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Apostila Seres Vivos - Programa Educ@r - USP

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CIÊNCIAS<br />

PARA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL<br />

MÓDULO: SERES VIVOS<br />

Texto: Luís A. S. Vasconcellos<br />

Atualização de conteúdo: Luigi Leonardo Mazzucco Albano<br />

Revisão geral: Nelma R. S. Bossolan e Ronaldo de Rosa Moreno<br />

Consultores: Anita Rondon Berardinelli, Maria Isabel Iório Soncini<br />

Responsável: Silvia Aparecida Martins dos Santos<br />

Coordenador: Prof. Dr. Dietrich Schiel<br />

APOIO: CAPES<br />

Centro de Divulgação Científica e Cultural – <strong>USP</strong> – São Carlos<br />

Rua Nove de Julho, 1 227 - C.E.P. 13 560-590 - São Carlos - S.P. - Brasil<br />

Fone/fax (0xx16) 3372 – 3910<br />

http://www.cdcc.sc.usp.br


SUMÁRIO<br />

Parte 1: <strong>Seres</strong> vivos e não vivos<br />

A Terra é habitada por milhões de seres.......................................... 1<br />

Os seres vivos são formados de células ......................................... 1<br />

Os seres vivos possuem capacidade de movimentação................... 3<br />

Os seres vivos precisam de alimentos.............................................. 4<br />

Os seres vivos reagem a estímulos.................................................. 5<br />

Os seres vivos têm ciclo vital............................................................ 6<br />

Os seres vivos se reproduzem.......................................................... 7<br />

Os seres vivos podem adaptar-se..................................................... 8<br />

Leitura complementar......................................................................... 9<br />

Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 11<br />

Parte 2: Classificação e nomenclatura dos seres vivos<br />

Por que classificamos? .................................................................... 12<br />

Os grupos básicos de Linaeus......... ................................................. 12<br />

Uma classificação geral dos seres vivos.......................................... 14<br />

Nomenclatura dos seres vivos......................................................... 15<br />

Leitura complementar....................................................................... 17<br />

Questões e respostas de auto-avaliação.......................................... 19<br />

Parte 3: Reino Animal<br />

Caracterização................................................................................. 20<br />

Invertebrados................................................................................... 20<br />

Vertebrados..................................................................................... 22<br />

Questões e respostas de auto-avaliação.......................................... 39<br />

Parte 4: Reino Plantae<br />

Caracterização.................................................................................. 41<br />

Os orgãos e suas funções.................................................................. 41<br />

Criptógamas....................................................................................... 42<br />

Fanerógamas............................................................................... ..... 43<br />

Questões e resposta de auto-avaliaç~~ao........................................ 46<br />

Parte 5: Fungi<br />

Caracterização................................................................................... 47<br />

A importância dos Fungos................................................................. 47<br />

Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 49<br />

Parte 6: Reino Protista<br />

Caracterização.................................................................................... 50<br />

Algas................................................................................................... 50<br />

Protozoários........................................................................................ 51<br />

Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 52<br />

Parte 7: Reino Monera<br />

Caracterização.................................................................................... 54<br />

As Bactérias........................................................................................ 54<br />

Questões e respostas de auto-avaliação............................................ 56<br />

Glossário............................................................................................. 57<br />

Comentários, sugestões, atividades............................................... 60<br />

Questões de Avaliação...................................................................... 63<br />

Respostas.......................................................................................... 66<br />

Bibliografia, crédito da fotos e ilustrações..................................... 70


PARTE 1: SERES VIVOS E NÃO VIVOS<br />

A Terra é habitada por milhões de seres<br />

A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres são<br />

chamados de vivos, outros não.<br />

Todos os seres são formados por matéria. O que distingue um ser vivo de um ser<br />

bruto ou não-vivo, em primeiro lugar, é a composição química.<br />

Na Antigüidade, os pensadores achavam que os seres vivos eram dotados de uma<br />

exclusiva e misteriosa força vital que lhes confiria vida. Hoje não se acredita mais nisso, pois<br />

sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por<br />

partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que<br />

regem o universo não-vivo.<br />

Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre presentes em<br />

grande proporção, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O) e o nitrogênio (N) que,<br />

junto com vários outros elementos, em menores quantidades, formam substâncias muito<br />

complexas (chamadas genericamente de substâncias orgânicas), que constituem os seres<br />

vivos.<br />

Você é um ser vivo, assim como uma planta e uma bactéria. Já uma pedra não é<br />

viva, nem uma cadeira.<br />

Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica sendo,<br />

portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos que os diferenciam dos<br />

demais seres.<br />

Vamos analisar essas características.<br />

Para pensar 1: Um animal morto é um ser inanimado como uma pedra? Por quê?<br />

Os seres vivos são formados por células<br />

Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz que: “todos<br />

os seres vivos são constituídos por células”. Este enunciado constitui a chamada Teoria<br />

Celular.<br />

A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres vivos. Em<br />

geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao microscópio. Uma das exceções que se<br />

tem, em relação ao tamanho, é um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica.<br />

A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade de células<br />

e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto, existem seres vivos formados<br />

1


apenas por uma célula: são os chamados unicelulares. As bactérias e os protozoários são<br />

unicelulares.<br />

Apesar de ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes:<br />

• Membrana plasmática: É uma película que envolve a célula. Além de protegê-la, essa<br />

película permite a troca de substâncias entre célula e o exterior. A membrana plasmática<br />

desempenha, assim, uma função importante na nutrição celular.<br />

• Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele que ficam estruturas<br />

(organelas) responsáveis por diversas funções vitais da célula.<br />

• Núcleo: É um corpúsculo geralmente situado no centro da célula. Nele se localizam os<br />

cromossomos (material genético) responsáveis pela hereditariedade. Sua função é<br />

controlar a reprodução e as atividades da célula. Nos seres mais simples, o material<br />

genético está espalhado no citoplasma. Nesse caso dizemos que a célula é procarionte. As<br />

bactérias são organismos procariontes. Nos organismos mais complexos, o material<br />

genético está separado do citoplasma pela membrana nuclear (a carioteca), formando<br />

assim um núcleo<br />

• verdadeiro. Esses organismos são chamados de eucariontes.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Um modelo de célula<br />

• Dentre as organelas celulares mais importantes destacam-se:<br />

• Mitocôndrias: organela responsável pela geração de energia na célula;<br />

• Ribossomo: organela responsável pela produção das proteínas utilizadas pela célula,<br />

atuando sempre em grupo (polissomo);<br />

• Lisossomo: responsável pela digestão intracelular;<br />

• Carioteca: membrana que cerca o núcleo contendo o material genético (DNA) em células<br />

eucariontes;<br />

As células que constituem o organismo dos seres não são todas iguais. Raízes,<br />

folhas, ossos, pele, músculos etc. têm formas diferentes. Isso acontece porque as células que<br />

formam essas partes são diferentes. Um conjunto de células semelhantes que realiza<br />

determinada função recebe o nome de tecido.<br />

2


Os organismos vivos são formados por diferentes tipos de tecidos, que formam a<br />

pele, a raiz, o caule, os músculos etc..<br />

Apesar de todos os animais e vegetais serem formados por células existem<br />

diferenças entre a célula animal e a vegetal. Vejamos as principais:<br />

Célula vegetal<br />

• Na célula vegetal a membrana plasmática é envolvida por uma parede celular. Essa parede<br />

é rica em uma substância chamada celulose. Na célula animal não existe parede celular e,<br />

conseqüentemente, celulose.<br />

• No interior da célula vegetal existe uma organela chamada vacúolo, que ocupa quase todo<br />

o interior da célula, e é preenchida por uma substância aquosa rica em materiais nutritivos.<br />

Nas células animais os vacúolos são extremamente pequenos.<br />

• No interior da célula vegetal encontram-se organelas denominadas cloroplastos, estruturas<br />

que abrigam no seu interior a clorofila, um pigmento que tem cor verde, característica dos<br />

vegetais. A clorofila permite que os vegetais façam a fotossíntese. Além da clorofila, a<br />

célula vegetal pode ter outros tipos de pigmentos de cores variadas. A célula animal não<br />

apresenta cloroplastos.<br />

Os seres vivos possuem capacidade de movimentação<br />

Quando nos referimos à capacidade de movimentação, estamos falando de uma<br />

ação voluntária, que um ser vivo faz por si próprio. Os animais se movimentam rápida e<br />

ativamente, nadando, correndo ou voando sendo, portanto, mais facilmente identificável.<br />

Movimentando-se os animais realizam, com mais facilidade, algumas tarefas básicas, como<br />

buscar alimentos, se defender e atacar. Nas plantas a constatação dos movimentos requer<br />

uma observação mais cuidadosa pois ocorre mais lentamente. Por exemplo, se girarmos o<br />

3


vaso de uma planta que fica perto da janela, suas folhas se moverão lentamente até ficarem<br />

voltadas em direção à fonte de luz. Essa movimentação, no entanto, demorará vários dias.<br />

Os seres vivos precisam de alimento<br />

Não se pode conceber a vida sem a presença de energia. Energia é o<br />

“combustível” necessário para que o ser vivo possa realizar suas funções vitais.<br />

Animais se alimentando<br />

Os seres vivos obtêm a energia a partir dos alimentos orgânicos principalmente<br />

açúcares.<br />

Os organismos que conseguem sintetizar esses açúcares são chamados de<br />

autótrofos (do grego auto = por si próprio e trofos = nutrição). É o que acontece com as plantas,<br />

que são capazes de sintetizar esses açúcares a partir da água e do gás carbônico através de<br />

reações químicas que necessitam de luz, realizando um processo denominado fotossíntese<br />

(do grego foto = luz e synthesis = juntar, agrupar).<br />

Por outro lado, há organismos imcapazes de produzir seu próprio alimento.<br />

Necessitam, então, ingerir vegetais ou outros animais para se alimentarem. Esses organismos<br />

são chamados heterótrofos (do grego heteros = outro, diferente e trofos = nutrição) e como<br />

exemplo temos os animais.<br />

Tanto os organismos autótrofos quanto os heterótrofos necessitam retirar a energia<br />

contida nos açúcares, que são degradados em água e gás carbônico, liberando energia.<br />

O conjunto de reações químicas que acontecem nos seres vivos (quer seja na<br />

síntese de substâncias ou na degradação destas para obtenção de energia) recebe o nome de<br />

metabolismo.<br />

4


Os seres vivos reagem a estímulos<br />

Todos os seres vivos respondem a estímulos que podem ser físicos ou químicos,<br />

como pôr exemplo, a mudança de temperatura, de luminosidade, de pressão ou de<br />

composição química do ambiente em que vivem.<br />

Alguns poucos vegetais, porém, como a sensitiva (Mimosa pudica), também<br />

chamada de dormideira, e certas plantas carnívoras, são capazes de retrair suas folhas em<br />

poucos segundos quando tocadas, em uma reação rápida que lembra a de um animal.<br />

Tais plantas produzem reações químicas muito complexas que provocam um<br />

movimento de “retração” e “relaxamento” das células, conferindo estes movimentos.<br />

Organismos complexos, como o caso do ser humano, possuem órgãos sensoriais<br />

(olhos, ouvidos etc.) altamente especializados em receber os estímulos ambientais. Esses<br />

órgãos estão acoplados ao sistema nervoso, que elabora respostas rápidas e adequadas a<br />

cada tipo de estímulo.<br />

Os vegetais também respondem a estímulos, embora mais lentamente que os<br />

animais. As folhas das plantas crescem em direção à luz; o caule cresce para o alto, em<br />

resposta contrária ao estímulo físico da gravidade; as raízes crescem em direção ao centro do<br />

planeta, em resposta positiva à força da gravidade. Também é conhecido o caso do girassol,<br />

que se movimenta orientado pela direção da incidência de raios luminosos do Sol, e as onzehoras,<br />

cujas flores permanecem plenamente abertas apenas perto deste horário.<br />

A capacidade de reagir a estímulos é classificada de acordo com a evolução dos<br />

organismos.<br />

No caso dos animais primitivos, dizemos que estes possuem uma irritabilidade<br />

simplificada. Esta irritabilidade é a capacidade de reagir, de forma inata e mecânica, a um<br />

estímulo. Por exemplo, ao encostar num paramécio ela terá a reação de se afastar para o lado<br />

oposto.<br />

Nos animais mais evoluídos, pode-se referir à irritabilidade complexa, através da<br />

excitação de um sistema nervoso mais evoluído, que é uma resposta mais elaborada a um<br />

estímulo. Como exemplo de maior desenvolvimento, temos o homem, capaz de emitir<br />

respostas muito complexas ao meio. Dirigir um automóvel, por exemplo.<br />

No caso dos vegetais estas reações são referidas como tropismos (crescimento do<br />

vegetal orientando-se a favor ou contra estímulos ambientais, como a força de gravidade),<br />

tactismos (orientação espacial do vegetal em relação à substâncias químicas, como as plantas<br />

parasitas infiltrarem raízes em outras plantas para buscar seiva elaborada), nastismos (reação<br />

em resposta à organização interna do vegetal, como o exemplo já citado da planta dormideira)<br />

e blastismos (reação a estímulos luminosos, como a semente ter fobia ou filia pela luz para<br />

germinação).<br />

5


Para pensar 2: Baratas que estejam andando a noite, por um cômodo escuro, fogem<br />

rapidamente quando a luz é acesa. Qual propriedade dos seres vivos que melhor explica<br />

Os seres vivos têm ciclo vital<br />

esse comportamento?<br />

Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a sua existência: nascem,<br />

crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem.<br />

Essas etapas constituem o ciclo vital. Os seres brutos, sem vida, não possuem<br />

ciclo vital. Os seres brutos não crescem, embora às vezes pareça que isso acontece. O<br />

aumento nas ondulações das areias do deserto, chamadas dunas, não se trata de crescimento.<br />

Na realidade, esse aumento ocorre por causa da deposição da areia transportada pelo vento.<br />

Todos os seres vivos têm duração limitada.<br />

6


Os seres vivos se reproduzem<br />

Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar outros seres<br />

semelhantes a si mesmos. É por meio da reprodução que as espécies se mantêm através dos<br />

tempos. É ela que explica porquê, em condições normais, um ser vivo morre, mas a espécie<br />

não desaparece. A reprodução pode ser considerada a característica essencial da vida.<br />

Entretanto, apesar de sua importância, não é uma função vital, pois o ser vivo pode viver sem<br />

que haja a necessidade de se reproduzir.<br />

A reprodução pode ocorrer de duas formas principais: assexuada (ou agâmica) e<br />

sexuada (ou gâmica).<br />

Reprodução assexuada é a<br />

reprodução pelo próprio indivíduo, que dá<br />

origem a outros seres iguais a ele. Nessa forma<br />

de reprodução não há a participação de células<br />

sexuais para a formação de novos seres. Como<br />

exemplo temos as amebas, certas bactérias,<br />

esponjas etc., que se reproduzem<br />

assexuadamente. Observe a figura ao lado,<br />

onde uma planária se reproduz<br />

assexuadamente.<br />

Planária se reproduzindo<br />

Capivara com filhotes<br />

Reprodução sexuada é a reprodução onde é necessária a participação de células<br />

sexuais, chamadas gametas. Em geral essas células são produzidas por seres diferentes, um<br />

masculino e outro feminino. Nesse caso dizemos que esses seres têm sexos separados. Entre<br />

os animais vertebrados, por exemplo, os machos formam espermatozóides e as fêmeas,<br />

7


óvulos. No entanto, alguns seres vivos possuem a capacidade de, no mesmo organismo,<br />

formarem tanto gametas masculinos quanto femininos. Esses seres são chamados de<br />

hermafroditas. As minhocas, por exemplo.<br />

O encontro de gametas denomina-se fecundação e resulta numa célula-ovo, que<br />

se desenvolve para formar um novo ser. Quando a fecundação ocorre no interior do organismo<br />

feminino dizemos que a fecundação é interna (mamíferos, aves etc.). Quando ocorre no meio<br />

externo, dizemos que a fecundação é externa (a maioria dos peixes, anfíbios etc.). Se os<br />

filhotes nascem direto da mãe dizemos que esta espécie é vivípara; se a fêmea bota ovos,<br />

dizemos que esta espécie é ovípara.<br />

Os seres vivos podem adaptar-se<br />

O termo adaptação pode ser empregado em vários sentidos.<br />

Quando desenvolvemos atividades físicas, nossa temperatura aumenta. Um dos<br />

mecanismos que o organismo encontra para baixar a temperatura é a transpiração. Esse tipo<br />

de ajustamento é chamado homeostase, que constitui um tipo de adaptação.<br />

Escala de evolução do homem<br />

Adaptação também significa a capacidade de um organismo desenvolver, ao longo<br />

de milhares de anos, características que permitem melhor ajustamento ao ambiente. Esse<br />

processo de mudanças que levam à adaptação recebe o nome de evolução biológica. Os<br />

cientistas acreditam que as girafas, por exemplo, descendem de ancestrais que tinham<br />

pescoços de comprimentos variáveis. Os indivíduos mais altos tinham mais chance de<br />

sobreviver, pois conseguiam alcançar mais facilmente o alimento. Seus filhos herdaram essas<br />

características a transmitiram a seus descendentes.<br />

8


Leitura complementar: Biogênese versus Abiogênese e o surgimento da vida<br />

Até os meados do século XIX acreditava-se que os seres vivos podiam surgir<br />

espontaneamente da matéria não-viva, crença que ficou conhecida como hipótese da geração<br />

espontânea ou abiogênese. Hoje sabe-se que um ser vivo surge somente através da<br />

reprodução (sexuada ou não).<br />

A teoria da geração espontânea surgiu de um erro de interpretação de fatos que até<br />

hoje se observam. É um fato, por exemplo, que podem sair moscas da carne em<br />

decomposição. A interpretação precipitada levou os cientistas, de um passado não muito<br />

distante, a acreditar que a carne podre se transformava em moscas !<br />

Isso tudo, apesar de parecer ridículo hoje em dia, era dito a sério por gente<br />

importante no mundo da Ciência, na época. O que acontece é que eles não dispunham dos<br />

recursos que dispomos hoje para verificar o que de fato ocorre.<br />

Hoje sabemos que moscas podem fazer a postura de seus ovos na carne em<br />

decomposição, de onde nascerão novas moscas, após certo tempo.<br />

Diversos cientistas trabalharam no sentido de mostrar que a hipótese da geração<br />

espontânea era falsa. Dentre eles destacaram-se Redi, Spallanzani e Pasteur.<br />

A hipótese da geração espontânea era inconsciente e foi derrubada por Pasteur<br />

com experimentos simples e bem controlados.<br />

A queda definitiva da hipótese da geração espontânea levantou uma nova questão:<br />

se os seres vivos não surgirem, em nenhum caso, da matéria bruta, como teriam surgido na<br />

Terra pela primeira vez?<br />

Em 1869 o Biólogo inglês Thomas Huxley foi o primeiro a defender a idéia de que<br />

os primeiros seres vivos surgiram como resultado de um lento processo de evolução química<br />

em nosso Planeta. Essa idéia foi retomada e aprofundada por volta de 1920 pelo Biólogo inglês<br />

J. B. S. Haldane e pelo Químico russo A. I. Oparin. Estes cientistas propuseram que a vida<br />

teria surgido a partir de substâncias formadas nas condições existentes na Terra primitiva.<br />

Naturalmente, o impressionante ambiente da Terra primitiva deveria sofrer lentas e<br />

profundas alterações para que pudesse comportar a vida tal como a concebemos. E, por certo,<br />

o primeiro ser vivo a surgir teria que fazê-lo espontaneamente, sem qualquer progenitor. Ora,<br />

você deve estar pensando, então, que a teoria da geração espontânea estava correta! Mas<br />

essa “geração espontânea” defendida por Oparin não é a mesma em que os cientistas<br />

acreditavam até o século XIX. Na interpretação moderna de Oparin, a geração espontânea é<br />

impossível nas condições atuais no nosso mundo. Mas nas condições primitivas que o<br />

ambiente da Terra ofereceu há cerca de um bilhão de anos, talvez não tivesse sido impossível<br />

a ocorrência desse fato.<br />

O surgimento da vida<br />

Provavelmente, há cerca de 4,5 bilhões de anos surgiu a Terra.<br />

9


Inicialmente era um imenso globo pastoso que, juntamente com outros milhões de<br />

corpos celestes, vagava pelo espaço do infinito Universo. Com o resfriamento da sua<br />

superfície, surgiu a primeira camada da crosta terrestre. Depois, pelas rachaduras dessa<br />

crosta, começaram a aparecer incontáveis vulcões. A lava desses vulcões recobria a crosta<br />

que ia se tornando cada vez mais grossa. O vapor de água eliminado durante as erupções<br />

vulcânicas foi se acumulando na atmosfera primitiva durante milhões de anos. Por fim, a<br />

atmosfera ficou saturada de vapor d’água e começou a chover. A persistência das chuvas em<br />

terríveis temporais acabou esfriando a crosta terrestre e levando ao aparecimento dos rios e<br />

mares.<br />

Enquanto isso, os gases que compunham a atmosfera combinaram tanto que<br />

acabaram-se por originar substâncias orgânicas (substâncias que, hoje, compõem os seres<br />

vivos). Depois, essas substâncias foram levadas pelas águas das chuvas para o solo quente e<br />

arrastadas para os mares. Nas águas mornas daqueles primeiros oceanos, as moléculas de<br />

substâncias orgânicas combinaram-se entre si e deram origem a outras substâncias chamadas<br />

proteínas. Muitas proteínas foram se juntando e se transformando, dando origem aos<br />

coacervados.<br />

Os coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das<br />

substâncias orgânicas. Os coacervados, depois de muitas transformações, adquiriram a<br />

capacidade de duplicação. Foi neste momento que surgiu o primeiro ser vivo, que apesar de<br />

muito simples era capaz de se reproduzir dando origem a outros seres vivos. Eram seres muito<br />

simples, formados por apenas uma célula. Esses seres eram heterotróficos, isto é, se<br />

alimentavam de substâncias existentes nos oceanos onde se multiplicavam. Com o passar do<br />

tempo o número desses seres aumentou muito. Conseqüentemente o alimento tornou-se<br />

escasso. Então, alguns desses seres sofreram modificações de deram origem a seres<br />

unicelulares que podiam sintetizar seu próprio alimento (os autótrofos).<br />

Foi a partir desse dois tipos de seres primitivos que toda a vida se desenvolveu na<br />

Terra. Eles foram se diferenciando cada vez mais, e cada um passou a depender do outro para<br />

sobreviver. Assim foram se originando todos os seres vivos que hoje conhecemos.<br />

Obs.: Naturalmente, os fatos não ocorreram com a simplicidade descrita, mas na descrição<br />

foram consideradas as fases mais importantes até a formação de um esboço da vida.<br />

10


Questões para auto-avaliação<br />

1) Um inseto é um ser vivo e uma pedra não. Que características os diferenciam?<br />

2) Um grão de areia levado pelo vento está em movimento. É característica dos seres vivos a<br />

capacidade de movimentação. Mas, embora um grão de areia possa se deslocar, ele não é<br />

um ser vivo. Por quê?<br />

3) Por que o organismo necessita de alimento?<br />

4) Os vegetais são seres vivos que produzem seu próprio alimento sem retirá-lo de outro ser<br />

vivo. Como eles fazem isso?<br />

5) Quais as principais diferenças entre uma célula animal e uma vegetal?<br />

6) Ao longo de sua vida, uma planta passa por diferentes etapas de desenvolvimento. Indique<br />

as semelhanças entre ciclo vital de uma árvore e de um ser humano.<br />

Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) Um inseto é capaz de se locomover, alimentar-se, reage a estímulos, possui organização<br />

celular e se desenvolve segundo um ciclo vital. Numa pedra não se observa nenhuma<br />

dessas características.<br />

2) O movimento de um ser vivo é possível graças à atividade de seu próprio organismo. Um<br />

grão de areia não se movimenta por atividade própria, deslocando-se apenas por ação de<br />

fatores externos, como os ventos, os rios, as ondas do mar etc.<br />

3) Os seres vivos precisam de alimentos para deles poder obter energia necessária ao bom<br />

desempenho de suas funções vitais, isto é, para sobreviver.<br />

4) Os vegetais produzem seu próprio alimento. Fazem isso através da fotossíntese, ou seja,<br />

retirando do solo a água e os sais minerais e, do ar, o gás carbônico. Em seguida, utilizam<br />

essas substâncias para produzir compostos de que necessitam para viver, como os<br />

açúcares.<br />

5) A célula vegetal possui uma parede celular, rica em celulose, que envolve a membrana<br />

plasmática; a célula animal é desprovida desta parede. A célula vegetal possui organelas<br />

para realizar fotossíntese (cloroplastos), que não estão presentes na célula animal.<br />

6) Um ser humano nasce, cresce, desenvolve-se física e sexualmente, se reproduz,<br />

envelhece e morre. A semente é o início da vida de uma árvore. A semente germina e dela<br />

nasce a árvore, que cresce, desenvolve-se física e sexualmente e torna-se capaz de<br />

produzir mais sementes, reiniciando o ciclo vital.<br />

11


PARTE 2: CLASSIFICAÇÃO DA MONENCLATURA DOS SERES VIVOS<br />

Por que classificamos?<br />

Quando nos deparamos com uma grande variedade de objetos ao nosso redor,<br />

temos a tendência de reunir em grupos aqueles que consideramos semelhantes, classificandoos.<br />

Está é uma característica inerente ao ser humano. O ser humano classifica as coisas<br />

porque isso as torna mais fáceis de serem compreendidas.<br />

É provável que o homem primitivo distribuísse os seres vivos em grupos: os<br />

comestíveis e os não-comestíveis, perigosos e não-perigosos etc..<br />

No nosso dia-a-dia, temos constantemente exemplos de classificação de coisas; ao<br />

se classificar os selos, por exemplo, levamos em conta critérios de semelhanças como país, o<br />

ano do selo, o motivo da estampa etc..<br />

Em qualquer sistema de classificação são usados determinados critérios. Num<br />

supermercado, a disposição dos produtos nos corredores e nas prateleiras obedece a certas<br />

regras estabelecidas pelo proprietário. Por exemplo, os produtos de higiene pessoal ficam<br />

numa determinada prateleira de uma determinada seção, os refrigerantes numa outra e os<br />

chocolates em uma terceira etc.. É claro que o dono de um supermercado pode usar critérios<br />

diferentes de arrumação.<br />

Os cientistas também classificam. Mas no caso da Ciência, não é aconselhável a<br />

existência de muitos sistemas diferentes de classificação. Podemos perceber que isso tornaria<br />

muito difícil a “comunicação” entre cientistas.<br />

A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme<br />

variedade de seres vivos existentes.<br />

Os grupos básicos de Linnaeus<br />

A primeira tentativa conhecida de classificação foi feita pelo filósofo grego<br />

Aristóteles (384-322 a.C.).<br />

Aristóteles trabalhou principalmente com animais e classificou várias centenas de<br />

espécies. Ele dividia os animais em dois grandes grupos: os com sangue e os sem sangue.<br />

Teofrasto, um discípulo de Aristóteles, descreveu todas as plantas conhecidas no seu tempo:<br />

ao classificar as plantas, um dos critérios utilizados foi o tamanho; ele as dividia em árvores,<br />

arbustos, subarbustos e ervas.<br />

De Aristóteles até o começo do século XVIII houve pouco progresso. Foram<br />

elaborados alguns sistemas de classificação mas com pouco sucesso. Os critérios eram<br />

12


arbitrários, alguns Biólogos classificavam os animais de acordo com seu modo de locomoção,<br />

outros conforme o ambiente em que ele vivia etc.<br />

Um exemplo disso pode ser notado ao analisarmos a classificação de um animal<br />

tendo por base apenas o ambiente onde ele vive. Pássaros, morcegos e insetos são<br />

classificados como animais aéreos e, no entanto, são muito diferentes entre si. Certamente um<br />

beija-flor tem mais semelhança com uma ema (terrestre) do que com uma mosca.<br />

Podemos notar que escolher como critério apenas o ambiente não acrescenta<br />

muito sobre o grupo.<br />

Estas primeiras classificações eram consideradas artificiais, pois utilizavam critérios<br />

que não refletiam as possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.<br />

Hoje em dia classificações são naturais, pois procuram agrupar os seres vivos de<br />

acordo com o maior número possível de semelhanças, tentando estabelecer relações de<br />

parentesco evolutivo entre os mesmos.<br />

Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido pelo Naturalista<br />

e Médico sueco Linnaeus (lê-se Linô).<br />

Linnaeus desenvolveu um sistema de categorias hierárquicas que, com algumas<br />

modificações, é usada hoje. No entanto, ele não levou em conta as relações de parentesco<br />

evolutivo entre seres vivos, pois acreditava que as espécies existentes na Terra tinham sido<br />

criadas uma a uma por Deus e que, desde o instante da criação até então, elas teriam<br />

permanecido sem qualquer alteração. Esse princípio da imutabilidade, denominado fixismo,<br />

era crença generalizada entre os naturalistas da época de Linnaeus.<br />

Atualmente o fixismo não é mais aceito, tendo sido contestado a partir dos<br />

trabalhos de Darwin em 1 859. Darwin desenvolveu idéias sobre a evolução dos seres vivos<br />

através da seleção natural.<br />

A teoria da evolução biológica ou simplesmente teoria da evolução diz que todos os<br />

seres vivos, dos mais simples até o homem, estão sujeitos a contínuas modificações ao longo<br />

do tempo. Assim, acredita-se que todas as espécies atuais ou as já extintas se originaram a<br />

partir de outras, pelo acúmulo de novas características, que revelam as suas adaptações ao<br />

diferentes ambientes durante a história da Terra.<br />

Com a aceitação da teoria evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como<br />

grupos estáticos de seres vivos.<br />

No sistema proposto por Linnaeus a espécie é a unidade de classificação e pode<br />

ser definida como sendo “um grupo de organismos que se acasalam na Natureza e cujos<br />

descendentes são férteis”.<br />

O atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie<br />

como unidade de classificação.<br />

13


As diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas,<br />

foram ampliadas. Linnaeus elaborou um sistema de classificação onde havia 5 categorias de<br />

espécies semelhantes, que eram agrupadas em um mesmo gênero; os gêneros semelhantes<br />

são agrupados numa mesma família; famílias semelhantes são reunidas numa ordem; ordens<br />

semelhantes são agrupadas em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em um filo<br />

ou divisão, e filos ou divisões semelhantes são agrupadas em um reino. As categorias podem<br />

ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte maneira:<br />

REINO→FILO→CLASSE→ORDEM→FAMÍLIA→GÊNERO→ESPÉCIE<br />

Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais<br />

como subfilo, infraclasse, superordem, superfamília, subgênero, subespécie.<br />

Para exemplificar o atual sistema de classificação, vamos ver a classificação do<br />

cão, desde a categoria mais geral, que é o reino, até a mais restrita, que é a espécie.<br />

Uma classificação geral dos seres vivos<br />

Um exemplo de classificação taxonômica: o cão<br />

Muitos sistemas de classificação de seres vivos foram propostos, mas esse assunto<br />

ainda é muito controvertido.<br />

As Ciências Biológicas estão em plena expansão e tem sido possível conseguir<br />

mais e melhores informações a respeito dos seres vivos, trazendo assim maiores subsídios<br />

para a compreensão de suas histórias evolutivas. Por essa razão, a classificação tem sofrido<br />

14


modificações, pois trata-se de um tema dinâmico, não existindo um sistema que contente a<br />

todos.<br />

Num dos primeiros sistemas de classificação, na época de Linnaeus, era comum a<br />

divisão dos seres da natureza em 3 reinos: Vegetalia ou Plantæ, Animalia e Mineralia. Essa<br />

divisão perdurou até cerca de 60 anos atrás. Em conseqüência, ainda há quem insista em<br />

considerar os seres vivos unicamente em dois reinos: Vegetalia e Animalia.<br />

Num outro sistema proposto, os seres vivos eram colocados em 3 reinos: Protista,<br />

Plantæ e Animalia. Este sistema também não é mais utilizado.<br />

Posteriormente surgiu um sistema de classificação onde os seres vivos eram<br />

divididos em 4 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas,<br />

protozoários e fungos), Reino Plantæ (desde musgos até angiospermas) e Reino Animalia<br />

(desde esponjas até os mamíferos).<br />

Esse sistema ainda é utilizado por algumas pessoas, mas está pouco a pouco<br />

sendo substituído por um sistema que agrupa os seres vivos em 5 Reinos:<br />

1) Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os mamíferos<br />

2) Reino Plantae: desde algas pluricelulares até angiospermas<br />

3) Reino Fungi: todos os fungos<br />

4) Reino Protista: algas unicelulares e protozoários<br />

5) Reino Monera: bactérias e cianobactérias<br />

O sistema dos 5 Reinos foi proposto em 1 969 pelo Biólogo norte-americano R. H.<br />

Wittaker e é o utilizado atualmente.<br />

Nomenclatura dos seres vivos<br />

Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido como ABÓBORA<br />

também pode ser chamado de jerimum, jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco.<br />

É provável que você não conheça todos esses nomes.<br />

Se em uma única língua de um único País existem tantos nomes para um mesmo<br />

organismo, calcule, então, como seria confuso se considerarmos todas as línguas e dialetos<br />

que existem no mundo!<br />

Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades, que falam<br />

diferentes idiomas, e entre pessoas de diferentes regiões geográficas de um mesmo país, são<br />

utilizados nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.<br />

O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:<br />

• é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados;<br />

• o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra maiúscula, ex.: Canis<br />

• o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula, ex.:<br />

familiaris<br />

• Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.<br />

15


• Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se este for manuscrito, devese<br />

passar um único traço embaixo do nome. Se for impresso pode-se, por exemplo, deixar<br />

a letra em itálico.<br />

Observe o exemplo abaixo:<br />

Zea mays = milho<br />

↓ ↓<br />

gênero epíteto específico<br />

⎣ ⎦<br />

↓<br />

espécie<br />

Tendo em vista que a classificação correta é em latim (ou em palavras latinizadas),<br />

apresentaremos os tópicos desta forma. No decorrer do texto, porém, vamos usar a<br />

classificação em língua portuguesa. Note também que, em alguns nomes, há a presença de<br />

radicais gregos.<br />

Para pensar 3: O gato pertence a família dos felinos e à ordem dos carnívoros. Em<br />

qual desses dois grupos há maior quantidade de seres?<br />

16


Leitura complementar: Vírus, um ser diferente<br />

Os vírus são o limite entre a matéria bruta e a matéria viva.<br />

Esses seres são muito especiais, pois não são formados por células. Seu<br />

organismo é formado por proteínas e outras substâncias.<br />

De todas as características dos seres vivos, os vírus apresentam somente duas: a<br />

capacidade de se reproduzir e de sofrer mutações. Por essa razão, os cientistas ainda não<br />

chegaram a um acordo se devem ou não classificar esses seres como organismos vivos.<br />

Conseqüentemente, os vírus não estão agrupados em nenhum reino. Quando as dúvidas que<br />

se tem hoje sobre as características desses seres forem esclarecidas, é provável que eles<br />

sejam classificados em um reino exclusivo deles.<br />

O vírus só consegue sobreviver e se reproduzir no interior das células.<br />

Para isso, ele tem que injetar o seu material genético no interior de uma célula viva.<br />

Quando isso ocorre podemos dizer que, de certa forma, o vírus inativa (desliga) o<br />

programa da célula e a obriga a fabricar novos vírus. Esses novos vírus irão contaminar novas<br />

células e, se o processo não for interrompido, ocorre o que chamamos de infecção.<br />

numa célula.<br />

Um ser que vive às custas de outros causando prejuízos denomina-se parasita.<br />

O vírus é um parasita intracelular, pois para se manifestar necessita penetrar<br />

Ao se reproduzirem no interior dos seres vivos, os vírus desequilibram o organismo<br />

causando o que denominamos doença.<br />

Existem vírus que atacam animais e outros que atacam somente vegetais.<br />

Na espécie humana podemos destacar doenças que são causadas por vírus: a<br />

gripe, a caxumba, o sarampo, a hepatite, a febre amarela, a poliomielite (ou paralisia infantil), a<br />

raiva, a rubéola etc..<br />

Quando substâncias estranhas (chamadas antígenos) penetram no nosso<br />

organismo (o vírus, por exemplo), existem células do nosso sangue (certos glóbulos brancos)<br />

que são capazes de percebê-las, alertando outras células para o perigo de uma infecção. As<br />

células alertadas, outros glóbulos brancos, fabricam proteínas de defesa chamadas anticorpos,<br />

que inativam os antígenos.<br />

Dessa forma o nosso corpo identifica e neutraliza a ação de certos<br />

microorganismos, inclusive os vírus. Essa capacidade de defesa denomina-se imunização.<br />

Não existem medicamentos para combater os vírus depois que eles passam a<br />

parasitar um organismo. Nesse caso o único procedimento possível é esperar que o organismo<br />

reaja e produza anticorpos específicos para destruí-los. É o caso, por exemplo, da gripe.<br />

Não existem remédios para essa doença. O que há são medicamentos para livrar os sintomas<br />

desconfortáveis que ela provoca, como dores de cabeça, febre etc..<br />

17


No entanto alguns vírus são responsáveis por doenças fatais ou que deixam<br />

seqüelas graves, é o caso da AIDS, onde o vírus baixa radicalmente a resistência do<br />

organismo por atacar as células de defesa. O indivíduo, então, contrai infecções com mais<br />

facilidade e que se tornam graves, podendo matar a pessoa. A poliomielite é outro exemplo<br />

que pode deixar uma pessoa paralítica ou com sérios problemas motores.<br />

Contra algumas doenças viróticas existem vacinas, que são medicamentos<br />

preventivos. A vacinas não curam um organismo já infectado por vírus. São produzidas a partir<br />

de vírus “mortos” ou enfraquecidos. Uma vez introduzidos num indivíduo, esses vírus não têm<br />

condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o organismo a produzir<br />

anticorpos, imunizando-o.<br />

18


Questões para auto-avaliação<br />

1) Com que finalidade se classificam os seres vivos?<br />

2) Considere os seguintes seres vivos: mosca, homem, cavalo, macaco, borboleta e zebra.<br />

Adote um critério de classificação e separe-os em grupos.<br />

3) Quais as características que definem um ser vivo como pertencente à mesma espécie do<br />

outro?<br />

4) Quais são as regras básicas para nomear os seres vivos, de modo a serem identificados<br />

com facilidade no mundo todo?<br />

5) Quais são os cinco reinos da Natureza? Cite um ser de cada reino, como exemplo.<br />

Resposta das questões de auto-avaliação<br />

1) Os seres vivos são classificados para que possam ser estudados com mais facilidade.<br />

2) São vários os critérios que poderiam ser utilizados para separar esses seres; eles poderiam<br />

ser separados, por exemplo, segundo o critério capacidade de voar. Teríamos, assim, dois<br />

grupos:<br />

• Voam: mosca e borboleta<br />

• Não voam: homem, cavalo, macaco e zebra.<br />

3) Dois seres vivos pertencem à mesma espécie quando são capazes de acasalarem entre si<br />

e produzir descendência fértil.<br />

4) Para nomear os seres vivos, usam-se as seguintes regras:<br />

• Escreve-se o nome científico em latim<br />

• O nome científico tem duas partes. A primeira é o nome de gênero e a segunda, o epíteto<br />

específico.<br />

• O gênero deve ser escrito com letra inicial maiúscula e o epíteto específico com letra inicial<br />

minúscula.<br />

• O nome científico deve ser sublinhado ou escrito com letras diferentes das que são usadas<br />

no texto.<br />

5) Reino Animalia: Homem, Reino Plantæ: bananeira, Reino Monera: bactéria, Reino Protista:<br />

ameba e Reino Fungi: cogumelo.<br />

19


PARTE 3: REINO ANIMALIA<br />

Caracterização<br />

Atualmente são conhecidas cerca de 1 milhão de espécies pertencentes ao Reino<br />

Animal, enquanto outras estão sendo constantemente identificadas. Esses organismos,<br />

chamados genericamente de animais, possuem características comuns:<br />

• São peculiares, eucariontes e heterotróficos (grego hetero = outro, diferente; grego trophé =<br />

nutrição). Suas células não possuem parede celular.<br />

• Como são heterotróficos dependem, para sua nutrição, de outros seres vivos.<br />

• A maioria dos animais é capaz de se locomover. As espécies que não se locomovem são<br />

aquáticas e recebem os alimentos trazidos pela água.<br />

• A maioria dos animais possui sistema nervoso e é capaz de reagir rapidamente a<br />

estímulos.<br />

• A reprodução geralmente é sexuada (com troca de gametas).<br />

Os animais dos filos citados na tabela 1 não possuem coluna vertebral, por isso são<br />

chamados de Invertebrados. Além desses filos, existe o filo dos Cordados. Os representantes<br />

desse filo possuem, durante a vida embrionária, três características: notocorda (eixo<br />

esquelético), fendas branquias (perfurações ao lado da faringe) e tubo nervoso dorsal (participa<br />

da formação do sistema nervoso). O filo dos cordados divide-se em 4 subfilos, dos quais<br />

veremos apenas o subfilo dos Vertebrados (tabela 2).<br />

Tabela 1: Os invertebrados<br />

Filo Classes Representantes Características<br />

1. Poríferos Calcários<br />

Hexactinélidas<br />

Demospôngias<br />

2. Celenterados Hidrozoários<br />

Citozoários<br />

Astozoários<br />

3. Platelmintos Turbelários<br />

Trematódeos<br />

Cestóides<br />

Esponjas calcárias<br />

Esponjas de vidro<br />

Esponjas de banho<br />

Hidra e obélia<br />

Águas-vivas<br />

Corais e anêmonas<br />

Planária<br />

Esquistossomo<br />

Cestóideo<br />

Aquáticos<br />

Apresentam pontos na<br />

parede do corpo.<br />

Embora pluricelulares,<br />

não formam tecidos<br />

Aquáticos, formam<br />

tecidos, mas não formam<br />

órgãos.<br />

Possuem cnidoblastos<br />

Vermes de corpo<br />

achatado<br />

dorsoventralmente. De<br />

vida livre e parasitas<br />

4. Nematoda Nematódeos Lombriga, ancilóstomo Vermes de corpo<br />

cilíndrico. De vida livre e<br />

5. Anelídeos Oligoquetos<br />

Poliquetos<br />

Hirudíneos<br />

Minhocas<br />

Nereis<br />

Sanguessugas<br />

parasitas<br />

Vermes anelados. Vida<br />

livre em solos úmidos,<br />

água doce ou salgada.<br />

20


6. Artrópodos Insetos Moscas, barbeiros,<br />

borboletas<br />

7. Moluscos Gastrópodos<br />

Pelecípodos<br />

Cefalópodos<br />

8.<br />

Equinodermos<br />

Crustáceos Camarões, siris,<br />

caranguejos<br />

Aracnídeos Aranhas, escorpiões e<br />

carrapatos<br />

Corpo com cabeça, tórax<br />

e abdômen. Um par de<br />

antenas e três pares de<br />

patas.<br />

Corpo com cefalotórax e<br />

abdômen. Dois pares de<br />

antenas e vários pares<br />

de patas. Maioria<br />

marinho<br />

Corpo com cefalotórax e<br />

abdômen. Não possuem<br />

antenas. Quatro pares<br />

de patas<br />

Quilópodos Centopéias e lacraias Anelados, um par de<br />

patas por anel e com um<br />

par de antenas.<br />

Diplópodos Piolho-de-cobra Anelados, com dois<br />

Asteróides<br />

Ofiuróides<br />

Equinóides<br />

Holoturóides<br />

Crinóides<br />

Tabela 2: Os vertebrados<br />

Caramujos<br />

Ostras e mariscos<br />

Lulas e polvos<br />

Estrelas-do-mar<br />

Ofiúro<br />

Ouriço-do-mar<br />

Pepino-do-mar<br />

Lírio-do-mar<br />

Subfilo Classes Representantes Características<br />

Vertebrados Peixes<br />

cartilaginosos<br />

Tubarão, cação, raia,<br />

quimera.<br />

pares de patas por anel<br />

Animais de corpo mole,<br />

geralmente com concha<br />

calcária. Marinhos, de<br />

água doce e terrestre.<br />

Exclusivamente<br />

marinhos. Espinhos na<br />

superfície do corpo.<br />

Esqueleto interno<br />

formado por placas<br />

calcárias.<br />

Esqueleto cartilaginoso.<br />

Pecilotérmicos. Marinhos e<br />

dulcículas<br />

Peixes ósseos<br />

Cavalo-marinho, bagre, Esqueleto ósseo. Pecilotérmicos.<br />

dourado, cavalinha. Marinhos e dulcículas.<br />

Anfíbios Sapos, rãs, pererecas. Na fase larval são aquáticos e,<br />

quando adultos, terrestres.<br />

Pecilotérmicos.<br />

Répteis Cobra, jacaré, tartaruga. Andar rastejante. Pecilotérmicos.<br />

Escamas ou placas córneas,<br />

Aves Ema, pingüim, tuiuiú,<br />

canário.<br />

Mamíferos Baleia, golfinho, morcego,<br />

homem, cachorro, vaca.<br />

adaptados ao ambiente terrestre.<br />

Capazes de voar. Dípedes.<br />

Homeotermos. Possuem bicos e<br />

penas.<br />

Tetrápodos. Possuem pêlos e<br />

glândulas mamárias.<br />

Homeotermos.<br />

Tendo em vista a extensão do Reino animal vamos abordar apenas os principais<br />

aspectos de cada filo ou subfilo.<br />

21


Invertebrados<br />

1 – Filo Porifera<br />

O Filo Porífera (poríferos) é constituído pelas esponjas, animais sésseis (fixos) que<br />

vivem em ambiente marinho e de água doce.<br />

Quanto à forma, as esponjas podem ser tubulares, ramificadas globulares, em<br />

forma de copa etc.. Quanto à cor, em geral são cinzentas ou pardas. Encontram-se, contudo,<br />

esponjas vermelhas, amarelas, violetas, negras e azuis. Vivem reunidas em colônias que pode<br />

variar em tamanho de 1 milímetro a 2 metros.<br />

O corpo das esponjas é recoberto por poros, daí o nome de Porifera (poros = poro,<br />

phorus = portador de) ao filo. As esponjas têm no ápice do corpo uma abertura denominada<br />

ósculo e internamente uma cavidade chamada átrio.<br />

Os poríferos são animais filtradores: a água e os alimentos entram pelos poros,<br />

circulam pelo átrio, e pelo ósculo são eliminados juntamente com água os restos nãoaproveitáveis.<br />

As esponjas podem se reproduzir tanto assexuadamente, por brotamento, quanto<br />

sexuadamente.<br />

Na reprodução por brotamento aparece um “broto” no corpo do animal que, depois<br />

de um determinado tempo pode soltar-se ou não e formar outro indivíduo.<br />

2 – Filo Cnidaria<br />

Esponja<br />

Os animais que compõem o grupo dos cnidários são aquáticos e quase todos<br />

marinhos.<br />

Os cnidários compreendem as hidras, águas-vivas, caravelas, corais e as<br />

anêmonas-do-mar.<br />

Possuem simetria radial, pois seu corpo pode ser dividido em vários planos de<br />

simetria, dispostos em raios.<br />

22


Nesse filo encontramos dois tipos de indivíduos: as medusas, que são natantes, e<br />

os pólipos, que são fixos. A forma pólipo é cilíndrica, com uma das extremidades apoiadas num<br />

substrato qualquer e a outra livre. A medusa é arredondada (forma de guarda-chuva) e de vida<br />

livre. Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis), e das caravelas<br />

(colônias flutuantes).<br />

Ao longo de todo o corpo do animal, mas em maior quantidade nos tentáculos,<br />

aparecem células especiais chamadas cnidoblastos que, quando tocadas, lançam para fora um<br />

filamento com um líquido urticante. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no ser<br />

humano. Os cnidoblastos participam também na captura de alimentos.<br />

A reprodução dos cnidários pode ser sexuada e assexuada.<br />

A reprodução assexuada pode ser feita por brotamento. A reprodução sexuada se<br />

faz por gametas, com fecundação externa (os gametas se unem na água) ou interna (no<br />

interior da fêmea).<br />

Em muitos cnidários a reprodução assexuada se alterna com a reprodução<br />

sexuada, num ciclo que há também uma alternância das formas de pólipos e medusas. Esse<br />

tipo de reprodução é chamado alternância de gerações ou metagênese.<br />

3 – Filo Platyhelminthes<br />

Os platelmintos são vermes com o corpo achatado (plathyes = achatado;<br />

helminthes = verme ), também chamados de vermes em forma de fita.<br />

Uma espécie de verme terrestre<br />

Actínia (uma espécie de Anêmona)<br />

23


São os primeiros animais a apresentar simetria bilateral. Isso quer dizer que esses<br />

animais têm o corpo formado por duas metades simétricas. Nós, por exemplo, somos bilaterais<br />

simétricos. Existe apenas um plano que divide imaginariamente nosso corpo em duas metades<br />

simétricas.<br />

Alguns platelmintos, como as planárias, de vida livre, vivem na água ou na terra.<br />

Outros, como a tênia ou solitária e o esquistossomo, são parasitas de vertebrados, inclusive do<br />

homem.<br />

A planária tem grande poder de regeneração: às vezes utiliza esta capacidade e<br />

divide-se assexuadamente ao meio. A metade anterior regenera a parte posterior e a metade<br />

posterior regenera a anterior.<br />

Os platelmintos reproduzem-se, na grande maioria das vezes, sexualmente.<br />

Existem platelmintos hermafroditas (tênia e planetária) e platelmintos de sexos separados<br />

(esquistossomo).<br />

Muitos platelmintos têm grande interesse médico pois causam doenças em vários<br />

animais, inclusive no homem. Para compreender como doenças são adquiridas, faz-se<br />

necessário o estudo do ciclo vital dos platelmintos parasitas.<br />

Vejamos agora algumas doenças causadas por platelmintos:<br />

• Esquistossomose<br />

A esquistossomose, também<br />

conhecida como barriga d'água, é doença<br />

causada pelo verme Schistosoma mansoni<br />

(esquistossomo). Esse verme parasita as veias<br />

do intestino, afetando também o fígado e as<br />

vias urinárias. A pessoa infectada, defecando<br />

em local inadequado, elimina os ovos do verme<br />

junto com as fezes. Se eles atingirem a água<br />

doce, desenvolvem-se em larvas chamadas<br />

miracídios. O miracídio precisa de um<br />

caramujo para continuar seu desenvolvimento.<br />

Não qualquer caramujo, mas só dos gêneros<br />

Biomphalaria e Planorbis. Após infestar o<br />

caramujo, o miracídio sofre inúmeras<br />

transformações e passa a chamar-se cercária.<br />

A cercária sai do caramujo e fica nas águas<br />

paradas dos lagos, açudes ou represas.<br />

Ciclo da esquistossomose<br />

24


Quando uma pessoa entra em contato com a água contaminada, seja lavando<br />

roupa, banhando-se ou brincando, a cercária penetra pela pele e circula através da corrente<br />

sangüínea, chegando ao fígado, onde torna-se adulta e o ciclo reinicia.<br />

Como você pode perceber, o esquistossomo precisa de dois hospedeiros para se<br />

desenvolver completamente: um intermediário (que abriga as fases jovens do parasita) – o<br />

caramujo – e um definitivo (que abriga a fase adulta do verme) – o homem.<br />

Sintomas: Os sinais e sintomas da esquistossomose têm relação com a localização dos<br />

vermes no organismo humano. Os doentes apresentam, geralmente, aumento do tamanho do<br />

fígado e do baço e do volume abdominal.<br />

Profilaxia: A profilaxia da doença faz-se pelo combate ao caramujo, que é hospedeiro<br />

intermediário. São também importantes as medidas relativas à educação sanitária,<br />

desincentivando o uso de água parada como lugar para banhos.<br />

• Teníase<br />

A tênia é também chamada de solitária pois geralmente encontra-se apenas um<br />

verme no corpo do hospedeiro. Há dois tipos de solitárias: a Taenia solium e a Taenia saginata.<br />

Ambas são parasitas intestinais e causam doença chamada teníase, sendo que uma adquirese<br />

ingerindo a carne de porco contaminada (Taenia solium) e a outra carne de vaca (Taenia<br />

saginata).<br />

Tênias<br />

O corpo desses animais é dividido em<br />

partes chamadas proglotes. São<br />

animais hemafroditas capazes de se<br />

autofecundar, sendo que os<br />

espermatozóides de uma proglote<br />

fecundam os óvulos de outra proglote<br />

de um mesmo animal. As proglotes<br />

depois de fecundadas e cheias de<br />

ovos são chamadas proglotes<br />

grávidas.<br />

Junto com as fezes de um indivíduo contaminado saem as proglotes cheias de ovos.<br />

Esses ovos podem ser ingeridos por um porco ou vaca. Dentro do corpo do animal esses ovos<br />

dão origem a larvas que perfuram a parede do intestino e são conduzidas pelo sangue até os<br />

músculos (carne). Aí elas se desenvolvem, formando uma bolinha branca chamada cisticerco,<br />

também conhecida como canjiquinha e pipoca. Se o homem comer essa carne mal cozida ou<br />

25


mal passada, os cisticercos poderão desenvolver-se em seu intestino, dando origem a uma<br />

tênia.<br />

Sintomas: Os sintomas da teníase são dores abdominais, alterações no apetite, diarréias e<br />

ocasionais nervosismos. A teníase é muito prejudicial à saúde, pois a tênia consome<br />

praticamente todo o alimento que a pessoa ingere, deixando-a bastante fraca.<br />

Profilaxia: A profilaxia pode ser feita evitando-se comer carnes de porco ou de boi mal cozidas;<br />

através da construção de sanitários em locais adequados; do tratamento da água dos esgotos<br />

e da inspeção rigorosa da carne de porco e de boi nos abatedouros dos açougues.<br />

Há uma forma ainda mais grave dessa doença que recebe o nome de cisticercose.<br />

Grave, e às vezes fatal, essa doença é contraída através da ingestão de ovos do verme em<br />

frutas ou verduras mal-lavadas. Quando isso acontece, repete-se no organismo humano aquilo<br />

que acontece no boi ou no porco: os ovos dão origem a larvas que atravessam a parede<br />

intestinal e atingem órgãos como o globo ocular, os pulmões e o cérebro. Os sintomas dessa<br />

doença dependem da localização dos cisticercos.<br />

4 – Filo Nematoda<br />

Os nematódeos (nemathos = fio, helminthyes = verme) são vermes, como o próprio<br />

nome diz, de corpo alongado e cilíndrico assemelhando-se a um fio.<br />

Estes vermes podem ser de vida livre ou parasitas. Os de vida livre são geralmente<br />

microscópicos e podem ser aquáticos ou terrestres.<br />

Os parasitas podem causar doenças em plantas e animais.<br />

A seguir veremos os principais nematódeos parasitas do homem.<br />

Vermes Doença Contaminação Sintomas Profilaxia<br />

Ancylostom<br />

a<br />

duodenale<br />

e Necator<br />

americanus<br />

Ambos<br />

causam<br />

amarelão<br />

a) andar<br />

descalço: as<br />

larvas<br />

penetram na<br />

sola do pé<br />

b) ingestão de<br />

ovos do verme<br />

Áscaris<br />

Anemia, diarréia,<br />

úlceras<br />

intestinais e<br />

geofagia<br />

(vontade de<br />

comer terra).<br />

a) cuidados com o local<br />

de decomposição de<br />

fezes humanas para<br />

que os ovos do verme<br />

não cheguem ao solo<br />

b) uso de calçados<br />

c) evitar contaminação<br />

de alimentos<br />

Ascaris Ascaridías Ingestão de ovos Falta de apetite, Tomar água filtrada,<br />

26


lumbricoide<br />

s<br />

Wuchereria<br />

bancrofti<br />

Ancylostom<br />

a<br />

brasiliensis<br />

Enterobius<br />

vermicularis<br />

e ou<br />

lombriga<br />

Elefantíase<br />

ou filariose<br />

Bicho<br />

geográfico<br />

Oxiuríase<br />

ou<br />

5 – Filo Annelida<br />

oxiurose<br />

do verme dor no abdômen,<br />

Transmissão de<br />

larvas do verme<br />

através da picada<br />

do mosquito Culex<br />

fatigans<br />

Através da<br />

penetração das<br />

larvas (presentes<br />

nas fezes de gato<br />

e cachorro) na<br />

pele<br />

Ingestão de ovos<br />

junto aos<br />

alimentos; auto-<br />

infecção (levam os<br />

ovos da região<br />

perianal à boca)<br />

diarréia ou prisão<br />

de ventre e as<br />

vezes vômitos<br />

Hipertrofia<br />

(aumento) das<br />

regiões afetadas<br />

(pernas, mamas<br />

ou saco escrotal)<br />

Marcas na pelo<br />

por onde a larva<br />

passa, coceira e<br />

irritação no local<br />

Prurido anal<br />

(geralmente à<br />

noite)<br />

clorada ou fervida. As<br />

verduras devem ser<br />

lavadas cuidadosamente<br />

antes de consumidas<br />

Combate ao mosquito<br />

transmissor em sua fase<br />

adulta ou larvária<br />

Evitar contato com fezes<br />

de animal, principalmente<br />

cães e gatos<br />

Roupa de cama bem<br />

lavada; unhas cortadas<br />

rentes; higiene pessoal;<br />

tratamento de todas as<br />

pessoas infectadas na<br />

família.<br />

Os anelídeos são animais com o corpo segmentado em anéis, característica que<br />

deu nome ao filo.<br />

Alguns vivem no mar, outras na água e na terra,<br />

enquanto outros são exclusivamente terrestres.<br />

Os anelídeos têm aparelho digestório completo,<br />

com boca e ânus. A respiração é cutânea ou através de<br />

brânquias modificadas (nos aquáticos). Os anelídeos são<br />

divididos em três classes: poliquetas, oligoquetas e<br />

hirudíneos. Essa classificação foi feita com base na<br />

presença e no número de filamentos locomotores, as<br />

cerdas. Vejamos a seguir as características de cada uma<br />

dessas classes:<br />

Um anelídeo<br />

27


• Polychaetas (Poliquetos)<br />

Animais marinhos com muitas cerdas, inseridas em projeções laterais ao corpo<br />

chamadas parapódios.<br />

O primeiro anel do corpo desses animais forma a cabeça que é destacada do resto<br />

do corpo do animal. Raramente são hermafroditas; a maioria possui sexos separados.<br />

Exemplos: nereida, sérpula etc..<br />

• Oligochaetas (Oligoquetos)<br />

Animais com poucas cerdas, geralmente terrestres. Respiram pela pele e<br />

apresentam como característica típica o clitelo, que é o órgão responsável pela produção do<br />

casulo, onde neste se abrigam os ovos.<br />

As minhocas são representantes típicos dessa classe. São hemafroditas mas a<br />

reprodução ocorre por fecundação cruzada (dois indivíduos trocam espermatozóides entre si).<br />

As minhocas vivem sob o solo, onde cavam túneis e galerias com movimentos<br />

ondulatórios do corpo. Dessa forma, elas arejam o solo, tornando possível a respiração das<br />

raízes dos vegetais. São por isso úteis à agricultura.<br />

• Hirudinea (Hirudíneos)<br />

São animais que não possuem cerdas, com ventosas ao redor da boca e na região<br />

posterior do corpo que auxiliam na locomoção.<br />

Podem ser aquáticos e terrestres. As sanguessugas representam essa classe.<br />

Algumas sanguessugas são parasitas externos, alimentando-se de sangue. Nesse caso fixamse<br />

à pele do hospedeiro por meio das ventosas.<br />

28


Uma sangria<br />

O Médico entra no quarto com sua maleta, retira dela um frasco de vidro e senta-se<br />

ao lado da cama onde está o paciente deitado de bruços com as costas nuas. Ele abre o<br />

frasco, pega com uma pinça cinco sanguessugas e os coloca sobre as costas do paciente que<br />

se mexe impacientemente.<br />

Após uns 15 minutos, o médico retira os animais que haviam se prendido<br />

fortemente na pele, por ventosas, e os coloca nos vidros. Cada um tem então aspecto<br />

volumoso e rígido.<br />

O médico limpa os pequenos cortes na pele do homem e pergunta como se sente.<br />

Ouve a resposta “parece que estou melhor”.<br />

Essa história é uma descrição de uma sangria, feita com Hirudo medicinalis, ou<br />

seja, a sanguessuga medicinal. Antigamente, essa era uma prática comum para diminuir a<br />

pressão arterial de pessoas que sofriam de hipertensão (pressão alta).<br />

6 – Filo Arthropoda<br />

Os artrópodes constituem o grupo animal mais numeroso existente na Terra: de<br />

cada quatro animais existentes, três são artrópodes! Esses animais vivem em todos os<br />

ambientes: marinhos, fluvial, terrestre e mesmo aéreo.<br />

Os representantes desse filo recebem esse nome porque possuem pernas<br />

articuladas (arthros = articulação, podos = pés) . Não são somente as pernas que possuem<br />

articulações, mas sim todas as demais extremidades, como por exemplo, as antenas e as<br />

peças bucais.<br />

O esqueleto dos artrópodes é externo, recebendo por isso o nome de<br />

exoesqueleto. É muito resistente, formado por uma substância chamada quitina e por sais de<br />

cálcio. A casquinha de siri, do besouro, da cigarra e do camarão são exemplos de<br />

exoesqueleto.<br />

O exoesqueleto não cresce junto com o animal. Assim, de tempos em tempos, é<br />

preciso trocá-lo, do mesmo modo que trocamos nossos sapatos e roupas quando eles se<br />

tornam apertados. Essa troca de exoesqueleto chama-se muda.<br />

O corpo dos artrópodes é, geralmente, dividido em cabeça, tórax e abdômen.<br />

Alguns, como a lacraia, têm corpo dividido em vários segmentos, enquanto outros, como a<br />

aranha, possuem a cabeça e o tórax formando uma única peça chamada cefalotórax.<br />

De acordo com as características que apresentam, os artrópodes podem ser<br />

divididos em três subfilos: Crustacea, Chelicerata (que envolve a classe Arachnida), e Uniramia<br />

(que envolve as classes Insecta, Chilopoda e Diplopoda).<br />

Vejamos as principais características de cada um:<br />

29


• Subfilo Crustacea<br />

São descritas aproximadamente 38 mil espécies de crustáceos. São animais<br />

predominantemente aquáticos, de água doce ou marinhos. Vivem também nas areias das<br />

praias, como os caranguejos, e em terra úmida, como os tatuzinhos-de-jardim.<br />

A variedade de forma dentre os crustáceos é muito grande. Existem indivíduos<br />

macroscópicos e muitas formas microscópicas.<br />

São característicos por possuírem:<br />

• Corpo dividido em cefalotórax e abdômen;<br />

• Dois pares de antenas;<br />

• Cinco ou mais pares de pernas;<br />

• Respiração branquial.<br />

São exemplos de crustáceos: lagosta, camarão, siri, caranguejo, craca etc.<br />

• Subfilo Chelicerata<br />

Os membros deste grupo diferem na forma do corpo e natureza das suas<br />

extremidades. São principalmente terrestres, pequenos, de vida livre e a grande maioria é mais<br />

numerosa em regiões quentes e secas do que em outros lugares. muitos possuem glândulas<br />

venenosas e mandíbulas ou ferrões venenosos, com os quais matam insetos e outros animais<br />

pequenos, cujos líquidos e tecidos moles sugam como alimento.<br />

O corpo de um quelicerado é dividido em cefalotórax e um abdômen. Nenhum<br />

possui antenas, sendo o único subfilo dos artrópodos no qual elas se encontram ausentes. O<br />

primeiro par de apêndices são estruturas alimentares, chamadas quelíceras. O segundo são os<br />

pedipalpos e encontram-se modificados para realizar diferentes funções nas diversas classes.<br />

Os pedipalpos são geralmente seguidos por quatro pares de patas.<br />

Os aracnídeos são animais predominantemente terrestres, vivendo sob pedras,<br />

troncos ou buracos construídos em barrancos.<br />

Esses animais são representados pelos carrapatos, aranhas, escorpiões opiliões,<br />

ácaros etc.<br />

Os escorpiões são os mais antigos<br />

artrópodos terrestres conhecidos. Seus palpos foram<br />

modificados em grandes pinças que auxiliam na defesa<br />

e alimentação.<br />

Escorpião<br />

30


Durante a estação de acasalamento, o macho perambula até encontrar uma fêmea,<br />

com quem inicia uma prolongada corte<br />

As aranhas desenvolveram especialidades, como glândulas capazes de produzir<br />

seda, com a qual confeccionam a teia. Nestes animais, os pedipalpos possuem funções<br />

reprodutoras.<br />

São conhecidas atualmente 32 mil espécies de aranhas.<br />

Os ácaros e carrapatos possuem uma grande importância para o homem, pois<br />

podem ser parasitas de pessoas, animais e plantas , sendo transmissores de doenças.<br />

• Subfilo Uniramia<br />

Os insetos vivem em quase todos os ambientes: ar, terra e na superfície da água.<br />

São os únicos artrópodes capazes de voar.<br />

Os insetos têm as seguintes características:<br />

• Corpo dividido em cabeça , tórax e abdômen;<br />

• Três pares de patas;<br />

• Respiração traqueal;<br />

Uma espécie de escaravelho<br />

Mosquito Aedes aegypti<br />

• Os insetos têm sexos separados e sua fecundação é interna. São animais ovíparos que<br />

podem apresentar três tipos de desenvolvimento: 1) Direto, sem metamorfose:<br />

desenvolvimento ametábolo (a = sem, metabolos = mudança). Do ovo eclode um jovem<br />

semelhante ao adulto. Ex.: traça de livro. 2) Indireto, com metamorfose gradual ou<br />

incompleta: desenvolvimento hemimetábolo (hemis = meio). Do ovo eclode uma forma<br />

chamada ninfa, que é semelhante ao adulto, mas que não tem asas desenvolvidas. Ex.:<br />

gafanhoto, barata, percevejo. 3) Indireto, com metamorfose completa: desenvolvimento<br />

holometábolo (holos = total). Do ovo eclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa<br />

larva passa por um período em que se alimenta ativamente, depois de um certo tempo<br />

31


secreta um casulo que o envolve esse estágio chama-se pupa, quando ocorre a<br />

metamorfose. Dentro do casulo, a larva transforma-se no adulto, que emerge<br />

completamente formado. Ex.: borboleta, mosca etc.<br />

Alguns insetos holometábolos possuem a fase larval aquática, como é o caso de<br />

importantes mosquitos vetores de doenças, exemplos: Culex, que transmite a elefantíase.<br />

Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue e a febre amarela<br />

Os quilópodos e os diplópodos são chamados popularmente de Miriápodos (mil<br />

pés), pois tais animais são caracterizados pelo grande número de patas que possuem.<br />

São exclusivamente terrestres, vivem ao abrigo da luz, lugares úmidos sob folhas,<br />

madeiras, pedras etc.<br />

A coloração do corpo desses animais geralmente é escura, podendo ser parda<br />

clara ou com tons alaranjados.<br />

Os quilópodos têm o corpo achatado<br />

dorsoventralmente, dividido em cabeça e tronco<br />

segmentado: apresentam um par de antenas. Há um<br />

par de patas por segmento do corpo, sendo que o<br />

primeiro segmento é dotado de estruturas para injetar<br />

veneno, denominado forcípulas. São animais<br />

carnívoros, de deslocamento rápido, com tamanho<br />

variado de 1 cm a 20 cm, genericamente chamados de<br />

Lacraia<br />

lacraias ou centopéias.<br />

Os diplópodos têm o corpo cilíndrico e não<br />

possuem forcípulas: seu tronco apresenta dois pares de<br />

patas por segmento, com exceção do primeiro. São<br />

animais herbívoros e de deslocamento lento, que se<br />

enrolam quando são atacados e possuem glândulas<br />

que liberam líquidos repugnantes. São denominados<br />

embuás ou piolho de cobra.<br />

7 – Filo Mollusca<br />

A pérola é formada entre o manto e a concha pela sucessiva deposição de<br />

madrepérola em torno de um grãozinho de areia, um fragmento de concha ou em torno de<br />

vermes microscópicos que ali tenham penetrado.<br />

Piolho-de-cobra<br />

Os moluscos constituem um dos maiores filos animais, incluindo formas como<br />

ostras, caramujos, lulas e polvos. Esses animais são, aparentemente, diferentes entre si.<br />

Possuem no entanto, características em comum que os incluem no mesmo grupo.<br />

32


O termo molusco deriva-se do grego mollis, que<br />

significa mole. O grupo dos moluscos apresenta geralmente<br />

três partes especializadas: a cabeça, com a boca e os órgãos<br />

sensoriais: o pé, geralmente adaptado para locomoção; e a<br />

massa visceral, que aloja os órgão internos. Essa região é<br />

revestida por uma dobra da pele, chamada manto, responsável<br />

pela produção da concha.<br />

Os moluscos são na maioria aquáticos.<br />

Caramujos<br />

Esses animais geralmente possuem uma concha que pode ser externa, formada<br />

por uma só peça, como no caso dos caramujos; ou formadas por duas peças, como no caso<br />

das ostras. Entretanto, nem todos os moluscos a possuem. A lula, por exemplo, apresenta uma<br />

concha interna reduzida, enquanto a lesma e o caracol não possuem nenhuma.<br />

O grupo dos moluscos é muito numeroso e variado. Há moluscos de grande<br />

importância econômica, como as ostras utilizadas na alimentação e as produtoras de pérolas.<br />

8 – Filo Echinodermata<br />

Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, encontrados ao longo<br />

da costa e do fundo do mar. Alguns vivem fixos e os que se locomovem o fazem lentamente.<br />

São exemplos de equinodermos:<br />

estrela-do-mar, ouriço-do-mar, pepino-do-mar,<br />

bolacha-da-praia etc..<br />

Todos os equinodermos apresentam espinhos na<br />

pele: característica que deu nome a este grupo de<br />

animais (esquino = espinho, derma = pele). Em<br />

alguns, como no pepino-do-mar, os espinhos são<br />

atrofiados; em outros, como no ouriço-do-mar, são<br />

fortes e bem desenvolvidos.<br />

Esses animais apresentam um esqueleto interno formado por placas calcárias.<br />

Essa característica os diferencia da grande maioria dos invertebrados que possuem um<br />

esqueleto externo, como no caso dos artrópodes.<br />

As principais características que esses animais apresentam e que os diferenciam<br />

dos demais são:<br />

• Abaixo da pele, há uma carapaça, de onde saem os espinhos também calcários;<br />

• Um aparelho ambulacrário, que participa da movimentação, da respiração, da excreção e<br />

da circulação desses animais:<br />

• corpo com simetria radial.<br />

Estrela-do-mar<br />

33


Subfilo Vertebrata<br />

1 – Superclasse Pisces<br />

Os peixes são animais aquáticos e um dos mais primitivos dentre os vertebrados.<br />

Os animais desse grupo têm o corpo fusiforme o que faz com que sejam excelentes<br />

nadadores.<br />

O coração apresenta duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, por onde só<br />

passa o sangue venoso.<br />

São divididos em 2 classes: os peixes ósseos (Osteichthyes) e os peixes<br />

cartilaginosos (Chondrichthyes).<br />

Os peixes cartilaginosos compreendem os tubarões, os cações, e as raias e as<br />

quimeras. Apresentam as seguintes características:<br />

• Pele com muitas glândulas mucosas e<br />

recoberta por pequenas escamas;<br />

• Esqueleto cartilaginoso;<br />

• Boca ventral e cloaca (bolsa na qual<br />

terminam os sistemas digestivo, urinário e<br />

reprodutor);<br />

• Respiração branquial;<br />

• Ausência de bexiga natatória;<br />

• Reprodução sexuada com fecundação<br />

interna;<br />

• Temperatura corporal variável com o<br />

ambiente (pecilotérmicos).<br />

Os peixes ósseos englobam espécies como o bonito, o baiacu, o bagre, a<br />

sardinha, o cavalo-marinho etc.. Apresentam como características:<br />

• Pele com muitas glândulas mucosas,<br />

geralmente recoberta de escamas;<br />

• Uma linha lateral de cada lado do corpo,<br />

contendo órgãos sensíveis às vibrações da<br />

água circundante;<br />

• Boca anterior;<br />

• Esqueleto ósseo;<br />

•<br />

• Respiração por pares de brânquias cobertas por uma placa chamada opérculo;<br />

• Bexiga natatória geralmente presente;<br />

• Reprodução sexuada; geralmente são ovíparos;<br />

• Temperatura corporal variável com o ambiente (pecilotérmicos).<br />

Peixe cartilaginoso<br />

Peixe ósseo<br />

34


Superclasse Tetrapoda<br />

1 – Classe Amphibia<br />

Os únicos anfíbios que possuem veneno são algumas espécies de sapos, onde tal<br />

veneno é produzido em glândulas denominadas paratóides. Mas o sapo não possui nenhuma<br />

estrutura para injetar o veneno, sendo este eliminado pela compressão das glândulas, o que<br />

ocorre quando são abocanhados por um predador. Se atingir os olhos, o veneno pode provocar<br />

irritação muito forte.<br />

Os anfíbios (amphis = duplo; bios = vida) compreendem os sapos, rãs, pererecas,<br />

salamandras e cobras-cegas. São animais de quatro patas (tetrápodos). Quando adultos<br />

geralmente respiram por pulmões, mas suas larvas (girinos) vivem na água e têm respiração<br />

branquial. Os anfíbios não apresentam escamas. Seu corpo é recoberto por uma pele lisa, fina<br />

e umedecida pela secreção de glândulas, de tal modo que parte da respiração se faz pela pele<br />

(respiração cutânea). São animais pecilotérmicos.<br />

O coração apresenta-se formado por três cavidades, duas aurículas e um<br />

ventrículo. No ventrículo ocorre ampla mistura entre sangue venoso e sangue arterial.<br />

Salamandra<br />

Os anfíbios dependem da água, onde ocorre a fecundação. O ovo origina uma larva<br />

com respiração branquial, que posteriormente sofre metamorfose, transformando-se em um<br />

adulto com respiração pulmonar. É daí que provém o nome da classe, uma vez que os anfíbios<br />

têm uma vida aquática quando jovens e outra terrestre quando adulto.<br />

Usando como critérios sistemáticos a presença ou ausência de patas e cauda nos<br />

adultos, a classe dos anfíbios é dividida em três ordens:<br />

• Anura – sem cauda e com patas. Ex.: sapos, pererecas, rãs.<br />

• Urodela – com cauda e com patas. Ex.: salamandras e tritões.<br />

• Ápoda – com cauda e sem patas. Ex.: cobra-cega.<br />

Perereca<br />

35


2 – Classe Reptila<br />

Os répteis mais temidos são, sem dúvida, as serpentes. Na natureza não há vilões.<br />

Não mate serpentes simplesmente pelo fato de estarem vivas. Elas mantêm o equilíbrio<br />

natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nas plantações e paióis.<br />

Os répteis compreendem as tartarugas, serpentes, lagartos, jacarés e crocodilos.<br />

São animais tetrápodos ou ápodos. Seu corpo é recoberto por escamas ou por placas córneas.<br />

Têm respiração pulmonar e o coração apresenta-se formado por quatro câmaras, duas<br />

aurículas e dois ventrículos. A separação entre os ventrículos não é completa, de modo que<br />

ocorre certa mistura do sangue venoso com o arterial.<br />

Os répteis apresentam fecundação interna e são na maioria ovíparos.<br />

Alguns porém são ovovivíparos. Assim como os anfíbios os répteis são animais<br />

pecilotérmicos.<br />

Réptil: serpente coral<br />

A classe dos répteis pode ser dividida em três ordens principais:<br />

• Chelonia: tartarugas, cágados e jabutis;<br />

• Crocodilia: jacarés e crocodilos<br />

• Lepidosauria: tuatara, lagartos, serpentes e cobras-de-duas-cabeças.<br />

O sucesso dos répteis<br />

Serpente: sucuri<br />

Quando os répteis apareceram no mundo, surgiram com uma inovação – as fêmeas<br />

após serem fecundadas desenvolviam um ovo com casca dura, capaz de ser chocada na areia,<br />

ao Sol, mas em terra e não na água. Isso facilitou a vida dos répteis, pois eles puderam<br />

conquistar novas áreas, mesmo longe da água.<br />

Você sabe que existe cobras e lagartos até nos desertos?<br />

36


Venenosos ou peçonhentos?<br />

venenoso.<br />

Todo ser vivo capaz de produzir substância tóxica (veneno) para outro ser é dito<br />

Os seres vivos que, além de produzirem essas substâncias também possuem<br />

estruturas especiais para a inoculação (introdução) do veneno, são chamados peçonhentos.<br />

Portanto um sapo pode ser venenoso, enquanto que algumas cobras são ditas<br />

peçonhentas assim como também são considerados peçonhentos uma vespa e um escorpião.<br />

a coral verdadeira.<br />

4 – Classe Aves<br />

No Brasil as cobras peçonhentas são: as jararacas, urutus, cascavéis, surucucus e<br />

Embora comumente consideradas bípedes, pois andam sobre apenas dois<br />

membros, as aves são na verdade, tetrápodos. Os membros anteriores transformam-se em<br />

asas, órgãos fundamentais para o vôo.<br />

São animais com o corpo<br />

recoberto de penas, sem dentes e com um<br />

bico córneo. Apresentam os membros<br />

anteriores transformados em asas que lhe<br />

permitem voar.<br />

A respiração é pulmonar, e o<br />

coração é dividido em quatro câmaras<br />

(duas aurículas e dois ventrículos), não<br />

ocorrendo mistura entre o sangue venoso<br />

e o sangue arterial.<br />

Ave brasileira: uirapuru<br />

As aves são animais homeotermos, isto é, possuem mecanismos de manutenção da<br />

temperatura corporal, a qual mantém-se constante independentemente da temperatura<br />

ambiente.<br />

A fecundação é interna e são ovíparas.<br />

37


O vôo das Aves<br />

Muito importantes para o vôo das aves são as formas do corpo e das asas, que<br />

oferecem mínima resistência à passagem do ar.<br />

Os movimentos das asas dependem de músculos situados no peito. Nas aves<br />

voadoras, o osso do peito, chamado esterno, possui uma quilha, onde se prendem músculos<br />

bem desenvolvidos que movimentam as asas.<br />

As aves apresentam outras adaptações para o vôo. Uma delas são os sacos<br />

aéreos. Trata-se de cinco pares de sacos cheios de ar que se ramificam a partir dos pulmões.<br />

Esses sacos penetram entre os órgãos e chegam ao interior dos ossos pneumáticos, outra<br />

adaptação importante nas aves.<br />

Os ossos pneumáticos são ossos muito leves, com cavidades que se enchem de ar<br />

diminuindo assim o peso da ave. Finalmente, também concorre para a redução de peso a não-<br />

retenção de urina e fezes, que são eliminados logo após a sua formação.<br />

5 – Classe Mammalia<br />

Os mamíferos compreendem o<br />

homem, o macaco, o boi, o cachorro, o gato, a<br />

baleia, o morcego etc..<br />

A principal característica dos<br />

mamíferos é a presença de glândulas<br />

mamárias nas fêmeas, daí o nome que<br />

receberam (do latim: mamma = mama, teta:<br />

feros = portador).<br />

Mamífero: morcego<br />

Outra característica importante nos mamíferos é a presença de pêlos recobrindo o<br />

corpo.<br />

Além das glândulas mamárias, os mamíferos possuem outras glândulas, que não<br />

as sebáceas, as sudoríparas, as lacrimais e as odoríferas.<br />

Todos os mamíferos são homeotermos e têm respiração pulmonar, inclusive os<br />

aquáticos como a baleia, o golfinho e o peixe-boi.<br />

Uma outra característica importante nos mamíferos é a presença do diafragma<br />

(músculos que separa o tórax do abdômen, cujos movimentos relacionam-se com a entrada de<br />

ar nos pulmões e com sua saída).<br />

Os mamíferos são animais vivíparos (as fêmeas parem as crias já completamente<br />

formadas) e com fecundação interna.<br />

38


O coração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não<br />

ocorrendo mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.<br />

O sucesso dos mamíferos<br />

A grande vantagem apresentada pelos mamíferos é a capacidade das fêmeas<br />

gerarem seus filhotes dentro do ventre. E isso só se tornou possível para os mamíferos porque<br />

neles as fêmeas possuem um órgão chamado útero, em cujo interior de desenvolve um<br />

embrião. No útero também se forma a placenta, que faz a ligação entre o filho e a mãe. A<br />

placenta permite ao embrião nutrir-se e respirar dentro do ventre da mãe, através do sangue<br />

dela. Depois que o filhote nasce, a placenta é expelida (eliminada) pela mãe.<br />

Questões para auto-avaliação<br />

1) Qual o critério para classificar os dois grandes grupos de animais? Dê exemplos de animais<br />

desses grupos.<br />

2) Cite algumas características que os animais pertencentes ao filo Porifera possuem.<br />

3) A que grupo de animais pertence a água-viva?<br />

4) Qual a diferença entre pólipo e medusa?<br />

5) Qual a função dos cnidoblastos?<br />

6) Quais são as caracterísiticas gerais dos platelmintos?<br />

7) Quais as principais doenças causadas por platelmintos?<br />

8) Quais as principais doenças causadas por nematelmintos?<br />

9) Quais são os principais tipos de anelídeos e qual o critério de divisão utilizado?<br />

10) Cite três exemplos de moluscos.<br />

11) Quais as características gerais dos artrópodes?<br />

12) Dê um exemplo de cada classe de artrópode<br />

13) Qual a principal característica dos equidermos e quais animais fazem parte desse grupo?<br />

14) Apresente 3 diferenças entre peixe ósseo e peixes cartilaginosos.<br />

15) Quais os tipos de respiração que os anfíbios possuem?<br />

16) Dê um exemplo de cada tipo de réptil.<br />

17) Qual a diferença entre um animal peçonhento e um venoso?<br />

18) Quais as principais características das aves?<br />

19) Quais as estruturas que favorecem o vôo nas aves?<br />

20) Quais as principais características dos mamíferos?<br />

39


Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) Os animais são subdivididos em vertebrados e invertebrados, conforme possuam ou não<br />

coluna vertebral. São vertebrados: peixes, sapos, jacarés, etc.; e invertebrados: lombriga,<br />

aranha, camarão etc..<br />

2) São animais aquáticos, vivem fixos, possuem poros e sua nutrição depende da água que<br />

lhes atravessa o corpo.<br />

3) Ao grupo dos celenterados.<br />

4) Os pólipos são na maioria fixos enquanto que as medusas são móveis.<br />

5) Os cnidoblastos auxiliam na defesa e captura de alimentos.<br />

6) O corpo é achatado em forma de fatias, possuem simetria bilateral, podem ser de vida livre<br />

ou parasitas.<br />

7) Esquistossomose e teníase.<br />

8) Ancilostomíase, ascaridíase, oxiurose, elefantíase etc..<br />

9) São os oligoquetos: minhocas; poliquetos: nereida; hirudíneos: sanguessugas. O critério<br />

utilizado é a quantidade de cerdas.<br />

10) São as ostras, caramujos e lulas.<br />

11) Os artrópodes possuem patas articuladas, exoesqueleto e o corpo segmentado.<br />

12) Crustáceos: camarão; Insetos: mosca; Aracnídeos: escorpião; Diplópodo: piolho-de-cobra;<br />

Quilópodo: lacraia.<br />

13) Todos os equinodermos possuem pele com espinhos, simetria radial, um esqueleto<br />

formado por placas calcárias e um sistema ambulacrário. Fazem parte a estrela-do-mar,<br />

pepino-do-mar etc..<br />

14) Peixes ósseos: esqueleto ósseo, boca anterior e opérculo protegendo as brânquias.<br />

Peixes cartilaginosos: esqueleto cartilaginoso, boca ventral e ausência de opérculo.<br />

15) Quando larvas (girinos), a respiração é branquial; quando adulto é pulmonar e cutânea.<br />

16) Tartaruga, crocodilo lagartos e cobras.<br />

17) Todo ser vivo capaz de produzir substâncias tóxicas (veneno) para outro ser é dito<br />

venenoso. Os seres vivos que, além de produzirem essas substâncias, também possuem<br />

estruturas especiais para a inoculação (introdução) do veneno são chamados peçonhentos.<br />

18) Corpo recoberto por penas, bico córneo e membros anteriores transformados em asas.<br />

19) Presença de asas, ossos pneumáticos, sacos aéreos e esterno em forma de quilha.<br />

20) O corpo recoberto por pêlos, glândulas mamárias, diafragma, glândulas sudoríparas,<br />

sebáceas e lacrimais.<br />

40


PARTE 4 – REINO PLANTAE<br />

Caracterização<br />

O Reino Plantae compreende seres eucariontes, pluricelulares, autotróficos, que<br />

realizam fotossíntese.<br />

A exemplo dos animais, o organismo vegetal é constituído por células. Contudo,<br />

sua organização é bastante diferente. Se seus órgãos têm funções paralelas às dos sistemas<br />

animais, o mesmo não pode se dizer da sua estrutura. Em relação aos animais falamos em<br />

sistemas digestório, respiratório, reprodutor, etc.; no que diz respeito às plantas, tratamos de<br />

órgãos: a raiz, o caule, a folha, a flor, o fruto e a semente.<br />

A classificação dos vegetais possui ligeiras diferenças em relação à classificação<br />

animal. Ao invés de usar o termo Filo, usa-se o termo Divisão.<br />

As plantas são divididas em dois grandes grupos:<br />

• Criptógamas (kripto, escondido): plantas que possuem as estruturas produtoras de<br />

gametas pouco evidentes<br />

• Fanerógamas (phanero, evidente): possuem as estruturas produtoras de gametas bem<br />

visíveis.<br />

Os órgãos e suas funções<br />

A raiz tem por função fixar a planta ao solo e retirar dele água e sais minerais,<br />

essenciais à vida vegetal. O caule mantém a planta ereta. Em seu interior encontram-se vasos<br />

condutores de seiva. Por seiva entende-se o líquido absorvido pelas raízes (seiva bruta) e as<br />

substâncias produzidas pela fotossíntese (seiva elaborada).<br />

Há vegetais que não possuem vasos condutores (algas e musgos). Nesse caso, a<br />

distribuição da seiva se faz de célula a célula. A maioria, porém, é dotada de vasos condutores.<br />

Do caule partem ramos onde se prendem as folhas, levando a seiva bruta e<br />

trazendo a seiva elaborada. As folhas são, portanto, a parte dos vegetais onde ocorre a<br />

fotossíntese. A seiva elaborada por ela produzida é distribuída todas as partes do vegetal,<br />

garantindo a sua sobrevivência.<br />

Nas folhas também acontecem os processos de respiração e transpiração vegetal.<br />

Flores e sementes são órgãos que se relacionam com a reprodução vegetal.<br />

41


Criptógamas<br />

As criptógamas podem ser divididas, com base na organização do corpo, em<br />

grupos menores:<br />

1 – Talófitas<br />

As talófitas são plantas cujo corpo é um talo, estrutura não diferenciada em raiz,<br />

caule e folha. São as algas pluricelulares.<br />

Um dos critérios de classificação das algas<br />

é a cor. As algas segundo esse critério são divididas<br />

em:<br />

• Chrorophyta (clorofíceas): as algas verdes;<br />

• Phaeophyta (feofíceas): as algas pardas;<br />

• Rhodophyta (rodofíceas): as algas vermelhas.<br />

A importância das algas<br />

As algas realizam a maior parte da fotossíntese que ocorre no Planeta. São,<br />

portanto, os mais importantes produtores de alimento e energia.<br />

Grande quantidade de oxigênio existente na hidrosfera e na atmosfera se deve à<br />

fotossíntese realizada pelas algas.<br />

As algas vermelhas são ricas em iodo e constituem uma valiosa de substâncias<br />

como o ágar-ágar (utilizado em laboratório para a cultura de bactérias) e a carragenina<br />

(utilizada como estabilizador de sorvetes, pastas de dentes e doces).<br />

2 – Briófitas<br />

As briófitas são plantas de pequeno<br />

porte, sendo que na maioria não ultrapassa 20 cm<br />

de altura.<br />

Vivem em ambientes úmidos e<br />

sombreados, uma vez que não são susceptíveis à<br />

dessecação.<br />

Musgo<br />

Alga<br />

42


As briófitas apresentam estruturas chamadas rizóides, caulóides e filóides que<br />

desempenham um papel semelhante ao da raiz, caule e folhas. No entanto, não têm vasos<br />

condutores de seiva; tanto a seiva elaborada quanto a bruta passam diretamente de uma célula<br />

para outra, através de suas paredes.<br />

O grupo das briófitas tem os musgos como principal representante.<br />

3 – Pteridófitas<br />

As pteridófitas são as primeiras plantas a<br />

possuir vasos condutores de seiva. A existência dos<br />

vasos possibilitou às plantas a conquista definitiva do<br />

ambiente terrestre. Os vasos permitem o transporte<br />

rápido da água e sais minerais até as folhas e de seiva<br />

elaborada para as demais partes da planta.<br />

Os principais representantes do grupo são<br />

as samambaias e as avencas.<br />

Nas pteridófitas as folhas se desenrolam a partir do centro da planta.<br />

A reprodução é feita por meio de esporos, que freqüentemente são produzidos em soros<br />

localizados na parte de baixo das folhas (são aqueles pontinhos alaranjados que vemos às<br />

vezes nas samambaias). Ocorre alternância de gerações, sendo o vegetal adulto produtor de<br />

esporos que, uma vez no chão, dão origem a uma plantinha parecida com um coração (prótalo)<br />

e que produz os gametas. Esses se unem e vão dar origem a uma nova planta.<br />

Fanerógamas<br />

Samambaia<br />

Nas fanerógamas os óvulos e o pólen são os gametas feminino e masculino,<br />

respectivamente.<br />

Dentre as fanerógamas temos as Gimnospermas, que produzem estróbilos como<br />

estruturas reprodutoras, que são erradamente denominados flores; e as Angiospermas, que<br />

produzem flores.<br />

Uma flor pode ser definida, de maneira ampla, como um “ramo” modificado e<br />

adaptado à reprodução. Sobre as folhas modificadas desse ramo é que se formam as<br />

estruturas reprodutivas das plantas fanerógamas.<br />

A semente é uma estrutura que contém em seu interior um pequeno embrião em<br />

repouso, além de grande quantidade de células e material nutritivo para garantir a germinação.<br />

As sementes têm origem a partir dos óvulos, formados nas flores.<br />

43


1 – Gimnospermas<br />

As fanerógamas são divididas em dois grandes grupos:<br />

As gimnospermas são as primeiras plantas a produzirem flores (inflorescências) e<br />

sementes, porém não produzem frutos (grego = gymnos = nua, grego = sperma = semente) .<br />

As gimnospermas mais conhecidas são os pinheiros, ciprestes e sequóias. No<br />

Brasil uma gimnosperma nativa é a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná.<br />

As flores da gimnosperma são chamadas de cones ou estróbilos.<br />

Essas flores são de um só sexo, masculino ou feminino.<br />

As gimnospermas estão mais adaptadas às regiões temperadas Chegam a formar<br />

vegetações como as taigas no Hemisfério Norte e a mata de araucária no sul do Brasil.<br />

As sequóias são gimnospermas de grande porte e ocorrem na Califórnia (Estados<br />

Unidos). Essas plantas chegam a atingir 120 metros de altura e seus troncos podem chegar a<br />

ter diâmetro de 12 metros.<br />

Estima-se que as sequóias atuais tenham aproximadamente 4000 anos de idade.<br />

2 – Angiospermas<br />

Araucária<br />

As angiospermas possuem como característica exclusiva, a semente contida no<br />

interior de um fruto (grego angio = urna; sperma = semente). Por esse motivo são conhecidas<br />

como plantas frutíferas.<br />

As angiospermas correspondem ao grupo de plantas com maior número de<br />

espécies sobre a Terra. Ocorrem em ampla diversidade de hábitats, existindo desde espécies<br />

aquáticas até plantas adaptadas a ambientes áridos, como os cactos.<br />

.<br />

44


Economicamente, as angiospermas representam<br />

uma fonte de inestimável importância para o homem. Seus<br />

órgãos, como raiz, caule, folhas, flores, sementes e frutos,<br />

podem servir de alimento para a população humana. Além<br />

disso, servem, também como fontes de matéria-prima para<br />

as mais diversas atividades humanas e industriais.<br />

A principal característica que permite distinguir esses dois grupos é o número de<br />

cotilédones presentes na semente. Os cotilédones são folhas modificadas que fazem parte do<br />

corpo do embrião e que podem armazenar nutrientes que serão fornecidos a ele durante os<br />

estágios iniciais de desenvolvimento. Como o próprio nome diz, nas monocotiledôneas há<br />

apenas um cotilédone por semente, enquanto nas dicotiledôneas há dois cotilédones por<br />

semente.<br />

São exemplos de monocotiledôneas: Alho, cebola, aspargo, abacaxi, bambu,<br />

grama, arroz, trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, gengibre e palmeiras em geral: coco-da-baía,<br />

babaçu, etc.<br />

São exemplos de dicotiledôneas: Vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango,<br />

pêra, maçã, feijão, ervilha, goiaba, jabuticaba, algodão, cacau, limão, maracujá, cacto,<br />

mamona, mandioca, seringueira, batata, mate, tomate, jacarandá, café, abóbora, melancia, etc.<br />

A formação da semente<br />

Nas angiospermas a fecundação se dá quando o núcleo masculino (proveniente do<br />

grão de pólen) e o núcleo feminino (oosfera, proveniente do óvulo) se encontram, formando o<br />

zigoto, ainda no ovário da flor.<br />

O zigoto, uma célula simples, sofre então muitas divisões celulares e dá origem a<br />

um pequeno embrião, pluricelular.<br />

O óvulo fecundado desenvolve-se formando então uma semente. Ela contém um<br />

embrião e substâncias nutritivas que o alimentarão quando a semente germinar.<br />

A formação de uma ou mais sementes no interior de um ovário provoca o seu<br />

desenvolvimento e ele, crescendo muito origina um fruto, enquanto murcham todas as demais<br />

partes da flor.<br />

Bananeira: um exemplo de<br />

angiosperma<br />

45


Questões para auto-avaliação<br />

1) Quais os grupos em que se divide o Reino Plantae?<br />

2) Quais os principais órgãos de uma planta e quais as funções?<br />

3) Qual a principal característica das algas e a importância desse grupo de organismos?<br />

4) Como se dá a condução de seiva na briófitas? Dê um exemplo de briófita.<br />

5) Quais as plantas que fazem parte do grupo das pteridófitas?<br />

6) Qual a principal característica das fanerógamas e em quais grupos ela se divide?<br />

7) Como se caracterizam as gimnospermas e as angiospermas? Dê exemplos.<br />

8) Qual o nome das flores das gimnospermas?<br />

9) As angiospermas se subdividem em dois grupos; quais são eles? Dê exemplos.<br />

Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) O reino Plantae se divide em:<br />

• Criptógamas: plantas que não produzem flores nem sementes. Ex.: algas, musgos e<br />

samambaias;<br />

• Fanerógamas: plantas que produzem flores e sementes. Ex.: pinheiros, roseiras,<br />

coqueiros.<br />

2) São: raiz - fixação e absorção; caule - fixação e condução; folhas - fotossíntese,<br />

transpiração e respiração, flores e sementes - reprodução.<br />

3) As algas têm o copo formado por um talo, não podendo se diferenciar raiz, caule ou folhas.<br />

Esses organismos são responsáveis pela maior parte da fotossíntese que ocorre no planeta.<br />

4) As briófitas não têm vasos condutores de seiva; tanto a seiva elaborada quanto a bruta<br />

passam diretamente de uma célula para outra, através de suas paredes. Os musgos<br />

pertencem ao grupo das briófitas.<br />

5) São as samambaias e avencas.<br />

6) As fanerógamas são plantas que produzem flores e sementes. Elas se dividem em<br />

gimnospermas e angiospermas.<br />

7) As gimnospermas produzem flores e sementes, porém não produzem frutos. As<br />

angiospermas produzem flores e sementes, que ficam abrigadas no interior de um fruto.<br />

8) Cones ou estróbilos<br />

9) As angiospermas se dividem em:<br />

• Monocotiledôneas (1 cotilédone): alho, cebola, aspargo, abacaxi, bambu, grama, arroz,<br />

trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, etc.<br />

• Dicotiledôneas (2 cotilédones): Vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango, pêra, maçã,<br />

feijão, ervilha, goiaba, jabuticaba, etc.<br />

46


Caracterização<br />

PARTE 5 – REINO FUNGI<br />

Os fungos mais conhecidos são os bolores, fermentos, lêvedos, orelhas de pau,<br />

mofos e cogumelos. São todos organismos eucariontes e heterotróficos. Podem viver<br />

livres na água ou no meio terrestre, onde há predominância de matéria orgânica.<br />

Para poderem absorver a matéria orgânica de que<br />

necessitam, os fungos mantêm três tipos de relacionamentos<br />

com outros seres vivos: saprofitismo (nutrem-se de restos de<br />

seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo<br />

(associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e<br />

parasitismo (nutre-se de substâncias orgânicas do corpo de<br />

animais ou plantas vivos).<br />

A maioria dos fungos é constituída por filamentos<br />

microscópicos denominados hifas, que em conjunto formam<br />

um emaranhado denominado micélio.<br />

A importância dos fungos<br />

Os fungos desempenham importantíssimo papel na Natureza: são eles que,<br />

juntamente com as bactérias do solo, fazem a decomposição de cadáveres de animais e de<br />

plantas. Nesse papel de decompositores da cadeia alimentar, eles permitem a reciclagem dos<br />

elementos químicos que constituem a matéria orgânica. Se não fosse assim, os elementos se<br />

esgotariam para os seres vivos.<br />

Os fungos são antigos aliados da humanidade, utilizados na fermentação do pão e<br />

na produção de bebidas alcoólicas. Além disso eles emprestam um sabor característico ao<br />

queijos tipo roquefort, camembert, gorgonzola e muitos outros, sem falar na utilização de<br />

fungos diretamente na alimentação, como é o caso dos famosos champignons.<br />

Os fungos têm importância médica pois podem causar doenças no homem, nos<br />

vegetais e nos animais. As doenças causadas por fungos recebem o nome de micoses.<br />

As principais micoses humanas são: o sapinho, a frieira e as micoses de pele. Nos<br />

vegetais os fungos podem causar doenças como: as “ferrugens”, e os “carvões”.<br />

Ainda temos os fungos do gênero Penicillium, que são empregados na fabricação<br />

de antibióticos naturais.<br />

Um exemplo de fungo<br />

47


Por que cresce a massa do pão?<br />

O fermento biológico é um tipo de fungo utilizado desde a Antigüidade na produção<br />

de pães e bebidas alcoólicas. Somente com o uso do microscópio verificou-se que o fermento<br />

é constituído de seres vivos, unicelulares que se produzem por esporos e brotamento.<br />

O fermento colocado na massa do pão alimenta-se dela e produz gás carbônico.<br />

Com a formação de bolhas de gás carbônico no interior da massa, esta aumenta de volume e<br />

se torna porosa, originando um pão macio.<br />

A técnica de produção de bebidas alcoólicas é semelhante. O fungo presente no<br />

caldo da cana, no suco da uva ou em outro líquido açucarado utiliza o açúcar como alimento e<br />

realiza sua fermentação. Nesse processo são liberados gás carbônico e álcool. Assim, do suco<br />

de uva produz-se vinho e do caldo de cana produz-se cachaça.<br />

48


Questões para auto-avaliação<br />

1) Quais os fungos mais conhecidos? Cite duas características principais.<br />

2) Onde podem viver os fungos?<br />

3) Quais as relações que os fungos podem manter com outros seres vivos?<br />

4) Como são chamadas as doenças provocadas por fungos?<br />

Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) Os fungos mais conhecidos são os bolores, fermentos, lêvedos, orelhas-de-pau, mofos e<br />

cogumelos. São todos organismos eucariontes e heterotróficos.<br />

2) Podem viver livremente na água ou no meio terrestre, onde há predominância de matéria<br />

orgânica.<br />

3) Os fungos mantêm três tipos de relacionamentos com outros seres vivos: saprofitismo<br />

(nutrem-se de restos de seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo<br />

(associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e parasitismo (nutre-se de<br />

substâncias orgânicas do corpo de animais ou plantas vivos).<br />

4) São chamadas de micoses.<br />

49


Caracterização<br />

PARTE 6 – REINO PROTISTA<br />

Os seres classificados no Reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas<br />

células são eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos (grego<br />

autos = por si mesmo; trophé = nutrição) ou heterótrofos. Podemos dividir o Reino Protista em<br />

dois grupos: o das algas e o dos protozoários.<br />

1 – Algas<br />

Os protistas autótrofos, organismos microscópicos, constituem a maior parte do<br />

plâncton marinho e dulcícula. São de fato os mais importantes produtores desses<br />

ecossistemas, isto é, pela fotossíntese, produzem os alimentos que direta ou indiretamente<br />

garantem a vida de todos os demais seres. Eles também são chamados de algas<br />

unicelulares.<br />

As algas unicelulares pertencentes ao Reino Protista distribuem-se por três<br />

divisões: Chrysophyta (diatomácias e crisofítas), Euglenophyta (euglenóides) e Pyrrophyta<br />

(dinoflagelados).<br />

Pode-se referir às algas como crisofíceas ou crisófitas, por exemplo, valendo esta<br />

nomenclatura para as outras classes.<br />

• Crisófitas (grego chrysos = ouro; grego phykia = alga): são as algas douradas,<br />

representadas principalmente pelas diatomáceas;<br />

• Euglenófitas (grego eu = bem; grego glene = encaixe): são algas esverdeadas que<br />

possuem um ou dois flagelos, vivem principalmente em água doce. O principal<br />

representante é a Euglena;<br />

• Pirrófitas (grego pyrrhos = avermelhado, cor de fogo): são as “algas de fogo”, assim<br />

chamadas por causa da cor avermelhada que possuem. Algumas vivem em água doce mas<br />

a maioria é marinha. Um exemplo interessante de pirrófita é a Noctiluca, que possui<br />

luminescência, sendo responsável, em grande parte, pela luminosidade do mar e da areia<br />

molhada, que se pode observar facilmente à noite.<br />

50


2 – Protozoários<br />

Antigamente referia-se ao Filo dos Protozoários. Atualmente o termo protozoário<br />

tem sido empregado como uma designação coletiva, sem valor taxonômico. Os antigos<br />

Subfilos passaram a ser os atuais Filos.<br />

A classificação dos protozoários é feita com base nas estruturas de locomoção que<br />

apresentam. Os principais Filos de protozoários são:<br />

• Sarcodina (sarcodíneos): locomovem-se através de pseudópodos. Ex.: as amebas;<br />

• Mastigophora (mastigóforos): locomovem-se através de flagelos. Também conhecidos<br />

como flagelados. Ex.: tripanossomo;<br />

• Ciliophora (ciliados): locomovem-se através de cílios. Ex.: paramécio;<br />

• Sporozoa (esporozoários): não possuem estruturas de locomoção. Ex.: plasmódio.<br />

Os protozoários (grego protos = primeiro; grego zoon = animal) formam um grupo<br />

numeroso, com uma grande variedade de formas, adaptadas aos mais diferentes modos de<br />

vida. Eles ocorrem em praticamente em todos os ambientes aquáticos e terrestres. Existem<br />

espécies de vida livre e parasitas.<br />

As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são<br />

capazes de executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou<br />

órgãos especializados.<br />

Os protozoários podem se locomover por<br />

pseudópodos, cílios e flagelos, embora haja também<br />

espécies sem locomoção.<br />

Os pseudópodos (grego pseudo = falso;<br />

grego podos = pé) são expansões de citoplasma que<br />

permitem um lento deslizamento do organismo. Esses<br />

pseudópodos se alongam e alargam, e assim mudam<br />

constantemente a forma da célula durante o<br />

deslocamento.<br />

Ameba<br />

Os cílios são filamentos curtos que ocorrem em grande número por célula,<br />

enquanto os flagelos são longos e cada célula apresenta apenas um ou alguns poucos. Nos<br />

dois casos eles batem coordenadamente e possibilitam a natação do organismo numa<br />

determinada direção.<br />

Muitos protozoários são parasitas do homem causando diversas doenças. Veja no<br />

quadro a seguir as principais:<br />

51


Espécie Classe Doença Sintomas Transmissão<br />

Entamœba histolytica Rizópodo Amebíase Ulcerações intestinais,<br />

Trypanosoma Cruzi Flagelado Doença<br />

Leishmania<br />

brasiliensis<br />

de<br />

Chagas<br />

Flagelado Úlcera de<br />

Bauru<br />

Trichomonas vaginalis Flagelo Tricomoní<br />

ase<br />

diarréia,<br />

enfraquecimento<br />

Problemas no<br />

coração, inchaço do<br />

baço e fígado, mal<br />

estar<br />

Ulcerações (feridas<br />

que não cicatrizam)<br />

no rosto, braços e<br />

pernas<br />

Vaginite, uretrite,<br />

corrimento<br />

Giardia lamblia Flagelado Giardíase Dores abdominais,<br />

Plasmodium vivax Esporozoá<br />

rio<br />

Questões para auto-avaliação<br />

diarréia<br />

Malária Febres, anemia,<br />

lesões no baço e no<br />

fígado<br />

Ingestão de cistos<br />

eliminados com as<br />

fezes humanas.<br />

Fezes do inseto<br />

barbeiro (Triatoma<br />

sp.)<br />

Picada do mosquito<br />

palha (Phlebotomus<br />

sp.)<br />

Relação sexual ou<br />

toalhas e objetos<br />

úmidos<br />

contaminados<br />

Ingestão de cistos<br />

eliminados com<br />

fezes humanas<br />

Picada de mosquito-<br />

prego (Anopheles<br />

sp.).<br />

1) Quais as características dos organismos pertencentes ao reino Protista?<br />

2) Qual a importância das algas unicelulares nos ecossistemas aquáticos?<br />

3) Por que as células dos protozoários são chamadas de “células organismos”?<br />

4) Dê exemplos de protozoários.<br />

5) Cite 3 doenças causadas por protozoários.<br />

52


Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) Os seres classificados no reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas células são<br />

eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos ou heterótrofos<br />

2) São os mais importantes produtores desses ecossistemas, isto é, pela fotossíntese,<br />

produzem os alimentos que direta ou indiretamente garantem a vida de todos os demais<br />

seres.<br />

3) As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são capazes de<br />

executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou órgãos<br />

especializados.<br />

4) São protozoários: o paramécio, a ameba e o tripanossomo.<br />

5) Amebíase, Doença de Chagas e Malária.<br />

53


PARTE 7 – REINO MONERA<br />

Caracterização<br />

O reino Monera compreende bactérias e cianobactérias.<br />

As bactérias e as cianobactérias são seres unicelulares, embora várias espécies se<br />

apresentem como colônias, formadas por agrupamentos celulares.<br />

Além da unicelularidade, os seres pertencentes ao Reino Monera possuem a<br />

propriedade de serem procariontes, ou seja, suas células não possuem membrana nuclear, a<br />

ausência dessa membrana resulta na difusão do material genético no citoplasma.<br />

1 – Bactérias<br />

Com cerca de 3000 espécies, as bactérias estão entre os menores e mais simples<br />

organismos e são, provavelmente, os organismos mais abundantes do planeta, sendo<br />

encontradas em praticamente todos os meios: na terra, na água e no ar, na superfície ou no<br />

interior de organismos, em objetos e nos materiais em decomposição.<br />

A maioria das bactérias não ultrapassa 1µm (micrômetro), mas algumas podem<br />

atingir 10µm ou mais ( o micrômetro é a milésima parte do milímetro).<br />

De acordo com a forma que apresenta, elas recebem um denominação específica:<br />

cocos (esféricas), bacilos (alongadas, em forma de bastonete), espirilos (em forma de espiral)<br />

e vibriões (lembram uma vírgula).<br />

Os cocos podem se associar, formando diversos tipos de colônias:<br />

• Diplococos: colônia de dois indivíduos;<br />

• Tétrade: colônia de quatro indivíduos;<br />

• Estreptococos: colônia em forma de colar ou fila;<br />

• Estafilococos: colônia em forma de cacho;<br />

• Sarcina: colônia em forma de cubo;<br />

• Pneumococos: colônia de dois indivíduos, em forma de<br />

chama de vela;<br />

• Gonococos: colônia de dois indivíduos, em forma de rim.<br />

Bactéria da leptospirose<br />

54


As bactérias em geral são heterótrofas, mas existem espécies autótrofas e<br />

parasitas de animais, inclusive do homem.<br />

Dentre as doenças de maior gravidade causadas por bactérias, devem ser<br />

lembradas a meningite, a tuberculose, a difteria, a lepra, a febre tifóide, a disenteria<br />

bacilar, o tétano, e o cólera.<br />

Muitas dessas doenças podem ser evitadas pela vacinação como, por exemplo, a<br />

tuberculose, a difteria, o tétano e a meningite.<br />

A importância das bactérias<br />

Quando falamos em bactérias, em geral as associamos a doenças. Porém, nem<br />

todas são nocivas à saúde. Muitas espécies são úteis ao homem, dentre elas bactérias do<br />

ácido acético, utilizadas na fabricação de vinagre, e os lactobacilos, empregados na<br />

preparação de coalhadas, iogurtes, queijos etc. Além disso, as bactérias são fundamentais<br />

para o equilíbrio da natureza. Como exemplo podemos citar as que participam do ciclo do<br />

nitrogênio, permitindo sua utilização pelas plantas terrestres.<br />

Devemos lembrar ainda das bactérias decompositoras, que permitem a reciclagem<br />

de elementos através da decomposição dos corpos mortos. As bactérias que vivem no nosso<br />

trato digestivo produzem vitaminas essenciais à nossa saúde.<br />

2 – Cianobactérias<br />

As cianobactérias são organismos unicelulares procariontes.<br />

Algumas vivem isoladamente, enquanto outras se associam em colônias de até 1<br />

metro de comprimento.<br />

São seres autótrofos fotossintetizantes. Além<br />

da clorofila, as cianobactérias possuem ficocianina<br />

(pigmento azul) e a ficoeritrina (pigmento vermelho).<br />

As cianobactérias são seres de grande<br />

distribuição natural, ocorrendo em água doce, terra e mar.<br />

São bastante comuns em fontes termais, suportando<br />

temperaturas acima de 80 º C. Em associação com certas<br />

espécies de fungos, formam os línquenes.<br />

Cianobactéria<br />

Elas têm pequena exigência de nutrientes, proliferando em qualquer ambiente onde<br />

haja apenas gás carbônico, nitrogênio, água, alguns minerais e luz.<br />

Algumas cianobactérias são capazes de fixar o nitrogênio do ar atmosférico,<br />

aproveitando esse gás para construir suas proteínas.<br />

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Questões para auto-avaliação<br />

1) Quais as principais características dos moneras?<br />

2) Onde podem ser encontradas as bactérias?<br />

3) Cite uma importância das bactérias.<br />

4) Cite 3 doenças causadas por bactérias.<br />

5) Onde são encontradas as cianobactérias?<br />

Respostas das questões de auto-avaliação<br />

1) São unicelulares e procariontes<br />

2) São encontradas em praticamente todos os meios: na terra, na água e no ar, na superfície<br />

ou no interior de organismos, em objetos e nos materiais em decomposição.<br />

3) As bactérias decompositoras permitem a reciclagem dos elementos através da<br />

decomposição dos corpos mortos.<br />

4) Meningite, tuberculose e cólera<br />

5) As algas são seres de grande distribuição natural, correndo em água doce, terra e mar.<br />

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GLOSSÁRIO<br />

Abiogênese: o mesmo que geração espontânea. Explicação para a origem dos seres vivos,<br />

que supõe a formação desses seres a partir da matéria não viva.<br />

Adaptação: Conjunto de características de um organismo que lhe permite a sobrevivência e<br />

reprodução num determinado ambiente.<br />

Anemia: tipo de doença que provoca fraqueza e debilita a pessoa. É causada pela redução de<br />

células vermelhas do sangue.<br />

Anticorpo: substância produzida pelo organismo para destruir substâncias estranhas que nele<br />

penetrem.<br />

Assexuada: que ocorre sem a participação de elementos sexuais.<br />

Autótrofo: organismo vivo capaz de sintetizar seu próprio alimento.<br />

Bexiga natatória: Estrutura presente nos peixes ósseos; constitui um saco armazenador de<br />

gases, com a função de ajustar o peso específico do animal ao da água, facilitando a flutuação.<br />

Biogênese: Teoria segundo a qual todos os seres vivos originam-se de outros seres já<br />

existentes.<br />

Brânquia: Conjunto de filamentos delicados em cujo interior existem capilares sangüíneos s;<br />

promovem a respiração para certos animais, como os peixes.<br />

Coacervados: conjunto de proteínas aglomeradas e circundadas por uma película líquida.<br />

Clorofila: pigmento verde dos vegetais, de importância fundamental para a fotossíntese,<br />

atuando como elemento responsável pela absorção de luz.<br />

Coníferas: designação comum para um grupo de plantas das gimnospermas, que produzem<br />

sementes não abrigadas em um fruto.<br />

Cotilédone: folha embrionária que contém reservas nutritivas para o embrião da planta.<br />

Decompositores: organismos, como a maioria das bactérias e dos fungos, que transformam a<br />

matéria orgânica morta em material simples, possível de ser reutilizado pelos demais seres<br />

vivos.<br />

Diafragma: músculo que separa o tórax do abdômen; sua atividade é fundamental para a<br />

ocorrência da respiração nos mamíferos.<br />

Embrião: organismo vivo nos primeiros estágios de seu desenvolvimento.<br />

Espécie: Unidade de classificação que abrange os indivíduos com grandes semelhanças<br />

físicas e fisiológicas e capazes de se cruzarem entre si, originando descendentes férteis.<br />

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Esporo: célula reprodutora que apresenta capacidade de germinação, resultando na formação<br />

de um novo indivíduo idêntico àquele que o originou.<br />

Fecundação: processo de encontro entre duas células reprodutoras (gametas). Desse<br />

encontro surge o zigoto ou ovo.<br />

Gameta: célula reprodutora sexuada.<br />

Girino: nome dado às fases larvárias de sapos e rãs.<br />

Glândula: qualquer célula ou conjunto de células capazes de produzir substâncias que são<br />

mantidas no seu interior ou expelidas para fora.<br />

Hermafrodita: ser vivo que possui órgãos reprodutores dos dois sexos.<br />

Heterótrofo: organismo vivo que não é capaz de sintetizar seu próprio alimento.<br />

Hospedeiro: organismo vivo que abriga no interior do seu corpo outro ser vivo, geralmente um<br />

parasita.<br />

Metamorfose: processo de mudanças na estrutura de um organismo durante a passagem da<br />

fase larvar para a fase adulta.<br />

Mutação: modificação que ocorre na estrutura genética, presente no interior do núcleo celular,<br />

de um organismo vivo.<br />

Orgânica: que se refere a organismo.<br />

Ovíparo: animal que põe ovos.<br />

Ovo: resultado da fecundação do óvulo pelo espermatozóide.<br />

Óvulo: célula sexual feminina.<br />

Parasita: organismo vivo que se aloja em outro causando-lhe prejuízo.<br />

Patogênico: organismo vivo capaz de produzir doença em outro.<br />

Pecilotérmico: animal cuja temperatura varia de acordo com a temperatura do ambiente.<br />

Procarionte: célula em que o material genético não está isolado do citoplasma.<br />

Proteína: substância orgânica que constitui o principal componente químico dos organismos<br />

vivos.<br />

Pseudópodo: saliência da membrana plasmática, que ocorre em algumas células, servindo<br />

para captura de alimento e locomoção.<br />

Saprófitas: grupo de seres vivos que se nutrem de matéria orgânica morta, fazendo sua<br />

decomposição. O mesmo que decompositores.<br />

Seiva bruta: líquido formado por água e sais minerais que circula na planta, nutrindo-a.<br />

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Seiva elaborada: líquido formado por água e outras substâncias produzidas pelo vegetal, que<br />

nele circula, completando sua nutrição.<br />

Seleção natural: teoria que afirma que todos os seres vivos são selecionados pelo ambiente,<br />

de modo a que os mais aptos sobrevivam.<br />

Teoria: Conjunto de conhecimentos que apresentam uma certa credibilidade e explicam<br />

determinado fenômeno<br />

Vivíparo: animal cujos filhotes se desenvolvam originalmente no interior do organismo da<br />

fêmea.<br />

Zigoto: célula resultante da fecundação, isto é, do encontro do gameta masculino com o<br />

feminino.<br />

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Parte 1: <strong>Seres</strong> vivos e não vivos<br />

COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, ATIVIDADES.<br />

É muito importante ressaltar as diferenças entre os seres vivos e os seres brutos ou<br />

inanimados, para isso você pode pedir para que os alunos façam uma lista de “coisas” que eles<br />

considerem que sejam vivos e outras que eles considerem não vivos. Baseando-se nessa lista<br />

você poderá promover uma discussão com a classe para verificar se os seres que estão na<br />

lista possuem todas as características necessárias para que sejam considerados seres vivos.<br />

Seria interessante se os alunos pudessem observar uma célula através de um<br />

microscópio, geralmente o interesse por esse tipo de atividade é muito grande.<br />

Se você dispuser do microscópio aqui estão duas práticas fáceis que geralmente<br />

dão um bom resultado.<br />

Material: microscópio, gilete, lâmina, conta-gotas, corante: azul de metileno, palitos (tipo<br />

sorvete), recipientes (pequenos) para água, recipiente (pequenos) para os cortes, pincel,<br />

cebola.<br />

1) Observação de células de cebola<br />

Procedimento:<br />

• Retirar a “pelinha” da cebola (camada de células) com a gilete e colocar no recipiente para<br />

cortes contendo água;<br />

• Com um pincel, transferir a película da cebola para a lâmina;<br />

• Colocar uma gotinha de azul de metileno, cobrir com uma lamínula e levar ao microscópio<br />

para observação.<br />

• Desenhar o que foi observado<br />

2) Observação de células da mucosa bucal<br />

Procedimento:<br />

• Raspar a bochecha com o palito e retirar células da mucosa bucal;<br />

• Transferir o material para a lâmina;<br />

• Com o conta-gotas pingar uma gotinha de azul de metileno e cobrir com lamínula;<br />

• Levar ao microscópio e observar<br />

• Desenhar o que foi observado.<br />

Obs.: Chamar a atenção dos alunos para as diferenças entre esses tipos de células,<br />

principalmente quanto a forma e o tamanho.<br />

60


Parte 2: Classificação e nomenclatura dos seres vivos<br />

É importante deixar claro que os seres vivos são classificados segundos alguns<br />

critérios para que possam ser melhor estudados.<br />

Para que os alunos tenham mais claro o que são critérios de classificação você<br />

poderia, por exemplo, colocar uma lista de nomes (ou um cartaz com gravuras) de animais na<br />

lousa e pedir para que eles agrupem esses animais da maneira que eles acharem melhor.<br />

Depois pedir para que alguns alunos coloquem os grupos que formaram na lousa e dizem qual<br />

foi o critério escolhido para aquela separação.<br />

Parte 3: Reino Animalia<br />

Os alunos geralmente têm muita curiosidade quanto o assunto trata de animais.<br />

Muitas vezes não é possível trabalhar-se com exemplares desses seres, o que seria muito<br />

interessante, na impossibilidade é importante que o professor lance mão de gravuras, slides,<br />

atlas, etc., pois em algumas situações o animal não é familiar.<br />

Não é raro os alunos levarem para a sala de aula animais que encontraram perto<br />

de casa, na escola etc., quando isso acontecer explore o máximo possível o fato.<br />

Quando o assunto for verminoses seria interessante discutir o problema da higiene<br />

individual e coletiva. Destacar bem esse aspecto, pois seu cunho social e político é da maior<br />

importância. É preciso esclarecer que o lançamento de esgoto in natura em valas e riachos não<br />

causa um problema apenas estético, mas antes de tudo, sanitário.<br />

Parte 4: Reino Plantae<br />

Sem dúvida trabalhar com plantas é muito mais fácil do que com animais. A<br />

germinação de sementes de feijão, alpiste, milho, etc., é uma boa prática para se realizar com<br />

alunos. Se você resolver executá-la peça para que os alunos façam observações diárias e<br />

promova uma discussão em sala sobre cada etapa do desenvolvimento do vegetal.<br />

Quando você estiver tratando dos órgãos e de suas funções na planta seria<br />

interessante que você realizasse alguns experimentos. Aqui vão algumas sugestões:<br />

Raiz: para constar a função de absorção das raízes você pode colocar uma planta<br />

com raiz em um recipiente transparente com água. Para que não ocorra evaporação dessa<br />

água você deve colocar um pouco de óleo (pode ser o de cozinha) neste recipiente; deste<br />

modo o óleo ficará em cima e não permitirá que a água evapore. Feito isto você deve fazer<br />

61


uma marca no nível da água e depois colocar a planta em um local iluminado. Esperar uns dois<br />

dias e verificar o nível da água. Você notará que o nível da água abaixou, como a possibilidade<br />

de evaporação está descartada você comprovará que a raiz absorveu a água.<br />

Caule: Para constatar a função de condução no caule você deve ter em mãos uma<br />

flor branca (rosa, palma, cravo, crisântemo), água, anilina e prosseguir da seguinte maneira:<br />

• Misturar água e anilina em um recipiente (a solução deve ser concentrada).<br />

• Em seguida fazer um corte transversal no talo da planta (o talo da planta deve ficar uns 15<br />

cm) e colocá-la rapidamente nessa solução.<br />

• Depois de 30 min. observar.<br />

caule.<br />

Você notará que as pétalas da flor vão ficar coloridas, resultado da condução do<br />

• Folha: para constatar que nas folhas ocorre o processo de transpiração da planta, você<br />

deverá prosseguir da seguinte maneira:<br />

• Pegar um saco plástico e um barbante e amarrá-lo em um galho de uma planta que deverá<br />

ficar exposta ao sol (pode ser uma planta da escola ou vaso).<br />

• Depois de uns 20 minutos observar.<br />

Você notará que existe água no interior do saco plástico. Explicar para os alunos<br />

que a transpiração ocorre em forma de vapor mas em contato com o saco plástico o vapor se<br />

condensa.<br />

Parte 5: Reino Fungi<br />

É muito fácil conseguir uma laranja “mofada”, você poderia utilizar esse tipo de<br />

material para observação dos fungos no microscópio.<br />

Você poderia também dissolver um pouco o fermento biológico (fermento de pão)<br />

em um pouco de água e levar ao microscópio para observação.<br />

Parte 6: Reino Protista e Parte 7: Reino Monera<br />

O ideal seria a observação desses seres no microscópio. Se isso não for possível<br />

consiga ilustrações para que os alunos tomem contato com os mesmos.<br />

Uma estratégia que têm motivado os alunos é a pesquisa. Você poderia pedir para<br />

que os alunos fizessem uma pesquisa a respeito das doenças causadas por protozoários e<br />

bactérias. Os alunos poderão fazer painéis com as medidas preventivas contra essas doenças<br />

e também falando da importância da vacinação no caso de algumas doenças.<br />

62


Questões de avaliação<br />

1) Quais são as características básicas que um organismo deve apresentar para ser<br />

considerado um ser vivo?<br />

2) Relacione as colunas:<br />

(a) autótrofo ( ) possui membrana nuclear<br />

(b) fotossíntese ( ) possui mais de uma célula<br />

(c) heterótrofo ( ) processo de produção de alimentos<br />

(d) procarionte ( ) se alimentam de outros seres<br />

(e) unicelular ( ) o material genético não está em um núcleo<br />

(f) eucarionte ( ) etapas de desenvolvimento de um ser vivo<br />

(g) pluricelular ( ) seres que produzem seu alimento<br />

( ) possui apenas uma célula<br />

3) O que significa classificar e qual o principal critério que devemos adotar para fazer uma<br />

classificação?<br />

4) Associe os seres com seus respectivos reinos:<br />

( a ) roseira ( ) Animalia<br />

( b ) protozoário ( ) Monera<br />

( c ) bactéria ( ) Plantæ<br />

( d ) cogumelo ( ) Fungi<br />

( e ) gato ( ) Protista<br />

5) Relacione os grupos com as características:<br />

(a) Poríferos ( ) células urticantes<br />

(b) Celenterados ( ) vermes em forma de fio<br />

(c) Platelmintos ( ) água viva; hidra<br />

(d) Nematelmintos ( ) poros por toda a superfície<br />

(e) Anelídeos ( ) pólipos e medusas<br />

( ) corpo segmentado em anéis ( ) Ascaris; ancilóstomo<br />

( ) vermes em forma de fita ( ) presença de cerdas<br />

( ) planária; esquistossomo ( ) minhoca; sanguessuga<br />

( ) primeiros que apresentam simetria bilateral ( ) elefantíase; amarelão<br />

( ) teníase; barriga d’água<br />

63


6) Assinale C (certo) ou E (errado)<br />

( ) Todos os artrópodes apresentam corpo segmentado, exoesqueleto e patas articuladas.<br />

( ) Os crustáceos e os aracnídeos têm corpo dividido em cefalotórax e abdômen.<br />

( ) Os insetos possuem seis patas.<br />

( ) Os crustáceos e os insetos possuem dois pares de antenas.<br />

( ) Os aracnídeos e os crustáceos são artrópodes com quatro pares de patas.<br />

( ) Os crustáceos são artrópodes exclusivamente aquáticos.<br />

( ) A muda ocorre em todos os artrópodes.<br />

( ) Os diplópodos possuem um par de patas por segmento.<br />

7) Quais as características dos equinodermos? Dê exemplos.<br />

8) Em que característica os peixes se assemelham aos anfíbios e répteis?<br />

9) Dê um exemplo de peixe ósseo e um exemplo de peixe cartilaginoso.<br />

10) Por possuir glândulas que produzem veneno, o sapo pode ser considerado um animal<br />

perigoso?<br />

11) Complete as sentenças, comparando anfíbios e répteis:<br />

a) A pele dos répteis é seca e sem glândulas: a dos anfíbios é ______________________ .<br />

b) Os répteis têm apenas respiração pulmonar, os anfíbios têm respiração branquial na fase<br />

larval e, na fase adulta, respiração ______________________________________ .<br />

c) Para a reprodução os répteis não dependem da água e os anfíbios ________________ .<br />

12) Escreva uma característica comum aos mamíferos e aos répteis.<br />

13) Que características se aplicam a todos os répteis?<br />

14) O que significa dizer que as aves são vertebrados homeotermos?<br />

15) Quais são as estruturas que facilitam o vôo nas aves?<br />

16) Quais as características comuns a todos os mamíferos?<br />

17) Associe corretamente:<br />

(a) raiz ( ) reprodução<br />

(b) caule ( ) condução<br />

(c) folha ( ) absorção<br />

(d) flores e sementes ( ) fotossíntese, transpiração, respiração<br />

64


18) Coloque A para angiospermas, B para briófitas, G para gimnospermas, P para pteridófitas<br />

e T para as talófitas.<br />

( ) não possuem vasos condutores de seiva ( ) são divididas em mono e dicotiledôneas<br />

( ) produzem flores mas não produzem frutos ( ) abacateiros; roseiras; mangueiras<br />

( ) são as samambaias e avencas ( ) são as algas pluricelulares<br />

( ) seu corpo é constituído por um talo ( ) as flores são chamadas de estróbilos<br />

( ) são os pinheiros<br />

19) Qual a principal característica dos moneras e quais organismos fazem parte desse reino?<br />

20) Cite algumas doenças causadas por bactérias.<br />

21) Qual a principal característica dos protistas e quais organismos fazem parte desse Reino?<br />

22) Cite algumas doenças causadas por protistas.<br />

23) Em que tipos de ambientes podemos encontrar os fungos? Dê exemplos de fungos.<br />

65


Respostas das questões de avaliação<br />

1) Quais são as características básicas que um organismo deve apresentar para ser<br />

considerado um ser vivo?<br />

R: Para ser considerado um ser vivo o organismo precisa: ser formado por células,<br />

ter nutrição, ter capacidade de movimentação, reagir a estímulos, ter um ciclo vital,<br />

ter capacidade de reprodução e poder adaptar-se.<br />

2) Relacione as colunas<br />

(a) autótrofo ( f ) possui membrana nuclear<br />

(b) fotossíntese ( g ) possui mais de uma célula<br />

(c) heterótrofo ( b ) processo de produção de alimentos<br />

(d) procarionte ( c ) se alimentam de outros seres<br />

(e) unicelular ( d ) o material genético não está em um núcleo<br />

(f) eucarionte ( a ) seres que produzem seu alimento<br />

(g) pluricelular ( e ) possui apenas uma célula<br />

3) O que significa classificar e qual o principal critério que devemos adotar para fazer uma<br />

classificação?<br />

R: Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critérios.<br />

Devemos observar as semelhanças e as diferenças existente em cada membro do<br />

grupo.<br />

4) Associe os seres com seus respectivos reinos:<br />

( a ) roseira ( e ) Animalia<br />

( b ) protozoário ( c ) Monera<br />

( c ) bactéria ( a ) Plantæ<br />

( d ) cogumelo ( d ) Fungi<br />

( e ) gato ( b ) Protista<br />

5) Relacione os grupos com as características:<br />

( a ) Poríferos ( d ) Nematelmintos<br />

( b ) Celenterados<br />

( c ) Platelmintos<br />

( e ) Anelídeos<br />

66


( b ) células urticantes ( c ) planária, esquistossomo<br />

( d ) vermes em forma de fio ( e ) minhoca, sanguessuga<br />

( b ) água viva, hidra ( d ) áscaris, ancilóstomo<br />

( a ) poros por toda superfície ( c ) primeiros que apresentaram simetria bilateral<br />

( b ) pólipos e medusas ( d ) elefantíase, amarelão<br />

( e ) corpo segmentado em anéis<br />

( c ) vermes em forma de fita<br />

( e ) presença de cerdas<br />

( c ) teníase, barriga-d’água<br />

6) Assinale C (certo) ou E (errado)<br />

( c ) Todos os artrópodes apresentam corpo segmentado, exoesqueleto e patas articuladas.<br />

( c ) Os crustáceos e os aracnídeos têm corpo dividido em cefalotórax e abdômen.<br />

( c ) Os insetos possuem seis patas.<br />

( e ) Os crustáceos e os insetos possuem dois pares de antenas.<br />

( e ) Os aracnídeos e os crustáceos são artrópodes com quatro pares de patas.<br />

( e ) Os crustáceos são artrópodes exclusivamente aquáticos.<br />

( c ) A muda ocorre em todos os artrópodes.<br />

( e ) Os diplópodos possuem um par de patas por segmento.<br />

7) Quais as características dos equinodermos? Dê exemplos.<br />

R: Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, com o corpo coberto de<br />

espinhos e com um aparelho ambulacrário.<br />

8) Em que característica os peixes se assemelham aos anfíbios e répteis?<br />

R; Peixes, anfíbios e répteis são animais pecilotérmicos.<br />

9) Dê um exemplo de peixe ósseo e um exemplo de peixe cartilaginoso<br />

R: Ósseo: sardinha; cartilaginoso: tubarão<br />

10) Por possuir glândulas que produzem veneno, o sapo pode ser considerado um animal<br />

perigoso?<br />

R: Não, pois ele não dispõe de meios para inocular o veneno.<br />

11) Complete as sentenças, comparando anfíbios e répteis:<br />

a) A pele dos répteis é seca e sem glândulas: a dos anfíbios é recoberta por glândulas de<br />

muco.<br />

67


) Os répteis têm apenas respiração pulmonar, os anfíbios têm respiração branquial na fase<br />

larval e, na fase adulta, respiração pulmonar e cutânea.<br />

c) Para a reprodução os répteis não dependem da água e os anfíbios dependem.<br />

12) Escreva uma característica comum aos mamíferos e aos répteis.<br />

R: Todos têm respiração pulmonar, são heterótrofos<br />

13) Que características se aplicam a todos os répteis?<br />

R: pele seca, pecilotermia, respiração pulmonar<br />

14) O que significa dizer que as aves são vertebrados homeotermos?<br />

R: Significa que as aves mantêm a temperatura do corpo constante, não variando com a<br />

temperatura do ambiente.<br />

15) Quais são as estruturas que facilitam o vôo nas aves?<br />

R: Asas, ossos pneumáticos, sacos aéreos, esterno em forma de quilha.<br />

16) Quais as características comuns a todos os mamíferos?<br />

R: São homeotermos, heterótrofos, têm respiração pulmonar, possuem glândulas<br />

mamárias e o corpo recoberto de pêlos.<br />

17) Associe corretamente:<br />

( a ) raiz ( d ) reprodução<br />

( b ) caule ( b ) condução<br />

( c ) folha ( a ) absorção<br />

( d ) flores e sementes ( c ) fotossíntese, transpiração, respiração<br />

18) Coloque A para angiospermas, B para briófitas, G para gimnospermas, P para pteridófitas e<br />

T para as talófitas.<br />

( B ) não possuem vasos condutores de seiva ( A ) são divididas em mono e dicotiledôneas<br />

( G ) produzem flores mas não produzem frutos ( A ) abacateiros, roseiras, mangueiras<br />

( P ) são as samambaias e avencas ( T ) são as algas pluricelulares<br />

( T ) seu corpo é constituído por um talo ( B ) são os musgos<br />

( G ) são os pinheiros ( G ) as flores são chamadas de estróbilos<br />

68


19) Qual a principal característica dos moneras e quais organismos fazem parte desse reino?<br />

R: São unicelulares e procariontes. As bactérias e cianobactérias.<br />

20) Cite algumas doenças causadas por bactérias.<br />

R: Meningite, tuberculose, cólera, tétano.<br />

21) Qual a principal característica dos protistas e quais organismos fazem parte desse reino?<br />

R: São seres unicelulares e eucariontes. Os protozoários e algas unicelulares.<br />

22) Cite algumas doenças causadas por protistas.<br />

R: Doença de Chagas, malária, amebíase, giradas.<br />

23) Em que tipos de ambientes podemos encontrar os fungos? Dê exemplos de fungos.<br />

R: Podem viver livremente na água ou no meio terrestre, onde há predominância de<br />

matéria orgânica. Cogumelos, bolor etc..<br />

69


Bibliografia; crédito das fotos e ilustrações<br />

• Kimball, J. W. – BIOLOGIA – Fondo Educativo Interamericano S. A. - México, 1 971<br />

• Paulino, W. R. – Coleção BIOLOGIA ATUAL, 8 ª edição – Editora Ática, 1 992<br />

• Marcondes, A. C. ; Lammoglia, D. Â. – Coleção BIOLOGIA CIÊNCIA DA VIDA – Atual<br />

Editora, 1 994<br />

• Albuquerque, N. E. – Coleção BIOLOGIA – Editora Lê, 1 993<br />

• Amabis, J. M. ; Martho, G. R. – Coleção BIOLOGIA, 1 ª EDIÇÃO – Editora Moderna, 1 999<br />

• Linhares, S. ; Gewandsznajder – BIOLOGIA, PROGRAMA COMPLETO – Editora Ática, 1<br />

999<br />

• Silva Junior, C. da ; Sasson, S. – Coleção BIOLOGIA, 5 ª edição – Editora Atual, 1 989<br />

• Marcondes, A. C. ; Lammoglia, D. Â. – Coleção AULAS DE BIOLOGIA, vol. 3: Zoologia e<br />

Botânica, 2 ª edição – Atual Editora, s/ data<br />

• Storer, T. I. ; Usinger, R. L. ; Stebbins, R. C. ; Nybakken, J. W. – ZOOLOGIA GERAL, 6 ª<br />

edição – Companhia Editora Nacional, 1 991.<br />

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