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madeira serrada de eucalipto: desafios e perspectivas - Ipef

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MADEIRA SERRADA DE EUCALIPTO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos processos e novos equipamentos para processar <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>. Atualmente as<br />

empresas ma<strong>de</strong>ireiras <strong>de</strong> alguns paises preferem processar toras <strong>de</strong> pequeno diâmetro, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serem estas mais a<strong>de</strong>quadas á automação e á mecanização.<br />

Além disso, foram <strong>de</strong>senvolvidos novos produtos para o aproveitamento das <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>s <strong>de</strong><br />

menores dimensões produzidas pelas menores toras. O Brasil po<strong>de</strong>ria aproveitar essa tendência para<br />

<strong>de</strong>senvolver uma nova indústria ma<strong>de</strong>ireira com base em florestas <strong>de</strong> rápido crescimento e curtas<br />

rotações, pois é dono da melhor <strong>eucalipto</strong>cultura do mundo. Po<strong>de</strong>r-se-ia aproveitar o potencial <strong>de</strong>sse<br />

gênero, que respon<strong>de</strong> rapidamente ao melhoramento genético e ao manejo.<br />

O aproveitamento <strong>de</strong> florestas <strong>de</strong> rápido crescimento na produção <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> é<br />

fundamental na diminuição das concentrações <strong>de</strong> CO2 na atmosfera, pois o gás absorvido da atmosfera e<br />

contido na <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> é imobilizado durante toda a existência da <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>, sendo tanto mais efetivo, quanto<br />

mais duradoura é a peça <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>. Assim sendo, enquanto a <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> existe na forma <strong>de</strong> móveis,<br />

objetos <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>, construções e componentes para edificações, a atmosfera terrestre estará com menor<br />

concentração <strong>de</strong> CO2, o principal responsável pelo efeito estufa. Assim sendo o uso do produto florestal<br />

como <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> sólida além dos benefícios econômicos e sociais, gera também conseqüências positivas<br />

para o meio ambiente.<br />

Neste trabalho se preten<strong>de</strong> discutir as possibilida<strong>de</strong>s, os obstáculos, as <strong>perspectivas</strong> para o uso<br />

intensivo do <strong>eucalipto</strong> como matéria prima para <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong>, bem como as ações necessárias para<br />

que isso se torne realida<strong>de</strong>.<br />

SITUAÇÃO ATUAL<br />

A <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> tem sido usada como <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> em vários paises: Austrália, África<br />

do Sul, Chile, Nova Zelândia, Uruguai e Argentina. No Brasil o uso do <strong>eucalipto</strong> como <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong><br />

é bastante incipiente. Nenhuma serraria processa atualmente <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> plantada e manejada para esse fim.<br />

Algumas poucas processam <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> originária <strong>de</strong> floresta plantada e manejada para produção <strong>de</strong> lenha,<br />

fibra, carvão ou outra finalida<strong>de</strong>. A maioria das serrarias que serram <strong>eucalipto</strong> são pequenas unida<strong>de</strong>s<br />

que processam toras produzidas em pequenos talhões ou em divisas, e que ultrapassaram a ida<strong>de</strong> e<br />

diâmetro para serem transformados em lenha, carvão, e não tem as características a<strong>de</strong>quadas para postes.<br />

A <strong>eucalipto</strong>cultura brasileira tem <strong>de</strong>monstrado ser uma das mais produtivas, avançadas e competitivas<br />

do mundo. Até agora essas vantagens tem sido aproveitadas somente pelas indústrias <strong>de</strong> celulose, <strong>de</strong><br />

painéis e pelas indústrias si<strong>de</strong>rúrgicas através do carvão. O <strong>eucalipto</strong> ainda não participa ativamente da<br />

indústria da <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> e da indústria <strong>de</strong> laminados e compensados. O autor estima que a produção<br />

anual <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> <strong>de</strong> <strong>eucalipto</strong> <strong>de</strong>ve situar-se em torno <strong>de</strong> 50.000 metros cúbicos, cerca <strong>de</strong> 0,25%<br />

da produção nacional. As causas prováveis <strong>de</strong> tão baixa participação são: falta <strong>de</strong> informação, tabus<br />

sobre a <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> e, até agora, abundante disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras espécies florestais.<br />

Até o presente o <strong>eucalipto</strong> não foi seriamente encarado como um recurso a<strong>de</strong>quado para a<br />

produção <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> e <strong>de</strong> seus produtos tais como móveis, componentes para edificações,<br />

material para embalagens e paletes. Há uma crença bastante arraigada <strong>de</strong> que o <strong>eucalipto</strong> racha<br />

<strong>de</strong>masiadamente durante o processamento e mesmo <strong>de</strong>pois, que a <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>de</strong>forma anormalmente, e que<br />

por essas razões não po<strong>de</strong> ser economicamente aproveitável.<br />

O <strong>eucalipto</strong> apresenta algumas características que realmente dificultam seu aproveitamento.<br />

Essas dificulda<strong>de</strong>s não são, todavia, maiores do que as que apresentam a maioria das <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>s. O<br />

ma<strong>de</strong>ireiro brasileiro acostumado a trabalhar com toras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong>s nativas nas<br />

serrarias tradicionais, ainda não se habitou à idéia <strong>de</strong> processar toras <strong>de</strong> 15 a 20 cm <strong>de</strong> diâmetro, das<br />

quais não po<strong>de</strong> obter tábuas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> largura. O processamento <strong>de</strong>ssas toras exige equipamentos<br />

específicos para que seja alcançada uma produtivida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada.<br />

Técnicos do IPT, prevendo lacunas no fornecimento <strong>de</strong> <strong>ma<strong>de</strong>ira</strong> <strong>serrada</strong> para os vários setores<br />

industriais das, I regiões sul e su<strong>de</strong>ste do país, começaram a estudar alternativas para o aproveitamento<br />

das espécies reflorestadas. I Em 1977, iniciou-se o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> usos para os Pinus. Naquela<br />

Anais do Seminário Internacional <strong>de</strong> Utilização da Ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Eucalipto para Serraria - 51

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