baixar em PDF - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial
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fazer a Ana Terra, insisti e deu certo. Muitos anos<br />
depois, quase 20, fiz as pazes com o Wald<strong>em</strong>ar<br />
de Moraes, quando nos encontramos <strong>em</strong> uma<br />
festa. Nos abraçamos e toquei no assunto porque<br />
eu carrego as coisas comigo, não que carregue<br />
a maldade ou a alegria, mas ficava aquela coisa<br />
incômoda na cabeça, não quero brigar com<br />
as pessoas...<br />
Ana Terra foi o papel que mais marcou minha<br />
carreira na Excelsior. Considero o melhor trabalho<br />
que fiz na minha vida, o melhor mesmo,<br />
porque eu já não agüentava mais fazer papel<br />
de mulher bonita, se b<strong>em</strong> que ser bonita não é<br />
ruim... A direção era do grande Dionísio Azevedo,<br />
um dos meus mestres, muito sensível. Tudo<br />
era feito <strong>em</strong> estúdio. Na verdade, três árvores<br />
viravam uma floresta imensa, as árvores iam<br />
mudando de lugar, os cameramen eram fantásticos.<br />
A Ana Terra tinha um papagaio que me<br />
chamava: Ana Terra. Era uma maravilha aquilo,<br />
nunca vou esquecer aquele papagaio.<br />
Eu fazia uma bugra de pé no chão, que morava<br />
com os pais e nunca tinha visto um hom<strong>em</strong> na<br />
vida, andava armada e se tivesse que matar para<br />
se defender, matava. Usava uma roupa suja, toda<br />
de farrapos, até cinco anos atrás eu ainda tinha<br />
essa roupa guardada, e todo o elenco foi visitar os<br />
jornais com esses figurinos para anunciar a novela.<br />
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