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Alternativas para a geração de energia renovável no ... - SOBER

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(ONU). Destes 51 projetos, a maior parte referem-se exclusivamente a usinas <strong>de</strong> açúcar<br />

e álcool, que tradicionalmente fazem a co-<strong>geração</strong> a partir do bagaço da cana-<strong>de</strong>-açúcar.<br />

Para as usinas <strong>de</strong> açúcar e álcool, os investimentos <strong>para</strong> a comercialização <strong>de</strong>sses<br />

créditos são reduzidos, pois os maiores aportes são feitos antes, na infra-estrutura <strong>para</strong> a<br />

co-<strong>geração</strong> <strong>de</strong> <strong>energia</strong> a partir do bagaço (um investimento que oscila entre R$ 30<br />

milhões e R$ 40 milhões). Para as empresas, o próprio projeto <strong>de</strong> co-<strong>geração</strong> com<br />

biomassa já possui o retor<strong>no</strong> por si próprio; o crédito <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> seria uma receita<br />

adicional, que torna o projeto mais atrativo (USINAS..., 2006).<br />

Há exemplos <strong>de</strong> usinas que já vêm negociando esses créditos <strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> a partir<br />

da co-<strong>geração</strong>. A Central <strong>de</strong> Álcool Lucélia (<strong>no</strong> interior <strong>de</strong> São Paulo), por meio <strong>de</strong> sua<br />

subsidiária Bio<strong>energia</strong> do Brasil, fechou contrato com o Japão <strong>para</strong> negociar créditos <strong>de</strong><br />

carbo<strong>no</strong> ao preço superior a 12 euros por tonelada; a Organização Balbo, com duas<br />

usinas <strong>de</strong> açúcar e álcool em funcionamento <strong>no</strong> interior <strong>de</strong> São Paulo negocia créditos<br />

<strong>de</strong> carbo<strong>no</strong> <strong>para</strong> o Japão; intermediados pelo ABN Amro, e com ágio, uma vez que a<br />

matéria-prima - cana-<strong>de</strong>-açúcar - é orgânica, e consi<strong>de</strong>rada um diferencial <strong>no</strong> mercado.<br />

Esses créditos são negociados a 17 euros por tonelada.<br />

Entretanto, há um significativo entrave <strong>para</strong> o Brasil, <strong>no</strong> que diz respeito à<br />

efetivação da co-<strong>geração</strong> <strong>de</strong> <strong>energia</strong> pelo bagaço da cana-<strong>de</strong>-açúcar, que se concentra na<br />

ausência <strong>de</strong> políticas institucionais e reguladoras que favoreçam o sistema <strong>de</strong><br />

comercialização <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes energéticos gerados pelo setor.<br />

As usinas e <strong>de</strong>stilarias aguardam maiores <strong>de</strong>cisões por parte dos órgãos<br />

governamentais e dos órgãos reguladores quanto às garantias <strong>de</strong> comércio, vantagens e<br />

programas <strong>de</strong> investimento. O Proinfa, por exemplo, favoreceu a aquisição <strong>de</strong><br />

máquinas, todavia não conseguiu manter os juros baixos, culminando em um ambiente<br />

<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> investimentos em <strong>no</strong>vas plantas co-geradoras.<br />

As propostas <strong>de</strong> compra que privilegiam as <strong>energia</strong>s re<strong>no</strong>váveis não são<br />

garantidas e encontram resistência por parte das concessionárias, que não <strong>de</strong>sejam<br />

per<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha <strong>no</strong> preço. Outro fator também relacionado ao preço, diz<br />

respeito às exigências técnicas <strong>para</strong> a regularização das unida<strong>de</strong>s co-geradoras <strong>para</strong><br />

venda <strong>de</strong> <strong>energia</strong>, em função das dificulda<strong>de</strong>s burocráticas estabelecidas pela legislação,<br />

o que acaba ampliando os custos e o preço final <strong>para</strong> comercialização.<br />

Por conseqüência <strong>de</strong>sses entraves políticos e legislativos, falta garantia <strong>para</strong><br />

efetivação <strong>de</strong> um sistema consolidado e <strong>de</strong> longo prazo, que garanta às empresas o<br />

retor<strong>no</strong> dos investimentos exigidos <strong>para</strong> a a<strong>de</strong>quação nesse <strong>no</strong>vo cenário energético.<br />

Para consolidar essas idéias, a tabela 2 sintetiza as vantagens e <strong>de</strong>svantagens das<br />

<strong>energia</strong>s re<strong>no</strong>váveis <strong>no</strong> Brasil.<br />

______________________________________________________________________<br />

Rio Branco – Acre, 20 a 23 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Eco<strong>no</strong>mia, Administração e Sociologia Rural

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