais 5 Ouros, 1 Prata, 3<br />
Bronzes e 4 Finalistas. Que primeiro<br />
lugar é esse que foi conquistado pelas<br />
agências de atuação nacional? Que<br />
segundo lugar é esse com jeitão de<br />
primeiro abocanhado pelos EUA?<br />
Tem mais: a Alemanha ficou um<br />
único pontinho atrás dos norte-ameri-<br />
canos, com seus 3 Leões de Prata, 7<br />
de Bronze e 26 Finalistas (62 pontos),<br />
sinalizando que há algo muito mais<br />
realista nessas seis dezenas do que as<br />
alegrias tão subjetivas da centena bra-<br />
sileira, se bem que dado o fato de que<br />
nosso mercado fez o maior investi-<br />
mento com inscrições nessa área den-<br />
tre todos os países participantes, com<br />
suas 662 peças enviadas a Cannes,<br />
não deixa de ser positivo observar que<br />
foi feita a felicidade de um número<br />
bem proveitoso de agências no Brasil,<br />
valorizando-se atuações locais em vis-<br />
ta da amplitude de nossa complexida-<br />
de geográfica. Pra conferir basta pas-<br />
sar os olhos nos nomes das agências<br />
que dividem a centena de Finalistas e<br />
Leões que enriquecem seus currículos<br />
diante de anunciantes de todos os por-<br />
32 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 33<br />
tes e regiões.<br />
De pronto, o que nos vem é mente<br />
é que os brasileiros têm muita estra-<br />
tégia para inscrever peças nesta área,<br />
têm muito talento para transformar<br />
propaganda em peças dignas de se-<br />
rem apreciadas como arte popular,<br />
contudo, não podem se negar a acei-<br />
tar a sugestão de reflexão soprada por<br />
esta pulguinha atrás da orelha que o<br />
presidente do júri impinge, com suas<br />
explicações sobre o padrão de quali-<br />
dade dos vencedores, aos criadores e<br />
anunciantes que atuam no mercado<br />
nacional.<br />
Feito o parêntese analítico, voltemos<br />
o olhar para os 15 países mais premia-<br />
dos em Outdoor, os quais dividiram<br />
os 18 Leões de Ouro, 33 de Prata e 66<br />
de Bronze, afora os permanentes 305<br />
Finalistas. Confira o ranking a seguir,<br />
do quarto lugar em diante (após Brasil,<br />
EUA e Alemanha), com a sugestão de<br />
firmar a visão nas nações distinguidas<br />
com Ouro, lembrando que, na opinião<br />
de Altmann, este ano eles valem, inten-<br />
cionalmente, um Grand Prix: Reino<br />
Unido, 58 pontos (2 Ouros, 1 Prata, 5<br />
Bronzes e 24 Finalistas); França, 34<br />
pontos (1 Prata, 4 Bronzes e 17 Fina-<br />
listas); Cingapura, 31 pontos (2 Pratas,<br />
2 Bronzes e 15 Finalistas); Espanha,<br />
30 pontos (6 Bronzes e 12 Finalistas);<br />
Tailândia, 26 pontos (1 Ouro, 2 Pra-<br />
tas, 1 Bronze e 6 Finalistas); Malásia,<br />
26 pontos (1 Prata, 3 Bronzes e 12 Fi-<br />
nalistas); China, 25 pontos (2 Ouros, 2<br />
Bronzes e 5 Finalistas); Hong Kong, 23<br />
pontos (1 Prata, 3 Bronzes e 9 Finalis-<br />
tas); Turquia, 22 pontos (3 Bronzes e 13<br />
Finalistas); Japão, 20 pontos (2 Ouros, 1<br />
Bronze e 3 Finalistas); México – 20 pon-<br />
tos (2 Pratas, 1 Bronze e 7 Finalistas);<br />
As séries de cartazes do VW Tiguan<br />
e da BandSports, assim como a caixa<br />
“AXN TV”, conquistaram Leões de Prata
O júri de Outdoor analisou 4.490<br />
concorrentes, selecionou 424<br />
Finalistas e concedeu 119 Leões<br />
A série de embalagens “Divida<br />
com quem precisa...”, para Casa do<br />
Zezinho, ganhou um Leão de Prata<br />
e Índia, 19 pontos (1 Prata, 2<br />
Bronzes e 8 Finalistas).<br />
Alan Strozenberg, sócio e vice-<br />
-presidente de criação da Z+, foi o<br />
representante do Brasil no júri, o qual<br />
também concedeu ao País ser aquele,<br />
dentre os concorrentes, com o maior<br />
número de Finalistas na primeira fase<br />
da disputa, com 72 indicações (10 a<br />
menos que em 2010).<br />
Após o rigoroso crivo dos jurados,<br />
16 trabalhos se sustentaram na caça<br />
aos Leões, distinguindo as agências:<br />
<br />
Bronze + 14 Finalistas<br />
<br />
Finalistas<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
+ 3 Finalistas<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Além delas, voltaram apenas com<br />
diplomas de Finalista as agências<br />
JWT (5); DM9DDB (4); F/Nazca Sa-<br />
atchi & Saatchi e Loducca (3 cada);<br />
e Lew Lara\TBWA, Dentsu, Dim<br />
Canzian Facci e Salles Chimestri<br />
(1 cada).<br />
Os trabalhos brasileiros merece-<br />
dores dos Leões foram:<br />
Leões de Prata<br />
<br />
Tiguan, da Volkswagen, criada<br />
pela AlmapBBDO<br />
<br />
Bandsports, criada pela Ogilvy<br />
<br />
para Sony Television<br />
<br />
com quem precisa...”, da Almap-<br />
-BBDO para Casa do Zezinho<br />
<br />
Noel”, da Ogilvy para Coca-Cola<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
Café Tainá, criada pela<br />
Giovanni + DraftFCB<br />
<br />
revista Billboard, criada pela<br />
AlmapBBDO<br />
<br />
Jumper, criado pela New360<br />
<br />
linha de tênis Penalty, criada<br />
pela Z+<br />
<br />
fones de ouvido da 3M, criada<br />
pela Grey<br />
<br />
Maximídia, do Grupo Meio &<br />
Mensagem, criada pela Moma<br />
<br />
para comida de gato, do Dia<br />
Supermercado, criada pela Z+<br />
<br />
Jamute, criada pela Z+<br />
<br />
criado pela Ogilvy<br />
<br />
tridimensional criada pela<br />
Artplan para Loterias Hebara<br />
<br />
mundo”, criada pela Monumenta<br />
para a Campanha da Verdadeira<br />
Afeição.<br />
radio rafael sampaio<br />
Ironia bem temperada<br />
Como era de se esperar pela tradição<br />
em criar excelentes peça de rádio e<br />
pela grande quantidade de inscrições<br />
que fizeram, Austrália e África do Sul<br />
destacaram-se entre os 27 países que<br />
foram premiados, neste ano, com 9<br />
Leões de Ouro, 16 Leões de Prata<br />
e 24 Leões de Bronze, além de 88<br />
Finalistas, selecionados, julgados<br />
e premiados em meio a um total de<br />
1.263 concorrentes.<br />
No final, a Austrália ficou com 92<br />
pontos, por 1 Leão de Ouro, 3 de Pra-<br />
ta, 1 Bronze e 67 Finalistas; enquanto<br />
a África do Sul fez 73 pontos, com um<br />
GP, 2 Ouros, 4 Pratas, 3 Bronzes e 28<br />
34 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 35<br />
Finalistas.<br />
Os dois países têm em comum o do-<br />
mínio perfeito da língua inglesa – con-<br />
dição essencial para disputar para valer<br />
essa área em Cannes – e um parque<br />
de produção sonora de primeira, que<br />
pode fazer de um simples spot uma<br />
obra prima.<br />
Caso do Grand Prix, que usa com<br />
maestria a ironia e foi para uma cam-<br />
panha da Net#work BBDO, produzida<br />
pela First#Left, de Johannesburg, para<br />
a Mercedes-Benz promover seus equi-<br />
pamentos de segurança. Nos três spots<br />
da série, intérpretes fantásticos relatam<br />
como conheceram, depois de uma pe-<br />
quena batida de carro, dois amigos e<br />
uma namorada, com os quais mantêm<br />
relações entre melodramáticas e cha-<br />
tas – e das quais eles parecem se arre-<br />
pender... E tudo aconteceu porque eles<br />
não estavam em um Mercedes dotado<br />
daqueles recursos para evitar acidentes.<br />
Na fase da shortlist, o Brasil começou<br />
um pouco melhor que no ano passa-<br />
do, com mais peças selecionadas (10).<br />
Mas na etapa final nosso País foi um<br />
pouco pior, não repetindo a conquis-<br />
ta do Leão de Ouro de 2010.<br />
Entre as agências brasileiras pre-<br />
miadas, a JWT levou 2 Leões de<br />
Bronze e 2 Finalistas; a Ogilvy, 1<br />
Leão de Bronze, além de 3 Finalistas;<br />
enquanto Talent e Script só ficaram<br />
com esse diploma.<br />
Nossos Leões de Bronze neste ano<br />
foram:<br />
<br />
para Motorola<br />
<br />
Nova para 91 FM<br />
<br />
Dr. DD para Coca-Cola<br />
A brasileira Zanna, da Zanna<br />
Sound, foi representante do Brasil no<br />
júri presidido por Eugene Cheong,<br />
diretor criativo regional da Ogilvy &<br />
Mather Ásia Pacífico.<br />
Além dos dois países líderes dessa<br />
área, os oito mais distinguidos pela<br />
distribuição dos Radio Lions seguiu<br />
esta ordem: Alemanha, 37 pontos (2<br />
Ouros, 2 Pratas, 2 Bronzes e 7 Fina-<br />
listas); Estados Unidos, 28 pontos (1<br />
Ouro, 1 Prata, 3 Bronzes e 7 Finalis-<br />
tas); Cingapura, 25 pontos (1 Ouro,<br />
1 Prata, 2 Bronzes e 7 Finalistas);<br />
Brasil, 16 pontos (3 Bronzes e 7 Fina-<br />
listas); Tailândia, 15 pontos (1 Ouro,<br />
1 Prata 1 Bronze); Colômbia, 12 pon-<br />
tos (1 Ouro e 1 Prata); Canadá, 11<br />
pontos (2 Bronzes e 5 Finalistas); e<br />
Emirados Árabes, 9 pontos (2 Bronzes<br />
e 3 Finalistas).<br />
Os jurados de Radio escolheram 50<br />
Leões da lista de 88 trabalhos que<br />
entraram na shortlist, selecionada entre<br />
1.263 concorrentes
O júri de Cyber analisou 2.835<br />
concorrentes, selecionou 220 Finalistas<br />
e concedeu 81 Leões<br />
“Street art view”, para<br />
Red Bull, conquistou o único Leão<br />
deste ano, e de Prata<br />
cyber lions gisele centenaro<br />
Território dos Estados Unidos<br />
Cybersedução em número, gênero e<br />
grau. Tão infiltrante e infiltrado que<br />
nosso jurado, Raphael Vasconcelos,<br />
vice-presidente executivo de criação da<br />
AgênciaClick Isobar, pergunta, a si mes-<br />
mo, em voz alta: “que corpo estranho é<br />
esse no festival de Cannes?”. Talvez um<br />
corpo retalhadinho, que vai se mesclan-<br />
do a outros corpos – com suas arquitetu-<br />
ras ósseas, redes de veias, órgãos, peles,<br />
pelos, sensações, emoções, consciências<br />
e inconscientes –, todos eles, em cada<br />
área do festival, nos dando a impressão<br />
de incompletude, porque “a coisa anda<br />
se juntando cada vez mais”, em lingua-<br />
gem mais popular para dar conta desse<br />
blablablá sobre comunicação integrada<br />
O retalhamento fica ainda mais notó-<br />
rio diante da decisão do júri de outorgar<br />
três Grand Prix na área. Foi preciso ex-<br />
plicar o fato, mais uma vez, na sala de<br />
imprensa. E daí que são três? Todos fica-<br />
ram com os Estados Unidos mesmo…,<br />
que continuam indo e vindo, no univer-<br />
so virtual, do simples ao complicado, do<br />
pequeno ao grande, do branco ao preto,<br />
dos pés ao coração e à cabeça, com ta-<br />
lentismo associado à visão de pequeno,<br />
médio e longo alcance, of course. Resul-<br />
tado? 167 pontos no ranking de países<br />
mais premiados, 74 a mais que o segun-<br />
do colocado, o Reino Unido (93 pontos).<br />
Por que os norte-americanos levam<br />
sempre tantos troféus, GPs e, especifi-<br />
camente, tantos Leões de Ouro (8 em<br />
2011)? “Os Estados Unidos têm talento,<br />
têm talentos, têm grandes marcas inter-<br />
nacionais com talento, talentos e inves-<br />
timentos que precisam, continuamente,<br />
de trabalhos talentosos nessa área.” Dá<br />
pra dar o contra nessa conclusão óbvia<br />
do presidente do júri, Nick Law, vice-<br />
presidente executivo e chief creative<br />
officer da R/GA?<br />
Pra dizer a verdade, Nick Law repre-<br />
sentou, em pessoa, a sedução da área de<br />
Cyber Lions ao coordenar o encontro<br />
entre jurados e jornalistas, no Palais des<br />
Festivals. O clima estendeu-se rapida-<br />
mente entre os demais jurados, o que<br />
resultou numa coletiva proveitosa, rica<br />
em dados e descontraída – demorada,<br />
mas nem se viu o tempo passar, o que<br />
deixou a “turma” do Design num cer-<br />
to prejuízo, praticamente começando o<br />
seu meeting com os jornalistas na hora<br />
de acabar em razão da ocupação da sala.<br />
Sob estímulo de Law, houve até aplau-<br />
sos extras para a jurada que representava<br />
a China, eufórica ao prometer que vai<br />
ficar melhor ainda o que já vem sendo<br />
bem feito em seu país nessa área. Como<br />
ela, o representante da Índia também se<br />
explicou pela falta de prêmios no currí-<br />
culo do país, tendo-se em conta que o<br />
mercado indiano é um celeiro de pro-<br />
duções para o mundo virtual. Não con-<br />
venceu com o mesmo grau de impacto<br />
da chinesa, mas prometeu desempenho<br />
mais perspicaz no próximo ano, inclusi-<br />
ve na estratégia de inscrições.<br />
Os prêmios máximos deste ano<br />
Os três GPs de Cyber foram para Arcade<br />
Fire, como Website; para Old Spice,<br />
como Campanha Digital Integrada; e<br />
para Innovative Thunder, em Viral<br />
36 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 37<br />
foram:<br />
<br />
wilderness downtown”, da Chris Milk<br />
Santa Monica para o Arcade Fire, do<br />
Google.<br />
<br />
tweet”, da R/GA New York para Innova-<br />
tive Thunder.<br />
<br />
Integrada para “Response campaign”,<br />
da Wieden+Kennedy Portland para Old<br />
Spice, uma continuação na internet da<br />
vencedora “The man your man could<br />
smell like”.<br />
Além dos Estados Unidos – com seus<br />
183 pontos por 3 GPs, 8 Ouros, 5 Pratas,<br />
11 Bronzes e 39 Finalistas –, as demais<br />
nações com boa performance foram:<br />
Reino Unido, 93 pontos (3 Ouros, 3 Pra-<br />
tas, 10 Bronzes e 27 Finalistas); França,<br />
48 pontos (2 Ouros, 3 Pratas, 1 Bronze<br />
e 16 Finalistas); Japão, 43 pontos (2 Ou-<br />
ros, 1 Prata, 6 Bronzes e 6 Finalistas);<br />
Suécia, 36 pontos (3 Ouros, 5 Bronzes<br />
e 15 Finalistas); Alemanha, 30 pontos<br />
(1 Ouro, 2 Pratas, 3 Bronzes e 4 Fina-<br />
listas); e Holanda, 18 pontos (1 Ouro, 2<br />
Bronzes e 5 Finalistas).<br />
Quando foi divulgada a shortlist, a<br />
ordem de número de Leões que seriam<br />
conquistados já estava mais ou menos<br />
definida, pois o ranking de finalistas<br />
incluía os Estados Unidos em primeiro,<br />
com 68 peças; seguido pelo Reino Uni-<br />
do, com 43; Suécia, com 23; França,<br />
com 22; Japão, com 15; Alemanha, com<br />
10; e Holanda, com 8. No total, foram<br />
220 trabalhos selecionados entre 2.835<br />
concorrentes.<br />
A performance do Brasil, comparada<br />
a de 2010, foi melhor? 1 Leão de Prata e<br />
2 Finalistas contra 1 Leão de Bronze e<br />
9 Finalistas. Creio que ficamos meio no<br />
<br />
somados nos deixaram ao lado da Espa-<br />
nha e, hahahahahaha...... bem na frente<br />
da Argentina, que conseguiu emplacar<br />
apenas 1 de seus 48 concorrentes na<br />
shortlist.<br />
A criadora do Leão brasileiro é a<br />
Loducca, em trabalho institucional para<br />
Red Bull, intitulado “Street art view”,<br />
que na shortlist foi indicado em duas<br />
categorias.
O GP de Direct ficou com a campanha<br />
de rejuvenescimento do Rom, que<br />
alcançou um ganho de 124% no índice<br />
de adesão ao mais popular chocolate<br />
romeno e de crescimento de 20% em<br />
suas vendas<br />
direct lions gisele centenaro<br />
Apaixonados pela Romênia<br />
A“Apaixonados pela Romênia.” Foi assim<br />
que os jurados de Direct Lions se defini-<br />
ram no encontro com os jornalistas para<br />
anunciar os vencedores da área na 58ª<br />
edição do Festival de Cannes. Apaixona-<br />
dos por quê? Porque não deixou de ser<br />
inusitado o fato de a Romênia ter levado<br />
o Grand Prix tanto de Direct como de<br />
Promo&Activation, sendo que o trabalho<br />
é, de fato, apaixonante.<br />
O caso, que conquistou esses dois<br />
GPS, mais quatro Ouros e um Titanium<br />
Lion, foi resultante de um esforço vi-<br />
sando rejuvenescer o produto, lançado<br />
em 1964 e muito ligado aos tempos do<br />
comunismo pelo qual o país passou. A<br />
estratégia foi lançar uma nova embala-<br />
gem, abandonando as cores da bandeira<br />
romena e adotando as cores dos Estados<br />
Unidos, além de fazer uma campanha<br />
em inglês, valorizando os símbolos ame-<br />
ricanos. Uma comoção popular surgiu<br />
como resultado, devidamente estimula-<br />
da pela marca da Kandia Dulce (do gru-<br />
po Cadbury), que foi seguida pela volta<br />
do chocolate na versão tradicional. Além<br />
do grande volume de comunicação es-<br />
pontânea sobre a marca, as pesquisas in-<br />
dicaram um aumento de 124% no índice<br />
de adesão ao mais popular chocolate ro-<br />
meno e de crescimento de 20% em suas<br />
vendas – sendo que o produto temporário<br />
acabou se transformando em um “item<br />
de colecionador” e também “sumiu” do<br />
mercado. O trabalho foi desenvolvido<br />
pela McCann Erickson de Bucareste.<br />
O Brasil teve um excelente desempe-<br />
nho nesta disputa, angariando 1 Leão de<br />
Ouro, 3 de Prata, 2 de Bronze e 10 Fina-<br />
listas, chegando a 38 pontos, troféus que<br />
lhe deram a terceira posição no ranking<br />
das nações mais premiadas, ficando atrás<br />
apenas da Alemanha, cuja pontuação é<br />
maior que a do nosso país, com destaque<br />
para seus 2 Leões de Prata, 4 de Bronze<br />
e 20 Finalistas, mas sem Ouro, atingindo<br />
os 42 pontos; e dos Estados Unidos, estes,<br />
sim, campeoníssimos, com seus 4 Leões<br />
de Ouro, 1 de Prata, 2 de Bronze e 9 Fi-<br />
nalistas, somando 48 pontos.<br />
Completando a lista dos 10 países<br />
mais premiados vieram: Bélgica, com<br />
32 pontos (6 de Bronze e 14 Finalistas);<br />
Suécia, com 28 pontos (2 de Prata, 4 de<br />
Bronze e 6 Finalistas); Argentina, com<br />
26 pontos (2 de Ouro, 1 de Prata, 2 de<br />
Bronze e 1 Finalista); Romênia, com 18<br />
pontos (1 GP, 1 de Ouro e 1 Finalista);<br />
Austrália, com 18 pontos (2 de Bronze e<br />
12 Finalistas); Espanha, com 17 pontos<br />
(2 de Prata, 1 de Bronze e 4 Finalistas) e<br />
Coréia, com 14 pontos (2 de Ouro).<br />
O título de Direct Agency of the Year<br />
foi conquistado pela Ogilvy Argentina,<br />
seguida pela Akestam Holst, de Estocol-<br />
mo, e pela Ogilvy Brasil.<br />
Os trabalhos brasileiros premiados<br />
Dos 1.858 concorrentes,<br />
o júri classificou 204 Finalistas<br />
e concedeu 57 Leões<br />
A campanha “As cartas esquecidas<br />
de Papai Noel”, para Coca-Cola, trouxe<br />
um Leão de Prata para o Brasil, e<br />
“A volta do Ferrorama”, para Estrela,<br />
voltou com 2 Leões: um de Ouro e<br />
um de Prata<br />
38 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 39<br />
foram:<br />
Leão de Ouro<br />
<br />
DM9DDB para Estrela<br />
Leões de Prata<br />
<br />
DM9DDB para Estrela<br />
<br />
Noel”, da Ogilvy para Coca-Cola<br />
<br />
Bar Aurora<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
Bar Aurora<br />
<br />
Age Isobar para Recycling<br />
Environmental<br />
Como Finalistas brasileiros, permane-<br />
ceram 5 da Ogilvy e 1 das agências Boca,<br />
JWT, Leo Burnett e WMcCann.<br />
Dentre os 204 trabalhos (40 a mais<br />
que em 2010) que, na opinião dos<br />
jurados presididos por Alexander Schill,<br />
global chief creative officer & partner<br />
do Serviceplan Group, mereciam ser<br />
cotejados pelas definições de Leões<br />
de Ouro, Prata e Bronze, 26 foram<br />
da Alemanha. Os profissionais belgas<br />
seguiam logo atrás, empatados em<br />
segundo lugar no ranking de maior<br />
número de indicados na shortlist de<br />
Direct, com 20 trabalhos.<br />
Em terceiro lugar nessa listagem, des-<br />
pontavam o Brasil e os Estados Unidos,<br />
com 16 Finalistas cada país, vindo na<br />
sequência: Austrália, com 14 Finalistas;<br />
Suécia, com 12; Noruega e Reino Unido,<br />
com 8 cada; e Espanha, com 7, entre<br />
os principais competidores da área, que<br />
contou com 1.858 inscrições em 2011.<br />
O Brasil foi representado no júri de<br />
Direct Lions por Ana Paula Marques, só-<br />
cia e vice-presidente de criação da Pon-<br />
to de Criação, que em encontro com os<br />
jornalistas afirmou estar extremamente<br />
orgulhosa com o resultado da competi-<br />
ção de modo geral, principalmente com<br />
a qualidade dos trabalhos brasileiros pre-<br />
miados. Ela também destacou que os ju-<br />
rados dessa área levaram muito em conta<br />
a combinação de grandes resultados com<br />
elevada criatividade, mais o tempero da<br />
ousadia – de fazer as coisas com coragem<br />
estratégica.
promo & activation lions gisele centenaro<br />
O primeiro Grand Prix<br />
do leste europeu<br />
Quando conquistou seu GP<br />
em Promo, a Romênia fez<br />
história, pois foi o primeiro<br />
do País, que jamais havia<br />
obtido qualquer destaque<br />
em Cannes. “Valet bêbado”,<br />
para Bar Aurora e Boteco<br />
Ferraz, ficou com um Leão<br />
de Prata nesta área, e<br />
“Parental control”, para<br />
Bandsports, conquistou<br />
um de Bronze<br />
Com 2 Leões de Ouro, 1 de Prata, 7 de<br />
Bronze e 11 Finalistas, totalizando 48<br />
pontos, os Estados Unidos lideraram o<br />
ranking de nações com maior número<br />
de troféus na área de Promo & Activa-<br />
tion do 58º Festival de Cannes, porém<br />
os norte-americanos não comemoram a<br />
conquista do Grand Prix, festa que ficou<br />
para a Romênia, em façanha começan-<br />
do com “American Rom” eleito o único<br />
Finalista do país em duas categorias, em<br />
seguida distinguido com Leão de Ouro<br />
e, por fim, levando o grande prêmio da<br />
área. Foi o primeiro Grand Prix na his-<br />
tória de um país do leste europeu, traba-<br />
lho que ainda conseguiu amealhar um<br />
segundo GP, mais 4 Ouros e 1 Titanium<br />
Lion com essa excepcional campanha.<br />
Após o líder, os seguintes países com-<br />
pletaram a lista dos 10 mais premiados<br />
nesta área: Alemanha, com 30 pontos (1<br />
de Ouro, 2 de Prata, 1 de Bronze e 10<br />
Finalistas); Argentina, com 26 pontos<br />
(3 de Prata, 1 de Bronze e 8 Finalistas);<br />
França, com 26 pontos (4 de Prata e 6<br />
Finalistas); Austrália, com 22 pontos (1<br />
de Prata, 2 de Bronze e 11 Finalistas);<br />
Suécia, com 21 pontos (2 de Prata, 2 de<br />
Bronze e 5 Finalistas); Romênia, com 17<br />
pontos (1 GP e 1 de Ouro); Cingapura,<br />
com 16 pontos (1 de Ouro, 1 de Prata e 4<br />
Finalistas); Brasil, com 15 pontos (1 Pra-<br />
ta, 1 de Bronze e 7 Finalistas); e Canadá,<br />
com 13 pontos (1 de Prata, 2 de Bronze<br />
40 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 41<br />
e 2 Finalistas).<br />
Estavam na liderança do ranking de<br />
países com maior número de Finalistas<br />
em Promo & Activation os Estados Uni-<br />
dos, com 26. De longe, a nação era segui-<br />
da, em Cannes, pela Austrália, com 14<br />
Finalistas, na companhia da Alemanha,<br />
com o mesmo número de selecionados,<br />
14. A Argentina corria por fora, com 12<br />
indicações, tendo na cola França (10),<br />
Brasil (9), Suécia (9) e Espanha (8). O<br />
total de inscritos nessa área, em 2011, foi<br />
de 2.125 trabalhos.<br />
Em comparação aos 5 Finalistas de<br />
2010, o Brasil entrou com pé direito na<br />
disputa este ano, com 4 Finalistas a mais,<br />
portanto, além da boa performance no<br />
júri presidido por Warren Brown, crea-<br />
tive founder da BMF, já despontavam,<br />
nessa primeira etapa da competição, nú-<br />
meros cabalísticos que tendiam para o<br />
favoritismo do nosso país, cujo represen-<br />
tante na comissão de profissionais que<br />
avaliava os concorrentes era Fernando<br />
Figueiredo, presidente do Talkability-<br />
Group, holding da Bullet.<br />
Entretanto, o Ouro mais uma vez nos<br />
fugiu – por pouco, mas fugiu –, ficando<br />
o País agraciado com o Leão de Prata,<br />
concedido a Ogilvy Brasil pelo case “Va-<br />
let bêbado”, do Bar Aurora & Boteco<br />
Ferraz; e o Leão de Bronze, também da<br />
Ogilvy Brasil, conquistado por “Parental<br />
control”, trabalho desenvolvido para Band-<br />
Sports. Um Leão a menos que em 2010,<br />
salientando-se que no ano passado os<br />
Leões brasileiros eram de Bronze.<br />
Dentre as agências de atuacão nacio-<br />
nal, a Loducca emplacou 3 Finalistas; a<br />
Ogilvy, outros 3 (2 deles transformados<br />
em Leões); ambas seguidas por Almap-<br />
BBDO, Leo Burnett e Salles Chemistri,<br />
com 1 trabalho selecionado cada uma de-<br />
las para a shortlist de Promo & Activation.<br />
Segundo Figueiredo, as inscrições bra-<br />
sileiras foram muito bem feitas, técnica<br />
e estrategicamente em 2011, fazendo jus<br />
ao conteúdo dos cases apresentados, cuja<br />
qualidade agradou aos jurados, dentre os<br />
quais o presidente do TalkabilityGroup se<br />
sentiu bastante à vontade para dar todas<br />
as explicações necessárias sobre os nossos<br />
concorrentes, toda vez que solicitadas.<br />
Com relação ao Grand Prix, Figueire-<br />
do revelou que a disputa foi acirrada com<br />
o trabalho merecedor de Leão de Ouro<br />
da DDB Cingapura, “Musical fitting<br />
rooms”, para Online Music Store, contu-<br />
do, ele também acrescentou que ente to-<br />
dos os concorrentes nenhum case se com-<br />
parava, este ano, em termos de impacto,<br />
com o GP de 2010, “Replay”, da TBWA\<br />
Chiat\Day Los Angeles para Gatorade,<br />
que, como se pode observar, fez história<br />
em Cannes.<br />
Os jurados de Promo & Activation<br />
analisaram 2.125 trabalhos,<br />
selecionaram 175 para a shortlist e<br />
destacam 55 com Leões
O júri concedeu 84 Leões,<br />
selecionados de 222 Finalistas<br />
e 2.895 concorrentes<br />
O Grand Prix de Media, para a<br />
Tesco coreana, criou ao mesmo<br />
tempo uma nova mídia e um novo<br />
canal de distribuição<br />
media lions gisele centenaro<br />
Saber fazer bem feito<br />
e sem medo de errar<br />
Com 63 pontos oriundos de 1 Leão de<br />
Ouro, 4 de Prata, 5 de Bronze e 21 Fina-<br />
listas (descontados os troféus recebidos),<br />
os Estados Unidos consagram-se como<br />
o país mais premiado na área de Media<br />
Lions, uma das mais importantes do 58º<br />
Festival de Cannes. A nação presidida<br />
por Barack Obama perdeu em Ouros,<br />
porém, para a Alemanha e o Reino Uni-<br />
do, que ocupam o segundo e o terceiro<br />
lugares, respectivamente, no mesmo<br />
ranking – a Alemanha com 47 pontos ad-<br />
vindos de 3 Leões de Ouro, 2 de Prata, 2<br />
de Bronze e 10 Finalistas; o Reino Unido<br />
com 45 pontos por 2 Leões de Ouro, 1 de<br />
Prata, 6 de Bronzes e 8 Finalistas.<br />
Embora também sem troféus de Ouro,<br />
o Brasil teve excelente pontuação (27<br />
pontos), ficando em quarto lugar com 2<br />
Leões de Prata, 2 de Bronze e 11 Fina-<br />
listas. A quinta posição foi da Austrália,<br />
com 25 pontos (3 Leões de Prata, 1 de<br />
Bronze e 7 Finalistas).<br />
O Grand Prix da área coube a Coréia,<br />
o sexto país mais destacado com prêmios<br />
(19 pontos pelo GP, 1 Leão de Ouro e 2<br />
Finalistas).<br />
Em seguida vieram a China, com 19<br />
pontos (4 Bronzes e 7 Finalistas); Japão,<br />
com 18 pontos (1 Ouro, 2 Pratas e 1 Fi-<br />
nalista); Bélgica, com 18 pontos (1 Prata,<br />
3 Bronzes e 4 Finalistas); e Suécia, com<br />
18 pontos (1 Prata e 13 Finalistas).<br />
Os trabalhos brasileiros distinguidos<br />
com Leões foram:<br />
Leões de Prata<br />
<br />
para Semp Toshiba”, da Talent para<br />
Semp Toshiba<br />
<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
Corinthians”, da F/Nazca<br />
Saatchi&Saatchi para Nike<br />
<br />
O júri de Media, presidido por Maria<br />
Luisa Francoli Plaza, CEO global da<br />
MPG, e tendo como representante brasi-<br />
leiro Ezra Geld, vice-presidente de mídia<br />
da JWT, havia selecionado 222 trabalhos<br />
de 44 países dentre os 2.895 inscritos em<br />
Cannes Lions 2010 para figurar na shor-<br />
tlist. Dentre eles, 15 eram de agências<br />
com atuação no Brasil, permanecendo<br />
10 deles como Finalistas, sendo um em<br />
duas categorias. A Ogilvy ficou com 4 Fi-<br />
nalistas; a Young & Rubicam e a Loduc-<br />
ca ficaram com 2 cada; e a Dontrythis,<br />
Artplan e Master com 1 Finalista cada.<br />
O Grand Prix de Media foi conquis-<br />
tado por “Home Plus Subway Virtual<br />
Store”, da Cheil Worldwide para a Tesco<br />
coreana (que lá se chama Home Plus).<br />
Uma ideia revolucionária, pois criou ao<br />
mesmo tempo uma nova mídia e um<br />
novo ponto de venda, apesar de deman-<br />
dar uma realização complexa e cara.<br />
Para ampliar a capilaridade de sua distri-<br />
buição, a rede de lojas de conveniência<br />
instalou painéis nas plataformas do me-<br />
trô (ver imagens), de forma que os con-<br />
sumidores pudessem fazer compras, com<br />
seus celulares, enquanto esperavam sua<br />
condução. As imagens reproduziam pra-<br />
teleiras reais das lojas e, após a compra e<br />
pagamento, através do celular, as merca-<br />
dorias eram entregues em domicílio.<br />
A Media Agency of the Year foi a Jung<br />
Von Matt, de Hamburgo. As que chega-<br />
ram perto foram a Cheil Worldwide, de<br />
Seul, e a Ogilvy Argentina.<br />
Satisfeito com sua participação no<br />
júri, Ezra Geld salientou, em encontro<br />
com jornalistas após a divulgação dos<br />
resultados, que “tudo é mídia hoje em<br />
dia”, sendo que o modelo brasileiro de<br />
relacionamento entre agências, anun-<br />
ciantes e veículos é, sob a perspectiva<br />
dele, o mais adequado ao atual cenário,<br />
visto que cabe ao profissional de mídia,<br />
em conjunto com as áreas de planeja-<br />
mento e criação, observar e entender,<br />
com acuidade, o processo de interação<br />
de cada plataforma e canal de comunica-<br />
ção com o consumidor, de modo a tirar<br />
o melhor proveito desse posicionamento<br />
e postura entre ambos em benefício das<br />
marcas. “Mídia é branding”, sintetizou<br />
“Gôôôol”, para Coca-Cola, e “Todas as<br />
telas brasileiras mudaram para Semp<br />
Toshiba” conquistaram Leões de Prata;<br />
“Botas”, para Asics”, e “República<br />
Popular do Corinthians” ficaram com<br />
Leões de Bronze<br />
42 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 43<br />
Geld.
design lions gisele centenaro<br />
Alemanha absolu tamente campeã<br />
Os jurados analisaram 1.774<br />
competidores, selecionam 146 para a<br />
shortlist e concederam 86 Leões<br />
O Grand Prix de Design ficou com a<br />
intervenção “The Cosmopolitan digital<br />
experience”, para o The Cosmopolitan<br />
Hotel of Las Vegas<br />
Foram 129 pontos para a Alemanha<br />
no ranking das nações mais premiadas<br />
nesta área, concernentes a 5 Leões de<br />
Ouro, 12 de Prata, 8 de Bronze e 10<br />
Finalistas. Simplesmente 87 pontos à<br />
frente do segundo colocado, o Reino<br />
Unido, que somou 42 pontos com 3<br />
Leões de Ouro, 1 de Prata, 3 de Bronze<br />
e 7 Finalistas. E, atenção, aqui a para-<br />
da é dura, pois não tem aquele monte<br />
de pontos advindos de uma porção de<br />
Finalistas.<br />
Os Estados Unidos ocuparam “ape-<br />
nas” o terceiro lugar, mas levaram o<br />
Grand Prix de Design, concedido a<br />
“The Cosmopolitan digital experien-<br />
ce”, da Digital Kitchen Chicago para<br />
o The Cosmopolitan Hotel of Las Ve-<br />
gas”. Somaram 38 pontos relativos ao<br />
GP, 3 Leões de Ouro e 7 Finalistas.<br />
Uau, neste caso, para a Índia, que<br />
surpreendeu ao ocupar a quarta posi-<br />
ção, com 32 pontos computados por 1<br />
Leão de Ouro, 3 de Prata, 1 de Bronze<br />
e 7 Finalistas. Logo atrás dela ficaram<br />
a Suécia e a Holanda, com 30 pontos<br />
cada, a primeira com 3 Leões de Ouro,<br />
1 de Prata, 1 de Bronze e 1 Finalista; a<br />
segunda com 2 Pratas e 20 Finalistas.<br />
Numa posição também bastante dig-<br />
na, o Brasil dividiu com o Japão o sexto<br />
lugar, por ter somado 29 pontos pela<br />
conquista de 2 Leões de Ouro, 1 de<br />
Prata, 2 de Bronze e 4 Finalistas, por-<br />
tanto, dois troféus a mais que em 2010,<br />
quando nossas equipes receberam 1<br />
Leão de Ouro, 1 de Prata e 1 de Bron-<br />
ze. O Japão recebeu 1 Leão de Ouro a<br />
mais que o Brasil com os mesmos 29<br />
pontos (3 Leões de Ouro, 1 de Prata e<br />
3 Finalistas).<br />
Os demais países que se posiciona-<br />
ram entre os 10 mais premiados na área<br />
foram Canadá, com 28 pontos (3 Ou-<br />
ros, 1 Bronze e 4 Finalistas); França,<br />
com 27 pontos (2 Ouros, 2 Pratas e 1<br />
Bronze); China, com 23 pontos (2 Ou-<br />
ros e 3 Bronzes); e Austrália, com 18<br />
pontos (1 Ouro, 1 Prata e 2 Bronzes).<br />
No total, foram feitas 1.774 inscri-<br />
ções em Design este ano, sendo que<br />
146 chegaram a Finalistas e 86 Leões<br />
foram concedidos (1 GP, 31 de Ouro,<br />
27 de Prata e 27 de Bronze).<br />
Os trabalhos brasileiros distinguidos<br />
com troféus foram:<br />
Leões de Ouro<br />
<br />
Emiliano”, da JWT para o Hotel<br />
Emiliano<br />
<br />
Leão de Prata<br />
<br />
da Lew Lara\TBWA para Virada<br />
Sustentável<br />
Leões de Bronze<br />
<br />
para Escola Panamericana de Arte<br />
<br />
O Brasil conquistou 2 Leões de Ouro,<br />
com “O inacreditável está no Emiliano”,<br />
para o Hotel Emiliano, e “Balões”, para<br />
MTV; e 1 Leão de Prata, para “Livros da<br />
virada sustentável”<br />
44 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 45<br />
ela mesma<br />
Cinco agências brasileiras ficaram<br />
com 1 Finalista cada: Giovanni+<br />
DraftFCB, Santa Clara, Lew Lara\<br />
TBWA, AlmapBBDO e Leo Burnett.<br />
Luciano Deos, presidente do Gad’ e<br />
da Associação Brasileira de Empresas<br />
de Design, presidiu o júri de Design,<br />
portanto, teve de agir com a máxima<br />
isenção durante as etapas de avaliação<br />
dos concorrentes, afinal, não pega nada<br />
bem um presidente ficar puxando sar-<br />
dinha pra si mesmo ou para os amigos<br />
numa onda como essa, ainda que nesse<br />
grupo de amigos se inclua, metafori-<br />
camente, toda a população brasileira<br />
interessada no avanço dos negócios<br />
gerados pelo mercado nacional nos<br />
diversos segmentos da economia que<br />
empregam o design como ferramenta<br />
e alavanca.<br />
Eis porque os jornalistas brasileiros,<br />
em encontro reservado com Deos após<br />
a coletiva oficial no Palais des Festi-<br />
vals, queriam tanto saber dele o porquê<br />
da ausência dos escritórios de design<br />
que atuam no Brasil tanto na shortlist<br />
como entre os premiados (somente re-<br />
ceberam troféus nesta área agências de<br />
propaganda que atuam no nosso país,<br />
salientando-se que a JWT ficou com<br />
dois deles, sendo 1 Leão de Ouro e 1<br />
de Bronze). Antes de explicar com mais<br />
detalhes “a ocorrência”, Deos foi tão<br />
enfático na resposta como os alemães<br />
o costumam ser: “Isso é irrelevante”.<br />
“Ah!”, dissemos nós, em coro, os jorna-<br />
listas brasileiros, dando um tempinho<br />
pra ele pensar melhor na resposta.<br />
Obviamente que Deos também se<br />
ressente dessa falta de prêmios conquis-<br />
tados pelos escritórios de design brasilei-<br />
ros, mas, primeiramente, ele está correto<br />
ao afirmar “irrelevante” se atentarmos<br />
para o fato de que em termos de desta-<br />
que internacional sob a abrangência de<br />
um festival como o de Cannes o País se<br />
viu muito bem representando com os<br />
cinco Leões conquistados, emparelhado<br />
em pontos com o Japão, cujos trabalhos<br />
em design, como se sabe, são um primor.<br />
Segundo, os escritórios de design<br />
nacional ainda têm certa dificuldade<br />
na fase das inscrições na competição,<br />
por carência de estratégia e até verba,<br />
mesmo, para cacifar o investimento;<br />
terceiro, as agências de propaganda,<br />
por sua vez, já sabem de cor e salteado<br />
quais os melhores caminhos para<br />
chegar lá aqui, sejam nas velhas ou<br />
nas recém-criadas áreas do festival;<br />
quarto, o mercado brasileiro não vive,<br />
ainda, tempos de plenitude nos setores<br />
de design, em decorrência do próprio<br />
histórico da Nação – somos jovens<br />
demais culturalmente para gerar gênios<br />
designers em grande número, motivo<br />
pelo qual creio que Deus ainda nos brinda<br />
com Oscar Niemeyer vivo, por exemplo<br />
– e, por extensão, inúmeros núcleos<br />
de atividades são ainda emergentes no<br />
Brasil, assim como nossa economia, por<br />
lógica interna associada aos movimentos<br />
de expansão e retração de investimentos,<br />
inclusive dos investimentos recebidos do<br />
estrangeiro.
pr lions gisele centenaro<br />
Brasil fez charme em PR Lions<br />
O único GP conquistado este ano<br />
pela Austrália foi para “Break up”, do<br />
National Australia Bank<br />
E não é que com apenas 4 trabalhos<br />
Finalistas na reta final para conquista de<br />
Leões na área de PR o Brasil conseguiu,<br />
mesmo, virar o jogo, transformando<br />
dois deles em troféus? Troféus das me-<br />
lhores safras: um de Ouro, outorgado ao<br />
case Skankplay, da agência Dontrythis<br />
para a banda Skank; e um de Prata, con-<br />
quistado pela FSB Comunicações com<br />
um conjunto de ações para o Governo<br />
do Estado do Rio de Janeiro, projeto de<br />
relações públicas que, segundo o jurado<br />
brasileiro, Ronald Mincheff, presiden-<br />
te da Edelman Significa, foi extrema-<br />
mente bem apreciado pela comissão de<br />
profissionais que avaliou os concorren-<br />
tes – cooperou para a boa recepção da<br />
estratégia o fato de estarmos a caminho<br />
da Copa do Mundo e dos Jogos Olím-<br />
picos, em razão do “renascimento” da<br />
paz social na capital carioca e em todo<br />
seu entorno.<br />
Em 2010, o Brasil ficou eufórico com<br />
seus 8 Finalistas nesta competição,<br />
dos quais 3 foram transformados em<br />
Leões de Prata, entretanto, é preciso<br />
levar em conta o fato da área estar<br />
se tornando a cada ano mais com-<br />
petitiva, na esteira da proliferacão e<br />
cruzamentos de plataformas de mídia<br />
em todo mundo associados aos inves-<br />
timentos mais que necessários em<br />
comunicação integrada. Isto signifi-<br />
ca que passarmos de um único Leão<br />
na primeira edição da área em 2009,<br />
quando ainda não havia distinção de<br />
troféus em Ouro, Prata e Bronze, para<br />
este saboroso Leão de Ouro ao lado de<br />
um Leão de Prata em 2011, ao se co-<br />
locar a prova os talentos nacionais de<br />
um segmento da indústria da comu-<br />
nicação em efervescência e batalha<br />
acirrada, é atestar que o nosso merca-<br />
do também vive seu boom desse lado<br />
do balcão, com feras mais que prontas<br />
para o sucesso, fundamentalmente<br />
para fazer o sucesso da clientela.<br />
A soma da pontuação na competição<br />
insere o Brasil, com seus 14 pontos, na<br />
quarta posição do ranking de países<br />
mais premiados em PR, neste 58º Fes-<br />
tival de Cannes, no qual a liderança<br />
ficou nas mãos de Estados Unidos e<br />
Reino Unido, o primeiro computando<br />
3 Leões de Ouro, 1 de Prata e 3 de<br />
Bronze; o segundo, 2 de Ouro, 4 de<br />
Prata e 3 de Bronze. O número de Fi-<br />
nalistas, porém, define a parada entre<br />
ambas as potências: Reino Unido, com<br />
50 pontos, em decorrência dos 7 traba-<br />
lhos inseridos na shortlist já desconta-<br />
dos os merecedores de Leões, vai ao<br />
pódio como a nação mais poderosa do<br />
mundo no setor de relações públicas,<br />
visto que os 13 Finalistas dos Estados<br />
Unidos, sob o mesmo critério, não fo-<br />
ram suficientes para bater os pontos do<br />
concorrente amealhados com Leões<br />
de Prata a mais, chegando “apenas”<br />
O Brasil trouxe um Leão de Prata<br />
para um conjunto de ações do<br />
Governo do Estado do Rio de Janeiro<br />
e um Leão de Ouro para um lançamento<br />
da banda Skank<br />
O jurados de PR concederam 39 Leões,<br />
selecionados entre 105 Finalistas,<br />
apurados de 819 concorrentes<br />
46 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 47<br />
a 48 pontos.<br />
Com um belo Grand Prix na baga-<br />
gem, entregue a “Break up”, da Cle-<br />
menger BBDO Melbourne para o<br />
National Australia Bank, mais 1 Leão<br />
de Ouro, 1 de Prata e 3 Finalistas (des-<br />
contados os Leões), ficou em terceira<br />
posição, com 25 pontos, precedendo o<br />
Brasil, a Austrália, uma bela surpresa,<br />
visto que em 2010 a nação havia rece-<br />
bido apenas 2 Leões de Prata.<br />
Além desses países já mencionados,<br />
também receberam Leões de Ouro<br />
(um cada): Alemanha, Colômbia e<br />
Suécia. Somente com 3 Leões de Pra-<br />
ta foi distinguida a Índia; com 1 de<br />
Prata e 2 de Bronze, Israel; 1 de Prata<br />
e 1 de Bronze, Japão; 1 de Prata, Lí-<br />
bano; 2 de Bronze, Romênia; e 1 de<br />
Bronze cada, Hong Kong, França, Ho-<br />
landa e Noruega.<br />
Na shortlist inicial de PR, 20 indica-<br />
ções eram oriundas dos Estados Unidos<br />
e 16, do Reino Unido, seguido por Aus-<br />
trália, China, Israel, Japão, Espanha e<br />
Suécia, com 5 chances de Leões cada.<br />
Atrás deles, corria a Argentina, com 4<br />
chances de chegar aos cobiçados tro-<br />
féus, além do Brasil<br />
Um total de 819 trabalhos entraram<br />
na disputa este ano em PR, sob júri<br />
presidido por Dave Senay, presidente<br />
e CEO da Fleishmam-Hillard, que se-<br />
lecionou 105 Finalistas e concedeu 39<br />
Leões ao final, sendo 1 GP, 10 de Ouro,<br />
13 de Prata e 15 de Bronze.<br />
Os Finalistas brasileiros, afora os<br />
Leões já citados, foram “Arte na faixa de<br />
pedestres”, da Master para Prefeitura de<br />
Curitiba; e “Arte nas ruas”, da Loducca<br />
para Red Bull.<br />
De acordo com as percepções de Ro-<br />
nald Mincheff, “o ano foi um charme<br />
para o Brasil em PR”, não apenas em<br />
face da qualidade dos trabalhos premia-<br />
dos desenvolvidos por empresas de atua-<br />
ção no mercado nacional, mas também<br />
pela eficácia comprovada dos demais<br />
cases que o país inscreveu. E, embora<br />
algumas categorias tenham deixado a<br />
desejar, em 2011, em número de con-<br />
correntes que de fato representassem de-<br />
terminados setores da economia, como<br />
o financeiro, por exemplo, o padrão ge-<br />
ral causou impressões muito positivas,<br />
conforme salientou Mincheff, orgulho-<br />
so do resultado alcançado com a apre-<br />
sentação dos premiados, considerada<br />
por ele excepcional.
seminários rafael sampaio<br />
Nada como uma história bem contada<br />
João Ciaco, da Fiat, foi um dos<br />
apresentadores do ousado caso do<br />
Fiat Mio, que recebeu 11.000 ideias<br />
para construir um carro inovador,<br />
oriundas de 17.000 consumidores<br />
de 160 países<br />
Nunca houve tanta gente presente no<br />
Festival de Cannes como em 2011, seja<br />
em número de delegados, seja em pre-<br />
sença nas exibições e seminários, tanto<br />
que a maioria das sessões ficou literal-<br />
mente superlotada. Uma delas, que ge-<br />
ralmente era a mais concorrida, a apre-<br />
sentação do rolo dos novos diretores, da<br />
Saatchi & Saatchi, precisou ser repetida.<br />
E o que esta multidão procurava?<br />
Formatos capazes de diminuir o nível<br />
de incerteza que domina a atividade, já<br />
que a maioria do que funcionou durante<br />
décadas vem dando evidentes sinais de<br />
fadiga e nenhuma das foram criadas nos<br />
últimos anos dá a certeza nem da per-<br />
manência nem de aplicação universal,<br />
como foi no passado com as fórmulas do<br />
comercial, do anúncio e do cartaz.<br />
Nunca houve tantas plataformas, re-<br />
cursos e mídias para se fazer a comuni-<br />
cação comercial das marcas e empresas,<br />
mas nunca foi tão complexo conseguir<br />
organizar soluções ao mesmo tempo efi-<br />
cientes nos meios e eficaz nos fins.<br />
Algumas palavras/conceitos, como<br />
crowdsourcing e storytelling, foram mui-<br />
to faladas nos 70 seminários e workshops<br />
realizados, mas o que se pode realmente<br />
ver de comum nos inúmeros casos apre-<br />
sentados e principais premiados foi uma<br />
crescente diversidade e maior integração<br />
no emprego dos instrumentos de comu-<br />
nicação – o que aumenta e não reduz o<br />
espectro de soluções possíveis.<br />
Não faltaram propostas, algumas bas-<br />
tante válidas para alguns casos e situa-<br />
ções, mas nenhuma capaz de atingir a<br />
universalidade das receitas clássicas –<br />
algumas delas ainda válidas em certas<br />
circunstâncias, geralmente com atua-<br />
lizações e combinada com outros ele-<br />
mentos.<br />
A solução mais comentada, crowd-<br />
sourcing, é a utilização dos consumido-<br />
res como fonte de inspiração para a cria-<br />
ção e o desenvolvimento de mensagens<br />
publicitárias, que vem sendo tratadas,<br />
nas suas versões mais sofisticadas, como<br />
storytelling. Esses termos foram empre-<br />
gados e explicados em diversas palestras<br />
e até já apareceram empresas e meto-<br />
dologias destinadas a cuidar da criação<br />
de comerciais e anúncios a partir dess<br />
“fonte” dos consumidores.<br />
Nesse sentido, o Brasil já tem um<br />
caso de sucesso, que é criação do Fiat<br />
Mio, através da internet, no qual 17.000<br />
consumidores de 160 países mandaram<br />
11.000 ideias para construir um carro<br />
novo. O protótipo foi feito, talvez o carro<br />
até venha a ser lançado um dia, mas a<br />
campanha de reforço da marca já está<br />
feita. A apresentação, realizada em con-<br />
junto pela Fiat e AgênciaClick Isobar, foi<br />
o segundo seminário melhor avaliado do<br />
evento, sob forma de uma storytelling. O<br />
próprio protótipo resultante do projeto<br />
foi a Cannes, exposto no estande que o<br />
Estadão montou na área de exibições do<br />
festival.<br />
A UM (novo nome da Universal Mc-<br />
Cann, empresa do grupo Interpublic)<br />
apresentou em conjunto com dirigentes<br />
da BMW e L´Oréal a tese de que os exe-<br />
cutivos com características de empre-<br />
sários (entrepreneurs) são a nova “área<br />
criativa” das empresas e que de suas<br />
idéias e ousadias podem sair produtos,<br />
serviços e campanhas que virem a mesa<br />
e alcancem resultados excepcionais.<br />
Em linha semelhante, a Kraft Foods<br />
trouxe o autor Malcolm Gladwell para<br />
discutir como as empresas, inclusive as<br />
grandes, podem ser criativas e propor<br />
produtos, serviços e campanhas que se-<br />
jam realmente inovadoras e úteis para<br />
ajudar a transformar de forma positiva o<br />
Barry Wacksman e Robert Greenberg,<br />
da R/GA, falaram sobre a evolução<br />
da “antiga” integração horizontal<br />
para a “nova” integração vertical e a<br />
“novísssima” integração funcional<br />
48 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 49<br />
mundo.<br />
Um pouco mais focado no processo<br />
criativo, a Draftfcb convidou o cientista<br />
e autor Jonah Lehrer para discutir como<br />
funcionam os mecanismos criativos<br />
e como é possível aplicar doses de<br />
ciência e pensamento lógico ao trabalho<br />
artístico e intuitivo tradicional da área<br />
de comunicação.<br />
Em vez da Big Idea, a Long Idea. Esta<br />
foi a tese defendida pela Goviral, empre-<br />
sa especializada em disseminar conteú-<br />
dos pela internet, com o auxílio de Mar-<br />
tin Lindstrom, autor e especialista em<br />
branding. O conceito é de que as idéias<br />
publicitárias precisam ser duradouras e<br />
render múltiplas versões de mensagens,<br />
em mídias, contextos e até conteúdos<br />
diferentes, de forma a serem multiplica-<br />
das tanto pela mídia paga (paid media),<br />
como pela sua reverberação (earned<br />
media) e a mídia conquistada de forma<br />
espontânea pela ação dos consumidores<br />
(owned media).<br />
A SapientNitro apresentou o concei-<br />
to de conquistar “capital cultural”, que<br />
faz com que algumas marcas – pou-<br />
cas, como se sabe – possam inserir-se<br />
de forma relevante na cultura de seus<br />
consumidores e admiradores, o que au-<br />
menta sobremaneira sua aderência ao(s)<br />
segmento(s) que a utilizam.<br />
Entre as muitas apresentações de<br />
clientes feitas este ano em Cannes,<br />
chamou a atenção o show de Jonathan<br />
Mildenhall, vice-presidente de Global<br />
Advertising Strategy and Creative Ex-<br />
cellence da Coca-Cola, que falou sobre<br />
comunicação de marketing líquida e<br />
conectada, mostrando como usar a abor-<br />
dagem de storytelling através dos mais<br />
diferentes meios, de forma flexível às<br />
condições do contexto e de modo inte-<br />
rativo com a audiência.<br />
O resultado foi a escolha desse semi-<br />
nário como o melhor deste ano, supe-<br />
rando a intervenção de estrelas de pri-<br />
meira grandeza, como Robert Redford,<br />
o já mencionado Gladwell e Arianna<br />
Hunffington, assim como os CEOs da<br />
Unilever, Nestlé, Time Warner, Google,<br />
AOL, WPP, BBDO, McCann, Ogilvy &<br />
Mather e Publicis Groupe. Mais uma<br />
prova de que nada funciona melhor em<br />
comunicação do que uma história bem<br />
contada...<br />
Robert Greenberg, da R/GA, que ge-<br />
ralmente aparece em Cannes com uma<br />
novidade conceitual, este ano propôs a<br />
evolução da “antiga” integração horizon-<br />
tal (campanhas globais da mesma plata-<br />
forma) para a “nova” integração vertical<br />
(campanhas integradas multi e crossme-<br />
dia) e a “novísssima” integração funcio-<br />
nal (ecossistemas nos quais interagem<br />
produto, marca, empresa, tecnologia e<br />
consumidores).<br />
Como se vê, tudo indica que o futuro<br />
não será nada fácil para anunciantes,<br />
agências, veículos e toda a chamada<br />
“indústria da comunicação de<br />
marketing”.
Na enquete de <strong>About</strong>, 107<br />
dirigentes de empresas<br />
do mercado publicitário<br />
indicaram 208 executivos<br />
de 137 empresas<br />
anunciantes<br />
anunciantes rafael sampaio<br />
A seleção dos melhores<br />
entre os melhores<br />
Realizamos mais uma enquete junto<br />
aos nossos leitores, com o objetivo de<br />
identificar os profissionais que o mer-<br />
cado considera como os sete melhores<br />
executivos das empresas anunciantes.<br />
Fizemos essa pergunta a dirigentes de<br />
agências, veículos, produtoras e forne-<br />
cedores do mercado.<br />
No total, 107 “eleitores” (relaciona-<br />
dos ao final desta matéria) identifica-<br />
ram 208 pessoas de 137 empresas. Nú-<br />
meros que nos surpreenderam. Tanto<br />
pela alta adesão à enquete, como pela<br />
quantidade de executivos e organiza-<br />
ções destacados. <strong>É</strong> sinal evidente de<br />
que existe uma importante massa de<br />
anunciantes que são admirados pela<br />
cadeia de provedores de serviços de<br />
marketing, que servem aos interesses<br />
mercadológicos e de comunicação de<br />
empresas líderes em seus setores de<br />
atuação.<br />
Essas executivas e executivos re-<br />
presentam a parte mais competente,<br />
mais ousada, mais responsável e que<br />
melhor lidera a geração de riquezas no<br />
espectro das organizações usuárias da<br />
comunicação comercial. São grande<br />
exemplos de vida, de capacidade téc-<br />
nica, de inteligência emocional e de<br />
disposição para elevar o padrão de qua-<br />
lidade da nossa propaganda. <strong>É</strong> oportu-<br />
no ler as entrevistas que fizemos com<br />
os sete destacados para fruir valiosas<br />
lições que podem servir de inspira-<br />
ção e benchmark para todos aqueles<br />
que têm a essencial responsabilida-<br />
de de definir objetivos, estabelecer<br />
budgets, organizar briefings, aprovar<br />
estratégias e campanhas, mensurar<br />
resultados, aprender e... começar<br />
tudo de novo, em um ambiente cada<br />
dia mais complexo e competitivo, no<br />
qual a relevância da comunicação<br />
aumenta sistematicamente.<br />
Os sete eleitos pela nossa enquete<br />
foram Carla Schmiztberger, da<br />
Alpargatas; Cristina Duclos, da Vivo;<br />
Fernando Chacon, do Itaú Uniban-<br />
co; João Ciaco, da Fiat; José Vicen-<br />
te Marino, da Natura; Luiz Carlos<br />
Dutra e Malu Lopez, ambos da<br />
Unilever.<br />
<strong>É</strong> interessante apontar a divisão<br />
bem balanceada entre gêneros, com<br />
quatro homens e três mulheres, que<br />
revela que o acesso aos cargos supe-<br />
riores da atividade já está franqueado<br />
às mulheres, o que não acontecia até<br />
pouco tempo atrás, apesar da grande<br />
quantidade delas trabalhando nas<br />
estruturas de marketing e comunica-<br />
ção dos anunciantes.<br />
Vale observar, também, que dois<br />
eleitos são da mesma empresa, Unile-<br />
ver, sendo um deles, uma profissional<br />
com foco em mídia, que chega a ser<br />
uma surpresa, pela baixa quantidade<br />
desses especialistas nas empresas<br />
50 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 51<br />
clientes.<br />
Quatro dentre eles são ligados à As-<br />
sociação Brasileira de Anunciantes,<br />
ocupando a presidência, a co-presidên-<br />
cia do Conselho, uma vice-presidência<br />
e a presidência do Comitê de Mídia &<br />
Marketing Digital. O que parece lógi-<br />
co e natural, já que a entidade de fato<br />
reúne os principais clientes do País.<br />
Quatro dos eleitos nasceram em São<br />
Paulo, um em São João da Boa Vista,<br />
uma em Madrid e uma em Colonia –<br />
mas todos desenvolveram ou a totali-<br />
dade ou a maior parte de sua carreira<br />
no Brasil.<br />
Como formação básica, há dois en-<br />
genheiros, dois administradores de<br />
empresa, um matemático, um advoga-<br />
do e apenas uma com formação espe-<br />
cífica em publicidade.<br />
A faixa de idade oscila entre 36 anos<br />
(Malu López) e 50 anos (João Ciaco),<br />
o que também é natural, pois é o pe-<br />
ríodo no qual os executivos da área<br />
chegam ou se aproximam de seu auge<br />
profissional.<br />
Analisando a totalidade dos “votos”<br />
recebidos, constatamos que a AmBev<br />
teve 8 indicados para a lista dos melho-<br />
res; a P&G, 7; o Itaú Unibanco, 6; e a<br />
Natura e Unilever, 5 executivos cada.<br />
Com quantidade de indicações bem<br />
próxima dos sete eleitos, destacaram-<br />
-se outros sete profissionais: Carlos<br />
Murillo Moreno, da Nissan;<br />
Fernando Martins, do Santander;<br />
Herlander Zola, da Volkswagen;<br />
Hugo Janeba, que recentemente dei-<br />
xou a Vivo; Jorge Nasser, do Brades-<br />
co; Marcio Utsch, da Alpargatas; e<br />
Tarek Farahat, da P&G (os dois úl-<br />
timos presidentes de suas empresas).<br />
Outros presidentes foram indi-<br />
cados, bem como alguns acionistas<br />
controladores, denotando que estes<br />
líderes também acabam colocando<br />
a mão na massa e cuidando do dia<br />
a dia da comunicação de marketing.<br />
Mas a grande maioria foi mesmo<br />
de executivos com foco na gestão<br />
do marketing e da comunicação,<br />
que são os principais responsáveis,<br />
nas empresas clientes, por fazer a<br />
roda da atividade publicitária girar,<br />
garantindo as receitas de milhares<br />
de agências, veículos e provedores<br />
e, ainda mais importante, gerando<br />
expressivos retornos sobre os inves-<br />
timentos feitos pelas empresas em<br />
comunicação.<br />
Leia, a seguir, as entrevistas feitas<br />
com os sete melhores anunciantes,<br />
que resultaram em um conjunto de<br />
ensinamentos muito úteis para todos<br />
que trabalham no setor – incluin-<br />
do os próprios eleitos, todos sempre<br />
abertos a aprender e a evoluir.<br />
Existe uma importante<br />
massa de anunciantes que<br />
são admirados pela cadeia<br />
de provedores de serviços<br />
de marketing
anunciantes<br />
O essencial é ente nder o consumidor<br />
<strong>É</strong> fundamental interagir com<br />
pessoas do ramo, pessoas<br />
de ramos muito distintos e<br />
com pessoas de perfil etário<br />
e demográfico diferentes<br />
A engenheira química Carla Schmizt-<br />
berger, diretora da unidade de negócios<br />
Sandálias, da Alpargatas, formou-se pela<br />
Cornell University, em Nova Iorque,<br />
mas nasceu em Colonia, na Alema-<br />
nha, em 1962, e cresceu no Brasil. Mais<br />
tarde, fez curso de extensão na FDC/<br />
Insead. Contou, portanto, com uma am-<br />
pla e diversidade formação e vivência<br />
nos EUA, Europa e Brasil.<br />
Começou a trabalhar na P&G da<br />
Alemanha, como gerente de produto,<br />
mudou para a Johnson & Johnson, no<br />
Brasil, e voltou para a P&G, aqui em<br />
nosso país, onde passou por diversos<br />
cargos, inclusive no Canadá, e chegou<br />
a diretora associada da unidade brasilei-<br />
ra de Personal Care. Mudou em segui-<br />
da para a área de cartões do Citibank<br />
(Credicard), onde começou como vp<br />
de marketing para o Brasil e saiu, para<br />
a posição atual, como vp da área para a<br />
América Latina.<br />
Carla, como é conhecida no merca-<br />
do, credita à combinação de experiência<br />
internacional, à estratégia e disciplina<br />
da P&G e aos cursos de gestão de recur-<br />
sos humanos, em especial ao da Insead,<br />
a somatória que a fez preparada para sua<br />
posição presente, para a qual também<br />
foi essencial a passagens por cargos dire-<br />
tivos na P&G e no Citibank/Credicard.<br />
“Saber ouvir. Prestar atenção nos de-<br />
talhes. Obter um bom entendimento do<br />
mercado e do consumidor” são as maio-<br />
res virtudes da executiva de marketing,<br />
na visão da profissional. Em oposição,<br />
os principais “pecados” são “achar que<br />
se sabe tudo” e, consequentemente,<br />
“não prestar atenção” em detalhes.<br />
Essas virtudes e “pecados” são os<br />
mesmos de quando começou sua carrei-<br />
ra, em sua avaliação, pois “o essencial<br />
ainda é e sempre será um bom entendi-<br />
mento do consumidor – e atendê-lo da<br />
melhor maneira possível”, mesmo ten-<br />
do mudado quase tudo: os produtos, as<br />
marcas e os meios.<br />
Para se manter atualizada e oxige-<br />
nada, Carla lê muito: revistas, jornais,<br />
relatórios e artigos do meio, jornais e,<br />
evidentemente, navega bastante na in-<br />
ternet, “o meio mais rápido, mais atual<br />
e mais democrático”. Mas também con-<br />
sidera fundamental “interagir com pes-<br />
soas do ramo, pessoas de ramos muito<br />
distintos e com pessoas de perfil etário e<br />
demográfico diferentes”, além de seguir<br />
de perto as tendências internacionais e<br />
globais.<br />
Como um ponto essencial para que<br />
os executivos de anunciantes venham a<br />
se relacionar melhor com seus colegas<br />
de outras áreas da empresa, seus chefes,<br />
seus subordinados e sua “cadeia de pro-<br />
vedores”, a receita da responsável pela<br />
principal unidade de negócios da Alpar-<br />
gatas é clara e sucinta: “Saber ouvir os<br />
outros – procurar entender o porque, os<br />
motivos das decisões”.<br />
Perguntada sobre o quanto e o que<br />
de um bom trabalho de gestão da<br />
comunicação de marketing depende<br />
do talento e do esforço solitário de<br />
um executivo da área, de sua equipe<br />
e de seus parceiros da “cadeia de<br />
provedores”, Carla também vai direto<br />
ao ponto, como é de seu estilo: “O bom<br />
trabalho de comunicação depende de<br />
bons briefings, bom trabalho em equipe<br />
do cliente e de bom trabalho criativo.<br />
Todas as partes são fundamentais”.<br />
Fizemos um ping-pong com Carla<br />
sobre algumas das atividades, conceitos<br />
e públicos que estão diuturnamente na<br />
vida dos executivos de marketing. Eis<br />
as respostas, em tópicos, que merecem<br />
Os trabalhos que marcaram a carreira<br />
de Carla Schmiztberger foram a<br />
campanha de Band Aid Clear com<br />
Ana Paula Arósio em Claudia, os<br />
lançamentos de Pert Plus e de Pampers<br />
Uni no Brasil, a negociação de naming<br />
rights do Credicard Hall, a campanha<br />
impressa de Havaianas Slim e a lojaconceito<br />
Havaianas na Rua Oscar Freire,<br />
em São Paulo<br />
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destaque.<br />
Branding: importantíssimo para evi-<br />
tar comoditização.<br />
Estratégia e tática: ambas essenciais<br />
– planejamento é crítico, mas execução<br />
de qualidade também.<br />
Pesquisa: não há como gerir algo que<br />
você não consegue mensurar – todas as<br />
características de seu produto/serviço/<br />
marca podem ser medidas.<br />
Procurement: bons fornecedores fa-<br />
rão a diferença na execução de qualidade.<br />
ROI: não se deve realizar uma ação<br />
que não tenha bom retorno sobre o in-<br />
vestimento.<br />
Agências: parceria e trabalho conjun-<br />
to, além de confiança, são essenciais.<br />
Veículos: são parceiros também<br />
extremamente importantes para rea-<br />
lizar ações diferentes e executar com<br />
qualidade.<br />
Universo digital em geral e redes so-<br />
ciais em particular: novas ferramentas<br />
que são rápidas e essenciais para falar<br />
com o público jovem.<br />
Consumidores e shoppers: são as fi-<br />
guras mais importantes de nosso negó-<br />
cio, pois tomam a decisão final sobre os<br />
nossos produtos/serviços ou marca.<br />
Sustentabilidade: é irresponsável<br />
não atuar hoje dessa forma.
<strong>É</strong> preciso arriscar. Sempre.<br />
Trabalhar com ideias<br />
básicas e por caminhos<br />
mais seguros são um<br />
grande erro<br />
anunciantes<br />
As voltas que uma carreira dá<br />
A paulistana Cristina Duclos Amaral<br />
da Silveira, nascida em 1969 e mais co-<br />
nhecida como Cris Duclos, é diretora de<br />
imagem e comunicação da Vivo, tem<br />
formação em administração de empre-<br />
sas, pós em marketing pela ESPM, MBA<br />
pela Fundação Dom Cabral e pós-MBA<br />
na Kellogg School of Management. Seus<br />
principais cargos diretivos antes de che-<br />
gar à Vivo na atual posição foram geren-<br />
te de customer service da BCP e direto-<br />
ra de marketing de relacionamento da<br />
Claro. Os cursos mais importantes para<br />
sua carreira foram os da Fundação Dom<br />
Cabral e da Kellogg, por aprofundar o<br />
conhecimento em algumas disciplinas<br />
específicas e ter contato de perto com<br />
profissionais de diversas áreas. Especi-<br />
ficamente para a área de comunicação,<br />
ela destaca as várias idas ao Festival de<br />
Cannes. “Na volta, com base no conteú-<br />
do visto no festival, é possível repensar<br />
a maneira como estamos trabalhando.”<br />
Cris Duclos acredita que ter passado<br />
alguns anos na área de relacionamento<br />
com clientes foi o que mais lhe ajudou<br />
na carreira. “<strong>É</strong> ouvindo o cliente que se<br />
aprende tudo.” Evidentemente, seus três<br />
últimos anos na Vivo têm sido os mais<br />
intensos em vida profissional, pela fun-<br />
ção diretiva e os projetos que conseguiu<br />
realizar.<br />
Embora não existe uma “receita” para<br />
se tornar uma boa executiva, sob o norte<br />
de Cris Dulcos, ela alerta: “A persistên-<br />
cia e a busca constante pela excelência<br />
contribuem muito”. Sobre as virtudes<br />
que devem ser estimuladas, suas dicas<br />
são: “Ter uma visão estratégica da marca<br />
e não deixar o tático dominar o estratégi-<br />
co, principalmente em um mercado como<br />
o de telecomunicações que é muito dinâ-<br />
mico. E é preciso arriscar. Sempre. Tra-<br />
balhar com ideias básicas e por caminhos<br />
mais seguros são um grande erro. Saber<br />
ouvir, em qualquer profissão, também é<br />
uma necessidade: boas ideias podem sur-<br />
gir em todas as áreas. Além disso é preciso<br />
fazer o exercício, sempre, de simplificar a<br />
comunicação”.<br />
Muitos são os “pecados” que o profis-<br />
sional incauto pode cometer em sua car-<br />
reira, segundo Cris Duclos, porém, ela se<br />
concentra em quatro principais: “Deixar<br />
de pensar em uma campanha 360°, acre-<br />
ditando que apenas um meio possa ser<br />
eficiente; não olhar devidamente para o<br />
mercado e seus concorrentes; considerar<br />
que vender e construir marca são coisas<br />
diferentes; mas talvez o maior ‘pecado’,<br />
atualmente, seja não entender as mudan-<br />
ças que os meios digitais trouxeram para o<br />
comportamento do consumidor”.<br />
Sobre suas práticas de atualização e<br />
oxigenação, a executiva lembra que, pela<br />
própria natureza do negócio no qual atua,<br />
ela tem de estar conectada todo o tempo,<br />
e constantemente em de busca informa-<br />
ções sobre assuntos que interessam nos<br />
meios digitais e offlines. <strong>É</strong> só isso? E a<br />
vida fora de um escritório? “Família, ami-<br />
gos, cachorro, um pouco de vida social...<br />
No entanto, no meu caso, lazer e trabalho<br />
muitas vezes se misturam, já que me di-<br />
virto com o que faço e não poderia passar<br />
14 horas por dia em um lugar se não esti-<br />
vesse realmente envolvida”.<br />
Suas principais dicas para os executivos<br />
de anunciantes melhor se relacionarem<br />
com aqueles que os cercam são: “Falar<br />
de negócio e não de comunicação, ter<br />
bastante tranquilidade para ouvir, saber<br />
implementar ideias vindas de outras áre-<br />
as e, principalmente, saber reconhecer<br />
erros e acertos. E é importante eliminar<br />
as barreiras com as outras áreas. Não se<br />
pode prescindir da contribuição de cada<br />
um da empresa. Um bom insight pode vir<br />
de qualquer lugar. As pessoas querem e<br />
devem participar”.<br />
Cris Duclos assina as seguintes premis-<br />
sas sobre os pontos temáticos propostos<br />
As campanhas que marcaram a<br />
carreira de Cris Duclos foram o<br />
lançamento do 3G na Claro (2007);<br />
o reposicionamento da Vivo –<br />
“Conexão como nenhuma outra”<br />
(2009); “Eu vivo a seleção”, com<br />
os filme do Pelé e “1284” (2010);<br />
e “Eduardo e Monica” (2011)<br />
54 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 55<br />
para finalizar:<br />
Branding: marca é a essência da em-<br />
presa.<br />
Estratégia e tática: nunca deixar a táti-<br />
ca dominar a estratégia.<br />
Pesquisa: essencial para o direciona-<br />
mento e para obter customer insight.<br />
ROI: é importante não ver apenas o<br />
que estamos medindo no curtíssimo pra-<br />
zo, mas também o que estamos construin-<br />
do no longo prazo.<br />
Agências: uma relação de troca cons-<br />
tante.<br />
Veículos: fundamentais para o sucesso<br />
dos nossos planos de comunicação.<br />
Universo digital em geral e redes so-<br />
ciais em particular: é necessário viven-<br />
ciar estas ferramentas de fato.<br />
Consumidores e shoppers: é preciso<br />
falar com o consumidor todos os dias. Te-<br />
mos que monitorar o seu comportamento<br />
e a segmentação de mercado de uma for-<br />
ma muito precisa.<br />
Sustentabilidade: é fonte de inovação<br />
e redução de custos, já que nos inspira a<br />
fazer mais com menos e a fazermos de<br />
forma diferente – resumindo, é um cami-<br />
nho sem volta.<br />
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ética e lealdade<br />
anunciantes<br />
Colaboração é o nome do jogo<br />
O matemático Fernando Chacon, dire-<br />
tor de marketing – CMO do Itaú Uni-<br />
banco, nasceu em São Paulo, no ano de<br />
1965, e fez diversos cursos de gestão e de<br />
administração complementares. Suas<br />
principais posições antes de ocupar o<br />
posto atual foram a de vice-presidente de<br />
marketing do Credicard e CFO do Cân-<br />
dia Hipermercados.<br />
Ele prefere não destacar quais posi-<br />
ções foram mais importantes em sua<br />
carreira, mas explica o porquê: “Seria<br />
injusto de minha parte dar mais relevân-<br />
cia a algumas delas. Atuei como profis-<br />
sional de TI, comercial, administrativo<br />
financeiro e marketing. Desempenhei<br />
essas funções em empresa de tecnologia,<br />
banco, varejo (automóveis e alimentos) e<br />
indústria de cartão de crédito (adquiren-<br />
te, emissor, processador etc.). Em cada<br />
função, em cada empresa, com cada<br />
gestor, tive oportunidade de enriquecer<br />
meus conhecimentos e me formar”.<br />
Qual a receita de Chacon para formar<br />
e ser um bom executivo de anunciante?<br />
“O pré-requisito básico para ser um bom<br />
executivo é fazer tudo com muita pai-<br />
xão, muita dedicação, ética e lealdade.<br />
Assim as chances de se dar bem aumen-<br />
tam consideravelmente. Uma virtude<br />
fundamental é o positivismo. Enxergar<br />
tudo como oportunidade, ser sempre<br />
uma fonte de soluções (e não de proble-<br />
mas) sem deixar de ser crítico. O con-<br />
traponto é não cometer o ‘pecado’ de ser<br />
excessivamente crítico com tendências<br />
a enxergar problema em tudo. Assim as<br />
coisas não andam.”<br />
Sobre o modo de se manter atualizado<br />
e oxigenado, ele explica: “Leio tudo que<br />
posso nas mais diversas mídias que exis-<br />
tem. Procuro obter informações do mais<br />
amplo universo, inclusive e prioritaria-<br />
mente nos universos com os quais tenho<br />
pouca convivência. Ouço MUITO as pes-<br />
soas e suas impressões. Adoro pesquisas<br />
e estudos de pessoas e comportamentos.<br />
Costumo fazer cruzamentos de informa-<br />
ções e meios para buscar focos diferentes”.<br />
Parou aí? Estava só começando: “Lem-<br />
brar que Deus quis dizer algo quando nos<br />
fez com dois ouvidos e uma boca só”.<br />
Como dicas para os executivos de<br />
anunciantes melhor se relacionarem com<br />
aqueles que os cercam, Chacon enceta<br />
que cada leitor dê continuidade em suas<br />
reflexões por estes sábios caminhos: “Ser<br />
colaborativo. Colaboração é o nome do<br />
jogo. No mundo atual, é fundamental sa-<br />
ber tomar decisões, mas, sobretudo, viven-<br />
do em um ambiente colaborativo. Tentar<br />
ser o dono da razão, sempre, não leva a<br />
lugar algum. Compartilhar sim. Con-<br />
centrar não”. Além de colaborar, “o bom<br />
executivo de marketing deve ter bom po-<br />
der de síntese, de organização das infor-<br />
mações, de encadeamento das ideias e do<br />
engajamento de todos na mesma causa”.<br />
Confira a essência das tópicas para me-<br />
ditação que propusemos a Chacon.<br />
Branding: é a identidade da empresa e<br />
deve refletir seus valores e atitudes – para<br />
uma marca ser inspiradora, é fundamen-<br />
tal ter gestão irrestrita da marca, integran-<br />
do atitudes da marca, voz da marca, arqui-<br />
tetura de marca e indicadores da marca.<br />
Estratégia e tática: uma empresa de<br />
sucesso deve ter sua missão e sua cultura<br />
corporativa permeando todos os seus<br />
colaboradores.<br />
Pesquisa: importantíssimo instru-<br />
mento para medir assertividade e para dar<br />
As campanhas mais<br />
importantes da carreira<br />
de Chacon: “O melhor da<br />
vida”, com Gisele Bundchen<br />
e Rodrigo Santoro (2002-<br />
2004) para Credicar;<br />
“Itaucard 50%” (2009-<br />
2012); “Só é perfeito para<br />
nós quando é perfeito para<br />
você”, de Itaú Personnalité;<br />
as atuais “O mundo muda e<br />
o Itaú muda com você”; e a<br />
internacional “I am a global<br />
Latin America Bank”; além<br />
dos tutoriais institucionais<br />
e de produtos que em<br />
veiculação desde o começo<br />
deste ano na internet<br />
56 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 57<br />
direção.<br />
Procurement: transparência e eficiên-<br />
cia – desmembramento de funções.<br />
ROI: melhor instrumento de gestão<br />
que existe – nosso principal instrumen-<br />
to de planejamento.<br />
Agências: parceiras e fundamentais<br />
na criação e nas provocações.<br />
Veículos: sem eles não chegaríamos<br />
ao nosso “target”.<br />
Universo digital em geral e redes<br />
sociais em particular: o grande desafio<br />
das organizações. Não se trata de estar<br />
presente por simplesmente estar. Não<br />
se trata de colocar conteúdo em todos<br />
os lugares e achar que terá sucesso ape-<br />
nas com compra de links patrocinados.<br />
Trata-se de construir relevância para os<br />
mais diversos públicos, nas mais diversas<br />
formas e linguagens. <strong>É</strong> claro que é im-<br />
portante estar no universo digital e nas<br />
redes sociais, mas o principal é enten-<br />
der que as relações mudaram. A forma<br />
das pessoas se relacionarem mudou. A<br />
forma de as pessoas consumirem<br />
mudou. E temos de responder a estas<br />
mudanças.<br />
Consumidores e shoppers: muito<br />
deste item está respondido no anterior.<br />
Nunca uma geração teve tanto poder de<br />
influência e, sobretudo, diretamente no<br />
consumo.<br />
Sustentabilidade: é o começo de tudo.<br />
Tem de estar relacionada diretamente à<br />
atividade “core” das empresas. E que<br />
ela comece de dentro para fora. Os co-<br />
laboradores devem ser o epicentro deste<br />
movimento.<br />
O jeito de ver<br />
o anúncio do Itaú mudou.<br />
Baixe um leitor de QR code<br />
em seu celular, fotografe o<br />
código e assista à continuação<br />
deste anúncio. Se preferir,<br />
acesse feitoparavoce.com.br<br />
Os homens<br />
de negócios<br />
mudaram.<br />
O Itaú muda<br />
com eles_ :-)<br />
O mundo muda.<br />
O Itaú muda com você_<br />
Em um mundo onde trabalho<br />
e lazer se misturam, criar um<br />
emprego pode ser melhor do que<br />
procurar por um. Basta uma grande<br />
ideia. E, se você está disposto a<br />
mudar sua vida, o Itaú muda com você.<br />
Itaú. Feito para você :-)<br />
AFC_12699-114_HOMENS_NEGOCIO_RV_VEJA_404X266.indd 1 8/10/11 7:36 PM
O papel fundamental dos<br />
executivos em posições de<br />
liderança é a capacidade de<br />
agregar pessoas<br />
anunciantes<br />
Graduado como agente de mudanças<br />
Nascido em São João da Boa Vista (SP),<br />
no ano de 1961, João Batista S. Ciaco é<br />
graduado em engenharia e administra-<br />
ção de empresas, com pós-graduação em<br />
marketing na UFRGS, mestrado em ad-<br />
ministração de empresas pela Fundação<br />
Getúlio Vargas (Eaesp-SP) e doutorado<br />
em comunicação e semiótica pela PUC-<br />
-SP. Após atuar oito anos nas áreas de<br />
marketing e vendas da Unilever, ocupou<br />
por cinco anos a diretoria de marketing<br />
da Kodak, de onde saiu em 2001 para li-<br />
derar os projetos de CRM e digital como<br />
diretor da Fiat. Hoje, é diretor de publici-<br />
dade e marketing de relacionamento da<br />
Fiat para a América Latina e presidente<br />
da ABA.<br />
Sobre a importância dos cursos, Ciaco<br />
declara: “Todos os cursos que fiz tiveram<br />
uma contribuição na minha carreira.<br />
Desde a formação em engenharia, que<br />
me permitiu desenvolver um lado mais<br />
voltado à lógica, até os cursos de comu-<br />
nicação, que contrabalancearam esta vi-<br />
são metódica com algo mais próximo do<br />
comportamento”.<br />
Ao avaliar a própria carreira, ele não<br />
destaca uma posição que tenha contri-<br />
buído mais para sua trajetória profissio-<br />
nal: “Em todos os momentos da minha<br />
carreira exerci posições em que a minha<br />
principal tarefa era ser um agente de mu-<br />
danças. Na Unilever, fui um dos primei-<br />
ros trainees de vendas. Quando passei<br />
para a Kodak, conduzi um novo modelo<br />
de distribuição que propunha grandes<br />
mudanças no próprio negócio, além de<br />
ter participado da implementação das<br />
estratégias digitais. Na Fiat, entrei com<br />
a proposta de digitalizar a comunicação.<br />
Ou seja, em todos os momentos me foi<br />
dada a função de ser um agente de mu-<br />
danças e trazer inovações”.<br />
Para desenvolver virtudes e afastar “pe-<br />
cados”, Ciaco considera que “um bom<br />
executivo de marketing tem de estar cons-<br />
tantemente em busca de informação; sa-<br />
ber o que acontece no mercado, não ape-<br />
nas visto de sua cadeira, mas vivenciando<br />
a contemporaneidade; ter ciência de que<br />
marketing não é uma ciência, mas sim<br />
uma combinação de aprendizados”.<br />
Seguindo o raciocínio sobre as exper-<br />
tises racionais sob equilíbrio emocional,<br />
Ciaco passa uma lição que não esquece<br />
de rever diariamente: “O anunciante é<br />
constantemente ‘bajulado’ por veículos e<br />
agências. <strong>É</strong> essencial cuidar do ego, por-<br />
que isso pode prejudicar o trabalho e car-<br />
reira como um todo. Por outro lado, com<br />
o ego centrado, o profissional tem mais<br />
tempo e condições de estar na linha de<br />
frente, no campo, participar de pesquisas<br />
e conhecer o seu consumidor de perto<br />
para conseguir traçar estratégias realmen-<br />
te inovadoras”.<br />
O processo de atualização e oxigenação<br />
de Ciaco tem uma postura ativa, da qual<br />
ele é exemplo vivo inclusive como presi-<br />
dente da ABA: “Além de estar conectado<br />
com tudo que acontece, o mais importan-<br />
te é colocar a mão na massa. Ou seja, vale<br />
a leitura de blogs, mas vale mais ainda<br />
você ter seu próprio blog. O mesmo para<br />
Twitter e outras redes. Também é impor-<br />
tante a participação constante em grupos<br />
de discussão, seminários, eventos da área<br />
para agregar cada vez mais conhecimen-<br />
to. Não podemos esquecer que, para co-<br />
nhecer o consumidor, você precisa viver<br />
um pouco a vida do próprio consumidor.<br />
Além disso, dar aulas possibilita um maior<br />
aprendizado do que estar do outro lado,<br />
Os trabalhos inesquecíveis de Ciaco são<br />
o início da digitalização da comunicação<br />
da Fiat e a introdução do CRM como<br />
mecanismo regular de relacionamento<br />
com os consumidores, ambos em<br />
2001; o lançamento do Stilo Connect,<br />
em 2004, que foi a primeira campanha<br />
multimídia interativa para a categoria;<br />
a campanha institucional dos 30 anos<br />
da Fiat no Brasil, que discutiu o futuro<br />
do mundo e do automóvel utilizando o<br />
depoimento de crianças; o lançamento<br />
do Punto, em 2008, que começou no<br />
móbile; e o projeto Fiat Mio –<br />
O carro do futuro<br />
58 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 59<br />
como aluno”.<br />
Humildade sincera? Se não o fosse,<br />
como ele conseguiria dar conta da dica<br />
a seguir sobre a integração das forças in-<br />
dividuais de cada profissional às forças<br />
conjuntas que movimentam uma orga-<br />
nização? “O primeiro passo é focar nos<br />
objetivos comuns entre todas as áreas da<br />
companhia, para que isso norteie o traba-<br />
lho. <strong>É</strong> preciso sair dos pontos de conflito<br />
e focar nos interesses em comum para<br />
chegar a um resultado positivo. Hoje, a<br />
construção da marca não é uma prerroga-<br />
tiva do marketing e sim de diversas áreas<br />
da empresa. Entender como este trabalho<br />
está distribuído é essencial para estabele-<br />
cer boas relações. Nada é feito individual-<br />
mente. Um executivo sozinho pode ser o<br />
motivador, o ponto inicial, mas o desen-<br />
volvimento e todos os processos só têm re-<br />
sultados que agregam quando realizados<br />
coletivamente. O papel fundamental dos<br />
executivos em posições de liderança é a<br />
capacidade de agregar pessoas e conse-<br />
guir operar em conjunto”.<br />
A seguir, as reflexões de Ciaco sobre te-<br />
mas primordiais do setor.<br />
Branding: é ter capacidade de enten-<br />
der que o trabalho com a marca não é<br />
feito só pelo departamento de marketing.<br />
Estratégia e tática: são mutuamente<br />
dependentes.<br />
Pesquisa: é boa desde que ajude e não<br />
substitua a tomada de decisões.<br />
Procurement: é um aliado do marke-<br />
ting para ajudar a área a ser mais eficiente<br />
na utilização de recursos.<br />
ROI: é essencial para qualquer traba-<br />
lho da área de marketing.<br />
Agências: têm um papel maior que a<br />
própria comunicação e devem ter visão<br />
de negócio.<br />
Veículos: a parceria com grandes veí-<br />
culos é essencial.<br />
Universo digital em geral e redes<br />
sociais em particular: os consumidores<br />
não querem mais falar apenas com as<br />
empresas, eles conversam entre si utili-<br />
zando as redes; por isso, as marcas têm<br />
de participar dessas conversas.<br />
Consumidores e shoppers: como as<br />
relações não são apenas de consumo,<br />
mas também sociais, entender a dinâmi-<br />
ca com as marcas é vital.<br />
Sustentabilidade: deve ser contem-<br />
plada dentro de qualquer modelo de<br />
negócio e de comunicação.
Performar de<br />
modo vigoroso na posição<br />
atual garante a evolução<br />
para a futura<br />
anunciantes<br />
Esta chave é fazer acontecer<br />
José Vicente Marino é paulistano, nas-<br />
ceu em 1966, tem graduação em admi-<br />
nistração pela Eaesp-FGV e mestrado<br />
em varejo pela USP. Desde 2008 é vice-<br />
presidente executivo da Natura, respon-<br />
sável pelas unidades de negócios Brasil<br />
e internacional. Entre 2001 e 2008 foi,<br />
respectivamente, diretor, vice-presidente<br />
comercial e de marketing de consumo da<br />
Johnson & Johnson para a América La-<br />
tina e presidente da operação brasileira.<br />
<strong>É</strong> vp da Associação Brasileira de Anun-<br />
ciantes e integra o Conselho Superior do<br />
Conar.<br />
Marino considera difícil destacar os<br />
cursos que foram realmente essenciais<br />
para sua carreira, por terem sido muitos<br />
e variados, exatamente porque visou ter<br />
uma formação transversal e abrangente,<br />
acreditando que o executivo “tem de ser<br />
especialista, ter fortaleza em uma área,<br />
mas saber ‘navegar’ em diversas”. Eis por-<br />
que Marino faz alguns cursos de forma<br />
sistemática a cada um ou dois anos. Mas<br />
ele ressalta a importância de ter feito um<br />
mestrado estruturado, bem como a “re-<br />
velação e inspiração” proporcionada por<br />
Oscar Motomura, no seu APG Amana-<br />
Key. O maior acúmulo de conhecimento<br />
e experiência se deu justamente quando<br />
atingiu as posições de liderança na J&J e<br />
na Natura, pelo grande leque de respon-<br />
sabilidades e pela obrigação da “entrega”.<br />
A receita de Marino para ser um bom<br />
executivo de anunciante, estimulando<br />
virtudes e minimizando os “pecados”,<br />
passa por “buscar uma boa formação<br />
conceitual, ‘quilometragem’ em áreas<br />
diferentes da organização, fazer ciclos<br />
completos, muita transpiração e com-<br />
promisso total; pois ‘performar’ de modo<br />
vigoroso na posição atual garante a evolu-<br />
ção para a futura”.<br />
Dentre as virtudes, o executivo acres-<br />
centa que é preciso aprender continua-<br />
mente e montar equipe complementar às<br />
qualidades do executivo, pontuado como<br />
“pecado” exatamente o contrário: não<br />
montar equipe, ficar na mesma área, não<br />
criar líderes entre os subordinados. “Tam-<br />
bém é ‘pecado’ querer trocar de posição o<br />
tempo todo, só pensar na promoção e não<br />
deixar seu legado na posição que ocupa.”<br />
O que teria mudado do início da sua<br />
carreira para cá? “Fizeram uma cruel-<br />
dade com a minha geração: tivemos que<br />
aprender muita coisa em pouco tempo,<br />
com a revolução da TI e da internet. E<br />
agora temos uma necessidade de atuali-<br />
zação muito rápida e um nível de compe-<br />
tição brutal”.<br />
Para se manter atualizado, eis sua agen-<br />
da: “Muita leitura sobre tudo, internet (se<br />
não tiver sinal, entro em pânico), viagens,<br />
eventos, estar inserido nas entidades de<br />
classe, participar de ONGs, circular e, a<br />
cada dois ou três anos, fazer uma imersão<br />
acadêmica. Este ano fui ao Insead. Vem<br />
daí uma carga elevada de atividade, mas<br />
não tem outro jeito. Domingo, às 6 da tar-<br />
de, depois do jogo do Palmeiras, já come-<br />
ço a minha semana...”<br />
Para permanecer oxigenado, Marino<br />
lista suas defesas: “Minha família, pois es-<br />
tou casado há 15 anos e tenho filhos de 10<br />
e 7 anos, que são meu pilar de segurança,<br />
me dão vontade de viver, não me deixam<br />
sozinho; praticar esportes; e viajar, o que<br />
faço quase todo final de semana”.<br />
Visando a maximização da relação<br />
com seus colegas, chefes, subordinados e<br />
parceiros, as pautas de Marino são, “para<br />
as outras áreas da empresa, ter passado<br />
por elas, entender, se colocar no sapato,<br />
estar conectado; para as chefias, empa-<br />
tia, confiança, liberdade para contestar<br />
e pedir ajuda; para a própria equipe, en-<br />
tender, respeitar, preocupar-se com cada<br />
membro, dar liberdade; para a cadeia de<br />
provedores, entender e fazê-los entender<br />
que eles estão no mesmo barco, são parte<br />
de seu dia a dia, da cadeia que serve o<br />
Para José Vicente Marino, as<br />
campanhas memoráveis nas quais<br />
esteve mais envolvido são as que tem<br />
desenvolvido na Natura, onde atua com<br />
muito empenho e paixão há três anos<br />
60 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 61<br />
consumidor.<br />
Ser ou estar, eis a questão? Eis a res-<br />
posta: “Sua posição é circunstancial,<br />
você não é, você está. O potencial do<br />
solitário é de atingir 0% de resultados; o<br />
time e os parceiros são mais importantes<br />
que o próprio talento e esforço. O essen-<br />
cial é colocar energia, pois a equipe é<br />
fator crítico de sucesso. E se perguntar<br />
sempre: estou contratando alguém que<br />
seja melhor que eu?”.<br />
Em estilo rápido e direto, as reflexões<br />
de base de Marino:<br />
Branding: essência, fundamento de<br />
tudo.<br />
Estratégia e tática: estão à venda, a<br />
chave é fazer acontecer.<br />
Pesquisa: cuidado com a armadilha<br />
de não querer validar seu ponto.<br />
Procurement: parceiro.<br />
ROI: buscar eficiência crescente.<br />
Agências: tem de ser criativa, de bom<br />
gosto e parceira.<br />
Veículos: todos são a nossa “garganta”,<br />
falamos por eles.<br />
Universo digital em geral e redes so-<br />
ciais em particular: todo um mundo in-<br />
teiro a ser entendido, todo mundo apren-<br />
dendo, não existem mais segredos...<br />
Consumidores e shoppers: eles são<br />
seu patrão, seu grande chefe, você têm<br />
de estar apaixonados por eles antes de<br />
tentar fazê-los se apaixonarem por você.<br />
Sustentabilidade: é a minha vida; já<br />
tinha essa visão, mas a Natura reforçou<br />
ainda mais, porém, infelizmente, é uma<br />
minoria que a pratica.
anunciantes<br />
Muito mais realiza ção, menos falação<br />
Hoje já não dá para<br />
a empresa escolher se e<br />
quando vai se expor.<br />
A exposição é obrigatória<br />
Luiz Carlos Dutra Jr. nasceu em São<br />
Paulo, no ano de 1964, tem gradua-<br />
ção em direito pela PUC SP, pós em<br />
administração pelo Mackenzie e MBA<br />
executivo pela USP. Desde 2004 é vice-<br />
presidente de assuntos corporativos<br />
da Unilever para a América Latina. <strong>É</strong><br />
também co-presidente do Conselho da<br />
Associação Brasileira de Anunciantes,<br />
da qual foi presidente de 2000 a 2004.<br />
Entre suas outras atividades associativas,<br />
é vp do Conar desde 1998, presidente da<br />
Abipla (Associação das Indústrias de Pro-<br />
dutos de Limpeza), vp da Abihpec (en-<br />
tidade da indústria de higiene pessoal,<br />
perfumaria e cosméticos) e da Abia (As-<br />
sociação das Indústrias da Alimentação).<br />
Antes da Unilever, foi diretor de comu-<br />
nicação para a América Latina da Dow<br />
Química e diretor de assuntos públicos e<br />
propaganda da Johnson & Johnson, onde<br />
começou sua carreira na área legal<br />
Dutra destaca a prática como o prin-<br />
cipal fator de construção de seu conhe-<br />
cimento na área de comunicação, em<br />
especial uma série de visitas à sede da<br />
J&J nos Estados Unidos e a suas agências<br />
em Nova Iorque, organizada pelo então<br />
presidente da empresa no Brasil, Carlos<br />
Gottschalk, que foi seu “coach” na radi-<br />
cal mudança de carreira – da área legal<br />
para assuntos públicos e propaganda –<br />
junto com Roberto Duailibi, da DPZ.<br />
Na sequência, sua experiência foi am-<br />
pliada e solidificada no seu novo cargo<br />
na J&J; na Down, onde fez a primeira<br />
campanha corporativa da empresa na<br />
América Latina, que se transformou em<br />
padrão global; e uma série de campanhas<br />
assinadas pela ABA, como “O melhor do<br />
Brasil é o brasileiro” e “Propaganda. Faz<br />
diferença”. Destaca também o aprendi-<br />
zado de negócios, na Unilever, e de ges-<br />
tão associativa, na ABA.<br />
A receita para ser um bom executivo,<br />
segundo Dutra, combina as virtudes da<br />
“amplitude de conhecimento e conheci-<br />
mento específico, saber executar as estra-<br />
tégias de longo prazo na prática, entre-<br />
gar no curto prazo e não se acomodar na<br />
torre de marfim”. Com isso, o sucesso na<br />
carreira é conseqüência, mas ele ressalta<br />
que, quando começou, a perspectiva era<br />
da empresa traçar a evolução dentro da<br />
mesma organização, sem grande exposi-<br />
ção externa, sendo que “hoje, quem cui-<br />
da de sua carreira é você mesmo”.<br />
Sua prática de se manter atualizado<br />
deriva da convergência natural de sua<br />
função, que leva a uma perspectiva di-<br />
versificada, interna e externamente, a ter<br />
um olhar transversal, integral, a manter-<br />
lhe conectado permanentemente com<br />
muitos assuntos. “Aspectos que são am-<br />
plificados com minha ampla atuação<br />
associativa”.<br />
Fora do trabalho em si e das leituras<br />
e eventos profissionalizantes, o que o<br />
mantém oxigenado é “não esquecer que<br />
a ordem de prioridades é família, saúde<br />
e trabalho, sendo que meus filhos pe-<br />
quenos trazem o benefício de me levar<br />
a descobrir outros mundos, ao participar<br />
do universo deles”.<br />
A internet e o mundo digital em geral<br />
entram nesse mix de forma integral, pelo<br />
seu impacto extraordinário na vida e na<br />
economia. “Hoje, já não dá para a em-<br />
presa escolher se e quando vai se expor.<br />
A exposição é obrigatória. Mas tem um<br />
tom próprio para as empresa, as marcas e<br />
as pessoas. E é preciso navegar com cui-<br />
dado, pois ainda não conhecemos bem<br />
esses mares e temos que nos reeducar<br />
para essa navegação.”<br />
Suas dicas para que os executivos me-<br />
lhor se relacionem com seu universo pro-<br />
fissional passam pelo “diálogo, respeito<br />
e inspiração dos subordinados; interde-<br />
pendência e busca do ganha-ganha em<br />
relação aos colegas; respeito e transpa-<br />
rência para com os chefes, sem ser um<br />
‘yes man’; e incentivar a capacidade de<br />
sonhar e fazer a diferença junto à cadeia<br />
de provedores”. E ainda acrescenta: “se<br />
for preciso resumir tudo, é fácil, chama-<br />
se inteligência emocional”.<br />
Para se fazer um grande trabalho de<br />
comunicação, Dutra destaca que antes<br />
do bom briefing, a marca tem de ter<br />
consistência operacional, emocional,<br />
aspiracional, tem de ter uma causa. Em<br />
decorrência é preciso combinar visão es-<br />
tratégia com trabalho de equipe integra-<br />
do, cabendo ao chefe ser líder na visão,<br />
na definição e na execução.<br />
Confira seus conceitos, em objetiva<br />
reflexão, sobre temas que propusemos<br />
para encerrar a entrevista.<br />
Branding: gestão de posicionamento<br />
As campanhas que já marcaram a carreira de Dutra foram as da linha Baby e Sundown,<br />
na J&J, além do primeiro trabalho digital da empresa, feito para o shampoo Triatop.<br />
Depois, vieram as campanhas assinadas pela ABA, em especial “O melhor do Brasil é o<br />
brasileiro” e “Propaganda. Faz diferença”. Mas a grande realização publicitária de sua<br />
vida foi, sem dúvida, a campanha da marca corporativa Unilever, que saiu de 7% de<br />
lembrança espontânea (junto à população brasileira) para 73% em apenas oito anos e<br />
se transformou no padrão global da companhia<br />
62 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 63<br />
estratégico.<br />
Estratégia e tática: equilíbrio do lon-<br />
go prazo com entrega efetiva – assumir<br />
riscos.<br />
Pesquisa: boa quando não é demais.<br />
Procurement: não banalizar, tem fun-<br />
ção, mas não pode “mandar” na estratégia.<br />
ROI: sem isso não tem jogo<br />
Agências: pode ser uma grande par-<br />
ceira estratégica ou simples tarefeira –<br />
mas depende mesmo do anunciante.<br />
Veículos: cada vez mais essenciais,<br />
mas é preciso entender o mix e usar<br />
todos da melhor maneira; tem mudado<br />
muito a forma e conteúdo de os utilizar.<br />
Universo digital em geral e redes<br />
sociais em particular: grandes oportu-<br />
nidades, entretanto ainda conhecemos<br />
pouco, temos que evoluir com erros e<br />
acertos.<br />
Consumidores e shoppers: cidadãos<br />
antes de tudo; lembrar que as pessoas<br />
são múltiplas e que o shopper questiona<br />
mais.<br />
Sustentabilidade: todo mundo fala,<br />
poucos fazem direito – tem que estar no<br />
DNA da empresa/marca e vai além do<br />
verde, principalmente no Brasil; a chave<br />
é realizar mais do que falar.<br />
AUTOESTIMA<br />
COM VITALI<strong>DA</strong>DE.<br />
JULIANA TASS<br />
Graças à acredita<br />
na real beleza da mulher<br />
BRUNA L AR A<br />
Não teme o calor<br />
porque confia em<br />
A Unilever contribui para um mundo com mais<br />
vitalidade, que inspire nossas vidas,<br />
nossa sociedade e nosso respeito pelo meio ambiente.<br />
www.unilever.com.br<br />
GABI MATOS<br />
Usa porque<br />
quer seus cabelos<br />
mais bonitos agora
anunciantes<br />
Comprometimento, paixão e ética<br />
O maior desafio é encontrar<br />
o equilíbrio entre manter<br />
aquilo que está funcionando<br />
bem, mas perceber onde<br />
estão as oportunidades<br />
para fazer melhor<br />
Nascida em Madrid, no ano de 1975,<br />
Maria Luisa Askar López, a Malu, tem<br />
graduação na ESPM, em São Paulo, e<br />
entre seus cursos de extensão destaca-se<br />
o Executive Leadership Program do In-<br />
sead. Suas principais posições foram a de<br />
planejadora de mídia na Salles/D’Arcy<br />
e McCann Erikson, no Brasil, diretora<br />
de communication planning Latam na<br />
Lowe, vp de strategic planning na Initia-<br />
tive de New York e, agora, diretora de mí-<br />
dia da Unilever Brasil. Hoje, ela também<br />
responde pela presidência do Comitê de<br />
Gestão de Mídia & Marketing Digital da<br />
Associação Brasileira de Anunciantes.<br />
Para Malu, a base obtida na ESPM<br />
foi apenas o ponto de partida para<br />
realmente entender sua área de atuação,<br />
nas quatro agências onde trabalhou, em<br />
São Paulo e, principalmente, em New<br />
York, o maior mercado de mídia do<br />
mundo. “Um período passado no Japão<br />
proporcionou-me uma clareza de enten-<br />
dimento sobre o papel da comunicação<br />
na construção de marcas. Finalmente, o<br />
Insead, na França, foi fundamental para<br />
o desenvolvimento da minha função de<br />
líder”, pontua.<br />
Sua experiência e conhecimento so-<br />
bre sua área de atuação cresceu de soma<br />
em soma, começando pela Salles/D’Arcy<br />
e McCann Erickson, grandes “escolas”<br />
nacionais da mídia, ganhando visão in-<br />
ternacional na Lowe e florescendo em<br />
NY, ao trabalhar em uma das principais<br />
agências de mídia globais. “Abriu meus<br />
horizontes e proporcionou-me uma nova<br />
dimensão da atividade, muito além da<br />
mídia e mais como negócio de comuni-<br />
cação. Agora, na liderança de mídia de<br />
um dos maiores anunciantes do País,<br />
cheguei onde está ao padrão de excelên-<br />
cia da profissão.”<br />
Qual é a receita de Malu para ser um<br />
bom executivo de anunciante? “Com-<br />
prometimento, paixão e ética, a meu ver,<br />
são os ingredientes para ser bem sucedi-<br />
do naquilo que se faz. Acredito no pro-<br />
cesso cumulativo das experiências – o<br />
maior ‘pecado’, talvez, é não conseguir<br />
identificar aprendizados também nas pe-<br />
quenas experiências. Sempre tive paixão<br />
pela minha profissão e até hoje tenho<br />
aquele brilho nos olhos ao reconhecer<br />
uma boa ideia e ter a coragem de ir em<br />
frente com ela. Ao longo do caminho,<br />
há uma mudança de mindset que nos<br />
leva do ‘socializing mind’ para ‘self-au-<br />
thorizing mind’ – algo que nos permite<br />
extrair conhecimento das experiências<br />
vividas, mas ao mesmo tempo nos im-<br />
pulsiona a avançar na direção do cres-<br />
cimento pessoal e profissional. O maior<br />
desafio muitas vezes é encontrar o equi-<br />
líbrio entre manter aquilo que está fun-<br />
cionando bem, mas conseguir perceber<br />
onde estão as oportunidades para fazer<br />
diferente e, com isso, melhorar.”<br />
O método de atualização de Malu pas-<br />
sa por muita leitura em todos os meios,<br />
com destaque para a crescente importân-<br />
cia das mídias digitais, e seus múltiplos<br />
desdobramentos, e o networking físico,<br />
em cursos e eventos, além de sua ativi-<br />
dade no comitê e diretoria da ABA. Sem<br />
falar no rico universo da Unilever e seus<br />
muitos parceiros, “que sempre trazem<br />
novidades e perspectivas diferentes”.<br />
Para se manter oxigenada, ela não<br />
abre mão dos passeios de bicicleta nos<br />
finais de semana; para a alma e o espí-<br />
rito, “nada melhor que estar em família<br />
e com amigos, algo que faço regular-<br />
mente e que me reconecta com minha<br />
essência, meus valores e crenças”. So-<br />
bretudo, Malu vai à luta para garantir<br />
a integralização da sua personalidade<br />
com sua história e com a contempora-<br />
neidade. “Tenho na minha fé em Deus<br />
meu maior refúgio e fonte de renovação<br />
Malu destaca primeiro os trabalhos<br />
feitos para General Motors, Nestlé<br />
e Procter & Gamble, na sua fase<br />
de agência. Já na Unilever, seus<br />
xodós são as diversas atividades<br />
na internet, como a Recepedia, as<br />
ações de mídia social para Seda,<br />
a parceria entre Knorr e Nokia no<br />
mobile marketing e as campanhas<br />
de OMO, como a recente Super<br />
Nice. Outra ação memorável<br />
na qual esteve envolvida foi a<br />
intervenção de Hellmann’s no<br />
último programa da série Toma Lá<br />
Dá Cá, da Rede Globo. Finalmente,<br />
há o trabalho de maximização da<br />
relativa pouca verba para a marca<br />
corporativa da Unilever.<br />
64 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912 | 65<br />
diária.”<br />
Ao avaliar sua postura na empresa<br />
e com seus provedores, Malu declara:<br />
“Não sei trabalhar sozinha e não acre-<br />
dito no sucesso isolado – vejo na co-<br />
-criação e no trabalho colaborativo entre<br />
áreas, parceiros e provedores o melhor<br />
caminho para o sucesso”.<br />
Sobre os pontos mais relevantes da<br />
comunicação no presente, eis as sínteses<br />
de Malu:<br />
Branding: é o maior “bem” que uma<br />
marca possui – mas muitas vezes é “atro-<br />
pelado” por objetivos de curto prazo.<br />
Estratégia e tática: vejo certa simplifi-<br />
cação (ou confusão) entre estes conceitos.<br />
Pesquisa: o desafio é transformar<br />
dados em conhecimento e, para isso, é<br />
preciso fazer mais e melhor uso desta<br />
poderosa ferramenta.<br />
Procurement: uma tendência que<br />
deverá evoluir para chegar ao equilíbrio<br />
entre eficiência e eficácia, entendendo<br />
valor e não apenas preço.<br />
ROI: o maior desafio é conseguir in-<br />
tegrar o ROI na gestão de comunicação<br />
e a retro-alimentação do processo.<br />
Agências: na era da especialização,<br />
conseguir excelência em todas as áre-<br />
as, no modelo full-service, é uma tarefa<br />
cada vez mais necessária e difícil.<br />
Veículos: são grandes parceiros e fon-<br />
tes de inovação, desde que tenham flexi-<br />
bilidade e percebam seu papel no todo.<br />
Universo digital em geral e redes<br />
sociais em particular: não tem volta e<br />
ainda devem nos trazer muitas surpresas<br />
e novidades.<br />
Consumidores e shoppers: são pes-<br />
soas e entender a essência do comporta-<br />
mento humano é o que destrava o insi-<br />
ght para uma comunicação eficiente.<br />
Sustentabilidade: é nossa forma de<br />
retribuir (ou compensar) o Planeta. Há<br />
muito oportunismo, mas as empresas lí-<br />
deres, como a Unilever, são as que estão<br />
fazendo a diferença.
Eleitores da enquete<br />
“Os 7 melhores executivos de anunciantes do Brasil”<br />
Adriana Favaro (DPZ)<br />
Adriana Scalabrin (Rede Globo de Televisão)<br />
Alan Strozenberg (Z+)<br />
Alexandre Abdo Hadade (Arizona)<br />
Alexandre Côrte (Cobram)<br />
Alexandre Ugadin (Giovanni + Draftfcb)<br />
Alfrizio Melo (Italo Bianchi)<br />
Alvaro Rezende (RC)<br />
Angélica Armentano (DPZ)<br />
Anselmo Ramos (Ogilvy Brasil)<br />
Antonio Carlos Farina (SD Comunicação)<br />
Antonio Carlos Vieira (Arcos e Sinapro-PE)<br />
Antonio Fadiga (Fischer & Friends)<br />
Ari Meneghini (IAB Brasil)<br />
Armando Strozenberg (Euro RSCG)<br />
Augusto Cruz Neto (Agência Mood)<br />
Aurora Yasuda (Milward Brown)<br />
Bazinho Ferraz (B/Ferraz)<br />
Caio Barsotti (Cenp)<br />
Cesar Paim (Paim)<br />
Claudio Ferreira (Abril)<br />
Claudio Santos (Grupo RBS)<br />
Clovis Mello (Cine)<br />
Clóvis Speroni (Grupo 3+)<br />
Cyd Alvarez (NBS)<br />
Dalton Pastore (DPastore)<br />
Daniel Chalfon (Loducca)<br />
Deyse Dias Leite (Copyright)<br />
Dora Câmara (Ibope)<br />
Eduardo Sirotsky Melzer (Grupo RBS)<br />
Eduardo Tomiya (Brand Analytics)<br />
Eliane Munhoz (Turner Media+)<br />
Elza Tsumori (Cia. Ativadora e Ampro)<br />
Erh Ray (BorghiErh/Lowe)<br />
Fábio Coelho (Google e IAB Brasil)<br />
Fátima Rendeiro (Quê)<br />
Fernando Figueiredo (Talkability Group)<br />
Fernando Musa (Ogilvy Brasil)<br />
Flávio Conti (DPZ)<br />
Flávio Polay (Elemidia)<br />
Francesc Petit (DPZ)<br />
Fred Gelli (Tátil)<br />
Fred Müller (Globosat)<br />
Gal Barradas (F.biz)<br />
Gilberto Strunck (Dia)<br />
Giovanni Di Carlli (Gruponove)<br />
Giovanni Rivetti (New Content)<br />
Hiran Castelo Branco (ESPM)<br />
Hugo Rodrigues (Publicis)<br />
Isabella Mulholland (Loducca)<br />
Ivan Marques (F/Nazca S&S)<br />
Ivan Rysovas (DPZ)<br />
Jairo Mendes Leal (Abril)<br />
Jaques ‘Lew’ Lewkowicz (Lew Lara\TBWA)<br />
66 | Setembro de 2011 | <strong>About</strong> 912<br />
João Satt (Competence)<br />
José Dionísio Rodrigues (Grupo OM)<br />
José Eustachio (Talent)<br />
José Henrique Borghi (Borghierh/Lowe)<br />
José Luiz Madeira (AlmapBBDO)<br />
José Otaviano Pereira (Rede TV!)<br />
Júlio Moreira (Top Brands)<br />
Leyla Fernandes (Produtora Associados e Apro)<br />
Luciana Schwartz (NeogamaBBH)<br />
Luís “Toco” Monteleone (Ogilvy Brasil)<br />
Luiz Fernando Vieira (Africa)<br />
Luiz Lara (Lew Lara\TBWA)<br />
Luiz Ritton (Lew Lara\TBWA)<br />
Luiz Roberto Valente (Exibição e<br />
Central de Outdoor)<br />
Marcello Pena (F/Nazca S&S)<br />
Marcello Serpa (AlmapBBDO)<br />
Marcelo Duarte (Rede Globo de Televisão)<br />
Márcio Oliveira (Lew Lara\TBWA)<br />
Mario D´Andrea (Fischer & Friends)<br />
Martha Cajado (Band)<br />
Maurício DePaula (Questro)<br />
Mentor Muniz Neto (Bullet)<br />
Monica de Carvalho (DM9DDB)<br />
Nicolino Spina (Valor Econômico)<br />
Orlando Marques (Publicis)<br />
Oscar Mattos (Grupo Estado)<br />
Oswaldo Mendes (Mendes)<br />
Otto de Barros Vidal (PPR)<br />
Paulo Cesar Queiróz (Grupo ABC)<br />
Paulo Gregoraci (W McCann)<br />
Paulo Sant´Anna (Taterka)<br />
Paulo Stephan (Talent)<br />
Pedro Silva (IVC)<br />
Rafael Davini (Turner Media+)<br />
Raphael Vasconcelos (AgênciaClickIsobar)<br />
Raul Dória (Cine)<br />
Renato de Paula (OgilvyOne)<br />
Ricardo Chester (Babel)<br />
Ricardo Esturaro (Rede Globo de Televisão)<br />
Ricardo Nabhan (ZN e Fenapro)<br />
Roberto Grosman (F.biz)<br />
Roberto Mesquita (NeogamaBBH)<br />
Rogério Gabriel Comprido (Editora Abril)<br />
Romano Pansera (Promovisão e Popai Brasil)<br />
Ruy Lindenberg (Leo Burnett Taylor Made)<br />
Sandra Sampaio (Abril)<br />
Sergio Gordilho (Africa)<br />
Sergio Valente (DM9DDB)<br />
Sonia Piazza (Apro)<br />
Thais Chede Soares (Abril)<br />
Ubiratan Macedo (ABDOH)<br />
Washington Olivetto (WMcCann)<br />
Willy Haas (Rede Globo de Televisão)
NO<br />
AS S<strong>É</strong>RIES POLICIAIS DO SPACE<br />
SÃO A FORMA MAIS CERTEIRA<br />
DE ATINGIR O HOMEM AÇÃO.<br />
JUSTIFIED<br />
as segundas<br />
SOUTHLAND<br />
as quintas<br />
DE SEGUN<strong>DA</strong> A SEXTA, ÀS 21H<br />
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